Buscar

prova de embriologia teorica

Prévia do material em texto

1) Fecundação
União de um espermatozóide com um ovócito secundário, que ocorre normalmente na ampola da tuba uterina formando o zigoto.
Fases da fecundação:
- Passagem do espermatozóide através da corona radiata do ovócito (reação acrossômica): Auxiliado pela ação da enzima hialuronidase, liberada do acrossoma do espermatozóide, e também, pelo movimento da cauda do espermatozóide 
- Penetração na zona pelúcida: Formação de um caminho na zona pelúcida através da ação de enzimas. Logo que o espermatozóide penetra a zona pelúcida desencadeia o fim da segunda meiose e uma reação zonal, mudanças das propriedades físicas da zona pelúcida que a torna impermeável a outros espermatozóides (figura 1). 
- Fusão das membranas plasmáticas do ovócito e do espermatozóide: A cabeça e a cauda do espermatozóide entram no citoplasma do ovócito na área de fusão. 
- Término da segunda divisão meiótica do ovócito: Formação do ovócito maduro (pronúcleo feminino) e o segundo corpo polar. 
- Formação do pronúcleo masculino: Dentro do citoplasma do ovócito, o núcleo do espermatozóide aumenta para formar o pronúcleo masculino, enquanto que a cauda do espermatozóide se degenera. Durante o crescimento, os pronúcleos replicam seu DNA. 
- Lise da membrana do pronúcleo: Ocorre a agregação dos cromossomos (23 cromossomos de cada núcleo resulta em um zigoto) para a divisão celular mitótica e primeira clivagem do zigoto (figura 2). 
2) Clivagem do Zigoto
Consiste em divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em um rápido aumento no número de células. Estas células embrionárias – os blastômeros- tornam-se menores a cada divisão. Quando já existem de 12 a 32 blastômeros o concepto é chamado de mórula (figura 3 e 4). 
3) Formação e Implantação do Blastocisto
A mórula alcança o útero cerca de quatro dias após a fecundação e o fluido da cavidade uterina passa através da zona pelúcida para formar – a cavidade blastocística (figura 4 e 5). À medida que o fluido aumenta na cavidade, os blastômeros são separados em duas partes (figura 6): 
À medida que o fluido aumenta na cavidade, os blastômeros são separados em duas partes:
- Trofoblasto: Camada celular externa que formará a parte embrionária da placenta. 
- Embrioblasto: Grupo de blastômeros localizados centralmente que dará origem ao embrião. 
Durante esse estágio o concepto é chamado de blastocisto. Cerca de 6 dias após a fecundação, o blastocisto adere ao epitélio endometrial por ação de enzimas proteolíticas (metaloproteinases) e a implantação sempre ocorre do lado onde o embrioblasto está localizado. Logo, o trofoblasto começa a se diferenciar em duas camadas: 
- Citotrofoblasto: Camada interna de células. 
- Sincicitrofoblasto: Camada externa de células. 
No final da primeira semana o blastocisto está superficialmente implantado na camada endometrial na parte póstero-superior do útero (figura 7). O sinciciotrofoblasto é altamente invasivo e se adere a partir do pólo embrionário, liberando enzimas que possibilita a implantação do blastocisto no endométrio do útero. Esse é responsável pela produção do hormônio hCG que mantém a atividade hormonal no corpo lúteo durante a gravidez e forma a base para os testes de gravidez.
 
