PROINTER TGP III Relatório Final

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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA 
PÓLO CATALÃO 
 
PROINTER III – RELATÓRIO FINAL 
 
ALUNO: LITIERRI GANDOLFO PEREIRA 
RA: 1048520107 
 
TUTOR: ELIENE ANDRADE REZENDE 
 
 
 
 
CALDAS NOVAS, 27 DE MAIO DE 2016. 
 
Resumo 
 
A Lei de Responsabilidade Fiscal trouxe uma mudança histórica na forma do trato com o dinheiro 
público no Brasil. Foi introduzida a restrição orçamentária pelo legislativo brasileiro, de modo que 
os administradores do dinheiro da sociedade sejam responsabilizados pelo mau uso destes 
recursos. Através do planejamento e orçamento, ficam devidamente penalizadas s as gestões que 
decidem por gastar mais recursos do que se arrecada, deixando dívidas que a prefeitura não 
conseguirá honrar no futuro. A sociedade cobra dos gestores públicos uma postura responsável 
perante os desafios. Neste relatório, daremos prosseguimento ao projeto do Plano Plurianual do 
Município de Caldas Novas, que seguirá um modelo sustentável da nova gestão pública, 
abordando os principais temas, projetos, benefícios e resultados esperados que o novo PPA virá 
trazer para os cidadãos desta localidade, visto que esta ferramenta é de suma importância pois 
desponta como a estrutura básica sobre a qual serão feitas as demais peças do planejamento 
orçamentário: a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que é a qual irá definir as regras, e a Lei 
Orçamentária Anual - que é o orçamento propriamente dito - que irá executar anualmente tudo o 
que foi previsto e planejado. No novo momento que vive a administração pública brasileira, 
modernizar a gestão tributária, orçamentária e a melhoria da qualidade do gasto público, nos dá 
uma perspectiva de desenvolvimento local sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
Os agentes públicos precisam gerir o dinheiro público da melhor maneira possível e 
responsável, sendo transparente em todos os seus atos, em níveis gerais de governo, de modo 
que contenha os excessivos gastos públicos, pois não se pode gerar despesas indiscriminadas, 
principalmente, sem que tenha por objetivo beneficiar a coletividade em tempos de crises 
econômicas. 
No presente artigo acadêmico, será abordada uma forma genérica e de acordo com o 
manual do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de se elaborar um 
Plano Plurianual – PPA – para o município de Caldas Novas, Estado de Goiás, que possui uma 
população aproximada de 80.000 (oitenta mil) habitantes, segundo estimativas do último Censo 
Demográfico realizado no ano de 2015 pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística – IBGE. 
Os princípios base deste PPA serão alinhados de acordo com as metas globais propostas 
pela ONU no Fórum de Gestão – Cidades Sustentáveis. A prefeitura de Caldas Novas irá utilizar 
como referência o plano de metas de uma gestão sustentável, seja no aspecto econômico, 
financeiro, orçamentário, administrativo, social, cultural e ambiental. Para que a efetiva aprovação 
e execução das metas do Plano Plurianual sejam atingidas, é necessária que o cenário político local 
esteja favorável, que o prefeito possua níveis relativamente bons de popularidade, uma base 
aliada forte na Câmara de Vereadores, representatividade significante perante as autoridades 
regionais, tais como Deputados Estaduais, Federais, Governo Estadual e uma equipe especializada 
em planejamento estratégico de governo. Segundo Figueirêdo (2001): “Se estes itens observados 
forem satisfeitos, as chances de sucesso na implantação das mudanças serão percebidas em um 
curto espaço de tempo”. 
 
