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APOSTILA DE CONSTITUCIONAL - DIREITOS E GARANTIAS FUND - CONCURSO PMAP 2022

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APOSTILA DE DIREITO CONSTITUCIONAL – 
CONCURSO DA PMAP 2022 
PROFESSOR DE DIREITO: CLERISTON VILHENA 
PÓS GRADUADO EM DIREITO PROCESSUAL – ADVOGADO 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL “MASTIGADO” 
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
“Missão dada, é Missão cumprida...” (Lema do BOPE do RJ) 
Nobre aluno e Guerreiro, sei que a Jornada é difícil principalmente para aqueles que 
trabalham e estudam e vieram de Origem humilde, mas siga em frente Deus está 
Conosco sempre. 
 
BREVE HISTÓRICO DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: 
Esses Direitos e Garantias Fundamentais tiveram Origem em vários momentos da 
História, ou seja, nas Declarações de Direitos surgidas de movimentos sociais contra 
o autoritarismo e arbítrio, buscando ideais democráticos. Entre os documentos mais 
importantes estão a Magna Carta (Inglaterra 1215), a Petição de de Direitos / Bill of 
Rights (Inglaterra, 1629), a Declaração de Direitos da Virgínia (EUA, 1776), a 
Declaração de Direitos do Homem e Cidadão (França, 1789) e a Declaração de Direitos 
do Provo trabalhador e Explorado (Rússia, 1918). 
Nobre aluno(a), agora vamos iniciar o estudo do Título II da CF/1988. 
Em um primeiro momento, veremos a chamada teoria geral dos direitos e garantias 
fundamentais. Após, trataremos dos cinco capítulos que compõem o Título II, a saber: 
• Capítulo 1: Direitos e deveres individuais e coletivos; 
• Capítulo 2: Direitos sociais; 
• Capítulo 3: Nacionalidade; 
• Capítulo 4: direitos políticos; 
• Capítulo 5: partidos políticos. 
A partir dessa análise, podemos concluir que os direitos e garantias fundamentais 
(Título II) são um gênero, cujas espécies são os cinco capítulos acima mencionados. 
Tal afirmação pode parecer, num primeiro instante, irrelevante, mas já caiu. Perceba! 
Questão 1 (CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) A CF 
classifica, para fins de sistematização, o gênero direitos e garantias fundamentais em 
dois grupos: direitos e deveres individuais e coletivos e direitos sociais 
 
Errado. Na verdade, o gênero direitos e garantias fundamentais é dividido em cinco 
espécies (grupos): Capítulo 1: direitos e deveres individuais e coletivos; Capítulo 2: 
direitos sociais; Capítulo 3: nacionalidade; Capítulo 4: direitos políticos; Capítulo 5: 
partidos políticos. 
 
DIFERENÇAS ENTRE DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
Pois bem, o nome do Título II é “Direitos e Garantias Fundamentais”. Será que Direito 
e Garantia seriam termos sinônimos? A resposta é negativa. 
Os Direitos Fundamentais são os bens jurídicos tutelados pela Constituição Federal, 
de Cunho Declaratório. Por sua Vez, as Garantias Fundamentais são instrumentos de 
Proteção de um determinado Direito também na Constituição, de Cunho 
Assecuratório. 
 
Assim a Constituição Federal Tutela a Liberdade de Locomoção – Direito Fundamental 
(Art. 5º, XV) e, caso haja restrição à liberdade de locomoção, a mesma Constituição 
prevê a garantia do habeas corpus – Garantia Fundamental (Art. 5º, LXVIII). 
Art.5º, XV – é livre a Locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
qualquer pessoa, nos termos da Lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus 
bens; 
LXVIII – Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado 
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou 
abuso de poder. 
 
DIREITO FUNDAMENTAL – Bens jurídicos tutelados pela Constituição Federal 
(Exemplos: Vida, Liberdade de locomoção, Direito de Reunião). 
 
GARANTIAS FUNDAMENTAIS – Instrumentos previstos na Constituição Federal para 
assegurar o gozo de um determinado direito fundamental (Exemplo: para proteger o 
direito fundamental da liberdade de locomoção, a Constituição prevê o Habeas 
corpus) natureza assecuratória. 
Características dos Direitos e Garantias Fundamentais Muito embora não haja 
perfeita sintonia na doutrina com relação ao tema ora em análise, podemos apontar 
que são características dos direitos e garantias fundamentais: 
historicidade: significa que os direitos e garantias fundamentais foram criados ao 
longo da história e não num determinado momento histórico. Essa característica está 
ligada à evolução dos direitos fundamentais, que estudaremos mais a frente; 
 
universalidade: os direitos e garantias fundamentais destinam-se a todas as pessoas. 
a universalidade será aprofundada ao trabalharmos os destinatários dos direitos e 
garantias fundamentais; 
relatividade: os direitos e garantias fundamentais não são absolutos, mas sim 
relativos. 
É bem verdade que parte da doutrina admite que certos direitos podem ser 
considerados de maneira absoluta, como a vedação à tortura e ao tratamento 
desumano ou degradante. Mas, de maneira geral, os direitos e garantias fundamentais 
devem ser enxergados como relativos; 
irrenunciabilidade: os direitos e garantias fundamentais não podem ser objeto de 
renúncia, o que pode ocorrer é o não uso; 
inalienabilidade: os direitos e garantias fundamentais não podem ser negociados por 
não possuírem conteúdo patrimonial; 
imprescritibilidade: os direitos e garantias fundamentais não desaparecem pelo 
decurso do tempo. 
 
Questão de concurso – SOLDADO PM/AL – CESPE: 
Acerca dos Direitos e Garantias Fundamentais, julgue os itens a seguir: 
 
1- O estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças 
prestadoras de serviço militar inicial não viola a Constituição Federal de 1988. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
2- A Constituição Federal de 1988 estabelece a prisão como medida excepcional, 
que, em regra, depende de flagrante delito ou de ordem escrita e 
fundamentada. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
3- O Direito de Greve é Constitucionalmente garantido a todos os trabalhadores, 
tanto civis quanto militares. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Conceitos de Direito Individual, Coletivo e Difuso. 
 
Direito Individual é aquele que afeta o indivíduo em particular. 
 
 
Direito Coletivo é aquele que ampara um grupo determinado de pessoas que 
estejam ligadas por algum vínculo jurídico. 
 
Direito Difuso é aquele que diz respeito a um grupo indeterminado ou 
indeterminável de pessoas que buscam a satisfação de um Direito que a todas 
pertence. 
 
 
ANÁLISE DOS 78 (SETENTA E OITO) INCISOS E PARÁGRAFOS DO ARTIGO 5º DA 
CONSTITUIÇÃO DE 1988: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
SUJEITOS ATIVOS – Apesar do Art. 5º, caput, da Constituição se referir apenas aos 
Brasileiros e aos Estrangeiros residentes no País, a Doutrina indica que também são 
destinatários destes direitos os Estrangeiros não residentes no País e que nele se 
encontrem. CELSO BASTOS Doutrinador Constitucional entende que o texto não deve 
ser literalmente interpretado evitando-se discriminação indevida. 
 
SUJEITOS PASSIVOS – Na Sujeição Passiva temos o Estado, representado pelas 
Pessoas Jurídicas de Direito Público e também pelas pessoas jurídicas de Direito 
Privado prestadoras de Serviço Público, além da possibilidade consagrada pela 
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal de serem tais direitos igualmente 
 
No que se refere ao Comportamento do Estado especificamente, percebe-se que ora 
o Poder Público deve agir para preservar os Direitos Individuais e coletivos e, por outro 
lado, em outras ocasiões deve abster-se de qualquer ação. 
 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta 
Constituição; 
 
O Princípio da Isonomia ou Igualdade pontua todas as Cadeiras do Direito norteando 
todas as relações jurídicas. Há que se distinguir a isonomia formal da Isonomia 
Material. A Isonomia Formal (caput) pugna pela igualdade de todos perante a Lei, que 
não pode impedir que ocorram as desigualdades de fato,provenientes da diferença 
das aptidões e oportunidades que o meio social e econômico permite a cada um. Já a 
Igualdade Material, ou seja, aquela que postula um tratamento uniforme de todos os 
homens perante a vida com Dignidade, é quase utópica, visto que nenhum Estado 
logrou alcançá-la efetivamente. Segundo Montesquieu “A Verdadeira igualdade 
consiste em tratar de forma desigual os desiguais”. 
 
