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CONTABILIDADE BÁSICA CONCEITOS DE CONTABILIDADE Contabilidade é uma ciência e o seu objeto é o Patrimônio. Há 2 usuários na contabilidade: Internos e externos. Internos porque estão dentro das empresas, os externos já são governos, acionistas, fornecedores, enfim.... Os campos de aplicação da Contabilidade são todas e quaisquer empresa, seja ela com fins lucrativos ou não, privadas ou públicas. Pode-se afirmar que a Ciência Contábil surgiu juntamente com o homem, pois desde os primórdios da vida humana os indivíduos sentem necessidade de controlar, de alguma forma, o seu patrimônio. Necessitam mensurar, ou seja, medir o quanto ganham, quanto o patrimônio aumenta e o destino dos seus bens. A evolução da Contabilidade como ciência ocorreu com o florescimento do comércio. Nessa época, o controle do patrimônio tornou-se essencial. Surgiram as primeiras formas realmente organizadas de empresa e era preciso, mais do que nunca, controlar o que acontecia com estas entidades. Analisaremos nesta aula como a Ciência da Contabilidade passou a mensurar, controlar, estudar e verificar o patrimônio das entidades, visando fornecer informações sobre a situação da empresa a todos os interessados ― proprietário, funcionários e fornecedores. Vamos estudar também o conceito de Contabilidade, seu objeto de estudo, finalidade e as situações em que pode ser aplicada. Você já ouviu falar no método das partidas dobradas? É o método considerado, até hoje, como base para a Contabilidade, que afirma que toda a origem de capital deverá ter sempre uma aplicação de igual valor. Desde os primórdios o homem já demonstrava a habilidade e a necessidade de registrar o seu patrimônio. Imaginando a contabilidade de um pastor, por exemplo, é fácil presumir que os rebanhos aumentavam devido à reprodução e os novos filhotes faziam com que a cada dia os pastores tivessem mais bens. Isso era registrado de forma rudimentar. Pode-se afirmar que o maior destaque na história da Contabilidade é creditado ao Frei Luca Pacioli, que, no século XV, em sua obra La Summa de Arithmetica Proportioni et Proportinalita (Tudo sobre Aritmética, Geometria e Proporção), disseminou o método conhecido como partidas dobradas. Com o surgimento do método e as demais publicações do Frei Luca Pacioli – pai da Contabilidade – a Ciência Contábil saiu da forma rudimentar e passou a outras formas mais organizadas como a anotação em livros, depois o emprego de meios mecânicos e, nos dias de hoje, a utilização de sistemas contábeis informatizados. Como vimos até aqui, após a divulgação do método das partidas dobradas, a contabilidade se desenvolveu como ciência e ganhou cada vez mais espaço. O que é partidas dobradas? Todo débito corresponde a um crédito com valor igual ao do débito e vice-versa, isto é, para cada crédito deverá haver um débito de valor igual ao do crédito Essa regra tem como base a natureza das contas de Ativo e Passivo. E o que seria Ativo e Passivo? Ativo - Pense na frase: Tenho um funcionário excelente; ele trabalha de forma ativa e é muito competente. Sinônimo de coisa boa e positiva -> Bens / direitos Passivo - Pense na frase: Estou tão preguiçoso, tenho agido de forma lenta e passiva, sinto que estou cansado. Sinônimo de coisa ruim e negativa -> obrigações / dívidas Por que o contador antigamente era conhecido como guarda-livros? “Há muito tempo, em uma terra não muito distante, os contadores eram chamados de ‘guarda-livros’. A origem desse estranho nome era proveniente da sua principal função que, até então, era a de escriturar e manter em boa ordem os livros mercantis das empresas comerciais”. A contabilidade passou a se desenvolver a partir da necessidade de tornar a área contábil mais compreensível e dinâmica. No Brasil, por exemplo, a construção da contabilidade vem evoluindo desde o surgimento das escolas de contabilidade e das regulamentações contábeis. Vamos acompanhar como aconteceu esta evolução? 1808 - Você sabia que nesse ano o Brasil deu os seus primeiros passos para a organização contábil? O alvará publicado na época dizia que os contadores deveriam usar obrigatoriamente as partidas dobradas como método de escrituração. Em 25 de junho de 1850, o Imperador Pedro II promulgou o primeiro Código Comercial Brasileiro. Essa promulgação tornou obrigatória a escrituração contábil, além da elaboração anual do balanço. 1880 – Nesse ano, a Escola Politécnica do Rio de Janeiro passou a oferecer as primeiras disciplinas de Direito Administrativo e Contabilidade. 1902 – Porém, somente após doze anos do oferecimento das disciplinas Direito Administrativo e Contabilidade pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro que surgiu a Escola de Comércio Álvares Penteado. Essa escola, três anos depois, passou a ter o reconhecimento do curso de guarda-livros e também de perito-contador. 1946 - A USP criou nesse ano a Faculdade de Ciências Contábeis, que coincide com a criação do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) (O conselho criado pelo Decreto-lei nº 9295/46 é o órgão que orienta, fiscaliza e normatiza a profissão contábil no Brasil através dos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs).). Em 1964, houve a promulgação da Lei nº 4.230 que instituiu as principais normas para a elaboração e controle de orçamento da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. 1976 - Esse ano é marcado por um grande acontecimento para Contabilidade no Brasil: a criação da Lei nº 6.404 ou Lei das Sociedades por Ações. Em 1976 também houve a Criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (Responsável pela disciplina e funcionamento do mercado de valores mobiliários no Brasil.). 2007 - Nesse ano ocorreu uma revolução na Contabilidade através da promulgação da Lei nº 11.638, que alterou diversos dispositivos da Lei das Sociedades Anônimas e aproximou a Contabilidade brasileira do modelo que vem sendo adotado mundialmente. A partir daí o Brasil passou a utilizar os princípios das IFRS (Trata-se de um conjunto de pronunciamentos contábeis que trazem normas internacionais de Contabilidade, adotadas no sistema brasileiro) visando a melhor apresentação e compreensão das normas e demonstrações contábeis. Mas afinal, o que é Contabilidade? Definida como a ciência responsável pelo estudo dos fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, a Contabilidade é a responsável, portanto, pelo registro, classificação e demonstração dos fatos ocorridos no patrimônio das entidades, através da escrituração contábil (Técnica que consiste em registrar de forma ordenada tudo o que ocorre nas empresas) A Contabilidade também fornece informações para a análise e interpretação dos fatos obtidos mediante a escrituração contábil, e possibilita que sejam evidenciadas, ou seja, que sejam conhecidas as variações através dos períodos em que houve alteração no patrimônio. No que diz respeito ao patrimônio das entidades, pode-se dizer que a Contabilidade atua em três campos: Econômico, Financeiro e Patrimonial. ECONÔMICO: Imagine a seguinte situação: Uma empresa que compra sempre à vista e realiza suas vendas sempre a prazo acaba por ter sua operação de geração de capital: Prejudicada, pois não consegue gerar capital em função de vendas a prazo e pagamentos à vista; Favorecida, pois não parcela, nem cria dívidas em cima das suas compras. Toda vez que uma entidade apura o seu resultado do exercício, ela faz um resumo de sua situação econômica, e isso não necessariamente reflete em uma boa situação patrimonial. FINANCEIRO: Acredite, mesmo que uma entidade tenha prejuízo, ou seja, acabe vendendo por menos do que comprou, ela pode ter dinheiro em caixa suficiente, oriundo de outras operações bem sucedidas, para pagar suas contas. PATRIMONIAL: Bens, direitos e obrigações -> Estes três elementos representam a entidade como um todo, ou seja, o que ela tem como patrimônio. O patrimônio é a garantia de todo o desenvolvimento e até mesmo da continuidade da entidade. Bens - Você pode entender por bens todas aquelas coisas que são capazes de atenderàs necessidades das pessoas físicas ou jurídicas e que podem ser mensuradas, ou seja, têm valor econômico. Veremos detalhadamente na aula 2 as diversas formas de classificação dos bens. Direitos - podem ser entendidos como os valores que determinada entidade tem a receber de terceiros. O exemplo mais comum neste grupo são os clientes, que são indivíduos para quem a empresa vendeu, garantindo, assim, no futuro, o direito de receber o pagamento. Obrigações - As obrigações, ou passivos exigíveis, são dívidas que a empresa assumiu com terceiros, ou seja, com pessoas alheias à entidade. Notou que a palavra chave da Contabilidade é Patrimônio? Na verdade, o campo de estudo principal da Contabilidade é o patrimônio, que pode ser uma pessoa física – por exemplo, você mesmo – ou pessoa jurídica – entidade que pode ser formada por uma ou mais pessoas. Pessoa física: Considera-se pessoa física toda pessoa natural que é registrada em cartório e que possui bens, direitos e obrigações junto ao Estado. A pessoa física responde individualmente por seus atos e só terá fim quando decretada a sua morte. Pessoa Jurídica: Trata-se da composição de uma ou mais pessoas físicas, por meio de um contrato que deverá ser registrado em cartório, na Receita Federal ou junta comercial. Mas se a pessoa jurídica é formada por uma ou mais pessoas físicas, por que devemos considerar que entidade é igual à pessoa jurídica? Na verdade os responsáveis pela pessoa jurídica são as pessoas físicas que a formaram e seu término será dado por um acordo entre estas pessoas ou por decisão judicial. No caso de constituição por pessoa física, os dois tipos mais comuns são as sociedades limitadas e as sociedades anônimas, sendo que para as limitadas o documento de nascimento é o Contrato Social e para as anônimas é o Estatuto Social. Existem dois aspectos que podem ser observados em relação ao patrimônio das entidades: Quantitativo: Diz respeito à expressão monetária. Aqui no Brasil a moeda em que o Balanço deve estar expresso é o real. Qualitativo: Com relação ao aspecto qualitativo do patrimônio é possível citar as nomenclaturas que são utilizadas para descrever cada elemento: Bens: representados pelo caixa; Direitos: representados pelos clientes; e Obrigações: representados por contas diversas a pagar. E quanto ao patrimônio líquido, qual é a sua funcionalidade? Patrimônio líquido nada mais é do que a soma de tudo o que a empresa tem (bens), tudo o que ela tem para receber (direitos) menos as suas obrigações. Desta forma, o que sobra no caso de liquidação de dívidas é o que realmente é da propriedade. Para entender melhor, voltemos ao que já foi dito sobre Ativo e Passivo. Você já ouviu falar em Contrato Social e Estatuto Social? ESTATUTO SOCIAL: O Estatuto Social é o documento pelo qual são constituídas as sociedades anônimas. No caso destas sociedades, é feita uma assembleia que deverá representar, no mínimo, metade do capital social, ou seja, o capital da empresa. •Nome; •Prazo de duração; •Localização da empresa; •Objeto social (ou seja, o que ela terá como atividade); •Seu capital social; e •Outros dados primordiais para o nascimento da entidade. Obs.: Sociedade anônima é uma forma de constituição de uma empresa, este modelo atribui a capital social dividido por ações que podem ser negociadas livremente e não como nas demais que o capital social é atribuído a um nome em especifico. Neste modelo de sociedade, não é necessária uma escritura pública (contrato social) ou outro ato oficial, assim esta sociedade de capital, vai prever a obtenção dos lucros e distribuí-los aos acionistas. CONTRATO SOCIAL: O Contrato Social é o documento de nascimento de uma entidade com fins lucrativos e não anônima. Este documento não pode conter nenhum tipo de emendas, rasuras ou qualquer tipo de entrelinha. Além disso, o documento deverá designar o objeto da sociedade e o nome desta. É possível que você esteja se perguntando, já que o objeto da Contabilidade é o patrimônio das entidades, onde eu, profissional da área de Contabilidade, posso atuar? Atualmente há uma lista ampla e bem diversificada de áreas em que você poderá atuar. Vamos ver alguns exemplos: CONTADOR: É a forma independente que assume a contabilidade. Atualmente, o profissional que deseja trabalhar nesta área precisa fazer o exame de suficiência do CRC (Conselho Regional de Contabilidade, é uma Entidade criada pelo Decreto-Lei nº 9.295/46. Como Órgão Regional, é subordinado ao Conselho Federal de Contabilidade e sua jurisdição abrange todo o Estado do RJ) e obter o registro junto ao órgão para exercer a profissão. Um profissional que deseja atuar como contador pode ter seu próprio escritório, desenvolvendo funções generalistas com relação a uma empresa. O contador pode ser também analista ou assistente, atuando na área tributária, de custos, gerencial, de controladoria, entre outras. PERITO CONTÁBIL: A profissão de perito contábil é prerrogativa exclusiva do contador, ou seja, somente o bacharel em Ciências Contábeis, devidamente habilitado (com CRC), poderá atuar nesta área. Este profissional atua com a indicação de juízes ou partes envolvidas em processos e é responsável pela elaboração de laudos que serão utilizados para a tomada de decisão judicial, em casos de dissolução de entidades, pensão alimentícia, recálculo de encargos financeiros com Sistema Financeiro Habitacional, com bancos em geral, entre outros. CONTROLLER: É aquele profissional que atuará como gestor de uma determinada entidade, trabalhando para fazer a gestão de forma eficaz. TRIBUTARISTA: Levando-se em conta a complexidade do sistema tributário brasileiro, esta é uma área que possui uma vasta demanda de profissionais. O contador pode trabalhar de forma independente, ou seja, oferecendo consultoria nesta área, ou atuar dentro de uma empresa, planejando quais as melhores formas de tributação para aquela entidade. A figura do leão faz referência a uma das mais famosas tributações: o imposto de renda. AUDITOR: Assim como o perito contábil, somente o profissional formado em Ciências Contábeis, devidamente habilitado, poderá atuar como auditor. Este profissional é responsável por analisar as demonstrações contábeis, bem como trabalhar para que os controles internos sejam respeitados e para que isso seja feito de forma eficiente. Lembrando que a auditoria está dividida em duas modalidades: • Auditoria interna: que é aquela realizada dentro das entidades para a verificação dos procedimentos internos; e • Auditoria externa: que é aquela normalmente requerida por uma sociedade anônima para a verificação da veracidade de suas demonstrações contábeis. CONTADOR PÚBLICO: É aquele profissional que prestou concurso e trabalha na área pública. As entidades públicas por possuírem patrimônio também são objeto da Contabilidade. PESQUISADOR E PROFESSOR: Assim como em todas as profissões, o profissional graduado em Ciências Contábeis poderá atuar na área da docência ou pesquisa. Mas, se você não se encaixou em nenhum desses perfis, não se desespere, além das áreas citadas, existem outras possibilidades de atuação para o profissional contábil. Porém, antes de escolher a área que se deseja atuar, é muito importante entender que o objetivo da Contabilidade é fornecer informações sobre a composição do patrimônio e como funcionam as suas variações. A partir daí, é possível pensar na área que se quer seguir. Outro ponto que pode ajudar na decisão da carreira a seguir é o pensamento voltado para as finalidades da Contabilidade, pois, atualmente, a sua principal função é o planejamento que serve de base para a análise de situações futuras e o controle do que acontece com as instituições. Você consegue imaginar quem são os possíveis usuários da contabilidade? Qual o interesse destes na informação contábil? Os usuários da contabilidade são divididos em dois tipos: Os AGENTES INTERNOS podem ser apresentados aos usuários que têm algum tipo de relação direta com a entidadee que, por consequência, têm facilidade de acesso às informações contábeis. Os interessados e seus respectivos interesses são: • Gerentes – utilizam a informação para tomar decisões; • Funcionários – utilizam as informações da empresa para saber se receberão ou não seus salários, férias e benefícios, quando definidos na política da empresa. Os AGENTES EXTERNOS são aqueles que não possuem uma relação direta com a entidade, mas que, mesmo assim, mantém algum tipo de relacionamento com esta. Bancos - Utilizam a informação contábil para a concessão ou não de financiamentos, empréstimos e créditos em geral. Concorrentes - Utilizam a informação para tornarem-se competitivos nos mercados cada vez mais acirrados. GOVERNO - É o principal interessado, pois está sempre buscando informações relativas às despesas e receitas. São elas que geram o resultado para atingir o objetivo do governo: a tributação das entidades. FORNECEDORES - Seu principal interesse é a capacidade de pagamento das entidades, ou seja, querem saber se poderão continuar ou não vendendo a prazo e se vão continuar recebendo. CLIENTES - Apesar de não ser uma informação percebida diretamente da Contabilidade, os clientes têm interesses ligados aos prazos de recebimento de suas compras, ao tipo de atendimento e querem detalhes de como podem fazer a devolução de um produto, por exemplo. INVESTIDORES - No caso das sociedades de capital aberto, o principal interesse é o desempenho das entidades em que investem, para saber se podem manter seu dinheiro nelas. No caso de investidores que ainda não investiram, o maior interesse é saber se vale a pena investir seu dinheiro e deixá-lo aplicado em determinada entidade, o que ela trará de retorno e como estão as perspectivas dessa entidade para o futuro. Você já parou para pensar como seria se cada um fizesse as coisas do jeito que quisesse? Se não houvesse normas para executar cada tarefa? E na Contabilidade? Como seria se cada um fizesse o registro das informações contábeis do jeito que quisesse? Se cada um decidisse o que deveria ou não registrar? Para que haja uma padronização, é preciso que existam órgãos responsáveis pela normatização contábil. No Brasil as normatizações são de responsabilidade da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) - Responsável pela padronização