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1 
 
 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR 
 
 
 
TEMA: 
AS PRINCIPAIS INOVAÇÕES DO NOVO 
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. 
 
 
 
LOCAL: OAB RIO BRANCO 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1.OS OBJETIVOS DO NOVO CÓDIGO ................................................................................ 4 
2.A ESTRUTURA DO NOVO CPC ......................................................................................... 8 
3.DIREITO INTERTEMPORAL .............................................................................................. 11 
4.PROCURADORES ............................................................................................................... 15 
4.1 Deveres das partes e dos procuradores .................................................................... 22 
4.2 Responsabilidade por dano processual ..................................................................... 28 
5.HONORÁRIOS ...................................................................................................................... 30 
5.1 Cabimento dos honorários ........................................................................................... 30 
5.2 Possibilidade de majoração dos honorários na fase recursal ................................ 30 
5.3 Compensação nos casos de sucumbência recíproca e cobrança autônoma de 
honorários não fixados na sentença.................................................................................. 31 
5.4 Novos parâmetros para fixação dos honorários em desfavor da Fazenda Pública
 ................................................................................................................................................. 32 
6.ATOS PROCESSUAIS ........................................................................................................ 36 
6.1 Negócio jurídico processual e calendarização .......................................................... 36 
6.2 Prazos processuais ....................................................................................................... 39 
6.3 Comunicação dos atos processuais: citações e intimações ................................... 53 
7.PROCEDIMENTO COMUM ................................................................................................ 55 
7.1 Petição inicial: requisitos, emenda, indeferimento e juízo de retratação .............. 55 
7.2 Improcedência liminar do pedido ................................................................................ 63 
7.3 Audiência de conciliação .............................................................................................. 70 
7.4 Contestação e Reconvenção ....................................................................................... 70 
8. TUTELA PROVISÓRIA ...................................................................................................... 77 
8.1 Espécies .......................................................................................................................... 77 
8.2 Requisitos ....................................................................................................................... 77 
8.3 Procedimentos ............................................................................................................... 81 
8.3.1 Tutela cautelar ........................................................................................................ 82 
8.3.2 Tutela antecipada ................................................................................................... 93 
8.3.3 Tutela da Evidência .............................................................................................. 110 
9. PROCESSOS NOS TRIBUNAIS .................................................................................... 118 
9.1 Incidente de resolução de demandas repetitivas ................................................... 118 
 
 
3 
 
10. RECURSOS – PRINCIPAIS MUDANÇAS .................................................................. 122 
11. ARTIGOS .......................................................................................................................... 135 
11.1 ARTIGO 1: SERÁ O FIM DA CATEGORIA “CONDIÇÕES DA AÇÃO”? UM 
ELOGIO AO PROJETO DO NOVO CPC. ...................................................................... 135 
11.2 ARTIGO 2: NOVO CPC QUEBRA PARADIGMA DAS “CONDIÇÕES DA 
AÇÃO” .................................................................................................................................. 141 
11.3 NO NOVO CPC DEMANDAR CONTRA PRECEDENTE É LITIGÂNCIA DE MÁ-
FÉ? ....................................................................................................................................... 147 
11.4 SISTEMA DE PRECEDENTES DO NOVO CPC TERÁ IMPACTO EM 
EMPRESAS ......................................................................................................................... 151 
11.5 REGISTRO TORRENS: COMO TORNAR INDISCUTÍVEL O SEU DIREITO DE 
PROPRIEDADE .................................................................................................................. 155 
 
 
 
 
4 
 
1. OS OBJETIVOS DO NOVO CÓDIGO 
 
A positivação na Parte Geral de princípios como o da igualdade, da 
razoável duração do processo, da publicidade, do direito de participação das 
partes e do dever de cooperação é reflexo da metodologia jurídica atual, que 
reconhece a força normativa dos princípios constitucionais e a necessidade de 
se enxergar o processo civil (e outros ramos do Direito) sob a ótica 
constitucional. 
A interpretação das normas processuais atrelada à Constituição Federal 
é o principal fundamento do chamado “neoprocessualismo”, o qual podemos 
considerar como um sistema ou um modelo constitucional do processo, que 
elenca os direitos fundamentais como valores norteadores de todo o 
ordenamento jurídico. Diante deste cenário, não se pode mais levar em conta 
simplesmente o artigo de lei para conter e resolver os litígios levados ao 
conhecimento do Poder Judiciário1. É preciso que, à luz do inteiro ordenamento 
e de seus princípios fundamentais, seja proporcionado aos jurisdicionados o 
verdadeiro acesso à justiça. É de se lembrar que, havendo precedente firmado 
sobre determinada questão jurídica, não é dado ao julgador utilizar de outra 
espécie normativa senão o precedente para valorar o fato jurídico. 
Semelhante ao que dispõe o art. 5º da Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro2, o novo CPC também consagra uma cláusula geral, na qual o 
juiz, ao aplicar a lei, terá que atender aos fins sociais e às exigências do bem 
comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e 
observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e 
a eficiência (art. 8º). A tutela jurisdicional deve, portanto, ser proporcionada 
através da observância dessa e de outras cláusulas gerais, que apesar de 
 
1
 PERLINGIERI, Pietro. Perfis do Direito Civil. Introdução ao Direito Civil Constitucional. 
Tradução de Maria Cristina de Cicco. 3. Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007. 
 
2
 Art. 5º, LINDB: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às 
exigências do bem comum”.5 
 
darem certa margem de interpretação ao julgador, possibilitam a adoção de 
medidas mais adequadas para cada caso concreto. 
A nova legislação assegura, ainda, o tratamento igualitário das partes 
(art. 7º). Trata-se não somente de igualdade formal, a qual estabelece que 
todos são iguais perante a lei (art. 5º, CF/88), mas de igualdade material “no 
tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos 
meios de defesa, ao ônus, aos deveres e à aplicação de sanções 
processuais”3. Esse tratamento isonômico também se revela na adoção da 
regra da distribuição dinâmica do ônus da prova (art. 373, § 1º) em 
contraposição à regra da distribuição estática, bem como na ampliação e 
organização das normas relativas à gratuidade da justiça (arts. 98 a 102). 
Também está formulada a regra segundo a qual o juiz, mesmo quando 
estiver diante de uma matéria de ordem pública, deve oportunizar previamente 
o contraditório (art. 10). Isso permite que a parte exerça plenamente o seu 
direito de defesa e evita que questões processuais sejam levadas até as 
instâncias superiores. 
Além de normas de caráter principiol gico, a parte geral traz regramento 
sobre as mat rias atinentes jurisdição. Dentre elas merece destaque as que 
se referem à cooperação internacional. As disposições constantes no arts. 26 a 
41 servirão para facilitar o auxílio mútuo entre os Estados para assegurar o 
efetivo exercício da Jurisdição. No âmbito interno, a cooperação também é 
tema abordado pelo novo CPC. 
No Livro III, ainda da parte geral, pode-se dizer que a grande inovação 
se refere à fixação dos honorários sucumbenciais. Em breves linhas, nas ações 
envolvendo a Fazenda Pública os percentuais serão fixados com base no valor 
da causa – e não por apreciação equitativa do juiz – e serão reduzidos 
gradativamente, conforme o aumento do valor da condenação ou do proveito 
 
3
 LOURENÇO, Haroldo. O neoprocessualismo, o formalismo-valorativo e suas influências no 
novo CPC. Revista da EMERJ, v. 14. N. 56. p. 74-107, out-dez. 2011. 
 
 
 
6 
 
econômico obtido. Os advogados públicos também receberão honorários nas 
causas em que a Fazenda Pública se consagrar vencedora. 
 Sobre o tema intervenção de terceiros, teremos regras especiais para a 
intervenção da figura do amicus curiae, que poderá se fazer presente em todos 
os graus de jurisdição e não somente nos tribunais superiores. A 
desconsideração da personalidade jurídica estará expressamente prevista 
como mais uma modalidade de intervenção, a qual será cabível, 
incidentalmente, em todas as fases do processo de conhecimento, no 
cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo 
extrajudicial. 
As disposições do novo Código também revelam uma valorização dos 
mecanismos de autocomposição. Além da previsão genérica segundo a qual “o 
Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos” 
(art. 3º, § 2º), a legislação processual civil traz diversos artigos que refletem a 
intenção de se priorizar a conciliação e a mediação, inclusive com a 
postergação da apresentação da contestação para um novo momento 
processual, que se dará após uma prévia tentativa de conciliação. 
Sobre os prazos, a principal alteração é que eles passarão a ser 
contados apenas em dias úteis. Além disso, os prazos processuais serão 
suspensos entre o período de 20 de janeiro e 20 de dezembro. Essa é mais 
uma conquista para a advocacia, notadamente para aqueles advogados que 
exercem a profissão de forma autônoma ou em pequena sociedade e que 
necessitam de um descanso como qualquer outro profissional. 
Quanto forma dos atos processuais e comunicação, a nova 
legislação privilegia a utilização dos meios eletr nicos de modo a aferir maior 
celeridade ao trâmite processual. 
Ainda no campo da celeridade, o novo CPC aprimora o sistema de 
julgamento de demandas repetitivas, que também foi estendido ao juízo de 
primeiro grau. Os processos que gravitam em torno da mesma questão de 
direito deverão ser decididos de forma conjunta, de modo a priorizar a razoável 
duração do processo, a segurança jurídica e a isonomia das partes perante o 
 