Desenvolvimento 
 
Uma das bases do planejamento orçamentário do município é aperfeiçoar a capacidade de 
arrecadação ao mesmo tempo em que incremente a qualidade dos serviços prestados à 
população, de maneira sustentável. A base do novo Plano Plurianual será a sustentabilidade 
orçamentária do município, cumprindo todas as regras determinadas pela Lei de Responsabilidade 
Fiscal. Durante a fase de discussões do PPA, serão apresentados para toda a população que estiver 
presente nas sessões os indicadores tributários e fiscais, de modo que seja um debate 
democrático e transparente. Com mais transparência e informação, será garantido o efetivo 
controle popular e o exercício da cidadania sobre as gestões locais. 
A Lei Complementar nº 101, de maio de 2001, conhecida como Lei de Responsabilidade 
Fiscal (LRF), faz uma integração dos três instrumentos já previsto na Constituição Federal de 1988, 
são eles: O Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e Lei de Orçamento Anual 
- LOA. Estes instrumentos têm diferentes características. O Plano Plurianual defina os objetivos e 
metas da administração pública para as despesas de capital. Todas as despesas serão planejadas 
através das ações que integrarão os programas do PPA. Já a Lei de Diretrizes Orçamentárias 
dimensiona as ações e metas físicas (financeiras) de cada exercício fiscal. Por fim, a Lei 
Orçamentária Anual provê os recursos necessários para cada ação já determinada na LDO. 
 
O que a LFR fez na realidade, foi a imposição de uma compatibilização entre estas três 
ferramentas. Ela trouxe a regulação para as finanças públicas com o objetivo de equilibrar receitas 
e despesas, de forma que o Estado tenha uma atuação mais eficaz em benefício dos interesses 
sociais. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade fiscal, com a 
finalidade de reduzir o déficit público, estabilizar a economia e controlar o gasto público que o 
administrador ordena ou permite. Fato este que na recente história do Brasil, uma presidente da 
república foi afastada de seu cargo por ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal, autorizando gastos 
exorbitantes que estavam direcionando o país para uma catástrofe econômico-financeira. 
Segundo Figueirêdo (2001), a LRF modifica a lógica da geração de despesa, pois deixa-se 
de observar apenas o aspecto orçamentário e passa a exigir a demonstração da existência de 
recursos financeiros suficientes para suportar a despesa criada ou aumentada. 
Neste sentido, o artigo 16 da LRF dispõe que a criação, expansão ou aperfeiçoamento da 
ação governamental, que acarrete aumento da despesa, deverá ser acompanhado da estimativa 
de impacto orçamentário-financeiro e da declaração do ordenador da despesa, informando que 
aquela despesa tem adequação orçamentária de acordo com a LOA e compatibilidade com o Plano 
Plurianual (PPA) e com a LDO. 
Dessa forma, o art. 16 passou a exigir do ordenador da despesa (o gestor público em 
questão) mais rigor no acompanhamento dos gastos, atribuindo a ele maior responsabilidade, 
uma vez que ele terá de declarar se o gasto está de acordo ou não com os objetivos e metas do 
Plano Plurianual. 
Nas palavras de Nóbrega (2002, p. 25), os principais objetivos da lei são: 
 
- instituir uma gestão fiscal responsável, com ênfase no controle do gasto continuado e do 
endividamento; 
 
- prevenir desvios e estabelecer mecanismos de correção e dessa forma, punir 
administrações e administradores pelos desvios graves e por eventual não adoção de medidas 
corretivas; 
 
- modificar profundamente o regime fiscal brasileiro, dando um “choque” de 
transparência no setor público, com maior divulgação das contas públicas e, ao mesmo tempo, 
tornando-as mais inteligíveis. 
 
Já Oliveira (2004, p. 10) vê na LRF objetivos de caráter econômico e financeiro, visando ao 
“controle da dívida pública, a prevenção de déficits imoderados e recorrentes, uma gestão austera 
dos recursos públicos, o ajuste estrutural das contas do setor público.” 
 
Princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal 
O artigo 1º, § 1º, da LRF, assim dispõe: 
 
A responsabilidadena gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se 
previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o 
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas [...] (BRASIL, 2000a, grifo nosso). 
 
Pode-se tirar importantes princípios deste artigo, entre os quais, Planejamento, 
Transparência e Equilíbrio Fiscal, que são indispensáveis para a aplicação da lei. 
O planejamento é um princípio fundamental da administração pública (art. 6º do 
Decreto-lei nº 200, de 1967) e uma das funções do Estado (art. 174 da Constituição 
Federal). É um instrumento essencial para a formulação de políticas e de organização e 
execução dos serviços públicos. Torna transparente e precisa a ação, organiza o que será 
executado, possibilita a identificação e o levantamento dos recursos necessários e fixa 
parâmetros para o controle e a avaliação das ações empreendidas e dos resultados. 
Como ensina o professor Matias Pereira (2003, p. 124), “planejar significa dar 
transparência e consistência à própria ação, fixando metas e prazos para orientação e 
prevendo os meios necessários para alcançá-las.” Ainda, para o mesmo autor, “o 
planejamento pode ser visto como um conjunto de ações interligadas e complementares, 
realizadas nas diferentes instâncias da organização governamental, com vista no 
atingimento de determinado objetivo.” 
 
