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DIREITO COMERCIAL/ DIREITO EMPRESARIAL Anotações de aula e anotações de doutrina 2016 UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Campus Mooca P á g in a 1 DIREITO COMERCIAL/ DIREITO EMPRESARIAL Anotações de aula e anotações de doutrina 2016 UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Campus Mooca Docente: Prof.ª Simone Lara Aluno (a): Rafaela A. J. Silva. P á g in a 2 Sumário DIREITO EMPRESARIAL (COMERCIAL) I ......................................................3 HISTÓRICO ..........................................................................................3 CARACTEZIRAÇÃO DO EMPRESÁRIO ........................................................4 Exercestes de Atividades Rurais/Agraria ...................................................7 Pequenos empresários ...........................................................................9 Empresário Individual .......................................................................... 10 Sócios Incapaz: .................................................................................. 11 Continuação da empresa por incapazes .................................................. 12 Sócios Cônjuges ................................................................................. 14 EIRELI .............................................................................................. 14 Estabelecimento Comercial/empresarial ................................................. 16 Clientela e Freguesia ........................................................................... 17 Pagamento pelo credor do estabelecimento de boa e de má fé .................. 20 Ponto ................................................................................................ 21 A ação renovatória de locação não residencial – Lei 8.245/91 ................. 22 P á g in a 3 DIREITO EMPRESARIAL (COMERCIAL) I Sujeito = Pessoa física, Empresa = atividade. BIBLIOGRAFIA Curso de Direito Comercial – Vol. I* Fábio Ulhoa Coelho – editora SARAIVA Manual de Direito Comercial – CC/ 2002 Leis especiais comercial. HISTÓRICO Teorias do surgimento de direito empresarial e direito comercial – dicotomia entre Direito empresarial e Direito Comercial França – Elabora dois códigos: 1804 – Foi criado o Código Civil Frances 1808 – Foi criado o Código Comercial Frances – Criado por Napeleão Bonaparte. Empresário: Empresário é um sujeito, pessoa física ou jurídica que exerce “empresa”. Dentre as pessoas jurídicas (art. 44 CC/02) temos as Associações, Fundações, Sociedades, Organizações Religiosas, Partidos Políticos e EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada). Entre elas, apenas as Sociedades e EIRELI são empresárias e dentro das sociedades, apenas a sociedade empresária (exclui-se a sociedade simples) podem ir à falência. Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I. As associações; II. As sociedades; III. As fundações. IV. As organizações religiosas; V. Os partidos políticos. VI. As empresas individuais de responsabilidade limitada. (...) P á g in a 4 Dom João VI fugiu de Portugal devido medo de napoleão, e se instalou no Brasil. Napoleão criou um rol (atos do comércio), em que eke listou aqueilo que ele considera mais importantes dentro do comércio. Para Napoleão, os mais importantes eram, em primeiro lugar, os generais, e em segundo lugar, os comerciantes, sendo assim, trouxe prerrogativas para estes. Dentre as atividades que estavam dentro do rol das atividades do comércio, ele deu privilégios para os comerciantes, tais como a Concordata1, que foi utilizado no Brasil até o ano de 2005, sendo posteriormente substituída pela Recuperação Judicial. Foram excluídas duas atividades do rol: compra, venda e locação de Imóveis e Prestadores de Serviços, gerando revolta a eles, tanto em Portugal, quanto no Brasil e Itália. E foi na Itália em que criou-se a direitos para aqueles que foram excluídos: criou a Teoria da Empresa – “toda atividade que produz e circula bens de Produto e Serviços, era considerada empresa” –, em 1942. Em 1975, foi criado o projeto da Teoria da Empresa, no Brasil, e só em 2002 a teoria Italiana foi adotada no Brasil, através do Código Civil de 2002. Códigos criados pelo Napoleão Bonaparte, posteriormente ele ordena que se faça uma lista das atividades mais importantes do Código comercial. Somente quem pratica-se as atividades da lista seria considerada comerciante, tal denominação tinha privilégios, um deles era a concordata Itália 1942 – Criaram a teoria da empresa, que dizia que todo que exercer atividades que produza, circule dinheiro e bens, seriam considerados como empresários. Brasil 1850 – Criado o código Comercial; 1975 – Criado Projeto da Teoria da Empresa; 2002 – Inclui a teoria do empresário no CC. CARACTEZIRAÇÃO DO EMPRESÁRIO O artigo 966 CC/02 traz a definição do empresário em seu caput. O parágrafo único é uma ressalva para excluir os profissionais intelectuais, mesmo se o mesmo se enquadrar no caput. Atividade Intelectual Cientifica: Os casos que o indivíduo precisa estudar para entende como funciona a profissão. Ex.: Dentista, arquiteto, advogado, médico. Atividade intelectual literário: Ex. contistas, poetas, romancistas, etc. Atividade Intelectual artística: Ex. atores, dançarinos, pintor, escultor, cômicos. 