do mercado de valores mobiliários nacional - e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) - Órgão responsável pela emissão de normas profissionais contábeis e normas técnicas que servem para regulamentar os procedimentos contábeis. A resolução de nº 750/93, emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade, definiu alguns princípios contábeis com o intuito de padronizar a Contabilidade. Alguns autores dividem os princípios contábeis em três categorias: Postulados: Conhecido como “Pilares da Contabilidade”, os Postulados são considerados a base da teoria contábil e se divide em Postulados Entidade e Postulados da Continuidade, onde o primeiro estabelece o patrimônio como sendo o objeto da Contabilidade e o segundo prevê que o processo contábil deve ser considerado sem prazo estimado de duração. Princípios: É a padronização das técnicas contábeis adotadas pela maioria dos profissionais, com o intuito de normatizar os lançamentos e relatórios, para um melhor controle do patrimônio da entidade. No Brasil, os princípios contábeis são os estabelecidos pela Resolução CFC 750/93. Tais princípios servem como padrões a serem seguidos na contabilização dos fatos contábeis. Convenções Contábeis: Conceitos que servem como um guia para o profissional da área contábil, normatizando padrões de conduta na hora de escriturar os fatos contábeis, tais como: objetividade, conservadorismo, materialidade e evidenciação. ATENÇÃO: O mais comum é a utilização da padronização com base na Resolução nº 750/93, atualizada pela Resolução nº 1.282/10, sem a separação por categorias. Princípios da Contabilidade A resolução de nº 750/93, emitida pelo Conselho Federal de Contabilidade, definiu alguns Princípios Contábeis com o intuito de padronizar a contabilidade. Utilizando como base a Resolução nº 750/93, atualizada pela Resolução nº 1.282/10, é possível destacar: Princípio da Entidade: Segundo este princípio, o patrimônio deve ser reconhecido como objeto da contabilidade, e é preciso diferenciar o patrimônio da pessoa física e o da pessoa jurídica, ou seja, a figura do dono da empresa e a empresa não podem se confundir. Para você entender melhor como funciona esse princípio, imagine um sócio que faz o pagamento de suas contas pessoais com o dinheiro da empresa. Ao fazer isso, ele está indo contra o Princípio da Entidade, pois não está reconhecendo a autonomia, ou seja, a diferença entre pessoa física e pessoa jurídica. Princípio da Continuidade: Este princípio versa sobre a continuidade ou não da empresa. Por ele entende-se que a continuidade influencia o valor econômico dos ativos e também o vencimento dos passivos, em especial quando a extinção da empresa tem prazo determinado, previsto ou previsível. Para o entendimento deste princípio você pode imaginar determinadas épocas em que ocorrem muitas chuvas no Brasil. Com o objetivo de socorrer os necessitados, são criadas empresas que irão durar somente o tempo das obras de reconstrução do lugar atingido pelas chuvas, por exemplo. Deve-se imaginar, nestes casos, que as dívidas dessa empresa terão o prazo de vencimento influenciado por este fato, uma vez que ninguém irá vender ou fornecer dinheiro por mais de dois anos, por exemplo, para uma empresa que tem prazo de continuidade de somente um ano. Princípio da Oportunidade: De acordo com este princípio, determinado fato deve ser registrado no exato momento em que acontece. Outra interpretação está ligada ao registro, mesmo que tecnicamente estimável, de variações patrimoniais. Isso quer dizer que, ainda que haja apenas a possibilidade do lançamento ocorrer, o fato deve ser registrado. Assim, no caso das ações judiciais, por exemplo, é preciso que seja feita a provisão do valor, ou seja, um registro, mesmo que aproximado, dos valores referentes a esta ação, para que o resultado da empresa não seja impactado de uma só vez. Princípio do Registro pelo Valor Original: Este princípio trata do registro dos componentes do patrimônio, sempre expressos a valor presente, na moeda do país, e que deverão ser mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive naquelas que configuram agregações ou decomposições no interior da entidade. Sob esta ótica, concluímos que os componentes patrimoniais deverão ser feitos com base nos valores de entrada. O bem, o direito ou a obrigação ― quando integrados ao patrimônio ― não podem ter elementos agregados ― parcial ou integralmente ― a outros elementos patrimoniais. Enquanto o bem permanecer como parte do patrimônio, o valor original de registro deverá ser mantido. Imagine o valor inicial de compra de um carro. Depois, obviamente, com o passar do tempo, este carro sofrerá desvalorização ― pelo desgaste, pelo uso e outras condições. Porém, estas condições deverão ser registradas em uma conta à parte ― chamada de depreciação acumulada ― para que o bem sempre esteja registrado na contabilidade de acordo com o que determina o referido princípio. Princípio da Competência: Este princípio trata da relação entre as receitas e as despesas. De acordo com ele, as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem. Assim, as receitas consideram-se realizadas quando, nas transações com terceiros, estes efetuarem o pagamento ou assumirem forte compromisso em efetivá-lo. Também será reconhecida quando da extinção parcial ou total de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento (ao mesmo tempo) de um ativo de valor igual ou maior. Já as despesas consideram-se incorridas quando o ativo correspondente deixar de existir, por transferência de sua propriedade a terceiro, pela diminuição ou extinção de um ativo e pelo surgimento de um passivo, sem o correspondenteativo. Imagine contas que têm seu período de competência, ou seja, são referentes a um determinado mês, e deverão ser reconhecidas naquele período. Isso acontece, por exemplo, com os salários. Em cada mês que você trabalha, seu salário é reconhecido para o ganho de receita daquele determinado mês, e, geralmente (isso porque algumas empresas fazem o pagamento no mesmo mês), o pagamento ocorre no início do mês seguinte. O que é preciso destacar, neste caso, é que contas como o salário, energia, água, telefone, entre outras que são consumidas no mês, precisam ser reconhecidas como referentes àquele mês. Princípio da Prudência: Para este princípio deverão ser adotados menores valores para os componentes do Ativo e maiores valores para os componentes do Passivo sempre que estes apresentarem alternativas igualmente válidas para registro. Aceitar o Princípio da Prudência consiste em utilizar a hipótese que resulte em menor patrimônio líquido. Como exemplo deste caso, podemos citar uma situação do seu dia a dia: Quando é necessário ter uma sobra de dinheiro no mês, já que é difícil aumentar o valor das receitas, é preciso ser pessimista, conservador ou prudente com relação a elas, sempre reconhecendo seus valores como menores. No caso dos passivos, para evitar possíveis surpresas, você deve superestimá- los. Desta forma, quando houver o confronto de receitas e despesas, haverá uma folga de recursos. Chegamos ao fim da primeira aula. Nela foi possível ver a evolução da Contabilidade e sua normatização, explicando, minuciosamente, que suas regras e procedimentos devem ser respeitados para que haja uma padronização e, com isso, melhorarmos o entendimento de forma geral. TELETRANSMITIDA: Uma empresa é um arranjo de recursos que tem uma finalidade. As empresas existem para satisfazer as necessidades humanas, mesmo que não seja diretamente atribuído a um bem ou serviço ao ser humano de fato. A contabilidade serve para controlar os negócios e mensurar o desempenho. Quando, através das minhas vendas, eu consigo superar os gastos que eu tive para concretizá-los isso significa que eu obtive uma agregação de valor. ENTRADA DE RECURSOS ECONÔMICOS > SAÍDA DE PRODUTOS/SERVIÇOS = AGREGAÇÃO DE VALOR. O papel da Contabilidade é ajudar a Controlar uma empresa. A contabilidade ajuda a prever os próximos passos, utiliza os dados para a tomada de decisões futuras. Monta cenários futuros olhando para os dados do passado. Contabilidade é um sistema de informações em que o objetivo principal é oferecer o máximo possível de dados quantitativos e qualitativos para gerenciar um negócio e direcionar decisões. Analogamente, a contabilidade será um ‘médico’ que cuidará da saúde financeira da empresa. Usa-se os demonstrativos para tomar decisões. Todas as movimentações possíveis de mensuração monetária são registradas pela contabilidade, que, em seguida, resume os dados registrados em forma de relatórios. O sistema contábil capta as informações, registra, resume, interpreta e essas informações ajudam na tomada de decisões. As demonstrações contábeis são conhecidas como Relatórios contábeis ou relatórios Financeiros. CONCEITOS DE PATRIMÔNIO Patrimônio Bruto é um conjunto de bens e direitos que uma empresa possui, ali não está incluso as obrigações. Patrimônio líquido tem relação com as obrigações. Equação Patrimonial complementa o conceito de Patrimônio bruto e líquido, ela diz que o patrimônio líquido é constituído por bens e direitos que uma empresa possua, mas eles somados e são deduzidos com as obrigações que a empresa possua. Total de bens e direitos, menos o total de obrigações vai constituir o Patrimônio Líquido. Você já parou para pensar em tudo que possui? Já percebeu que isso faz parte do seu Patrimônio? Muitas pessoas acham que só os bens que elas possuem fazem parte do patrimônio, mas é preciso lembrar que o que elas têm a receber, ou seja, os direitos, e o que elas têm a pagar também fazem parte do conjunto denominado Patrimônio. Outro aspecto importante é compreender como funcionam as movimentações no patrimônio, ou seja, como este aumenta, diminui ou sofre qualquer tipo de movimentação. É importante saber também quais as possíveis situações patrimoniais, o que demonstra e como o balanço pode ser configurado. Na primeira aula, você aprendeu que a palavra chave da contabilidade é Patrimônio. Mas será que você lembra como se constitui o patrimônio de uma entidade ou de uma pessoa? Vivemos de sonhos, não é mesmo? O sonho do carro novo, da casa própria, do negócio próprio, enfim, de adquirir muitos bens para o nosso conforto. Se você tivesse a grande oportunidade de se tornar o seu próprio patrão, que tipo de negócio você escolheria? Já pensou que existem bens que não podem ser tocados? A sua loja por exemplo é um bem MATERIAL pois é aquele que possui corpo ou que pode ser tocado. Dentro dos bens materiais, existem dois subgrupos: os bens móveis e bens imóveis. O Código Civil brasileiro distingue os bens em: Bens imóveis, aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem destruição ou danos, como por exemplo: edifícios, construções, árvores etc. Bens móveis, aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas, como por exemplo: animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias etc. A top of mind no ramo de refrigerantes: Criada em 1886, a Coca-cola é a marca mais lembrada quando se fala em refrigerante, além de ser bastante consumida e comercializada em mais de 200 países. A frase “Você é essa Coca-Cola toda” ficou muito famosa após uma campanha publicitária do dia das mães. Como vimos, os bens imateriais são bens intangíveis, ou seja, não têm matéria, não podem ser tocados. A marca Coca-Cola, que vemos neste exemplo, é um bem imaterial. Enquanto marca ela não pode ser tocada, certo? Mesmo assim, pode ser avaliada economicamente, isto é, possui valor econômico sem que possamos pegá-la ou transportá-la. Outro exemplo de bens imateriais são as Patentes, que nada mais são do que registros de invenções de uma pessoa ou empresa. Nesse caso, a pessoa ou empresa tem o direito de explorar os benefícios advindos daquela determinada invenção. Conforme o que já foi estudado na primeira aula, os bens são todas as coisas capazes de satisfazer as necessidades humanas e que podem, de alguma forma, ser mensuradas, medidas economicamente, ou seja, que podem ter algum valor atribuído de algum jeito. Os bens de uso da loja são todos aqueles utilizados pela empresa para a exploração da sua atividade principal, como os móveis onde ficarão expostos os produtos. Fazem parte dos bens de troca os produtos que formam a base da atividade da empresa, como os produtos à venda. Já os bens de consumo estão relacionados aos bens que serão consumidos, como as caixas e sacolas para embalar os produtos, materiais de escritório, ou seja, tudo aquilo que não é durável na entidade. Quando a empresa vende mercadoria e o cliente fica de pagar esta mercadoria no prazo de um mês, a empresa terá o direito de receber do cliente esse determinado valor após 30 dias. Caso o acordo não seja cumprido, ela pode aplicar multas. Outro tipo comum de direito acontece quando a empresa adianta salários ou valores para viagens de funcionários. Esta situação mostra que quando a empresa libera para o funcionário um valor antecipado, ela tem o direito de descontá-lo do seu salário posteriormente. Em casos especiais, como as viagens a serviço, a empresa tem direito a pedir prestação de contas por meio da apresentação de notas fiscais dos gastos para reembolso ou desconto de gastos particulares. Nas entidades é comum realizar algumas operações a prazo, como, por exemplo, a compra de mercadorias ou, ainda, operações que têm uma determinada data de vencimento que não significa desembolso, ou seja, retirada de dinheiro imediata do caixa como as contas de salários a pagar, impostos a pagar, energia elétrica a pagar, entre outras que obedecem ao regime de competência (Como já vimos, asdespesas desse tipo têm seus valores reconhecidos no mês em que ocorreram, mas só são efetivamente pagas no outro mês.) Os empréstimos e financiamentos, que são maneiras da empresa obter dinheiro ou bens com prazos diferenciados para pagamento, também são outros exemplos de obrigações. Ter um negócio não é tarefa fácil e precisamos conhecer muito bem as definições contábeis. É importante, por exemplo, saber que Patrimônio em contabilidade é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma pessoa física ou jurídica. Até este ponto conhecemos o conceito de bens, direitos e obrigações. De que forma isto é representado para que faça sentido do ponto de vista contábil? Para que você entenda, vamos retomar alguns conceitos estudados na primeira aula. Só que dessa vez, usando a terminologia contábil. A igualdade entre Bens, Direitos e Obrigações é possível? Imagine uma balança. Para que ela fique equilibrada é preciso que os dois lados estejam com o mesmo peso, não é? Assim também acontece na Relação Patrimonial, onde o Ativo e o Passivo (Em contabilidade, ficou convencionado que o lado esquerdo seria denominado Ativo - lado positivo que engloba os bens e direitos – e o lado direito seria o Passivo – que engloba as obrigações) devem permanecer equilibrados. E se esse equilíbrio não acontecer? É neste ponto que surge um novo elemento na equação patrimonial denominado Patrimônio Líquido, que nada mais é do que a diferença entre o Ativo e o Passivo, ou seja, é o valor líquido resultante da seguinte equação: Bens + Direitos – Obrigações Outra definição que pode ser dada ao Patrimônio Líquido é a de que este é o grupo que representa o valor referente aos acionistas ou a que estes pertencem. São exemplos de contas de patrimônio líquido, conforme a Lei nº 11.638/07: • Lucro Social; • Reservas de Capital; • Ajustes de Avaliação Patrimonial; • Reservas de Lucros; • Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados. Lembrando que em nossos estudos as contas mais vistas serão as de Lucro Social, Reservas de Lucro ou Prejuízos Acumulados. ATENÇÃO: Nunca confunda o termo Patrimônio Líquido com o termo Patrimônio. Patrimônio = Conjunto de Bens, direitos e obrigações. Patrimônio Líquido = Diferença de Bens, Direitos e Obrigações. No balanço patrimonial, o dinheiro “entra” pelo lado do Passivo. Você sabe de que forma isso ocorre? Quando os sócios abrem a empresa, eles colocam o capital nela, e esse fica registrado no Passivo, ou seja, sua origem foi no Passivo. Em contrapartida, o dinheiro é aplicado no Ativo. O mesmo ocorre, por exemplo, com os fornecedores, pois determinada mercadoria aparecerá no Ativo. Já o Registro da Entrada ficará no Passivo. Lembre-se: as origens de recursos correspondem às obrigações e podem ser divididas em dois tipos: De terceiros – são recursos provenientes de entes alheios à companhia ou que não fazem parte diretamente desta, como, por exemplo, os fornecedores, o governo através dos impostos, financiamentos, salários a pagar, entre outras dívidas. De recursos próprios – recursos provenientes de capital dos sócios, do capital social ou, ainda, de lucros e reservas que são valores decorrentes das atividades normais da empresa. Em uma Situação Patrimonial podem ser apresentados mais Bens e Direitos do que Obrigações, mais Obrigações do que Bens e Direitos ou ainda Ativo e Passivo iguais. Agora, vamos trabalhar algumas formas de apresentação do Patrimônio e como elas podem ser entendidas mediante o uso de ilustrações. A maneira mais simplificada para que sejam demonstradas as situações possíveis em relação à estrutura patrimonial é a utilização de balanças no lugar dos gráficos. Mas como? Com valores iguais para o Ativo e para o Passivo, o equilíbrio estará alcançado. Isso é fácil de perceber. Porém, normalmente, o Ativo e o Passivo apresentam valores diferentes e esta balança virtual penderá para um dos lados. Você deve buscar sempre o equilíbrio. O peso (valor) que se utiliza para se alcançar este equilíbrio é chamado Patrimônio Líquido e, por lógica, estará no lado do menor valor, compensando, assim, a diferença. Na balança, você colocará a quantidade de peso que represente a fórmula exibida. Existem dois pesos para cada função, representada da seguinte forma: Observação: Não consideraremos aqui a situação de Ativo igual a zero, em que o Patrimônio Líquido (PL) é igual ao Passivo (P), pois essa circunstância é muito improvável. Ela apenas é citada na situação hipotética de uma empresa que apresente prejuízos consecutivos, gerando um Patrimônio Líquido Negativo e, posteriormente, liquidando todo o seu Ativo sem conseguir liquidar todas as suas Obrigações. ... relativos à riqueza empresarial e não obrigações ou dívidas como naquela. Isso pode ocorrer no momento de criação da empresa, pois aí surge o Patrimônio Líquido em contrapartida do Ativo, ou seja, ainda não existem obrigações da empresa. Afinal de contas, como o Patrimônio se movimenta? O que o faz aumentar ou diminuir? Pensando na evolução do Patrimônio de uma empresa, analise: ATENÇÃO: Para apurar o valor dos bens, direitos e obrigações é necessário fazer a diferenciação entre os conceitos: primeiro com relação aos bens é preciso lembrar que é tudo o que possuo e que pode me gerar benefício futuro, no caso dos direitos é que tudo o que se tem a receber e com relação às obrigações é só lembrar que é tudo aquilo que deverá ser pago. Por fim, a riqueza líquida será a comparação dos bens mais os direitos e menos as obrigações, ou seja, o que realmente sobra de patrimônio. TELETRANSMITIDA DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - Balanço Patrimonial – verificaremos como está a empresa de maneira geral. Será verificado quanto tem no caixa, quanto tem de clientes a receber, o que se tem de maquinário, terrenos, enfim, será verificado todos os bens, direitos e obrigações. Terá um mapa do que a empresa tem e o que a empresa deve, ela diz como está o Patrimônio das empresas. - Demonstração do Resultado do Exercício – Diz, basicamente, se a empresa teve lucro ou prejuízo. Normalmente é verificado de 12 em 12 meses, mas pode ocorrer mensalmente, trimestralmente, semestralmente. Relatórios Contábeis são obrigatórios por lei nas S/A (Sociedade Anônima), essas devem ser publicadas, e as LTDA (Limitadas), não precisam divulgar, mas precisam elaborar para o gerenciamento de suas atividades. Toda estrutura contábil é constituída partindo de dois princípios fundamentais: ORIGEM e APLICAÇÕES de recursos. ORIGENS: Pode ser Capital de terceiros (pessoas que não são proprietários do negócio e são exigidos em um determinado prazo acrescido de juros, e precisa ser devolvido) como Empréstimos Bancários, compras a prazo de fornecedores, por exemplo. Pode ser Capital Próprio (Pessoas que são proprietários do negócio, ou lucro do negócio reinvestido, o capital próprio não precisa ser devolvido e ele não pode ser exigido) como Dinheiro ou bens dos sócios, resultados da atividade da Empresa, por exemplo. APLICAÇÕES: Ao receber o dinheiro dos sócios e de terceiros a empresa adquire: máquinas; equipamentos; imóveis; instalações; ferramentas; programas de computadores; aquisição de marcas e patentes; etc. A Contabilidade tem uma equação Fundamental. Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido APLICAÇÕES = ORIGENS Tudo que a gente deve para terceiros, é chamado de Passivo. Tudo que é dos sócios é chamado de Patrimônio Líquido. Os ativos são as aplicações, os bens e direitos que a empresa possui. Patrimônio: Conjuntos de Bens pertencentes a uma pessoa ou a uma empresa -> Bens Valores a receber -> Direitos Contas a pagar, dívidas -> Obrigações. Patrimônio de uma empresa ou de uma pessoa. Bens: são coisas úteis capazes de satisfazer as necessidades das pessoas e das empresas. Bens tangíveis = têm forma física, são palpáveis. Veículos, imóveis, estoques de mercadorias, e outros. Bens Intangíveis = não são palpáveis, não constituídos de matéria. Marcas, patentes de invenção, e outros. Direitos:Poder de exigir alguma coisa. Valores a receber, títulos a receber, contas a receber, salários a receber, e outros. Passivo Circulante: Obrigações que a empresa assumiu por captar recursos de terceiros. Passivo de funcionamento. Obrigações: são dívidas assumidas com terceiros. Se ativo maior que passivo: A > P +PL, logo PL > 0 – Situação líquida positiva A = P, logo PL = 0 – Situação líquida nula A < P + PL, logo, PL < 0 – Situação líquida negativa A Cia 3T possui R$4.000 em bens, além de R$2.000 em direitos e R$3.500 em obrigações. Responda: Qual o valor total do ativo? R$6.000 Qual o valor do Patrimônio Líquido? R$2.500 A = P + PL 4.000 + 2.000 = 3.500 + PL 6.000 = 3.500 + PL PL = 2.500 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE CONTA Conta é a maneira que a gente tem de registrar e ingressar todos os dados de valor que vão compor a estrutura patrimonial de uma empresa qualquer. Há diversas formas diferentes de classificar essas contas, elas podem representar bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, contas de receitas e despesas. Esse conjunto de conta se apresenta com o Nome “Plano de Contas”. Essas contas podem ser registradas, tanto a débito quanto a crédito. As contas podem ter natureza devedora e também natureza credora. Bens, direitos e despesas tem natureza devedora. Obrigações, patrimônio líquido e receita tem natureza credora. As contas retificadoras têm a função de corrigir ou alterar as contas do Patrimônio líquido. Depois de estudarmos alguns conceitos de contabilidade, já entendemos que existem bens, direitos e obrigações e verificamos que o registro que modifica esses elementos ocasiona alterações no patrimônio e, assim, cada elemento deverá ser devidamente identificado. É neste momento que surge o conceito de conta ― nome que irá definir cada elemento da contabilidade. O plano de contas, por sua vez, será uma lista organizada de como são essas contas, ou seja, de como estes elementos patrimoniais, devidamente organizados, deverão aparecer na contabilidade. O plano de contas é, por isso, um elemento essencial no dia a dia do contador e apresenta as contas de acordo com a sua codificação e classificação devidas. Quando você pensa em conta, qual das opções abaixo lhe vem primeiro à cabeça? Contas a pagar; Conta bancária; Operação matemática. Difícil decidir, não é? Todas fazem parte do nosso dia a dia. Mas você reparou que mesmo com significados bem variados o conceito de conta nesses três casos está ligado a um elemento que representa valores monetários? Será que isso acontece também em Contabilidade? Não é bem assim... Justamente em Contabilidade, conta perde esse aspecto generalizado e ganha um significado bastante específico. Conta é o nome técnico do elemento que representa o fato contábil, que se divide em: Contras patrimoniais e contas de resultado. Contas patrimoniais: São aquelas que representam os elementos patrimoniais (Bens, direitos e obrigações), ou seja, aquelas que compõe o patrimônio. Tais contas demonstram a posição do patrimônio em certo momento. Além disso, também são contas patrimoniais aquelas que representam o patrimônio líquido das entidades, ou seja, a riqueza líquida das entidades. Pode-se afirmar, então, que as contas patrimoniais são aquelas que demonstram a posição financeira da entidade, pois representam valores monetários. Contas de resultado: As contas de resultado, ainda pouco exploradas por nós, são aquelas que aparecem durante o exercício social ― período em que a empresas têm o seu ciclo de operações (normalmente um ano), que deverão ser encerradas no final desse tempo. Estas contas estão divididas em Receitas e Despesas e, mediante o confronto destas, é obtido o Lucro ou Prejuízo de um determinado período. Você deve estar se perguntando: Como foram definidos os conceitos de contas? Em Contabilidade, existem as chamadas teorias patrimoniais, a função delas é explicar como os elementos são representados por contas. Entre elas destacam-se: Teoria Personalista: Nesta teoria as contas são comparadas a pessoas e essas pessoas mantêm relação com a entidade em que atuam. Assim, o débito de uma dessas pessoas representará uma dívida e o crédito desta mesma pessoa representará um direito. Com isso, cada débito do proprietário será um crédito dos agentes consignatários e dos agentes correspondentes e vice-versa. Existem três grupos nesta teoria: - Contas dos proprietários – é o titular do patrimônio que se relaciona diretamente com os agentes consignatários. O patrimônio líquido, bem como as receitas e despesas, é uma conta que representa o proprietário. - Contas dos agentes consignatários – são as contas guardadas pelo proprietário, ou seja, os bens da empresa, como, por exemplo, caixa, bancos (contas devedoras). - Contas dos agentes correspondentes – agentes correspondentes são aquelas pessoas que não pertencem à empresa e as contas deles são aquelas com que o empresário mantém débitos ou créditos. No caso dos direitos, correspondem aos créditos no Ativo, como duplicatas ou clientes. No passivo, representam obrigações, como duplicatas a pagar e fornecedores. Teoria Materialista: Na Teoria Materialista, como o próprio nome já diz, as contas representam relação material com as instituições. Assim, os bens (contas patrimoniais), os direitos e as obrigações são chamadas de Contas integrais. Já o patrimônio líquido e suas variações do resultado são conhecidos como Contas diferenciais. Teoria Patrimonialista: Esta é a teoria mais adequada à legislação societária brasileira e tem como objetivo principal a administração das entidades, separando os elementos em Contas Patrimoniais (Ativo e Passivo) e Contas de Resultado (Receitas e despesas). Patrimônio é o objeto de estudo da ciência contábil. As contas Patrimoniais representam os elementos dos bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido. As contas de Resultado dividem-se em contas de Despesa (Energia Elétrica, Salários e encargos...) e contas de Receita (Receitas de Serviços, Produtos de venda e outros). Por que as contas são importantes? Para que elas servem? Segundo Ribeiro (2009), é por meio das contas que a contabilidade desempenha o seu papel, que nada mais é do que registrar e controlar os acontecimentos que modificam o patrimônio das entidades. A conta serve para que a contabilidade reconheça a alteração em cada elemento patrimonial e isto, por consequência, trará alterações na estrutura contábil de uma empresa como um todo. Assim, todos os acontecimentos que ocorrem na empresa são registrados por meio de contas e depois anotados em livros próprios para que sejam disponibilizados aos usuários interessados. Para ter Razão... A representação gráfica das contas é o respectivo registro em folhas ou fichas individuais. O conjunto destes registros forma o livro contábil chamado Razão, onde cada ficha é utilizada para uma conta específica e os elementos mínimos necessários para cada registro são os valores a débito e a crédito, a data, o histórico e o saldo da conta. Um modelo de Razão utilizado largamente pelas empresas é especificado conforme o seguinte quadro: Existe outra forma para que sejam corretamente evidenciados os saldos das contas no livro Razão, chamada de razonete ou de “conta em T”. Essa maneira é apenas uma simplificação da ficha vista no quadro, onde apenas são evidenciados o título da conta e duas colunas, sendo uma para os débitos (coluna da esquerda) e outra para os créditos (coluna da direita). Para que seja obtido o saldo de cada conta, deve-se realizar o cálculo da soma de cada coluna. A diferença será o saldo da conta. E o que são despesas? O que elas representam? Como elas podem ser diferenciadas das contas patrimoniais? Pode-se dizer que as despesas são bens e serviços consumidos para a geração de receitas. Essas contas são responsáveis pela diminuição do patrimônio, uma vez que são gastos efetuados todos os meses e que saem da empresa. Elas se diferenciam das contas patrimoniais facilmente porque estassão contas que permanecem no patrimônio (como os veículos, móveis, contas a pagar), ou seja, as despesas são contas geradas todos os meses e zeradas no final do período para a apuração do resultado. Você sabe o que é receita? Chama-se de receita todas aquelas contas que representam o resultado do sacrifício da empresa, ou seja, o que ela ganha com a venda de mercadorias ou a prestação de serviço. As receitas ocorrem em um número menor do que as despesas e podem ser representadas pela receita com vendas ou prestação de serviços, juros ganhos com aplicação financeira ou com duplicatas recebidas em atraso, bem como descontos obtidos. É bem provável que você tenha pensado que o débito é uma coisa ruim e o crédito uma coisa boa, não é mesmo? Acontece que na terminologia contábil as definições são um pouco diferentes e é preciso memorizá-las para que se possa entender os conceitos contábeis. Para que sejam feitos lançamentos contábeis, ou seja, movimentações nas contas utilizando a técnica do débito e do crédito, é preciso utilizar o seguinte raciocínio: No ativo: Na entrada ou aumento de uma conta do grupo do Ativo (bens e direitos), deverá ser debitada a respectiva conta. A saída de bens e direitos será feita mediante um crédito na respectiva conta. No Passivo: Quando da entrada ou aumento de uma obrigação ou conta do patrimônio líquido, deverá ser feito um crédito na respectiva conta. No caso de baixa, pagamento ou reclassificação de algum valor referente a este grupo deverá ser feito um débito na respectiva conta. É preciso lembrar que cada lançamento fará com que haja movimentação (Para o aumento das contas de ativo – lembrando que caixa é uma delas – deverá ser feito um débito na respectiva conta e para o aumento de uma conta de Passivo deverá ser feito um crédito nesta conta) em, pelo menos, duas contas, pois deverá ser respeitado o princípio das partidas dobradas. Imaginando a constituição de capital da empresa, o lançamento ficará da seguinte forma, se feito sob a forma de razão: Percebeu que quando os lançamentos são efetuados no razonete é identificado o nome do elemento, ou seja, da conta ― no caso, a conta caixa e a conta capital social, o valor a débito ou a crédito e o saldo da conta. • As contas de natureza devedora, ou seja, as contas de Ativo, deverão ter o saldo que é a diferença entre os débitos e créditos do lado devedor; e • As contas do Passivo e do patrimônio líquido deverão ter seu saldo dado pela diferença entre débitos e créditos do lado credor, seguindo sua natureza. Você já conheceu o que é uma conta e para que ela serve, mas já parou para imaginar como elas ficam organizadas na contabilidade? Elas ficam organizadas por um elemento conhecido como Plano de Contas. Plano de contas é uma lista de todas as contas disponíveis para lançamento em uma determinada empresa. Ele apresenta a classificação e a codificação do elemento contábil. Para que o plano de contas seja elaborado é necessário, inicialmente, que sejam observados alguns pontos. Veja: • A legislação da empresa em que o plano de contas será implantado, pois, por exemplo, o plano de contas de uma indústria possui diferenças do de uma prestadora de serviços; • As normas da legislação societária, Lei nº 6.404/76, nº 11.638/07 e nº 11.941/09; • Os Princípios Contábeis (PC) estabelecidos pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). A estrutura do plano de contas deverá respeitar a legislação societária. A seguir, veja um modelo resumido com as contas de um plano de contas que servirá como base para os exercícios e próximas aulas: No Ativo: Deve-se observar também que no Ativo os elementos estão divididos em Ativo circulante e não circulante, eles têm data de recebimento dentro e após o exercício social, ou seja, duplicatas a receber no Ativo circulante são aquelas que serão recebidas em até um ano da data de emissão, já aquelas que estão em longo prazo serão recebidas após um ano da data de emissão, que ocorre na data da venda para terceiros. Ribeiro (2009) destaca que no balanço (derivado do plano de contas) as contas são ordenadas de acordo com o grau de liquidez segundo a legislação societária, observando-se o grau decrescente de liquidez dos elementos patrimoniais nele registrados, ou seja, é o maior ou menor prazo em que os bens podem ser transformados em dinheiro. As contas Caixa e Bancos estão em primeiro e segundo lugar na classificação, respectivamente, pois já representam valores monetários e estão disponíveis para a empresa a qualquer momento. Já a conta Clientes, primeiramente, precisa ser recebida depois do prazo combinado com os clientes para depois virar dinheiro. A conta Estoques, por sua vez, precisa ser vendida para só então virar dinheiro (no caso de venda à vista) ou transformados em clientes e, assim, recebidas em dinheiro. No Passivo: Já no Passivo a norma é que seja utilizada a ordem decrescente do grau de exigibilidade, o que quer dizer o maior ou menor prazo em que as obrigações serão pagas. Desta forma, no Passivo Circulante estão as obrigações que tem prazo de vencimento inferior a um ano e no Não Circulante aquelas que têm prazo superior a um ano. Conheça agora os elementos do Plano de contas: Elenco de contas: Depois de seguidos os requisitos como observação da legislação societária e especificidade da entidade deverão ser escolhidas as contas que serão utilizadas. Manual de contas: No manual de contas estão descritas as explicações para o bom uso de cada elemento do grupo. Neste manual, deverão ser discriminadas a função e o funcionamento de cada conta. Exemplos de função e funcionamento de contas do balanço patrimonial: Conta – Caixa Função – Registro do valor existente em dinheiro na empresa. Inclusive os cheques que ainda não foram depositados deverão constar nesta conta e, após o depósito, deverão ser transferidos para a conta bancos. Funcionamento – Debita-se pela entrada e credita-se pela saída de recursos. Natureza – Devedora Conta – Bancos Conta Movimento Função – Registro dos valores existentes nas contas correntes da empresa. Para cada banco com que a entidade opera deverá existir uma conta contábil diferente. Funcionamento – Debita-se pela entrada (depósitos e transferências) e credita-se pela saída de recursos (saques ou cheques emitidos). Natureza – Devedora Conta – Aplicações Financeiras Função – Quando as empresas possuem valores sobrando em conta corrente ou desejam ter algum rendimento com capital disponível, elas fazem aplicações em instituições financeiras e estas devem ser registradas em contas que evidenciem esta operação. Funcionamento – Debita-se pela entrada (aplicações) e credita-se pela saída de recursos (retiradas). Natureza – Devedora Conta – Clientes Função – Pode ser utilizada também a conta de duplicatas a receber. Refere-se às vendas efetuadas pela empresa a prazo e que serão recebidas após determinado tempo. Funcionamento – Debita-se pela entrada (vendas a prazo) e credita-se pelo recebimento dos valores de clientes. Natureza – Devedora Conta – Estoques Função – Divide-se em três categorias: matérias-primas, produtos