 
Saiba você que a orientação do STF e do STJ é no sentido de que não há o direito à 
segunda chamada nos testes de aptidão física (TAF) em casos de lesões 
temporárias (STF, RE 630.733). A exceção ficaria por conta de o edital prever, de 
forma ampla, para todos os candidatos 
 
– o que nunca acontece. 
 
Já em relação às candidatas gestantes, o Plenário do STF foi exatamente no sentido 
inverso. 
 
Ou seja, as grávidas possuem o direito de realizar o TAF em outro momento, 
independentemente de previsão do edital. No caso julgado pelo STF, a candidata 
estava na 24ª semana. 
Houve, inclusive, a fixação da seguinte tese: 
É constitucional a remarcação do teste de aptidão física de candidata que esteja 
grávida à época de sua realização, independentemente da previsão expressa em edital 
do concurso público (STF, RE 1.058.333). 
 
Por falar em ferir o princípio da isonomia, o STF entendeu que é inconstitucional a 
fixação de critério de desempate em concursos públicos que favoreça candidatos que 
já sejam servidores públicos de um determinado ente federativo. 
 
Na ação, questionava-se uma lei paraense que previa, como critério de desempate, a 
preferência ao candidato que seja servidor público estadual. Nesse caso, podemos 
falar em violação aos princípios da isonomia, da impessoalidade, da 
proporcionalidade, sem contar na quebra do pacto federativo, ao permitir 
favorecimento de pessoas ligadas a um ente federativo em detrimento aos demais 
(STF, ADI n. 5.358). 
 
 
Seguindo em frente, é bom destacar que a igualdade se desdobra em formal e 
material! 
 
É com base na igualdade material que se permite o estabelecimento das ações 
afirmativas, também chamadas de discriminações positivas ou reversas. É o caso das 
cotas em concursos públicos para deficientes e para pessoas negras e pardas. 
 
A ideia da cota é tornar menos difícil a tarefa daqueles que contaram com maior 
dificuldade imposta pela vida. 
Sei que as cotas raciais são alvo de ataques, até por conta da miscigenação da 
sociedade brasileira. 
 
Seja como for, nosso assunto é passar em concursos e, para isso, devemos saber de 
algo bem relevante: o STF entende que as cotas em universidades públicas não 
ofendem o princípio meritocrático. 
 
 
A CF/1988 dispõe que a educação básica (educação infantil, ensinos fundamental e 
médio) é obrigatória e gratuita, dos 4 aos 17 anos. No entanto, quanto aos níveis 
mais elevados de ensino, usa a expressão “de acordo com a capacidade de cada 
um”. 
 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude de lei; 
 
Princípio da Legalidade é o alicerce do Estado de Direito. Por um lado seria entendido 
como uma Variação do Direito à liberdade, visto que a confere expressamente, 
conforme preconiza Montesquieu, “A liberdade é o direito de fazer tudo aquilo que as 
leis permitem (O Espírito das Leis). 
 
O art. 5º, II, apresenta o que a doutrina chama de legalidade ampla, dirigida aos 
administrados. 
A amplitude se extrai da orientação segundo a qual os particulares podem fazer tudo 
aquilo que não seja proibido em lei. 
Já a legalidade administrativa, que é um dos princípios da Administração Pública 
constantes no art. 37 da CF/1988, tem feição mais restrita, sendo comum ouvir a 
expressão de que “o administrador só poderia agir quando houvesse lei permitindo”. 
 
O primeiro diz respeito à exigência de exame psicotécnico em concursos públicos. Já 
ouvi várias vezes em sala de aula os alunos dizerem que, se fossem reprovados, 
“ganhariam na Justiça”. 
 
É verdade que há alguns anos muitos dos questionamentos sobre exame psicotécnico 
eram providos no Judiciário. Isso acontecia muitas vezes por testes sem amparo legal 
ou com critérios muito subjetivos. 
 
No entanto, quero que você saiba que o STF enfrentou a matéria e decidiu que o 
exame psicotécnico é válido e não pode ser questionado se: previsto em lei; 
previsto no edital; tiver critérios objetivos de correção; e assegurar a possibilidade de 
recurso na via administrativa (AI n. 617.917, STF). 
 
O outro tema fundamental é referente à edição de Medidas Provisórias em Direito 
Penal. 
Embora o art. 62, § 1º, da CF/1988 estabeleça textualmente ser vedada a edição de 
MPs em Direito Penal, Processual Penal e Processual Civil, os presidentes da República 
continuaram editando MPs sobre o tema. 
 
Um exemplo marcante para o(a) concurseiro(a), dada sua alta incidência em provas, é 
a MP n. 417/2008, que alterou o Estatuto do Desarmamento, estendendo o prazo da 
abolitio criminis 
temporária para o delito de posse ilegal de arma. 
 
 
Para as provas objetivas, vale a afirmação de que não cabe MP em Direito Penal, nem 
mesmo se beneficiarem o réu. Nas subjetivas e orais, você deve manter essa 
orientação, mas se lembrar da existência de MPs em Direito Penal, como visto 
anteriormente. 
 
 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
 
De certa forma Redundante e Contumaz variação do Direito à Vida, que busca 
assegurar a integridade física e psíquica do indivíduo a fim de que o mesmo possa 
efetivamente exercer outros direitos fundamentais. 
 
Conditio sine qua non para a implementação fática da Dignidade da Pessoa Humana 
(Art. 1º, III). No plano Objetivo podemos inferir que ele proíbe os castigos corporais 
impingidos às crianças ou aos Detentos. 
 
A omissão injustificada da Administração em providenciar a 
disponibilização de banho quente nos estabelecimentos prisionais 
fere a dignidade de presos sob sua custódia 
Direito Constitucional Direitos e garantias fundamentais Outros 
Origem: STJ - Informativo 666 
 
A omissão injustificada da Administração em providenciar a disponibilização 
de banho quente nos estabelecimentos prisionais fere a dignidade de presos sob sua 
custódia. 
A determinação de que o Estado forneça banho quente aos presos está relacionada com a 
dignidade da pessoa humana, naquilo que concerne à integridade física e mental a 
todos garantida. 
 
O Estado tem a obrigação inafastável e imprescritível de tratar prisioneiros como 
pessoas, e não como animais. 
 
O encarceramento configura pena de restrição do direito de liberdade, e não salvo-
conduto para a aplicação de sanções extralegais e extrajudiciais, diretas ou indiretas. 
Em presídios e lugares similares de confinamento, ampliam-se os deveres estatais de 
proteção da saúde pública e de exercício de medidas de assepsia pessoal e do 
ambiente, em razão do risco agravado de enfermidades, consequência da natureza 
fechada dos estabelecimentos, propícia à disseminação de patologias. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1537530-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 27/04/2017 
(Info 666). 
 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1&assunto=786
 
Não cabe reclamação por uso indevido de algemas se este ocorreu por ordem 
de autoridade policial 
Direito Processual Penal Provas Geral 
Origem: STF 
A apresentação do custodiado algemado à imprensa pelas autoridades policiais não 
afronta o Enunciado 11 da Súmula Vinculante. 
 
A SV 11 refere-se apenas a situações em que o emprego abusivo da algema decorre 
de decisão judicial, ou seja, no âmbito de um ato processual. Não abrange hipóteses 
em que seu uso decorreu de ato administrativo da autoridade policial. 
STF.1ª Turma. Rcl 7116/PE, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 24/5/2016 (Info 827). 
 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
 
Variação evidente do Direito à Liberdade, preconiza a possibilidade que qualquer 
indivíduo tem de expressar seu pensamento, de qualquer forma e através de qualquer 
meio, desde que se identifique. É necessário para se assegurar eventual indenização 
pelo Abuso de direito de Manifestação do Pensamento. 
 