 
7 
 
Direito. Somente desta forma será possível evitar contradições entre as 
decisões de tribunais, diversos ou não, sobre uma mesma questão jurídica. 
Com a finalidade de simplificação, foram extintos diversos incidentes 
processuais e optou-se, como dito, pela instituição de um procedimento de 
conhecimento único, excluindo-se, portanto, o procedimento sumário. 
Sobre os aspectos recursais, uniformizou-se o prazo para todos os 
recursos (15 dias), com exceção dos embargos de declaração (05 dias). Para 
os recursos interpostos com intuito meramente protelatório, o Código prevê o 
agravamento de ônus financeiro para coibir tais casos. 
No campo dos recursos em espécie, o agravo retido foi excluído do 
sistema. Assim, quando não couber agravo de instrumento, as decisões 
anteriores à sentença poderão ser impugnadas na própria apelação. Explica-
se, de antemão, que não haverá restrição ao exercício do direito de defesa, 
pois o que mudou foi apenas o momento da impugnação, já que a decisão da 
qual se recorria através do agravo retido só era alterada ou mantida quando do 
julgamento da apelação. Também foram extintos os embargos infringentes, o 
que já tinha sido proposto por Alfredo Buzaid4, transformando o que antes era 
recurso em técnica de julgamento. 
Em síntese, o novo Código de Processo Civil preocupou-se em garantir 
essencialmente: 1) a sintonia entre a legislação infraconstitucional e a 
Constituição Federal; 2) a simplificação dos procedimentos; 3) a organicidade 
do sistema, de forma a facilitar a sua compreensão; e 4) a solução de conflitos 
com o menor número de processos possíveis, sem que isso prejudique a 
efetividade na tutela jurisdicional. 
 
 
4
 “A existência de um voto vencido não basta por si só para justificar a criação de tal recurso; 
porque, por tal razão, se devia admitir um segundo recurso de embargos toda vez que 
houvesse mais de um voto vencido; desta forma poderia arrastar-se a verificação por largo 
tempo, vindo o ideal de justiça a ser sacrificado pelo desejo de aperfeiçoar a decisão” 
(BUZAID, Alfredo. Ensaio para uma revisão do sistema de recursos no Código de Processo 
Civil. In Estudos de Direito. São Paulo: Saraiva, 1972, p. 111). 
 
 
 
8 
 
2. A ESTRUTURA DO NOVO CPC 
 
A primeira mudança que se observa na disposição dos livros que 
comp em o novo CPC. O Código está divido em PARTE GERAL, PARTE 
ESPECIAL e LIVRO COMPLEMENTAR (disposições finais e transitórias). 
A PARTE GERAL é composta por seis Livros. 
O LIVRO I, que trata das normas processuais civis, é composto por um 
título único, que abarca todas as normas fundamentais do processo, 
notadamente os princípios aplicáveis ao direito processual civil. Por aqui já se 
nota uma guinada. O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado 
conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição 
da República, observando-se as disposições deste Código. Essa disposição, 
constante no art. 1º, bem denota quais as espéciesde normas estabelecem o 
modelo processual que passa a viger com a entrada em vigor da Lei nº. 
13.105/2015. O primeiro critério de apreciação do direito deve ser encontrado 
nos precedentes. Se houver precedente sobre a matéria posta em juízo, o 
julgador dele não pode se afastar, a menos que faça a devida distinção. Com 
relação à atividade postulatória, igualmente o advogado, num primeiro 
momento, deve buscar os fundamentos jurídicos para a postulação – na 
petição inicial, na resposta, na fase recursal ou nas manifestações das partes 
de um modo geral – nos precedentes. Da mesma forma, creio eu, deve o 
professor contemplar essa fonte normativa por excelência em suas lições. Em 
não havendo precedente, aí sim, os atores (do processo e da cátedra) estão 
autorizados a lançar mão da lei. Da interpretação da lei, joeirada ou 
confrontada pelos princípios, deve-se extrair a norma que vai valorar os fatos 
objetos da postulação. Com relação ao precedente, cabe mais uma 
advertência. Em tese o precedente é estabelecido com base na lei – se lei 
houver, é claro –, interpretada segundo a principiologia imperante. Entretanto, 
uma vez estabelecido o precedente, ele da lei se descola, passando a ser fonte 
normativa autônoma. De forma que é vedado ao julgador afastar o precedente 
sob o pretexto de que ele é contrário à legislação. Somente ao tribunal 
 
 
9 
 
legitimado – de regra, tribunal superior, exceto nos casos de IRDR e IAC – se 
admite revogar o precedente, o que se denomina overruling, na teoria dos 
precedentes, desenvolvida no e para o sistema da common Law. 
O LIVRO II dispõe sobre a função jurisdicional. Nele estão inseridas as 
regras sobre a competência da jurisdição brasileira, bem como os atos de 
cooperação internacional e nacional – que constituem a principal inovação 
nesta parte do Código – bem como sobre a competência interna. 
O LIVRO III contém sete títulos (Das partes e dos Procuradores; do 
Litisconsórcio; da Intervenção de Terceiros; Do juiz e dos auxiliares da justiça; 
Do Ministério Público; Da Advocacia Pública; e Da Defensoria Pública). É de se 
lembrar que a Advocacia Pública e a Defensoria, esta que sequer era lembrada 
no Código revogado, saíram valorizadas no novo Código. Ressalte-se que a 
Defensoria, pela importância do trabalho social que desempenha, em status e 
prerrogativas, de certa forma foi equiparada ao Ministério Público. 
No LIVRO IV encontram-se as regras sobre a forma, tempo, lugar e 
comunicação dos atos processuais, além das disposições acerca das 
nulidades, da distribuição e registro dos processos e do valor da causa. O 
LIVRO V trata das tutelas provisórias. Como elas poderão se fundamentar na 
urgência ou na evidência, o CPC/2015 estabelece um título específico para 
cada uma, o que facilita a compreensão do operador. O processo eletrônico, 
um desconhecido para o Código revogado, ainda que de forma tímida, 
mereceu a atenção do legislador do Código de 2015. 
O LIVRO VI dispõe sobre da formação, suspensão e extinção do 
processo. Esse é o último livro antes da Parte Especial. 
Na segunda parte do Código estão dispostas as regras relativas ao 
processo de conhecimento e ao cumprimento de sentença (LIVRO I). Numa 
tentativa de simplificação, optou-se pela instituição de um procedimento de 
conhecimento único, denominado procedimento comum, de regra desenvolvido 
em duas fases, sendo uma perante o conciliador ou mediador e outra perante o 
juiz. Exclui-se, portanto, o procedimento sumário. Após os dois primeiros títulos 
(do procedimento comum e do cumprimento de sentença), o Código trata dos 
 
 
10 
 
procedimentos especiais e dos procedimentos de jurisdição voluntária (Título 
III). 
O LIVRO II, por sua vez, trata do processo de execução. De todos, esse 
livro é o que experimentou menos alterações, tendo em vista que a Lei nº. 
11.382/2006 já havia operado grandes mudanças no processo executivo. 
O LIVRO III, que encerra a parte especial, dispõe sobre os processos 
perante os tribunais e sobre os meios de impugnação das decisões judiciais. 
Vê-se que há um livro autônomo para os procedimentos recursais e outros 
meios de impugnação das decisões judiciais, o que se afigura mais lógico do 
que a inserção no livro do processo de conhecimento, como ocorre no Código 
revogado – o qual, para o leigo, passa a impressão de que somente as 
decisões proferidas no processo de conhecimento são impugnáveis. 
E, finalmente, o Livro Complementar contém as disposições finais e 
transitórias, que, entre outros aspectos, regula a transição do Código velho 
para o novo. 
 
