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contrato social - Russeau

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O principal objetivo do Contrato Social de Rousseau pode ser compreendido assim: Encontrar uma forma de associação de "estado civil", cujas leis possam ser sobrepostas às leis inerentes ao "estado de natureza" sem violenta-las. Para compreender devemos: 1º definir o que é o "estado de natureza" e 2º determinar como os homens se afastaram dessa condição com a emergência da sociedade.
O "estado de natureza” segundo Rousseau, é um estado "que não mais existe, que talvez nunca tenha existido, que provavelmente nunca existirá". O que caracteriza o homem nesse estado, é um perfeito equilíbrio entre suas necessidades e os recursos à sua disposição. O homem natural é reduzido às sensações. O homem está em harmonia com seu ambiente por que é um ser puramente físico, dependente de seu ambiente físico e nada mais.
No contrato social chega um ponto onde Rousseau afirma: "os obstáculos no caminho da conservação do estado de natureza mostram mais resistência que os recursos a sua disposição [...] e a raça humana pereceria a menos que mudasse sua maneira de ser." Assim, uma primeira extensão de necessidades físicas cria uma tendência a formar grupos. "Eles se acostumaram a reunir-se. De tanto se verem, não podiam mais ficar sem se ver." Foi aproximadamente nesse momento que os selvagens deixaram de ser selvagens.
Conforme os homens emergiam de sua indolência original, suas faculdades eram aguçadas por relações mais ativas, sua mente se abria a ideias novas. Alguns homens descobriram o princípio da agricultura e dela derivaram outras artes. A agricultura exigia repartição de terra e a partir do reconhecimento da propriedade nasceram as primeiras regras de justiça. O caminho estava aberto a todos tipos de desigualdades. "Assim, de mãos dadas com o progresso, a desigualdade natural e a de combinação espalhou-se....". "Logo que começaram a existir ricos e pobres, poderosos e fracos, a sociedade nascente deu lugar ao mais terrível estado de guerra". Essas são as origens do "estado civil", ou seja, são as causas naturais que levam o homem gradualmente a formar sociedade, mas, isso não torna a sociedade um fenômeno natural, pois ela não está na natureza do homem. Para que a sociedade possa surgir, as circunstancias externas devem aumentar as necessidades do homem e modificar sua natureza.
Para Rousseau, "antes de examinar o ato pelo o qual o povo se entrega a um rei, seria melhor examinar o ato pelo qual um povo é um povo. Este ato é o verdadeiro fundamento da sociedade". Este ato pode consistir apenas de uma associação. Assim podemos enunciar assim: "Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja com toda a força comum a pessoa e os bens de cada associado e que todos obedeçam ainda a si mesmos e continuem livres como antes".
A consequência desse contrato é que cada vontade pessoal é absorvida pela vontade coletiva, pois, "ao se entregar a todos, se entrega a ninguém". 
O ser coletivo não apenas determina a liberdade individual como também a consagra e assim lhe comunica uma nova natureza. A liberdade de um indivíduo se baseia agora, em sua obrigação, vinda do contrato fundamental de respeitar a vontade geral.
O corpo político instituído pelo contrato social é chamado Soberano. A soberania é "o exercício da vontade geral". Segundo Rousseau o interesse geral é o de todos os indivíduos que desejam o que é mais apropriado dado o estado civil e as condições determinadas da sociedade, a cada cidadão. Ele passa a existir quando "todos querem a felicidade de cada um deles", ou seja, a vontade geral é a média de todas as vontades individuais na medida em que seu objetivo político é um egoísmo abstrato.

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