	
Saiba mais... 
Defeitos no desenvolvimento: A tuba uterina colabora para o transporte do ovócito. Se a tuba estiver impérvia, devido a algum processo inflamatório pregresso, pode ocorrer implantação do zigoto na mucosa da tuba, estrutura inapropriada e que causa risco de hemorragia materna - Gravidez tubária. O ovócito pode também cair na cavidade abdominal e se implantar na escavação reto-uterina (Saco de Douglas), que culmina com morte do embrião - Gravidez abdominal.
Defeitos de implantação do blastocisto no útero: Após o desenvolvimento normal o blastocisto pode sofrer implantações atípicas, como próximo a cérvix uterina - placenta prévia - que pode resultar em complicações no decorrer da gestação.
Caracteriza-se por: 
- Aparecimento da linha primitiva; 
- Formação da notocorda; 
- Formação do disco trilaminar 
1) Gastrulação: Formação das camadas germinativas
Processo pelo qual o disco embrionário bilaminar é convertido em disco embrionário trilaminar (inicio da morfogênese). Durante a gastrulação ocorrem alguns eventos importantes como a formação da linha primitiva, camadas germinativas, placa precordal e notocordal. Cada uma das três camadas germinativas dará origem a tecidos e órgãos específicos: 
- Ectoderma: Origina a epiderme, sistema nervoso central e periférico e a várias outras estruturas; 
- Mesoderma: Origina as camadas musculares lisas, tecidos conjuntivos, e é fonte de células do sangue e da medula óssea, esqueleto, músculos estriados e dos órgãos reprodutores e excretor; 
- Endoderma: Origina os revestimentos epiteliais das passagens respiratórias e trato gastrointestinal, incluindo glândulas associadas. 
Formação da Linha Primitiva
No início da terceira semana a linha primitiva (figura 1) surge na extremidade caudal do embrião como resultado da proliferação e migração de células do epiblasto para o plano mediando do disco embrionário, constituindo o primeiro sinal da gastrulação. Na sua extremidade cefálica surge o nó primitivo, com uma pequena depressão no centro chamado fosseta primitiva e ao longo da linha forma-se o sulco primitivo. O aparecimento da linha primitiva torna possível identificar o eixo embrionário. 
Após esse processo, ocorre a invaginação de células do epiblasto que dão origem as três camadas germinativas do embrião (figura 2): o mesênquima ou mesoblasto, que origina os tecidos de sustentação e conjuntivos do corpo, um pouco forma o mesoderma intra-embrionário e outras deslocam o hipoblasto e formam endoderma intra-embrionáiro. As demais células que permanecem no epiblasto formam o ectoderma intra-embrionario (figura 3). A linha primitiva regride e desaparece na quarta semana do desenvolvimento.
Formação do processo notocordal
Células mesenquimais migram cefalicamente do nó e da fosseta primitiva formando um cordão celular mediano o processo notocordal. Esse processo adquire uma luz - canal notocordal - e cresce até alcançar a placa precordal, área de células endodérmicas firmemente aderidas a ectoderma. Estas camadas fundidas formam a membrana bucofaríngea (boca). Caudalmente a linha primitiva há uma área circular também com disco bilaminar, a membrana cloacal (ânus). 
A notocorda surge pela transformação do bastão celular do processo notocordal. O assoalho do processo notocordal funde-se com o endoderma e degeneram. Ocorre então a proliferação de células notocordais a partir da extremidade cefálica, a placa notocordal se dobra e forma a notocorda (figuras 3 e 4). 
A notocorda:
- Define o eixo do embrião; 
- Base para formação do esqueleto axial; 	
- Futuro local dos corpos vertebrais. 
Formação do Alantóide
O alantóide é um anexo embrionário que surge por volta do 16° dia na parede caudal do saco vitelino. Durante a maior parte do desenvolvimento, o alantóide persiste como uma linha que se estende da bexiga urinária até a região umbilical, chamada de úraco, a qual nos adultos corresponderá ao ligamento umbilical mediano (figura 5). 
2) Neurulação: Formação do tubo neural
A formação da placa neural é induzida pela notocorda em desenvolvimento. Por volta do 18° dia, a placa neural se invagina ao longo do eixo central, formando o sulco neural mediano, com pregas neurais em cada lado (figura 6 e 7). No fim da terceira semana, as pregas neurais começam a aproximar-se e a se fundir, formando o tubo neural, primórdio do SNC.  Este logo se separa do ectoderma da superfície, se diferencia e forma a epiderme da pele. . A fusão das pregas neurais avança em direção cefálica e caudal, permanecendo abertas na extremidade cranial - neuroporo rostral – até o 25º dia e na extremidade caudal – neuroporo caudal – até o 27º dia.  Concomitante a esse processo, as células da crista neural migram e formam uma massa entre o ectoderma e o tubo neural, a crista neural. Logo, a crista sesepara em duas partes, direita e esquerda, e origina os gânglios espinhais e os gânglios do sistema autônomo e as meninges (figura 8). 
3) Desenvolvimento dos somitos
Durante a formação da notocorda e do tubo neural, o mesoderma intra-embrionário se divide em: mesoderma paraxial, intermediário e lateral (contínuo com o mesoderma extra-embrionário) (figura 6 e 9). Próximo ao fim da 3° semana de gestação, o mesoderma paraxial diferencia-se e forma os somitos. No fim da 5° semana 42 a 44 pares de somitos estão presentes e avançam cefalocaudalmente dando origem à maior parte do esqueleto axial e músculos associados, assim como a derme da pele adjacente.
4) Desenvolvimento do celoma intra-embrionário
No interior do mesoderma lateral e cardiogênico surgem espaços celômicos que se unem e formam o celoma intra-embrionário, dividindo o mesoderma lateral em duas camadas (figura 6): 
- Camada parietal/ somática que cobre o âmnio; 
- Camada visceral/ esplâncnica que cobre o saco vitelino:
• Somatopleura = mesoderma somático + ectoderma sobrejacente 
• Esplancnopleura = mesoderma esplacnico + endoderma subjacente 
Durante o 2° mês, o celoma está dividido em 3 cavidades: 
- Cavidade pericárdica; 
- Cavidades pleurais;
- Cavidade peritoneal. 
5) Desenvolvimento do sistema cardiovascular
No inicio da 3°semana começa a angiogênese no mesoderma extra-embrionário do saco vitelino, do pedículo do embrião e do córion. A formação dos vasos sanguíneos inicia-se com a agregação dos angioblastos – ilhotas sanguíneas. Pequenas cavidades vão se formando dentro das ilhotas, os angioblatos se achatam e originam o endotélio primitivo. Essas cavidades se unem formando redes de canais endoteliais (figura 11). 
O coração e os grandes vasos provêm de células mesenquimais da área cardiogênica (figura 10). Durante a 3° semana os tubos endocárdicos se fundem, originando o tubo cardíaco primitivo. No fim da 3° semana o sangue já circula e desenvolve-se o primórdio de uma circulação uteroplacentária. 
Clivagem
	É um processo biológico desencadeado pela fecundação que se manifesta através de sucessivas mitoses dividindo o ovo, uma única célula, em células menores ou blastômeros, formando uma estrutura pluricelular. A clivagem varia com o tipo de ovo e o ovo se caracteriza pela quantidade de vitelo presente.
Para o estudo da clivagem, você deverá ter em mãos uma lâmina de embrião de ouriço-do-mar.
1) Embriões de ouriço-do-mar (Tipo de ovo - Oligolécito; Tipo de clivagem: holoblástica igual) 
Inicialmente use a objetiva de menor aumento para encontrar o campo a ser observado, local onde há uma concentração maior das estruturas. Mude para a objetiva de aumento médio e passe a identificar:
1) Estruturas que possuem uma constituição homogênia, os ovos ou zigotos.
2. Analise os estágios de 2 células, 4 células, 8 células. Compare o zigoto com outro estagio mais adiantado e verifique como o tamanho total da célula ovo manteve-se quase idêntico ao do estágio segmentado, e como os blastômeros resultantes da clivagem nos diferentes estágios guardam proporções iguais.
3) Com esta mesma objetiva, procure uma estrutura constituída de várias células compactadas em uma esfera. A partir de 16 blastômeros o embrião é considerado MÓRULA.
4) Identifique agora, uma estrutura que possua uma borda mais escura. O centro desta estrutura apresenta-se mais claro, indicando que ela é constituída de uma camada celular externa que encerra uma cavidade. A camada celular chama-se Blastoderme e a cavidade, Blastocele. A estrutura é a BLÁSTULA.
5) Observe agora, estruturas que possuem uma formação tubular no centro da esfera. Aconteceu uma invaginação num dos polos da blástula, em direção ao polo oposto. Formou-se assim, uma nova cavidade no interior da blastocele, limitada pela parede epitelial que invaginou. Esta nova cavidade é o Arquênteron, o qual se comunica com o meio externo por uma abertura denominada Blastóporo. Esta estrutura é a GÁSTRULA.
	