1 Concordata – somente pagava metade das dívidas a outra metade era perdoada por força de lei. P á g in a 5 Se a atividade tornar uma empresa, ou seja, montar um negócio e se afastar da atividade e somente ficar na organização do negócio. O advogado não está incluso na última parte do parágrafo único; ele sempre vai se enquadrar em uma atividade intelectual cientifica; não se transforma em um empresário. O estatuto da OAB proíbe essa transformação e, por ser lei especial, se sobrepõe ao CC. Destrinchando o artigo: “... quem exerce...” – sujeito de direitos e deveres: pessoa física ou pessoa jurídica. A pessoa física também é chamada de Pessoa Natural, ou seja, pessoa criada pela natureza; pessoa humana. Pessoa Física: aquele que não tem sócio e é sem proteção jurídica, é chamado de Empresário Individual, podendo exercer qualquer atividade, desde micro à macro empresas. A pessoa jurídica também é chamada de Pessoa Coletiva, ou seja, pessoa criada pelo direito, pessoa fictícia do direito, que também é sujeita de direitos, mesmo que ela não um corpo próprio e tenha um representante para atuar na vida empresarial Pessoa Jurídica: é dividida em Sociedades Empresárias e EIRELI. “... profissionalmente ...” – É quem exerce uma atividade econômica habitualmente. Não pode ser feita a atividade de forma esporádica. ... atividade econômica ORGANIZADA ... - fazer/agir algo. Quem faz algo/agi visando a lucratividade. A expressão “organizada” quer dizer que a atividade tem que se organizar em quatro fatores de produção, em regra: Mão de obra: Todos os prepostos e empregados; Capital/Bens: principal bem é o dinheiro, Imóveis, veículos, equipamentos etc.; Insumos: Materiais para o exercício da atividade (produtos e serviços); Tecnologia: ter conhecimento/saber organizar os demais fatores de produção. “Know How” : contrato de tecnologia Exceção: com a era digital haverá a caracterização do empresário que não organize os quatro fatores de produção em razão da “tecnologia avançada”,dispensando-se, muitas vezes, a organização da mão de obra. A mão de obra é considerada humana e a nova tendência é robotização da mão de obra, fazendo com que a necessidade dela seja flexibilizada. ... atividades ... – Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa P á g in a 6 Produção – ser produzido, fabricado, industrializado, prestado algo como um bem ou serviço Circulação – Intermediação/ revenda. Ex. A Nokia produz celular, enquanto a Americanas intermedia/vende o celular. Decorre da teoria da empresa Italiana No caso de serviços, quem produz, a exemplo, é TAM, que presta um serviço diretamente ao cliente, enquanto uma empresa de turismo (CVC) circula viagens que a TAM presta. Para a caracterização do empresário, não há necessidade do registro, mesmo que seja um dever do empresário registra-se na junta comercial. Nos termos no artigo 967, é obrigatório a inscrição do empresário no Registro Público Mercantil, antes do início da sua atividade. Registro público = Junta comercial. Aquele empresário que se registra é chamado de empresário regular, e aquele que não tem o registro é considerado um empresário irregular, não tendo assim os direitos de um empresário regular, como recuperação judicial, registro de marca ou patente etc. O registro pode ser feito a qualquer momento pelo empresário irregular, porém ela só terá o direito a recuperação judicial se tiver pelo menos dois anos de registro. O registro se dá na Junta Comercial Estadual, sendo os documentos por tipos de empresários são: Empresário Individual: Declaração de Empresário Individual; LTDA: Contrato Social; S/A: Estatuto Social; Comandita Simples: Contrato Social; Comandita Por Ações: Estatuto Social; Sociedade em Nome Coletivo: Contrato Social. As estatutárias só podem fazer aquilo que a lei permite (Lei das Sociedades Por Ação), enquanto as sociedades contratuais não podem férias as leis brasileiras, a moral e bons costumes. Produção e/ou Circulação De bens e/ou Serviços Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. P á g in a 7 Com ou sem registro, os empresários sofrem falência (instituto de cobrança). Porém, àqueles que são irregulares, não tem o benefício da recuperação como os regulares tem. Empresário: Está sujeito a falência; Está sujeito a recuperação; O registro é feito na JUCESP. Não empresário: Não está sujeito a falência; Não está sujeito a recuperação; O registro é feito no Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas. Exercestes de Atividades Rurais/Agraria “A empresa pode ser explorada por uma única pessoa física ou jurídica. No primeiro caso, o exercente da atividade econômica se chama empresário individual; no segundo, a sociedade empresária. Como é a a pessoa jurídica que explora a atividade empresarial, não é correto chamar de ‘empresário’ o sócio da sociedade empresária. ” COELHO, Fábio Ulhoa, Curso de Direito Comercial, volume 1, pg. 147. “A pessoa jurídica empresária é cotidianamente denominada ‘empresa’, e seus sócios são chamados ‘empresários’. Em termos técnicos, contudo, empresa é a atividade, e não a pessoa que a explora, mas a própria sociedade. É necessário, assim, acentual, de modo enfático, que o