 
 
 
11 
 
3. DIREITO INTERTEMPORAL 
 
 Assim que o novo Código entrar em vigor os seus dispositivos serão 
imediatamente aplicado aos processos em curso, afastando-se a aplicação das 
normas do CPC/73. Ordinariamente o que ocorre é a revogação e portanto a 
cessação da eficácia das normas do Código velho. Contudo, a mudança de um 
sistema para outro não se dá de forma abrupta, pois não é desejável a quebra 
total de uma regra que até então vinha regulando determinadas situações. Em 
situações específicas, a eficácia das normas do CPC/73 perdurará, criando-se 
um problema de compatibilidade das leis em um mesmo tempo. A título de 
exemplo, citem os processos que correm sob o rito sumário. Esse rito não mais 
é contemplado no novo Código, no entanto o legislador achou por bem que os 
processos iniciados e não sentenciados até a entrada em vigor da Lei no. 
13.105/2015 devem ser concluídos de acordo com o regramento constante no 
CPC/73. 
O Direito intertemporal cuida dessa transição, estabelecendo uma ponte 
entre o velho e o novo e evitando que o completo rompimento das regras – 
entrada em vigor de um Código e revogação do anterior – deixe determinadas 
situações no limbo. 
O direito intertemporal – contemplado no Livro Complementar, que trata 
“Das Disposiç es Finais e Transit rias” – constitui essa ponte, na medida em 
que estabelece a regra a ser aplicada em situações nas quais possa surgir 
alguma dúvida acerca da necessidade de aplicação imediata (ou não) do novo 
CPC. 
 O legislador estabeleceu um período de vacatio legis5 de um ano (art. 
1.045), durante o qual deverão ser aplicadas as disposições constantes na Lei 
nº. 5.869/1973 (CPC/73). Apenas depois de decorrido o referido período é que 
o novo CPC será desde logo aplicado a todos os processos pendentes (art. 
 
5
 É o espaço de tempo entre a data da publicação da nova lei e a sua efetiva vigência. 
 
 
 
12 
 
1.046). Mesmo depois desse prazo, algumas normas do CPC/73 terão sua 
eficácia preservada. 
Vejamos, então, quais as principais regras de direito intertemporal 
deverão ser observadas: 
 
a) Processos em trâmite sob os procedimentos sumário e especial 
O legislador processual, afora os procedimentos especiais, optou pela 
instituição de um procedimento de conhecimento único no novo CPC, excluindo 
o procedimento sumário que estava previsto nos arts. 275 a 281 do CPC de 
1973. 
No procedimento sumário, os requisitos pertinentes à petição inicial,à 
resposta do réu, às provas, ao julgamento e aos recursos eram 
complementados com as disposições relativas ao procedimento ordinário. Além 
disso, caso a parte assim desejasse, a demanda, ainda que enquadrada em 
uma das hipóteses do art. 275, I e II, do CPC de 1973, poderia ser proposta 
pelo rito mais genérico – no caso, o ordinário. 
No novo CPC, o procedimento ordinário e o procedimento sumário foram 
fundidos num só procedimento, denominado procedimento comum. Assim, 
todas as ações propostas a partir de 18/03/2016 – data da entrada em vigor do 
novo Código – deverão tramitar de acordo com as regras desse procedimento, 
salvo se houver previsão de rito especial no próprio Código ou em legislação 
especial. 
Quanto aos processos pendentes, ou seja, que ainda estejam em fase 
de tramitação até 18/03/2016, o art. 1.046, §1º, soluciona a questão. As 
disposições do CPC/73 relativas ao procedimento sumário e aos 
procedimentos especiais que forem revogadas serão aplicadas às ações 
propostas e não sentenciadas até o início da vigência do novo Código. 
Trata-se de uma hipótese de ultratividade da lei processual civil 
revogada. Assim, se, por exemplo, o autor propuser ação de ressarcimento por 
danos causados em acidente de veículo de via terrestre (art. 275, II, “d”, 
CPC/73) antes da entrada em vigor do novo Código, a demanda tramitará pelo 
 
 
13 
 
rito sumário, devendo o juiz, após a instrução, proferir a sentença na própria 
audiência, ou no prazo de 10 dias (art. 281, CPC/73). Se, no entanto, já tiver 
sido proferida sentença quando da entrada em vigor da nova legislação, o 
processo seguirá o rito único (procedimento comum). 
A mesma regra será aplicada aos procedimentos especiais previstos no 
CPC de 1973. Exemplo: proposta ação de anulação e substituição de títulos ao 
portador antes de 18/03/2016, o processo seguirá, até a sentença, as regras 
dispostas nos arts. 907 a 913 do CPC/73. Se, no entanto, após 18/03/2016, 
pretender o credor reivindicar determinado título, deverá propor ação sob o rito 
comum do novo CPC, porquanto extinta essa modalidade de procedimento 
especial. 
E as demandas submetidas ao rito dos juizados especiais, como ficam? 
 No caso dos juizados especiais cíveis, que também são competentes 
para as ações cujo rito previsto é o sumário (art. 275, II, do CPC/73), conforme 
art. 3º, II da Lei nº 9.099/1995, a competência prorroga-se até a edição de lei 
específica. Logo, o art. 275, II, do CPC/73, também no que se refere à 
competência dos juizados especiais, permanecerá eficaz pós a entrada do 
CPC/2015. Essa é exatamente a regra disposta no art. 1.063 do novo CPC: 
“at a edição de lei específica, os juizados cíveis previstos na Lei nº. 9.099, de 
26 de setembro de 1995, continuam competentes para o processamento e 
julgamento das causas previstas no art. 275, II, da Lei nº. 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973”. 
 
b) Regra probatória 
Para as provas pendentes, ou seja, que ainda não tenham sido 
produzidas, as regras a serem aplicadas são aquelas dispostas na nova 
legislação, tão logo a sua entrada em vigor. Aqui se deve entender como 
pendente as provas deferidas ou determinadas de ofício em processos em 
curso quando da entrada em vigor do novo Código, mas ainda não produzidas 
(art. 1.047). 
 
 
 
14 
 
c) Processos de execução contra devedor insolvente 
A execução contra devedor insolvente, ou seja, contra aquele cujas 
dívidas ultrapassam a importância de seus bens, tem rito específico no 
CPC/73. Trata-se, na verdade, de um processo de liquidação do patrimônio do 
devedor civil (não empresário), para solução de suas obrigações, ao qual 
concorrem todos os seus credores. 
As regras relativas à insolvência civil no novo CPC não estão mais 
dispostas em um título específico, o que não significa dizer que não mais existe 
essa modalidade de execução. É que o novo Código, ao tratar das diversas 
espécies de execução, apenas menciona a insolvência civil como uma 
condição do devedor para que possa ensejar o concurso universal de credores. 
Não há, no entanto, a definição de um procedimento próprio a ser seguido. 
Por esta razão, até que entre em vigor lei específica, as execuções 
contra devedor insolvente, em curso ou que venham a ser propostas, 
permanecerão reguladas pelo Livro II, Título IV, da Lei nº 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973 (art. 1.052, CPC/2015). 
 
Fórum Permanente de Processualistas Civis 
Enunciado nº. 267: Os prazos processuais iniciados antes da vigência do 
CPC serão integralmente regulados pelo regime revogado. 
 
Enunciado nº. 268: A regra de contagem de prazos em dias úteis só se aplica 
aos prazos iniciados após a vigência do novo Código. 
 
 
 
 
15 
 
 
4. PROCURADORES 
 
O CPC/2015 dedica cinco artigos para tratar dos procuradores. Em 
sínteses, as principais novidades em relação ao CPC/73 são as seguintes: 
 
CPC/2015 
Art. 103. A parte será representada 
em juízo por advogado regularmente 
inscrito na Ordem dos Advogados do 
Brasil. 
Parágrafo único. É lícito à parte 
postular em causa própria quando 
tiver habilitação legal. 
CPC/73 
Art. 36. A parte será representada em 
juízo por advogado legalmente 
habilitado. Ser-lhe-á lícito, no entanto, 
postular em causa própria, quando 
tiver habilitação legal ou, não a tendo, 
no caso de falta de advogado no lugar 
ou recusa ou impedimento dos que 
houver. 
 
Faltando à parte a capacidade técnica-formal (inscrição na Ordem dos 
Advogados do Brasil), deverá ela ser representada em juízo por advogado 
legalmente habilitado (art. 103, caput, CPC/2015). Há casos, no entanto, em 
que a legislação infraconstitucional admite a postulação em juízo por pessoas 
que não detêm a habilitação de advogado. É o que se passa, com algumas 
limitações, nos Juizados Especiais e na Justiça do Trabalho. 
 
O CPC/73 traz outra exceção à necessidade da presença de advogado 
para se postular em juízo (art. 36). Essa regra, no entanto, não encontra 
correspondência no CPC/2015, o qual ressalta a necessidade de 
representação através de advogado (art. 103) e possibilita a postulação em 
causa própria apenas na hipótese de habilitação legal, ou seja, quando o 
advogado funcionar em causa própria. 
 
