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0 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ – CAMPUS BELÉM VITOR BRABO DOS SANTOS ELEMENTOS DE MÁQUINAS: Elementos de Transmissão de Potência e Movimento Belém-PA 2015 1 VITOR BRABO DOS SANTOS ELEMENTOS DE MÁQUINAS: Elementos de Transmissão de Potência e Movimento Trabalho, da disciplina Elementos de Máquinas, para avaliação semestral apresentado ao Curso de Mecânica integrado ao ensino médio. Professor: Washington Belém-PA 2015 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3 2 ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO E POTÊNCIA .............................................................. 3 2.1 Transmissão pela forma .................................................................................................... 4 2.2 Transmissão por atrito ...................................................................................................... 5 3 POLIAS E CORREIAS ........................................................................................................... 6 3 TRANMISSÃO POR ENGRENAGENS .............................................................................. 11 3.1 Engrenagens Cilíndricas ................................................................................................. 13 3.2 Engrenagens Cônicas ...................................................................................................... 14 3.3 Engrenagens Helicoidais ................................................................................................ 14 3.4 Cremalheira .................................................................................................................... 15 4 CABOS .................................................................................................................................. 16 5 CORRENTES ........................................................................................................................ 18 6 EIXO A EIXO ....................................................................................................................... 20 6.1 Eixos Maciços ................................................................................................................ 22 6.2 Eixos Vazados ................................................................................................................ 22 6.3 Eixos Cônicos ................................................................................................................. 22 6.4 Eixos Roscados ............................................................................................................... 23 6.5 Eixos-árvores Ranhurados .............................................................................................. 23 6.6 Eixos-árvores Estriados .................................................................................................. 23 6.7 Eixos-árvore Flexíveis .................................................................................................... 24 7 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 24 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 25 3 1 INTRODUÇÃO Em qualquer empresa que se trabalhe, a mecânica estará presente, seja nos detalhes mais simples ou, de certa forma, desprezível. O profissional da mecânica é alguém necessário para qualquer local onde se tem movimento, onde se tem trabalho, pois, estes tendem a adquirir alguma complicação com o tempo e necessitarem de uma manutenção. Para tais situações, o profissional da mecânica deve estar preparado e deve ter conhecimento, no mínimo básico, da área de Elementos de Transmissão e Potência. Visto que estes estão relacionados com todos os mecanismos, todos os sistemas que envolvem movimento, e nosso mundo está cheio deles. É importante se ter uma noção dos conceitos relacionados a movimento, potência e frequência. Movimento pode ser definido como a variação da posição de uma coisa, ou um ser, no decorrer do tempo. Frequência, por sua vez, é relação entre o número de ciclos ocorridos em um determinado intervalo de tempo. Por fim, a potência é a relação entre um trabalho realizado no decorrer do tempo. O presente trabalho tem a finalidade de apresentar ao leitor alguns elementos de transmissão de movimento e potência, seus tipos e algumas características. Boa leitura! 