integrante de uma sociedade empresária (o sócio) não é empresário; não está, por conseguinte, sujeito às normas que definem os direitos e deveres do empresário. (...)” – COELHO, Fábio Ulhoa, Curso de Direito Comercial, volume 1, pg. 146, 147. “O código Civil reservou para o exercente de atividade rural um tratamento específico (arts. 971 e 984). Ele está dispensado de requerer sua inscrição no registro das empresas, mas pode fazê-lo. Se optar por se registrar na Junta Comercial, será considerado empresário e submeter-se-á ao regime correspondente. Neste caso, deve manter escrituração regular, levantar balanços periódicos e pode falir ou requerer a recuperação judicial. Sujeita-se, também às sanções da irregularidade no cumprimento das obrigações gerais dos empresários. Caso, porém, o empresário rural não requeira a inscrição no registro das empresas, não se considera juridicamente empresário e seu regime será o do direito civil (claro, se a atividade for exercida e, sociedade, os seus atos constitutivos devem ser levados ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas). A primeira – regime de direito empresarial – deve ser a opção do agronegócio, da grande indústria agrícola; a última – regime de direito civil -, a predominante entre titulares de negócios rurais familiares. – COELHO, Fábio Ulhoa, Curso de Direito Comercial, volume 1, pg. 162. P á g in a 8 São atividades rurais: Agricultura – cultivar a terra para dela se obterem vegetais úteis ao homem e/ou à criação de animais. Reflorestação – plantação de novas árvores numa floresta, em substituição daquela que morreram ou foram abatidas. Pecuária – atividade ou indústria de criação e tratamento de gado. Suinocultura – criação de porcos. Granja – “criação de galinhas”. Equinocultura – “criação de cavalos”. Mineração – extração de minérios do solo. Extrativismo Vegetal – corte de árvores. Animal – caça e pesca. No Brasil os exercestes dessas atividades são divididos em dois: Pequeno Ruralista Individual Família Eles têm a opção de escolher se eles querem ser: Empresários Não Empresários Agronegócios Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária. “As atividades rurais, no Brasil, são exploradas em dois tipos radicalmente diferentes de organização econômicas. Tomando-se a produção de alimentos, por exemplo, encontra-se na economia brasileira, de um lado, a agroindústria (ou agronegócio) e, de outro, a agricultura familiar. Naquela, emprega-se tecnologia avançada e mão de obra assalariada (permanente e temporária), há a especialização de culturas em grandes áreas de cultivo; no familiar, trabalham o dono da terra e seus familiares, em ou outro empregado, e são relativamente mais diversificadas as culturas e menores as áreas de cultivo. ” – COELHO, Fábio Ulhoa, Curso de Direito Comercial, volume 1, pg. 161. P á g in a 9 Pequenos empresários A divisão das espécies dos pequenos empresários se dá pelo faturamento Bruto Anual que aquela empresa fatura. Espécies de enquadramento: Microempresário: ME; Empresário de Pequeno Porte: EPP; MicroempresárioIndividual: MEI. Pequenos empresários: E.I., Sociedades Empresárias, EIRELI – são registradas na Junta comercial. Qualquer desses empresários pode pedir enquadramento entre ME, EPP e MEI, desde que não estejam excluídos pela lei. Por equiparação, as Sociedades Simples, quando pequenas, tem os mesmos benefícios que as sociedades empresárias; porém, não está sujeita a falência e a recuperação judicial. O registro da sociedade simples se dá no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Valores de enquadramento: Segundo o artigo 3º da lei complementar 123/06, os valores se dividem em: ME – de 0,1 até 360.000,00 reais* EPP – de 360.000,01 até 3.600.000,00 reais * MEI – de 0,1 até 60.000,00 reais* *Receita Bruta Anual Qualquer valor até R$ 60.000,00 causará confusão entre MEI e a ME, porém, somente o empresário individual (pessoa física) pode ser MEI. A divisão entre MEI, ME e EPP é para fins tributários, ao qual as pessoas jurídicas como a S/A e a C/A não podem requerer o benefício da tributação menor, terão que pagar tributação normal. Qualquer sociedade por ações não pode se beneficiar. Lei complementar 123/06, Art. 3º § 1º Considera-se receita bruta, para fins do disposto no caput deste artigo, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Lei Complementar 123/06, Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: I. No caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II. No caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). (...) P á g in a 1 0 Enquadramentos 1ª enquadramento – verificar em qual valor se encaixa a pessoa jurídica e qual o seu tipo societário (LTDA, C/S, N/C, E/I, EIRELI). Benefícios: empréstimos à juros baixos no banco; facilidades de elaborar livros mercantis. 