Buscar

Prova de Teoria Geral do Estado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Leia atentamente as questões. A interpretação faz parte da avaliação. Responda somente ao que está sendo pedido. Esta avaliação vale 7,0 pontos. Boa prova.
Questões 01, 02 e 03. Segundo Luiz Carlos Bresser-Pereira, “Nas sociedades antigas, o Estado era o instrumento de dominação de uma oligarquia; na sociedade liberal do século XIX, ainda era um instrumento de dominação de uma grande classe burguesa; já nas sociedades democráticas, apesar de não se poder descartar o conceito de classe dominante, o Estado é o instrumento por excelência de ação coletiva da nação e da sociedade civil. Nos dois últimos casos, o Estado é o resultado ou de uma construção política ou de uma construção através da política. Além de construírem sua nação e sua sociedade civil, os cidadãos, através destas, constroem também seu Estado e seu Estado-nação. Trata-se de uma construção lenta e difícil, muitas vezes contraditória, mas que sempre procura ser racional – o que justifica o conceito de Estado de Hegel como consubstanciação da razão humana –; daquela razão que cada sociedade foi capaz de historicamente expressar em termos institucionais. O Estado é a instituição soberana – é o poder que não reconhece poder acima dele – garantida pela ordem jurídica e pela organização social. Conjuntamente com a sociedade e o território, ele forma o Estado-nação, a saber, o poder político-territorial soberano. O Estado foi sempre a instituição fundamental das sociedades civilizadas, antigas ou modernas, mas enquanto nas primeiras era apenas um instrumento de poder de oligarquias militares e religiosas, nas sociedades modernas ou capitalistas que se tornaram democráticas e que continuaram a se democratizar, o Estado é o instrumento através do qual a sociedade politicamente organizada busca realizar seus objetivos comuns no plano político.” (A construção política do Estado. In: Lua Nova, São Paulo, 81: 117-146, 2010, p. 117/118).
01. A partir desse texto, é possível dizer que o autor defende a existência do Estado desde a antiguidade? Fundamente. (1,0 ponto)
02. Segundo o texto, o entendimento do que é o Estado também não prescinde da identificação de seus elementos constitutivos? Fundamente. (1,0 ponto)
03. No texto, o autor aborda os três principais elementos constitutivos do Estado, sobre os quais não pairam dúvidas na doutrina? Fundamente. (1,0 ponto)
Questões 04, 05 e 06. Leia o texto abaixo, intitulado “Raúl Castro pede na ONU o fim incondicional do embargo”, publicado no jornal eletrônico El País, versão brasileira, aos 28/09/2015, e responda as questões que o seguem:
“Raúl Castro subiu lentamente, entre aplausos, ao pódio da Assembleia Geral das Nações Unidas na segunda-feira, colocou seus papéis com cuidado e pigarreou várias vezes para limpar uma voz mais rouca do que o habitual. E começou a falar. Era sua primeira vez como presidente de Cuba e também a primeira ocasião em que se dirigia a toda a comunidade internacional desde que os Estados Unidos e a ilha iniciaram a normalização de relações rompidas há mais de meio século. Algo que, entretanto, mal se notou em seu discurso, ao que Raúl Castro deu um tom mais duro que os pronunciados nos últimos nove meses de progressivo degelo.
Depois de ‘56 anos de heroica e abnegada resistência do povo cubano’, começou Castro ao abordar, nos últimos minutos de seu discurso, o tema que mantinha todos atentos a suas palavras, ‘foram restabelecidas as relações diplomáticas e as embaixadas nas respectivas capitais’.
Que esse passo, iniciado em julho e consumado com a visita do secretário de estado John Kerry a Havana em meados de agosto é só o início de um ‘longo e complexo processo para a normalização das relações’, como disse Castro, é algo que as duas partes têm enfatizado desde o começo das negociações.
Também não foi surpresa o presidente cubano, logo em seguida, voltar a enumerar a lista de exigências que Havana tem para Washington antes de se completar o processo. Não é a primeira vez que Havana pede o fim do ‘bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba’ ou embargo, como é chamado nos Estados Unidos ou a devolução do ‘território ocupado ilegalmente pela Base Naval de Guantánamo’. Tampouco é nova sua exigência, reiterada na ONU, de que ‘cessem as transmissões de rádio e televisão e dos programas de subversão e desestabilização’ contra a ilha. Ou que Cuba peça uma ‘compensação’ pelos ‘prejuízos humanos e econômicos que ainda sofre’.
O que surpreendeu foi Castro não ter um só gesto para Obama na drástica mudança de rumo da política bilateral. O presidente norte-americano não estava no auditório quando o líder cubano falou, mas na terça-feira ambos terão um novo encontro bilateral para consolidar o processo e dar a ele um empurrão definitivo. Antes de seu primeiro encontro, na Cúpula das Américas no Panamá em abril, Castro também fez uma longa retrospectiva dos prejuízos históricos causados a Cuba pelos Estados Unidos. Mas eximiu explicitamente Obama de qualquer responsabilidade neles.
A dureza do tom de Castro surpreende também porque, pouco antes, do mesmo pódio de onde Castro falou, Obama fazia o incomum gesto de pressionar seu próprio Congresso para pôr fim ao embargo cubano, um desenlace que o mandatário norte-americano chegou a qualificar de ‘inevitável’.
‘A mudança não chegará a Cuba da noite para o dia, mas estou seguro de que é a abertura, e não a coerção, que apoiará as reformas e uma vida melhor que os cubanos merecem’, acrescentou Obama. Claro que, no mesmo discurso, também prometeu que seu Governo continuará ‘defendendo os direitos humanos’ em Cuba e criticou duramente os governantes que ‘se aferram ao poder’.
‘É inaceitável’, replicou Castro, ‘que se distorça a promoção e a proteção dos direitos humanos, utilizando-os de forma seletiva e discriminatória para validar e impor decisões políticas’.
O apoio explícito que faltou aos Estados Unidos no discurso do Raúl Castro não minguou para os aliados tradicionais de Cuba na região.
A Venezuela ‘contará sempre com a solidariedade de Cuba frente às tentativas de desestabilizar e subverter o ordenamento constitucional e destruir a obra iniciada pelo companheiro Hugo Chávez Frías e continuada pelo presidente Nicolás Maduro Moros a favor do povo venezuelano’, prometeu Castro.
O líder cubano também selou sua ‘firme e irrestrita solidariedade’ com o equatoriano Rafael Correa, ‘alvo’, segundo Castro, ‘do mesmo roteiro de desestabilização aplicado contra outros governos progressistas da região’. Castro também manifestou solidariedade com a Argentina ‘em sua legítima exigência de soberania sobre as ilhas Malvinas’ e enviou seu ‘apoio solidário’ à presidente brasileira Dilma Rousseff ‘na defesa de importantes conquistas sociais e da estabilidade do país’.”
04. No texto, as duas referências expressas ao termo “povo” possuem conotação jurídica? Fundamente. (1,0 ponto)
05. Destaque um trecho do discurso de Raúl Castro que tenha relação expressa com a questão da soberania e, no contexto do texto, o analise pela ótica do atributo absoluto, quer para afirmá-lo, que para infirmá-lo. (1,0 ponto)
06. É possível afirmar, a partir dos trechos de discurso atribuídos a Barak Obama, que Cuba não é uma república? Fundamente, indicando expressamente o critério utilizado para entender o que é uma república. (2,0 pontos)

Continue navegando