em elaboração e mercadorias (que são as mercadorias já finalizadas). Funcionamento – Debita-se pela entrada (compra de estoques) e credita-se pela saída de mercadorias, seja pela transferência da matéria para a conta de produto em elaboração, desta conta para a conta de mercadorias ou da conta de mercadorias para a revenda. Natureza – Devedora Conta – Adiantamento a empregados Função – Esta conta pode ser utilizada para adiantamento de salários ou ainda adiantamentos de viagens. São valores concedidos aos funcionários e descontados posteriormente. Funcionamento – Debita-se pelo fornecimento do adiantamento ao funcionário e credita-se pela respectiva prestação de contas do adiantamento, na baixa do mesmo. Natureza – Devedora Conta – Veículos Função – Conta em que são registrados os valores referentes à aquisição de veículos para a manutenção da atividadeda empresa. Funcionamento – Debita-se pela compra de um veículo e credita-se pela baixa do mesmo por venda, perda ou descontinuidade do mesmo. Natureza – Devedora Conta – Fornecedores Função – Representação das aquisições de mercadorias a prazo. Funcionamento – Credita-se pelas compras a prazo e debita-se pelo pagamento das mesmas. Natureza – Credora Conta – Empréstimos Função – Conta em que são registradas as obrigações com instituições financeiras referentes à aquisição de empréstimos financeiros. Funcionamento – Credita-se pela aquisição de empréstimos e debita-se pelo pagamento dos mesmos. Natureza – Credora Conta – Salários a pagar Função – Representada pelas obrigações de pagamento de salários aos funcionários Funcionamento – Credita-se pela criação mensal da obrigação de salários a pagar e debita-se pelo pagamento de salário aos funcionários. Natureza – Credora Conta – Impostos a pagar Função – Esta conta apresenta os valores que a empresa deve para o governo, ou seja, os impostos que ela tem a pagar devido ao desenvolvimento de sua atividade. Funcionamento – Credita-se pela criação mensal da obrigação de impostos a pagar e debita-se pelo pagamento devido do imposto. Natureza – Credora Conta – Capital Social Função – Conta que reúne os valores fornecidos pelos sócios para constituição do capital das entidades. Funcionamento – Credita-se por constituição do capital na empresa e pelos respectivos aumentos de capital e debita-se pela saída dos sócios nas empresas. Natureza – Credora As contas de resultados estão divididas em dois grupos (receitas e despesas) e o resultado do exercício será apresentado a partir do confronto desses grupos. Mas de que forma isso acontece? O resultado é apurado pela diferença entre a soma das despesas e das receitas e após isso é feita a transferência dos resultados para uma conta (apresentada no plano de contas modelo) chamada de Resultado do Exercício, em que finalmente é obtido o lucro ou prejuízo da empresa no período. Para que serve então o plano de contas? O plano de contas permite a existência de um manual de consulta que será usado toda vez que for realizada a escrituração contábil e para que não haja dúvidas nesse processo. Os códigos de forma resumida são apresentados da seguinte forma: No plano de contas, para que não haja confusão das contas com os grupos, deverá ser utilizado apenas um código numérico para cada conta. Esse código é composto por um ou mais algarismos que farão a identificação de cada conta ao longo do plano de contas, que serve para diferenciar as contas de resultado das contas patrimoniais e, no caso de registro feito via sistema, substituir o nome da conta pelo seu título. Além disso, esse processo facilita a organização e o bom entendimento das contas na hora de seu registro. Assim, em resumo, o plano de contas serve para padronizar os procedimentos que deverão ser adotados na escrituração contábil, para delimitar os títulos, funcionamento e função das contas, bem como a classificação de acordo com a sua natureza. Serve também como um guia que orientará a pessoa responsável pela contabilização dos dados de uma empresa e permitirá que sejam entendidas e vistas as relações entre as contas. Lembre-se de que o plano de contas apresentado é apenas um modelo simplificado do que é realmente utilizado nas empresas. Não esqueça também que cada plano de contas, como já comentado anteriormente, apresenta particularidades próprias ao tipo de atividade que a empresa executa. Então, o plano de contas de uma empresa industrial apresentará mais contas do que um de uma empresa prestadora de serviços, devido à complexidade do tipo de atividades da entidade. É preciso observar por último que os diversos setores da economia, como financeiro, secundário e outros necessitarão de adaptações no plano de contas. TELETRANSMITIDA Elemento Patrimoniais, como são reconhecidos pela Contabilidade? A contabilidade registra esses elementos patrimoniais de que forma? Esses elementos são registrados por meio de uma CONTA. Conhecidos como Cotas Contábeis. Conta é um recurso contábil utilizado para reunir sob um único item todos os eventos e valores patrimoniais (bens e direitos ou obrigações) de mesma natureza. Exemplo: Compra à vista de cadeiras e mesas para a nova secretária do escritório, conforme Nota Fiscal nº 001245 de 02/02/11 da Móveis Tudo LTDA, no valor de R$ 540,00. Quais os elementos patrimoniais envolvidos nessa transação? Cadeiras e mesa (pela compra/aquisição) e dinheiro (pagamento à vista). Quais as contas que representam esses elementos pela compra/aquisição? Móveis e utensílios é a CONTA CONTÁBIL que representa os elementos cadeiras e mesas. Quais as contas que representam os elementos pelo pagamento à vista? Caixa é a CONTA CONTÁBIL que representa o elemento dinheiro. Tipos de contas: Contas patrimoniais são as contas do patrimônio. Contas de resultado são contas que apresentam o resultado de uma entidade, para verificar se esta teve lucro ou prejuízo. Ex. de contas patrimoniais: Bancos conta movimento, móveis e utensílios, impostos a recolher, capital social, caixa e outros. Ex. de contas de resultado: Despesas de salários, despesa com impostos, água, luz e telefone, receitas de vendas, receitas com prestação de serviços e outros. O plano de contas são as contas que a empresa faz para ela conseguir fazer as contabilizações. É o agrupamento ordenado de todas as contas que são utilizadas pela contabilidade de determinada empresa, e as diretrizes e normas que objetivam uniformização dos registros. Curto prazo compreende o exercício atual e o seguinte. Longo prazo é a partir do término do exercício social seguinte. Grau de liquidez – decrescente: os itens de maior liquidez são classificados em primeiro plano e os de menor liquides aparecem em último lugar para as contas do ativo. Grau de exigibilidade – decrescente: Os itens de maior exigibilidade são classificados em primeiro plano e os de menor exigibilidade aparecem em último lugar para as contas do passivo. CONCEITO DE ESCRITURAÇÃO Toda informação que vá afetar a estrutura patrimonial de uma empresa precisa ser escriturada. Escrituração é o registro formal padronizado de uma ocorrência que vá afetar o PATRIMONIO de uma empresa. Agora que você já sabe identificar os elementos patrimoniais, ou seja, os bens, direitos e obrigações e também entendeu como estes são classificados de acordo com o plano de contas, é necessário que entenda o funcionamento e o registro dos atos e fatos contábeis. Além disso, você precisará compreender como estes elementos são contabilizados durante o exercício social, ou seja, como ocorre o seu registro na contabilidade, que é feito pela escrituração contábil. Dessa forma, ficará claro que os registros contábeis que possibilitam a visualização e o entendimento lógico das informações nascem deste fato. Como o patrimônio se altera? Quais são os fatos que provocam modificações e como elas se configuram? Você já parou para pensar nisso? Para compreender como os fatos fazem com que o patrimônio se altere é preciso abordar o tópico atos administrativos e fatos contábeis. ATOS ADMINISTRATIVOS: Os atos administrativos são aqueles que ocorrem nas entidades e não provocam nenhum tipo de alteração no patrimônio. Podemos citar como exemplo a contratação de um funcionário e a movimentação de um móvel dentro da empresa, entre outras ações que não provocam nenhuma alteração contábil. A contratação de um empregado é um ato administrativo, pois não provoca nenhum registro contábil. O que gera registro contábil é o pagamento do salário do empregado, porque modificou o patrimônio gerando uma despesa e a saída de dinheiro do caixa ou do banco. Esses são, portanto, atos meramente administrativos que não provocam nenhum impacto contábil. Porém, existem alguns atos administrativos que no futuro gerarão alterações no patrimônio. Entre eles está a contratação de seguros que gerará despesas oucustos para a empresa ― se for a prazo gerará um Passivo e se for à vista um desembolso do caixa ou bancos. Outro exemplo é quando a empresa avaliza, ou seja, quando ela se compromete a pagar dívidas de terceiros. Fazendo isso, ela pode arcar no futuro com uma dívida que não é dela e isso impactará no patrimônio da mesma. FATOS CONTÁBEIS: Os fatos contábeis são aqueles que alteram o Patrimônio da entidade, podendo ou não alterar o Patrimônio Líquido. Eles estão classificados em três tipos distintos: • fatos permutativos: São aqueles que provocam mutações entre contas do Ativo, ou do Ativo e do Passivo, sem provocar mudanças no Patrimônio Líquido. No caso de permutação de valores do Ativo, podemos citar como exemplo a compra de um imóvel à vista, em que o dinheiro sai do caixa e vai para o imóvel, ou seja, só há a permuta ou troca de valores entre Ativos • fatos modificativos ou quantitativos: Os fatos modificativos ou quantitativos são aqueles que envolvem despesas e receitas, que são elementos que aumentam ou diminuem o patrimônio das entidades pela apuração do lucro ou prejuízo. Esses fatos também estão divididos em: • fatos mistos: Envolve simultaneamente um fato permutativo e um modificativo, ocorrendo aumento no Ativo, Passivo ou Patrimônio Líquido, simultaneamente ou não. Podem ser de dois tipos: • Aumentativos mistos - quando envolvem duas ou mais contas de patrimônio e uma de resultado (receita), como o recebimento com juros; e • Diminutivos mistos - que envolvem duas ou mais contas patrimoniais e uma ou mais contas de despesa, como pagamentos com juros, por exemplo. Pense no seguinte fato: A empresa obteve um empréstimo no valor de R$2.500,00 e o contador na hora de classificá-lo contabilizou o valor na conta de Contas a Pagar em vez de classificá-lo corretamente na Conta Empréstimos. Veja: ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL A escrituração contábil é a técnica responsável pelo registro de todos os fatos contábeis de uma entidade, segundo os princípios e normas contábeis, com o objetivo de evidenciar a situação econômica, financeira e patrimonial das entidades que estão submetidas a ela, além dos resultados obtidos em um determinado período de tempo, o qual é denominado exercício social. (MARION, 2009) Tem como objetivo principal o estudo, o controle e a geração de informações e orientações acerca do estado patrimonial e de suas variações. Para que sejam efetuados todos os registros dos atos e fatos que figurarão no patrimônio empresarial e no Balanço Patrimonial contábil é utilizada a técnica do registro contábil por meio do método das partidas dobradas. Método das partidas simples: É necessário, inicialmente, que seja compreendido o método das partidas simples, que é o registro único dos fatos contábeis, em que apenas um elemento patrimonial é utilizado, ou seja, um valor no débito contábil ou um valor no crédito contábil, sem a necessidade de registro de outros componentes patrimoniais. Pela evidente deficiência, não permitindo o controle amplo do patrimônio, não é mais usado nos dias atuais. Método das partidas dobradas: Já o método das partidas dobradas, pelo seu mecanismo simplificado, é um método largamente utilizado e que possui como princípio fundamental o fato de que o registro de qualquer operação financeira implica em débito contábil em uma ou mais contas, gerando a necessidade de semelhante crédito de igual valor também em uma ou mais contas. Sendo assim, a soma dos valores debitados deve ser sempre igual à soma dos valores creditados. O que vai definir o saldo final de cada conta contábil é a diferença entre os valores debitados e creditados nela. É importante destacar que o sistema de escrituração contábil se utiliza de distintas maneiras para registrar os fatos contábeis que evoluíram na escrituração contábil com o passar do tempo. Nesse contexto, temos o sistema manual (O registro é feito nos livros de escrituração de maneira manual) e o sistema eletrônico (Chamado também de sistema informatizado, utiliza computadores para o registro dos fatos contábeis). Para que servem os Livros de escrituração? Para que as informações sejam registradas é necessário que sejam utilizados livros específicos que variam de acordo com a forma jurídica, o porte e também o ramo de atividade em que a empresa atua. Os livros deverão conter a numeração mecânica em suas páginas, bem como termos de abertura e fechamento, registro de acordo com o órgão fiscalizador competente e a forma de encadernação. O profissional responsável pelo preenchimento deverá evitar rasuras, borrões e emendas. Além disso, o livro deverá ser organizado em ordem cronológica e sem nenhum tipo de registro nas entrelinhas e margens. Existem diversos livros na contabilidade, entre eles os contábeis, os auxiliares, os societários, os fiscais e os trabalhistas. Dentre os principais destacam-se: Livro Diário e Livro Razão. LIVRO DIÁRIO: Obrigatório, de acordo com o Código Civil. Registra as transações que ocorrem dia a dia e que afetam a situação patrimonial. O Diário tem a seguinte estrutura: LIVRO RAZÃO: Apresenta o registro de cada conta em uma folha separada, contendo os valores a débito e a crédito, sendo possível ver o saldo da conta a qualquer momento. É de apresentação obrigatória. O razão possui a seguinte estrutura: Além disso, de acordo com a Legislação Societária (Lei nº 6.404/76), os seguintes livros são exigidos: • Atas de assembleias; • Atas de reuniões da diretoria; • Atas de parecer do conselho fiscal. Já segundo a legislação tributária podem ser citados os seguintes livros: • Apuração do IPI; • Apuração do ICMS; • Registro de inventário. E de acordo com Legislação trabalhista: • Registro de empregados. TELETRANSMITIDA: Técnica de Balanços Sucessivos: É uma das técnicas de se fazer a contabilidade é utilizando-se o conceito de Balanços Sucessivos. A variação patrimonial explicada pelos registros contábeis. Pede-se levantar o balanço Patrimonial de Janeiro/11 para a empresa Irmãos Silva & Cia LTDA utilizando a Técnica de Balanços Sucessivos. Três amigos resolveram organizar uma empresa em 15/01/11, a qual denominaram Irmãos Silva & Cia Ltda, com um capital integrado, no ato, em dinheiro de R$100.000,00. As primeiras operações da empresa foram as seguintes: 15.01: Constituição do capital inicial pelos sócios, em dinheiro, no total de R$100.000: 18.1 – Compra de um imóvel por R$ 30.000,00, pagando da seguinte forma: R$ 10.000,00 em dinheiro, e o restante mediante uma promissória com vencimento para 18-03-2011 (desconsiderar juros); 19.01 – Compra, à vista, de um veículo necessário para a entrega de produtos por R$ 40.000,00; Neste caso, ocorreu um FATO PERMUTATIVO, não houve alteração no valor do Patrimônio 20.1 - Foram comprados de A & Cia, a prazo, R$ 8.500,00 em equipamentos; 23.1 - Foi obtido um empréstimo para a empresa, junto ao Banco do Sul S.A., de R$ 15.000,00, para pagamento em mar/11; 25.1 – Foram pagos R$ 5.000,00 em dinheiro à A & Cia., para liquidação de parte da dívida contraída pela compra de equipamentos efetuada em 20.1; 27.1 – Integralização (Sócios colocaram dinheiro no Patrimônio) de capital no valor de R$ 10.000,00 em dinheiro. 