 
 
16 
 
CPC/2015 
Art. 104. O advogado não será 
admitido a postular em juízo sem 
procuração, salvo para evitar 
preclusão, decadência ou prescrição, 
ou para praticar ato considerado 
urgente. 
§ 1º Nas hipóteses previstas no caput, 
o advogado deverá, 
independentemente de caução, exibir 
a procuração no prazo de 15 (quinze) 
dias, prorrogável por igual período por 
despacho do juiz. 
§ 2º O ato não ratificado será 
considerado ineficaz relativamente 
àquele em cujo nome foi praticado, 
respondendo o advogado pelas 
despesas e por perdas e danos. 
CPC/73 
Art. 37. Sem instrumento de mandato, 
o advogado não será admitido a 
procurar em juízo. Poderá, todavia, 
em nome da parte, intentar ação, a fim 
de evitar decadência ou prescrição, 
bem como intervir, no processo, para 
praticar atos reputados urgentes. 
Nestescasos, o advogado se 
obrigará, independentemente de 
caução, a exibir o instrumento de 
mandato no prazo de 15 (quinze) dias, 
prorrogável até outros 15 (quinze), por 
despacho do juiz. 
Parágrafo único. Os atos, não 
ratificados no prazo, serão havidos por 
inexistentes, respondendo o advogado 
por despesas e perdas e danos. 
 
Sem instrumento de mandato o advogado não será admitido em juízo, 
podendo apenas praticar, em nome da parte, atos urgentes, como a 
propositura de ação para evitar a consumação da prescrição ou decadência 
(art. 104). Nesses casos, o advogado estará obrigado a apresentar o 
instrumento de mandato no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período 
mediante despacho do juiz (art. 104, § 1º). Aqui não há qualquer diferença 
entre o CPC/2015 e o CPC/73. 
 
O CPC/73 (art. 37, parágrafo único) fala em “inexistência” do ato não 
ratificado, quando praticado por advogado sem procuração. É a mesma 
 
 
17 
 
expressão adotada pelo STJ na Súmula 115.
6
 A hipótese, no entanto, não é de 
inexistência, tampouco de invalidade, mas de ineficácia do ato em relação ao 
suposto representado. Como o ato foi praticado por quem detinha capacidade 
postulatória, ele existe e é válido. No entanto, só produzirá efeito se 
posteriormente ratificado pelo representado. A posterior ratificação, portanto, é 
condição de eficácia e não pressuposto de existência do ato, até porque não há 
como se cogitar em ratificação de algo que sequer existe. 
 
CPC/2015 
Art. 105. A procuração geral para o 
foro, outorgada por instrumento 
público ou particular assinado pela 
parte, habilita o advogado a praticar 
todos os atos do processo, exceto 
receber citação, confessar, reconhecer 
a procedência do pedido, transigir, 
desistir, renunciar ao direito sobre o 
qual se funda a ação, receber, dar 
quitação, firmar compromisso e 
assinar declaração de hipossuficiência 
econômica, que devem constar de 
cláusula específica. 
§ 1º A procuração pode ser assinada 
digitalmente, na forma da lei. 
§ 2º A procuração deverá conter o 
nome do advogado, seu número de 
inscrição na Ordem dos Advogados do 
Brasil e endereço completo. 
§ 3º Se o outorgado integrar 
CPC/73 
Art. 38. A procuração geral para o 
foro, conferida por instrumento 
público, ou particular assinado pela 
parte, habilita o advogado a praticar 
todos os atos do processo, salvo para 
receber citação inicial, confessar, 
reconhecer a procedência do pedido, 
transigir, desistir, renunciar ao direito 
sobre que se funda a ação, receber, 
dar quitação e firmar compromisso. 
Parágrafo único. A procuração pode 
ser assinada digitalmente com base 
em certificado emitido por Autoridade 
Certificadora credenciada, na forma 
da lei específica. 
 
 
6
 Súmula 115 do STJ: “Na instância especial inexistente recurso interposto por advogado sem 
procuração nos autos.” 
 
 
18 
 
sociedade de advogados, a 
procuração também deverá conter o 
nome dessa, seu número de registro 
na Ordem dos Advogados do Brasil e 
endereço completo. 
§ 4º Salvo disposição expressa em 
sentido contrário constante do próprio 
instrumento, a procuração outorgada 
na fase de conhecimento é eficaz para 
todas as fases do processo, inclusive 
para o cumprimento de sentença. 
 
Nos termos do art. 105, somente a procuração geral para o foro 
(cláusula ad judicia), conferida por instrumento público ou particular assinado 
pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo. 
Entretanto, para a prática de alguns atos a lei exige poderes especiais. A 
declaração de hipossuficiência econômica, que fundamenta o pedido de 
gratuidade da justiça, foi incluída entre os atos para os quais a lei prevê a 
necessidade de outorga específica de poderes. 
 
Além da qualificação do outorgante (ou mandante), a procuração deve 
conter o nome do advogado (outorgado ou mandatário), seu número de 
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, seu endereço profissional 
completo e de seu correio eletrônico (art. 105, § 2º). No mais, os poderes do 
advogado devem estar bem definidos na procuração, para que não haja 
possibilidade de rejeição de determinados pedidos pelo órgão jurisdicional para 
o qual ela será apresentada. 
 
O CPC/2015 também elenca como requisito da procuração a 
indicação do nome da sociedade de advogados à qual pertença o 
causídico. Nesse ponto também vale a regra do art. 15, § 3º, do Estatuto da 
 
 
19 
 
OAB, segundo a qual as procurações deverão ser outorgadas individualmente 
aos advogados e indicarão a sociedade da qual façam parte. 
 
 Frise-se que a procuração não perde a validade em razão do decurso do 
tempo. Por esta razão, o instrumento outorgado na fase de conhecimento será 
eficaz para todas as fases do processo, salvo se houver disposição em sentido 
contrário na própria procuração (art. 105, § 4º). 
 
CPC/2015 
Art. 106. Quando postular em causa 
própria, incumbe ao advogado: 
I – declarar, na petição inicial ou na 
contestação, o endereço, seu número 
de inscrição na Ordem dos Advogados 
do Brasil e o nome da sociedade de 
advogados da qual participa, para o 
recebimento de intimações; 
II – comunicar ao juízo qualquer 
mudança de endereço. 
§ 1º Se o advogado descumprir o 
disposto no inciso I, o juiz ordenará 
que se supra a omissão, no prazo de 
5 (cinco) dias, antes de determinar a 
citação do réu, sob pena de 
indeferimento da petição. 
§ 2º Se o advogado infringir o previsto 
no inciso II, serão consideradas 
válidas as intimações enviadas por 
carta registrada ou meio eletrônico ao 
endereço constante dos autos. 
CPC/73 
Art. 39. Compete ao advogado, ou à 
parte quando postular em causa 
própria: 
I – declarar, na petição inicial ou na 
contestação, o endereço em que 
receberá intimação; 
II – comunicar ao escrivão do 
processo qualquer mudança de 
endereço. 
Parágrafo único. Se o advogado não 
cumprir o disposto no nº I deste artigo, 
o juiz, antes de determinar a citação 
do réu, mandará que se supra a 
omissão no prazo de 48 (quarenta e 
oito) horas, sob pena de indeferimento 
da petição; se infringir o previsto no nº 
II, reputar-se-ão válidas as intimações 
enviadas, em carta registrada, para o 
endereço constante dos autos. 
 
 
 
 
20 
 
Quando o advogado funcionar em causa própria, por óbvio será 
desnecessária procuração. No entanto, os requisitos do instrumento deverão 
constar da petição inicial ou da contestação (art. 106, I). O inciso II, relativo ao 
dever de atualização do endereço, guarda sanção prevista no § 2º e, nesse 
ponto, não apresentou nenhuma modificação se comparado ao CPC/73. 
 
CPC/2015 
Art. 107. O advogado tem direito a: 
I – examinar, em cartório de fórum e 
secretaria de tribunal, mesmo sem 
procuração, autos de qualquer 
processo, independentemente da fase 
de tramitação, assegurados a 
obtenção de cópias e o registro de 
anotações, salvo na hipótese de 
segredo de justiça, nas quais apenaso advogado constituído terá acesso 
aos autos; 
II – requerer, como procurador, vista 
dos autos de qualquer processo, pelo 
prazo de 5 (cinco) dias; 
III – retirar os autos do cartório ou da 
secretaria, pelo prazo legal, sempre 
que neles lhe couber falar por 
determinação do juiz, nos casos 
previstos em lei. 
§ 1º Ao receber os autos, o advogado 
assinará carga em livro ou documento 
próprio. 
§ 2º Sendo o prazo comum às partes, 
CPC/73 
Art. 40. O advogado tem direito de: 
I - examinar, em cartório de justiça e 
secretaria de tribunal, autos de 
qualquer processo, salvo o disposto 
no art. 155; 
II – requerer, como procurador, vista 
dos autos de qualquer processo pelo 
prazo de 5 (cinco) dias; 
III – retirar os autos do cartório ou 
secretaria, pelo prazo legal, sempre 
que lhe competir falar neles por 
determinação do juiz, nos casos 
previstos em lei. 
§ 1º Ao receber os autos, o advogado 
assinará carga no livro competente. 
§ 2º Sendo comum às partes o prazo, 
só em conjunto ou mediante prévio 
ajuste por petição nos autos, poderão 
os seus procuradores retirar os autos, 
ressalvada a obtenção de cópias para 
a qual cada procurador poderá retirá-
los pelo prazo de 1 (uma) hora 
independentemente de ajuste. 
 
