Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE DE TECNOLOGIA – FTEC CURSO DE ENGENHARIA CIVIL - MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II Graciele Machado DOSAGEM DE CONCRETO PORTO ALEGRE 2016 SUMÁRIO: Página INTRODUÇÃO...................................................................................................................2 OBJETIVO..........................................................................................................................3 DOSAGEM DO CONCRETO CONVENCIONAL.....................................................................4 IMPORTÂNCIA.......................................................................................................4 CÁLCULOS PARA DOSAGEM..................................................................................4 TRAÇO INTERMEDIÁRIO.................................................................................4 TRAÇO POBRE.................................................................................................5 TRAÇO RICO....................................................................................................5 OBSERVAÇÕES......................................................................................................6 ENSAIO DE ABATIMENTO DO CONCRETO........................................................................7 IMPORTÂNCIA.......................................................................................................7 APARELHAGEM.....................................................................................................7 MÉTODOS DE ENSAIO..........................................................................................8 RESULTADOS.......................................................................................................10 PARA O TRAÇO INTERMEDIÁRO...................................................................10 PARA O TRAÇO POBRE..................................................................................10 PARA O TRAÇO RICO.....................................................................................11 ANÁLISE OS RESULTADOS...................................................................................12 DIAGRAMA DE DOSAGENS..................................................................................12 CONCLUSÃO...................................................................................................................13 REFERÊNCIAS..................................................................................................................14 INTRODUÇÂO A realização da dosagem de um concreto é um fator primordial para o desenvolvimento de suas características de desempenho. A definição do traço do concreto visa proporcionalizar os materiais constituintes da forma econômica, atendendo as especificações de projeto, bem como as características de durabilidade desejadas. Neste sentido, a etapa de dosagem dos materiais constituintes é subdivida em etapas. A primeira etapa trata-se da fase de definição dos materiais a serem empregados na dosagem, na qual é realizada uma seleção criteriosa dos materiais, tais como cimento, agregados miúdo, agregado graúdo, água, e, quando necessário, adições e aditivos. A segunda fase é a etapa de proporcionamento dos materiais, onde será definida a quantidade ideal de cada um dos materiais na mistura através de cálculos. A terceira etapa é a fase em que observamos o a interação dos materiais, através do auxílio da betoneira, a qual mistura os componentes por tombamento, homogeneizando-os. Assim, verifica-se a trabalhabilidade do concreto por meio de três quesitos: auditivo, visual e teste de acabamento. O Método IPT/EPUSP necessita que seja feito três dosagens para obter referências. Neste sentido, um traço pobre, um intermediário e um rico. O ensaio é baseado na norma NBR 6118, a qual ... OBJETIVO O objetivo da dosagem de concreto presente neste relatório é avaliar a trabalhabilidade e a resistência de cada traço, sendo um rico, um intermediário e um pobre. No primeiro momento a trabalhabilidade através do teste de abatimento e posteriormente executar as