30.1 – Compra, à vista, da Cia. B, de R$ 17.000,00 em peças para reparos. LANÇAMENTOS É a consequência da necessidade da escrituração de uma informação contábil dentro da estrutura interna de um sistema contábil de uma empresa. O lançamento é a maneira de registrar de forma padronizada o detalhamento de uma determinada operação, com data, contas, descrever o histórico da operação e o total. Existem 4 formas: Primeira fórmula: registra um débito e um crédito; Segunda fórmula: registra um débito e duas ou mais contas lançadas a crédito; Fórmula: registra duas ou mais contas a débito e uma a crédito; Quarta Fórmula: registra duas ou mais contas a débito e duas ou mais contas a crédito. Você já parou para pensar em tudo que possui? Já percebeu que isso faz parte do seuPatrimônio? Muitas pessoas acham que só os bens que elas possuem fazem parte do patrimônio, mas é preciso lembrar que o que elas têm a receber, ou seja, os direitos, e o que elas têm a pagar também fazem parte do conjunto denominado Patrimônio. Outro aspecto importante é compreender como funcionam as movimentações no patrimônio, ou seja, como este aumenta, diminui ou sofre qualquer tipo de movimentação. É importante saber também quais as possíveis situações patrimoniais, o que demonstra e como o balanço pode ser configurado. Como os fatos são registrados? Como nascem os registros na Contabilidade? Ribeiro (2010) afirma que a escrituração contábil é o modo de registros de fatos e atos administrativos e, conforme visto anteriormente, ela pode ser feita por dois métodos: Partidas simples: Método que registra somente o controle de um elemento contábil. Podemos considerar como exemplo o controle do livro caixa em que são registradas as entradas e saídas de dinheiro, sem a preocupação de evidenciação do controle dos outros elementos patrimoniais, lucro ou prejuízo. Este método é incompleto e não evidencia as mutações de forma global no patrimônio. Partidas dobradas: Este método, que já foi rapidamente abordado, está baseado na seguinte premissa: A soma de todos os débitos é igual à soma de todos os créditos. Você lembra das nomenclaturas contábeis? O débito representa o lado esquerdo do razonete, ou seja, os bens e direitos. Já o crédito representa o lado direito do razonete, ou seja, as obrigações. Inicialmente, você vai precisar se preocupar com alguns detalhes como: • O fato que ocorreu e que vai ser registrado; • Se é débito ou crédito; e • Qual conta será afetada. Para que o lançamento seja efetuado em livro Diário é preciso também que sejam observados alguns elementos: • Local; • Data de ocorrência do fato; • Conta que deverá ser debitada; • Conta que deverá ser creditada; • Histórico; e • Valor. Observe um exemplo: Observe a nota fiscal da compra à vista de um carro no valor de R$30.000,00 e confira os passos para um lançamento de compra deste tipo: O primeiro passo é verificar o local e a data da ocorrência da compra (fato administrativo). O segundo passo é verificar se existe um documento que sirva para comprovar a compra (fato administrativo). Neste caso, existe a Nota Fiscal 12 da Cia de Carros Ltda. Na terceira etapa é preciso identificar os elementos envolvidos. No caso, foi feita uma compra à vista ― o que representa dinheiro ― de um veículo, que é o segundo elemento. Na aula 3, você foi apresentado ao conceito de plano de contas, lembra? Nesse quarto passo, ele será retomado, pois é preciso verificar se os elementos envolvidos são bens, direitos, obrigações, patrimônio líquido, receitas ou despesas. Se você pensar um pouco verá que, pelo conceito de plano de contas, temos dois bens envolvidos: • Dinheiro; e • Veículo. Depois de identificar que os dois elementos são um bem, é preciso analisar quais contas do plano de contas representam esses elementos. Veja a seguir: O pagamento à vista em dinheiro representa, segundo a nomenclatura contábil, o uso da conta Caixa e a compra de um veículo deverá ser registrada na conta de veículos. Portanto, estão sendo afetados dois elementos do Ativo. Isso caracteriza, na prática, a quarta etapa ou passo a ser observado. No quinto passo, o histórico do lançamento deve ser delimitado. Veja como: “Compra de um veículo à vista, em São Paulo, na data 05/02/12, no valor de R$30.000,00, conforme nota fiscal 12 da Cia de Carros Ltda.” No sexto passo, deverá ser eleita a conta que deve ser debitada e a conta que deve ser creditada. Para isso é necessário delimitar claramente a situação: Uma compra, ou seja, saída de dinheiro do caixa contra a aquisição de um veículo que é um imobilizado. É possível, assim, identificar nesta situação um fato administrativo (RIBEIRO, 2010), uma vez que ocorreu um fato permutativo entre elementos do Ativo em que o dinheiro saiu de uma conta (Caixa) e foi aplicado na conta veículos. Utilizando o seguinte quadro, é possível começar a entender como funciona a movimentação das contas. Veja: Neste caso, temos duas alterações em contas do Ativo, um aumento e uma diminuição. A seguir, apresentamos o quadro anteriormente apresentado, porém em razonete. Ribeiro (2010) lembra que as contas de despesa serão creditadas para o encerramento do exercício e que as contas de receita serão debitadas no encerramento do exercício. Porém, esse tópico será abordado futuramente. Assim, em nosso lançamento, teremos que debitar a conta veículos, porque o valor do bem está entrando nesta conta, ou seja, não tínhamos nada nesta conta e agora passamos a ter. Já a conta caixa deverá ser creditada, pois estamos diminuindo essa conta, uma vez que o dinheiro está saindo para a compra do veículo. No sétimo passo realizaremos o lançamento propriamente dito. Aqui será apresentado um exemplo adaptado de diário, mas você pode encontrar muitos exemplos com diferentes números de colunas e outras nomenclaturas. Porém, a ideia básica é a mesma: Notou que no crédito a palavra caixa veio procedida de um “a”? Esta letra, na terminologia contábil, quer dizer “crédito”. A leitura do texto contábil, então, fica da seguinte forma: “Veículos a Caixa”. Neste exemplo, foi utilizado um diário de 4 colunas, assim definido para fins didáticos: • Na primeira coluna, foram lançados os dados referentes à identificação da transação, como local e data, conta a ser debitada e creditada e o histórico; • A outra é utilizada para lançamentos discriminados por parcela; • A próxima para o total de cada conta, quando forem realizados lançamentos de segunda, terceira e quarta fórmula; e • A última coluna está destinada ao total do lançamento. Este lançamento ficaria assim em forma de razonete: Fórmulas de lançamento: O lançamento anteriormente abordado era um lançamento denominado de primeira fórmula, ou seja, um débito para um crédito. Agora, de forma resumida, abordaremos os lançamentos de segunda, terceira e quarta fórmula. Segunda fórmula: quando existe um débito e mais de um crédito. O exemplo abaixo corresponde à compra de mercadorias em São Paulo, em 25/05/2012, conforme nota fiscal 01 da Cia Brasil Ltda., no valor de R$15.000,00, sendo 50% à vista e 50% a prazo, em 30 dias: Note que foi debitada a conta mercadorias e posteriormente foi creditada, pois existe um “a” na frente da palavra diversos, precedida do histórico da operação. Isso indica que existiram diversos créditos. Assim, foram creditadas a conta Caixa, no valor de R$15.000,00, e a conta Fornecedores, no valor de R$15.000,00, demonstrando que metade da compra foi à vista e metade foi a prazo. Veja os seguintes lançamentos que teríamos em razonete: Terceira fórmula: quando existe mais de um débito e apenas um crédito. Um bom exemplo para se entender essa situação é a criação de uma empresa, isto é, quando o dinheiro é colocado na entidade pelos sócios. Suponha que uma empresa foi criada com capital social de R$100.000,00, que foram integralizados, ou seja, colocados na empresa da seguinte forma: R$50.000,00 em dinheiro; e R$50.000,00 em móveis e utensílios. Este fato ocorreu em São Paulo, no dia 25 de maio de 2012, na Cia Ltda. Observe que agora a palavra diversos não vem precedida da letra “a”, o que indica que ela representa múltiplos débitos que serão posteriormente detalhados. O crédito ficou restrito à conta “Capital Social”, que possui um breve histórico de como esse capital foi integralizado. Posteriormente, são apresentados os dois débitos: um referente ao valor que entrou em dinheiro e outro referente a móveis e utensílios. Quarta fórmula: quando existe mais de um débito e mais de um crédito. Essa situação pode ser exemplificada por uma compra de móveis e utensílios no valor de R$10.000,00 e um computador de R$2.000,00, 50% a prazo e 50% à vista. A comprafoi efetuada no dia 08 de abril de 2012, na cidade da São Paulo, na Cia Sul Ltda., conforme nota fiscal 003. Note que a palavra diversos aparece duas vezes, sendo que na primeira vez aparece sozinha e na segunda precedida da letra “a”. Isso quer dizer, inicialmente, vários débitos e depois vários créditos. Depois de fazer todos os passos, temos os dois primeiros débitos, em móveis e utensílios e no computador, representando a entrada do bem. Posteriormente, existem dois créditos, a saída de caixa e o registro das compras a prazo em duplicatas a pagar. TELETRANSMITIDA Capital de Giro é o total representado pelo ativo circulante, geralmente composto pelas disponibilidades, estoques e contas a receber. Capital de Giro Líquido é a diferença do Ativo Circulante e Passivo Circulante: CCL = AC – AP CCL = Capital Circulante Líquido O Capital Circulante Líquido representa a folga Financeira da Empresa, o volume de recursos de longo prazo financiando os ativos correntes, ou seja, ativo circulante, ativo de curto prazo. Se a empresa tem mais CL do que PL, ela tem uma folga Financeira. Se a empresa tem mais PL do que CL, ela não tem recursos de Longo prazo suficientes para cobrir suas obrigações de Curto Prazo. Ela fica com o CCL negativo. REVISÃO 1 A 5 Contabilidade serve para ajudar na gestão das empresas fornecendo relatórios que auxiliam na gestão da empresa. Esses relatórios podem ser o Balanço Patrimonial, que diz a cerca do Patrimônio da empresa, como está o balanço da empresa. Os indicadores de liquidez demonstram a capacidade da empresa de honrar seus compromissos no curto prazo. Os indicadores de endividamento indicam as dívidas da empresa, qual a porcentagem está no curto prazo, e qual porcentagem está no longo prazo. Demonstração de Resultado do exercício diz se a empresa teve lucro ou prejuízo. RAZONETES E BALANCETES Razonetes são estruturas em formatos de T, também conhecidos como contas em T, que facilita muito a visualização das operações que são registradas dentro das empresas. Vai ter uma conta em T para cada natureza diferente dentro da operação. Todas as ocorrências de entradas e saídas vão afetar a conta em T que são utilizadas como instrumento de registro e também controle de entradas e saídas que são registradas tanto a débito quanto a crédito. Balancete é verificado tudo que foi lançado dentro dos razonetes, dentro das contas em T. É lançado tudo em colunas, como em contabilidade, tudo que é lançado em débito deve ser lançado em crédito. Quando for consolidar isso dentro de um único instrumento de verificação precisa fazer o total de débitos que foram registrados e confrontar com o total de créditos que foram utilizados. O total de débitos vai ter que ser igual ao total de créditos. Estamos acompanhando os lançamentos feitos na forma de diário, de razonete e agora vamos conferir e confirmar os lançamentos utilizando o balancete de verificação, já que a contabilidade é um trabalho contínuo. O balancete de verificação nada mais é do que um relatório utilizado antes da elaboração das demonstrações contábeis e que, confrontando os saldos, verifica se o método das partidas dobradas foi seguido. É, portanto, uma ferramenta importante que possibilita que seja feito um subtotal das rotinas contábeis, permitindo que a pessoa responsável pela elaboração das demonstrações contábeis possa descobrir determinados erros e inconsistências antes da elaboração final dessas demonstrações. Você lembra o que é razanote? O razonete ― uma versão simplificada do livro razão ― é também conhecido como gráfico em “T” ou conta em “T” por causa da sua estrutura. Isso permite que sejam conhecidos os seus saldos, possibilitando a apuração do resultado e a elaboração das demonstrações contábeis. Obs.: Livro Razão: Conforme afirma Ribeiro (2010), o Livro Razão é o mais importante da contabilidade pois nele é possível controlar, separadamente, o movimento de todas as contas. Veja como o razonete pode ser utilizado para o entendimento do débito e do crédito: O razonete da conta Bancos apresenta o lado do débito (em que serão lançadas as entradas, conforme já vimos em resumo anterior) e o lado do crédito (em que serão lançadas as saídas). Este raciocínio foi utilizado para uma conta de ativo (bancos). Mas como ficaria para uma conta de passivo? Vamos utilizar a conta Fornecedores, para demonstrar o raciocínio: Notou que os elementos são os mesmos (débito e crédito)? Entretanto, para as contas do passivo, as entradas serão representadas pelos créditos e as saídas pelos débitos, reparou? Observe os lançamentos e como eles são demonstrados de forma cumulativa nos razonetes: 1. Integralização (subscrição) de capital social, em dinheiro, no valor de R$10.000,00; 2. Compra de móveis e utensílios no valor de R$2.000,00 à vista; 3. Compra de mercadorias, a prazo, no valor de R$10.000,00; 4. Abertura de conta corrente, no valor de R$500,00; 5. Compra de mercadoria, à vista, no valor de R$2.000,00. É preciso agora que você note alguns detalhes: Foram colocados números ao lado das operações, reparou? Isso serve para identificar à qual operação o lançamento se refere. Assim, os valores que contém o número 1 ao lado são relativos à operação número 1. Note que na operação número 1 foi feito um crédito no Capital Social. Isso representa o aumento desta conta, uma vez que ela é uma conta de Patrimônio Líquido. Já a contrapartida deste valor está no caixa, pois o valor foi subscrito em dinheiro. Deverá ser feito, então, um débito no caixa, o que indica aumento de valor nessa conta ― que era zero e foi para R$10.000,00. A operação 2 foi a compra de Móveis e utensílios à vista, o que causou um débito, ou seja, uma entrada na primeira conta e um crédito na conta caixa ― o que representa a saída de valor. Na operação 3, por sua vez, houve a compra de mercadoria, o que gerou um débito na conta Mercadoria, ou seja, uma entrada em uma conta de Ativo. Sua contrapartida foi um crédito na conta fornecedores ― o que, em termos contábeis, significa aumento desta conta. A operação 4 foi a constituição de uma conta corrente para a empresa, o que gerou um débito na conta banco e um crédito na conta caixa, pois foi dali que o dinheiro saiu para entrar no banco. Por fim, na operação 5 foi efetuada uma compra de mercadorias à vista. Isso gerou um débito na compra de mercadorias, o que indica um aumento desta conta e um crédito no caixa, caracterizando a saída de numerário. Você também deve ficar atento ao seguinte: Para iniciarmos o próximo tópico, relativo ao Balancete, é preciso apurar o saldo dos razonetes anteriormente apresentados. Isso acontece quando é traçada uma linha e o saldo da conta é apresentado de acordo com a natureza da conta. Vamos usar o exemplo da conta caixa que analisamos no PDF da página anterior. Mas, afinal, para que serve o balancete? Você se lembra que, de acordo com o método das partidas dobradas, todo valor lançado a débito possui um crédito correspondente? Como o próprio nome diz, ele serve para verificar se os saldos dos créditos são iguais ao saldo dos débitos. Além disso, o balancete de verificação tem outras finalidades, como: Apresentar possíveis erros que acabem por distorcer a contabilidade, como o erro na natureza das contas. Se, por um acaso, a conta bancos apresentar saldo credor diferentemente da sua natureza que é devedora, o balancete de verificação apresentará este erro e será possível corrigi-lo antes de se efetuar o balanço patrimonial. Mostrar as variações em cada elemento patrimonial, ou seja, se a conta aumentou ou diminui naquele determinado período. O balancete de verificação poderá servir de base para a apuração do resultado e para a elaboração das mais diversas demonstrações contábeis. Como foi dito anteriormente, comprovar definitivamente o seguimento do princípio das partidas dobradas, em que a soma dos débitos é igual à soma dos créditos. Apresentar os saldos de todas as contas, uma vez que em suascolunas é possível ver o saldo inicial e as movimentações de cada conta apresentada nos razonetes. Mesmo com tantas finalidades, o balancete não pode detectar alguns erros, como as contas com a natureza trocada, que acontece quando você esquece e lança a conta caixa com natureza credora. Isso só será apresentado como uma inversão de valores, mas você precisa ficar extremamente atento e sempre lembrar-se da natureza das contas. Você também deve ficar extremamente ligado na hora de debitar e creditar corretamente as contas, pois o balancete não previne erros de inversão de lançamentos nas contas. Porém, existem algumas formas de se evitar esse tipo de erro. Boletim de caixa para confirmação do saldo do caixa. Apresentaremos um caso, onde será possível conferir o boletim de caixa com o balancete, em que os saldos deverão bater. O boletim de caixa é um controle, feito diariamente na conta caixa e apresenta o seguinte formato: No caso dos bancos, é possível conferir o saldo da conta apresentado no balancete com o valor apresentado nos extratos bancários das contas da empresa. A conta estoque poderá sofrer contagem física dos elementos apresentados, o que poderá ser confrontado com a conta no balancete. Tipos de Balancete Existem três tipos de Balancete, mas, antes de conhecê-los, é preciso ficar atento a alguns elementos que sempre devem constar, como: 1. A identificação da entidade em questão; 2. A data de elaboração; 3. O período a que se refere; 4. A identificação das contas afetadas; 5. Os saldos devedores e os credores e a soma destes saldos. Agora conheça os tipos de Balancete: Balancete de duas colunas: Conhecido também como balancete sintético, esse é o tipo mais comum de balancete, pois é aquele de duas colunas, em que você trabalhará somente com o saldo das contas. Observe um modelo de balancete de duas colunas: Balancete de quatro colunas: Já o balancete de quatro colunas ― conhecido também como analítico, pois permite a análise dos valores envolvidos ― apresenta a movimentação em cada conta, como pode ser visualizado abaixo: Balancete de seis colunas: Também temos o modelo mais utilizado, que é o balancete de seis colunas, ou balancete complexo. Nele é possível ver o saldo do período anterior, o movimento atual e o saldo no final. DICA: Observe sempre se o valor lançado na conta de saldo anterior é igual ao movimento e o valor do saldo final. A elaboração do balancete requer alguns passos seguidos para que não ocorram erros. Veja quais são eles: 1. Inicialmente os fatos deverão ser lançados no livro diário; 2. Depois, os lançamentos devem ser registrados no livro razão ou nos razonetes; 3. Após o término de todos os lançamentos, deverá ser feita a soma dos valores a débito e a crédito e deverá ser apurado o saldo de cada conta; 4. Posteriormente o balancete, de preferência o de seis colunas, que é o mais completo e permite a conferência de todos os valores, deverá ser elaborado; 5. Todas as contas utilizadas no razonetes deverão ser registradas no balancete; 6. Deverá ser transferido, caso haja, o saldo inicial das contas devedoras e credoras nas duas primeiras colunas do balancete; 7. Depois, deverá ser transferido para a coluna Movimento os valores movimentados nos razonetes, ou seja, tudo o que entrou e o que saiu durante o período de elaboração dos demonstrativos; 8. Por fim, deverão ser transferidos para a coluna Saldo Final os valores devedores e credores de cada conta. Estes valores serão obtidos nos razonetes confrontando-se o saldo inicial mais as entradas, menos as saídas; 9. Deverá ser feita uma verificação final de todos os totais das colunas: checar se Saldo Inicial, Movimento e Saldo Final estão batendo, ou seja, se débito e crédito têm o mesmo valor em cada uma destas colunas; 10. Além disso, já na finalização da elaboração do balancete, deverão ser conferidas as naturezas das contas, isto é, se todas as contas foram contabilizadas corretamente e não estão com a natureza trocada, o que fará com que existam problemas na hora de finalizar as demonstrações contábeis. Balancete de verificação Conforme a Resolução CFC nº 685/90 que aprova a NBC T 2.7, no