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Relatório da Segunda Visita Técnica – Núcleo Geisel, Country Club e Chácara Odete com o professor Manuel da Silva

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Faculdade de Engenharia – Campus Bauru
Relatório da Segunda Visita Técnica – Núcleo Geisel, Country Club e Chácara Odete
Bruno Leite 151011842
Gabriel Partel 151012199
Fábio Alayon 151010196
Helena Fukuda 151012059
Júlia Girondo 151011801 
Laís Martello 151011346
Lucas Fraiha 151011141
SP-BAURU
Novembro/2015
Resumo
 Na visita realizada no dia 22/08/2012 ao Núcleo Habitacional Geisel, Country Club e à Chácara Odete, tomou-se conhecimento do problema das erosões nos respectivos lugares citados. Uma de suas causas é desenvolvimento das cidades devido à ampliação de áreas construídas, concentrando e reduzindo o tempo do escoamento pluvial, o que acelera o desenvolvimento de processos erosivos.
 Com a supervisão do Professor Doutor Manuel Joaquim Duarte da Silva, analisou-se as soluções encontradas, que tiveram como engenheiro responsável o próprio professor,e o docente explicou quais as causas dos problemas e as soluções cabíveis.
Informações gerais
A visita ocorreu no dia Novembro/2015 das 14:00 às 16:00, com o professor Manuel Joaquim Duarte da Silva, engenheiro civil, ao Núcleo Habitacional Geisel, Country Club e à Chácara Odete
Introdução
Um dos problemas mais graves causados pela implantação de loteamentos em grande parte dos municípios brasileiros é a degradação de áreas urbanas por erosão, ravinas e voçorocas, sobretudo devido à maneira que os loteamentos são implantados. O grande poder destrutivo das erosões promove situações de risco à comunidade e transforma-se em condicionante restritivo para a expansão urbana, pois os sedimentos produzidos provocam assoreamentos de cursos d'água, indispensáveis ao abastecimento público (Oliveira e Brito, 1998). 
Erosão é o desgaste do solo e das rochas e seu transporte, em geral feito pela água da chuva, pelo vento ou, ainda, pela ação do gelo, quando expande o material no qual se infiltra a água congelada. A erosão destrói as estruturas (areias, argilas, óxidos e húmus) que compõem o solo. Estas são transportadas para as partes mais baixas dos relevos e em geral vão assorear cursos d'água. A erosão é um problema muito sério, e devem ser adaptadas práticas de conservação de solo para minimizar o problema.
 A erosão na área urbana pode ter várias causas, tais como ação de chuvas.
Objetivos
	O principal objetivo da visita foi mostrar aos alunos a atual situação de algumas regiões da cidade nas quais sofreram com o processo erosivo, causado principalmente pela falta de planejamento urbano, implantados sem os devidos cuidados com as limitações que o meio físico oferece. Também nos foi mostrado algumas soluções para esses problemas nas respectivas localidades. Nesse relatório, pretendemos expor o que percebemos nessa visita, utilizando de fotos e dos conceitos aprendidos em sala.
Discussão
Drenagem urbana
Drenagem é o ato de escoar as águas de terrenos encharcados, por meio de tubos, túneis, canais, valas e fossos sendo possível recorrer a motores como apoio ao escoamento. Os canais podem ser naturais ou artificiais de concreto simples ou armado ou de gabião. Os sistemas de drenagem, que compreendem além dos condutos forçados e dos condutos livres podem ser urbanos ou rurais e visam escoar as águas de chuvas e evitar enchentes. Tem sido cada vez mais frequente o uso de geossintéticos para melhorar o desempenho e prolongar a vida útil dos sistemas de drenagem.
Para a elaboração desse projeto de drenagem os passos devem incluir os seguintes:
Reconhecimento e penação da área afetada
Levantamento topográfico
Estudo do lençol freático
Estudo do solo
Elaboração do projeto.
No primeiro se conhece a área a ser drenada e verifica-se a possível origem do excesso de água. 
O segundo item também é essencial, pois através dele pode-se traçar a diretrizes do projeto buscando descobrir de que lugares mais altos a água flui e quais os mais baixos onde serão enterrados os tubos. 
O estudo do Lençol Freático é bem específico e depende da região, para esta há a necessidade da instalação de uma rede de poços de observação, cobrindo toda a área do projeto. 
O Estudo do Solo consiste em verificar a condutividade hidráulica e a macro porosidade do solo. Estes dados entram diretamente nos cálculos de espaçamento dos drenos. Também é importante o estudo do clima para verificar as precipitações na região. 
