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ESCOAMENTO SUPERFICIAL CONCEITOS GERAIS • É o movimento das águas, que, por efeito da gravidade, se deslocam na superfície da Terra; • Abrange o excesso de precipitação que ocorre logo após uma chuva e se desloca livremente pela superfície do terreno, até o escoamento de um rio, que pode ser alimentado tanto pelo excesso de precipitação como pelas águas subterrâneas. CONCEITOS GERAIS • A figura abaixo mostra as quatro formas pelas quais os cursos d’água recebem água: – Precipitação direta sobre o curso d’água (P); – Escoamento superficial (ES); – Escoamento sub-superficial ou hipodérmico (ESS); – Escoamento subterrâneo ou básico. CONCEITOS GERAIS • Escoamento subsuperficial – ocorre nas camadas superiores do solo; • Escoamento subterrâneo – contribuindo de forma lenta com o tempo e é responsável pela alimentação do curso de água durante estiagem; • Escoamento superficial – cresce com o tempo até atingir um valor sensivelmente constante à medida que a precipitação prossegue. Cessada esta, ela vai diminuindo até anular-se. CONCEITOS GERAIS FATORES QUE INFLUENCIAM O ESCOAMENTO SUPERFICIAL • Natureza climática: – Intensidade e duração da precipitação; – Precipitação antecedente. • Natureza Fisiográfica: – Área – Forma – Permeabilidade – Capacidade de infiltração – Topografia • Obras Hidráulicas • Cobertura Vegetal GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS • Vazão (Q) – É o volume de água escoado na unidade de tempo em uma determinada seção do curso d’água. • Coeficiente de deflúvio (ou de escoamento) – é a relação entre o volume escoado e a quantidade total de água precipitada na bacia hidrográfica: precV Vc esc • Tempo de concentração: é o tempo que a água superficial leva para escoar do ponto mais distante até a seção principal. – Equação de Kirpich Modificada GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS 385,0 3 42,1 H tc L TEMPO DE CONCENTRAÇÃO ● Depende: da área da bacia; do comprimento e declividade do canal mais longo (principal); Comprimento ao longo do curso principal, desde o centro da bacia até a seção de saída considerada; Forma da bacia; Declividade média do terreno; Declividade e comprimento dos afluentes; Rugosidade do canal; Tipo de recobrimento vegetal; Distância entre o fim do canal e o espigão • Frequência: é o número de ocorrências da mesma vazão em um dado intervalo de tempo; • Nível da água: é a altura atingida pela água na seção em relação a uma determinada referência. GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS HIDROGRAMA O hidrograma é a denominação dada ao gráfico que relaciona a vazão no tempo. Situação 1 Situação 2 HIDROGRAMA Situação 3 HIDROGRAMA Situação 4 HIDROGRAMA Situação 5 HIDROGRAMA Situação 6 HIDROGRAMA Situação 7 HIDROGRAMA Situação 8 HIDROGRAMA Situação 9 HIDROGRAMA Situação 10 HIDROGRAMA Situação 11 HIDROGRAMA Situação 12 HIDROGRAMA Situação 13 HIDROGRAMA Situação 14 HIDROGRAMA Situação 15 HIDROGRAMA Situação 16 HIDROGRAMA Superficial e Sub-superficial Escoamento subterrâneo pico recessão 5 1 3 4 2 Formação do hidrograma 1 – Início do escoamento superficial 2 – Ascensão do hidrograma 3 – Pico do hidrograma 4 – Recessão do hidrograma 5 – Fim do escoamento superficial 6 – Recessão do escoamento subterrâneo 6 Forma do Hidrograma A forma do hidrograma depende de um grande número de fatores, os mais importantes são: relevo (densidade de drenagem, declividade do rio ou bacia, capacidade de armazenamento e forma); cobertura da bacia; modificações artificiais no rio; distribuição, duração e intensidade da precipitação; solo. tempo Q Bacia circular Bacia alongada tempo Q Bacia montanhosa Bacia plana RELEVO • Declividade do rio ou bacia; • Capacidade de armazenamento e forma O homem produz modificações no rio para o uso mais racional da água. Um reservatório para regularização