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Aula 5 - O Juízo e a Preposição ( Régis Jolivet)

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Régis Jolivet
Capítulo Segundo
O JUÍZO Ε Α PROPOSIÇÃO
RE
Juízo e Proposição
Definição do juízo. — O juízo é o ato pelo qual o espírito afirma alguma  coisa de outra; "Deus  é bom", o "homem  não é imortal" são juízes,   enquanto  um afirma de Deus a bondade, o outro nega do homem a imortalidade.
O   juízo   comporta   então   necessariamente   três   elementos,    a saber: um sujeito, que é o ser de que se afirma ou nega alguma coisa –  um atributo ou predicado: é o que se afirma ou nega do sujeito;,  – uma afirmação ou uma negação.
O sujeito e o atributo compõem a matéria do juízo e a forma do juízo resulta da afirmação ou da negação.
A proposição é a  expressão verbal do juízo.
A Proposição
Ela se compõe, como o juízo, de dois termos, sujeito e predicado, e de um verbo, chamado cópula (isto é, elo), pois liga ou desliga os dois termos.
O verbo da proposição lógica é sempre o verbo ser, tomado no sentido copulativo ou relativo, como nesta proposição: "Deus é bom", e não no sentido absoluto, em que ele significa existir, como nesta proposição: "Deus é". 
Muitas vezes o verbo gramatical compreende a um tempo o verbo lógico e o atributo. Assim, esta proposição: "Eu falo" se decompõe, do ponto-de-vista lógico, nesta: "Eu sou falante". Da mesma forma, "Deus existe" se decompõe assim: "Deus é existente".
ESPÉCIES DE JUÍZO E DE PROPOSIÇÕES
Classificação dos juízos do ponto-de-vista de sua forma e do ponto-de-vista de sua matéria.
a) Do ponto-de-vista da forma. Distinguem-se os juízos afirmativos e os juízos negativos.  b)Do  ponto de vista  da  matéria.   Distinguem-se  os  juízos analíticos e os juízos sintéticos.
Chama-se analítico um juízo em que o  atributo é ou idêntico1 do sujeito  (o que é o caso da definição; "O homem é um animal racional"), ou  essencial ao sujeito   ("O homem é  racional"), ou próprio  (1) ao sujeito  ("O círculo é redondo").
Chama-se sintético um juízo cujo atributo não exprime nada de essencial, nem de próprio ao sujeito: "Este homem é velho", "O tempo está claro".
 