2 ELEMENTOS DE TRANSMISSÃO E POTÊNCIA Em um mecanismo, para que a força motriz de um dispositivo seja transmitido para o resto do sistema, faz-se necessário um elemento intermediário entre ambos para o envio adequado de potência e movimento. À este, damos o nome de Elementos de Transmissão. Como principais elementos de transmissão, podemos destacar: correias, engrenagens, parafusos sem-fim, cabos, correntes e eixo a eixo. 4 Figura 1 - Sistema de transmissão FONTE: Telecurso 2000 Os elementos de transmissão podem servir, também, para variar as rotações entre os eixos. O tempo deste tipo de elemento é Variador. Estes podem ser por engrenagens, ou por correias, ou por atrito. Independente do elemento escolhido, sua função é relacionada aos eixos. A transmissão de movimento e potência pode ser pela forma ou por atrito. 2.1 Transmissão pela forma Estes têm essa denominação pelo fato da transmissão ser baseada pelo encaixe adequado destes elementos entre si. Essa maneira de transmissão é mais usada, principalmente, por elementos chavetados, eixos-árvores entalhados e eixos-árvores estriados. Veja a figura 2. 5 Figura 2 - Transmissão pela forma FONTE: Telecurso 2000 2.2 Transmissão por atrito Na transmissão por atrito, é permitida uma boa centralização entre o eixo e a peça. No entanto, este modo de transmissão não permite o envio de grandes esforços, como na transmissão pela forma. Os principais elementos de transmissão por atrito são os elementos anelares e arruelas estreladas. Figura 3 - Elementos anelares acima e arruelas estreladas abaixo FONTE: Telecurso 2000 Os elementos anelares constituem-se de dois anéis cônicos apertados entre si e que atuam ao mesmo tempo sobre o eixo e o cubo. Já no caso das arruelas estreladas, estas 6 possibilitam grande rigor de movimento axial e movimento radial. As arruelas são apertadas por meio de parafusos que forçam a arruela contra o eixo e o cubo simultaneamente. 3 POLIAS E CORREIAS As correias são elementos de transmissão que funcionam, transmitindo movimento de rotação entre eixos, por intermédio das polias. Estas, por sua vez, são peças cilíndricas movimentadas pela rotação de um eixo motor e pelas correias. A fixação da polia ao eixo pode ser por chaveta, pressão ou parafusos. As correias são utilizadas quando a transmissão por meio das engrenagens se tona inviável. A polia que tem por função transmitir movimento e potência é chamada de polia motora ou condutora. Já a polia que recebe este movimento e potência é chamada de polia movida ou conduzida. Os materiais empregados na confecção de uma polia são: ferro fundido, ligas leves, aços e materiais sintéticos. As polias podem ser classificadas quanto ao perfil da superfície na qual a correia se assenta, podendo ser Planas ou Trapezoidais. As polias planaspodem apresentar dois formatos na sua superfície de contato. Essa superfície pode ser plana ou abaulada. O primeiro formato conserva melhor a correia, já o segundo tem uma melhor capacidade de guiar as correias. As polias trapezoidais, como o próprio nome indica, tem a superfície com formato de trapézio. As polias trapezoidais devem ser providas de canaletes (ou canais) e são dimensionadas de acordo com o perfil padrão da correia a ser utilizada. Além das polias para correias planas e trapezoidais, existem as polias para cabos de aço, para correntes, polias (ou rodas) de atrito, polias para correias redondas e para correias dentadas. Algumas vezes, as palavras roda e polia são utilizadas como sinônimos. Figura 4 - Polias para cabo de ao e correia dentada FONTE: Telecurso 2000 7 Utilizando-se a figura 4, podemos tomar conhecimento dos tipos de polias existentes, relacionando-as com a descrição dos tipos e suas respectivas numerações, que são: 1. Polia de aro plano; 2. Polia de aro abaulado; 3. Polia escalonada de aro plano; 4. Polia escalonada de aro abaulado; 5. Polia com guia; 6. Polia em “V” simples; 7. Polia em “V” múltipla; 8. Polia para correia dentada; 9. Polia para correia redonda. Figura 5 - Tipos de polias FONTE: http://blogdaengenharia.com/wp-content/uploads/2013/05/PoliaseCorreias.pdf Utilizando-se a figura 6 e fazendo uma associação com os números ao lados das descrições abaixo, pode-se tomar conhecimento dos principais tipos de correias, que são: 1. Planas “flat”; 2. Redondas; 3. Dentadas; 4. Trapezoidal ou “V” simples; 5. Trapezoidal ou “V” múltipla. 