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APOSTILA DE DIREITO CONSTITUCIONAL – CONCURSO DA PMAP 2022 PROFESSOR DE DIREITO: CLERISTON VILHENA PÓS GRADUADO EM DIREITO PROCESSUAL – ADVOGADO DIREITO CONSTITUCIONAL “MASTIGADO” DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS “Missão dada, é Missão cumprida...” (Lema do BOPE do RJ) Nobre aluno e Guerreiro, sei que a Jornada é difícil principalmente para aqueles que trabalham e estudam e vieram de Origem humilde, mas siga em frente Deus está Conosco sempre. BREVE HISTÓRICO DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: Esses Direitos e Garantias Fundamentais tiveram Origem em vários momentos da História, ou seja, nas Declarações de Direitos surgidas de movimentos sociais contra o autoritarismo e arbítrio, buscando ideais democráticos. Entre os documentos mais importantes estão a Magna Carta (Inglaterra 1215), a Petição de de Direitos / Bill of Rights (Inglaterra, 1629), a Declaração de Direitos da Virgínia (EUA, 1776), a Declaração de Direitos do Homem e Cidadão (França, 1789) e a Declaração de Direitos do Provo trabalhador e Explorado (Rússia, 1918). Nobre aluno(a), agora vamos iniciar o estudo do Título II da CF/1988. Em um primeiro momento, veremos a chamada teoria geral dos direitos e garantias fundamentais. Após, trataremos dos cinco capítulos que compõem o Título II, a saber: • Capítulo 1: Direitos e deveres individuais e coletivos; • Capítulo 2: Direitos sociais; • Capítulo 3: Nacionalidade; • Capítulo 4: direitos políticos; • Capítulo 5: partidos políticos. A partir dessa análise, podemos concluir que os direitos e garantias fundamentais (Título II) são um gênero, cujas espécies são os cinco capítulos acima mencionados. Tal afirmação pode parecer, num primeiro instante, irrelevante, mas já caiu. Perceba! Questão 1 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) A CF classifica, para fins de sistematização, o gênero direitos e garantias fundamentais em dois grupos: direitos e deveres individuais e coletivos e direitos sociais Errado. Na verdade, o gênero direitos e garantias fundamentais é dividido em cinco espécies (grupos): Capítulo 1: direitos e deveres individuais e coletivos; Capítulo 2: direitos sociais; Capítulo 3: nacionalidade; Capítulo 4: direitos políticos; Capítulo 5: partidos políticos. DIFERENÇAS ENTRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS Pois bem, o nome do Título II é “Direitos e Garantias Fundamentais”. Será que Direito e Garantia seriam termos sinônimos? A resposta é negativa. Os Direitos Fundamentais são os bens jurídicos tutelados pela Constituição Federal, de Cunho Declaratório. Por sua Vez, as Garantias Fundamentais são instrumentos de Proteção de um determinado Direito também na Constituição, de Cunho Assecuratório. Assim a Constituição Federal Tutela a Liberdade de Locomoção – Direito Fundamental (Art. 5º, XV) e, caso haja restrição à liberdade de locomoção, a mesma Constituição prevê a garantia do habeas corpus – Garantia Fundamental (Art. 5º, LXVIII). Art.5º, XV – é livre a Locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da Lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; LXVIII – Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. DIREITO FUNDAMENTAL – Bens jurídicos tutelados pela Constituição Federal (Exemplos: Vida, Liberdade de locomoção, Direito de Reunião). GARANTIAS FUNDAMENTAIS – Instrumentos previstos na Constituição Federal para assegurar o gozo de um determinado direito fundamental (Exemplo: para proteger o direito fundamental da liberdade de locomoção, a Constituição prevê o Habeas corpus) natureza assecuratória. Características dos Direitos e Garantias Fundamentais Muito embora não haja perfeita sintonia na doutrina com relação ao tema ora em análise, podemos apontar que são características dos direitos e garantias fundamentais: historicidade: significa que os direitos e garantias fundamentais foram criados ao longo da história e não num determinado momento histórico. Essa característica está ligada à evolução dos direitos fundamentais, que estudaremos mais a frente; universalidade: os direitos e garantias fundamentais destinam-se a todas as pessoas. a universalidade será aprofundada ao trabalharmos os destinatários dos direitos e garantias fundamentais; relatividade: os direitos e garantias fundamentais não são absolutos, mas sim relativos. É bem verdade que parte da doutrina admite que certos direitos podem ser considerados de maneira absoluta, como a vedação à tortura e ao tratamento desumano ou degradante. Mas, de maneira geral, os direitos e garantias fundamentais devem ser enxergados como relativos; irrenunciabilidade: os direitos e garantias fundamentais não podem ser objeto de renúncia, o que pode ocorrer é o não uso; inalienabilidade: os direitos e garantias fundamentais não podem ser negociados por não possuírem conteúdo patrimonial; imprescritibilidade: os direitos e garantias fundamentais não desaparecem pelo decurso do tempo. Questão de concurso – SOLDADO PM/AL – CESPE: Acerca dos Direitos e Garantias Fundamentais, julgue os itens a seguir: 1- O estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial não viola a Constituição Federal de 1988. ( ) Certo ( ) Errado 2- A Constituição Federal de 1988 estabelece a prisão como medida excepcional, que, em regra, depende de flagrante delito ou de ordem escrita e fundamentada. ( ) Certo ( ) Errado 3- O Direito de Greve é Constitucionalmente garantido a todos os trabalhadores, tanto civis quanto militares. ( ) Certo ( ) Errado Conceitos de Direito Individual, Coletivo e Difuso. Direito Individual é aquele que afeta o indivíduo em particular. Direito Coletivo é aquele que ampara um grupo determinado de pessoas que estejam ligadas por algum vínculo jurídico. Direito Difuso é aquele que diz respeito a um grupo indeterminado ou indeterminável de pessoas que buscam a satisfação de um Direito que a todas pertence. ANÁLISE DOS 78 (SETENTA E OITO) INCISOS E PARÁGRAFOS DO ARTIGO 5º DA CONSTITUIÇÃO DE 1988: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: SUJEITOS ATIVOS – Apesar do Art. 5º, caput, da Constituição se referir apenas aos Brasileiros e aos Estrangeiros residentes no País, a Doutrina indica que também são destinatários destes direitos os Estrangeiros não residentes no País e que nele se encontrem. CELSO BASTOS Doutrinador Constitucional entende que o texto não deve ser literalmente interpretado evitando-se discriminação indevida. SUJEITOS PASSIVOS – Na Sujeição Passiva temos o Estado, representado pelas Pessoas Jurídicas de Direito Público e também pelas pessoas jurídicas de Direito Privado prestadoras de Serviço Público, além da possibilidade consagrada pela Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal de serem tais direitos igualmente No que se refere ao Comportamento do Estado especificamente, percebe-se que ora o Poder Público deve agir para preservar os Direitos Individuais e coletivos e, por outro lado, em outras ocasiões deve abster-se de qualquer ação. I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; O Princípio da Isonomia ou Igualdade pontua todas as Cadeiras do Direito norteando todas as relações jurídicas. Há que se distinguir a isonomia formal da Isonomia Material. A Isonomia Formal (caput) pugna pela igualdade de todos perante a Lei, que não pode impedir que ocorram as desigualdades de fato,provenientes da diferença das aptidões e oportunidades que o meio social e econômico permite a cada um. Já a Igualdade Material, ou seja, aquela que postula um tratamento uniforme de todos os homens