O Direito à Manifestação do Pensamento não autoriza toda e qualquer manifestação, 
como, por exemplo. A apologia de fatos criminosos (Art. 287 do Código Penal) ou a 
Propaganda do Nazismo. 
A CF/1988 dispõe ser livre a manifestação do pensamento, mas vedado o anonimato. 
Contudo, a jurisprudência entende pela validade de denúncias anônimas, tanto que 
legitima os chamados disques denúncias. 
Acontece que não se pode dar início à persecução penal com base exclusivamente 
em denúncia anônima (também chamada de delação apócrifa ou notitia criminis 
inqualificada). 
A providência correta seria a autoridade policial, ao receber a denúncia anônima, fazer 
diligências preliminares com o intuito de checar a existência de veracidade das 
informações recebidas, dando sequência às investigações (HC n. 86.082, STF). 
 
Avançando, é importante lembrar que a liberdade de expressão não admite o 
chamado hate speech, que em tradução livre significaria discurso de ódio. 
A esse respeito, suponha que um líder religioso, além de defender o ponto de vista 
ideológico de sua crença, passe a ofender as religiões diversas. Nesse cenário, ele 
praticaria algum crime ou estaria protegido pela liberdade de expressão? 
Praticaria crime! Isso porque o STF entende que a incitação ao ódio público contra 
quaisquer denominações religiosas e seus seguidores não está protegida pela 
cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão (STF, RHC n. 146.303). 
 
Caso Deputado Daniel Silveira 
Direito Penal Outros temas da legislação extravagante Lei de Segurança Nacional 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=130
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=12&subcategoria=130&assunto=422
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/6e187996e9cc9d93c5f4452695768290?palavra-chave=ofensas+e+redes+sociais&criterio-pesquisa=e
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=11
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=11&subcategoria=124
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=11&subcategoria=124&assunto=281
 
Origem: STF 
 
O Deputado Federal Daniel Silveira publicou vídeo no YouTube no qual, além de atacar 
frontalmente os Ministros do STF, por meio de diversas ameaças e ofensas, expressamente 
propagou a adoção de medidas antidemocráticas contra a Corte, bem como instigou a adoção de 
medidas violentas contra a vida e a segurança de seus membros, em clara afronta aos princípios 
democráticos, republicanos e da separação de Poderes. 
 
Tais condutas, além de tipificarem crimes contra a honra do Poder Judiciário e dos Ministros do 
STF, são previstas como crime na Lei de Segurança Nacional (Lei nº 7.170/1973). 
Não é possível invocar a imunidade parlamentar material (art. 53, da CF/88), neste caso. Isso 
porque a imunidade material parlamentar não deve ser utilizada para atentar frontalmente contra 
a própria manutenção do Estado Democrático de Direito. 
 
As condutas criminosas do parlamentar configuram flagrante delito, pois verifica-se, de maneira 
clara e evidente, a perpetuação dos delitos acima mencionados, uma vez que o referido vídeo 
continuava disponível e acessível a todos os usuários da internet. 
Os crimes que, em tese, foram praticados pelo Deputado são inafiançáveis por duas razões: 
1) porque foram praticados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (art. 5º, XLIV, 
da CF/88; art. 323, III, do CPP); e 
2) porque, no caso concreto, estão presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão 
preventiva, de sorte que estamos diante de uma situação que não admite fiança, com base no art. 
324, IV, do CPP. 
 
Encontra-se, portanto, configurada a possibilidade constitucional de prisão em flagrante de 
parlamentar pela prática de crime inafiançável, nos termos do § 2º do art. 53 da CF/88. 
STF. Plenário. Inq 4781 Ref, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/2/2021 (Info 1006). 
 
Um dos princípios mais interessantes no Estudo dos Direitos é o de que ninguém pode 
deles abusar. O ABUSO DE DIREITO é contrário ao próprio Direito e gera 
Responsabilidade civil e, dependendo do caso, criminal. 
 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à imagem; 
 
O Direito de Resposta impõe um limite à liberdade de expressão, procurando evitar 
que o Uso Abusivo e leviano da mesma possa redundar em agressões à honra de 
terceiros (Pessoas Físicas ou Jurídicas). 
 
Ainda sobre danos moral e material, acredito ser muito relevante tratar do julgamento 
envolvendo as biografias não autorizadas. 
 
 
Sobre o assunto, ganhou repercussão um livro intitulado Roberto Carlos em detalhes, 
narrando a vida do cantor. Ocorre que ele não concordava com a publicação, 
ingressando na Justiça. 
 
Após acordo entre as partes, o livro não foi às prateleiras e o processo foi extinto. 
Posteriormente, houve o ajuizamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 
no STF, tendo o Tribunal entendido que era possível a publicação 
independentemente de autorização do biografado. 
 
 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre 
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais 
de culto e a suas liturgias; 
Não Obstante o dispositivo consagre ampla liberdade de crença, é necessário 
entender que a República Federativa do Brasil é um Estado Laico, ou seja, não possui 
Religião Oficial, sendo mesma vedada qualquer relação mais próxima entre as 
entidades federativas e os cultos religiosos, salvo, na forma da lei, a colaboração de 
interesse público (Art. 19, I). 
É inconstitucional lei estadual que obriga que as escolas e bibliotecas públicas 
tenham um exemplar da Bíblia 
Direito Constitucional Direitos e garantias fundamentais Outros 
Origem: STF - Informativo 1012 
 
 
Resumo 
 
A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e bibliotecas 
públicas estaduais configura contrariedade à laicidade estatal e à liberdade religiosa 
consagrada pela Constituição da República de 1988. 
STF. Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021 (Info 
1012). 
 
A situação concreta foi a seguinte: 
No Amazonas, foi editada lei estadual obrigando as escolas e bibliotecas públicas a 
terem pelo menos uma Bíblia disponível para consulta. Veja os principais trechos da 
Lei Promulgada nº 74/2010: 
Art. 1º As unidades escolares da rede estadual de ensino e as bibliotecas públicas 
estaduais ficam obrigadas a manter em seus acervos ao menos um exemplar da Bíblia 
Sagrada. 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1&assunto=786
 
Parágrafo único. A obrigatoriedade prevista no caput não implica em restrição ou 
impedimento para a manutenção, nos acervos públicos, de livros sagrados de outras 
tradições religiosas. 
Art. 2º Os exemplares da Bíblia Sagrada deverão ser colocados à disposição de alunos, 
professores e demais usuários, em local visível e de fácil acesso. 
(...) 
Art. 4º As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das dotaçõesconsignadas no orçamento vigente. 
 
O Procurador-Geral da República ajuizou ADI contra a previsão alegando que ela teria 
contrariado o art. 19, I, da Constituição Federal, que prevê o seguinte: 
Art. 19. É vedado à União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência 
ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; 
(...) 
 A obrigatoriedade imposta pela lei é compatível com a Constituição Federal? 
NÃO. O STF julgou procedente o pedido formulado e declarou a inconstitucionalidade 
dos arts. 1º, 2º e 4º da Lei “Promulgada” 74/2010, do Estado do Amazonas. 
 
Princípio da laicidade 
O art. 19, I, da CF/88 prevê a laicidade estatal. 
Segundo esse princípio, o Estado deve manter uma relação de neutralidade em relação 
às religiões. 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o 
funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de 
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse 
público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
 
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas 
entidades civis e militares de internação coletiva; 
 
Trata-se de Norma Assecuratória que garante o livre exercício da liberdade de crença 
ao Detento, Paciente, servidor, hóspede, interno, a fim de que possa exercer, ou ser 
assistido por sua crença, independentemente da eventual orientação religiosa do 
estabelecimento de internação coletiva em que se encontre. 
O ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza 
confessional 
Direito Constitucional Direitos e garantias fundamentais Educação 
Origem: STF - Informativo 879 
 
 
 
Resumo 
 
A CF/88 prevê que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina 
dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º). 
Diante disso, nas escolas públicas são oferecidas aulas de ensino religioso, 
normalmente vinculadas a uma religião específica. É o chamado ensino religioso 
confessional. 
O PGR ajuizou ADI pedindo que fosse conferida interpretação conforme a Constituição 
ao art. 33, §§ 1º e 2º da LDB e ao art. 11, § 1º do acordo Brasil-Santa Sé. Na ação, o 
PGR afirmava que não é permitido que se ofereça ensino religioso confessional 
(vinculado a uma religião específica). Para o autor, o ensino religioso deve ser voltado 
para a história e a doutrina das várias religiões, ensinadas sob uma perspectiva laica 
e deve ser ministrado por professores regulares da rede pública de ensino, e não por 
pessoas vinculadas às igrejas. 
 