Objetivos do Plano Plurianual 
 
Os principais objetivos de um PPA são: 
 Definir com clareza as prioridades da gestão bem como os resultados esperados; 
 Organizar os programas de ações que atendam as demandas da sociedade; 
 Possibilitar que a alocação de recursos nos orçamentos anuais seja coerente com as 
diretrizes e metas do Plano; 
 Dar transparência à aplicação de recursos e aos resultados obtidos; 
 
 
Para que estes objetivos sejam atingidos com êxito, é necessário que: 
 
 O plano seja compatível com a orientação estratégica do governo de acordo com as 
possibilidades financeiras do município; 
 Definição de responsabilidades, de modo que cada programa e ação tenha definido um 
gerente; 
 Seja atualizado e realinhado de forma condizente com o atual cenário econômico em que 
o país se encontra. 
 
Elementos Essenciais 
Avaliar a situação atual e perspectivas para a ação do município e estabelecer programas que irão 
propiciar o alcance dos objetivos do governo. 
Processo de Planejamento Plurianual 
 
1.Fonte: Autor do trabalho 
Ainda segundo Sol Garson (2001): “É fundamental que cada município, ao elaborar seu PPA, já 
defina normas para seu acompanhamento e avaliação, bem como atribua responsabilidades para 
isto.” 
 
Base Estratégica 
 
A Cidade Atual X Futuro Desejado 
 
As orientações estratégicas do Prefeito e dos Secretários servirão de base para a 
elaboração dos Programas que compõem o PPA. Deverá ser levado em consideração, não apenas 
o que se gostaria de fazer, mas o que se pode fazer com o orçamento que se tem. O desenho 
destes programas obedecerá às limitações de ordem econômico-financeira, legais e 
constitucionais. 
Ainda segundo Josélia Castro de Albuquerque (2001): "A ausência destas considerações 
poderá levar o administrador a tomar decisões erradas, inviáveis, criando situações de desperdício 
ou descontrole". Para evitar que isto ocorra, é preciso elaborar um conjunto de providências que 
permitam no curto espaço de tempo a construção de metas possíveis e realistas para a elaboração 
do PPA. 
 
 
2. Fonte: Autor 
 
 
 
A comparação com outras cidades possibilita não apenas dimensionar as carências do município 
estudado, como também ajudará a dimensionar as metas, deixando deste modo, as mesmas 
realistas. 
 
Levantamento das Ações Setoriais 
 
Além de ser feito o levantamento dos pontos fortes das dificuldades da cidade, cabe fazer um 
levantamento das ações e programas a serem coordenados por cada secretaria, órgão ou entidade 
do município. Este levantamento será encaminhado ao Prefeito, que irá discutir e divulgar suas 
ações juntamente com a participação popular. 
 
Das condições necessárias 
 
Para uma mudança deste nível lograr êxito, segundo Ari Vainer (2001), é de suma 
importância que o município tenha uma estrutura administrativa boa e eficiente e que os 
servidores da Prefeitura tenham a devida condição técnica para realizar tal feito. Uma maneira de 
se começar a mudar o quadro de servidores é atualizar aos poucos o efetivo, trocando servidores 
comissionados por concursados, cada qual com seu grupo e plano de carreira definido, visando o 
constante aperfeiçoamento profissional destes indivíduos. 
Não há dúvidas que uma situação de acentuada fragilidade nestas áreas poderá levar o 
projeto ao fracasso, pois será necessário alocar recursos à capacitação de servidores, realização de 
concursos públicos e reestruturação administrativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Definição de Macro objetivos 
Ficam definidos os macro objetivos a serem abordados no próximo Plano Plurianual para o 
período de 2018-2021: 
 