perante a vida com Dignidade, é quase utópica, visto que nenhum Estado logrou alcançá-la efetivamente. Segundo Montesquieu “A Verdadeira igualdade consiste em tratar de forma desigual os desiguais”. Saiba você que a orientação do STF e do STJ é no sentido de que não há o direito à segunda chamada nos testes de aptidão física (TAF) em casos de lesões temporárias (STF, RE 630.733). A exceção ficaria por conta de o edital prever, de forma ampla, para todos os candidatos – o que nunca acontece. Já em relação às candidatas gestantes, o Plenário do STF foi exatamente no sentido inverso. Ou seja, as grávidas possuem o direito de realizar o TAF em outro momento, independentemente de previsão do edital. No caso julgado pelo STF, a candidata estava na 24ª semana. Houve, inclusive, a fixação da seguinte tese: É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital do concurso público (STF, RE 1.058.333). Por falar em ferir o princípio da isonomia, o STF entendeu que é inconstitucional a fixação de critério de desempate em concursos públicos que favoreça candidatos que já sejam servidores públicos de um determinado ente federativo. Na ação, questionava-se uma lei paraense que previa, como critério de desempate, a preferência ao candidato que seja servidor público estadual. Nesse caso, podemos falar em violação aos princípios da isonomia, da impessoalidade, da proporcionalidade, sem contar na quebra do pacto federativo, ao permitir favorecimento de pessoas ligadas a um ente federativo em detrimento aos demais (STF, ADI n. 5.358). Seguindo em frente, é bom destacar que a igualdade se desdobra em formal e material! É com base na igualdade material que se permite o estabelecimento das ações afirmativas, também chamadas de discriminações positivas ou reversas. É o caso das cotas em concursos públicos para deficientes e para pessoas negras e pardas. A ideia da cota é tornar menos difícil a tarefa daqueles que contaram com maior dificuldade imposta pela vida. Sei que as cotas raciais são alvo de ataques, até por conta da miscigenação da sociedade brasileira. Seja como for, nosso assunto é passar em concursos e, para isso, devemos saber de algo bem relevante: o STF entende que as cotas em universidades públicas não ofendem o princípio meritocrático. A CF/1988 dispõe que a educação básica (educação infantil, ensinos fundamental e médio) é obrigatória e gratuita, dos 4 aos 17 anos. No entanto, quanto aos níveis mais elevados de ensino, usa a expressão “de acordo com a capacidade de cada um”. II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Princípio da Legalidade é o alicerce do Estado de Direito. Por um lado seria entendido como uma Variação do Direito à liberdade, visto que a confere expressamente, conforme preconiza Montesquieu, “A liberdade é o direito de fazer tudo aquilo que as leis permitem (O Espírito das Leis). O art. 5º, II, apresenta o que a doutrina chama de legalidade ampla, dirigida aos administrados. A amplitude se extrai da orientação segundo a qual os particulares podem fazer tudo aquilo que não seja proibido em lei. Já a legalidade administrativa, que é um dos princípios da Administração Pública constantes no art. 37 da CF/1988, tem feição mais restrita, sendo comum ouvir a expressão de que “o administrador só poderia agir quando houvesse lei permitindo”. O primeiro diz respeito à exigência de exame psicotécnico em concursos públicos. Já ouvi várias vezes em sala de aula os alunos dizerem que, se fossem reprovados, “ganhariam na Justiça”. É verdade que há alguns anos muitos dos questionamentos sobre exame psicotécnico eram providos no Judiciário. Isso acontecia muitas vezes por testes sem amparo legal ou com critérios muito subjetivos. No entanto, quero que você saiba que o STF enfrentou a matéria e decidiu que o exame psicotécnico é válido e não pode ser questionado se: previsto em lei; previsto no edital; tiver critérios objetivos de correção; e assegurar a possibilidade de recurso na via administrativa (AI n. 617.917, STF). O outro tema fundamental é referente à edição de Medidas Provisórias em Direito Penal. Embora o art. 62, § 1º, da CF/1988 estabeleça textualmente ser vedada a edição de MPs em Direito Penal, Processual Penal e Processual Civil, os presidentes da República continuaram editando MPs sobre o tema. Um exemplo marcante para o(a) concurseiro(a), dada sua alta incidência em provas, é a MP n. 417/2008, que alterou o Estatuto do Desarmamento, estendendo o prazo da abolitio criminis temporária para o delito de posse ilegal de arma. Para as provas objetivas, vale a afirmação de que não cabe MP em Direito Penal, nem mesmo se beneficiarem o réu. Nas subjetivas e orais, você deve manter essa orientação, mas se lembrar da existência de MPs em Direito Penal, como visto anteriormente. III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; De certa forma Redundante e Contumaz variação do Direito à Vida, que busca assegurar a integridade física e psíquica do indivíduo a fim de que o mesmo possa efetivamente exercer outros direitos fundamentais. Conditio sine qua non para a implementação fática da Dignidade da Pessoa Humana (Art. 1º, III). No plano Objetivo podemos inferir que ele proíbe os castigos corporais impingidos às crianças ou aos Detentos. A omissão injustificada da Administração em providenciar a disponibilização de banho quente nos estabelecimentos prisionais fere a dignidade de presos sob sua custódia Direito Constitucional Direitos e garantias fundamentais Outros Origem: STJ - Informativo 666 A omissão injustificada da Administração em providenciar a disponibilização de banho quente nos estabelecimentos prisionais fere a dignidade de presos sob sua custódia. A determinação de que o Estado forneça banho quente aos presos está relacionada com a dignidade da pessoa humana, naquilo que concerne à integridade física e mental a todos garantida. O Estado tem a obrigação inafastável e imprescritível de tratar prisioneiros como pessoas, e não como animais. O encarceramento configura pena de restrição do direito de liberdade, e não salvo- conduto para a aplicação de sanções extralegais e extrajudiciais, diretas ou indiretas. Em presídios e lugares similares de confinamento, ampliam-se os deveres estatais de proteção da saúde pública e de exercício de medidas de assepsia pessoal e do ambiente, em razão do risco agravado de enfermidades, consequência da natureza fechada dos estabelecimentos, propícia à disseminação de patologias. STJ. 2ª Turma. REsp 1537530-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 27/04/2017 (Info 666). https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1&assunto=786 Não cabe reclamação por uso indevido de algemas se este ocorreu por ordem de autoridade policial Direito Processual Penal Provas Geral Origem: STF A apresentação do custodiado algemado à imprensa pelas autoridades policiais não afronta o Enunciado 11 da Súmula Vinculante. A SV 11 refere-se apenas a situações em que o emprego abusivo da algema decorre de decisão judicial, ou seja, no âmbito de um ato processual. Não abrange hipóteses em que seu uso decorreu de ato administrativo da autoridade policial. STF.1ª Turma. Rcl 7116/PE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/5/2016 (Info 827). IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; Variação evidente do Direito à Liberdade, preconiza a possibilidade que qualquer indivíduo tem de expressar seu pensamento, de qualquer forma e através de qualquer meio, desde que se identifique. É necessário para se assegurar eventual indenização pelo Abuso de direito de