respectivas rupturas dos copos de prova, a fim de quantificar as resistências para cada dosagem, obtendo, por fim, o gráfico com três pontos como referência no Método IPT/EPUSP DOSAGEM DO CONCRETO CONVENCIONAL IMPORTÂNICA Indiscutivelmente, o fator mais importante é dosar adequadamente o concreto para determinada finalidade, usando cada traço para suas respectivas funções. Pois negligenciar essa etapa implica manifestações patológicas. CÁLCULOS PARA DOSAGEM Para elaborara a dosagem foi necessário o uso das seguintes fórmulas: Teor de argamassa (α): Onde “m” corresponde ao total de agregados secos e “a” corresponde a areia. Agregados secos totais (m): m = a + p Obtendo, por fim o valor de “p” que corresponde à quantidade de brita no traço. Os cálculos partem de valor estipulados para o teor e argamassa, o qual iniciou-se em 48% até 52% com variação de 1%, valores ditados pela professora. TRAÇO INTERMEDIÁRIO Inicialmente o traço foi de 1:5. Então m=5. Calculou-se a quantidade de areia substituindo na fórmula o “m” por 5 e o teor (α) pela porcentagem. Após o encontrar o valor de “a”, emprega-o na fórmula de agregados secos totais. Tendo feito isso para cada porcentagem, definiu-se os traços unitário. No entanto, necessitamos do traço em massa com 18kg de brita, que por regra de três, redefiniu-se os traços unitário em traços em massa. O valor da massa da brita foi de 18kg para evitar desperdícios no final do ensaio. A quantidade de água em massa é obtida por regra de três a partir da relação água/cimento que foi utilizada. A a/c inicialmente foi de 0,5, o que nos proporcionou os valores em massa de água. Teor de argamassa (α) Traço unitário 1:a:p Traço em massa 1:a:p Quantidade de areia (kg) Quantidade de cimento (kg) Quantidade de água (kg) Massa total Acréscimo Massa total Acréscimo Massa total Acréscimo 48% 1 : 1,88 : 3,12 5,77 : 10,85 : 18,00 10,85 0,56 5,77 0,11 2,89 0,05 49% 1 : 1,94 : 3,06 5,88 : 11,41 : 18,00 11,41 0,59 5,88 0,12 2,94 0,06 50% 1 : 2,00 : 3,00 6,00 : 12,00 : 18,00 12,00 0,61 6,00 0,12 3,00 0,06 51% 1 : 2,06 : 2,94 6,12 : 12,61 : 18,00 12,61 0,64 6,12 0,13 3,06 0,06 52% 1 : 2,12 : 2,88 6,25 : 13,25 : 18,00 13,25 6,25 3,12 Tabela 1 - dosagem especificada com traço 1:5 e a/c de 0,5 A tabela 1 mostra os valores calculados para o traço 1:5, o qual foi denominado traço intermediário. A partir deste, foi descoberto que teor de argamassa seria ideal, para que posteriormente usassem o teor ideal no traço rico e no podre, sem ter de fazer a mesma tabela. No entanto, houve a necessidade de alterar a relação água-cimento durante o ensaio no momento em que o teor de argamassa estava em 52%. Alterou-se, então o a/c de 0,5 para 0,55. Portanto, a relação a/c foi de 3,44. O valor de água acrescido no concreto para ajuste do a/c 0,32 (3,44 – 3,12). TRAÇO POBRE O traço pobre é de 1:3,5. Então, calculou-se o traço unitário sob esse parâmetro e com o teor de argamassa de 52%, pois foi o teor satisfatório ensaiado. E com a quantidade de 18kg de brita adequou as quantidades do cimento e da areia em massa. A relação água-cimento para este traço foi de 0,3, tendo que ser alterada para 0,4. Portanto, os valores encontrados estão na tabela 2 Teor de argamassa (α) Traço unitário 1:a:p Traço em massa 1:a:p Quantidade de areia (kg) Quantidade de cimento (kg) Quantidade de água (kg) Massa total Acréscimo Massa total Acréscimo Massa total Acréscimo 52 1 : 1,34 : 2,16 8,33 : 11,17 : 18,00 11,17 0,00 8,33 0,00 3,33 0,00 Tabela 2 –dosagem especificada para o traço 1:3,5 e a a/c de 0,4 TRAÇO RICO Este traço foi de 1:6,5, ou seja, o valor de materiais secos é 6,5, o que recalculando nos fornece um novo traço unitário e um novo traço em massa, como mostra a tabela 3. Teor de argamassa (α) Traço unitário 1:a:p Traço em massa 1:a:p Quantidade de areia (kg) Quantidade de cimento (kg) Quantidade de água (kg) Massa total Acréscimo Massa total Acréscimo Massa total Acréscimo 52 1 : 2,90 : 3,60 5 : 14,50 : 18,00 14,50 0,00 5 0,00 3,50 0,00 Tabela 3 – dosagem especificada para o traço 1:6,5 e a/c de 0,7 Neste traço houve adição de 50g de aditivo super plastificante, já que com a quantidade máxima de água