O STF julgou improcedente a ADI e decidiu que o ensino religioso nas escolas públicas 
brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, pode sim ser vinculado a religiões 
específicas. 
A partir da conjugação do binômio Laicidade do Estado (art. 19, I) e 
Liberdade religiosa (art. 5º, VI), o Estado deverá assegurar o cumprimento do art. 210, 
§ 1º da CF/88, autorizando na rede pública em igualdade de condições o oferecimento 
de ensino confessional das diversas crenças, mediante requisitos formais previamente 
fixados pelo Ministério da Educação. 
 
Assim, deve ser permitido aos alunos, que expressa e voluntariamente se 
matricularem, o pleno exercício de seu direito subjetivo ao ensino religioso como 
disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada 
de acordo com os princípios de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1&assunto=15
 
devidamente credenciados a partir de chamamento público e, preferencialmente, sem 
qualquer ônus para o Poder Público. 
 
Dessa forma, o STF entendeu que a CF/88 não proíbe que sejam oferecidas aulas de 
uma religião específica, que ensine os dogmas ou valores daquela religião. Não há 
qualquer problema nisso, desde que se garanta oportunidade a todas as doutrinas 
religiosas. 
STF. Plenário.ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre 
de Moraes, julgado em 27/9/2017 (Info 879). 
 
 
Comentários 
 
Ensino religioso confessional 
A Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) traz a seguinte previsão 
sobre o ensino religioso: 
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação 
básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de 
ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, 
vedadas quaisquer formas de proselitismo. 
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos 
conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e 
admissão dos professores. 
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes 
denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. 
 
Em 2008, o Brasil assinou um acordo com a Santa Sé (suprema autoridade da Igreja 
Católica) a fim de dispor sobre a situação jurídica desta Igreja em nosso país. 
Este acordo Brasil-Santa Sé (Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil) foi aprovado 
pelo Decreto Legislativo 698/2009 e promulgado pelo Presidente da República por 
meio do Decreto nº 7.107/2010. 
O artigo 11, § 1º do acordo prevê o seguinte: 
Artigo 11 
A República Federativa do Brasil em observância ao direito de liberdade religiosa, da 
diversidade cultural e da pluralidade confessional do País, respeita a importância do 
ensino religioso em vista da formação integral da pessoa. 
 
§1º O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula 
facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino 
fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do 
Brasil em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer 
forma de discriminação. 
 
Com base nesses dispositivos acima transcritos em diversas escolas públicas são 
oferecidas aulas de religião com base nos fundamentos da Igreja Católica. 
 
 
 
 
 
 
 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de 
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação 
legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 
Aqui nasce o CONCEITO DE ESCUSA DE CONSCIÊNCIA, a alegação do Imperativo (ou 
escusa) de consciência não é propriamente uma inovação, visto que já constava da 
Carta anterior Constitucional. Todavia, o texto atual da CF 1988 criou a possibilidade 
da prestação alternativa, fixada em lei, para aquele que se eximir da obrigação 
primária a todos imposta. 
Exemplo: Serviço Militar Obrigatório para os Jovens do Sexo Masculino de 18 anos de 
idade, quando Dispensados do Serviço Militar recebem o Certificado de Reservista. 
Não há direito absoluto. Essa frase, tantas e tantas vezes repetida, está ligada à ideia 
de que os direitos fundamentais têm a característica de serem relativos. 
 
Foi relembrando exatamente essa razão que o STF negou a um grupo de alunos 
judeus o direito de fazerem a prova do Enem em dia diverso do sábado. No caso, 
os candidatos invocaram a liberdade de crença religiosa para pleitearem outro dia de 
prova, em razão do Shabat sagrado (STA n. 389, STF). 
 
Na fundamentação, os ministros acentuaram que uma coletividade muito grande seria 
atingida. 
Afinal, as provas são feitas em escolas, quenão funcionam aos fins de semana, 
período em que a maioria das pessoas também não trabalha. 
 
 
Alguns anos depois, as provas passaram a ser realizadas em dois domingos 
consecutivos. 
De certo modo, administrativamente, acabou havendo a mudança para não ofender a 
crença de judeus e de adventistas. 
 
Anos depois, em novembro de 2020, a questão envolvendo a realização de provas e 
a proteção à crença religiosa voltou à pauta... 
 
O Tribunal decidiu ser possível a alteração de datas e horários de etapas de concurso 
público para candidato que invoca a impossibilidade do comparecimento por motivos 
religiosos. 
Mas depois que você tomar posse, precisará cumprir o estágio probatório, certo? 
Como ficaria a situação dos sabadistas? 
 
A esse respeito, foi pontuado que a administração pública, durante o estágio 
probatório, deveria estabelecer critérios alternativos para o exercício dos deveres 
funcionais ao servidor público em avaliação. 
 
No fim das contas, prevaleceu a proteção judicial à liberdade religiosa prevista na 
Constituição Federal, desde que não fira a igualdade de competição e do exercício de 
cargos públicos e sejam observados os princípios da proporcionalidade e da 
razoabilidade e seja preservada a igualdade entre os candidatos. 
 
Mas fique atento(a), pois não basta invocar a liberdade de crença e pedir a remarcação, 
porque isso poderia inviabilizar a própria realização dos concursos. Por isso, é 
importante você ficar de olho nas teses fixadas pelo Tribunal. Veja: 
 
Nos termos do artigo 5º, inciso VIII, da Constituição Federal, é possível a realização 
de etapas de concurso público em datas e horários distintos dos previstos em edital, 
por candidato que invoca escusa de consciência por motivos de crença religiosa, 
desde que presente a razoabilidade da alteração, a preservação da igualdade entre 
todos os candidatos e que não acarreta ônus desproporcional à administração pública, 
que deverá decidir de maneira fundamentada. (STF, RE n. 611.874) 
 
Nos termos do artigo 5º, VIII, da Constituição Federal, é possível à administração 
pública, inclusive durante o estágio probatório, estabelecer critérios alternativos para 
o regular exercício dos deveres funcionais inerentes aos cargos públicos, em face de 
servidores que invocam escusa de consciência por motivos de crença religiosa, desde 
que, presente a razoabilidade da alteração, não se caracterize o desvirtuamento no 
exercício de suas funções e não acarrete ônus desproporcional à administração 
pública, que deverá decidir de maneira fundamentada. (STF, ARE n. 1.099.099) 
 
Ainda sobre o tema crença religiosa, o Plenário do STF entendeu pela validade de 
norma estadual que permitia o sacrifício de animais em rituais religiosos. O recurso 
foi interposto pelo Ministério Público, que questionava lei estadual que alterou o 
Código Estadual de Proteção aos Animais para afastar a proibição no caso de cultos e 
liturgias religiosas. 
 
 
Na ocasião, foi firmada a seguinte tese: 
É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, 
permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana. 
Ah, no julgamento, ficou vencido o Ministro Relator, que exigia o consumo da carne 
após o ritual (STF, RE 494.601). 
 
Outro ponto que é objeto de indagação nas provas é qual a consequência em caso 
de a pessoa não cumprir a obrigação a todos imposta e se recusar também ao 
cumprimento da prestação alternativa. 
 
Supondo que um jovem, aos 18 anos, se recuse a cumprir o serviço militar obrigatório, 
dizendo ser do “Partido da Paz”, e se negue a exercer função que nada se relacione 
com a guerra (ex.: porteiro no Ministério da Defesa). Nesse caso, haverá a perda dos 
direitos políticos, segundo doutrina dominante e orientação do TSE. 
 