 
21 
 
os procuradores poderão retirar os 
autos somente em conjunto ou 
mediante prévio ajuste, por petição 
nos autos. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, é lícito ao 
procurador retirar os autos para 
obtenção de cópias, pelo prazo de 2 
(duas) a 6 (seis) horas, 
independentemente de ajuste e sem 
prejuízo da continuidade do prazo. 
§ 4º O procurador perderá no mesmo 
processo o direito a que se refere o § 
3º se não devolver os autos 
tempestivamente, salvo se o prazo for 
prorrogado pelo juiz. 
 
 
 
Os direitos dos advogados estão previstos na Lei nº 8.906/94 (Estatuto 
da OAB), mais precisamente em seus arts. 6º e 7º, assim como no art. 107 do 
CPC/2015. Todas essas disposições garantem ao advogado o direito de 
exercer a defesa plena de seus clientes, com independência e sem qualquer 
subordinação ao magistrado, ao membro do Ministério Público ou a qualquer 
outra autoridade que possa intervir no processo. 
 
Outra novidade se refere à sucessão do procurador. De acordo com o 
CPC/73, se o advogado pretender renunciar ao mandato, terá o dever de 
cientificar o cliente acerca da renúncia, oportunizando-lhe a constituição de 
outro advogado. A ciência ao mandante não exige forma especial, podendo ser 
realizada da maneira mais simples e ampla, desde que reste incontroversa a 
sua cientificação. 
 
 
 
22 
 
O CPC/2015 estabelece que a comunicação acerca da renúncia 
poderá ser dispensada se a procuração houver sido outorgada a vários 
advogados e a parte continuar a ser representada por outro (art. 112, § 2º). 
 
CPC/2015 
Art. 112. O advogado poderá 
renunciar ao mandato a qualquer 
tempo, provando, na forma prevista 
neste Código, que comunicou a 
renúncia ao mandante, a fim de que 
este nomeie sucessor. 
§ 1º Durante os 10 (dez) dias 
seguintes, o advogado continuará a 
representar o mandante, desde que 
necessário para lhe evitar prejuízo. 
§ 2º Dispensa-se a comunicação 
referida no caput quando a procuração 
tiver sido outorgada a vários 
advogados e a parte continuar 
representada por outro, apesar da 
renúncia. 
CPC/73 
Art. 45. O advogado poderá, a 
qualquer tempo, renunciar ao 
mandato, provando que cientificou o 
mandante a fim de que este nomeie 
substituto. Durante os 10 (dez) dias 
seguintes, o advogado continuará a 
representar o mandante, desde que 
necessário para lhe evitar prejuízo. 
 
 
4.1 Deveres das partes e dos procuradores 
 
 Para melhor compreensão, vale comparar as duas legislações: 
 
CPC/2015 
Art. 77. Além de outros previstos 
neste Código, são deveres das partes, 
CPC/73 
Art. 14. São deveres das partes e de 
todos aqueles que de qualquer forma 
 
 
23 
 
de seus procuradores e de todos 
aqueles que de qualquer forma 
participem do processo: 
I – expor os fatos em juízo conforme a 
verdade; 
II – não formular pretensão ou de 
apresentar defesa quando cientes de 
que são destituídas de fundamento; 
III – não produzir provas e não praticar 
atos inúteis ou desnecessários à 
declaração ou à defesa do direito; 
IV – cumprir com exatidão as decisões 
jurisdicionais, de natureza provisória 
ou final, e não criar embaraços à sua 
efetivação; 
V – declinar, no primeiro momento que 
lhes couber falar nos autos, o 
endereço residencial ou profissional 
onde receberão intimações, 
atualizando essa informação sempre 
que ocorrer qualquer modificação 
temporária ou definitiva; 
VI – não praticar inovação ilegal no 
estado de fato de bem ou direito 
litigioso. 
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, 
o juiz advertirá qualquer das pessoas 
mencionadas no caput de que sua 
conduta poderá ser punida como ato 
atentatório à dignidade da justiça. 
participam do processo: 
I – expor os fatos em juízo conforme a 
verdade; 
II – proceder com lealdade e boa-fé; 
III – não formular pretensões, nem 
alegar defesa, cientes de que são 
destituídas de fundamento; 
IV – não produzir provas, nem praticar 
atos inúteis ou desnecessários à 
declaração ou defesa do direito; 
V – cumprir com exatidão os 
provimentos mandamentais e não 
criar embaraços à efetivação de 
provimentos judiciais, de natureza 
antecipatória ou final. 
Parágrafo único. Ressalvados os 
advogados que se sujeitam 
exclusivamente aos estatutos da OAB, 
a violação do disposto no inciso V 
deste artigo constitui ato atentatório 
ao exercício da jurisdição, podendo o 
juiz, sem prejuízo das sanções 
criminais, civis e processuais cabíveis, 
aplicar ao responsável multa em 
montante a ser fixado de acordo com 
a gravidade da conduta e não superior 
a vinte por cento do valor da causa; 
não sendo paga no prazo 
estabelecido, contado do trânsito em 
julgado da decisão final da causa, a 
 
 
24 
 
§ 2º A violação ao disposto nos incisos 
IV e VI constitui ato atentatório à 
dignidade da justiça, devendo o juiz, 
sem prejuízo das sanções criminais, 
civis e processuais cabíveis, aplicar ao 
responsável multa de até vinte por 
cento do valor da causa, de acordo 
com a gravidade da conduta. 
§ 3º Não sendo paga no prazo a ser 
fixado pelo juiz, a multa prevista no § 
2º será inscrita como dívida ativa da 
União ou do Estado após o trânsito em 
julgado da decisão que a fixou, e sua 
execução observará o procedimento 
da execução fiscal, revertendo-se aos 
fundos previstos no art. 97. 
§ 4º A multa estabelecida no § 2º 
poderá ser fixada independentemente 
da incidência das previstas nos arts. 
523, § 1º, e 536, § 1º. 
§ 5º Quando o valor da causa for 
irrisório ou inestimável, a multa 
prevista no § 2º poderá ser fixada em 
até 10 (dez) vezes o valor do salário-
mínimo. 
§ 6º Aos advogados públicos ou 
privados e aos membros da 
Defensoria Pública e do MinistérioPúblico não se aplica o disposto nos 
§§ 2º a 5º, devendo eventual 
multa será inscrita sempre como 
dívida ativa da União ou do Estado. 
 
 
25 
 
responsabilidade disciplinar ser 
apurada pelo respectivo órgão de 
classe ou corregedoria, ao qual o juiz 
oficiará. 
§ 7º Reconhecida violação ao disposto 
no inciso VI, o juiz determinará o 
restabelecimento do estado anterior, 
podendo, ainda, proibir a parte de falar 
nos autos até a purgação do atentado, 
sem prejuízo da aplicação do § 2º. 
§ 8º O representante judicial da parte 
não pode ser compelido a cumprir 
decisão em seu lugar. 
 
Dever de lealdade e boa-fé. O dever inserido no art. 14, II, do CPC/73, 
agora está presente no capítulo que trata das normas fundamentais do 
processo civil (art. 5º). Denota-se, portanto, que tal dever não é inerente 
apenas às partes. 
 
Indicação de endereço. O art. 77, V, encontra correspondência no art. 
238, parágrafo único, do CPC/73 (com alteração dada pela Lei nº 
11.382/2006), segundo o qual cumpre às partes atualizar o respectivo 
endereço sempre que houver modificação temporária ou definitiva. As partes e 
os advogados têm, portanto, a obrigação de manter endereço atualizado no 
processo, para efeito de intimação dos atos processuais. A consequência para 
a ausência desta comunicação está prevista no art. 274, parágrafo único, do 
CPC/2015.7 
 
7
 Art. 274, parágrafo único: “Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos 
autos, ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou definitiva 
não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do 
comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço.” 
 
 
 
26 
 
 
Inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso (inciso 
VI). Em virtude da extinção do processo cautelar como procedimento 
autônomo, o ato de praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito 
litigioso, antes tratado no art. 879 (cautelar de atentado, segundo o CPC/73), 
passa a ser tratado no rol dos deveres daqueles que participam do processo. 
 
Caso o juiz reconheça violação a esse dispositivo, deverá determinar o 
reestabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar 
nos autos até a purgação do atentado (art. 77, § 7º). Além disso, assim como 
ocorre no inciso IV, caso o juiz constate o descumprimento desse dever, 
deverá advertir a parte, o seu procurador ou quem de qualquer forma estiver 
participando do processo, que a conduta poderá ser punida como ato 
atentatório à dignidade da justiça, com a consequente aplicação de multa. 
 