	 
	
	 
	
	
	 
	Zigotos, estágio com dois blastômeros (200X).
	 
	Estágio com dois blastômeros (400X).
	
	 
	
	 
	
	Estágio com dois e quatro blastômeros (400X).
	 
	Estágios com dois, quatro e oito blastômeros (200X).
	 
	Estágios com quatro blastômeros e mórulas (200X).
	
	 
	
	 
	
	Estágios com mórulas e blástulas (200X).
	 
	Estágios de zigotos, quatro blastômeros, blástula e gástrula (200X).
	 
	Estágios de blástulas(400X).
	
	 
	
	 
	
	Estágios de zigoto e blástula(400X).
	 
	Estágio de gástrula(400X).
	 
	Diferentes estágios de desenvolvimento(100X).
	
	 
	
	
	
	Mórulas e Pluteus(200X)
	 
	Diferentes estágios de desenvolvimento(200X).
	
	
Gastrulação
	Para prosseguir nosso estudo, utilizaremos como modelo o embrião de galinha, com a finalidade facilitar a compreensão da embriogênese dos mamíferos, dadas às semelhanças existentes durante o desenvolvimento inicial.
As observações dos embriões das aves começam com estágio de gástrula devido ao fato das fases anteriores se desenvolverem no interior do oviduto da fêmea. O desenvolvimento do ovo estaciona, após a postura e somente prossegue se posteriormente incubado a uma temperatura entre 37 e 38 oC.
A gastrulação tem seu início de 5-6 horas de incubação, atingindo o ponto culminante dentro de 16 a 18 horas.
Embrião de galinha com 18 horas de desenvolvimento (Coloração: hematoxilina) 
1) Montagem Total 
Inicie o estudo usando a objetiva de menor aumento para ter uma visão de aspecto morfológico geral.
1) Observe no Blastoderme
A) sua forma em "pera"
B) uma região interna mais transparente. É a Área Pelúcida.
C) Uma região externa de aspecto turvo e manchado. É a Área Opaca.
D) No centro está a Linha Primitiva (resultado de um deslizamento superficial de células que convergem para a linha média. É por esta linha medial que células superficiais passam para o interior).
2) Identifique os seguintes pormenores na Linha Primitiva:
A) Região alongada mais clara entre duas bordas escuras. A região clara denomina-se de Sulco Primitivo: as bordas são as Bordas Primitivas.
B) Uma região mais compacta na extremidade do Sulco é o Nó de Hensen. Esta região indica a futura posição cefálica. No centro do Nó, há uma área mais clara arredondada. É a Fosseta Primitiva.
3) Observe acima do Nó de Hensen um espessamento celular, sob a camada superficial em direção cefálica. É o processo cefálico ou notocordal, o esboço do Notocorda. É a formação do eixo de sustentação do embrião ou corda dorsal embrionária.
4) Localize manchas mais coradas na Zona Opaca, são as Ilhotas sanguíneas ou Wolf Pander. 
2) Cortes Seriados Transversais
1) Repasse corte por corte para ter uma idéia geral da morfologia interna do embrião, neste estádio. Os cortes foram realizados no sentido céfalo-caudal. Os primeiros cortes correspondem à região cefálica do disco trilaminar onde está situado o processo notocordal.
2) Na seqüência dos cortes você observará o aparecimento do Nó de Hensen - um aglomerado maior de células no centro do corte transversal.
3) Observe nos próximos cortes a Linha Primitiva que aparece como uma depressão no meio de saliências laterais: são o Sulco Primitivo e as Bordas Primitivas respectivamente. Por este sulco invaginaram células formando o endoderme primeiramente e depois, uma camada intermediária. As células invaginadas pela Linha Primitiva se dirigiram lateral e caudalmente, formando o mesoderma indiferenciado - Mesodermogênese.
4) Identifique os três folhetos embrionários que caracterizam o processo de gastrulação: ectoderme, mesoderme e endoderme. 
	
	 
	
	 
	
	Montagem Total de embrião de galinha de 18 horas, evidenciando o processo notocordal, o nó primitivo e a linha primitiva.
	 
	Corte transversal de embrião de galinha de 18 horas, indicando o processo notocordal e as três camadas germinativas (ectoderme, mesoderme e endoderme).
	 
	Corte transversal de embrião de galinha de 18 horas, mostrando em detalhe o nó primitivo e as três camadas germinativas(ectoderme, mesoderme e endoderme).
	
	 
	
	
	
	Corte transversal de embrião de galinha de 18 horas, com ênfase no sulco primitivo e nas três camadas germinativas (ectoderme, mesoderme e endoderme).
	 
	Corte transversal de embrião de galinha de 18 horas, apontando o sulco primitivo.
	