Antes de terminar, você certamente já ouviu falar no movimento antivacina, certo? Eu 
não estou falando em COVID (ainda). Refiro-me àquelas vacinas do calendário do Plano 
Nacional de Imunizações, mais comuns nos primeiros anos de vida. 
 
Então... um grupo contrário às vacinas alegava a liberdade de consciência e de 
convicção filosófica e a questão foi parar no STF. 
Ao analisar o pedido, o Tribunal decidiu ser ilegítima a recusa dos pais à vacinação 
compulsória de filho menor por motivo de convicção filosófica. Isso, claro, vale para 
vacinas testadas, aprovadas e registradas, cuja aplicação obrigatória seja determinada 
por lei ou determinação dos entes federados com base no consenso médico-científico 
(STF, ARE n. 1.267.879). 
 
ATENÇÃO JURISPRUDENCIA IMPORTANTE: 
 
Quanto ao COVID, o STF entendeu que o poder público pode determinar aos cidadãos 
que se submetam, compulsoriamente, à vacinação, impondo punições àqueles que se 
recusem (multa, impedimento de frequentar lugares etc.). Contudo, não poderia fazer 
imunização à força (STF, ADI n. 6.586). 
 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de 
comunicação, independentemente de censura ou licença; 
Para Compreensão deste mandamento constitucional em toda a sua extensão, impõe-
se, preliminarmente, a leitura dos Arts. 220 a 224 da Constituição Federal (sobretudo 
o Art. 221): 
CAPÍTULO V 
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL 
 Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a 
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer 
restrição, observado o disposto nesta Constituição. 
 
 § 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena 
liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação 
social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. 
§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e 
artística. 
§ 3º Compete à lei federal: 
I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público 
informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, 
locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada; 
II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a 
possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e 
televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda 
de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio 
ambiente. 
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, 
medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do 
inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, 
advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso. 
§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, 
ser objeto de monopólio ou oligopólio. 
§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença 
de autoridade. 
 Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão 
atenderão aos seguintes princípios: 
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas; 
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção 
independente que objetive sua divulgação; 
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme 
percentuais estabelecidos em lei; 
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família. 
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e 
de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais 
de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e 
que tenham sede no País. 
 
§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do 
capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de 
sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros 
natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão 
obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da 
programação. 
§ 2º A responsabilidadeeditorial e as atividades de seleção e direção da 
programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou naturalizados 
há mais de dez anos, em qualquer meio de comunicação 
social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) 
§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da 
tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão observar os 
princípios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que também 
garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções 
nacionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) 
§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de 
que trata o § 1º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002) 
§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º 
serão comunicadas ao Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 36, de 2002) 
 Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, 
permissão e autorização para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e 
imagens, observado o princípio da complementaridade dos sistemas 
privado, público e estatal. 
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, 
a contar do recebimento da mensagem. 
§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação 
de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal. 
§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após 
deliberação do Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores. 
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, 
depende de decisão judicial. 
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras 
de rádio e de quinze para as de televisão. 
 Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional 
instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na 
forma da lei. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc36.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc36.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc36.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc36.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc36.htm#art1
 
O Texto Constitucional repele frontalmente a possibilidade de censuras de 
prévia. Essa previsão, porém, não significa que a liberdade de imprensa é absoluta. 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação; 
O Legislador Constituinte buscou consagrar o Direito à privacidade neste 
dispositivo. Estabelece de forma inequívoca um limite à liberdade de expressão de 
modo que, sob nenhuma circunstância, se pode olvidar a privacidade pessoal em 
nome de uma pretensiosa e pseudo-ilimitada liberdade de impresa. Insta observar 
ainda que o presente inciso é uma norma limitativa em relação ao inciso precedente, 
e que confirma nossos comentários. 
No que tange a tentativa de Proteção Estatal à INTIMIDADE E A VIDA PRIVADA 
tivemos a Sanção de uma Nova Lei de a Lei Nº 12.737/2012 e é uma alteração 
no Código Penal Brasileiro voltada para crimes virtuais e delitos informáticos. 
POR QUE A LEI RECEBEU O NOME DA ATRIZ? 
O nome advém de um caso ocorrido com a atriz Carolina Dieckmann. Em maio de 
2011, um hacker (criminoso virtual) invadiu o computador pessoal da atriz, 
possibilitando que ele tivesse acesso a 36 fotos pessoais de cunho íntimo. 
De acordo com a denúncia, o invasor exigiu R$ 10 mil para não publicar as fotos. 
Como a atriz recusou a exigência, acabou tendo suas fotos divulgadas na internet. 
Isso criou uma grande discussão popular sobre a criminalização desse tipo de prática, 
que ainda foi excessivamente fomentada pela mídia. 
A atriz abraçou a causa e cedeu seu nome à lei. Ressalta-se que, antes do surgimento 
da lei, o ato de invadir um ambiente virtual e subtrair dados pessoais já era crime, 
mas não havia nenhuma norma que tratava especificamente sobre o assunto. 
A Lei Nº 12.737/12 impacta o Direito Penal, pois acrescenta os artigos 154-A e 154-B 
ao Código Penal Brasileiro. Além disso, altera a redação dos artigos 266 e 298. A 
norma trata de uma tendência do Direito: segurança no ambiente virtual. 
Sua redação prevê os crimes que decorrerem do uso indevido de informações e 
materiais pessoais que dizem respeito à privacidade de uma pessoa na internet, como 
fotos e vídeos. 
CRIME DE INVASÃO DE DISPOSITIVOS 
O primeiro artigo, 154-A, trouxe o crime chamado “Invasão de dispositivo 
informático”, que consiste na invasão de qualquer dispositivo informático alheio, 
como computadores, smartphones, tablets etc., independentemente se estiver 
conectado à internet ou não. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm
https://blog.fmp.edu.br/direito-penal-por-que-se-especializar/
https://blog.fmp.edu.br/confira-as-6-tendencias-do-direito-para-2019/
https://fmp.edu.br/category/direito-digital/
 
O ato deve ser praticado mediante violação de mecanismo de segurança e ter o 
objetivo de adulterar, obter ou destruir dados sem autorização do proprietário do 
dispositivo. A norma também se aplica a quem instalar vulnerabilidades (como vírus) 
nos dispositivos para obter vantagens ilícitas. 
Aquele que produzir, oferecer, distribuir, vender ou difundir um programa de 
computador ou dispositivo que permite a prática também sofrerá as consequências 
do crime. 
A ação desse crime procederá mediante representação, ou seja, o Ministério Público 
(MP) somente oferece a denúncia se o ofendido solicitar, exceto nos casos em que o 
crime é cometido contra a administração pública (direta ou indireta) — ou seja, 
qualquer poder do governo municipal, estadual ou da União, como também empresas 
concessionárias de serviços públicos. 
Invasão de dispositivo informático 
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de uso alheio, conectado ou não à rede de 
computadores, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem 
autorização expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar 
vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: 
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
§ 1
o
 Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde 
dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta 
definida no caput. 
§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se da invasão resulta 
prejuízo econômico. 
§ 3
o
 Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas 
privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas 
em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa§ 4
o
 Na hipótese do § 3
o
, 
aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou 
transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos§ 
5
o
 Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: 
I - Presidente da República, governadores e prefeitos; 
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal 
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia 
Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara 
Municipal; 
https://blog.fmp.edu.br/gestao-publica-saiba-por-que-escolher-essa-area/
 