8 Figura 6 - Tipos de correias FONTE: http://blogdaengenharia.com/wp-content/uploads/2013/05/PoliaseCorreias.pdf Dentre estes tipos de correias, as mais utilizadas são as planas e as trapezoidais. A correia em “V” ou trapezoidal é inteiriça, fabricada com seção transversal em forma de trapézio. É feita de borracha revestida de lona e é formada no seu interior por cordonéis vulcanizados para suportar as forças de tração. Figura 7 - seção transversal de uma correia trapezoidal FONTE: Telecurso 2000 O uso das correias em “V” superam as preferências em relação as planas devido ao fato de praticamente não apresentar deslizamento, de permitir o uso de polias bem próximas e de eliminar os ruídos e os choques, típicos das correias emendadas, caso das correis planas. 9 É recomendável que se as instruções fornecidas pelos fabricantes, já que estes diferem um para o outro. Além deste fato, os projetos de transmissão por correia devem levar em consideração os seguintes critérios: - potência a ser transmitida; - tipos de máquinas motoras e movidas; - velocidade angular da polia motora e da polia movida; - distância entre os eixos das polias. O comprimento máximo admitido deve ser igual a três o produto da soma dos diâmetros da polia motora e movida; - tipos de cargas: uniformes, choques moderados, choques intensos. A partir destes elementos pretende-se selecionar a correia a ser usada observando o tipo, a secção e o comprimento primitivo. Outra correia utilizada é a correia dentada, para casos em que não se pode ter nenhum deslizamento, como no comando de válvulas do automóvel. Figura 8 - Sistema de transmissão com correia dentada FONTE: Telecurso 2000 Segue abaixo a figura 9 demonstrando uma tabela sobre problema com correias, suas possíveis causas e soluções. 10 Figura 9 - Tabela sobre problemas comuns em correias Em relação aos modos de transmissão que se tem de por correias e polias, podemos citar: Sentido direto de rotação (fig. 10-a): a correia fica reta e as polias têm o mesmo sentido de rotação; Sentido de rotação inverso (fig. 10-b): a correia fica cruzada e o sentido de rotação das polias inverte-se; Transmissão de rotação entre eixos não paralelos (fig. 10-c). 11 Figura 10 - Modos de transmissão por correia FONTE: Tavares, JOÃO. Elementos de Transmissão de Movimento 3 TRANMISSÃO POR ENGRENAGENS Engrenagens são elementos rígidos, com forma de rodas, que contém dentes padronizados com a finalidade de transmitir movimento e força entre eixos. Tal transmissão se dá pelo contato entre os dentes. Como trata-se de elementos rígidos, a transmissão destes atendem a algumas características especiais, como a de que não haja diferença de velocidade e força tangencial. Eventuais diferenças poderiam ocasionar perda de contato ou travamentos. As partes de uma engrenagem são: rasgo de chaveta, dente, cubo, vão do dente e corpo. Observe a imagem abaixo. 12 Figura 11 - Engrenagem de dente reto FONTE: Telecurso 2000 Os dentes são uma das partes mais importantes de uma engrenagem, sendo vital para a classificação deste e para a transmissão de potência. Figura 12 -Partes de um dente FONTE: Telecurso 2000 Uma transmissão por engrenagem é composta por dois elementos ou mais. Esta transmissão ocorre quando os dentes se engrenam, ou seja, quando o vão de uma engrenagem se encaixa na da outra. Quando duas engrenagens em contato tem os tamanhos diferentes, chama-se a menor de pinhão e a maior de coroa. Esta denominação não tem relação com quem é motora ou movida, mas sim com as dimensões dos elementos. Para que haja o engrenamento entre as engrenagens, as mesmas devem ter mesmo módulos, que é uma relação entre o diâmetro primitivo e o número de dentes. Este é fundamental para o dimensionamento das demais partes do dente. O diâmetro primitivo é representado por uma linha com pontos em um desenho técnico. Observe a figura 12. 13 As engrenagens são muito utilizadas em motores com o objetivo de aumentar o torque de um sistema, pela redução da rotação do eixo motriz. Devido a isto, chama-se o conjunto de engrenagens feitos para o mesmo fim de conjunto de redutores. Com a redução da velocidade angular, tem-se o aumento do torque e vice-versa, já que um é indiretamente proporcional ao outro. Figura 13 - Redutor de dupla redução com engrenagens helicoidais FONTE: Autelino. Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos A expressão “transmite potência” é uma generalização para a lei de conservação de energia. Significa que um dos elementos executa trabalho sobre o outro, em uma determinada taxa. Aparentemente, toda a potência é transmitida, mas a realidade mostra que parte dela é perdida pelo deslizamento entre os dentes. Transmitir potência pode não descrever o objetivo de transmissão por engrenagens na maioria das aplicações de engenharia. O que se deseja é transmitir um determinado torque, ou seja, a capacidade de realizar um esforço na saída da transmissão. (Júnior, Autelino, 2002, p. 2). Os tipos de engrenagens são escolhidos de acordo com suas funções. Os mais comuns são: engrenagens cilíndricas, engrenagens cônicas e engrenagens helicoidais. 