2ª enquadramento – Simples Nacional é o modo de simplificar a arrecadação de tributos (sistema de arrecadação de tributação Simplificada). Simples Nacional: para ter este benefício é necessário ter o primeiro enquadramento. O artigo 17 da lei complementar 123/06 e seguintes, tem um rol dos que não podem se beneficiar do simples nacional. A Sociedade Simples (LTDA, N/C, C/S): podem ser enquadradas como ME ou EPP. EIRELI: pode se enquadrar em ME ou EPP Para o empresário individual se enquadrar como MEI, ele só pode ter um empregado e esse ganhar até um salário mínimo, ou o piso da categoria profissional. Caso ele tenha dois funcionários, não será enquadrado como MEI e sim como ME. O empresário individual é o único que pode ser ME, EPP ou MEI, porém só o empresário Individual (somente pessoa física) pode ser MEI. O valor da MEI é fixo (atualmente R$ 50,00/mês), já a ME e a EPP os valores são tabelados de acordo com o vencimento bruto anual. Quando o empresário aufere mais de R$ 3.600.000,00 RBA ele terá que sair imediatamente do regime tributário. Empresário Individual Está sob o regime Jurídico do E.I É a pessoa física/natural que atua: Sem sócios Sem proteção de PJ – responsabilidade Ilimitada Seus bens que são a garantia para posteriores pagamentos. Por não ter a proteção da pessoa Jurídica, não há distinção entre seus bens pessoais e os da empresa, exceto que seja bem de família, que não pode ser penhorado (Lei n. 8009/90 - impenhorabilidade do bem de família.) Para esse regime, ele pode fazer o registro no órgão competente, passando nesse momento a ser regular. Após o registro recebe um CNPJ, porém, ele não passa a ser PJ, o CNPJ nesse caso é somente para fins tributários. No direito, chamamos de equiparação, ou seja, é transformar alguém em determinada coisa somente para determinado fim. Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. P á g in a 1 1 Capacidade Civil Plena: Na regra se atinge a capacidade civil quando o indivíduo faz 18 anos completos. Exceções: Nos casos do artigo 5º CC/02 Impedido por Lei: aqueles que a lei proíbe de serem empresários individuais, são eles: Leiloeiros: pois vendem bens dos empresários, e não pode se misturar com seus próprios bens. Empresário Individual falido: pessoas que já foram E.I e faliram, só podem voltar a ser E.I quando terminar o processo de falência. Após terminar o processo o juiz que decretou sua falência, deve encaminhas a JUCESP uma contraordem informando que o indivíduo, pode voltar a ser E.I Militares (PM, Oficiais): não podem ser simultaneamente E.I e militar, caso desobedeça essa regra, é preso. Sendo claro que no período de reserva ele pode ser E.I. Funcionários públicos: Não podem simultaneamente ser funcionários públicos e E.I, salvo se for autorizado por estatuto competente. Nos casos citados acima, não podem ser E.I, porém, podem ser sócios comuns investidores (salvo os E.I falidos). Caso desobedeçam essa regra, são processados. Sócios Incapaz: Pessoas incapazes (art. 3º e 4º do CC) podem ser sócios, desde que seja preenchido todos os requisitos do § 3ª do artigo 974 CC/02. Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único: Cessará, para os menores, a incapacidade: I. Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II. Pelo casamento; III. Pelo exercício de emprego público efetivo; IV. Pela colação de grau em curso de ensino superior. Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas. 974, § 3ª O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: I. O sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II. O capital social deve ser totalmente integralizado; III. O sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. P á g in a 1 2 Destrinchando o artigo 974 CC/02: Incisos: I. O incapaz a. Absolutamente incapaz (menores de 16 anos); b. Relativamente incapaz (observar o artigo 4 CC/02). Estes não podem ADMINISTRAR/DIIRIGIR/GERENCIAR a sociedade; podem, no entanto, entrar na sociedade como investidor. II. Para o incapaz entrar numa sociedade, o capital social 2 deve estar integralizado3 inteiramente. Caso não esteja integralizado, os incapazes não podem entrar. III. Se o incapaz for absolutamente incapaz, este deverá estar representado;se for relativamente incapaz, este deverá estar assistido (regra do instituto da capacidade civil). Empresário Individual 1. Pessoa física 1.1. Não tem sócios 1.2. Não tem proteção jurídica 2. Responsabilidade Ilimitada 3. Capacidade Civil Plena e não tenha impedimento 4. Continuação da empresa por incapazes (artigo 974, §3 sócios incapazes) Continuação da empresa por incapazes Artigo 974, caput – incapaz: terceira parte – absolutamente incapaz; quarta parte – relativamente incapaz. Exceção: O caput do artigo 974 é a exceção da capacidade civil plena, nos casos em que o incapaz pode continuar como empresário individual, sem sócios. São duas hipóteses: 2 Capital social – a soma de todas as subscrições dos sócios. 3 Integralizado – pagamento das subscrições dos sócios. Art. 3ª São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. Art. 4ª São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I. Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II. Os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III. Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade IV. Os pródigos. (...) Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. (...) P á g in a 1 3 Incapacidade Superveniente: Quando um indivíduo capaz, institui uma empresa, posteriormente por algum motivo é decretada sua incapacidade, nessa hipótese a lei permite que o indivíduo incapaz continue com a empresa, desde que seja assistindo por outro (pais, esposa, irmão, filhos, irmãos) que assinará pelo incapaz. Herdeiros incapazes: Indivíduo capaz, institui uma empresa, posteriormente acontece alguma situação que o leva a óbito e deixa herdeiros incapazes (relativamente ou absolutamente). Os herdeiros podem continuar com a empresa desde que tenha um representante/ curador/ tutor, que assinará em nome do herdeiro. Em ambos os casos se necessita ingressar com uma ação para pedir ao Juiz uma (que se chama alvará) para continuar com a empresa, ou para vender/ fechar a empresa. Essa autorização deve ser averbada na Junta comercial. No caput do artigo 975 descreve o caso em que o tutor/representante, são impedidos por lei para ser empresários, o juiz nomeará outro para ser o gerente e administrar a empresa. No §1ª descreve que o juiz pode nomear um gerente para administrar a empresa, mesmo que o representante/ tutor não seja impedido por lei. Ex.: tutor é doente de idade, não tem condições de administrar uma empresa. Mesmo que seja nomeado um gerente para administrar os negócios, o representante deve ter ciência de tudo o que acontece nos negócios, ou seja, o representante não se exime da responsabilidade pelos atos do incapaz. A nomeação de um gerente deve ser averbada em Registro publico Art. 974, § 1ª Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. § 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização. Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes. Art. 975, § 1o Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender ser conveniente. Art. 975, § 2o A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do interdito da responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados. P á g in a 1 4 Sócios Cônjuges Regimes para casamentos no Brasil 1. Comunhão Universal de Bens 2. Separação Obrigatória de Bens 3. Comunhão parcial de Bens (atualmente é automático) 4. Separação Total de Bens (consensual) 5. Participação Final nos Aquestos Comunhão universal de bens – CUB: todos os bens (antes e depois do casamento) são divididos entre os cônjuges. Separação obrigatória de bens – SOB ou separação legal de bens. Os dois regimes (CUB e SOB) são determinados por lei, nos casos: 1. Maiores de 70 anos 2. Divorciados e viúvos quando ainda não tenha sido feita a separação de bens entre os herdeiros. 3. Precisam de suprimentos judiciais: nos casos de menores de 16, só podem casar quando o juiz autoriza (casos de gravidez). Comunhão Parcial De Bens – CPB: é o automático no Brasil Separação Total De Bens (consensual) – STB: acordo entre as partes de os patrimônios serem separados. Participação Final Nos Aquestos: só é divido o que foi comprado em conjunto, os bens comprados individuais não entram na partilha. No artigo 977 CC/02 proíbe a sociedade entre cônjuges casados sob comunhão universal de bens e separação obrigatória de bens, mesmo que tenha terceiros envolvidos. É autorizado sociedade do indivíduo com terceiros, desde que o cônjuge não seja sócio. EIRELI Empresa Individual de Responsabilidade Limitada Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis. Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante do incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado. Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: (...) VI. as empresas individuais de responsabilidade limitada. P á g in a 1 5 Para abrir uma EIRELI é necessário R$ 88.000,00 (atualmente -2016), depositados em nome da empresa. Esse valor corresponde à 100 vezes o salário mínimo vigente. Supletivamente aplica-se as regras da LTDA a EIRELI. Nome empresarial da EIRELI – deverá conter, ao final do nome/firma, a expressão “EIRELI”. A EIRELI só pode ser usada uma vez por pessoa, ou seja, só pode ter uma EIRELI por titular, porém, ele pode ser sócio de outras sociedades. Concentrar as quotas de um sócio, numa sociedade, para o outro sóico, independentemente do motivo da saída/ausência do outro sócio, porém, o capital social da sociedade LTDA tem que ser o piso para constituir a sociedade (100 vezes o salário mínimo vigente). Caso o sócio não tenha o piso, ele poderá se tornar Empresário individual ou tentar conseguir um sócio dentro de 180, a contar da concentração. Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. Art. 980-A. § 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. Art. 980-A. § 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidadelimitada Firma ≠ denominação empresarial. A primeira usa o nome dos sócios para constitui o nome empresarial. Ex. João Neto EIRELI; A segunda usa o nome fantasia e tem o objeto da empresa. Ex. Panificadora Luz. Art. 980-A. § 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade Art. 980-A. § 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. P á g in a 1 6 Profissionais intelectuais – EIRELI SIMPLES – Registro Civil De Pessoa Jurídica. EIRELI ≠ LTDA – Diferença entre sociedade e EIRELI: Pessoa jurídica que só pode ter um sócio é a EIRELI, enquanto a LTDA é constituída por no mínimo dois sócios. Na EIRELI há a necessidade de respeitar o valor mínimo de capital social (100 vezes o salário mínimo vigente), e a LTDA não precisa. O artigo 44 CC/02 traz o rol das pessoas jurídicas, o que fundamenta que a EIRELI é diferente da LTDA. Estabelecimento Comercial/empresarial O estabelecimento comercial não é sinônimo de sociedade. Sociedade é pessoa jurídica de direito privado, sujeito de direitos e deveres. Também não é sinônimo de empresa. Empresa é a atividade empresarial. O estabelecimento comercial não é sujeito de direitos. Não é o lugar onde o empresário realiza as atividades. O local onde é exercido as atividades da empresa é chamado de ponto comercial. O estabelecimento é, para o direito, uma coisa, um bem que tem valor pecuniário, uma universalidade de fato4. Conceito O Código Civil é de 2002, e por isso ainda não agrega e EIRELI ao artigo 1.142, pois a EIRELI aparece somente em 2011. A EIRELI também pode organizar estabelecimento no Brasil. O estabelecimento empresarial é, pois, um conjunto de bens materias¹ e imateriais². 