Classificação das proposições quanto a quantidade e da qualidade
A. A quantidade de uma proposição depende da extensão do> sujeito. Pode-se então distinguir:
a) As proposições universais: aquelas cujo sujeito é um termo universal, tomado universalmente. Por exemplo: "O homem (ou: todo homem) é mortal".
b)   As proposições particulares: aquelas em que o sujeito ê um termo particular: "algum homem é virtuoso".
c) As proposições singulares: aquelas cujo sujeito ê um termo singular: "Pedro é sábio", "esta árvore é velha". Estas proposições, pela razão dada anteriormente (12), devem ser assimiladas, às proposições universais. 
B.A qualidade de uma proposição depende da afirmação ou da negação, conforme a relação do atributo ao sujeito seja uma relação de conveniência ou de não conveniência.
A propriedade em lógica é um caráter que não pertence à essência do sujeito, mas decorre dela  necessariamente.
3) As quatro proposições – Como toda proposição tem no mesmo tempo uma quantidade e uma qualidade, podem se distinguir quatro espécies de proposições, que os lógicos designam por vogais, a saber:
a)     A universal afirmativa (A) : Todo homem é mortal.
b)     A  universal negativa   (E) :   Nenhum homem   é  puro espírito.
c)     A particular afirmativa (I) : Algum homem é sábio.
d)    A particular negativa (O) : Algum homem não ó sábio,
Da oposição das Proposições
 Quando se tomam as proposições não já em si mesmas, mas em suas mútuas relações, verifica-se que elas podem opor-se entre si de várias maneiras. 
Definiremos então a oposição como a relação de duas proposições que, tendo o mesmo sujeito e o mesmo predicado, têm uma qualidade ou uma quantidade diferente, ou seja, a um tempo, uma qualidade e uma quantidade diferentes.
aAs proposições contraditórias. Chamam-se contraditórias duas proposições que diferem ao mesmo tempo pela quantidade o pela qualidade: uma nega o que a outra afirma, sem que haja intermediário entre a afirmação e a negação:
Todo homem é sábio (A).
Algum homem não é sábio (0).
b)   As proposições contrárias. Chamam-se contrárias duas proposições universais que diferem pela qualidade:
Todo homem é sábio (A). Nenhum homem é sábio (E).
c)  As proposições sub contrárias. Chamam-se subcontrárias duas proposições particulares que diferem pela qualidade:
Algum homem é sábio  (I). Algum homem não é sábio (O).
d)   As proposições subalternas. Chamam-se subalternas duas proposições que só diferem em quantidade:
Todo homem é virtuoso (A). Algum homem é virtuoso  (I). Nenhum homem é puro espírito (E). Algum homem não é puro espírito  (0).
Lei das oposições.
a)     Lei das contraditórias. Duas proposições contraditórias (A e O, Ε e I) não podem ser nem verdadeiras, nem falsas ao mesmo tempo. Se uma é verdadeira, a outra é necessariamente verdadeira, a outra é falsa, a outra é necessariamente verdadeira.
b)     Leis das contrárias. Duas proposições contrárias (A e E) não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo; se uma é verdadeira, a outra é falsa. Podem, no entanto, ser falsas ao mesmo tempo
Em matéria necessária (isto é, desde que o predicado seja da essência do sujeito), duas contrárias não podem ser simultaneamente falsas. Pode-se, então, concluir da falsidade de uma a verdade de outra.
Continuação...
c) Lei das subcontrárias. Duas proposições subcontrárias (I e O ) não podem ser falsas ao mesmo tempo. Mas podem ser verdadeiras ao mesmo tempo
Em matéria necessária, duas subcontrárias não podem ser verdadeiras simultaneamente, Pode-se, então, concluir da verdade de uma a falsidade de outra.
d) Leis das subalternas. Duas proposições subalternas (A e I, E e O) podem ser verdadeiras ao mesmo tempo e falsas ao mesmo tempo, assim como uma pode ser verdadeira e a outra falsa.
O RACIOCÍNIO E O ARGUMENTO
1.     O raciocínio, em geral, é a operação pela qual o espírito, de duas ou mais relações conhecidas, concluí uma outra relação que desta decorre logicamente. Como, por outro lado, as relações são expressas pelos juízos, o raciocínio pode também definir-se como a operação que consiste em tirar de dois ou mais juízos um outro juízo contido logicamente nos primeiros. 
O raciocínio é então uma passagem do conhecido para o desconhecido.
2. O argumento é a expressão verbal do raciocínio:
3.O encadeamento lógico das proposições que compõem o argumento se chama forma ou consequência do argumento.As próprias proposições formam a matéria do argumento. 
A proposição a que chega o raciocínio se chama conclusão ou consequente, e as proposições de onde é tirada a conclusão se chama coletivamente o antecedente:
O homem é mortal.( Antecedente)
 Ora, Pedro é homem (Antecedente).
Logo, Pedro é mortal (Conclusão).
A inferência
O termo inferência é muitas vezes tomado como sinônimo de raciocínio. Na realidade, tem um sentido multo geral e se aplica não somente a toda espécie de raciocínio’ (dedução, indução), mas também, embora menos propriamente, às diferentes operações de conversão. 
Servimo-nos, neste último-caso, do termo inferência imediata.
Raciocínio e o Silogismo
 Como o raciocínio consiste em se servir do que se conhece para encontrar o que se ignora, dois casos podem produzir-se, conforme seja o que se conhece inicialmente uma verdade universal (raciocínio dedutivo), ou um ou vários casos singulares (raciocínio indutivo)
O raciocínio dedutivo. —O   raciocínio   dedutivo   é   um movimento de pensamento que vai de uma verdade universal a uma outra verdade menos universal (ou singular). Por exemplo:
Tudo o que é espiritual é incorruptível. 
Ora, a alma humana é espiritual. 
Logo, a alma humana é incorruptível.
	"A alma humana é incorruptível" é uma verdade menos geral do que a que enuncia que "tudo o que é espiritual é incorruptível".A expressão principal deste raciocínio é o silogismo.
O raciocínio indutivo 
O   raciocínio   indutivo  é  um movimento de pensamento que vai de uma ou várias verdades singulares a uma verdade universal.
Sua forma geral é a seguinte:
O calor dilata o ferro, o cobre, o bronze, o aço. 
Ora, o ferro, o cobre, o bronze e o aço são metais.
Logo, o calor dilata todos os metais.
SILOGISMO
 O   silogismo   é   um   argumento pelo qual, de um antecedente que une dois termos a um terceiro, tira-se um conseqüente que une estes dois termos entre si.
a)     Composição do silogismo. Todo silogismo regular se compõe então de três proposições, nas quais três termossão comparados dois a dois. Estes termos são:
O termo maior (T), assim chamado porque é o que tem maior extensão.
O termo menor (t), assim chamado porque é o que tem menor extensão.
O termo médio (M), assim chamado porque é o intermediário entre o termo maior e o menor.
As duas primeiras proposições, que compõem coletivamente o antecedente, se chamam premissas, e a terceira,conclusão. — Das duas premissas, a que contém o termo maior se chama maior. A que contém o termo menor se chama menor.

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