3.1 Engrenagens Cilíndricas Estas têm o formato de um cilindro e podem ser de dentes retos (a esquerda da fig. 14) ou helicoidais (a direita da fig. 14). Os dentes helicoidais são paralelos entre si, porém oblíquos em relação ao eixo das engrenagens. Diferentemente deste, embora os dentes retos sejam paralelos entre si, são paralelos também em relação ao eixo das engrenagens. 14 Figura 14 - Engrenagens de dentes retos e helicoidais. FONTE: Telecurso 2000 As engrenagens cilíndricas podem transmitir rotação entre eixos paralelos – caso onde se usam as de dentes retos – e entre eixos reversos – caso onde se usam as de dentes helicoidais. Esta última funciona mais suavemente do que as engrenagenscilíndricas de dentes retos, consequentemente, produzem menos ruídos. 3.2 Engrenagens Cônicas São as que têm um formato de cone ou tronco, podendo, também, ser de dentes retos ou cilíndricos. Este tipo de engrenagem transmite rotação entre eixos concorrentes. Observe a figura a seguir. Figura 15 - Desenho e foto de uma engrenagem cônica de dente reto FONTE: Telecurso 2000 3.3 Engrenagens Helicoidais Nas engrenagens helicoidais, os dentes são oblíquos em relação ao eixo. Entre as engrenagens helicoidais, a engrenagem para rosca sem-fim merece atenção especial. Essa 15 engrenagem é usada quando se deseja uma redução de velocidade na transmissão do movimento. (Gordo, Nívia; Ferreira, João. Telecurso 2000: Elementos de Máquinas) Figura 16 - Engrenagem helicoidal e parafuso sem-fim FONTE: Telecurso 2000 É importante notar que os dentes da engrenagem helicoidal para a rosca sem-fim são côncavos. No tipo de engrenamento da imagem acima, a engrenagem helicoidal é a coroa e o sem-fim é o pinhão. 3.4 Cremalheira Trata-se de uma engrenagem provida de dente, com o fim de engrenar uma roda dentada. Com este sistema pode-se transformar rotação em movimento retilíneo e vice-versa. Figura 17 - Sistema com engrenagem e cremalheira FONTE: Telecurso 2000 16 4 CABOS Os cabos são elementos de transmissão com a capacidade de suportar cargas e as deslocar verticalmente, horizontalmente ou em posição inclinada. Estes são importantes em elevadores, escavadeiras, pontes rolantes e acionadores mecânicos, entre outros. Para entendermos quais são os componentes de uma corda, podemos tomar como base um cabo de aço. Este se constitui de alma e perna. A perna se compõe de vários arames em torno de um arame central. Figura 18 - Componentes de uma corda FONTE: Telecurso 2000 Um pode ser construído em uma ou mais operações, dependendo da quantidade de fios envolvidos no elemento. Mais especificamente, os fios da perna. Existem vários tipos de distribuição nas camadas de cada perna do cabo. Os principais são: normal, seale, filler e warrington. Na distribuição normal, os fios dos arames e das pernas são de um só diâmetro. Diferentemente na distribuição seale, onde as camadas são alternadas entre fios grossos e finos. A distribuição filler, por sua vez, tem o enchimento dos vãos dos fios grossos por fios de diâmetro pequeno contidos na perna. Já na distribuição warrington, os fios das pernas têm diâmetros diferentes em uma mesma camada. 17 Figura 19 - distribuição seale (a esquerda) e distribuição filler (a direita) FONTE: Telecurso 2000 Almas de fibra são as mais utilizadas para cargas não muito pesadas. Estas podem ser naturais ou artificiais. Geralmente, as fibras naturais utilizadas são o sisal e o rami; e as artificiais são o plástico, ou mais especificamente, o polipropileno. As fibras artificiais têm a vantagem de não se deteriorarem em contato com agentes agressivos, de serem obtidas em grande quantidade e de não absorverem umidade. Já suas desvantagens são o fato de serem mais caras e serem utilizadas somente em casos especiais. O tipo de alma de algodão é mais utilizado em cabos de pequenas dimensões. E o tipo de alma de asbesto é mais utilizado em casos especiais, onde se exigem altas temperaturas. Assim como se tem diferentes torções das pernas ao redor da alma, pode-se ter diferentes torções na perna, dos fios ao redor do fio central. Os sentidos dessas torções podem variar, proporcionando as seguintes situações: Torção regular ou em cruz: quando os fios de cada perna são torcidos em um sentido oposto aos da alma. Este tipo de torção confere mais estabilidade ao cabo. Torção Lang ou em paralelo: o fios de cada perna são torcidos ao mesmo sentido dos fios da alma. Este tipo de torção aumenta a resistência ao atrito (abrasão) e proporciona mais flexibilidade. Os cabos de aço podem ser fixados por ganchos ou por laços. Quando por laços, suas extremidades são trançadas. No caso dos ganchos, estes são acrescentado ao cabo. Para o dimensionamento do cabo, considera-se a resistência do material ao qual esse cabo é fabricado, relacionado aos esforços que este deve suportar. 