extrapolada não obteve a trabalhabilidade desejada. OBSERVAÇÃO Cabe ainda salientar que a relação a/c máxima permitida é de 0,6. Contudo a granulometria da areia é falha, ou seja, há falta de finos na mistura. Por essa razão, haverá solicitação de mais água na mistura. A dosagem do concreto foi especificada pela professora e ajustada para que houvesse o menor desperdício possível de material. A adição de aditivos deve ser regida por um cálculo quanto a sua quantidade. Então para o traço rico a quantidade de 50g foi obtida em relação a quantidade cimento, por regra de três. O cimento utilizado no ensaio foi Cimento Votoran - CP IV RS 32, a brita tipo 1 e a areia foi a média. ENSAIO DE ABATIMENTO DO CONCRETO IMPORTÂNCIA Avaliar a trabalhabilidade dos específicos traços de argamassa, observando estar de acordo com a respectiva finalidade. Levanto em conta que a má trabalhabilidade leva o operário a adicionar água a concreto, o que prejudica seu desempenho. APARELHAGEM: Para a realização destes ensaios utilizamos os seguintes equipamentos: Molde de corpo de prova. Figura 01 – Molde de corpo de prova de 0.001571 m³ Balança de precisão. Figura 02 – Balança Teste de tronco de cone. Figura 03 – Aparelho para medir slump Medidor graduado. Figura 04 – Medidor Graduado Betoneira. Figura 05 – Betoneira de 120 litros Régua metálica com 300 mm Colher de pedreiro Recipiente plástico com forma de um paralelepípedo MÉTODOS DE ENSAIOS O laboratório permaneceu com temperatura de 25,9◦C durante toda aula experimental; Apresentaram-se os aparelhos a serem usados à turma; Imprimou-se a betoneira. Adicionou-se os materiais na betoneira na quantia adequada para o teor de 48% de argamassa para o traço intermediário 1:5. Após misturado os componentes, fez-se os testes de trabalhabilidade, ou seja, o auditivo, o visual e o de acabamento, para verificar se já estava na forma a qual se era desejada. Como não estava adequada, foi sendo adicionado os acréscimos de materiais, seguindo os valores da tabela. Fez-se este procedimento para os teores de 48%, 49%, 50%, 51% e 52%. Os acréscimos foram adicionados até 52% do teor de argamassa e, nesse momento, foi necessário aumentar a relação água-cimento para 0,55. Então, refez-se os cálculos para adequar a quantidade de água na proporção atual, adicionando à betoneira, que por tombamento homogeneizou o concreto, que atingiu a trabalhabilidade esperada segundo os três testes já mencionados. Levou-se o concreto da betoneira para um recipiente de plástico para iniciar o teste de abatimento. O concreto foi adicionado no tronco de cone atingindo um terço de sua altura e com o soquete metálico, fez-se 20 golpes na superfície da massa. Então, adicionou-se mais concreto atingindo dois terços da altura do cone e repetiram os 20 golpes com o soquete, a fim de “costurar” as camadas, não as perfurando com o soquete. Por último, adicionou concreto até a borda do cone e repetiram os golpes. Feito isso, retiram-se o cone e, invertido, colocou-o do lado da “torre” de concreto para medir, com a régua, o quanto o concreto desceu em relação à altura do cone. Após isso, preencheram os corpos de prova, até a metade da sua altura, como dita a norma NBR 5738. Golpeou 12 vezes com o soquete metálico. Colocou-se mais concreto até o preenchimento total do CP e repetiram os 12 golpes. Repetiram este procedimento em três corpos de prova. Depois, mediu-se suas respectivas massas na balança para os cálculos de massa especifica e consumo de cimento. Sabendo que o teor ideal foi de 52%, então para os seguintes traços, já foi adotado esse teor nos cálculos, obtendo os respectivos traços unitário e em massa. Para o traço pobre, as quantias adicionadas à betoneira já foram especificadas em 52% do teor de argamassa com a relação a/c de 0,3. Porém, feito os testes de trabalhabilidade, viu-se que não atingira o resultado esperado, o que os levou a alterar de 0,3 a relação a/c para 0,4. Após esse ajuste, com resultado positivo, fez o mesmo procedimento para o ensaio de abatimento e também para o preenchimento dos corpos de prova. Para o traço rico, contudo, teve de ser adicionado aditivo super plastificante, após