que diz respeito ao balancete, deve ser observado: • O balancete de verificação do Razão é a relação de contas, com seus respectivos saldos, extraída dos registros contábeis em determinada data; • O grau de detalhamento do balancete deverá ser adequado à sua finalidade; • Os elementos mínimos (Identificação da Entidade; Data a que se refere; Abrangência; Identificação das contas e respectivos grupos; Saldos das contas, indicando se devedoras ou credoras; Soma dos saldos devedores e credores) que devem constar do balancete; • O balancete que se destinar a fins externos à Entidade deverá conter nome e assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e número de registro no CRC; • O balancete deve ser levantado, no mínimo, mensalmente. Exemplo prático da sequência que leva à elaboração do balancete Saldos iniciais da Cia Exemplo Ltda.: Capital Social – R$10.000,00 Caixa – R$2.000,00 Mercadorias – R$4.000,00 Veículo – R$4.000,00 Durante o mês de abril de 2012, ocorreram os seguintes fatos: 1. No dia 04 de Abril, abertura de conta corrente no valor de R$500,00; 2. Compra, no dia 10 de Abril, de mercadoria a prazo no valor de R$2.000,00. A mercadoria foi comprada da Cia Ltda., conforme nota 001; 3. No dia 12 de Abril, pagamento de fornecedores no valor de R$500,00, valor referente à Cia Ltda., conforme nota 001; 4. Compra, no dia 28 de Abril, de móveis e utensílios a prazo no valor de R$3.000,00. A compra foi efetuada na Cia Brasil Ltda., conforme nota o13. Para fins didáticos, utilizaremos os lançamentos de forma simplificada no diário: Débito – Conta Corrente – R$500,00 Crédito – Caixa – R$500,00 Débito – Mercadoria – R$2.000,00 Crédito – Fornecedor – R$2.000,00 Débito – Fornecedores – R$500,00 Crédito – Caixa – R$500,00 Débito – Móveis e utensílios – R$3.000,00 Crédito – Contas apagar – R$3.000,00 Agora, faremos o balancete de verificação: TELETRANSMITIDA: Método das Partidas Dobradas é um método universalmente aceito e utilizado. Para cada débito corresponde um crédito de igual valor ou para aplicação de recursos, há uma origem de igual valor. Utiliza-se o conceito de registro individual nas contas, para posteriormente elaborar os demonstrativos contábeis. Conta T ou Razonete: é uma representação gráfica de uma conta. Tem como principal função apresentar os saldos das contas: a débito ou a crédito. O lado esquerdo é representado pelos débitos e o lado direito pelos créditos. Débito: São as aplicações de Recursos. Crédito são as origens de recursos. Contas de natureza devedora: Contas patrimoniais (bens e direitos); Contas de resultado (despesa); Quando debitados aumentarão seus saldos, quando creditados diminuirão seus saldos. Natureza Credora: Contras Patrimoniais (Obrigações e Patrimônio Líquido); Contas de Resultado (receita); Quando debitadas diminuirão seus saldos, quando creditados aumentarão seus saldos. CONTAS DE RESULTADO Contas de resultado são as contas de receita e as contas de despesas, elas têm o poder de trazer o resultado econômico da empresa. Resultado econômico não é resultado financeiro. Anteriormente foi abordado o conceito de contas patrimoniais, que são aquelas que compõem o balanço das entidades: bens, direitos e obrigações. Agora veremos os dois últimos grupos de contas e que servem para que seja apurado o resultado das entidades: as contas de despesas e receitas. Essas contas são extremamente importantes para que as entidades possam verificar se estão tendo lucro ou prejuízo, e, assim, possam maximizar seus ganhos ou tentar reverter suas perdas. Vamos entender, nesta aula, o que são essas contas, qual a sua natureza, como são contabilizadas, como funcionam e qual o seu impacto no resultado das entidades. Receitas e Despesas Como você acha que a empresa sabe se está tendolucro ou prejuízo? Como ela sabe se a atividade dela está sendo rentável? Bem, esse processo começa pela apuração do resultado, mas para você chegar nele, inicialmente, precisa estudar os conceitos de receita e despesa. Vamos lá? Lucro ou prejuízo? Imagine uma empresa. A cada exercício social, a instituição deve apurar o resultado do seu exercício, como mostra o quadro abaixo: *Exercício social é o espaço de tempo, geralmente 12 meses, em que as pessoas jurídicas apuram seu resultado, coincidindo ou não com o ano-calendário, de acordo com o que estiver disposto no estatuto ou contrato social. *As receitas e as despesas são confrontadas através da apuração do resultado do exercício e são apresentadas na Demonstração do Resultado do Exercício. Receita Já vimos na aula 3 que as receitas de uma entidade podem ser caracterizadas mais comumente por ingressos de elementos para a estrutura do Ativo das empresas, seja por dinheiro ou direitos a receber no curto ou no longo prazo. Estes ingressos estão ligados à prestação de serviços, venda de mercadorias ou de produtos fabricados. Lembrando que as receitas têm natureza credora. Veja como fica a contabilização de dois tipos de receitas diferentes: Note que o que muda é a conta de Ativo, de Caixa para Clientes. Isso acontece porque a receita, na contabilidade, ocorre de acordo com o Regime de Competência, que será explorado em breve. De maneira adicional, as empresas podem obter receitas que decorrem de investimentos em outras empresas, caracterizados por dividendos ou juros sobre capital próprio. *Os dividendos e os juros sobre capital próprio estão diretamente ligados à quantidade de dinheiro investida em outras empresas como forma de diversificação de ganhos. Lembre-se que a receita também pode ser gerada por um desconto (parcial ou total) recebido de um fornecedor ou qualquer outro credor da empresa, mas que isso não é tão comum quanto as duas situações explicadas anteriormente. Nesta situação é importante ressaltar que não há ingresso imediato de recursos nem promessa de ingresso de recursos no futuro. *O que ocorre aqui, de fato, é que uma quantia que seria paga incialmente a este fornecedor ou credor não necessitará ser paga (nem parcial nem totalmente). Isso gerará um benefício à empresa, já que esta não necessitará devolver parte ou o todo da mercadoria ou do serviço anteriormente prestado pelo credor. Isso ocorre, muitas vezes, para fidelizar clientes novos ou antigos, gerando maior estreitamento de relações empresariais. Observe abaixo as operações que contabilizam a receita de uma empresa com descontos obtidos e responda: Não importando qual seja a sua origem, uma receita sempre terá poder ou influência de aumentar o patrimônio da empresa, pois este é caracterizado por ganhos, sejam eles diretos ou indiretos, durante as atividades operacionais. Como já estudamos, as receitas podem ser definidas como entradas de elementos para o Ativo, caracterizadas como dinheiro ou por direitos a receber. Essas entradas são advindas de vendas de mercadorias, produtos ou prestação de serviços. Pode-se dizer também que estas podem ser derivadas de juros a receber, depósitos bancários, títulos ou outros ganhos esporádicos. Agora veremos que a receita pode ser dividida quanto a sua Natureza, Características e Reconhecimento: NATUREZA DA RECEITA: Em relação à sua natureza, as receitas podem ser de: Natureza Operacional: As operacionais são derivadas das vendas ou prestação de serviços. Observe que a receita operacional não poderia existir se a entidade não fosse capaz de gerar ou produzir, utilizando seus recursos (e, como se verá, incorrendo em despesas), produtos ou serviços que o mercado aceitasse. Assim, antes de tudo, receita é um fluxo de produtos ou serviços durante certo período contábil. Não esqueça! Outra natureza: Já os juros, por exemplo, são considerados receitas indiretas ou de outra natureza dentro da empresa, por não derivarem da atividade desta. CARACTERÍSTICA DA RECEITA: Pode-se afirmar que as três principais características das receitas são: • Para que a receita seja produzida, precisa haver, de forma direta ou indireta, uma despesa; • O mercado é que dá a palavra final de seu valor; • Está relacionada à produção de bens e serviços. RECONHECIMENTO DA RECEITA: Um dos princípios inerentes (próprios, inseparáveis) ao conceito de receita é o relacionado a um aumento no Ativo, ou diminuição do passivo, e ao mesmo tempo um acréscimo de patrimônio líquido. Conforme o Regime de Competência, no que diz respeito ao reconhecimento das receitas, é preciso que o produto ou serviço já tenha sido totalmente transferido ao cliente, para que estas possam ser reconhecidas. Dessa forma, a receita é a aceitação por parte do mercado do esforço de produção da empresa. Para que uma receita seja reconhecida são necessários alguns fatores. Veja: • Seu valor pode ser medido com segurança; • Deve existir a probabilidade dos benefícios futuros fluírem para a empresa; • Os custos incorridos e futuros podem ser medidos de modo confiável. Além disso, devem ser observados também os seguintes aspectos com relação a mercadorias e serviços: • Os riscos relevantes e também os benefícios devem ser transferidos a quem os comprou; • Não existe mais controle por parte do vendedor sobre as mercadorias ou serviços. O momento exato de reconhecimento das receitas pode, contabilmente, ocorrer de três formas: A entrega do bem ou prestação do serviço: Geralmente representa o registro da receita. Quando a mercadoria está entregue, os custos e despesas são, em sua grande maioria, conhecidos. Antes da entrega do bem ou prestação do serviço: Aqui ocorre, geralmente, com serviços. O valor da receita pode ser determinado por contrato ou acordo. Antes do faturamento, já existe a criação de um direito contra o cliente. Depois da entrega do bem ou prestação do serviço: Quando é impossível medir o valor dos Ativos recebidos em troca da prestação de serviço ou venda de mercadoria. Pode ser que existam muitas despesas ainda não estimadas. Ganhos x Receitas Os ganhos são diferenciados das receitas, pois são itens não recorrentes. Eles possuem o mesmo efeito no patrimônio líquido, mas podem ou não surgir da atividade normal da empresa. Inclui-se nesta categoria os que surgem de vendas e baixos de Ativos não circulantes (imobilizados, por exemplo). Despesas As despesas são o sacrifício dos Ativos realizado em troca de obtenção de receitas (Não esqueça que sempre é esperado que a receita seja maior do que as despesas). Outro entendimento das despesas é que estas geram benefícios econômicos durante determinado período e que tem em contrapartida a saída de recursos (dinheiro), a redução de Ativos (entrega de bens) ou ainda uma criação de Passivos (quando realizados a prazo), ocasionando simultaneamente um decréscimo no patrimônio. Como vimos, as despesas podem ser consideradas o uso ou consumo de bens e serviços no processo de obtenção de receitas. Desta forma, pode-se destacar com relação a estas: • A utilização ou consumo de bens e serviços no processo de produzir bens; • Os gastos realizados no passado ou presente com realização futura; • O fato gerador – é o esforço contínuo para a produção de receitas. Você tem muitas despesas? As despesas são caracterizadas pelo consumo de bens ou serviços que ajudam na geração de receitas. Seguindo a lógica, espera-se que no conjunto as despesas possam ser inferiores às receitas para que o patrimônio da empresa possa ser elevado. Os custos das mercadorias vendidas ou dos serviços prestados são exemplos de despesas ligadas diretamente às receitas geradas. Contudo, algumas despesas podem não possuir ligação direta com estas receitas, mas são imprescindíveis para que estas sejam geradas. É o caso, por exemplo: • da contratação de seguros para os veículos ou para a estrutura predial de uma empresa; • a contratação de mão de obra administrativa ou de vendas; • o pagamentode aluguel, condomínio ou de contas corriqueiras, como telefone, água; e • as despesas ligadas às atividades de limpeza e manutenção. Todas estas despesas ajudam a empresa a funcionar de maneira harmoniosa, concorda? Fazendo com que as receitas sejam geradas com maior frequência e efetividade. Note ainda, que a despesa sempre será devedora. As perdas A definição de despesa inclui perdas (sinistros, vendas de ativos não correntes e perdas não realizadas) e evita o subjetivismo (ponto de vista pessoal) da segregação (separação). Geralmente são apresentadas em separado, pois facilita a compreensão e decisão dos usuários. Veja as características básicas da perda: • Não estão associadas às receitas; • Não estão associadas a outros exercícios; • Decorrem de eventos imprevisíveis. Observe também que o reconhecimento das perdas é semelhante ao das despesas, pois não podem ser vinculadas a receitas. Elas devem ser registradas no exercício em que se torna evidente que um Ativo proporcionará à empresa menos do que se esperava na avaliação. As perdas podem ser exemplificadas por itens resultantes de desastres, inundações, fogo etc. Além da desincorporação de Ativos. Você sabe o que é depreciação? A depreciação é a perda do valor econômico dos bens do imobilizado (veículos, imóveis, móveis e utensílios, computadores). Esta perda ocorre devido ao desgaste pelo uso, obsolescência e ação da natureza. A depreciação basicamente ocorre porque a empresa pode utilizar como despesa o valor gasto para comprar determinado bem, no caso de perda de valor devido ao desgaste que sofre com o tempo. O método mais comum utilizado é a depreciação linear, em que são aplicadas taxas anuais estabelecidas anteriormente pelo tempo estimado de vida útil do bem. A depreciação também é um tipo de despesa ou custo (que possui o mesmo raciocínio da despesa), e sua contrapartida será uma conta retificadora do Ativo. *Conta retificadora é uma conta que irá diminuir o valor da conta principal. Estas contas possuem natureza diferente da do grupo que integram. A conta de depreciação acumulada, por exemplo, apesar de ser do Ativo, tem o saldo credor. Regimes contábeis: de caixa e de competência O processo de escrituração contábil deve seguir regras, ditames legais e, corroborando com este fato, existem diversas normatizações acerca dos regimes de escrituração. A mais recente regulamentação é a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n°1.282 , do ano de 2010, que, em seu artigo 9°, estabelece o uso do Princípio da Competência nos registros de transações. *Neste artigo ficou claro que o Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e despesas correlatas. O que quer dizer que, com períodos semelhantes, devem ser tomadas todas as receitas e despesas incorridas e, não necessariamente, recebidas e pagas. Ela torna obrigatório o registro completo das operações independentemente do recebimento das receitas ou do pagamento das despesas. Não esqueça! As receitas e despesas deverão ser consideradas sempre no momento de seu fato gerador, ou seja, independentemente de recebidas ou pagas, elas devem compor o resultado. Regime de Competência Tal como estabelece o Princípio da Competência, o Regime de Competência relaciona receitas e despesas, considerando apenas os fatos geradores. Isso quer dizer que o instrumento de análise para o regime de competência é o fato gerador das operações. Para exemplificar, vamos considerar a seguinte hipótese: Uma empresa realizou uma venda de parte de sua produção de determinado período. Devemos considerar apenas as despesas ligadas aos esforços voltados para a realização da venda. Portanto, se uma empresa vender apenas metade dos produtos fabricados, as despesas a serem reconhecidas como custos serão apenas a parcela efetivamente vendida. Então, se a empresa em questão tivesse gasto R$500,00 na fabricação da totalidade de seus produtos, teria R$250,00. Já no lado das receitas, devem ser consideradas as receitas efetivamente concretizadas. O que quer dizer que mesmo que as receitas não tenham sido recebidas ou, adicionalmente, as despesas não tenham ainda sido pagas, o que define sua contabilização é unicamente o fato gerador. Isso significa que todas as obrigações tributárias, para ilustrar, advindas de operações de compra e venda não necessitam, fundamentalmente, do pagamento das compras ou do recebimento das vendas, respectivamente. Na empresa que usamos como exemplo, no momento do encerramento do resultado do exercício serão considerados os valores de R$250,00 para os custos de fabricação, mesmo que estejam relacionados a compras realizadas a prazo e os valores relacionados à venda total, quer ela tenha sido feita à vista ou a prazo. A legislação societária obriga as empresas que possuem o objetivo de lucro a utilizarem o regime de competência para a escrituração contábil, permitindo somente àquelas que não possuem o objetivo principal de lucro a possibilidade de registro da escrituração contábil por meio do regime de caixa, mais simplificado. Outro exemplo que ilustra o regime de competência é o consumo de energia elétrica, telefone, água, aluguel, salários entre outros. Pense no salário que deverá ser pago no mês de Abril de determinado ano. Esse salário refere-se ao mês de março, ou seja, sua competência é março e deverá ser reconhecida como tal. Desta forma, temos o que chamamos de provisão, que é o reconhecimento da despesa no mês que ocorreu contra a devida conta de passivo. Assim, a provisão do salário do mês de março que será pago em abril será contabilizada da seguinte forma: Regime de Caixa Como vimos, o regime de caixa é apenas permitido pela legislação societária para a escrituração de Organizações não governamentais - ONGs, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIPs, condomínios, igrejas, profissionais liberais etc. Enfim, para as sociedades que não possuem o interesse principal do lucro. A mecânica de registro é diferente da utilizada no regime de competência. No regime de caixa, as contas de receitas e despesas são registradas de acordo com o ingresso ou a saída de recursos financeiros das entidades, respectivamente. São apenas considerados como receitas os recursos que ingressam nas entidades, não sendo utilizados os fatos geradores. Para o caso de uma venda realizada totalmente a prazo, não há valor a ser registrado como receita, pois não houve a entrada de recursos na estrutura empresarial. A mesma coisa pode ser dita sobre as despesas relacionadas a compras de matérias-primas ou qualquer outro insumo que tenha sido realizada a prazo. Se não ocorrer a saída de recursos da empresa por meio de pagamento, não é