Manifestação do Pensamento. O Direito à Manifestação do Pensamento não autoriza toda e qualquer manifestação, como, por exemplo. A apologia de fatos criminosos (Art. 287 do Código Penal) ou a Propaganda do Nazismo. A CF/1988 dispõe ser livre a manifestação do pensamento, mas vedado o anonimato. Contudo, a jurisprudência entende pela validade de denúncias anônimas, tanto que legitima os chamados disques denúncias. Acontece que não se pode dar início à persecução penal com base exclusivamente em denúncia anônima (também chamada de delação apócrifa ou notitia criminis inqualificada). A providência correta seria a autoridade policial, ao receber a denúncia anônima, fazer diligências preliminares com o intuito de checar a existência de veracidade das informações recebidas, dando sequência às investigações (HC n. 86.082, STF). Avançando, é importante lembrar que a liberdade de expressão não admite o chamado hate speech, que em tradução livre significaria discurso de ódio. A esse respeito, suponha que um líder religioso, além de defender o ponto de vista ideológico de sua crença, passe a ofender as religiões diversas. Nesse cenário, ele praticaria algum crime ou estaria protegido pela liberdade de expressão? Praticaria crime! Isso porque o STF entende que a incitação ao ódio público contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão (STF, RHC n. 146.303). Caso Deputado Daniel Silveira Direito Penal Outros temas da legislação extravagante Lei de Segurança Nacional https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=130 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=130&assunto=422 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6e187996e9cc9d93c5f4452695768290?palavra-chave=ofensas+e+redes+sociais&criterio-pesquisa=e https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=11 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=11&subcategoria=124 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=11&subcategoria=124&assunto=281 Origem: STF O Deputado Federal Daniel Silveira publicou vídeo no YouTube no qual, além de atacar frontalmente os Ministros do STF, por meio de diversas ameaças e ofensas, expressamente propagou a adoção de medidas antidemocráticas contra a Corte, bem como instigou a adoção de medidas violentas contra a vida e a segurança de seus membros, em clara afronta aos princípios democráticos, republicanos e da separação de Poderes. Tais condutas, além de tipificarem crimes contra a honra do Poder Judiciário e dos Ministros do STF, são previstas como crime na Lei de Segurança Nacional (Lei nº 7.170/1973). Não é possível invocar a imunidade parlamentar material (art. 53, da CF/88), neste caso. Isso porque a imunidade material parlamentar não deve ser utilizada para atentar frontalmente contra a própria manutenção do Estado Democrático de Direito. As condutas criminosas do parlamentar configuram flagrante delito, pois verifica-se, de maneira clara e evidente, a perpetuação dos delitos acima mencionados, uma vez que o referido vídeo continuava disponível e acessível a todos os usuários da internet. Os crimes que, em tese, foram praticados pelo Deputado são inafiançáveis por duas razões: 1) porque foram praticados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art. 5º, XLIV, da CF/88; art. 323, III, do CPP); e 2) porque, no caso concreto, estão presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva, de sorte que estamos diante de uma situação que não admite fiança, com base no art. 324, IV, do CPP. Encontra-se, portanto, configurada a possibilidade constitucional de prisão em flagrante de parlamentar pela prática de crime inafiançável, nos termos do § 2º do art. 53 da CF/88. STF. Plenário. Inq 4781 Ref, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/2/2021 (Info 1006). Um dos princípios mais interessantes no Estudo dos Direitos é o de que ninguém pode deles abusar. O ABUSO DE DIREITO é contrário ao próprio Direito e gera Responsabilidade civil e, dependendo do caso, criminal. V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; O Direito de Resposta impõe um limite à liberdade de expressão, procurando evitar que o Uso Abusivo e leviano da mesma possa redundar em agressões à honra de terceiros (Pessoas Físicas ou Jurídicas). Ainda sobre danos moral e material, acredito ser muito relevante tratar do julgamento envolvendo as biografias não autorizadas. Sobre o assunto, ganhou repercussão um livro intitulado Roberto Carlos em detalhes, narrando a vida do cantor. Ocorre que ele não concordava com a publicação, ingressando na Justiça. Após acordo entre as partes, o livro não foi às prateleiras e o processo foi extinto. Posteriormente, houve o ajuizamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no STF, tendo o Tribunal entendido que era possível a publicação independentemente de autorização do biografado. VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; Não Obstante o dispositivo consagre ampla liberdade de crença, é necessário entender que a República Federativa do Brasil é um Estado Laico, ou seja, não possui Religião Oficial, sendo mesma vedada qualquer relação mais próxima entre as entidades federativas e os cultos religiosos, salvo, na forma da lei, a colaboração de interesse público (Art. 19, I). É inconstitucional lei estadual que obriga que as escolas e bibliotecas públicas tenham um exemplar da Bíblia Direito Constitucional Direitos e garantias fundamentais Outros Origem: STF - Informativo 1012 Resumo A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e bibliotecas públicas estaduais configura contrariedade à laicidade estatal e à liberdade religiosa consagrada pela Constituição da República de 1988. STF. Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021 (Info 1012). A situação concreta foi a seguinte: No Amazonas, foi editada lei estadual obrigando as escolas e bibliotecas públicas a terem pelo menos uma Bíblia disponível para consulta. Veja os principais trechos da Lei Promulgada nº 74/2010: Art. 1º As unidades escolares da rede estadual de ensino e as bibliotecas públicas estaduais ficam obrigadas a manter em seus acervos ao menos um exemplar da Bíblia Sagrada. https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1&assunto=786 Parágrafo único. A obrigatoriedade prevista no caput não implica em restrição ou impedimento para a manutenção, nos acervos públicos, de livros sagrados de outras tradições religiosas. Art. 2º Os exemplares da Bíblia Sagrada deverão ser colocados à disposição de alunos, professores e demais usuários, em local visível e de fácil acesso. (...) Art. 4º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das dotaçõesconsignadas no orçamento vigente. O Procurador-Geral da República ajuizou ADI contra a previsão alegando que ela teria contrariado o art. 19, I, da Constituição Federal, que prevê o seguinte: Art. 19. É vedado à União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; (...) A obrigatoriedade imposta pela lei é compatível com a Constituição Federal? NÃO. O STF julgou procedente o pedido formulado e declarou a inconstitucionalidade dos arts. 1º, 2º e 4º da Lei “Promulgada” 74/2010, do Estado do Amazonas. Princípio da laicidade O art. 19, I, da CF/88 prevê a laicidade estatal. Segundo esse princípio, o Estado deve manter uma relação de neutralidade em relação às religiões. Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; Trata-se de Norma Assecuratória que garante o livre exercício da liberdade de crença ao Detento, Paciente, servidor, hóspede, interno, a fim de que possa exercer, ou ser assistido por sua crença, independentemente da eventual orientação religiosa do estabelecimento de internação coletiva em que se encontre. O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional Direito Constitucional Direitos e garantias fundamentais Educação Origem: STF - Informativo 879 Resumo A CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º). Diante disso, nas escolas públicas são oferecidas aulas de ensino religioso, normalmente vinculadas a uma religião específica. É o chamado ensino religioso confessional. O PGR ajuizou ADI pedindo que fosse conferida interpretação conforme a Constituição ao art. 33, §§ 1º e 2º da LDB e ao art. 11, § 1º do acordo Brasil-Santa Sé. Na ação, o PGR afirmava que não é permitido que se ofereça ensino religioso confessional (vinculado a uma religião específica). Para o autor, o ensino religioso deve ser voltado para a história e a doutrina das várias religiões, ensinadas sob uma perspectiva laica e deve ser ministrado por professores regulares da rede pública de ensino, e não por pessoas vinculadas às igrejas. O STF julgou improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, pode sim ser vinculado a religiões específicas. A partir da conjugação do binômio Laicidade do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o Estado deverá assegurar o cumprimento do art. 210, § 1º da CF/88, autorizando na rede pública em igualdade de condições o oferecimento de ensino confessional das diversas crenças, mediante requisitos formais previamente fixados pelo Ministério da Educação. Assim, deve ser permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente se matricularem, o pleno exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso como disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo com os princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1&assunto=15 devidamente credenciados a partir de chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder Público. Dessa forma, o STF entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de uma religião específica, que ensine os dogmas ou valores daquela religião. Não há qualquer problema nisso, desde que se garanta oportunidade a todas as doutrinas religiosas. STF. Plenário.ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 27/9/2017 (Info 879). Comentários Ensino religioso confessional A Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) traz a seguinte previsão sobre o ensino religioso: Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. Em 2008, o Brasil assinou um acordo com a Santa Sé (suprema autoridade da Igreja Católica) a fim de dispor sobre a situação jurídica desta Igreja em nosso país. Este acordo Brasil-Santa Sé (Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil) foi aprovado pelo Decreto Legislativo 698/2009 e promulgado pelo Presidente da República por meio do Decreto nº 7.107/2010. O artigo 11, § 1º do acordo prevê o seguinte: Artigo 11 A República Federativa do Brasil em observância ao direito de liberdade religiosa, da diversidade cultural e da pluralidade confessional do País, respeita a importância do ensino religioso em vista da formação integral da pessoa. §1º O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de discriminação. Com base nesses dispositivos acima transcritos em diversas escolas públicas são oferecidas aulas de religião com base nos fundamentos da Igreja Católica. VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; Aqui nasce o CONCEITO DE ESCUSA DE CONSCIÊNCIA, a alegação do Imperativo (ou escusa) de consciência não é propriamente uma inovação, visto que já constava da Carta anterior Constitucional. Todavia, o texto atual da CF 1988 criou a possibilidade da prestação alternativa, fixada em lei, para aquele que se eximir da obrigação primária a todos imposta. Exemplo: Serviço Militar Obrigatório para os Jovens do Sexo Masculino de 18 anos de idade, quando Dispensados do Serviço Militar recebem o Certificado de Reservista. Não há direito absoluto. Essa frase, tantas e tantas vezes repetida, está ligada à ideia de que os direitos fundamentais têm a característica de serem relativos. Foi relembrando exatamente essa razão que o STF negou a um grupo de alunos judeus o direito de fazerem a prova do Enem em dia diverso do sábado. No caso, os candidatos invocaram a liberdade de crença religiosa para pleitearem outro dia de prova, em razão do Shabat sagrado (STA n. 389, STF). Na fundamentação, os ministros acentuaram que uma coletividade muito grande seria atingida. Afinal, as provas são feitas em escolas, quenão funcionam aos fins de semana, período em que a maioria das pessoas também não trabalha. Alguns anos depois, as provas passaram a ser realizadas em dois domingos consecutivos. De certo modo, administrativamente, acabou havendo a mudança para não ofender a crença de judeus e de adventistas. Anos depois, em novembro de 2020, a questão envolvendo a realização de provas e a proteção à crença religiosa voltou à pauta... O Tribunal decidiu ser possível a alteração de datas e horários de etapas de concurso público para candidato que invoca a impossibilidade do comparecimento por motivos religiosos. Mas depois que você tomar posse, precisará cumprir o estágio probatório, certo? Como ficaria a situação dos sabadistas? A esse respeito, foi pontuado que a administração pública, durante o estágio probatório, deveria estabelecer critérios alternativos para o exercício dos deveres funcionais ao servidor público em avaliação. No fim das contas, prevaleceu a proteção judicial à liberdade religiosa prevista na Constituição Federal, desde que não fira a igualdade de competição e do exercício de cargos públicos e sejam observados os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade e seja preservada a igualdade entre os candidatos. Mas fique atento(a), pois não basta invocar a liberdade de crença e pedir a remarcação, porque isso poderia inviabilizar a própria realização dos concursos. Por isso, é importante você ficar de olho nas teses fixadas pelo Tribunal. Veja: Nos termos do artigo 5º, inciso VIII, da Constituição Federal, é possível a realização de etapas de concurso público em datas e horários distintos dos previstos em edital, por candidato que invoca escusa de consciência por motivos de crença religiosa, desde que presente a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre todos os candidatos e que não acarreta ônus desproporcional à administração pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. (STF, RE n. 611.874) Nos termos do artigo 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível à administração pública, inclusive durante o estágio probatório, estabelecer critérios alternativos para o regular exercício dos deveres funcionais inerentes aos cargos públicos, em face de servidores que invocam escusa de consciência por motivos de crença religiosa, desde que, presente a razoabilidade da alteração, não se caracterize o desvirtuamento no exercício de suas funções e não acarrete ônus desproporcional à administração pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. (STF, ARE n. 1.099.099) Ainda sobre o tema crença religiosa, o Plenário do STF entendeu pela validade de norma estadual que permitia o sacrifício de animais em rituais religiosos. O recurso foi interposto pelo Ministério Público, que questionava lei estadual que alterou o Código Estadual de Proteção aos Animais para afastar a proibição no caso de cultos e liturgias religiosas. Na ocasião, foi firmada a seguinte tese: É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana. Ah, no julgamento, ficou vencido o Ministro