18 5 CORRENTES São elementos de transmissão de movimento e potência, de tal forma que estas fazem com que a rotação de um eixo ocorra nos sentidos horário e anti-horário. Para tal condição, é essencial que os eixos de sustentação das engrenagens estejam perpendiculares ao plano. O rendimento do sistema de transmissão, formado por esses três elementos, vai depender diretamente da posição de engrenagens e do sentido da rotação. A transmissão ocorre por meio do acoplamento dos elos da corrente com os dentes da engrenagem. Uma pequena oscilação no movimento é gerada pela junção destes elementos. Figura 20 - Transmissão de movimento e potência entre corrente e roda dentada FONTE: Telecurso 2000 As transmissões por correntes são utilizadas nos locais onde não são possíveis as transmissões por correias e engrenagens. Dentre os vários tipos de correntes que temos, ganha destaque a corrente de rolo. Com o auxílio da figura 21, é possível identificar os seguintes componentes: 1. Roda dentada; 2. Pino; 3. Bucha; 4. Rolo; 5. Tala. O fechamento das correntes de rolos podem ser feitos por meio de cupilhas ou travas elásticas. Este tipo de corrente é utilizado em aplicações que envolvam baixa rotação e transmissão de grandes esforços, como no caso de uma esteira. 19 Figura 21 - Partes de uma corrente tipo rolo com a roda dentada FONTE: Melconian, Sarkis. Elementos de Máquinas As correntes de buchas são constituídas apenas por buchas e pinos. Devido a isto, estes componentes são mais espessos do que em outros tipos de correntes, o que lhes proporciona a capacidade de suportar mais carga, porém, com maior facilidade de desgaste e ruído. Figura 22 - Corrente de bucha FONTE: Telecurso 2000 Nas correntes de dentes, as talas se dispõe sobre os rolos, podendo construir correntes mais largas. 20 Figura 23 - Corrente de dente FONTE: Melconian, Sarkis. Elementos de Máquinas Existe ainda a as correntes com elos fundidos. Estas são de aplicação mais rudimentar, sendo muita utilizadas em máquinas agrícolas. Têm por características operar em baixas velocidades (até 2 m/s) e consistem em elos fundidos em forma de correntes com pinos de aço. Figura 24 - Corrente com elo fundido FONTE: Melconian, Sarkis. Elementos de Máquinas A dimensão das correntes e engrenagens são indicadas nas Normas DIN. Essas normas especificam a resistência dos materiais de que é feito cada um dos elementos: talas, eixos, buchas, rolos etc. 6 EIXO A EIXO Eixos são elementos de construção mecânica com a finalidade de sustentar outros elementos de transmissão de movimento e potência. Podem ser classificados em dois tipos: Eixo e Eixo-Árvore. Quando este é classificado como eixo, significa que este é fixo, com a função, apenas, de orientar movimento. Como exemplo deste, temos o eixo direcional de um veículo com tração 21 traseira. Note que no caso deste tipo de eixo, os elementos de transmissão é que giram, e não o eixo. Quando o eixo é classificado como eixo-árvore, significa que este trabalha em movimento, transmitindo potência. Como exemplo deste, temos os eixos que compõe a caixa de câmbio de um veículo. Os eixos e árvores são fabricados em aço ou ligas de aço, pois os materiais metálicos apresentam melhores propriedades mecânicas do que os outros materiais. Quando os eixos e árvores têm finalidadesespecíficas, podem ser fabricados em cobre, alumínio, latão. Portanto, o material de fabricação varia de acordo com a função dos eixos e árvores. O tipo de árvore é determinado de acordo com a função que lhe é imposta. Este pode ser de engrenagens, em que são montados mancais e rolamentos, ou de manivelas, que transforma movimentos circulares em retilíneo. Para suporte de forças radiais, usam-se espigas retas, cônicas, de colar, de manivela e esférica. Já para suporte de forças axiais, usam-se espigas de anéis ou de cabeça. Figura 25 - Sistema de transmissão com polia, engrenagem e eixo FONTE: Telecurso 2000 Quanto ao tipo, os eixos podem ser roscados, ranhurados, estriados, maciços, vazados, flexíveis e cônicos. 