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Por que as nações fracassam

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A Inglaterra começou seu processo de colonização tardiamente. Isso porque em 1490 quando os espanhóis vieram para as terras americanas, os ingleses passavam por uma guerra civil, chamada Guerra das Rosas. Em 1588, a Espanha, grande potência na época, tentou invadir a Inglaterra e só não obteve sucesso, pois os ingleses ainda guardavam uma grande fortuna. 
Com a vitória sobre os espanhóis, os ingleses iniciaram o processo de colonização tardio do Novo Mundo. Como grande parte do continente americano já havia sido colonizado, restou aos ingleses, a América do Norte. As primeiras tentativas de chegar a região foram um verdadeiro fracasso, até que em 1607 a Virginia Company obteve sucesso e conseguiu colonizar a região que hoje corresponde ao Estado da Virginia. Batizaram a colônia com o nome de Jamestown, em homenagem ao rei inglês James I. 
O plano inicial de colonização era semelhante ao dos espanhóis-, ou seja, capturar o líder dos nativos e usá-lo como meio para obrigar a população a produzir alimentos e riquezas para os europeus. Porém, o que os ingleses não sabiam era que esse era o território da Confederação Powhatan, que era formada por 30 grupos que mantinham fidelidade ao rei Wahunsunacock. Caso não conseguissem usar o rei, tinham a intenção de ao menos comercializar com eles. 
A relação com o Rei Wahunsunacock foi bem complicada, pois ele, por desconfiar muito dos colonos, não quis se aproximar desses. Devido ao clima temperado, com invernos rigorosos, os ingleses já estavam começando a ficar sem mantimentos, fato que levou o capitão John Smith a realizar uma série de missões em busca de alimentos. Segundo relatos, o capitão foi o primeiro inglês a conhecer o rei dos Powhatan e segundo contam, esse só foi salvo pela filha do rei, Pocahontas. 
Em 1608, os ingleses continuavam tentando encontrar ouro e metais preciosos, mas sem obter sucesso algum. Aparentemente, eles não percebiam que não poderiam contar com os nativos para alimentá-los e que, portanto, a única solução possível para continuarem habitando aquele território seria os próprios colonos trabalharem para seu sustento. 
	Após dois anos em Jamestown, o máximo que a colônia conseguia gerar era o seu próprio sustento. Desapontado com a não geração de recursos para a metrópole, o Rei da Inglaterra, James I, promulgou as chamadas Leis Divinas, Morais e Marciais. De acordo com elas, os trabalhadores não poderiam sair da colônia para conquistar outra região, tentar se aproximar dos nativos ou para retornar para o país de origem, sob pena de morte. Além disso, as condições de vida dos trabalhadores eram muito precárias, viviam em alojamentos e se alimentavam de ração humana. 
Devido a essas condições, os colonos queriam cada vez mais fugir e o poder da Virginia Company era restrito quanto a isso, pois, além do território enorme, a América do Norte não era densamente povoada. Logo, esse modelo não se sustentaria por muito tempo. A Inglaterra demorou a perceber isso, até que em 1618 lançou o sistema de concessões, em que distribuiu terras para os colonos e os libertou das Leis Divinas, Morais e Marciais. Em 1619, ocorreu a Assembleia Geral, que marcou o inicio da democracia norte americana, dando voz aos homens brancos em questões relacionadas as leis e as instituições coloniais. 
Era impossível submeter os colonos a uma rígida sociedade hierárquica, pois no Novo Mundo eles tinham muitas opções. Os ingleses, por fim, perceberam que a única opção para que o processo de colonização desse certo, seria necessário criar instituições que dessem aos colonos incentivos para investir e trabalhar com dedicação. À medida que isso ocorresse, aqueles trabalhadores cada vez mais estariam pedindo por mais liberdade econômica e amplos direitos políticos. 
Em 1720 todas as 13 colônias que viriam a formar os Estados Unidos dispunham de estruturas de governo semelhantes, mas que ainda não eram totalmente democráticas. Em 1774 ocorreu o Primeiro Congresso Continental, que foi o prelúdio da independência do país. Nesse, ficou decidido que as colônias teriam o direito de determinar sua própria composição e tributação, o que desagrava muito a Inglaterra. 
Por fim, em 1787, os Estados Unidos da América proclamou sua independência, tendo como base princípios democráticos, limitação do uso do poder político e distribuição do poder pela sociedade. A escravidão foi considerada legitima na constituição americana. Cada Estado determinava seus eleitores, em geral, homens brancos e quanto maior o número de eleitores, maior seria o poder do estado nas determinações do Congresso. Como o Sul do país tinha uma enorme quantidade de escravos, ficou decidido que cada escravo contaria como 3/5 de pessoa, para assim aumentar a quantidade de eleitores dessa região.
Os países latino-americanos, mesmo quando conseguiam sua independência, continuavam com o modelo de estrutura política autoritária e, portanto, instituições econômicas mais limitadas. Enquanto, os EUA viveram cinco anos de instabilidade, durante a Guerra de Secessão, de 1860 a 1865, o México após sua independência, viveu cinquenta anos de instabilidade, na qual havia enorme insegurança com relação ao direito de propriedade e enfraquecimento do Estado, já que não havia um controle centralizado. 
No século XIX, a Revolução Industrial chegava aos EUA. Os estadunidenses logo perceberam as grandes oportunidades econômicas advindas da introdução de novas tecnologias vindas da Inglaterra e viam-se também inspirados a criar suas próprias invenções. De 1820 a 1845, apenas 40% das pessoas que registravam patentes no país haviam tido acesso a educação primária, ou menos até. Um exemplo muito conhecido é o de Thomas Edison, criador da General Eletric, empresa de serviços e tecnologia atuante até hoje no mercado mundial. 
O surgimento de empresas como a General Eletric, só foi possível graças as instituições relacionadas às invenções, serem também pautadas em princípios democráticos, o que foi decisivo para tornar os EUA, a nação economicamente mais inovadora do planeta. Outro fator determinante foi a rápida expansão do sistema bancário, o que possibilitou rápido acesso ao capital a juros baixos devido a grande concorrência entre bancos e instituições financeiras. 
Devido as instituições políticas e econômicas americanas, o poder dos políticos e banqueiros era limitado. Apesar de tentarem estabelecer um monopólio para obterem cada vez mais lucro, como acontecia no México, esses políticos eram sujeitos à eleição e reeleição. Assim, os cidadãos mantinham o poder político sob controle, já que todos tinham garantia de igualdade ao acesso a recursos e empréstimos.

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