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal 
ou do Distrito Federal. 
O que são Nudes? 
Enviar um nude significa mandar foto sem roupa ou pelado, geralmente 
exibindo partes íntimas.O envio de fotos íntimas não é crime e atualmente esta 
prática é bastante comum, baseando-se na confiança em que aquele que envia possui 
em que recebe a foto. Por outro lado, compartilhar as fotos íntimas ou vídeos sem 
autorização é crime. 
As fotos ou vídeos geralmente são enviados pela internet, por de qualquer 
meio de comunicação, principalmente através do WhatsApp, Facebook e Instagram. A 
divulgação dos nudes sem a prévia autorização da vítima, é popularmente conhecida 
como "vazar nudes". 
É muito comum que a foto ou vídeo seja compartilhado entre pessoas sem 
autorização, causando inúmeros transtornos e prejuízos à vítima e, com vistas a 
proteger tal situação, a legislação por isto, a legislação estabelece penalização àquele 
que envia nudes a terceiros sem autorização. 
O crime de divulgar fotos íntimas a lei 13.718/18 modificou o CP e inseriu 
um novo crime no ordenamento jurídico, sendo o art. 218-C, que possui a seguinte 
previsão: 
"Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à 
venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de 
comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou 
outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável 
ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, 
cena de sexo, nudez ou pornografia: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o 
fato não constitui crime mais grave." 
Além das previsões legais mencionadas acima, o direito à imagem também 
possui previsão no art. 20 do Código Civil Brasileiro: 
"Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça 
ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da 
palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa 
poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, 
se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins 
comerciais." 
Sendo assim, o direito à imagem é conferido a todos os indivíduos e a sua 
violação pode gerar repercussões no âmbito civil, gerando o direito a indenizações, 
entre outros e, também, responsabilidade criminal, conforme tratado a seguir. 
 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou 
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
Aqui encontra-se Consagrado a Inviolabilidade do Domicílio. Direito 
Fundamental antigo com Origens no Constitucionalismo Saxão, este Direito constitui 
uma das bases do Estado democrático. Como dissemos na Introdução, o Art. 5º impõe 
limites à atuação do Estado na vida de seus súditos, garantindo-se-lhes um espaço 
que, além de físico, é espiritual, para que exerçam plenamente sua capacidade de 
autodeterminação. 
Mas o que se insere no conceito de casa? 
A interpretação é ampla e abrangente, alcançando, além da residência 
(apartamento, casa), aposentos de habitação coletiva, desde que ocupados (hotel, 
motel, pensão, pousadas e hospedaria), escritórios profissionais, oficinas e garagens 
(RHC n. 90.376, STF). 
Ficariam de fora, por exemplo, repartições públicas. No entanto, mesmo a 
esse respeito, o STJ entendeu que o ingresso desautorizado em gabinete de delegado 
de polícia caracterizava o crime de invasão de domicílio, previsto no art. 150 do 
Código Penal, porque o local era de acesso restrito ao público (HC n. 298.763, STJ). 
Questão que gera discussão nas salas de aula – mas não na jurisprudência 
– é a boleia de caminhão. Considerando o Estatuto do Desarmamento, há os crimes 
de posse e de porte ilegal de arma. 
 
Vamos analisar, agora, as hipóteses em que o ingresso sem autorização do 
morador será permitido. Destaquei a palavra “sem” para lembrar que, com a anuência 
do morador, o visitante ingressa a qualquer hora. Basta, a esse respeito, pensar em 
parentes queridos que cheguem de viagem na madrugada... 
 
HIPÓTESE DIA NOITE 
Prestar socorro Pode Pode 
Flagrante delito Pode Pode 
Desastre Pode Pode 
Por determinação da autoridade judicial1 Pode Não pode 2 
 
Obs.: Na observação 1, há a chamada cláusula de reserva jurisdição. Isso 
significa que o ingresso só pode ser autorizado por membros do Poder Judiciário. 
 
Assim, CPIs, autoridades administrativas, fazendárias, fiscais ou policiais não podem 
determinar violação de domicílio. 
Agora pense na seguinte situação: mediante fundadas suspeitas da 
ocorrência de tráfico de drogas, os policiais, sem autorização judicial, durante a noite, 
entram na residência, mas nada de ilícito encontram. Nesse caso, eles deveriam ser 
responsabilizados? 
A questão foi submetida ao STF, tendo o Tribunal explicitado que os 
policiais só responderiam se tivessem agido de má-fé. 
Do contrário, agindo de boa-fé e justificando posteriormente as 
circunstâncias que os levaram a ingressar sem autorização, não poderiam ser punidos 
nas esferas penal, civil ou administrativa (RE n. 603.616, STF). 
Obs.: Partindo para a observação 2, a regra realmente é que não é possível 
ingressar nem mesmo com autorização judicial durante a noite, devendo os policiais 
guardar as saídas da casa e aguardar o amanhecer. 
Ah, quanto ao conceito do que seja considerado “dia”, o STF entende que 
seja o período compreendido entre aurora e crepúsculo, ou seja, do nascer ao pôr do 
sol. 
Pois é, mas fique atento(a) a um detalhe: a nova Lei do Abuso de Autoridade 
– Lei n. 13.869/2019 –, em seu artigo 22, indica que no período compreendido entre 
21h e 5h da manhã seria crime o cumprimento de mandado de busca e apreensão 
domiciliar. 
Ou seja, para a lei, o conceito de dia estaria alargado para começar às 5h da 
manhã e terminar apenas às 21h. 
Na sua prova, caso seja perguntado algo sobre a nova Lei do Abuso de Autoridade, 
você responde o que está na lei; do contrário, perguntando-se sobre a jurisprudência 
do STF, a resposta estará entre a aurora e o crepúsculo. 
 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de 
dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, 
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal; 
Conceito de Comunicações telefônicas – Convém conhecer a evolução tecnológica 
deste conceito desde o Código Brasileiro de Comunicações – Lei n. 4.117/1962, mais 
precisamente o Art. 4º que define telefonia como Processo de comunicação destinado 
à transmissão da palavra falada ou de sons. 
Um(a) marinheiro(a) de primeira viagem, ao ler o texto supracitado, facilmente diria 
que o único sigilo quebrável seria o das comunicações telefônicas. 
 
Pois você verá que a lógica é quase inversa. O sigilo mais difícil de quebrar é 
exatamente o das comunicações telefônicas (interceptações, grampos, escutas). 
Há uma série de decisões judiciais importantes delimitando o papel das diferentes 
instituições na tarefa da investigação. Tentarei destacar até onde cada uma poderia 
ir, ok? 
 
 
 
 
Por falar em WhatsApp... o STJ considera inválida a prova obtida pelo 
espelhamento de conversas via WhatsApp Web, com o argumento de que a 
ferramenta permite o envio de novas mensagens e a exclusão de mensagens antigas 
ou recentes, tenham elas sido enviadas pelo usuário ou recebidas de algum contato, 
sendo que eventual exclusão não deixa vestígio no aplicativo ou no computador (STJ, 
RHC n. 99.735). 
Tem mais: é ilegal a quebra do sigilo telefônico, com a habilitação de chip(SIMCARD) da autoridade policial em substituição ao do investigado, titular da 
linha. 
A ideia dos investigadores era ter acesso, em tempo real, às chamadas e mensagens 
transmitidas para a linha do investigado, inclusive o WhatsApp. 
Prevaleceu a orientação de que não há previsão legal ou constitucional para esse 
procedimento e que, ao contrário da interceptação telefônica, em que apenas são 
captados os diálogos entre o alvo interceptado e outras pessoas, a substituição do 
chip do investigado por um chip da polícia, sem o conhecimento do titular da linha, 
tornaria o investigador um participante das conversas, podendo interagir com o 
interlocutor e gerenciar todas as mensagens (STJ, julgamento em maio de 2021). 
 
TABELA ESQUEMETIZIDA DO QUE MAIS CAI EM PROVAS DE CONCURSOS SOBRE 
QUEBRA DE SIGILO TELEFÔNICO: 
 
Órgão/Entidade Pode Quebrar sigilo 
telefônico ? 
Observação 
Poder Judiciário Sim. Todos. A quebra deve ser sempre 
fundamentada concretamente. 
CPIs Sim, para o sigilo de dados 
fiscais, bancários e 
telefônicos. 
CPIs federais, estaduais e 
distritais têm os mesmos 
poderes. 
 