da vazão tende a reduzir o pico e distribuir o volume, enquanto a canalização tende a aumentar o pico, como veremos na bacia urbana; MODIFICAÇÕES ARTIFICIAIS tempo Q Bacia urbana Bacia rural A cobertura da bacia, como a vegetal, tende a retardar o escoamento e aumentar as perdas por evapotranspiração. Nas bacias urbanas, onde a cobertura é alterada, tornando-se mais impermeável ,o escoamento superficial e o pico aumentam. COBERTURA DA BACIA MEDIÇÃO DO NÍVEL DA ÁGUA • Postos fluviométricos: – Réguas linimétricas; – Linígrafos • De posse das alturas pode-se estimar a vazão em uma determinada seção do curso d’água por meio de uma curva-chave: – A esta curva relaciona uma altura do nível do curso d’água, a uma vazão MEDIÇÃO DO NÍVEL DA ÁGUA Margem do Curso d’Água Curso d’Água MEDIÇÕES DE VAZÕES • Existem várias maneiras para se medir a vazão em um curso d’água, de acordo com as dimensões do curso d'água e com a precisão desejada para a medida. • Tipos de Medição de Vazão : – Volumétrico – Calha Parshall – Vertedor – Ultrassônico – Químico – Molinete Pequenas vazões Vertedores e Calha Parshall Os vertedores são estruturas relativamente simples, porém de grande importância prática, sendo utilizados na medição de vazão em numerosas construções hidráulicas, como estações de tratamento de água e esgoto, barragens, córregos, etc. VERTEDORES Calha PARSHALL A calha Parshall é uma estrutura que apresenta uma relação bem definida entre níveis de água e vazões, sendo construídas por dimensões padronizadas, de modo que a medição do nível de água em sua estrutura permite obter a vazão por meio de tabelas padronizadas. MÉTODO ULTRASSÔNICO Esse instrumento, que funciona com base no efeito Doppler, é utilizado para medir as velocidades das partículas das correntes de água a diferentes profundidades e determinar a vazão em seções transversais de rios, através do somatório de sucessivos perfis de corrente obtidos em tempo real. ADCP - Acoustic Doppler Current ProfiIer MÉTODO ÁREA-VELOCIDADE • A área é determinada por batimetria, medindo-se várias verticais e respectivas distâncias e profundidades. • Para se medir a velocidade de água na seção, o método mais empregado é o do molinete. MOLINETES Quando a colocação de um vertedor retangular se torna difícil, devido às dimensões relativamente grandes do curso de água, utiliza-se da medida da velocidade do escoamento para a determinação da vazão. Molinete é um aparelho que dá a velocidade local da água através da medida do número de revoluções da hélice. Tipos de medição de vazão com molinete • A vau • Sobre ponte • Com teleférico (cabo) • Com barco fixo • Com barco móvel MOLINETES TIPOS DE MEDIÇÃO DE MOLINETES Este método é aplicado a medições com nível d’água não superior a 1,20 m e velocidade compatível com a segurança do operador. Consiste em prender o molinete numa haste, sempre tomando o cuidado de mantê-lo a uma distância mínima do leito (aproximadamente 20 cm) • A vau Medição a vau TIPOS DE MEDIÇÃO DE MOLINETES Apesar de apresentar certa facilidade para uma medição de vazão com molinete, a seção de uma ponte pode interferir na velocidade do escoamento. Sea ponte possui pilares apoiados no leito do rio, o escoamento é alterado e pode provocar erosão no leito. A determinação da geometria da seção é mais complicada. Uma alternativa seria afastar ao máximo o molinete da ponte através de suportes, fazendo-se assim as medições numa seção menos influenciada. • Sobre ponte: No caso de não se dispor de pontes e o rio ser profundo, mas não muito largo, pode-se utilizar o recurso do teleférico para levantar o perfil de velocidades. Há casos também em que há material transportado pelo rio (toras), sendo aplicado este método para a segurança do operador. • Com teleférico (cabo) TIPOS DE MEDIÇÃO DE MOLINETES Num rio como o do item anterior (desde que não haja