	
Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
Biologia » Embriologia » 
Cordão Umbilical
Por Débora Carvalho Meldau
O cordão umbilical consiste em um anexo encontrado exclusivamente nos mamíferos que permite a comunicação entre o feto e a placenta.
O desenvolvimento do cordão umbilical ocorre a partir do saco amniótico, vesícula vitelínica e alantoide, sendo formado ao redor da quinta semana de desenvolvimento fetal, substituindo o saco vitelínico como fonte de nutrientes para o feto. Esta estrutura possui cerca de 50 cm de comprimento e 2 cm de diâmetro, sendo que o diâmetro diminui consideravelmente ao adentrar à placenta.
Esta estrutura, que se encontra acoplada na região abdominal do feto, é composta por duas artérias, uma veia e a geleia de Wharton (substância gelatinosa) e é responsável pelo transporte de nutrientes, além de realizar as trocas gasosas entre a mãe e o feto. Essa troca ocorre da seguinte forma: o sangue oxigenado chega pela veia cava superior adentra o átrio direito, passando direto para o átrio esquerdo pelo forame oval passando, subsequentemente, para o ventrículo esquerdo, sendo bombeado para toda a parte o corpo do concepto. Por conseguinte, o sangue com baixa taxa de oxigênio que retorna dos membros superiores, adentra a câmara cardíaca por meio da veia cava superior, passando então do átrio direito para o ventrículo direito, seguindo para a artéria pulmonar. Todavia, como o pulmão é um órgão não utilizado em vida intra-uterina, essa artéria desemboca na aorta descendente, que, por sua vez, segue em direção às artérias umbilicais que o transporta para a placenta para iniciar o ciclo novamente.
Anormalidades envolvendo o cordão umbilical podem ocorrer. Dentre estas estão:
Cordão nucal, situação na qual o cordão umbilical fica enrolado ao redor do pescoço do feto;
Inserção vilamentosa do cordão umbilical;
Artéria umbilical única;
Prolapso do cordão umbilical;
Vasa prévia.
Logo após o nascimento do bebê, é feito o corte do cordão umbilical. Neste momento, a ausência de oxigênio leva à abertura das vias aéreas que funcionam como via para o sangue proveniente da câmara cardíaca direita para os pulmões. Esta abertura possibilita que o líquido surfactante encontrado nos alvéolos abra as vias aéreas do bebê, passando o sangue a ser oxigenado pela via respiratória.
Há pouco tempo foi descoberto que na camada endotelial do cordão umbilical são encontradas células-tronco mesenquimais. Estas, por sua vez, não apresentam função definida, podendo, portanto, transformar-se em qualquer célula do organismo após um processo de diferenciação. As mesmas podem ser usadas para o transplante de medula óssea. Deste modo, atualmente existe a possibilidade de congelar essas células em um banco de sangue do cordão umbilical, para uso posterior caso seja necessário.
	 
 
		
	O ovo e a gema
Em aves, o termo ovo pode ser empregado para todo o conjunto formado pela casca, clara e gema; ou, então, ser usado no sentido estritamente embriológico: óvulo fecundado ou zigoto.
Nas galinhas, o ovócito II é liberado dos ovários e penetra no oviduto, onde poderá ser fecundado pelo espermatozóide. O desenvolvimento embrionário inicia-se no oviduto e é concluído fora do corpo da ave.
O ovo em desenvolvimento, quando ainda está na porção anterior do oviduto, é envolto por um albume denso, secretado por células glandulares da parede desse órgão que serve de alimento para o embrião. Nessa região, além de glândulas, há pregas espiraladas que determinam a rotação do ovo quando ele passa pelo oviduto, Isso faz com que o albume envolva intimamente a gema, desse modo formando, de cada lado, uma corda enrolada mais opaca, denominada calaza.
Posteriormente, no oviduto, é novamente adicionado albume só que menos consistente. Uma película elástica é acrescentada ao redor de toda a clara. Na porção terminal, é secretada a casca calcária porosa, formada por carbonatos e fosfatos de cálcio e magnésio.
O tempo de permanência do embrião em desenvolvimento dentro do oviduto é de cerca de 24 horas, no caso das galinhas. Quando o ovo é posto, o embrião já está no final da segmentação. Após um período de incubação de 21 dias a 37,5ºC ocorre a eclosão.
A gema do ovo pode corresponder ao ovócito II quando não há fecundação, ou ao embrião quando ocorre a fecundação. 
	 
	
	
	 
	1 - Membrana da Conquilha
4 - Calaza
6 - Clara
7- Membrana vitelínica 
9 - Germen
13 - Calaza
14 - Câmara de Ar
15 - Conquilha ou casca
 
Mamíferos: Surge a placenta
Na maioria dos mamíferos, o desenvolvimento embrionário ocorre no interior do corpo materno, dentro de um órgão musculoso, o útero. Excetuando os mamíferos que botam ovos (ornitorrinco e equidna), todos os demais formam a placenta, órgão constituído pela parede interna vascularizada do útero (endométrio) e por estruturas derivadas do trofoblasto ou trofoderme embrionário (nos mamíferos, nome dado à câmara mais externa de revestimento do embrião). Alimentos, oxigênio, anticorpos e hormônios passam do sangue materno para o embrionário, pela placenta, que, em troca, transfere para a mãe as excretas e o gás carbônico. 
 
No homem, o ovo é do tipo oligolécito e a segmentação (clivagem) é total e igual, logo se formando a fase de mórula. Atingida essa fase, o embrião ingressa na cavidade uterina. No interior dessa cavidade, surge a fase correspondente a blástula, que, nos mamíferos, é denominada blastocisto. Nesse estágio, o embrião é dotado de uma camada externa de células, o trofoblasto, que envolve um aglomerado interno de células, a massa celular interna. Cabe a essa massa celular a formação do corpo do embrião, enquanto o trofoblasto será o responsável pela penetração do embrião no interior do endométrio (a camada interna da parede uterina), e pela organização da parte embrionária da placenta.
 