4 Universalidade: De fato: a lei não determina e sim decorre da vontade do organizador. O organizador no direito empresarial é o empresário (EI, Sociedade empresária, EIRELI.). Ex. mercado, supermercado, hipermercado. De Direto: decorre da vontade do legislador. Ex. Massa falida, espólio. Art. 980-A. § 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. “Estabelecimento empresarial é o conjunto de bens reunidos pelo empresário para a exploração de sua atividade econômica. Compreende bens indispensáveis ou uteis ao desenvolvimento da empresa, como as mercadorias em estoque, máquinas, veículos, marca e outros sinais distintivos, tecnologia etc. ” – COELHO, Fábio Ulhoa, Curso de Direito Comercial, volume 1, pg. 188. P á g in a 1 7 Bens materiais: sinônimo de corpóreos/tangíveis. Ex. Numa lanchonete: moveis, caixa eletrônico, painel, equipamentos, estoque, veículos, imóveis. Bens imateriais: sinônimo de incorpóreo/intangível. Ex. Marca, patentes (invenções); desenho industrial, “know how”, ponto comercial, nome de domínio, sites de internet etc. Tanto os bens matérias quanto os imateriais tem um valor. O valor do estabelecimento se dará pela soma dos bens com a soma do valor do trabalho de organização (ideias) do empresário (valor agregado). A soma dos bens (bens + valor agregado) é chamado de aviamento. Em inglês é chamado de “good will“, que é largamente utilizado nas corretoras de valores. Clientela e Freguesia Clientela: é aquele que é fiel ao dono da atividade empresarial; Freguesia: é aquele que não é fiel ao dono da atividade empresarial. A clientela não faz parte do estabelecimento empresarial, sendo assim, não são alienáveis. O estabelecimento comercial pode ser vendido. No contrato de compra e venda do estabelecimento empresarial, a descrição do que o compõe pode ser feita na parte anexa do contrato. Alienação: transferência de propriedade. Ex. compra e venda, doação, desapropriação etc. A venda do estabelecimento comercial chama-se trespasse. Arrendamento: no arrendamento, somo é transferida a posse direta do bem. É, pois, a locação do estabelecimento. Usufruto: é a transferência de posse (apenas) à título gratuito. Quando se vende um estabelecimento a outrem os contratos que estão firmados em nome do estabelecimento são transferidos ao novo dono. Alienação Fundo de comércio é sinônimo de estabelecimento empresarial. São expressões que eram utilizadas antes do Código Civil de 2002. Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 1. O estabelecimento pode ser objeto unitário de quais espécies de negócios jurídicos? DÊ um exemplo de cada negócio. R: O estabelecimento empresarial pode ser objeto unitário das seguintes espécies de negócio jurídico: Alienação (transferência de propriedade); Arrendamento (transferência da posse direta a título oneroso; locação) e usufruto (transferência da posse direta a título gratuito). P á g in a 1 8 Na alienação o vendedor recebe o nome de alienante, enquanto quem compra, recebe o nome de adquirente. Arrendamento No arrendamento, o proprietário chama-se arrendatário, enquanto o locatário é chama-se inquilino. Usufruto Usufruto o proprietário chama-se nu-proprietário, que tem a posse indireta do bem, enquanto o beneficiário chama-se usufrutuário, que detém a posse direta. O artigo acima diz que tem que levar os documentos (contratos) de alienação ou arrendamento ou usufruto para averbação na junta comercial e publicado no Diário Oficial, sendo que, para que os contratos firmados surtam efeitos frente a terceiros (fisco, funcionários, fornecedores, banco, locador etc), deverá haver o concurso da averbação e da publicação. Só pode vender se o alienante pagar todos os credores do estabelecimento ou, se não tiver dinheiro para quitar, separar bens próprios no valor do passivo para garantir o pagamento. Ou se não tiver o dinheiro para pagar a dívida, deverá notificar todos os credores, avisando que irá vender o estabelecimento empresarial e que eles se manifestem a favor da venda. Qualquer meio expresso (escrito) é válido de notificação, com o aviso de recebimento. Os credores podem anuir ou não a venda. Se não autorizarem, não poderá vender o estabelecimento. O prazo para os credores responderem é de 30 dias, sendo que no silencia, após os 30 dias de recebido a notificação, ocorrerá a manifestação tácita do credor, anuindo a venda. Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 2. No caso de alienação do estabelecimento, quais as regras legais que devem ser respeitadas, para que se dê publicidade a tal fato? R: Deve-se levar o contrato de alienação para ser averbado à margem da inscrição do empresário ou da sociedade empresária na Junta comercial e publicado na imprensaoficial. Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação. P á g in a 1 9 Alienação – transferência da propriedade; Privilegiados – fisco e trabalhadores. A segunda parte do artigo 1.146 diz expressamente diz que durante um ano, ficará responsável solidariamente o alienante com os débitos e créditos vencidos, depois de averbado e publicado o contrato de alienação no Diário Oficial. Caso não haja a publicação, o alienante continua solidariamente responsável até a prescrição da dívida (art. 1.145). As dívidas adquiridas pelo adquirente não se vinculam ao alienante. Termo inicial = “a quo” Se a dívida vencer antes da alienação, contar-se-á um ano após a averbação e publicação do contrato de trespasse. Se a dívida vencer após a alienação, responderá ainda, o alienante, a dívida, solidariamente, durante um ano a partir dos créditos vencidos. Ex. Vendi uma farmácia no 01/04/2012 e havia duas dividas, uma que venceu no dia 20/02/2012 e outra que ainda vencerá no dia 30/08/2016. Estarei solidariamente responsável pela dívida que venceu no dia 20/02/2012 durante um ano depois da averbação e publicação. Já a que vencerá no dia 30/08/2016, o prazo de um ano começará a contar a partir do dia do vencimento. Estarei obrigado até 30/08/2017. O artigo 1.148 faz uma ressalva a essa transferência, caso o contrato esteja como pessoalíssimo o contrato não pode ser transferido. 3. Se o alienante tiver passivo do estabelecimento que está sendo objeto de alienação, qual o procedimento que deve ser adotado para que não venha correr o risco eventual de ter sua falência decretada? R: Deverá o alienante notificar todos os seus credores, pedindo a anuência da alienação, sendo possível todo o meio expresso de notificação, com aviso de recebimento. Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. 4. Como funciona a transferência do passivo, no caso de alienação do estabelecimento? R: O adquirente do estabelecimento responde pelos débitos anteriores à transferência, desde que que regularmente contabilizados, porém o alienante do estabelecimento continuará solidariamente responsável pelas dívidas vencidas durante um ano da data da publicação na imprensa oficial, e das dívidas a vencer, a contar de um ano de seus vencimentos. Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub- rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. P á g in a 2 0 O artigo 1.147 trata da cláusula da não concorrência do alienante com o adquirente na mesma atividade. É possível estabelecer um limite territorial para que o alienante possa abrir um estabelecimento na mesma atividade que vendeu ao adquirente, que durará por cinco anos. É possível também ao alienante pedir uma autorização para o adquirente, para que ele possa concorrer na mesma região com a mesma atividade. Pode se pactuar outro prazo, não só o de cinco anos, podendo ser pactuado prazo de dois, três anos etc. Sobre o usufrutuário e o inquilino, o prazo de não concorrência é o equivalente ao prazo do contrato de arrendamento ou usufruto. O artigo 1.149 trata das pessoas que devem ao estabelecimento, que também, com a venda do estabelecimento, o credor passa a ser o novo dono. Pagamento pelo credor do estabelecimento de boa e de má fé Com boa-fé: O final do artigo descreve que, se o devedor de boa-fé faz o pagamento ao antigo dono, por falta de conhecimento da venda, a obrigação com o estabelecimento se resolve e o devedor não terá que pagar novamente ao novo dono. Cabe ao devedor ingressar com uma ação de regresso para ressarcimento de valores, contra o antigo dono do estabelecimento que recebeu indevidamente. Com má-fé: Se o devedor, sabendo da venda do estabelecimento e da mudança de proprietário, e mesmo assim fazer o pagamento indevidamente ao credor primitivo, não terá mais a proteção do artigo 1.149, nessa situação deverá pagar novamente o valor ao novo credor e posteriormente ingressar com uma ação de regresso para ressarcimento de valores. Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato. Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente. P á g in a 2 1 Ponto Ponto é um bem imaterial ou incorpóreo pertencente ao estabelecimento empresarial. O Ponto é o local onde é exercida a atividade econômica, não se confundi com o imóvel, mas está ligado a ele tanto o legislador tutela este como bem em razão de reconhece-la como extremamente importante para o sucesso da empresa, criando uma medida para sua proteção caso ele se encontre em imóvel alugado. Tal medida é conhecida como ação renovatória de locação não residencial ou empresarial. A ação renovatória de locação não residencial ou empresarial é a tutela jurisdicional que faz com que um locatário (inquilino) permaneça no imóvel alugado, por mais 5 anos, se preenchidos todos os requisitos legais, mesmo contando com negativa do locador (proprietário). Esta ação é uma renovação compulsória por lei. 5. Maria da Penha é devedora antiga do estabelecimento de calçados alienado a Paulo Ramos. Todavia, ao se dirigir ao citado estabelecimento para quitar um débito pendente de R$3.500,00 encontra, no caminho, Joaquina