 
Não, para o sigilo das 
comunicações telefônicas 
(escuta, grampo, 
interceptações). 
CPIs municipais não podem 
quebrar nenhum sigilo. 
Ministério Público Não Pode acessar contas 
pertencentes aos entes públicos, 
porque não se aplica privacidade 
e intimidade. 
Ao contrário, vigora o princípio da 
publicidade e da transparência. 
Receita Federal Não Pode haver a transferência de 
sigilos (compartilhamento de 
dados) entre a instituição 
financeira, Receita, UIF/COAF e 
Ministério Público. 
Tribunal de Contas Não Pode acessar/requisitar 
informações constantes em 
contrato de empréstimo bancário 
envolvendo dinheiro público. 
ABIN/SISBIN Não Compartilhamento de dados deve 
ser: 
a) interesse público; 
b) sempre justificado por escrito; 
c) respeito à cláusula de reserva 
de jurisdição. 
Polícia Civil Não O Delegado em um investigação 
policial pode Requerer ao Juiz da 
Vara Criminal. 
Polícia Federal Não O Delegado em um investigação 
policial pode Requerer ao Juiz da 
Vara Criminal. 
Polícia Militar (Esfera da 
Corregedoria da PM) 
Não Nesse Caso pela Jurisprudência 
do STF e STJ cabe ao 
Encarregado do IPM Requerer ou 
Solicitar a Quebra de Sigilo 
Telefônico do Policial Militar 
investigado. 
 
Sobre essa aparente “inovação” do legislador, os autores Luiz Flávio Gomes e Silvio 
Maciel delimitam com propriedade a expressão interceptação de qualquer natureza, 
fazendo a diferenciação entre interceptação telefônica, escuta telefônica, gravação 
telefônica ou gravação clandestina, interceptação ambiental, escuta ambiental e 
gravação ambiental. Vejamos: 
a) interceptação telefônica (ou interceptação em sentido estrito): consiste na captação 
da comunicação telefônica por um terceiro, sem o conhecimento de nenhum dos 
comunicadores. [...] a ofensa, portanto, endereça-se a todos eles; a intimidade de 
todos está sendo violada; 
 
b) escuta telefônica: é a captação da comunicação telefônica por terceiro, com o 
conhecimento de um dos comunicadores e desconhecimento do outro. [...] logo, a 
ofensa acontece apenas contra um deles; 
c) gravação telefônica ou gravação clandestina: é a gravação da comunicação 
telefônica por um dos comunicadores, ou seja, trata-se de uma gravação da própria 
comunicação. Normalmente é feita sem o conhecimento do outro comunicador, daí 
falar-se em gravação clandestina; 
d) interceptação ambiental: é a captação de uma comunicação no próprio ambiente 
dela, por um terceiro, sem conhecimento dos comunicadores; 
e) escuta ambiental: é a captação de uma comunicação, no ambiente dela, feita por 
terceiro, com o consentimento de um dos comunicadores; 
f) gravação ambiental: é a captação no ambiente da comunicação feita por um dos 
comunicadores (ex.: gravador, câmeras ocultas etc.), também denominada gravação 
clandestina (GOMES; MACIEL, 2013, p. 24-25). 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
A Liberdade de exercício profissional está consagrada neste dispositivo. Todavia, o 
exercício deste direito Econômico fundamental está condicionado a uma reserva legal, 
exigindo-se o preenchimento de determinados requisitos e qualificações 
profissionais. Observe-se, no entanto, que não é suficiente que a Constituição 
consagre a liberdade de escolha profissional sem que o Poder Público, através de 
ações metajurídicas, torne faticamente possível ao súdito exercer essa opção de forma 
efetiva e digna. A Competência para legislar sobre condições para o exercício das 
profissões é privativa da União nos termos do Art. 22, inciso XVI: 
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, 
espacial e do trabalho;” 
A parte final desse dispositivo, destacada pela expressão “que a lei estabelecer”, a 
torna uma norma de eficácia contida (Classificação de eficácia e aplicabilidade das 
normas constitucionais, desenvolvida por José Afonso da Silva). 
Note que a norma “nasce plena”, quando fala ser livre o exercício de qualquer 
trabalho, ofício ou profissão, mas logo após é restringida (contida) pela possibilidade 
de uma lei fazer exigências. 
Vê-se a aplicação dessa norma, por exemplo, na exigência da aprovação no Exame da 
Ordem dos Advogados do Brasil para que o bacharel em direito possa exercer a 
advocacia (RE n. 603.583, STF). 
 
De igual modo, só podem exercer a profissão de médico ou de dentista aquelas 
pessoas regularmente inscritas nos Conselhos Regionais de Medicina e de 
Odontologia. 
Já sobre o exercício da profissão de jornalista, para o STF, a fim de assegurar a 
liberdade de expressão, o exercício da profissão de jornalista é garantido a todas as 
pessoas, e não somente aos bacharéis em jornalismo (STF, RE n. 511.961). 
Há, ainda, uma importante polêmica a ser enfrentada. É que os juízes (e promotores) 
ficam impedidos de exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastaram por 
três anos. É a chamada quarentena de saída. 
No entanto, no ano de 2013, o Conselho Federal da OAB editou ato segundo o qual a 
proibição de advogar se estenderia a todo o escritório integrado pelo magistrado 
aposentado. 
DA LIBERDADE DA PROFISSÃO E GARANTIA DO SIGILO PROFISSIONAL DO 
ADVOGADO: 
Assim, a lei expressamente determina que o Advogado deverá se recusar a depor 
como testemunha em processo no qual funcionou ou venha a funcionar, ou sobre fato 
relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido advogado, ainda que autorizado 
ou solicitado por seu constituinte, nos termos do artigo 26 do Código de Ética e 
Disciplina da OAB: 
Art. 26. O advogado deve guardar sigilo, mesmo em depoimento judicial, sobre 
o que saiba em razão de seu ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor como 
testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato 
relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido advogado, mesmo que autorizado 
ou solicitado pelo constituinte. 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, 
quando necessário ao exercício profissional; 
Esse dispositivo não tem similar nas Constituições Brasileiras anteriores. Defende 
abertamente o acesso à informação de forma ampla e autoaplicável. Traz em si, a 
liberdade de informação jornalística como expressão mais sensível de sua 
concretização. O resguardo do sigilo da fonte tem por escopo garantir uma espécie 
de segredo profissional, necessário em alguns casos para proteger o informante. 
Note-se que não se confunde com o anonimato, pois o jornalista ou autoridade policial 
serão direta e legalmente responsáveis pelas notícias e/ou diligências que 
protagonizarem. 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo 
qualquer pessoa, nos termos da lei, neleentrar, permanecer ou dele sair com 
seus bens; 
Aqui está Consagrado um dos Direitos mais imediatos e inalienáveis do ser humano: 
o Direito de Ir e vir, vir, permanecer, ficar ou sair, o Direito à Livre locomoção. 
 
O Exercício de tal direito está submetido a uma reserva legal quando, implicitamente, 
se refere aos estrangeiros que queiram entrar ou sair do País em tempo de paz e aos 
Brasileiros e estrangeiros que pretendam circular, entrar ou sair do território nacional 
em tempo de guerra. 
Qualquer cerceamento de liberdade de locomoção com ilegalidade ou abuso de poder 
será coibido pela impetração de habeas corpus, conforme veremos no inciso LVIII. 
Quando nos referimos à reserva legal, podemos citar a exigência de passaporte, 
pagamento de taxas e/ou tributos, etc. 
Exemplo de Relatividade desse Direto: 
STF estendeu a vigência das medidas de combate à covid-19 elencadas 
na Lei 13.979/2020 e que estavam previstas para terminar em 
31/12/2020 
Direito Constitucional Direitos e garantias fundamentais Saúde 
Origem: STF - Informativo: 1008 
 
Resumo 
A prudência — amparada nos princípios da prevenção e da precaução — aconselha 
que continuem em vigor as medidas excepcionais previstas nos arts. 3º ao 3º-J da Lei 
nº 13.979/2020, dada a continuidade da situação de emergência na área da saúde 
pública. 
STF. Plenário. ADI 6625 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 
6/3/2021 (Info 1008). 
 