Relator, que exigia o consumo da carne após o ritual (STF, RE 494.601). Outro ponto que é objeto de indagação nas provas é qual a consequência em caso de a pessoa não cumprir a obrigação a todos imposta e se recusar também ao cumprimento da prestação alternativa. Supondo que um jovem, aos 18 anos, se recuse a cumprir o serviço militar obrigatório, dizendo ser do “Partido da Paz”, e se negue a exercer função que nada se relacione com a guerra (ex.: porteiro no Ministério da Defesa). Nesse caso, haverá a perda dos direitos políticos, segundo doutrina dominante e orientação do TSE. Antes de terminar, você certamente já ouviu falar no movimento antivacina, certo? Eu não estou falando em COVID (ainda). Refiro-me àquelas vacinas do calendário do Plano Nacional de Imunizações, mais comuns nos primeiros anos de vida. Então... um grupo contrário às vacinas alegava a liberdade de consciência e de convicção filosófica e a questão foi parar no STF. Ao analisar o pedido, o Tribunal decidiu ser ilegítima a recusa dos pais à vacinação compulsória de filho menor por motivo de convicção filosófica. Isso, claro, vale para vacinas testadas, aprovadas e registradas, cuja aplicação obrigatória seja determinada por lei ou determinação dos entes federados com base no consenso médico-científico (STF, ARE n. 1.267.879). ATENÇÃO JURISPRUDENCIA IMPORTANTE: Quanto ao COVID, o STF entendeu que o poder público pode determinar aos cidadãos que se submetam, compulsoriamente, à vacinação, impondo punições àqueles que se recusem (multa, impedimento de frequentar lugares etc.). Contudo, não poderia fazer imunização à força (STF, ADI n. 6.586). IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; Para Compreensão deste mandamento constitucional em toda a sua extensão, impõe- se, preliminarmente, a leitura dos Arts. 220 a 224 da Constituição Federal (sobretudo o Art. 221): CAPÍTULO V DA COMUNICAÇÃO SOCIAL Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. § 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. § 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. § 3º Compete à lei federal: I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada; II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente. § 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso. § 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. § 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade. Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei; IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. § 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. § 2º A responsabilidadeeditorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) § 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções nacionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) § 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o § 1º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) § 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas privado, público e estatal. § 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do recebimento da mensagem. § 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal. § 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores. § 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de decisão judicial. § 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc36.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc36.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc36.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc36.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc36.htm#art1 O Texto Constitucional repele frontalmente a possibilidade de censuras de prévia. Essa previsão, porém, não significa que a liberdade de imprensa é absoluta. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; O Legislador Constituinte buscou consagrar o Direito à privacidade neste dispositivo. Estabelece de forma inequívoca um limite à liberdade de expressão de modo que, sob nenhuma circunstância, se pode olvidar a privacidade pessoal em nome de uma pretensiosa e pseudo-ilimitada liberdade de impresa. Insta observar ainda que o presente inciso é uma norma limitativa em relação ao inciso precedente, e que confirma nossos comentários. No que tange a tentativa de Proteção Estatal à INTIMIDADE E A VIDA PRIVADA tivemos a Sanção de uma Nova Lei de a Lei Nº 12.737/2012 e é uma alteração no Código Penal Brasileiro voltada para crimes virtuais e delitos informáticos. POR QUE A LEI RECEBEU O NOME DA ATRIZ? O nome advém de um caso ocorrido com a atriz Carolina Dieckmann. Em maio de 2011, um hacker (criminoso virtual) invadiu o computador pessoal da atriz, possibilitando que ele tivesse acesso a 36 fotos pessoais de cunho íntimo. De acordo com a denúncia, o invasor exigiu R$ 10 mil para não publicar as fotos. Como a atriz recusou a exigência, acabou tendo suas fotos divulgadas na internet. Isso criou uma grande discussão popular sobre a criminalização desse tipo de prática, que ainda foi excessivamente fomentada pela mídia. A atriz abraçou a causa e cedeu seu nome à lei. Ressalta-se que, antes do surgimento da lei, o ato de invadir um ambiente virtual e subtrair dados pessoais já era crime, mas não havia nenhuma norma que tratava especificamente sobre o assunto. A Lei Nº 12.737/12 impacta o Direito Penal, pois acrescenta os artigos 154-A e 154-B ao Código Penal Brasileiro. Além disso, altera a redação dos artigos 266 e 298. A norma trata de uma tendência do Direito: segurança no ambiente virtual. Sua redação prevê os crimes que decorrerem do uso indevido de informações e materiais pessoais que dizem respeito à privacidade de uma pessoa na internet, como fotos e vídeos. CRIME DE INVASÃO DE DISPOSITIVOS O primeiro artigo, 154-A, trouxe o crime chamado “Invasão de dispositivo informático”, que consiste na invasão de qualquer dispositivo informático alheio, como computadores, smartphones, tablets etc., independentemente se estiver conectado à internet ou não. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm https://blog.fmp.edu.br/direito-penal-por-que-se-especializar/ https://blog.fmp.edu.br/confira-as-6-tendencias-do-direito-para-2019/ https://fmp.edu.br/category/direito-digital/ O ato deve ser praticado mediante violação de mecanismo de segurança e ter o objetivo de adulterar, obter ou destruir dados sem autorização do proprietário do dispositivo. A norma também se aplica a quem instalar vulnerabilidades (como vírus) nos dispositivos para obter vantagens ilícitas. Aquele que produzir, oferecer, distribuir, vender ou difundir um programa de computador ou dispositivo que permite a prática também sofrerá as consequências do crime. A ação desse crime procederá mediante representação, ou seja, o Ministério Público (MP) somente oferece a denúncia se o ofendido solicitar, exceto nos casos em que o crime é cometido contra a administração pública (direta ou indireta) — ou seja, qualquer poder do governo municipal, estadual ou da União, como também empresas concessionárias de serviços públicos. Invasão de dispositivo informático Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de uso alheio, conectado ou não à rede de computadores, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1 o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput. § 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se da invasão resulta prejuízo econômico. § 3 o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa§ 4 o Na hipótese do § 3 o , aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos§ 5 o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: I - Presidente da