 Implantar ouvidorias em todas as secretarias da prefeitura 
 Recapear, de modo a recuperar todas as vias urbanas com a massa asfáltica deteriorada 
da zona urbana do município 
 Programas de economia de água e energia 
 Melhorar a qualidade da água fornecida aos habitantes pelo DEMAE 
 Promover fóruns de debates e discussões, implantando a cultura de Gestão Participativa 
na cidade, com eleições democráticas para representantes de cada bairro 
 Ampliar e estruturar as áreas verdes do município para que os habitantes possam 
desfrutar seus momentos de lazer 
 100% dos domicílios conectados à rede de esgoto 
 Atender a demanda por vagas em creches 
 Publicar em formato aberto e de fácil compreensão os dados referentes ao orçamento do 
município, em observância ao princípio da publicidade e transparência 
 Implantar de imediato, 10 leitos de UTIs que atendam pelo SUS 
 
Cada item acima destacado, terá 1 (um) ou mais programas de ações voltadas para a sua 
execução, acompanhamento e mensuração dos resultados. 
 
Formulário de Levantamento 
 
3. Fonte: Autor 
 
 
Conforme orientações do Manual para Elaboração do PPA as ações serão catalogadas em um 
formulário a ser criado com a seguinte estrutura: 
 
Código: Composto pela sigla do órgão/entidade e ordem sequencial das ações. 
-Exemplo: ASMOU01 - Ação nº 01 da Secretaria Municipal de Obras Urbanas. 
 
 
Formulário do Programa 
Denominação: Especificar a ação do programa e seu órgão responsável. Exemplo: 
- ASMOU01: Fazer o recapeamento das vias urbanas do município que estão com a massa 
asfáltica deteriorada. 
Objetivo: Tornar as vias seguras, confortáveis e sinalizadas, diminuindo os riscos de acidentes e 
evitando gastos com operação tapa-buracos nas épocas chuvosas. 
* Nota-se que a descrição dos objetivos está em conformidade com a Lei de 
Responsabilidade Fiscal, pois compatibiliza uma melhora no serviço prestado (aumentar 
conforto, segurança e diminuindo riscos de acidente) ao mesmo tempo em que atua para 
evitar despesas futuras (evitando gastas com operação tapa-buracos no futuro). 
Público Alvo: Toda a população, turistas e quaisquer transeuntes que passem pela cidade, além de 
melhorar a estética e aparência do município. 
Início Previsto – (0% de obras concluídas) 2018 - Término Previsto – 2021 (100% de obras 
concluídas) 
Registro Fotográfico 
Situação Atual: 
4 Rua de um bairro residencial em Caldas Novas Fonte: Autor 
 
 
 
Situação Desejada: 
 
5 Imagem Meramente Ilustrativa. Fonte: Prefeitura de São José dos Pinhais 
 
Adespesa que será empenhada na execução dos programas, virá da Projeção de Receitas - IPTU E 
ISS (por exemplo), seguida da previsão de despesas para o próximo período do PPA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusão 
Conseguindo implantar a nova cultura organizacional nas prefeituras, a gestão participativa, do 
amplo conhecimento técnico e respeitando às leis de responsabilidade fiscal, torna-se possível o 
equilíbrio das contas públicas juntamente com a execução de políticas públicas que visem à 
melhoria da qualidade do serviço prestado para a população local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
Base Principal: 
MANUAL DE ELABORAÇÃO DE PLANO PLURIANUAL – BNDES: 
http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecim
ento/livro_lrf/Ppa.pdf 
Complementares: 
BALDO, Rafael Antonio. Novos Horizontes para a Gestão Pública – 1ª Ed. vol.2. Juruá, 2009. (Livro 
Principal) 
 BRUNO, Reinaldo Moreira. Lei de responsabilidade fiscal e orçamento público municipal. 4ª Ed., 
Juruá, 2011. 
CICCO, Claudio de; GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria geral do estado e ciência política. 4ª Ed., 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012. 
GORGES, Eduardo. A Lei de Murphy no Gerenciamento de Projetos. 1ª ed. Rio de Janeiro: 
Brasport, 2010. (Livro Principal) 
MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO. O PPA – Plano Plurianual. 
http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/spi-1/ppa-2016-2019/ppa-2016-
2019-ascom-3.pdf 
Nóbrega Ribas - http://www.corrupcaocustacaro.org.br/sr-ney-da-nobrega-ribas-1-31033-
307856.shtml