Valor da multa. O CPC/2015 estabelece novas disposições no que 
tange à quantificação da multa em razão de violação dos deveres processuais. 
A regra é que ela será de até vinte por cento do valor da causa, conforme a 
gravidade da conduta (art. 77, § 2º). Se, no entanto, o valor da causa for 
irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em até dez vezes o salário-
mínimo vigente (§ 5º). 
 
Diferenciação entre a multa por ato atentatório à dignidade da 
justiça e a multa cominatória. A multa por ato atentatório à dignidade da 
justiça pode ser aplicada independentemente das sanções previstas nos arts. 
523, § 1º, e 536, § 1º, que tratam, respectivamente, da multa pelo não 
pagamento voluntário de obrigação de pagar quantia certa fixada em sentença, 
e daquela que pode ser aplicada pelo juiz para forçar o cumprimento de 
 
 
27 
 
obrigação de fazer e de não fazer. Essa diferença já era observada no âmbito 
do STJ.8 
 
Multa à advocacia e aos membros da Defensoria e do Ministério 
Público. O CPC/2015 confirma o entendimento jurisprudencial ao determinar a 
inaplicabilidade da multa aos advogados públicos ou privados9 e aos membros 
da Defensoria Pública e do Ministério Público. 
 
Aos advogados privados valem as regras do Estatuto da Advocacia, que 
possui comandos próprios para a punição em virtude do mau exercício da 
profissão. As responsabilidades dos demais entes (membros da Defensoria 
Pública e do Ministério Público) estão disciplinadas em suas respectivas leis 
orgânicas e serão apuradas pelo órgão competente (corregedoria), ao qual o 
juiz oficiará (art. 77, § 6º).10 
 
Representante judicial e substituição. O CPC/2015 estabelece que os 
representantes judiciais das partes – incluindo-se aqueles que as representam 
em razão de incapacidade processual – não podem ser compelidos a cumprir 
decisão em substituição de seus representados (art. 77, § 8º). Por exemplo, 
descabe ao juiz determinar que o advogado do autor entregue o bem 
discriminado na sentença na hipótese de seu cliente descumprir determinação 
judicial no mesmo sentido. 
 
 
8
 “A multa processual prevista no caput do art. 14 do CPC difere da multa cominatória prevista no Art. 461, 
§§ 4º e 5º, vez que a primeira tem natureza punitiva, enquanto a segunda tem natureza coercitiva, a fim 
de compelir o devedor a realizar a prestação determinada pela ordem judicial”. (STJ, REsp nº 
770.753/RS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, julgado em 27.02.2007, DJe 15/03/2007). 
 
9
 Nesse sentido tem-se o julgado do Supremo Tribunal Federal na Reclamação nº 5133/MG, de relatoria 
da Min. Carmen Lúcia, julgado em 20/05/2009. 
 
10
 Antes do novo CPC, a regra do art. 14, V, do CPC/73 (e atual art. 77, IV), já abrangia os advogados do 
setor privado. Segundo o STF, por ocasião do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 
2.652-6/DF, a ressalva na parte inicial do parágrafo único, do art. 14 do Código de Processo Civil, alcança 
todos os advogados, com esse título atuando em juízo, independente de estarem sujeitos também a 
outros regimes jurídicos. 
 
 
28 
 
 
4.2 Responsabilidade por dano processual 
 
Durante a tramitação do processo, o juiz tem o poder-dever de velar pela 
solução do litígio de forma adequada, reprimindo os atos que se manifestem 
contrários ao desenvolvimento regular do feito e à dignidade da justiça. 
 
Assim, em se verificando que uma das partes está litigando de má-fé, o 
juiz tem o poder-dever de aplicar, de ofício e em qualquer grau de jurisdição, 
multa em valor superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por 
cento) do valor corrigido da causa. No CPC/73 (art. 18) essa multa não 
pode exceder a 1% (um por cento) sobre o valor da causa. 
 
Se o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser 
fixada em até 10 (dez) vezes o salário-mínimo vigente (art. 81, § 2º). Além 
disso, o órgão jurisdicional condenará o litigante a indenizar a parte contrária 
pelos prejuízos que esta sofreu e a pagar os honorários advocatícios e todas 
as despesas que ela tenha efetuado. A indenização, segundo a nova 
redação, não sofre a limitação imposta pelo CPC/73. Cabe ao juiz, então, 
analisar as provas trazidas ao caso e fixar a indenização corresponde ao 
prejuízo sofrido. Somente se não existirem provas suficientes para mensurar a 
quantia devida pelo ofensoré que o prejuízo será apurado em liquidação. 
 
CPC/2015 
Art. 81. De ofício ou a requerimento, o 
juiz condenará o litigante de má-fé a 
pagar multa, que deverá ser superior a 
um por cento e inferior a dez por cento 
do valor corrigido da causa, a 
indenizar a parte contrária pelos 
CPC/73 
Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou 
a requerimento, condenará o litigante 
de má-fé a pagar multa não excedente 
a um por cento sobre o valor da causa 
e a indenizar a parte contrária dos 
prejuízos que esta sofreu, mais os 
 
 
29 
 
prejuízos que esta sofreu e a arcar 
com os honorários advocatícios e com 
todas as despesas que efetuou. 
§ 1º Quando forem 2 (dois) ou mais os 
litigantes de má-fé, o juiz condenará 
cada um na proporção de seu 
respectivo interesse na causa ou 
solidariamente aqueles que se 
coligaram para lesar a parte contrária. 
§ 2º Quando o valor da causa for 
irrisório ou inestimável, a multa poderá 
ser fixada em até 10 (dez) vezes o 
valor do salário-mínimo. 
§ 3º O valor da indenização será 
fixado pelo juiz ou, caso não seja 
possível mensurá-lo, liquidado por 
arbitramento ou pelo procedimento 
comum, nos próprios autos. 
honorários advocatícios e todas as 
despesas que efetuou. 
§ 1º Quando forem dois ou mais os 
litigantes de má-fé, o juiz condenará 
cada um na proporção do seu 
respectivo interesse na causa, ou 
solidariamente aqueles que se 
coligaram para lesar a parte contrária. 
§ 2º O valor da indenização será 
desde logo fixado pelo juiz, em 
quantia não superior a 20% (vinte por 
cento) sobre o valor da causa, ou 
liquidado por arbitramento. 
 
 
 
 
30 
 
5. HONORÁRIOS 
 
5.1 Cabimento dos honorários 
 
Art. 85, §1º. São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no 
cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução, resistida ou 
não, e nos recursos interpostos, cumulativamente. 
 
Na vigência do CPC/73 a jurisprudência não admitia a fixação de 
honorários no cumprimento provisório de sentença. 
 
 
 
5.2 Possibilidade de majoração dos honorários na fase recursal 
 
Na sistemática do CPC/73 só há uma única condenação em honorários 
para cada processo. O que a jurisprudência admite é que haja revisão dos 
honorários fixados pelas instâncias ordinárias quando o valor revelar-se 
manifestamente irrisório ou excessivo. 
E como será no novo CPC? De acordo com o §11 do art. 85 da nova 
legislação, “o tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados 
anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em grau 
recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a 6º, sendo 
vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de honorários devidos ao 
 
 
31 
 
advogado do vencedor, ultrapassar os respectivos limites estabelecidos nos §§ 
2º e 3º para a fase de conhecimento”. 
 
O professor Luiz Dellore esclarece a nova sistemática com o seguinte 
exemplo: “condenação em 10% quando da sentença, majorada para 15% 
quando do acórdão da apelação e para 20% quando do acórdão do recurso 
especial” (Teoria Geral do Processo – Comentários ao CPC de 2015 – Parte 
Geral, Editora Método, pág. 298). 
Vinte por cento (20%) é o limite previsto na lei. Se na condenação inicial 
(sentença) já tiver sido fixado tal percentual, descabe majoração. 
Essa regra é aplicável a qualquer recurso? O mesmo professor explica que 
“como o §11 destaca “tribunal”, de se concluir que não há a aplicação em 1º 
grau. Assim, quando dos embargos de declaração da interlocutória ou da 
sentença, descabe aplicar honorários recursais” (pág. 298-299). 
 
5.3 Compensação nos casos de sucumbência recíproca e cobrança 
autônoma de honorários não fixados na sentença 
 
Na vigência do CPC/73 
Súmula 306, STJ:Os honorários 
advocatícios devem ser compensados 
quando houver sucumbência 
recíproca, assegurado o direito 
autônomo do advogado à execução do 
saldo sem excluir a legitimidade da 
própria parte. 
 