Flores, antiga proprietária e administradora do estabelecimento alienado, com quem pactuou o débito. Não tendo conhecimento do trespasse ocorrido, acaba por pagar à antiga proprietária o valor devido, obtendo recibo assinado por esta. Posteriormente, o atual proprietário cobra a devedora pela sua inadimplência. Esta vem alegar que não tomou conhecimento da alienação do estabelecimento realizada, apresentando, inclusive o recibo. Diante deste fato, como a Lei determina que seja entendido tal fato? R: Diante da ignorância da devedora do estabelecimento sobre, e tendo ela pago ao credor primitivo com boa-fé, ela não precisará pagar novamente e estará liberada da obrigação. Cabe ao adquirente entrar com ação regresso contra o alienante para receber os valores pagos pela credora de boa-fé. P á g in a 2 2 A ação renovatória de locação não residencial – Lei 8.245/91 Requisitos (os requisitos são cumulativos, não podem faltar) a. Ter contrato escrito de locação; b. Prazo do contrato seja determinado de, no mínimo, cinco anos ou a soma de vários contratos, por escritos, todos eles com qualquer prazo determinado, que resultem em, no mínimo cinco anos. Essescontratos têm que ser ininterruptos. c. Exercer a mesma atividade nos últimos três anos do contrato. Para provar, basta emitir certidão da Junta Comercial. Prazo decadencial de no máximo um ano, e no mínimo seis meses, antes do termino do contrato. Registrado + legitimado +requisitos + distribuição da ação dentro do prazo + alugueis em dia. Purgar a Mora – casos em que há, ainda, alugueis atrasados, poderá o inquilino purgar a mora, depositando os valores em juízo. O direito à propriedade é constitucional. Proprietário /Locador Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I. O contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II. O prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III. O locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. § 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário. § 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade. § 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub-rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo. § 4º O direito a renovação do contrato estende - se às locações celebradas por indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo. § 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. CF, Art. 5º, XXII - é garantido o direito de propriedade. (...) P á g in a 2 3 Os fundamentos para o proprietário poder retir o inquilino, mesmo se estiver tudo ok com a ação renovatória, são chamados de exceções de retomadas. a) Obras exigidas pelo poder público ou para valorização efetiva do imóvel b) Contratar engenheiro/arquiteto, contrato de prestação de serviço destes profissionais, juntados no processo. Proposta melhor de terceiros Se o locador não aderir à proposta de terceiro, ele perderá a renovatória, porém o locatário e o terceiro terão que indenizar o locatário, no custo da mudança mais o valor do lucro cessandis (lucro que o locador deixou de ganhar) dos cinco anos que o inquilino iria ganhar. O locatório e o terceiro serão solidariamente responsáveis de pagar a indenização. Transferência do estabelecimento existente (registrado) A mais de um ano de existência de estabelecimento do cônjuge, ascendente ou descendente do locador. Neste caso, a dívida de imposto não impede a retomada; Mesma atividade do locador não pode, está proibido, salve se: Indenizar (mesma indenização da proposta de terceiro) Se a atividade é também do locador; o locador pode colocar qualquer estabelecimento dele e de moradia dele também. Lei 8.254/91, Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: I. Por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; II. O imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 1º. Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 2º. Nas locações de espaço em shopping centers, o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. 3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar P á g in a 2 4 1. Conceitue AÇÃO RENOVATÓRIA DE LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL. 2. Quem são as partes num contrato de locação? 3. Quem são as partes na Ação Renovatória? 4. Quem são os legitimados para propor Ação Renovatória? (ver e explicar, também, o art. 55 da lei de Locação). 5. Cite 4 exemplos de pessoas (físicas ou jurídicas) que podem locar imóveis, mas não podem se beneficiar da Renovatória de Locação. 6. Quais são os requisitos essenciais cumulativos para a propositura da Ação Renovatória? 7. Qual é o prazo para demandar tal ação? 8. Supondo que um contrato de locação escrito, por prazo determinado, tenha início em 1/1/2013 e termine em 1/1/2018, quais seriam os termos (datas) iniciais e finais para a propositura da renovatória, neste caso? 9. Quais são as exceções de retomada do imóvel que podem ser alegadas pelo proprietário em contestação? Quais exceções podem ser alegadas pelo Empreendedor de Shopping Center? 10. Como funcionam as indenizações aos locatários, em caso de saída determinada pelo juízo, caso sejam acatadas as exceções de retomada alegadas pelo locador? 11. Qual a diferença entre Shopping Center e Galeria?
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