Finalmente o projeto é elaborado baseando-se nos dados anteriores e nas fórmulas disponíveis para verificar o melhor espaçamento dos tubos e o layout mais eficiente para ser utilizado no seu projeto. Caracterizada por rios subterrâneos, como em áreas calcárias (grutas).
Erosão
A erosão de solos é um processo da dinâmica da natureza, sendo acelerado pelas formas de uso do solo e de ocupação do relevo. A sociedade, através do uso de técnicas, transforma os ambientes e gera novos ritmos aos processos naturais, cuja erosão de solos é um exemplo. Neste sentido, a erosão dos solos ocorre nos espaços urbanos e rurais e com diferentes tipos (laminar ou linear), e intensidades (sulcos, ravinamentos e voçorocamentos), sendo necessária no seu estudo a análise através das escalas temporal e espacial. Os aspectos da paisagem local e regional; sua geologia, geomorfologia, pedologia, climatologia e hidrologia; são fundamentais na dinâmica dos processos erosivos e influenciam na localização das áreas mais suscetíveis. Por outro lado, as formas de uso do solo (agrícola, pecuária, silvicultura, entre outras) pelas práticas de manejo e de conservação atuam no ritmo temporal dos processos erosivos. Para Guerra (1994), a erosão dos solos deve ser considerada um problema político, econômico e social, cujo Estado está cada vez mais envolvido no diagnóstico e nos programas de recuperação dos solos. Entretanto, o mesmo autor considera que as principais regiões afetadas pelos processos erosivos são aquelas com dinamismo econômico estagnado e prejudicadas pela falta de atuação do Estado em assistência técnica e créditos rurais aos pequenos produtores. Uma das regiões, que sofrem com a intensidade dos processos erosivos e com a falta de apoio institucional, é a região de Presidente Prudente no interior paulista. A história agrícola do Extremo Oeste do Estado de São Paulo registra intensas mobilizações destinadas à implantação de ciclos produtivos como o café, algodão, amendoim e pastagens. A utilização desses solos para produção de alimentos e matériasprimas, sem os devidos cuidados conservacionistas, resultou num processo contínuo de alteração da estrutura natural, ocasionada pelos implementos agrícolas e preparo intensivo, resultando no aumento das perdas por erosão. Além das erosões rurais e seus problemas aos pequenos produtores, os processos erosivos lineares nas periferias das pequenas cidades do interior paulista geram transtornos e riscos às populações, e gastos ao poder público nas obras de controle de voçorocas urbanas. Este fato é decorrente da expansão desordenada das áreas urbanas com ocupação das cabeceiras de drenagem e dos fundos de vale, fruto da falta de aplicação dos instrumentos jurídicos disciplinadores do uso e ocupação do solo urbano (áreas non aedificantie as Áreas de Preservação Permanente). Neste contexto, temos como objetivo apresentar as consequências geradas pelos Revista GEOMAE - Geografia, Meio Ambiente e Ensino. Vol. 02, Nº 02, 2º SEM/2011 58 processos erosivos aos solos nas áreas rurais e urbanas da Região de Bauru SP, citando alguns exemplos e apresentando as atuações públicas no controle e prevenção dos processos de perda de solo nesta região.
A variedade e a quantidade de resíduos gerados pelo crescimento da população e pelo desenvolvimento industrial mundial são bastante marcantes. A palavra resíduo deriva-se do latim resíduo que significa aquilo que sobra de qualquer substância. Ao longo do tempo foi incorporado a esta palavra o termo sólido para diferenciar estes resíduos dos restos líquidos lançados nos esgotos domésticos e das emissões gasosasdas chaminés de indústrias à atmosfera.
Os resíduos sólidos recebem diferentes denominações dependendo do tipo de material da região e de onde são gerados, como por exemplo: lixo, sucata, refugo, entulho, restos ou esgotos.
A problemática dos resíduos sólidos municipais é tão abrangente que foi inserida em primeiro plano nas estratégias do desenvolvimento sustentável e, que têm como meta um manejo adequado dos resíduos, por meio da implementação dos 3R (redução, reutilização e reciclagem dos resíduos), que abrange a sociedade com uma maior conscientização ambiental diminuindo o seu consumo exagerado.
É comum observar o uso das erosões como depósito de lixo (lixo urbano, entulho, etc.) e consequentemente a reativação das mesmas devido a esse uso impróprio. A população não tem consciência de que o lançamento de lixo nas erosões só agrava o problema, e que a maioria tenta “tapar a erosão” lançando lixo em seu interior, visando resolvê-lo. O Poder Público Municipal além de não resolver o problema (com um projeto de controle das erosões e recuperação da área), não instrui a população quanto ao impacto ambiental causado pela erosão e pelo lixo, bem como os riscos à saúde que o lixo lançado em local impróprio oferece.