 
No embrião humano, o trofoblasto e a mesoderme extra-embrionária formam o cório. Esse duplo revestimento é responsável pela organização das vilosidades coriônicas, que invadem o endométrio uterino; o blastocisto, então, aprofunda-se nesse endométrio. À medida que a invasão prossegue, os vasos e glândulas do endométrio podem ser corroídos por enzimas embrionárias e o sangue materno acaba jorrando nas lacunas que estão se formando. Essas lacunas fornecem a nutrição inicial e oxigênio ao embrião. No entanto, os sangues materno e embrionário não se misturam. Existe uma barreira separando-os, constituída pela parede das vilosidades.
Como se pode notar, a placenta é construída com a participação de tecidos maternos e embrionários. Ao contrário do que poderia pensar, a placenta não envolve o embrião. Essa função é exercida pelo âmnio (bolsa d’água), dentro do qual o embrião fica imerso. Esse anexo é muito desenvolvido nos mamíferos. O cório adere ao âmnio e ambos contornam a cavidade amniótica, preenchida pelo líquido amniótico.
 
 
Nos mamíferos placentários, o saco vitelínico e o alantóide possuem pequeno tamanho e deixam de exercer a função desempenhada em aves e répteis. Contribuem, no entanto, para a formação do cordão umbilical, uma espécie de pedúnculo que liga a placenta ao embrião e é forrado pela membrana do âmnio, que reveste o saco vitelínico e a alantóide regredidos. No interior do cordão umbilical, duas artérias conduzem sangue do embrião para a mãe, enquanto uma veia transporta sangue em sentido contrário. 
ecido Epitelial 
maio 17, 2012 
Embriologia e Histologia Uncategorized Deixe um comentário 
Características Gerais 
O tecido epitelial é composto por várias células e contem pouca substancia intercelular. É encontrado revestindo órgãos.
A membrana basal é uma camada que fica abaixo das células epiteliais.É composta pela junção de duas laminas basais.
As laminas basais (juntas formam a membrana basal) servem de base para as células se apoiarem, para filtração de moléculas e  influenciam a polaridade da célula. Localizadas entre o epitélio e o tecido conjunto, onde uma lamina esta em contato com o tecido epitelial e a outra esta abaixo em contato com o tecido conjuntivo. Entre as duas laminas basais estão proteínas proteoglicanas que mantem as duas laminas próximas. Na lamina de baixo há fibras de ancoragem que são os pontos de fixação do tecido conjuntivo.
Junções Intercelulares
Junções intercelulares, são pontos de ligações entre células. Essas junções podem ser de adesão (zonulas de adesão, hemidesmossomos, desmossomos) , impermeáveis (zonulas de oclusão) ou de comunicação (junção do tipo ‘GAP’). Há proteínas que realizam a adesão das células que são as caterinas.
Zonula de Oclusão: tem função de vedar espaços celulares. Quanto mais zonulas de oclusao mais impermeáveis as células são.
Zonula de Adesão: contém actina que vai permitir a elasticidade, o movimento. Essas zonulas ficam ao redor de celulas vizinhas.
Junção Comunicante do tipo ‘GAP’: são canais que comunicam uma célula a outra. Compostas por proteínas chamadas conexinas. Através dessa junção há intercambio de moléculas.
 Desmossomos: os desmossomos seguram uma célula a outra. Tem formato discoide. São placas de ancoragem compostas por proteínas desmina, vimentina, queratina. Quando desmina e vimentina são ligadas mantem as células aderidas.
Hemidesmossosmos: um hemidesmossomos é um desmossomo pela metade. Prende a célula á lamina basal.  Constituídos por proteínas integrinas.
Especializações da Célula Epitelial
Tipos de especializações da célula epitelial : microvilos, estereocilios, cílios e flagelos.
Microvilos
Os microvilos são projeções citoplasmáticas presentes no intestino delgado. Localizados na parte apical da célula. Tem função de absorção. O glicocálix recobre os microvilos.
Estereocilios
São prolongamentos longos e imóveis que aumentam a superfície da célula. Tem função de facilitar o movimento de moléculas do meio intracelular para o extracelular.
Cílios e Flagelos
São prolongamentos longos e móveis. Cílios estão presentes nas tubas uterinas e flagelos em espermatozoides. São envolvidos por membrana plasmática e contém dois microtúbulos centrais.
Funções
Proteção, secreção, absorção, sensitiva, especiais.
Proteção
Tem função de proteção mecânica e contra desidratação. Presente na epiderme, no trato digestório e trato respiratório.
Secreção
Presente em anexos (pelos e penas), glândulas salivares, glândulas sudoríparas. Há dois tipos de glândulas: endócrinas e exócrinas. As glândulas exócrinas (produção de enzimas digestivas e pâncreas) liberam secreção para o meio externo e as glândulas endócrinas (hormônios) liberam na circulação.
Absorção
Tem função de captação de algumas substancias. Presente nos pulmões, trato digestório e rins.
Sensitivas
São células neuroectodérmicas , ou seja são capazes de captar elementos químicos e transmitir. Um exemplo dessas células são as presentes no paladar onde algumas células captam só o que é ácido e transmitem.
 Especiais
Tipo de tecido que dependendo da situação ele se adapta.
Origem dos Epitélios
O tecido epitelial tem origem na ectoderme. Porem contem glândulas tem seus ductos no tecido epitelial e as glândulas no tecido conjuntivo.
 