22 6.1 Eixos Maciços Têm seção transversal circular maciça, com degraus ou apoios para ajuste das peças montadas sobre eles. Chanfro é usado nas extremidades dos eixos para evitar rebarbas. As arestas são arredondadas para aliviar tensões concentradas. Figura 26 - Eixo maciço FONTE: Telecurso 2000 6.2 Eixos Vazados Normalmente, as máquinas-ferramenta possuem o eixo-árvore vazado para facilitar a fixação de peças mais longas para a usinagem. Tem-se, ainda, eixos vazados empregados nos motores de avião, devido ao fato de serem mais leves. Figura 27 - Desenho técnico de um eixo vazado FONTE: Telecurso 2000 6.3 Eixos Cônicos Os eixos cônicos devem ser ajustados a um componente que possua um furo de encaixe cônico. A parte que se ajusta tem um formato cônico e é firmemente presa por uma porca. Uma chaveta é utilizada para evitar a rotação relativa. (Gordo, Nívia; Ferreira, João. Telecurso 2000: Elementos de Máquinas). 23 Figura 28 - Desenho técnico de um eixo cônico FONTE: Telecurso 2000 6.4 Eixos Roscados Rebaixos e furos roscados compõe este tipo de eixo, o que permite sua utilização como elemento de transmissão e também como eixo prolongador utilizado na fixação de rebolos para retificação interna e de ferramentas para usinagem de furos. Figura 29 - Desenho técnico de um eixo roscado FONTE: Telecurso 2000 6.5 Eixos-árvores Ranhurados Este tipo de eixo se caracteriza por conter uma série de ranhuras longitudinalmente em torno de sua circunferência. As peças a serem montadas neste eixo têm seus sulcos encaixados nesta ranhura. Estes tipos de eixos são utilizados para transmitir grandes esforços. Figura 30 - Desenho técnico de um eixo-árvore ranhurado FONTE: Telecurso 2000 6.6 Eixos-árvores Estriados Assim como os eixos cônicos, como chavetas, caracterizam-se por garantir uma boa concentricidade com boa fixação, os eixos-árvore estriados também são utilizados para evitar rotação relativa em barras de direção de automóveis, alavancas de máquinas etc. 24 Figura 31 - Desenho técnico de um eixo-árvore estriado FONTE: Telecurso 2000 6.7 Eixos-árvore Flexíveis São eixos empregados para transmitir movimento a ferramentas portáteis (roda de afiar), e adequados a forças não muito grandes e altas velocidades (cabo de velocímetro). Estes são formados por uma série de camadas de arame de aço enroladas alternadamente em sentidos opostos e apertadas fortemente. O conjunto é protegido por um tubo flexível e a união com o motor é feita mediante uma braçadeira especial com uma rosca. Figura 32 - Sistema de transmissão onde se encontra eixo flexível FONTE: Telecurso 2000 7 CONCLUSÃO Equipamentos, veículos, todos os tipos de mecanismos só funcionam graças aos elementos de transmissão. Diversos são os elementos de transmissão e suas funções são as mais variadas, sendo que pode-se destacar que alguns são úteis para a transmissão de frequência 25 unicamente, enquanto que outros são úteis para a transmissão de uma potência alterada – como no caso do câmbio, onde diferentes engrenagens são utilizadas com a finalidade de diminuir a rotação e aumentar o torque de um sistema. Vale ressaltar que alguns elementos são utilizados não só com a finalidade de transmissão e potência, mas também para sustentar a todo um mecanismo e elementos de transmissão, como é o caso dos eixos. Rendimento é algo importante, e pensado desde a execução de um projeto, portanto, para que se tenha um máximo aproveitamento de cada elemento de transmissão, é aconselhável que o utilize na aplicação adequada e nas condições recomendadas. Isto é válido para casos de transmissão entre eixos e correntes, onde faz-se importante um bom alinhamento para que os mesmos estejam perpendiculares entre si e não venham a apresentar inconveniências no sistema. REFERÊNCIAS Gordo, Nívia; Ferreira, João. Telecurso 2000: Elementos de Máquinas. Lino, Paulo. Polias, Correias e Transmissão de Potência. Disponível em: <http://blogdaengenharia.com/wp-content/uploads/2013/05/PoliaseCorreias.pdf>. Acesso em 26/10/15. Santos Júnior, Auteliano. Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos. Disponível em: <http://www.fem.unicamp.br/~lafer/em618/pdf/Apostila%20Engrenagens%204.pdf>. Acesso em 26/10/15. Melconian, Sarkis. Elementos de Máquinas. Érica: 7ª ed., 366 p. Teixeira, Mauri. Mecanismos de Transmissão de Potência. 2006. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAfvsAJ/caderno-48-mecanismos-transmissao- potencia-lubrificantes>. Acesso em 26/10/15.
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