República, governadores e prefeitos; II - Presidente do Supremo Tribunal Federal III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; https://blog.fmp.edu.br/gestao-publica-saiba-por-que-escolher-essa-area/ IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. O que são Nudes? Enviar um nude significa mandar foto sem roupa ou pelado, geralmente exibindo partes íntimas.O envio de fotos íntimas não é crime e atualmente esta prática é bastante comum, baseando-se na confiança em que aquele que envia possui em que recebe a foto. Por outro lado, compartilhar as fotos íntimas ou vídeos sem autorização é crime. As fotos ou vídeos geralmente são enviados pela internet, por de qualquer meio de comunicação, principalmente através do WhatsApp, Facebook e Instagram. A divulgação dos nudes sem a prévia autorização da vítima, é popularmente conhecida como "vazar nudes". É muito comum que a foto ou vídeo seja compartilhado entre pessoas sem autorização, causando inúmeros transtornos e prejuízos à vítima e, com vistas a proteger tal situação, a legislação por isto, a legislação estabelece penalização àquele que envia nudes a terceiros sem autorização. O crime de divulgar fotos íntimas a lei 13.718/18 modificou o CP e inseriu um novo crime no ordenamento jurídico, sendo o art. 218-C, que possui a seguinte previsão: "Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave." Além das previsões legais mencionadas acima, o direito à imagem também possui previsão no art. 20 do Código Civil Brasileiro: "Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais." Sendo assim, o direito à imagem é conferido a todos os indivíduos e a sua violação pode gerar repercussões no âmbito civil, gerando o direito a indenizações, entre outros e, também, responsabilidade criminal, conforme tratado a seguir. XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Aqui encontra-se Consagrado a Inviolabilidade do Domicílio. Direito Fundamental antigo com Origens no Constitucionalismo Saxão, este Direito constitui uma das bases do Estado democrático. Como dissemos na Introdução, o Art. 5º impõe limites à atuação do Estado na vida de seus súditos, garantindo-se-lhes um espaço que, além de físico, é espiritual, para que exerçam plenamente sua capacidade de autodeterminação. Mas o que se insere no conceito de casa? A interpretação é ampla e abrangente, alcançando, além da residência (apartamento, casa), aposentos de habitação coletiva, desde que ocupados (hotel, motel, pensão, pousadas e hospedaria), escritórios profissionais, oficinas e garagens (RHC n. 90.376, STF). Ficariam de fora, por exemplo, repartições públicas. No entanto, mesmo a esse respeito, o STJ entendeu que o ingresso desautorizado em gabinete de delegado de polícia caracterizava o crime de invasão de domicílio, previsto no art. 150 do Código Penal, porque o local era de acesso restrito ao público (HC n. 298.763, STJ). Questão que gera discussão nas salas de aula – mas não na jurisprudência – é a boleia de caminhão. Considerando o Estatuto do Desarmamento, há os crimes de posse e de porte ilegal de arma. Vamos analisar, agora, as hipóteses em que o ingresso sem autorização do morador será permitido. Destaquei a palavra “sem” para lembrar que, com a anuência do morador, o visitante ingressa a qualquer hora. Basta, a esse respeito, pensar em parentes queridos que cheguem de viagem na madrugada... HIPÓTESE DIA NOITE Prestar socorro Pode Pode Flagrante delito Pode Pode Desastre Pode Pode Por determinação da autoridade judicial1 Pode Não pode 2 Obs.: Na observação 1, há a chamada cláusula de reserva jurisdição. Isso significa que o ingresso só pode ser autorizado por membros do Poder Judiciário. Assim, CPIs, autoridades administrativas, fazendárias, fiscais ou policiais não podem determinar violação de domicílio. Agora pense na seguinte situação: mediante fundadas suspeitas da ocorrência de tráfico de drogas, os policiais, sem autorização judicial, durante a noite, entram na residência, mas nada de ilícito encontram. Nesse caso, eles deveriam ser responsabilizados? A questão foi submetida ao STF, tendo o Tribunal explicitado que os policiais só responderiam se tivessem agido de má-fé. Do contrário, agindo de boa-fé e justificando posteriormente as circunstâncias que os levaram a ingressar sem autorização, não poderiam ser punidos nas esferas penal, civil ou administrativa (RE n. 603.616, STF). Obs.: Partindo para a observação 2, a regra realmente é que não é possível ingressar nem mesmo com autorização judicial durante a noite, devendo os policiais guardar as saídas da casa e aguardar o amanhecer. Ah, quanto ao conceito do que seja considerado “dia”, o STF entende que seja o período compreendido entre aurora e crepúsculo, ou seja, do nascer ao pôr do sol. Pois é, mas fique atento(a) a um detalhe: a nova Lei do Abuso de Autoridade – Lei n. 13.869/2019 –, em seu artigo 22, indica que no período compreendido entre 21h e 5h da manhã seria crime o cumprimento de mandado de busca e apreensão domiciliar. Ou seja, para a lei, o conceito de dia estaria alargado para começar às 5h da manhã e terminar apenas às 21h. Na sua prova, caso seja perguntado algo sobre a nova Lei do Abuso de Autoridade, você responde o que está na lei; do contrário, perguntando-se sobre a jurisprudência do STF, a resposta estará entre a aurora e o crepúsculo. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; Conceito de Comunicações telefônicas – Convém conhecer a evolução tecnológica deste conceito desde o Código Brasileiro de Comunicações – Lei n. 4.117/1962, mais precisamente o Art. 4º que define telefonia como Processo de comunicação destinado à transmissão da palavra falada ou de sons. Um(a) marinheiro(a) de primeira viagem, ao ler o texto supracitado, facilmente diria que o único sigilo quebrável seria o das comunicações telefônicas. Pois você verá que a lógica é quase inversa. O sigilo mais difícil de quebrar é exatamente o das comunicações telefônicas (interceptações, grampos, escutas). Há uma série de decisões judiciais importantes delimitando o papel das diferentes instituições na tarefa da investigação. Tentarei destacar até onde cada uma poderia ir, ok? Por falar em WhatsApp... o STJ considera inválida a prova obtida pelo espelhamento de conversas via WhatsApp Web, com o argumento de que a ferramenta permite o envio de novas mensagens e a exclusão de mensagens antigas ou recentes, tenham elas sido enviadas pelo usuário ou recebidas de algum contato, sendo que eventual exclusão não deixa vestígio no aplicativo ou no computador (STJ, RHC n. 99.735). Tem mais: é ilegal a quebra do sigilo telefônico, com a habilitação de chip(SIMCARD) da autoridade policial em substituição ao do investigado, titular da linha. A ideia dos investigadores era ter acesso, em tempo real, às chamadas e mensagens transmitidas para a linha do investigado, inclusive o WhatsApp. Prevaleceu a orientação de que não há previsão legal ou constitucional para esse procedimento e que, ao contrário da interceptação telefônica, em que apenas são captados os diálogos entre o alvo interceptado e outras pessoas, a substituição do chip do investigado por um chip da polícia, sem o conhecimento do titular da linha, tornaria o investigador um participante das conversas, podendo interagir com o interlocutor e gerenciar todas as mensagens (STJ, julgamento em maio de 2021). TABELA ESQUEMETIZIDA DO QUE MAIS CAI EM PROVAS DE CONCURSOS SOBRE QUEBRA DE SIGILO TELEFÔNICO: Órgão/Entidade Pode Quebrar sigilo telefônico ? Observação Poder Judiciário Sim. Todos. A quebra deve ser sempre fundamentada