Classificação dos epitélios
Tecido Epitelial pode ser divido em :
Simples
  *Pavimentoso/escamoso
  *cubico
  *prismático/colunar
Estratificado
  *Pavimentoso/escamoso
  *cubico
  *prismático/colunar
Pseudoestratificado
  *Prismático
Transição
Epitélio Simples
O tecido epitelial simples é composto por apenas uma camada de células e esta divido em três tipos: Pavimentoso/escamoso, cubico e prismático/colunar.
Epitélio Pavimentoso Simples
O Epitélio simples pavimentoso ou escamoso é composto por uma camada de células extremamente finas e com aspecto fusiforme. Encontrado revestindo coração e vasos sanguíneos, pulmões (na porção fina), ductos glandulares e túbulos renais.
Epitélio Cúbico Simples
Formado por uma camada de células em formato de cubo, tem função de secreção, absorção e revestimento.  Encontrado em ductos glandulares, túbulos renais, cristalino, íris, testículo, ovário e tireoide.
Epitélio Prismático Simples
O Epitélio prismático simples ou colunar é estruturado por uma camada de células em forma de prisma (altura maior que largura) com núcleos alongados. Ocorre no estomago glandular, intestino delgado, intestino grosso, útero e porção condutora glandular.
Epitélio Pseudoestratificado
O Epitélio pseudoestratificado é composto com muitas células, porem com camadas desorganizadas. As células que compõem têm formatos diferentes, estas podem ter formato basal, fusiforme, prismáticas e caliciformes. No tecido pseudoestratificado prismático há várias células com formatos diferentes, mas há predomínio de células prismáticas. Localiza-se sobre a membrana basal. Encontrado revestindo órgãos tubulares, trato respiratório, traqueia, trato urogenital, esôfago e em ductos glandulares em áreas de transição.
 Epitélio Estratificado
O Epitélio Estratificado é composto por várias camadas de células organizadas. Ele pode ser: epitélio pavimentoso estratificado, epitélio cúbico estratificado, epitélio prismático estratificado.
Epitélio Pavimentoso Estratificado
Esse tipo de epitélio estratificado é composto por várias camadas organizadas de células extremamente finas e com aspecto fusiforme. Ocorre em superfícies corporais(pele), cavidade oral, pré-estomago(dos ruminantes), esôfago, córnea e conjuntiva.
Epitélio Cúbico Estratificado
É um tipo de epitélio mais difícil de ser encontrado, tem capacidade de regeneração, é formado por duas camadas de células em formato de cubo. Encontrado no trato genital, ductos glandulares e em zonas de transição.
Epitélio Prismático Estratificado
Formado por duas, três ou mais camadas de células. A camada de células que se encontram perto da membrana basal tem formato cúbico, a camada intermediária as células são poligonais e as superficiais tem forma de prisma. Esse tipo de epitélio é encontrado em zonas de transição, no trato respiratório superior e nos ductos glandulares.
Epitélio de Transição
O Epitélio de Transição se comporta ora como estratificado ora como pseudoestratificado isso porque ele se adequa a situação que se encontra. Um exemplo de onde esse tipo de tecido é encontrado é na bexiga, que necessita de um tecido que se adeque quando ela esta cheia e quando ela não tem líquidos em seu interior.
Epitélios Glandulares
É um tipo de tecido que contem células que tem função de formar glândulas. As glândulas produzem secreções. Formado por uma (isoladas) ou por muitas células (populações). São classificados conforme o numero de células, as relações com o epitélio de revestimento, o formato das glândulas multicelulares e pelo tipo de secreção.
Numero de Células
São classificadas conforme o numero de células que as formam. Podem ser unicelulares, que tem formato caliciforme, e multicelulares que são compostas por uma grande diversidade de grupos de unidades secretoras.
Elas podem ser também intra-epiteliais (localizadas no tecido epitelial) encontrada no trato respiratório e as extras-epiteliais (o ducto da glândula passa pelo tecido epitelial mas os adenomeros  estão em outro tecido) tem ductos alongados e são encontradas embaixo da lamina basal.
Relações Epitélio e Tecido Adjacente
As glândulas em relação ao tecido adjacente podem ser exócrinas ou endócrinas. As glândulas exócrinas liberam secreções para o meio externo. As glândulas endócrinas liberam suas secreções no leito vascular, um exemplo desse tipo de glândula é o fígado.
Formato das Glândulas Multicelulares
As glândulas divididas por formato podem ser simples ou compostas, as compostas podem ainda ser divididas em tubular, alveolar (acinar) ou túbulo-alveolar (túbulo-acinar).
Glândulassimples
As glândulas simples podem ter ducto ramificado ou um único ducto. As glândulas tubulares ramificadas são encontradas nas glândulas da submucosa do intestino. As glândulas alveolares ramificadas são encontradas nas glândulas sebáceas.
Glândulas compostas
As glândulas compostas podem ser divididas conforme os ductos e os adenômeros. Nas tubulares compostas há predomínio de vários ductos, um exemplo desta são as glândulas salivares. Nas alveolares compostas há predomínio de vários adenomeros, um exemplo deste tipo de glândula é o pâncreas. Nas túbulos-acinosas compostas não tem predomínio, há vários ductos e vários adenomeros, um exemplo desta glândula são as glândulas mamárias.
Ductos
A glândula é formada a partir de ductos, o ducto mais interno é o ducto intralobular, depois ducto lobular, ducto intralobar, ducto lobar e o ducto mais externo, o ducto excertor.
Método de Produção de Secreção
Através do método de produção de secreção as glândulas podem ser classificadas em merócrinas, apócrinas e holócrinas.
Glândula Mérocrina
Glandula mérocrina é um tipo de glândula que produz sua secreção e entrega, a célula não contribui, há a secreção somente do próprio produto. A maioria das glândulas do corpo são exemplos dessa glândula mas a principal são as glândulas salivares.
Glândula Apócrina
São glândulas que quando secretam perdem parte do citoplasma na secreção. Exemplo deste tipo de glândulas são as glândulas sudoríparas e glândulas mamárias.
