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Resenha Crítica BLACK BLOCS A livre manifestação de pensamento vedado o anonimato Art 5, parg 4

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Resenhado por Vitor Thiago Camargo, acadêmico do 3º período do curso de Bacharel em Direito para a Disciplina de Direito Constitucional I. 
Resenha Crítica 
LIMA, George Marmelstein. " Desafivelando a Máscara: o uso de máscaras nas manifestações"; Direitos Fundamentais. Disponível em https://direitosfundamentais.net/2014/04/17/desafivelando-a-mascara-o-uso-de-mascaras-nas-manifestacoes/ >. Acesso em 12 de junho de 2016.
MELO, Gustavo Leonardo. A inconstitucionalidade do movimento Black Bloc e sua função anti-social. Jusbrasil. Disponível em: http://gustavomelo165.jusbrasil.com.br/artigos/113295255/a-inconstitucionalidade-do-movimento-black-bloc-e-sua-funcao-anti-social. Acesso em10 de jun 2016. 
OLIVEIRA, Rogério Donizetti Campos de. Liberdade de reunião, desobediência civil e Black Blocs. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVII, n. 125, jun 2014. Disponível em:<http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=14825
>. Acesso em13 de jun 2016. 
Art. 5º, § 4º - A Livre Manifestação de Pensamento, vedado o anonimato, e o movimento dos Black Blocs. 
O direito de reunião no Brasil, principalmente nas grandes cidades tem sido colocado à prova. Como se comportar e interpretar tal garantia constitucional e harmonizá-la diante da realidade de quebradeiras, desobediência civil, inúmeras manifestações com participação de números ínfimos de pessoas que obstaculizam milhares de pessoas no seu direito de ir e vir. 
A Constituição Federal de 1988 dispõe em seu artigo 5°, incisos IV e XVI, a seguinte redação:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Da inteligência desse artigo, é claro a flagrante inconstitucionalidade imputada a esse movimento Black Bloc.
Primeiramente, o grupo ora mencionado tem como característica principal mascara, capuz, camiseta e outros objetos preferencialmente da cor preta, que são colocados em seus rostos com o único e exclusivo fim de não serem reconhecidos, ou seja, “manter-se em anonimato”. O anonimato previsto pelo legislador na Constituição Federal, reflete a intenção deste em evitar a impunidade de delinquentes em decorrência da impossibilidade de identificação dos mesmos.
A palavra “vedada”, tipificada no inciso IV, claramente demostra a preocupação do legislador com a insegurança que tal ato poderia ocorrer, assim como vem ocorrendo nas manifestações dos grupos intitulados Black Bloc. O anonimato impede a responsabilização daqueles que usam o direito de manifestação com o fim exclusivo de delinquir.
O modus operandi desses grupos criminosos fere diretamente o inciso IV da Constituição Federal, sendo um ato de flagrante inconstitucionalidade.
Se não fosse o bastante, a inconstitucionalidade desse movimento também se identifica perfeitamente no inciso XVI, do art. 5°, da CF/88, senão vejamos:
                - a reunião dos Black Bloc em locais de manifestações está longe de ser pacífica, aliás a característica principal do grupo é o anarquismo, desordem e imposição criminosa frente a segurança pública. Por vezes é veiculado na mídia integrantes desses grupos, depredando o patrimônio público e agredindo policiais e civis em manifestações.
                - o conceito de arma previsto na Constituição Federal deve ser interpretado de forma ampla, ou seja, todo e qualquer objeto ou instrumento empregado com o fim de atacar a terceiros com capacidade de produzir lesão. Desta forma, objetos como “vigas de madeira, fogos de artifícios, pedras, barras de ferro, etc.”, frequentemente usados pelos grupos Black Bloc, são armas que por vezes causam lesão física e patrimonial a terceiros.
                - o grupo Black Bloc não tem um objetivo específico e legal para poder manifestar-se, dessa forma aproveitam de manifestações anteriormente convocadas, com fim pacífico e agregada de pessoas de boa-fé, para instaurarem o caos e a desordem. Desta forma, a polícia tem que intervir e acabar com a manifestação que até então refletia um objetivo especifico e pacífico.     
Percebe-se assim que a Constituição vigente adotou um regime que pende para o repressivo (mais favorável à liberdade). Em verdade, a exigência de prévio aviso caracteriza um regime intermediário entre o preventivo e o repressivo; mas o aviso só é exigível para reuniões em locais abertos ao publico: para os demais o regime é puramente repressivo. 
Por outro lado, esse texto tem de novo em relação aos anteriores a menção a todos poderem se reunir “em locais abertos ao publico”. É possível entender-se que a constituinte zelou especialmente pelas reuniões em locais abertos ao publico, talvez porque em tais circunstancias a pratica mostre estar o exercício da liberdade mais vulnerável a ação policial. 
No tocante a legislação infraconstitucional nunca mereceu maior atenção do legislador brasileiro. É encontrado em textos esparsos, sem sistematização e há duvidas quanto a sua vigência. 
As leis federais que cuidam do tema da Liberdade de Reunião nem sempre a tem como seu tema central. Isso acontece com a as lei penais, eleitorais, transito e outras de matéria politica. 
No direito de reunião a CF/88 não regulamentou e nem citou outro dispositivo claro e expresso.
Kelsen – ao explicar a estrutura do ordenamento jurídico no estado federal, identifica a existência de “normas centrais válidas somente para porções do território inteiro e normas locais validas somente para porções do território, para os territórios dos estados-membros.
O Estado federal, a comunidade jurídica total, consiste, portanto, na federação, uma comunidade jurídica total, consiste, portanto, na federação, uma comunidade jurídica central, e nos Estados-membros, varias comunidades jurídicas locais. 
Do acima dito podemos concluir que: Os direitos fundamentais devam estar contidos na Constituição federal e ser objeto de tratamento legislativo por normas federais que componham o ordenamento jurídico total, há que se questionar, especificamente no caso brasileiro, se essa matéria há de ser considerada como de COMPETENCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA DA UNIÃO OU CONCORRENTE. Elencadas no art. 22 da CF/88.
O Município não pode legislar sobre esta matéria. 
Quanto ao Estado é plausível legislar sobre a liberdade de reunião desde que fosse tratada incidentalmente, em meio a lei que versasse sobre eventual outra matéria de sua competência (ex. talvez disciplinando reuniões que possam interferir com a integridade de patrimônio histórico, cultural, turístico e paisagístico – art. 24, VII). E também sobre a atuação da Policia Militar para a preservação da ordem publica. 
Reflexão crítica. 
Posto isso, é perfeitamente visível a inconstitucionalidade deste ato ou grupo que não busca qualquer ideal e tem por única e exclusiva finalidade a criminalidade e o caos social.
 A sociedade não deve permitir que tais grupos participem de manifestações pacíficas, pois os manifestantes ora em consonância com a lei, que buscam um ideal para construção social mais justa, são os mais prejudicados, tendo seus direitos ceifados quando organizações criminosas como Black Bloc se infiltram e frustram o que seria uma reivindicação de algo justo, necessário e legal.
Importante se faz frisar que os Black Bloc não devem ser confundidos com manifestantes e nem tratados como estes, pois tais criminosos devem ser responsabilizados e obrigados a cumprir as sanções penais prevista em nosso ordenamento jurídico, bem como responsabilizados a indenizar eventuais danos que tenham causados a terceiros.
Um grupocriminoso como estes que violam claramente a lei maior de um Estado democrático de direito, não podem, de modo algum, permanecer a luz da impunidade. A Constituição Federal deve ser respeitada por todos, caso contrário, coloca em risco a soberania e segurança do País.

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