Tentando conter o processo erosivo no perímetro urbano, quase todos os municípios brasileiros adotaram o método inadequado de utilizar o resíduo urbano para aterrar as erosões. Além de não ajudar em nada no processo erosivo, pode acelerar seu processo ou ainda, reativar processos erosivos estabilizados.
O processo consiste em descartar o resíduo urbano coletado através de caminhões compactadores a montante das erosões. Depois de despejado, dezenas de pessoas, em condições degradantes, “catam” o lixo à procura de materiais recicláveis (papéis, vidros, plásticos e metais) visando comercializá-los para a sua sobrevivência.
Após a ação dos catadores, o restante do lixo é empurrado para o interior da erosão, sem nenhum tratamento ou cuidado com a poluição ambiental, sendo que depois de preenchida, é coberto com uma camada fina de solo (inferior a 30 cm) que é compactada, formando as voçorocas lixões.
Esse procedimento acarreta graves consequências ao meio físico, tais como:
Formação dos catadores de lixo, grave problema social;
 A área aterrada com lixo se torna inadequada para construção, pois sofre grandes recalques devido à decomposição de matéria orgânica;
Retomada do processo erosivo com maior intensidade, pois o lixo é de alta permeabilidade e de menor resistência à erosão. Voçorocas com lixo são reabertas, ocorrendo à formação de novas com dimensões maiores que as originais e espalhamento de lixo à jusante;
Problemas de poluição visual e contaminação do ar, favorecendo a proliferação de vetores transmissores de doenças;
Contaminação do solo, dos recursos hídricos e do lençol freático;
A decomposição orgânica gradual do lixo provoca uma pequena depressão alongada acompanhando o eixo da erosão original;
Devido ao processo exotérmico de decomposição da matéria orgânica, observa-se elevação da temperatura da camada de terra que cobre o lixo, dificultando o desenvolvimento da camada vegetal na superfície aterrada;
Formação de trincas e desnivelamento da superfície em virtude da redução do volume de lixo pela decomposição, possibilitando o escoamento por essas trincas, acelerando a tomada do processo erosivo e;
Exsudação de chorume, que contamina o solo e os recursos hídricos.
Observa-se então que em vez de resolver os problemas iniciais, o Poder Público apenas o adia, havendo um agravamento da degradação ambiental na área da erosão e suas vizinhanças, pois o procedimento de simples lançamentos de lixo domiciliar em erosões promove o surgimento dos lixões, que é considerado crime ambiental.
O impacto das erosões nos recursos hídricos já se manifesta através do assoreamento de cursos d’água e reservatórios. A erosão e o assoreamento trazem como uma de suas consequências uma maior frequência e intensidade de enchentes danosas e também alterações ecológicas que afetam a fauna e flora. Outra consequência é a perda de capacidade de armazenamento d’água de reservatórios assoreados, gerando problemas de abastecimento.
Situação Atual
Atualmente, a região do núcleo Geisel se encontra segundo as fotos abaixo:
Imagem 1 – Situação atual do núcleo Geisel
Imagem 2 – Situação Atual do Núcleo Geisel
	O processo erosivo encontra-se controlado nessa região, sem o risco de novos deslizamentos de terra, já que providencias foram tomadas no sentido de encaminhar corretamente a água pluvial.
	Já o Country Club foi totalmente destruído pela terra, que o encobriu, mantendo apenas algumas de suas estruturas, como mostrado abaixo:
Imagem 3 – Antiga entrada do Country Club
	Na região dos Condomínios Chácara Odete, a erosão também esta controlada, sobrando apenas seus danos ao terreno, como mostrados abaixo:
Imagem 4 – Situação atual do condomínio Chácara Odete
Conclusão
	Após a visita, pudemos perceber que o desenvolvimento das cidades através da ampliação de áreas construídas e pavimentadas aumenta o volume e velocidade das enxurradas, concentrando os escoamentos e acelerando o desenvolvimento das erosões, como aconteceu nos exemplos citados anteriormente.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, G. S. de & RIBEIRO, F. C., “Correlação de Processos Erosivos Lineares e Enchentes com Base em Índices Pluviométricos no Município de Bauru, SP”. In: Simpósio Nacional de Controle de Erosão, 5a edição, Bauru/SP, 1995. Anais.
BIGARELLA, J. J. & MAZUCHOWSKI, J.Z., ”Visão Integrada da Problemática da Erosão”. In: Simpósio Nacional de Controle de Erosão. Maringá, ABGE/DEA, 1985.

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