Comentários 
 
Lei nº 13.979/2020 
A Lei nº 13.979/2020 foi editada no início de fevereiro prevendo uma série de 
medidas para enfrentamento do novo coronavírus (Sars-CoV-2). 
Vale ressaltar que esta Lei foi publicada em 07/02/2020, antes do primeiro caso 
oficialmente confirmado da Covid-19 no Brasil, o que somente teria ocorrido em 
26/02/2020. 
O aspecto mais importante desta Lei está no art. 3º onde são previstas 9 medidas que 
poderão ser adotadas pelo poder público para o combate ao novo coronavírus: 
I – isolamento; 
II – quarentena; 
III - exames, testes, coletas, vacinação e tratamentos obrigatórios; 
III-A – uso obrigatório de máscaras de proteção individual; 
IV - estudo ou investigação epidemiológica; 
V - exumação, necropsia, cremação e manejo de cadáver; 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/listar/?categoria=1&subcategoria=1&assunto=14
https://www.buscadordizerodireito.com.br/informativo/listar?numero=1008
 
VI - restrição à circulação em rodovias, portos ou aeroportos; 
VII - requisição de bens e serviços; 
VIII - importação e distribuição de medicamentos sem registro na ANVISA. 
Então ficou Restrito o Direito de Ir e vir em todo o território Nacional devido ao 
Combate a Pandemia Covid19. 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao 
público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra 
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido 
prévio aviso à autoridade competente; 
Conceito de Reunião – É uma formação coletiva de pessoas, efêmera, sem 
personalidade jurídica definida, aberta a vontades aderentes, móvel ou imóvel e 
realizada com um mínimo de planejamento. São exemplos as passeatas, 
manifestações culturas e religiosas de índole coletiva, procissões, comícios políticos, 
passeatas de protesto etc.. 
A Constituição estabelece requisitos para as reuniões locais abertos ao público, o que 
quer significar que as reuniões privadas não estão condicionadas, senão pelas regras 
legais de convivência harmônica. 
As reuniões públicas estão condicionadas a serem pacíficas, e um prévio aviso à 
autoridade competente. 
A Autoridade não tem mais o Poder de indicar o local da reunião, devendo apenas ser 
avisada previamente – mero aviso – de sua realização, e uma vez que não se trata de 
de requerimento não caberá indeferimento, a não ser que outra reunião esteja 
comprovadamente marcada para o mesmo local, dia e horário. 
A Liberdade de Reunião é um DIREITO INDIVIDUAL de expressão COLETIVA. 
Não se deve pedir autorização; a CF/1988 cita apenas “comunicar (avisar) as 
autoridades competentes”. 
A legitimidade das chamadas marchas da maconha era discutida, pois havia a 
dúvida da caracterização de possível crime de incitação ao consumo de drogas. 
Ao apreciar o tema, o STF entendeu pela não criminalização da defesa da 
legalização das drogas, pois as marchas representariam a liberdade de expressão e 
o direito de reunião. 
No entanto, a Corte fixou quatro balizas que deveriam ser respeitadas pelos 
manifestantes: 
 - proibição de consumo de drogas; 
- proibição de incitação ao consumo; 
- proibição de participação de crianças e de adolescentes; 
 
- e respeito aos requisitos constitucionais do direito de reunião (ADPF n. 187, STF). 
Outros Exemplos de Direito de Reunião: Movimento LGBTS, Parada Gay, Marcha dos 
Evangélicos etc... 
Pera aí, porque tem outro ponto importantíssimo para tratarmos: é que o STF 
entendeu que são permitidas reuniões ou manifestações em locais públicos, 
independentemente de comunicação oficial prévia às autoridades competentes. 
Assim, os espaços públicos seriam não apenas lugar de circulação, mas também de 
participação democrática. 
Na ocasião, foi fixada a seguinte tese: 
A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é 
satisfeita com a veiculação de informação que permita ao poder público zelar para 
que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não frustre outra reunião no 
mesmo local (STF, RE n. 806.339). 
 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter 
paramilitar; 
Conceito de Associação – Organização estável e permanente, com fins lícitos, nítida 
divisão de tarefas estabelecida entre seus membros ou associados, dotada de 
personalidade jurídica de direito privado e responsabilidade civil e objetiva. 
O Legislador Constituinte não teve Poder de Síntese redacional legislativa e necessitou 
de cinco incisos (XVII ao XXI) para disciplinar a liberdade de associação que, por 
definição, é muito mais complexa que a de reunião. 
 Direito nitidamente coletivo, teve sua Origem no Direito Constitucional Brasileiro na 
Carta de 1891. 
A Associação de caráter Paramilitar ou facção é uma Sociedade armada, dotada de 
hierarquia e com ideologia própria que, ao contrário do Partido Político, objetiva 
atingir o Poder ou Desestabilizá-lo, através de quaisquer meios, inclusive pela Força. 
Tanta é a aversão do Estado Brasileiro em relação à sua existência que o Constituinte 
originário a vedou expressamente em dois dispositivos dentro do Título II: neste e no 
Art. 17, §4º. 
 
ATENÇÃO CANDIDATO! 
Direito de Associação é diferente de direito de Reunião. Isso porque a associação 
pressupõe um vínculo de maior duração, permanente. 
Já na reunião, esse vínculo é transitório. 
 
 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem 
de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; 
Aqui o texto constitucional parece não fazer distinção entre associações e 
cooperativas, exceto no que diz respeito à reserva legal existente no texto. Isto traz 
evidentes reflexos na Ordem econômica e financeira no Art. 174, §2º, §3º e §4º todos 
da Constituição Federal de 1988: 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado 
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo 
este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. 
(...) 
§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo. 
§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, 
levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-socialdos 
garimpeiros. 
§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na 
autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais 
garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o 
art. 21, XXV, na forma da lei. 
Observe-que que a Constituição estimula a criação de Cooperativas como forma de 
desenvolvimento econômico dentro de um modelo Capitalista Neoliberal. 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas 
atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o 
trânsito em julgado; 
Embora o Poder Executivo não possa interferir na Criação, o Poder Judiciário poderá 
dissolver compulsoriamente as Associações, bastando para isso a observância do 
Devido Processo Legal. 
 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; 
Ninguém será privado de exercício de um Direito por não pertencer a qualquer espécie 
de Associação. Idêntico dispositivo, de forma redundante e desnecessária, surge em 
relação à Entidade Sindical, no Art. 8º, V: 
 Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: 
(...) 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm 
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; 
 
Surge a Legitimação ativa das Associações para, nas Ações Coletivas e Difusas, 
Representarem seus filiados. Todavia, o texto exige uma Autorização expressa que 
não é suprimida pelo Simples Contrato de Adesão. Ela deve ser, antes, específica para 
a propositura daquele procedimento administrativo ou Ação judicial. O Mandado de 
Segurança Coletivo (Inciso LXX) traduz a aplicação mais imediata desta prerrogativa 
constitucional. 
XII - é garantido o direito de propriedade; 
Essa Norma Declaratória aparentemente simples traz, em si, uma complexidade 
econômica de grande Vulto. Quando se afirma que o Direito a ter é fundamental, a 
lógica impõe uma pergunta-Ter o quê? Em verdade o inciso permite a Propriedade 
quer dos Bens de consumo, quer dos Bens de Produção. 
 
 
 
 
 
 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em 
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de 
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver 
dano; 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela 
família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua 
atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu 
desenvolvimento; 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou 
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da 
imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou 
de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações 
sindicais e associativas; 
 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para 
sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, 
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social 
e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; 
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja 
mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse 
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob 
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide Lei nº 12.527, 
de 2011) 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade 
ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa 
julgada; 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, 
assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação 
legal; 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades 
fundamentais; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11111.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12527.htm
 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena 
de reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática 
da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os 
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os 
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamento) 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de 
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, 
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido; 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a 
natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com 
seus filhos durante o período de amamentação; 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime 
comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13260.htm
 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo

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