Glândula Holócrina
Glândula que quando produz a secreção, a célula epitelial inteira torna-se o produto da secreção. Há então morte celular. Este tipo de glândula esta presente nas glândulas sebáceas.
Tipos De Unidade Secretora
Os tipos de unidade secretora são serosa, mucosa e mistas.
Serosas
Tipo de unidade secretora fluida e rica em enzimas. São acidófilas.
Mucosa
Tipo de unidade secretora mais densa que é biofílica.
Mistas
Tipo de unidade secretora que fica entre fluida e densa.
Epitélios Especiais
Epitélios especiais podem ser ciliado, sensitivo, pigmentar e mioepitélio.
Epitélio Ciliado
São prolongamentos citoplasmáticos localizados na área apical da célula. Um exemplo está no trato respiratório.
Epitélio Sensitivo
Composto por células epiteliais neurossensoriais, tem função de transmitir informações. Um exemplo de sua localização é na língua, onde captam a composição do alimento e transmitem aos neurônios que estão perto dele.
Epitélio Pigmentar
Composto por células diferenciadas que dão cor. Exemplo dessas células são os melanocitos que contem dentro deles melanina.
Mioepitélio
Contem células associadas a adenomeros. São células fusiformes, um exemplo deste estão presentes nas glândulas mamárias.
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito 
O Tecido conjuntivo propriamente dito apresentam-se amplamente distribuidos no corpo humano. Basta dizer que eles dão suporte a todos os tecidos epiteliais e formam a derme da pele um de nossos maiores orgãos corporais. Esse grupo de tecidos é dividido em tecidos conjuntivo frouxo, tecido conjuntivo modelado (ou tendinoso) e tecido conjuntivo denso nao modelado (fibroso).
Tecido Conjuntivo Frouxo - 
Está presente em diversas parte do corpo, dando sustentação aos tecidos epiteliais e preenchendo os espaços entre tecidos e órgãos. Um exemplo desse tecido é a camada papilar da derme, localizada imediatamente abaixo da lâmina basal da epiderme.
O tecido conjuntivo frouxo contém dois tipos principais de células: fibroblastos e macrófagos.
Os fibroblastos.têm forma estrelada e núcleo grande.
São eles que fabricam e secretam as proteínas que constituem as fibras e a substância amorfa (sem forma).
Os macrófagos.são grandes e amebóides (como amebas), deslocando-se continuamente entre as fibras à procura de bactérias e restos de células.
Sua função é limpar o tecido, fagocitando agentes infecciosos que penetram no corpo e, também, restos de células mortas.
Os macrófagos, alem disso identificam substâncias potencialmente perigosas ao organismo, alertando o sistema de defesa do corpo.
Outros tipos celulares presentes no tecido conjuntivo frouxo são as células mesenquimatosas (indiferenciadas) e os plasmócitos.
As células mesenquimatosas são dotadas de alta capacidade de multiplicação e permitem a regeneração do tecido conjuntivo, pois dão origem a qualquer tipo de célula nele presente.
Os plasmócitos são células especializadas em produzir os anticorpos que combatem substâncias estranhas que penetram no tecido.
Tecido Conjuntivo Denso Modelado - 
Também denominado tecido conjuntivo denso tendinoso possui fibras grosas orientadas paralelamente, o que o torna bastante resistente e pouco elástico, esses tecidos constituem os tendões (que ligam os músculos aos ossos) e os ligamentos (que ligam os osso entre sí),
Suas células são chamadas "anastomosadas", pois seus citoplasmas se unem através de pontes citoplasmáticas.
Tecido Conjuntivo Denso não-modelado
Também chamado de tecido conjuntivo fibroso é mais consistente que o tecido conjuntivo frouxo, mas não tem a forma definida, acompanhando a forma do órgão qual faz parte. Esse tecido é encontrado, por exemplo, na camada reticular da derme, localizada imediatamente abaixo da camada papilar e bem mais espessa. No tecido conjuntivo denso fibroso há fibras entrelaçadas, que lhe conferem resistência e elasticidade. Esse tecido constitui as cápsulas envoltórias de diversos órgãos internos, como rins, baço, figado e testículos.
Tecido Ósseo 
 O Tecido ósseo tem a função de sustentação e ocorre nos ossos do esqueleto dos vertebrados. É um tecido rígido graças à presença de matriz rica em sais de cálcio, fósforo e magnésio. Além desses elementos, a matriz é rica em fibras colágenas, que fornecem certa flexibilidade ao osso.
Os ossos são órgãos ricos em vasos sanguíneos. Além do tecido ósseo, apresentam outros tipos de tecido: reticular, adiposo, nervoso e cartilaginoso.
Por serem um estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam sensibilidade, alto metabolismo e capacidade de regeneração.
Quando um osso é serrado, percebe-se que ele é formado por duas partes: uma sem cavidades, chamada osso compacto, e outra com muitas cavidades que se comunicam, chamada osso esponjoso.
Essa classificação é de ordem macroscópica, pois quando essas partes são observadas no microscópio nota-se que ambas são formadas pela mesma estrutura histológica. A estrutura microscópica de um osso consiste de inúmeras unidades, chamadas sistemas de Havers. Cada sistema apresenta camadas concêntricas de matriz mineralizada, depositadas ao redor de um canal central onde existem vasos sanguíneos e nervos que servem o osso.
Os canais de Havers comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a superfície externa do osso por meio de canais transversais ou oblíquos, chamados canais perfurantes (canais de Volkmann). O interior dos ossos é preenchido pela medula óssea, que pode ser de dois tipos: amarela, constituída por tecido adiposo, e vermelha, formadora de células do sangue.
Tipos de células do osso
 As células ósseas ficam localizadas em pequenas cavidades existentes nas camadas concêntricas de matriz mineralizada.
Quando jovens, elas são chamadas osteoblastos (do grego osteon, osso, e blastos, “célula jovem”) e apresentam longas projeções citoplasmáticas, que tocam os osteoblastos vizinhos. Ao secretarem a matriz intercelular ao seu redor, os osteoblastos ficam presos dentro de pequenas câmeras, das quais partem canais que contêm as projeções citoplasmáticas.