já ter sido acrescentado as quantias para o teor de 52% de argamassa com relação a/c de 0,6 pois com a quantidade máxima de água permitida o concreto não estava na forma adequada. Então, fez-se os cálculos em relação à quantidade de cimento e descobriram que a quantidade deveria ser de 0,0125kg de aditivo. Depois adicionou-se mais 0,0125, obtendo na mistura 0,025kg de aditivo, o que ainda não tivera resultado. Por isso adicionou-se mais 0,025kg. Somando a quantidade de aditivo na massa, foi de 0,050kg ou 50g. Feito isso, ainda não foi obtida a trabalhabilidade desejada, o que os levou a alterar a relação a/c de 0,6 para 0,7. Assim, feitos os testes de trabalhabilidade, seguiu-se para o teste de abatimento e preenchimento dos corpos de prova da mesma forma como com os traços anteriores. RESULTADOS Para calcular a relação água-materiais secos utiliza-se a seguinte fórmula: Já para o cálculo do consumos de cimento, a fórmula é: PARA O TRAÇO INTERMEDIÁRIO O resultado do ensaio de abatimento foi de 145 mm Relação água/cimento (a/c) = 0,55 Relação água/materiais secos (H) = 9,17 A tabela abaixo mostra os resultados para o traço intermediário (1:5) Molde Molde vazio (kg) Molde cheio (kg) Massa concreto (kg) Diam. (cm) Altura (cm) Volume (m3) M. espec. (kg/m3) Consumo cimento/m3 1 2,65 6,62 3,97 10 20 0,00157 2.528,66 386,05 2 2,65 6,55 3,90 10 20 0,00157 2.484,08 379,25 3 2,65 6,61 3,96 10 20 0,00157 2.522,29 385,08 Valores Médios 2,65 6,59 3,94 10 20 0,00157 2.511,68, 383,46 Tabela 4 – resultados obtidos para o traço intermediário PARA O TRAÇO POBRE O resultado do ensaio de abatimento foi de 145 mm Relação água/cimento (a/c) = 0,4 Relação água/materiais secos (H) = 8,89 A tabela abaixo mostra os resultados para o traço pobre (1:3,5) Molde Molde vazio (kg) Molde cheio (kg) Massa concreto (kg) Diam. (cm) Altura (cm) Volume (m3) M. espec. (kg/m3) Consumo cimento/m3 1 2,65 6,61 3,96 10 20 0,00157 2.522,29 514,75 2 2,65 6,54 3,89 10 20 0,00157 2.477,71 505,66 3 2,65 6,56 3,91 10 20 0,00157 2490,45 508,25 Valores Médios 2,65 6,57 3,92 10 20 0,00157 2.496,82 509,55 Tabela 4 – resultados obtidos para o traço intermediário PARA O TRAÇO RICO O resultado do ensaio de abatimento foi de 160 mm Relação água/cimento (a/c) = 0,7 Relação água/materiais secos (H) = 9,33 A tabela abaixo mostra os resultados para o traço intermediário (1:6,5) Molde Molde vazio (kg) Molde cheio (kg) Massa concreto (kg) Diam. (cm) Altura (cm) Volume (m3) M. espec. (kg/m3) Consumo cimento/m3 1 2,65 6,38 3,73 10 20 0,00157 2.375,80 289,73 2 2,65 6,46 3,81 10 20 0,00157 2.426,75 295,95 3 2,65 6,42 3,77 10 20 0,00157 2.401,27 292,84 Valores Médios 2,656,42 3,77 10 20 0,00157 2.401,27 292,84 Tabela 4 – resultados obtidos para o traço intermediário DIAGRAMA DE DOSAGENS ANÁLISE DOS RESULTADOS Com base nos resultados constantes na tabela e sabendo que o abatimento é de 10 ±2, nenhum dos concretos obtiveram êxitos. CONCLUSÃO Com base nos resultados obtidos nos ensaios conclui-se que: Como a Norma NBR 6118 dita que o resultado do abatimento deve ser 10 ±2, os três traços ensaiados estão fora da normalização. Contudo, o material utilizado foi falho, ou seja, a granulometria do agregado miúdo era descontínua, exigindo assim, a quantidade de água na mistura superior a desejada para obter os resultados positivos. Em contra partida, a professora salientou que, para um concreto de obra, o abatimento ideal deve ser menor que 150mm, o que torna o traço 1:5 e 1:3,5 ideias, e o traço 1:6,5 não ideal. Conclui-se também que há uma relação inversamente proporcional entre a relação de matérias secos e o consumo de cimento, pois quanto maior é o “H”, menor é o consumo de cimento. Então, menor é também o custo desse concreto, já que o fator mais pesado economicamente é a quantidade de cimento envolvida. REFERÊNCIAS https://engciv.wordpress.com/2012/07/06/retracao-plastica-do-concreto-e-as-fissuras/. Acessado dia 25 de março. http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17831/material/Dosagem_met_IPT-EPUSP.pdf. Acessado dia 25 de março. https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=312987. Acessado dia 25 de março.
Compartilhar