 
Súmula 453, STJ: Os honorários 
sucumbenciais, quando omitidos em 
Com a entrada em vigor do 
CPC/2015 
Art. 85, § 14. Os honorários 
constituem direito do advogado e têm 
natureza alimentar, com os mesmos 
privilégios dos créditos oriundos da 
legislação do trabalho, sendo vedada 
a compensação em caso de 
sucumbência parcial. 
 
Art. 85, § 18. Caso a decisão 
transitada em julgado seja omissa 
 
 
32 
 
decisão transitada em julgado, não 
podem ser cobrados em execução ou 
em ação própria. 
quanto ao direito aos honorários ou 
ao seu valor, é cabível ação 
autônoma para sua definição e 
cobrança. 
 
 
Os entendimentos expostos nas Súmulas 306 e 453 do STJ estarão 
SUPERADOS com a entrada em vigor do novo CPC. [A nova legislação, além 
de vedar a compensação em caso de sucumbência recíproca, afasta a 
necessidade de interposição de embargos de declaração, para fins de 
cobrança autônoma dos honorários, quando a sentença for omissa em relação 
a essa verba. Assim, não sendo fixados os honorários na sentença, o 
advogado poderá propor ação autônoma para sua definição e cobrança, 
mesmo que não tenha interposto o referido recurso. 
 
 
5.4 Novos parâmetros para fixação dos honorários em desfavor da 
Fazenda Pública 
 
De acordo com o CPC/73, vencida a Fazenda Pública, os honorários 
advocatícios são fixados por apreciação equitativa do juiz. Em síntese, cabe ao 
magistrado basear-se no caso concreto para recompensar o trabalho do 
advogado, sem onerar, de forma excessiva, a Fazenda Pública. Essa regra 
possibilita a fixação de honorários em valor irrisório, inclusive em percentual 
inferior a 10% (dez por cento). 
A legislação atual felizmente não seguiu a sistemática anterior. O ponto 
principal da alteração é o estabelecimento de um percentual mínimo de 
honorários em desfavor da Fazenda Pública. Assim, independentemente do 
valor da condenação sofrida, os honorários advocatícios não poderão ser 
fixados em valor inferior ao mínimo estabelecido em lei. O grau de zelo do 
profissional, o lugar da prestação do serviço, a natureza e a importância da 
 
 
33 
 
causa, bem como o trabalho realizado pelo advogado e o tempo para o seu 
serviço também devem ser atendidos quando da fixação dos honorários (o que 
também vale para as demandas em geral). 
Os percentuais (mínimo e máximo) estão fixados nos incisos I a V, do § 
3
o
, do art. 85, e devem ser aplicados independentemente do conteúdo da 
decisão (§ 6
o
).As margens de percentagem serão reduzidas gradativamente, 
conforme o aumento do valor da condenação ou do proveito econômico obtido. 
Os percentuais estabelecidos no CPC/2015 serão aplicados no 
momento da prolação da sentença e terão por base o salário-mínimo vigente. 
No entanto, se a sentença for ilíquida, deve-se aguardar o procedimento de 
liquidação para posterior definição. 
Outra regra que deve ser observada é aquela prevista no § 5
o
 do art.85. 
De forma prática, vejamos como ficará a fixação dos honorários através do 
exemplo abaixo: 
O Município de Belo Horizonte/MG foi condenado a pagar a quantia de 
R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) a título de indenização. Esse 
valor supera o montante de 200 salários-mínimos (art. 85, § 3
o
, I), mas não 
chega a superar o limite de 2.000 salários-mínimos (art. 85, § 3
o
, II). O juiz 
deverá, então, fixar os honorários da seguinte forma: (i) de 10% a 20% sobre o 
valor de R$ 157.600,00 (cento e cinquenta e sete mil e seiscentos reais), que 
corresponde a 200 salários-mínimos;
11
 (ii) de 8% a 10% sobre o valor restante 
(R$ 92.400,00), observando-se, assim, a faixa subsequente à do art. 85, § 3
o
, I. 
A fixação dos honorários da forma proposta permite, enfim, o adequado 
reconhecimento ao trabalho exercido pelo advogado. 
Quanto à definição dos honorários nas execuções propostas contra a 
Fazenda Pública, as regras serão as mesmas do art. 85, § 3
o
, mas com uma 
ressalva: nas ações não impugnadas, submetidas ao regime dos precatórios, 
 
11 Aplicou-se neste exemplo o valor do salário-mínimo vigente a partir de janeiro de 
2015, ou seja, R$ 788,00 (setecentos e oitenta e oito reais). Atualmente esse valor é de 
R$ 880,00 (oitocentos e oitenta reais). 
 
 
 
34 
 
não serão devidos honorários advocatícios (art. 85, § 7
o
). No entanto, na 
hipótese de execução de pequeno valor (art. 100, § 3
o
, CF),
12
 com pagamento 
através de RPV (Requisição de Pequeno Valor), serão devidos os honorários. 
Este já era, inclusive, o posicionamento anotado por nossos tribunais 
superiores.
13
 
 
12 CF, art. 100. “Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, 
Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na 
ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, 
proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos 
créditos adicionais abertos para este fim. [...]” § 3o. “O disposto no caput deste artigo 
relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações 
definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em 
virtude de sentença judicial transitada em julgado.” 
 
13 Nesse sentido: “PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA NÃO 
EMBARGADA. PEQUENO VALOR. DISPENSA DE PRECATÓRIO. CABIMENTO DE 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO DO ART. 
1o-D DA LEI 9.494/97. 1. Em se tratando de execução por quantia certa de título 
judicial contra a Fazenda Pública, a regra geral é a de que somente são devidos 
honorários advocatícios se houver embargos. É o que decorre do art. 1o-D da Lei 
9.494/97, introduzido pela Medida Provisória 2.180-35, de 24 de agosto de 2001. 2. A 
regra, todavia, é aplicável apenas às hipóteses em que a Fazenda Pública está 
submetida a regime de precatório, o que impede o cumprimento espontâneo da 
prestação devida por força da sentença. Excetuam-se da regra, portanto, as execuções 
de pequeno valor, de que trata o art. 100, § 3o, da Constituição, não sujeitas a 
precatório, em relação às quais a Fazenda fica sujeita a honorários nos termos do art. 
20, § 4o do CPC. Interpretação conforme à Constituição do art. 1o-D da Lei 9.494/97, 
conferida pelo STF (RE 420816, relator para acórdão Min. Sepúlveda Pertence). 3. 
Consideram-se de pequeno valor, para esse efeito, as execuções de (a) até sessenta 
(60) salários mínimos, quando devedora for a União Federal (Lei 10.259/2001, art. 17 § 
1o); (b) até quarenta (40) salários mínimos ou o estabelecido pela legislação local, 
quando devedor for Estado-membro ou o Distrito Federal (ADCT art. 87); e (c) até 
trinta (30) salários mínimos ou o estabelecido pela legislação local, quando devedor for 
Município (ADCT, art. 87). 4. Sendo a execução promovida em regime de litisconsórcio 
ativo facultativo, a aferição do valor, para os fins do art. 100, § 3o da Constituição, deve 
levar em conta o crédito individual de cada exequente (art. 4o da Resolução 373, de 
25.05.2004, do Conselho da Justiça Federal). Precedente: REsp. no 728.163/RS, 1a 
Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 21.11.2005. 5. Recurso especial a que se dá 
provimento” (STJ Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 08/05/2007). 
 
 
 
35 
 
 
 
 
36 
 
6. ATOS PROCESSUAIS 
 
6.1 Negócio jurídico processual e calendarização 
 
O novo CPC prevê a possibilidade de alteração do procedimento para 
“ajustá-lo s especificidades da causa” (art. 190). O dispositivo é claramente 
inspirado nos movimentos do contratualismo processual, que permitem uma 
adequação do instrumento estatal de solução de litígios aos interesses das 
partes e ao direito material que os consubstanciam. 
 
A alteração procedimental só pode ser realizada quando a causa 
versar sobre direitos que admitam autocomposição e as partes forem 
plenamente capazes. A modificação deve ser realizada mediante consenso e 
pode incluir o ajuste quanto aos prazos processuais. 
 
Nada impede que a flexibilização quanto ao procedimento seja 
ajustada na fase pré-processual, ou seja, antes mesmo da existência da 
demanda. Em todo caso – convenção firmada antes ou após o processo – 
ainda que a lei não exija a homologação do juiz, é possível que este controle 
a sua validade (art. 190, parágrafo único). 
 
O professor e magistrado Fernando da Fonseca Gajardoni, enumera 
algumas situações que podem admitir a convenção sobre o procedimento. 
Dentre elas, citamos: (i) a ampliação e a redução dos prazos de resposta e 
de recursos; (ii) estabelecimento de novas formas de comunicação, inclusive 
através de aplicativos de mensagens; (iii) opção por memoriais escritos em 
vez de debate oral; (iv) comparecimento das testemunhas sem necessidade 
de expedição de carta precatória ou rogatória
14
. 
 