concretamente. CPIs Sim, para o sigilo de dados fiscais, bancários e telefônicos. CPIs federais, estaduais e distritais têm os mesmos poderes. Não, para o sigilo das comunicações telefônicas (escuta, grampo, interceptações). CPIs municipais não podem quebrar nenhum sigilo. Ministério Público Não Pode acessar contas pertencentes aos entes públicos, porque não se aplica privacidade e intimidade. Ao contrário, vigora o princípio da publicidade e da transparência. Receita Federal Não Pode haver a transferência de sigilos (compartilhamento de dados) entre a instituição financeira, Receita, UIF/COAF e Ministério Público. Tribunal de Contas Não Pode acessar/requisitar informações constantes em contrato de empréstimo bancário envolvendo dinheiro público. ABIN/SISBIN Não Compartilhamento de dados deve ser: a) interesse público; b) sempre justificado por escrito; c) respeito à cláusula de reserva de jurisdição. Polícia Civil Não O Delegado em um investigação policial pode Requerer ao Juiz da Vara Criminal. Polícia Federal Não O Delegado em um investigação policial pode Requerer ao Juiz da Vara Criminal. Polícia Militar (Esfera da Corregedoria da PM) Não Nesse Caso pela Jurisprudência do STF e STJ cabe ao Encarregado do IPM Requerer ou Solicitar a Quebra de Sigilo Telefônico do Policial Militar investigado. Sobre essa aparente “inovação” do legislador, os autores Luiz Flávio Gomes e Silvio Maciel delimitam com propriedade a expressão interceptação de qualquer natureza, fazendo a diferenciação entre interceptação telefônica, escuta telefônica, gravação telefônica ou gravação clandestina, interceptação ambiental, escuta ambiental e gravação ambiental. Vejamos: a) interceptação telefônica (ou interceptação em sentido estrito): consiste na captação da comunicação telefônica por um terceiro, sem o conhecimento de nenhum dos comunicadores. [...] a ofensa, portanto, endereça-se a todos eles; a intimidade de todos está sendo violada; b) escuta telefônica: é a captação da comunicação telefônica por terceiro, com o conhecimento de um dos comunicadores e desconhecimento do outro. [...] logo, a ofensa acontece apenas contra um deles; c) gravação telefônica ou gravação clandestina: é a gravação da comunicação telefônica por um dos comunicadores, ou seja, trata-se de uma gravação da própria comunicação. Normalmente é feita sem o conhecimento do outro comunicador, daí falar-se em gravação clandestina; d) interceptação ambiental: é a captação de uma comunicação no próprio ambiente dela, por um terceiro, sem conhecimento dos comunicadores; e) escuta ambiental: é a captação de uma comunicação, no ambiente dela, feita por terceiro, com o consentimento de um dos comunicadores; f) gravação ambiental: é a captação no ambiente da comunicação feita por um dos comunicadores (ex.: gravador, câmeras ocultas etc.), também denominada gravação clandestina (GOMES; MACIEL, 2013, p. 24-25). XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; A Liberdade de exercício profissional está consagrada neste dispositivo. Todavia, o exercício deste direito Econômico fundamental está condicionado a uma reserva legal, exigindo-se o preenchimento de determinados requisitos e qualificações profissionais. Observe-se, no entanto, que não é suficiente que a Constituição consagre a liberdade de escolha profissional sem que o Poder Público, através de ações metajurídicas, torne faticamente possível ao súdito exercer essa opção de forma efetiva e digna. A Competência para legislar sobre condições para o exercício das profissões é privativa da União nos termos do Art. 22, inciso XVI: “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;” A parte final desse dispositivo, destacada pela expressão “que a lei estabelecer”, a torna uma norma de eficácia contida (Classificação de eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais, desenvolvida por José Afonso da Silva). Note que a norma “nasce plena”, quando fala ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, mas logo após é restringida (contida) pela possibilidade de uma lei fazer exigências. Vê-se a aplicação dessa norma, por exemplo, na exigência da aprovação no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil para que o bacharel em direito possa exercer a advocacia (RE n. 603.583, STF). De igual modo, só podem exercer a profissão de médico ou de dentista aquelas pessoas regularmente inscritas nos Conselhos Regionais de Medicina e de Odontologia. Já sobre o exercício da profissão de jornalista, para o STF, a fim de assegurar a liberdade de expressão, o exercício da profissão de jornalista é garantido a todas as pessoas, e não somente aos bacharéis em jornalismo (STF, RE n. 511.961). Há, ainda, uma importante polêmica a ser enfrentada. É que os juízes (e promotores) ficam impedidos de exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastaram por três anos. É a chamada quarentena de saída. No entanto, no ano de 2013, o Conselho Federal da OAB editou ato segundo o qual a proibição de advogar se estenderia a todo o escritório integrado pelo magistrado aposentado. DA LIBERDADE DA PROFISSÃO E GARANTIA DO SIGILO PROFISSIONAL DO ADVOGADO: Assim, a lei expressamente determina que o Advogado deverá se recusar a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou venha a funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido advogado, ainda que autorizado ou solicitado por seu constituinte, nos termos do artigo 26 do Código de Ética e Disciplina da OAB: Art. 26. O advogado deve guardar sigilo, mesmo em depoimento judicial, sobre o que saiba em razão de seu ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido advogado, mesmo que autorizado ou solicitado pelo constituinte. XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; Esse dispositivo não tem similar nas Constituições Brasileiras anteriores. Defende abertamente o acesso à informação de forma ampla e autoaplicável. Traz em si, a liberdade de informação jornalística como expressão mais sensível de sua concretização. O resguardo do sigilo da fonte tem por escopo garantir uma espécie de segredo profissional, necessário em alguns casos para proteger o informante. Note-se que não se confunde com o anonimato, pois o jornalista ou autoridade policial serão direta e legalmente responsáveis pelas notícias e/ou diligências que protagonizarem. XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, neleentrar, permanecer ou dele sair com seus bens; Aqui está Consagrado um dos Direitos mais imediatos e inalienáveis do ser humano: o Direito de Ir e vir, vir, permanecer, ficar ou sair, o Direito à Livre locomoção. O Exercício de tal direito está submetido a uma reserva legal quando, implicitamente, se refere aos estrangeiros que queiram entrar ou sair do País em tempo de paz e aos Brasileiros e estrangeiros que pretendam circular, entrar ou sair do território nacional em tempo de guerra. Qualquer cerceamento de liberdade de locomoção com ilegalidade ou abuso de poder será coibido pela impetração de habeas corpus, conforme veremos no inciso LVIII. Quando nos referimos à reserva legal, podemos citar a exigência de passaporte, pagamento de taxas e/ou tributos, etc. Exemplo de Relatividade desse Direto: STF estendeu a vigência das medidas de combate à covid-19 elencadas na Lei 13.979/2020 e que estavam previstas para terminar em 31/12/2020 Direito Constitucional Direitos e garantias fundamentais Saúde Origem: STF - Informativo: 1008 Resumo A prudência — amparada nos princípios da prevenção e da precaução — aconselha que continuem em vigor as medidas excepcionais previstas nos arts. 