considerada despesa para efeito de regime de caixa. De maneira resumida, o regime de caixa não considera o fato gerador para efeito de receita e despesa. Apenas considera as entradas de recursos para receitas e as saídas de recursos para despesas, mas é pouquíssimo utilizado, pois envolve uma quantidade pequena de entidades empresariais e profissionais. ENCERRAMENTO DO RESULTADO Para saber a apuração do resultado de exercício só se vai utilizar as contas de resultado, ou seja, as contas de receita e despesas. Utiliza-se o saldo das contas de receitas e despesas e transfere para conta apuração do resultado do exercício. Dentro dessa conta se tem de um lado todas as despesas, e do outro lado se tem as receitas, naquele mesmo intervalo de tempo (mensal, trimestral, semestral ou anual). É feito o somatório de todas as despesas e de todas as receitas. Se o resultado da receita for maior do que as despesas, o resultado é positivo, teve lucro. Se o resultado da despesa for maior do que as receitas, o resultado é negativo, teve prejuízo. Você já compreende a diferença das contas patrimoniais e de resultado e sabe que estas contas deverão ser confrontadas para se apurar o lucro ou prejuízo. Então, podemos estudar os procedimentos necessários para que finalmente seja apuradoo resultado. Nesta aula, você vai aprender a fazer o encerramento do resultado, ou seja, como encerrar as contas de despesa e receita e, desta forma, apurar se a empresa obteve lucro ou prejuízo — o que quer dizer que suas atividades estão sendo lucrativas ou não. Além disso, analisaremos a importância de uma sequência que é bastante lógica, necessária e simples para que possamos ter a Demonstração do Resultado do Exercício. Encerramento do resultado do exercício Você já viu o que são contas de resultado, mas será que você sabe qual é o mecanismo de encerramento destas contas e como acontece a transferência do resultado (lucro ou prejuízo) para o balanço patrimonial? Não é na Demonstração do Balanço Patrimonial como você pode ter pensado. Então, onde é? É a Demonstração do Resultado do Exercício que congrega e apresenta os saldos das contas de resultado. Mas como isso é possível? Na verdade, é preciso que, em primeiro lugar, haja muita organização, depois é necessário uma série de procedimentos, que veremos a seguir, para que se chegue à apuração do resultado do exercício. Segundo Ribeiro (2010), todo o processo de apuração do resultado requer que sejam feitos inventários, conciliações de saldos de contas, bem como apuração de resultado Bruto e Líquido. Além disso, é necessário que sejam feitos cálculos e contabilizações de provisões, participações, reservas e dividendos. Trabalharemos neste primeiro momento com a demonstração de resultado simplificada. Para exemplificar, apresentaremos a apuração dos resultados de duas formas: • a primeira de uma prestadora de serviços, que é um processo bem mais simplificado; e • a segunda de uma indústria, que é um processo mais complexo. Vamos lá! Prestadora de Serviço A apuração de resultado consiste em um processo relativamente simples em que são confrontadas as despesas e as receitas e depois disso é obtido o lucro ou prejuízo do exercício. Entretanto, é necessário seguir um roteiro para que o encerramento do resultado seja feito de forma correta. Suponha, então, que a sua empresa prestadora de serviços tem a seguinte situação: Após identificada a situação, qual seria o próximo passo? É elaborar o balancete de verificação, para analisar e conferir se todos os saldos estão corretos. Neste caso, utilizaremos o balancete de duas colunas para facilitar o raciocínio. Veja: Podemos verificar que os saldos estão de acordo com o princípio das partidas dobradas, ou seja, a soma dos débitos corresponde à soma dos créditos. Porém, é preciso confirmar também se as contas estão lançadas de acordo com a sua natureza. Neste exemplo, constatamos que todas as contas foram corretamente lançadas. O outro passo é transferir os saldos das contas de resultado para uma conta chamada de Apuração do Resultado do Exercício (ARE) (Esta conta não é utilizada para operações regulares da entidade, é usada somente para o encerramento do resultado). No caso da prestadora de serviço que estamos analisando existem somente duas contas de resultado e estas contas deverão ser transferidas à ARE. Para que seja feito o encerramento do resultado, o saldo das contas (neste caso as despesas) deverá ser zerado. No exemplo da prestadora de serviço, falamos sobre encerramento do resultado. Mas de que forma isto é feito? Vamos relembrar o esquema de lançamento e encerramento das contas de despesa e receita: Isso quer dizer que o saldo das contas de despesa deverá ser transferido para a conta de Apuração do Resultado do Exercício (ARE)? Exatamente! Os valores são zerados nas contas de despesa, ou seja, são creditados e são debitados na conta ARE. Mas de que forma? Veja nos passos abaixo: PRIMEIRO PASSO Os lançamentos ficariam no Diário da seguinte forma: Resultado do exercício a Impostos Transferência da conta para apuração do resultado do exercício ................ 2.000 SEGUNDO PASSO Resultado do exercício a Despesa com aluguel Transferência da conta para apuração do resultado do exercício ........ 1.000 Já nos razonetes o lançamento ficaria da seguinte forma: É importante notar que o valor de impostos, que estava a débito na conta, foi zerado a crédito e transferido para a conta ARE como débito, ou seja, as contas mantêm a sua natureza. O mesmo ocorreu com a conta de Despesa com aluguel que era devedora. Esta foi zerada com um crédito e transferida para a conta ARE a débito, mantendo a sua natureza devedora. TERCEIRO PASSO Agora no terceiro passo é preciso também transferir o saldo da conta de receitas para a ARE. Isso será demonstrado a seguir, na forma de diário: Receita de exercícios a Resultado do exercício Transferência da conta para apuração do resultado do exercício ........ 5.000 E na forma de razonetes: Note que a conta da ARE que já possuía os dois lançamentos do encerramento das despesas recebeu agora um crédito referente à receita. No caso da conta de receitas, esta foi debitada (encerramento) e manteve a sua natureza na ARE, que é credora. QUARTO PASSO Na quarta etapa deverá ser apurado no razonete o saldo da conta da apuração do resultado do exercício. Este procedimento será feito após a transferência de todos os saldos de despesas e receitas e irá apresentar o lucro ou prejuízo do exercício. Verifique que o saldo da conta em questão é credor, o que quer dizer que a empresa teve lucro. Pois, como é possível notar, a empresa teve mais receitas do que despesas. Caso ocorresse a situação em que as despesas fossem maiores do que as receitas, a ARE teria saldo devedor e a empresa teria prejuízo. QUINTO PASSO No quinto passo, deverá ser transferido o saldo da conta ARE para, neste caso, a conta Reservas (Conta patrimonial em que acontece a distribuição ou destinação do lucro), que figura no Balanço Patrimonial. Se houvesse prejuízo, deveria ser utilizada a conta Prejuízo. Osni Moura Ribeiro (2010) ressalta que na vida real o resultado do exercício, quando for apresentado na forma de lucro, tem várias destinações: • Uma parte vai para o governo, como imposto de renda e contribuição social; • Outra vai para aqueles agentes que tenham direito à participação na empresa, como empregados e administradores; • Outra parte vai para a constituição de reservas; • Outra poderá ser destinada ao aumento de capital; • Também poderá haver destinação aos acionistas na forma de dividendos; • Além disso, no caso de prejuízos acumulados, os lucros poderão ser utilizados na compensação desses valores. O raciocínio para o zeramento da ARE é o mesmo das outras contas. Neste caso, o ARE tem saldo devedor, certo? Assim, para zerar seu saldo, faremos um crédito e debitaremos a conta de Reservas (pois houve lucro). Receita de exercícios a Reservas Transferência da conta ARE para Reservas (destinação dos lucros) ................ 2.000 SEXTO PASSO Deverá ser transferido o saldo da conta ARE para, neste caso, a conta Reservas, que figura no Balanço Patrimonial. Indústria Agora vamos analisar a apuração de resultado de uma indústria, ou seja, uma empresa que possui estoque de mercadorias, tendo, por isso, maior complexidade de lançamentos. Para iniciarmos os trabalhos precisamos dos razonetes, certo? Aí vão eles: E como ficariam esses lançamentos no diário? Ficariam da seguinte forma: Pelo recebimento da receita (1) Caixa a Receita com vendas Vendas de mercadorias à vista................. 5.000 Pela baixa do custo da mercadoria vendida (2) CMV a Estoque Baixa de estoque referente ao CMV................. 2.000 Note que, neste exemplo, surge a figura do Custo da Mercadoria Vendida (CMV), que nada mais é do que um tipo de dedução do lucro, pois, para termos receita (que também foi criada) com a venda de mercadoria, temos que gastar, e esse gasto é o custo. O saldo das contas de despesa deverá ser transferido para a conta de Apuração do Resultado do Exercício (ARE). Os valores são zerados nas contas de despesa, ou seja, são creditados e são debitados na conta ARE. No diário, os lançamentosficariam da seguinte forma: Resultado do exercício a Impostos Transferência da conta para apuração do resultado do exercício ................ 1.000 (2) Resultado do exercício a Despesa com aluguel Transferência da conta para apuração do resultado do exercício ................ 1.000 (3) Resultado do exercício a CMV Transferência da conta para apuração do resultado do exercício ................ 2.000 Agora é preciso também transferir o saldo da conta de receitas para a ARE, o que será demonstrado a seguir, na forma de diário: (4) Receita de exercícios a Resultado do exercício Transferência da conta para apuração do resultado do exercício ................ 5.000 E na forma de razonete: Após isso, é feita a transferência da ARE para, neste caso, Reservas, pois houve Lucro. (5) Apuração do Resultado do Exercício a Reservas Transferência da conta para reservas ..................................................... 1.000 Para finalizar, deverá ser elaborado o balanço patrimonial: Desta forma, foi realizada a operação de apuração de resultados (de maneira simplificada) em uma empresa que possui estoque e por isso tem maior complexidade de lançamentos. Está na hora de praticar! Você foi designado para apurar se houve lucro ou prejuízo em uma empresa e deverá apresentar o resultado a seus superiores de uma forma bastante simples. Para concluir essa tarefa, você deve verificar as contas aqui listadas — entre elas estão as contas patrimoniais e as de resultado. No primeiro momento, você deve separar as contas de resultado das contas patrimoniais, depois comparar as despesas com as receitas e ver se houve lucro (excesso de receitas) ou prejuízo (excesso de despesas). Vamos lá. DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Também chamada de DRE, ela tem uma estrutura que todas as empresas devem seguir. Ela começa a deduzir a partir do faturamento total da empresa. Retira das receitas todas as despesas, custos. Já vimos como funciona o encerramento do exercício, agora é necessário aprender como as contas estão dispostas nesta nova demonstração, que se chama Demonstração do Resultado do Exercício. Vamos analisar também a integração dessa demonstração com o Balanço Patrimonial, já que ela apresenta as chamadas contas de Resultado que não são dispostas no Balanço. Você sabe o que é DRE? A DRE ― Demonstração do Resultado do Exercício ― é uma demonstração extremamente importante para a Contabilidade e para a tomada de decisão, pois apresenta o fluxo de informações econômicas das entidades, comprovando como ela obteve seu resultado. Isso quer dizer que a DRE mostra o lucro ou prejuízo de uma empresa em um determinado período, permitindo que saibamos se ela está ganhando ou perdendo com suas atividades. Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. A DRE pode causar alteração no patrimônio líquido? Sim. Basicamente a DRE apresenta as alterações que o Patrimônio Líquido sofre pelas receitas e pelas despesas, já que, como sabemos, as receitas aumentam o valor do patrimônio e as despesas o diminuem. Entretanto, o fluxo dessas contas não aparece no Balanço Patrimonial, pois são contas de resultado. Quando devemos fazer uma DRE? Apesar de ser elaborada anualmente para fins de divulgação, a DRE normalmente é elaborada mensalmente pela administração e trimestralmente para fins fiscais. E o que deve constar nela? De acordo com a legislação, em síntese, as empresas deverão discriminar na DRE: • A receita bruta com vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos (PIS, COFINS, ICMS, IPI); • A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; • As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; • Outras despesas que não sejam consideradas como operacionais (doações concedidas, deduzidas das receitas não consideradas operacionais ou lucro na venda de imobilizado); • O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; • As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados; • O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. DRE e seus subgrupos A seguir veja a estrutura básica da DRE com os principais subgrupos demonstrados: MODELO DA DRE Receita Operacional Bruta (Vendas e Serviços) (-) Deduções da Receita Bruta (=) Receita Operacional Líquida (-) Custos das Vendas (=) Resultado Operacional Bruto Despesas Financeiras (-) Despesas Administrativas (-/+) Outras despesas/receitas Outras Despesas Outras Receitas (=) Lucro ou Prejuízo Operacional (=) Lucro Líquido Antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro (-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro (=) Lucro Líquido Antes das Participações (-) Participações de Administradores, Empregados, Debêntures e Partes Beneficiárias (=) Resultado Líquido do Exercício O princípio da competência Como vimos, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um resumo ordenado de receitas e despesas, evidenciando o resultado econômico da empresa, em um período, normalmente, de 12 meses. Essa demonstração tem como base o princípio da competência e está delineada conforme outros dois princípios: Princípio da Realização da Receita: As receitas devem ser reconhecidas no exercício em que são realizadas, ou seja, deverão ser registradas, independentemente do recebimento, de acordo com o seu fato gerador. Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas: Partindo do Princípio da Realização da Receita, este princípio trata sobre o confronto destas com as despesas. Isso deverá acontecer no período em que as despesas ocorrerem, independentemente de seu pagamento, em virtude do raciocínio de que toda a receita deverá ter uma receita ou custo em contrapartida. E quanto à Apuração? A DRE termina na apuração do lucro ou prejuízo. No caso de resultado positivo e havendo distribuição de lucros, este valor vai aparecer em outra demonstração, chamada Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados. A DRE ao lado é considerada uma DRE completa. Ela é exigida por lei e possui todos os grupos de forma detalhada e destaque para os impostos. Entretanto, para pequenos comércios e empresas de pequeno porte poderá ser usada uma DRE simplificada. Demonstração do Resultado do Exercício Receita operacional Bruta (-) Deduções (=) Receita operacional líquida (-) Custos (-) Despesas (=) Lucro Operacional (-) IRPJ/CSLL (=) Lucro Líquido Como chegamos ao valor de cada grupo daDRE? A Receita Bruta, como sabemos, é o total que uma determinada entidade vende em um período. Nesse valor estão os impostos sobre vendas, as devoluções (vendas canceladas) e os abatimentos (cancelamentos) que ocorrem no período. Veja abaixo os impostos sobre vendas mais comuns: Exemplos: Veja a parte inicial da DRE de uma determinada empresa que possui uma receita bruta de R$100.000,00 e um ICMS de 18%: E as devoluções e abatimentos? Não podemos esquecer de que também devem ser reconhecidas as possíveis devoluções ― vendas canceladas por algum motivo (qualidade, preço, avarias) —, que podem ser parciais ou totais. Além das devoluções, devem ser considerados os abatimentos (também conhecido como desconto incondicional), que são descontos já dados na nota fiscal. Exemplo: Suponha que a mesma empresa que apresentou a DRE anterior teve 10% do valor das mercadorias devolvidas e 10% de desconto. Veja como ficaria a DRE, neste caso: A Hora do Lucro Bruto Agora o próximo passo é apurar o Lucro Bruto, que basicamente é a diferença entre a venda de Mercadorias e o Custo para as vendas desta, ou seja, o Custo da Mercadoria Vendida (CMV). Você deve lembrar que em uma prestadora de serviços o raciocínio é o mesmo, porém o CMV é trocado pelo Custo dos Serviços Prestados (CSP). E atenção!!! Além do CMV e do CSP, também existe a figura do CPV, que em empresas industriais é utilizada para o Custo do Produto Vendido. Nesta etapa de apuração do Lucro Bruto, só serão utilizados os gastos como Custo da Mercadoria Vendida ou do Serviço Prestado. O que sobrar servirá para o pagamento das despesas de vendas, administrativas e financeiras, além da remuneração do governo (impostos) e dos sócios (lucro líquido). Você sabe qual é a diferença entre custo e despesa? Agora você deve estar se questionando: Como despesas podem estar relacionadas à obtenção de Receita e não estarem associadas à produção? Que despesas são essas? Por que elas existem? Como funcionam? As despesas operacionais são utilizadas para a venda de produtos, administração da empresa e financiamento das operações. Portanto, envolve tudo que é utilizado para a manutenção da atividade da empresa, mas não tem relação direta com a produção. Veja como elas estão divididas: VENDAS: A venda abrange despesas diversas, como: • Salário da área de vendas; • Comissões sobre vendas; • Publicidade e propaganda; • Provisão para devedores duvidosos (que são parcelas destinadas às perdas com vendas a prazo, que não serão recebidas); • Marketing; • Fretes e carretos; • Materiais de embalagens, entre outros. ADMINISTRATIVAS: As despesas administrativas são aquelas geralmente gastas no escritório, utilizadas para a manutenção do negócio: • As despesas com salários e encargos do pessoal que trabalha na área administrativa; • Aluguéis; • Materiais de