material de grande porte transportado) pode-se também utilizar o recurso do barco fixo. O barco é preso nas margens do rio através de cabos, sendo este o método mais comum de medição com molinete. • Com barco fixo TIPOS DE MEDIÇÃO DE MOLINETES As pequenas áreas próximas às margens que não são consideradas nas sub- seções da primeira nem da última vertical (figura abaixo) não são consideradas no cálculo da vazão. Assim, a vazão total do rio é dada por: Q é a vazão total do rio; vi é a velocidade média da vertical i; N é o número de verticais e Ai é a área da sub-seção da vertical i. As áreas sombreadas junto às margens são desprezadas no cálculo da vazão Pontos Posição na vertical Velocidade média Profundidad e do rio 1 0,6 P Vm=V(0,6) 0,15 a 0,6 m 2 0,2 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+V(0,8)]/2 0,6 a 1,2 m 3 0,2 0,6 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+2.V(0,6)+V(0,8)]/4 1,2 a 2,0 m 4 0,2 0,4 0,6 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+2.V(0,4)+2.V(0,6)+V(0,8)]/6 2,0 a 4,0 m 6 Sup; 0,2 0,4 0,6 0,8P e Fundo Vm=[Vs+2(V(0,2)+V(0,4)+V(0,6)+V(0,8)) +Vf]/10 > 4,0 m Perfil de velocidade Pontos Posição na vertical Velocidade média Profundidade do rio 1 0,6 P Vm=V(0,6) < 0,6 m 2 0,2 e 0,8 P Vm=[V(0,2)+V(0,8)]/2 >0,6 m Recomendações método simplificado Recomendações método detalhado Número de verticais Largura do rio (m) Distância entre verticais (m) Número de verticais 3 0,3 10 3 a 6 0,5 6 a 12 6 a 15 1 6 a 15 15 a 30 2 7 a 15 30 a 50 3 10 a 16 50 a 80 4 12 a 20 80 a 150 6 13 a 25 150 a 250 8 18 a 30 250 12 > 20 MÉTODO DA CURVA-NÚMERO - SCS • Um dos métodos mais simples e mais utilizados para estimar o volume de escoamento superficial resultante de um evento de chuva é o método desenvolvido pelo National Resources Conservatoin Center dos EUA (antigo Soil Conservation Service – SCS). • É um modelo utilizado para determinar a chuva excedente a partir de uma precipitação fornecida e calcular, a partir da chuva excedente, o hidrograma de projeto (vazão máxima) com um determinado risco. MÉTODO DA CURVA-NÚMERO - SCS • Formulação: SIaP IaP Q 2 254 CN 25400 S IaP 0Q IaP 5 S Ia quando quando Q = escoamento em mm P = chuva acumulada em mm Ia = Perdas iniciais S = parâmetro de armazenamento MÉTODO DA CURVA-NÚMERO - SCS Valores de CN MÉTODO DA CURVA-NÚMERO - SCS • GRUPO A – solos arenosos, com baixo teor de argila total (inferior a 8%), sem rochas, sem camada argilosa e nem mesmo densificada até a profundidade de 1,5m. O teor de húmus é muito baixo, não atingindo 1%; • GRUPO B – solos arenosos menos profundos que os do Grupo A e com menor teor de argila total, porém ainda inferior a 15%. No caso de terras roxas este limite pode subir a 20% graças a maior porosidade. Os dois teores de húmus podem subir, respectivamente, a 1,2% e 1,5%. Não pode haver pedras e nem camadas argilosas até 1,5m, mas é quase sempre presente uma camada mais densificada que a camada superficial; GRUPOS HIDROLÓGICOS DE SOLOS MÉTODO DA CURVA-NÚMERO - SCS GRUPOS HIDROLÓGICOS DE SOLOS • GRUPO C - solos barrentos, com teor de argila de 20 a 30%, mas sem camadas argilosas impermeáveis ou contendo pedras até a profundidade de 1,2m. No caso de terras roxas, estes dois limites máximos podem ser de 40% e 1,5m. Nota- se, a cerca de 60cm de profundidade, camada mais densificada que no Grupo B, mas ainda longe das condições de impermeabilidade; • GRUPO D - solos argilosos (30 a 40% de argila total) e com camada densificada a uns 50cm de profundidade ou solos arenosos como B, mas com camada argilosa quase impermeável ou horizonte de seixos rolados. MÉTODO DA CURVA-NÚMERO - SCS • Qual é a lâmina escoada superficialmente durante um evento de chuva de precipitação total P = 70 mm numa bacia com solo do tipo B em ruas e estradas de terra? EXEMPLO
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