14
 GAJARDONI, Fernando da Fonseca. Teoria Geral do Processo: comentários ao CPC/2015 (parte 
geral). São Paulo: Forense, 2015, p. 625. 
 
 
 
37 
 
 
O Fórum Permanente de Processualistas Civis, nos enunciados 19 e 21, 
também trouxe alguns exemplos de negócios jurídicos processuais que 
poderão ser pactuados em conformidade com o art. 190: 
 
 Pacto de impenhorabilidade, acordo de ampliação de prazos das 
partes de qualquer natureza, acordo de rateio de despesas 
processuais, dispensa consensual de assistente técnico, acordo 
para retirar o efeito suspensivo da apelação, acordo para não 
promover execução provisória (Enunciado 19); 
 
 Acordo para realização de sustentação oral, acordo para 
ampliação do tempo de sustentação oral, julgamento antecipado 
da lide convencional, convenção sobre prova, redução de prazos 
processuais (Enunciado 21). 
 
A inovação é bastante significativa e, se utilizada com cautela
15
, pode 
trazer maior efetividade ao processo. Para tanto, é imprescindível a 
cooperação entre os jurisdicionados e a fiscalização por parte do magistrado, 
que pode anular a convençãoem caso de abuso. 
 
É possível, ainda, de acordo com o art. 191, que seja formalizado um 
calendário, com a anuência do juiz, para a prática dos atos processuais (art. 
 
15
 Aqui vale o alerta da professora Tereza Arruda Alvim, para quem o art. 190 não permite a pactuação de 
negócio jurídico processual que tenha por objeto deveres processuais imperativos. As partes não 
poderiam, por exemplo, dispor em negócio jurídico processual que uma decisão poderá ser não 
fundamentada, ou que, em eventual demanda, as partes não estão obrigadas a cumprir as decisões 
judiciais. (WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins; RIBEIRO, Leonardo Ferres 
da Silva; MELLO, Rogério Licastro Torres de. Primeiros comentários ao Novo Código de Processo Civil. 
Artigo por artigo. São Paulo: RT, 2015, p. 356-357). Outros limites foram estabelecidos nos Enunciados 
do F rum Permanente de Processualistas Civis: “O neg cio jurídico processual não pode afastar os 
deveres inerentes à boa-f e cooperação” (Enunciado nº. 06); “Não são admissíveis os seguintes 
negócios bilaterais, dentre outros: acordo para modificação da competência absoluta, acordo para 
supressão da 1ª instância” (Enunciado nº. 20). 
 
 
 
 
 
38 
 
191). Caso o juiz aceite a fixação de um calendário, os seus prazos, 
geralmente impróprios, passarão a ser próprios. Isso porque o CPC/2015 
dispõe, expressamente, que o calendário não somente vinculará as partes, 
mas também o juiz. Sendo assim, é preciso que o juiz e as partes avaliem se 
há, ou não, estrutura material para a aplicação e efetivação da norma. De 
todo modo, não há qualquer penalidade para o juiz – pelo menos 
expressamente. Para as partes o descumprimento do prazo acarreta 
preclusão (art. 223). 
 
 
Enunciados do ENFAM sobre os arts. 190 e 191 do CPC/2015 
 
Enunciado nº. 36: “A regra do art. 190 do CPC/2015 não autoriza às partes a 
celebração de negócios jurídicos processuais atípicos que afetem poderes e 
deveres do juiz, tais como os que: a) limitem seus poderes de instrução ou de 
sanção à litigância ímproba; b) subtraiam do Estado/juiz o controle da 
legitimidade das partes ou do ingresso de amicus curiae; c) introduzam novas 
hipóteses de recorribilidade, de rescisória ou de sustentação oral não previstas 
em lei; d) estipulem o julgamento do conflito com base em lei diversa da 
nacional vigente; e e) estabeleçam prioridade de julgamento não prevista em 
lei”. 
 
Enunciado nº. 37: “São nulas, por ilicitude do objeto, as convenç es 
processuais que violem as garantias constitucionais do processo, tais como as 
que: a) autorizem o uso de prova ilícita; b) limitem a publicidade do processo 
para além das hipóteses expressamente previstas em lei; c) modifiquem o 
regime de competência absoluta; e d) dispensem o dever de motivação”. 
 
Enunciado nº. 38: “Somente partes absolutamente capazes podem celebrar 
convenção pré-processual atípica (arts. 190 e 191 do CPC/2015)”. 
 
 
 
39 
 
Enunciado nº. 39: “Não é válida convenção pré-processual oral (art. 4º, § 1º, 
da Lei n. 9.307/1996 e 63, § 1º, do CPC/2015)”. 
 
Enunciado nº. 41: “Por compor a estrutura do julgamento, a ampliação do 
prazo de sustentação oral não pode ser objeto de negócio jurídico entre as 
partes”. 
 
 
 
6.2 Prazos processuais 
 
Muitos prazos foram alterados. De regra, eles foram elastecidos. O 
prazo para a emenda da petição inicial passa de dez para quinze dias. O prazo 
da contestação continua a ser de quinze dias. No entanto, o termo a quo será 
diferenciado, pois dependerá da realização (ou não) da audiência de 
conciliação ou mediação. Quanto à réplica, o seu prazo passa a ser o mesmo 
da contestação, ou seja, ao invés de dez será de quinze dias. 
 
 Além desses exemplos – diversos outros prazos também foram 
modificados –, merece atenção a alteração quanto ao prazo para os recursos. 
Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interposição dos demais 
recursos (apelação; agravo de instrumento; agravo interno; recurso ordinário; 
recurso especial e extraordinário; agravo em recurso especial ou extraordinário; 
e embargos de divergência) será de quinze dias. 
 
A principal alteração é que os prazos processuais passarão a ser 
contados apenas em dias úteis. Além disso, eles serão suspensos entre o 
período de 20 de janeiro e 20 de dezembro, ou seja, durante o chamado 
recesso forense. 
 
 
 
40 
 
Outra importante alteração de prazo é aquele relativo às manifestações 
de litisconsortes com procuradores distintos. Eis os dispositivos comparados: 
 
CPC/2015 
Art. 229. Os litisconsortes que tiverem 
diferentes procuradores, de 
escritórios de advocacia distintos, 
terão prazos contados em dobro para 
todas as suas manifestações, em 
qualquer juízo ou tribunal, 
independentemente de requerimento. 
§ 1º Cessa a contagem do prazo em 
dobro se, havendo apenas 2(dois) 
réus, é oferecida defesa por apenas 
um deles. 
§ 2º Não se aplica o disposto no 
caput aos processos em autos 
eletrônicos. 
CPC/73 
Art. 191. Quando os litisconsortes 
tiverem diferentes procuradores, ser-
lhes-ão contados em dobro os prazos 
para contestar, para recorrer e, de 
modo geral, para falar nos autos. 
 
 
 
 Sobre esse ponto o STJ já decidiu que, na vigência do CPC/73, vale a 
regra do prazo em dobro mesmo que se trate de autos eletrônicos. Ou seja, 
essa modificação só valerá a partir de março de 2016. 
 
“RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. ART. 191 DO 
CPC. PRAZO EM DOBRO. APLICAÇÃO AO PROCESSO JUDICIAL 
ELETRÔNICO. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. 
NECESSIDADE DE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. 
INAPLICABILIDADE PREVISTA APENAS NO NOVO CÓDIGO DE 
PROCESSO CIVIL. 1. Trata-se de embargos monitórios, opostos por 
devedores solidários representados por diferentes advogados, que 
não foram conhecidos sob o fundamento da intempestividade, haja 
 
 
41 
 
vista os autos tramitarem eletronicamente. 2. Em respeito ao 
princípio da legalidade e à legítima expectativa gerada pelo texto 
normativo vigente, enquanto não houver alteração legal, aplica-se 
aos processos eletrônicos o disposto no art. 191 do CPC. 3. O novo 
Código de Processo Civil, atento à necessidade de alteração 
legislativa, no parágrafo único do art. 229, ressalva a aplicação do 
prazo em dobro no processo eletrônico. 4. A inaplicabilidade do 
prazo em dobro para litisconsortes representados por 
diferentes procuradores em processo digital somente ocorrerá 
a partir da vigência do novo Código de Processo Civil. 5. 
Recurso especial provido.” (STJ, REsp nº. 1.488.590/PR, Relator: 
Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, Julgado em 14/04/2015). 
 
Os prazos para o Ministério Público, Fazenda Pública e Defensoria 
Pública serão contados em dobro, qualquer que seja o teor manifestação (arts. 
180, 183 e 186). Ou seja, não há mais prazo em quádruplo para contestar. 
 
Quanto à suspensão dos prazos, verificam-se as seguintes alterações: 
 
CPC/2015 
Art. 221. Suspende-se o curso do 
prazo por obstáculo criado em 
detrimento da parte

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