escritório; • Seguro; • Depreciação; • Assinaturas de jornais, revistas e outros gastos. FINANCEIRAS: As despesas financeiras estão diretamente relacionadas aos: • Juros pagos ou incorridos; • Comissões bancárias; • Descontos, entre outros. O importante é notar que nesta categoria as receitas devem ser compensadas com as despesas, ou seja, o valor colocado nesta categoria deverá ser o valor líquido do confronto dos dois grupos. Se por um acaso o valor de Receitas Financeiras for maior do que a Despesa Financeira, o valor será deduzido de outras Despesas Operacionais. Lucro Operacional Na próxima etapa deverá ser apurado o Lucro Operacional, ou seja, a diferença entre o Lucro Bruto e as Atividades Operacionais da Empresa. E como fica a apuração do Lucro? A próxima etapa na DRE é a apuração do lucro antes do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). No grupo de outras receitas e despesas estão os valores que não fazem parte da atividade operacional da empresa. Podem entrar aqui prejuízos ou lucros na venda de imobilizado da empresa, venda com lucro ou prejuízo de ações, entre outros. E agora? Como calcular o lucro depois do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido? Veja: Você conhece as formas de tributação nas empresas? No Brasil existem diferentes formas de tributação nas empresas, de acordo com vários critérios previstos em lei. Agora vamos ver quais são os tipos mais comuns de lucro e sua relação com a tributação. Lucro Real: No Lucro Real, o cálculo do imposto será feito mediante a aplicação da alíquota de 15% sobre o valor do lucro real (ajustado) calculado em 31 de Dezembro. Adicionalmente, a parcela que exceder ao valor de R$240.000,00 estará sujeita à incidência adicional de uma alíquota de Imposto de Renda de 10%. É importante destacar que a base de tributação do Lucro Real não é apenas o Lucro Apurado pela contabilidade e sim o Lucro Ajustado. Este, segundo disposições em lei, possui algumas particularidades com relação a adições e exclusões, ou seja, considera ou exclui alguns valores de sua base de cálculo. Lucro Presumido: Calcula o valor do imposto de acordo com percentuais fixados pela legislação sobre a receita total da entidade. Simples Nacional: Especial para microempresas e empresas de pequeno porte. E agora como apurar o Lucro Líquido? Primeiramente, você deve saber que o Lucro Líquido é o que se tem à disposição dos sócios ou acionistas. Veja o esquema: Neste ponto, as doações e contribuições são aquelas destinadas ao quadro de funcionários, bem como para previdência ou cooperativa dos funcionários. Já as participações são aquelas destinadas aos debenturistas, empregados e administradores e partes beneficiárias (As partes beneficiárias são títulos negociáveis e que não possuem valor nominal. Este tipo de crédito pode ser negociado pela empresa, que os emite ou ainda os cede gratuitamente a clientes ou empregados). As participações dos debenturistas são representadas por títulos de crédito que são emitidos por Sociedades Anônimas. Elas funcionam como garantias pelo Ativo da empresa e asseguram o resgate preferencial sobre os demais títulos da empresa. Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA) Depois da elaboração da DRE é necessária a elaboração da Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados. Vamos a ela. A Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA) evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros (do exercício) ou prejuízos acumulados, no Patrimônio Líquido. Com o advento da Lei nº 11.638/07 não pode mais permanecer, nos balanços, saldo na conta de Lucros Acumulados. Por isso, todo resultado (Lucro do Exercício) deverá ser destinado na forma de reservas, podendo haver saldo somente na forma de Prejuízo Acumulado. Pode-se dizer, assim, que a DLPA é um instrumento de ligação entre a Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial. BALANÇO PATRIMONIAL É uma demonstração que apresenta bens, direitos e obrigações que uma empresa possui. Bens e direitos e as obrigações possuem disposição própria. Facilita as comparações entre empresas de tamanhos diferentes. Lado esquerdo vamos ter os ativos circulantes e não circulantes. As contas são discriminadas pelo grau de liquidez, quanto mais liquidez for, estará em cima, quanto menos liquidez, estará embaixo. Lado direito vamos ter os passivos circulantes e não circulantes. As contas são discriminadas pelo nível de exigibilidade. O Capital próprio é o poder financeiro que uma empresa possui. Essas obrigações são com os sócios. Eles colocam os recursos para que a empresa por si só gere o poder da empresa no decorrer do tempo. O Balanço Patrimonial é uma das últimas etapas do processo que começa com os Lançamentos Contábeis, passa pelos Razonetes e pelo Balancete de Verificação, e termina na Demonstração do Resultado do Exercício e no Balanço Patrimonial. Como verificaremos nesta aula, esta demonstração é obrigatória e extremamente importante, pois demonstra o fluxo financeiro na empresa. É no Balanço Patrimonial que é possível verificaros bens, direitos e obrigações, bem como o fluxo financeiro que ocorre nas entidades. Além disso, é uma demonstração extremamente importante para vários tipos de análises que fornecem aos interessados — como acionistas, sócios e proprietários — informações para a tomada de decisão. Você lembra o que é Balanço Patrimonial? É uma demonstração contábil que tem por objetivo mostrar a situação financeira e patrimonial de uma entidade numa determinada data. Representando, portanto, uma posição estática, sintética e ordenada da mesma. Conforme vimos na aula 3, o Balanço apresenta a seguinte estrutura: Os critérios de apresentação do Balanço evidenciam o Ativo de acordo com a ordem crescente dos prazos de realização. O Ativo pode ser distribuído em Circulante e Não Circulante. No Ativo Circulante, os valores são rapidamente conversíveis em moeda ou já são moeda efetivamente. No Ativo Não Circulante estão os valores que ainda possuem prazo de resgate maior, como as aplicações financeiras com prazo superior a 360 dias ou o imobilizado (itens corpóreos de natureza permanente que serão utilizados para a manutenção básica da empresa) da empresa. O Passivo, por sua vez, também é apresentado de acordo com a ordem crescente dos prazos de exigibilidade. Podendo ser distribuído, assim como Ativo, em Circulante e Não Circulante. No Passivo Circulante estão as dívidas que deverão ser pagas em até 360 dias. No Passivo Não Circulante ficam as dívidas com prazo superior a 360 dias. Já o Patrimônio Líquido é o grupo que apresenta os valores não exigíveis e que pertencem aos sócios. Agora vamos analisar um resumo ordenado dos principais grupos e contas do Balanço Patrimonial: Ativo Característica, sentido e definição Cada um dos elementos que integram o Ativo tem a característica de oferecer um benefício econômico futuro ou provável e que são obtidos ou controlados por uma determinada entidade, em consequência de transações que ocorreram no passado, certo? Outro sentido possível para o Ativo, é que seus valores são controlados por uma determinada entidade, e podem, de alguma forma, gerar fluxos de caixa, ou seja, gerar dinheiro para a empresa. Além disso, podemos defini-lo como a potencialidade de serviços em sua essência, que irão gerar, de forma direta ou indireta, imediatamente ou no futuro, fluxos de caixa. Para que determinado bem seja considerado um Ativo é preciso considerar as seguintes características simultâneas: • Bens ou direitos; • Propriedade (há exceções, que podem ser ilustradas pela figura do leasing financeiro); • Mensurável em dinheiro; • Benefícios presentes ou futuros. Conceitos do Ativo que devem ser destacados: Incorpora um benefício futuro provável, isoladamente ou em combinação com outros Ativos (a conta de estoques é um exemplo, pois, combinada com outras contas do Ativo, gera benefícios futuros para a empresa ― como vendas a prazo, recebimentos, entre outros); Uma dada entidade pode conseguir o benefício e controlar o acesso de outras entidades a esse benefício; Já ter ocorrido a transação ou evento, originando o direito da entidade ao benefício, ou seu controle; Consideração quanto a sua controlabilidade, ou seja, tem que ser controlável pela entidade. Neste ponto entra um conceito interessante relativo ao leasing, que incorpora à empresa benefícios, riscos e controle, mesmo não sendo de sua propriedade, que deverão ser contabilizados como Ativo. Desta forma, o “leasing” financeiro (arrendamento mercantil), que era tratado, até 2007, como aluguel, passa a ser contabilizado como Ativo para fins contábeis. Porém, para fins fiscais continua sendo aluguel; Precisa relacionar algum direito a benefícios futuros. Por exemplo, a proteção à cobertura do sinistro, como direito em contraprestação ao prêmio de seguro pago pela empresa; O direito precisa ser exclusivo da entidade. Já que o direito de transportar a mercadoria da entidade por uma via expressa, embora benéfico, não é Ativo, pois é geral. Não sendo exclusivo da entidade Tipos de Ativos Pode-se afirmar que o ativo possui quatro grupos principais: Ativos tangíveis: Como vimos na aula 2, podem ser consideráveis tangíveis os Ativos que de certa forma podem ser tocados, medidos, ou mensurados de alguma forma. Pode-se afirmar que estes integram o patrimônio físico das entidades, e podem ser exemplificados por máquinas, instalações, terrenos, entre outros. Neste grupo surgirá a seguinte estrutura: Veículos (-) Depreciação acumulada de veículos Máquinas e equipamentos (-) Depreciação acumulada de máquinas e equipamentos Esses valores são retificadores das contas do Permanente, ou seja, corrigem o valor dos itens deste grupo, e isto é utilizado para evidenciar a perda do valor econômico destes bens. Ativos Intangíveis: Vimos também na aula 2 que os ativos intangíveis (que deverão possuir as mesmas características de reconhecimento dos tangíveis) são aqueles oriundos da aquisição de direitos ou serviços. Entram neste contexto os direitos autorais, marcas e patentes, fundo de comércio, licenças, locações, entre outros que possibilitem benefícios futuros, mas que não possuam as mesmas características corpóreas dos tangíveis. Ativos Monetários: São aqueles que podem ser expressos ou transformados em moeda, e cujos valores nominais são definidos pelo título ou documento que o suporta. Nesta categoria também podem ser reconhecidos os valores como as disponibilidades em forma de caixa, bancos, títulos a receber, depósitos entre outros que possuam estas características. Neste grupo será apresentada, em algumas empresas, a seguinte estrutura: Clientes (-) Provisão Estimada para Créditos de Liquidação Duvidosa Anteriormente, no caso do desconto de duplicatas, estas eram registradas como redutoras das contas Clientes ou Duplicatas a Receber, sendo que tanto as despesas bancárias e os juros a transcorrer eram considerados como despesas antecipadas, agora de acordo com as mudanças evidenciadas de acordo com o CPC 38 as Duplicatas Descontadas deverão ser registradas como Conta de Passivo, sendo os encargos registrados como redução do Passivo correspondente (IUDÍCIBUS et al, 2010). Ativos Não Monetários: Os Ativos Não Monetários são representados basicamente por bens e direitos de existência física. Este conceito aplica-se aos bens imobilizados e suas depreciações, bem como investimentos, estoques, adiantamentos a fornecedores, funcionários e estoques. Nas empresas industriais, por exemplo, o estoque é dividido em etapas, de acordo com o processo produtivo: • Estoque de produtos em processo — são os itens necessários à fabricação de um determinado produto final, que se encontram nas diversas fases da produção; • Estoque de matéria-prima ― composto pelo estoque das principais matérias que irão compor o produto; • Estoque de produtos acabados — é aquele estoque composto por produtos que já tiveram o seu processo finalizado. São materiais que estão em depósito e que estão prontos para expedição ou entrega. O Passivo deverá incorporar os seguintes conceitos: A obrigação deve existir no primeiro momento, apesar de estar ligada a uma transação ou evento do passado. O passivo representa, em sua maioria de contas, o reflexo de transações passadas. É dessa forma porque contas como fornecedores, impostos, salários, contas diversas a pagar, entre outras, representam transações ocorridas anteriormente. As provisões e deveres devem ser incluídos, baseados em necessidades de realização de pagamentos futuros. Seguindo o Princípio da Competência e a Convenção do Conservadorismo, as provisões deverão ser feitas de acordo com o fato gerador, e, desde que minimamente estimáveis, deverão ser incorporadas ao passivo, refletindo, assim, a verdadeira situação de endividamento da entidade. Não é necessário que o valor seja conhecido com exatidão para que seja feita a provisão, o que configura a Exigibilidade Contingente. São exemplos desses Passivos as ações judiciais, devido à Convenção doConservadorismo, que escolhe maior avaliação para o Passivo. Ou seja, verificando a possibilidade da ação judicial efetivamente ocorrer, esta já deve ser registrada, independente de um valor preciso ou, ainda, data estipulada para pagamento. Deve haver um valor de vencimento determinável e a expectativa de que seja exigido pagamento. Este tópico está relacionado à maioria dos passivos, porém as ações judiciais perdem esta característica. O beneficiário da dívida deverá ser reconhecido até o momento do pagamento, podendo ser um elemento específico ou um grupo. Reconhecimento do Passivo Com relação ao Passivo, devem ser observadas as seguintes características relativas ao seu reconhecimento: É preciso observar que a obrigação surge quando se obtém o direito de utilização de bens ou serviços, ocorrendo o reconhecimento, da contrapartida, seja ela Ativo ou Despesa; É mensurável, ou seja, é possível avaliar monetariamente tal elemento por uma quantia definida ou estimada; É relevante, ou seja, de acordo com o princípio da Oportunidade ou Convenção da Materialidade, a obrigação precisa apresentar valor relevante para que seja registrada; É precisa. Porém, o momento em que a transação ocorre nem sempre é claro. Uma despesa deve ser reconhecida quando os bens ou serviços são consumidos ou utilizados no processo de geração de receita. Se a obrigação de pagamento por esses bens e serviços ainda não tiver sido reconhecida, isso deverá ocorrer após o momento em que as despesas são reconhecidas. Em muitos casos, porém, os bens e serviços são recebidos antes de serem utilizados. Nesse caso, tanto o Ativo, quanto o Passivo devem ser contabilizados a menos, evidentemente, que o pagamento seja feito imediatamente. Você sabia que existem vários tipos de Passivo? O passivo apresenta as obrigações em ordem decrescente de liquidez. Veja: Passivos Monetários: São obrigações em termos nominais, ou seja, envolvem o pagamento de quantias pré-determinadas. Com relação aos Passivos Circulantes, normalmente têm vencimento de curto prazo. Assim, podem ter o seu valor apresentado pelo valor de face. Já nos Passivos Não Circulantes, o valor tende a ser representativo. Dessa forma, eles devem ser avaliados por seu valor presente. Passivos Não Monetários: São configurados como obrigações de fornecimento de bens e serviços que possuem uma determinada quantidade e qualidade. Como exemplos temos os adiantamentos de clientes, que foram valores recebidos anteriormente e que deverão ser honrados pela empresa na forma de entrega de bem ou serviço. Passivos Onerosos: São aqueles que custam à empresa mensalmente juros e encargos. Como, por exemplo, financiamentos e empréstimos. Passivos Não Onerosos: São aqueles sobre os quais a empresa não paga encargos, pois decorrem da atividade normal dela. Exemplos: duplicatas a pagar, fornecedores, empréstimos, entre outros que não possuem juros em sua composição. Passivos Exigíveis Fixos: Não variam com o volume de Renda da empresa. Os exemplos mais comuns são as contas de salários dos funcionários, que recebem valores fixos todos os meses. Os Passivos Exigíveis também podem ser: - Exigíveis de Coligadas: Nesse modelo, as dívidas com coligadas são as mantidas com as empresas do mesmo grupo. - Exigíveis de Terceiros: São advindas de dívidas junto a empresas que não possuem nenhuma ligação com a empresa, tendo, assim, maior risco. - Exigíveis de Quirografários: Neste modelo, em caso de falência, as dívidas serão liquidadas nessa ordem: • Empregados e Encargos Sociais; • Dívidas com garantias reais (hipotecas, penhor mercantil); • Governo (impostos, outros). Passivos Variáveis: Guardam certa relação com o volume de vendas. São exemplos os impostos que aumentam ou diminuem conforme a quantidade vendida. De forma simples, Patrimônio Líquido pode ser definido como a diferença entre o valor do Ativo e do Passivo. Porém, o detalhamento deste grupo pode ser aprofundado, pois contém, entre outros recursos conferidos pelos acionistas, reservas que representam distribuição de lucros, ajustes de capital, entre outros. Também fazem parte do Patrimônio Líquido: • Valores pagos por acionistas; • Doações para investimentos recebidas de terceiros; • Valores integralizados pelos sócios; • Capital integralizado pelos sócios; • Reservas de lucros; • Reservas especiais de capital; • (-) Prejuízos Acumulados; • (-) Ações em tesouraria (Representam ações da própria empresa, que são adquiridas por ela mesma). Para que serve uma reserva? Sua criação pode ser exigida por disposição estatutária ou legal e serve para proteger a entidade e seus credores dos efeitos de possíveis perdas. Muitas vezes, a existência e o valor dessas reservas são considerados relevantes para a tomada de decisões. As reservas estão distribuídas da seguinte forma: a) Reserva de Correção Monetária do Capital Realizado; b) Reserva de Ágio na Emissão de Ações; c) Reserva de Alienação de Partes Beneficiárias; d) Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição; e) Reserva de Prêmio na Emissão de Debêntures; (excluída desde 01/01/2008, por força da Lei 11.638/2007); f) Reserva de Doações e Subvenções para Investimento; (excluída desde 01/01/2008, por força da Lei 11.638/2007); g) Até 31/12/2007, a Reserva de Incentivo Fiscal. A partir de 01/01/2008, a respectiva reserva passa a fazer parte do grupo de Reservas de Lucros.