Quando a célula óssea se torna madura, transforma-se em osteócito (do grego osteon, osso, e kyton, célula), e seus prolongamentos citoplasmáticos se retraem, de forma que ela passa a ocupar apenas a lacuna central. Os canalículos onde ficavam os prolongamentos servem de comunicação entre uma lacuna e outra, e é através deles que as substâncias nutritivas e o gás oxigênio provenientes do sangue até as células ósseas.
Além dos osteoblastose dos osteócitos, existem outras células importantes no tecido ósseo: os osteoclástos (do grego klastos, quebrar, destruir). Essas células são especialmente ativas na destruição de áreas lesadas ou envelhecidas do osso, abrindo caminho para a regeneração do tecido pelos osteoblastos. Os cientistas acreditam que os ossos estejam em contínua remodelação, pela atividade conjunta de destruição e reconstrução empreendidas, respectivamente, pelos osteoclastos e osteoblastos. Você encontrará mais informações sobre os osteoclastos no texto sobre remodelação óssea.
A formação do tecido ósseo
 A ossificação – formação de tecido ósseo – pode se dar por dois processos: ossificação intramenbranosa e ossificação endocondral.
No primeiro caso, o tecido ósseo surge aos poucos em uma membrana de natureza conjuntiva, não cartilaginosa. Na ossificação endocondral, uma peça de cartilagem, com formato de osso, serve de molde para a confecção de tecido ósseo. Nesse caso, a cartilagem é gradualmente destruída e substituída por tecido ósseo.
Crescimento nos ossos longos
A ossificação endocondral ocorre na formação de ossos longos, como os das pernas e os dos braços.Nesses ossos, duas regiões principais sofrerão a ossificação: o cilindro longo, conhecido como diáfise e as extremidades dilatadas, que correspondem as epífises. Entre a epífise de cada extremidade e a diáfise é mantida uma região de cartilagem, conhecida como cartilagem de crescimento, que possibilitará a ocorrência constante de ossificação endocondral, levando à formação de mais osso. Nesse processo, os osteoclastos desempenham papel importante. Eles efetuam constantemente a reabsorção de tecido ósseo, enquanto novo tecido ósseo é formado.
Os osteoclastos atuam como verdadeiros demolidores de osso, enquanto os osteoblastos exercem papel de construtores de mais osso. Nesse sentido, o processo de crescimento de um osso depende da ação conjunta de reabsorção de osso preexistente e da deposição de novo tecido ósseo. Considerando, por exemplo, o aumento de diâmentro de um osso longo, é preciso efetuar a reabsorção de camada interna da parede óssea, enquanto na parede externa deve ocorrer deposição de mais osso.
O crescimento ocorre até que se atinja determinada idade, a partir da qual a cartilagem de crescimento também sofre ossificação e o crescimento do osso em comprimento cessa.
Remodelação óssea
 Depois que o osso atinge seu tamanho e forma adultos, o tecido ósseo antigo é constantemente destruído e um novo tecido é formado em seu lugar, em um processo conhecido como remodelação.
A remodelação ocorre em diferentes velocidades nas várias partes do corpo. Por exemplo, a porção distal do fêmur é substituída a cada 4 meses; já os ossos da mão são completamente substituídos durante a vida inteira do indivíduo. A remodelação permite que os tecidos já gastos ou que tenham sofrido lesões sejam trocados por tecidos novos e sadios. Ela também permite que o osso sirva como reserva de cálcio para o corpo.
Em um adulto saudável, uma delicada homeostase (equilíbrio) é mantida entre a ação dos osteoclastos (reabsorção) durante a remoção de cálcio e a dos osteoblastos (aposição) durante a deposição de cálcio. Se muito cálcio for depositado, podem se formar calos ósseos ou esporas, causando interferências nos movimentos. Se muito cálcio for retirado, há o enfraquecimento dos ossos, tornando-os flexíveis e sujeitos a fraturas.
 O crescimento e a remodelação normais dependem de vários fatores:
suficientes quantidades de cálcio e fósforo devem estar presentes na dieta alimentar do indivíduo;
deve-se obter suficiente quantidade de vitaminas, principalmente vitamina D, que participa na absorção do cálcio ingerido;
o corpo precisa produzir os hormônios responsáveis pela atividade do tecido ósseo:
- Hormônio de crescimento (somatotrofina): secretado pela hipófise, é responsável pelo crescimento dos ossos;
- Calcitonina: produzida pela tireóide, inibe a atividade osteoclástica e acelera a absorção de cálcio pelos ossos;
- Paratormônio: sintetizado pelas paratireóides, aumenta a atividade e o número de osteoclastos, elevando a taxa de cálcio na corrente sanguínea;
- Hormônios sexuais: também estão envolvidos nesse processo, ajudando na atividade osteoblástica e promovendo o crescimento de novo tecido ósseo.
Com o envelhecimento, o sistema esquelético sofre a perda de cálcio. Ela começa geralmente aos 40 anos nas mulheres e continua até que 30% do cálcio nos ossos seja perdido, por volta dos 70 anos. Nos homens, a perda não ocorre antes dos 60 anos. Essa condição é conhecida como osteoporose.
Outro efeito do envelhecimento é a redução da síntese de proteínas, o que diminui a produção da parte orgânica da matriz óssea. Como consequência, há um acúmulo de parte inorgânica da matriz. Em alguns indivíduos idosos, esse processo causa uma fragilização dos ossos, que se tornam mais susceptíveis a fraturas.
O uso de aparelhos ortodônticos é um exemplo de remodelação dos ossos, neste caso, resultando na remodelação da arcada dentária.
Os aparelhos exercem forças diferentes daquelas a que os dentes estão naturalmente submetidos. Nos pontos em que há pressão ocorre reabsorção óssea, enquanto no lado oposta há deposição de matriz. Assim, os dentes movem-se pelos ossos da arcada dentária e passam a ocupar a posição desejada.

Continue navegando