3º ao 3º-J da Lei nº 13.979/2020, dada a continuidade da situação de emergência na área da saúde pública. STF. Plenário. ADI 6625 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 6/3/2021 (Info 1008). Comentários Lei nº 13.979/2020 A Lei nº 13.979/2020 foi editada no início de fevereiro prevendo uma série de medidas para enfrentamento do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Vale ressaltar que esta Lei foi publicada em 07/02/2020, antes do primeiro caso oficialmente confirmado da Covid-19 no Brasil, o que somente teria ocorrido em 26/02/2020. O aspecto mais importante desta Lei está no art. 3º onde são previstas 9 medidas que poderão ser adotadas pelo poder público para o combate ao novo coronavírus: I – isolamento; II – quarentena; III - exames, testes, coletas, vacinação e tratamentos obrigatórios; III-A – uso obrigatório de máscaras de proteção individual; IV - estudo ou investigação epidemiológica; V - exumação, necropsia, cremação e manejo de cadáver; https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1 https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1&assunto=14 https://www.buscadordizerodireito.com.br/informativo/listar?numero=1008 VI - restrição à circulação em rodovias, portos ou aeroportos; VII - requisição de bens e serviços; VIII - importação e distribuição de medicamentos sem registro na ANVISA. Então ficou Restrito o Direito de Ir e vir em todo o território Nacional devido ao Combate a Pandemia Covid19. XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; Conceito de Reunião – É uma formação coletiva de pessoas, efêmera, sem personalidade jurídica definida, aberta a vontades aderentes, móvel ou imóvel e realizada com um mínimo de planejamento. São exemplos as passeatas, manifestações culturas e religiosas de índole coletiva, procissões, comícios políticos, passeatas de protesto etc.. A Constituição estabelece requisitos para as reuniões locais abertos ao público, o que quer significar que as reuniões privadas não estão condicionadas, senão pelas regras legais de convivência harmônica. As reuniões públicas estão condicionadas a serem pacíficas, e um prévio aviso à autoridade competente. A Autoridade não tem mais o Poder de indicar o local da reunião, devendo apenas ser avisada previamente – mero aviso – de sua realização, e uma vez que não se trata de de requerimento não caberá indeferimento, a não ser que outra reunião esteja comprovadamente marcada para o mesmo local, dia e horário. A Liberdade de Reunião é um DIREITO INDIVIDUAL de expressão COLETIVA. Não se deve pedir autorização; a CF/1988 cita apenas “comunicar (avisar) as autoridades competentes”. A legitimidade das chamadas marchas da maconha era discutida, pois havia a dúvida da caracterização de possível crime de incitação ao consumo de drogas. Ao apreciar o tema, o STF entendeu pela não criminalização da defesa da legalização das drogas, pois as marchas representariam a liberdade de expressão e o direito de reunião. No entanto, a Corte fixou quatro balizas que deveriam ser respeitadas pelos manifestantes: - proibição de consumo de drogas; - proibição de incitação ao consumo; - proibição de participação de crianças e de adolescentes; - e respeito aos requisitos constitucionais do direito de reunião (ADPF n. 187, STF). Outros Exemplos de Direito de Reunião: Movimento LGBTS, Parada Gay, Marcha dos Evangélicos etc... Pera aí, porque tem outro ponto importantíssimo para tratarmos: é que o STF entendeu que são permitidas reuniões ou manifestações em locais públicos, independentemente de comunicação oficial prévia às autoridades competentes. Assim, os espaços públicos seriam não apenas lugar de circulação, mas também de participação democrática. Na ocasião, foi fixada a seguinte tese: A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no mesmo local (STF, RE n. 806.339). XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; Conceito de Associação – Organização estável e permanente, com fins lícitos, nítida divisão de tarefas estabelecida entre seus membros ou associados, dotada de personalidade jurídica de direito privado e responsabilidade civil e objetiva. O Legislador Constituinte não teve Poder de Síntese redacional legislativa e necessitou de cinco incisos (XVII ao XXI) para disciplinar a liberdade de associação que, por definição, é muito mais complexa que a de reunião. Direito nitidamente coletivo, teve sua Origem no Direito Constitucional Brasileiro na Carta de 1891. A Associação de caráter Paramilitar ou facção é uma Sociedade armada, dotada de hierarquia e com ideologia própria que, ao contrário do Partido Político, objetiva atingir o Poder ou Desestabilizá-lo, através de quaisquer meios, inclusive pela Força. Tanta é a aversão do Estado Brasileiro em relação à sua existência que o Constituinte originário a vedou expressamente em dois dispositivos dentro do Título II: neste e no Art. 17, §4º. ATENÇÃO CANDIDATO! Direito de Associação é diferente de direito de Reunião. Isso porque a associação pressupõe um vínculo de maior duração, permanente. Já na reunião, esse vínculo é transitório. XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; Aqui o texto constitucional parece não fazer distinção entre associações e cooperativas, exceto no que diz respeito à reserva legal existente no texto. Isto traz evidentes reflexos na Ordem econômica e financeira no Art. 174, §2º, §3º e §4º todos da Constituição Federal de 1988: Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. (...) § 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo. § 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-socialdos garimpeiros. § 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei. Observe-que que a Constituição estimula a criação de Cooperativas como forma de desenvolvimento econômico dentro de um modelo Capitalista Neoliberal. XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; Embora o Poder Executivo não possa interferir na Criação, o Poder Judiciário poderá dissolver compulsoriamente as Associações, bastando para isso a observância do Devido Processo Legal. XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; Ninguém será privado de exercício de um Direito por não pertencer a qualquer espécie de Associação. Idêntico dispositivo, de forma redundante e desnecessária, surge em relação à Entidade Sindical, no Art. 8º, V: Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: (...) V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; Surge a Legitimação ativa das Associações para, nas Ações Coletivas e Difusas, Representarem seus filiados. Todavia, o texto exige uma Autorização expressa que não é suprimida pelo Simples Contrato de Adesão. Ela deve ser, antes, específica para a propositura daquele procedimento administrativo ou Ação judicial. O Mandado de Segurança Coletivo (Inciso LXX) traduz a aplicação mais imediata desta prerrogativa constitucional. XII - é garantido o direito de propriedade; Essa Norma Declaratória aparentemente simples traz, em si, uma complexidade econômica de grande Vulto. Quando se afirma que o Direito a ter é fundamental, a lógica impõe uma pergunta-Ter o quê? Em verdade o inciso permite a Propriedade quer dos Bens de consumo, quer dos Bens de Produção. XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011) XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11111.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento) XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13260.htm LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo
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