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PLANEJAMENTO DA ROTINA SEMANAL: USO DA AMOSTRAGEM POR CONGLOMERADOS DE 1 E DE 2 ESTÁGIOS Álaze Gabriel Gifted: Pós graduado em Docência e Pesquisa para o Ensino Superior (2015). Pós graduado no MBA em Finanças e Controladoria UBC (2014). Graduado em Gestão Empresarial (2012). Cursando graduação em Ciências Contábeis UNIMES (5º período). Cursando graduação em Estatística UFSCar (4º período). Bacharel e mestre em Teologia, cursos livres eclesiásticos da Universidade da Bíblia (2015). Pesquisador sobre: o fenômeno socioeconômico concentracionista; a metodologia da pesquisa científica; a docência no ensino superior; o fenômeno religioso. Poeta lírico (poesias, acrósticos), narrador (romances, crônicas, biografias) e dramaturgo (farsas, tragédias). Administrador de blogs. Escritor free lancer. Possui trajetórias acadêmica e profissional bastante diversificadas, com concentração nas áreas administrativa e contábil. Participou do curso de extensão Equidade no acesso à pós-graduação para populações sub- representadas a cursos de mestrado, na Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Filiação institucional: Universidade Federal de São Carlos – Departamento de Estatística Endereço completo: Rodovia Washington Luiz KM 235, s/nº, CEP 134565-905, Jardim Guanabara, São Carlos, SP E-mail: alaze_p7sd8sin5@yahoo.com.br PLANNING THE WEEKLY ROUTINE: SAMPLING OF THE USE OF CLUSTERS OF 1 AND 2 STAGES Álaze Gabriel Gifted: Post graduate in Teaching and Research in Higher Education (2015). Graduate degree in MBA in Finance and Controlling UBC (2014). Graduated in Business Administration (2012). Pursuing a degree in Accounting UNIMES (5th period). Attending graduation in Statistics UFSCar (4th period). Bachelor and master in theology, church free courses at the University of the Bible (2015). Researcher: the concentrationist socioeconomic phenomenon; the scientific research methodology; teaching in higher education; the religious phenomenon. lyric poet (poetry, acrostics), narrator (novels, essays, biographies) and playwright (farces, tragedies). Administrator blogs. Author free lancer. It has academic and professional trajectories quite diverse, with a concentration in management and accounting. Attended extension courses Equity in access to graduate to populations underrepresented the Masters Courses at the Federal University of São Carlos - UFSCar. Institutional affiliation: Federal University of São Carlos - Department of Statistics Full address: Washington Luiz Highway KM 235, s / n, CEP 134565-905, Jardim Guanabara, São Carlos, SP E-mail: alaze_p7sd8sin5@yahoo.com.br RESUMO Esse trabalho tem como tema o planejamento da rotina semanal. Objetiva encontrar uma estimativa confiável da proporção e da média de estudantes da turma de Amostragem 2016/1 do Bacharelado em Estatística da UFSCar que planejam a sua rotina semanal e que esboçam um Cronograma Logístico Semanal (CLS). Para tanto, utiliza-se as seguintes metodologias: o método fenomenológico-hermenêutico, como eixo epistemológico de investigação; o método hipotético- dedutivo, como eixo lógico de investigação. Como eixo técnico, operacionaliza-se, numa primeira parte, a Amostragem Aleatória por Conglomerados unietápica (AAC1E), e, numa segunda parte, a Amostragem Aleatória por Conglomerados bietápica (AAC2E). Resulta pela AAC1E que o percentual dos estudantes da referida turma que planejam a sua rotina semanal é de 83,33%, e dos que esboçam um Cronograma Logístico Semanal é de apenas 25%; na AAC2E, o primeiro percentual encontra-se entre 46,5% e 100%, enquanto o segundo entre 0% e 42,46%. Palavras-chave: Amostragem Aleatória por Conglomerados. Amostragem Aleatória Simples. Planejamento da rotina semanal. ABSTRACT This work has the theme planning weekly routine. Aims to find a reliable estimate of the proportion and average students Sampling 2016/1 class of Bachelor of UFSCar Statistics planning your weekly routine and outlining a Logistics Week Schedule (CLS). Therefore, the following methods are used: the phenomenological-hermeneutical method, as an epistemological axis of research; the hypothetical-deductive method, as a logical axis of research. As a coach axis, if operationalized, in the first part, Random Sampling Conglomerates unietápica (AAC1E), and a second part, Random Sampling Conglomerates bietápica (AAC2E). Results by AAC1E that the percentage of students from that class who plan their weekly routine is 83.33%, and outlining a Logistics Weekly Schedule is only 25%; AAC2E in the first percentage is between 46.5% and 100%, while the second between 0% and 42.46%. Keywords: Random Sampling Conglomerates. Simple Random Sampling. Planning weekly routine. 1 INTRODUÇÃO Esse tema se justifica devido ao meu interesse em retratar a relação entre os hábitos e condições estudantis e a construção da carreira dos estudantes da turma de Amostragem 2016/1 do bacharelado em Estatística da Universidade Federal de São Carlos. Pesquisas científicas sobre gestão da carreira mostram que o sucesso da nossa trajetória de carreira envolve a adequada gestão do nosso tempo, o que implica disciplinar corretamente os nossos hábitos cotidianos, desenhando uma rotina semanal coerente com os nossos objetivos profissionais, acadêmicos, financeiros, etc. (PERES, 2011; REAL et al, 2013; VIEIRA; CASTRO; JÚNIOR, 2010). Deste modo, a adequada administração da nossa rotina semanal pode favorecer ou desfavorecer a construção da nossa trajetória profissional, podendo até mesmo determinar o seu sucesso ou o seu fracasso (PERES, 2011; VIEIRA; CASTRO; JÚNIOR, 2010). Por exemplo, eu cito o estudo realizo por Real et al (2013, p. 1), cujo resumo eu transcrevo: O desenvolvimento da carreira do profissional passa por mudanças perceptíveis. Associado a este processo de mudança, o profissional necessita buscar seu aprimoramento constante. Este artigo teve a finalidade de identificar, junto a estudantes de cursos de Graduação de uma Instituição de Ensino Superior de Porto Alegre, como estes percebem o papel do indivíduo e o papel da organização na responsabilidade por este desenvolvimento da carreira. Caracterizou-se como uma pesquisa de caráter exploratória e descritiva, a qual foi desenvolvida em uma abordagem quantitativa. O grupo amostral foi composto por noventa pessoas, que foram investigados por meio de questionário. Os indivíduos mostram-se conscientes da importância de planejar sua própria carreira e de gerenciar seu desenvolvimento profissional. Pode-se concluir, a partir da pesquisa realizada, que as carreiras estão se adaptando às demandas do cenário atual ficando, portanto, evidenciadas as necessidades de aprimoramento do profissional, para uma condução mais efetiva da gestão de carreira entre indivíduos e empresas. Além disto, ao contrário do que muitos pensam, a responsabilidade de planejar e construir cotidianamente a nossa trajetória de carreira não é da organização do trabalho, mas sim nossa, ou seja, ela é individual (REAL et al, 2013). Sobre estes aspectos, Real et al (2013, p. 10) pontuam: Esta pesquisa teve como objetivo identificar como os estudantes de uma instituição de ensino de Porto Alegre percebem o papel do indivíduo e o papel das organizações quanto a responsabilidade pelo desenvolvimento da sua carreira. Em relação ao planejamento de carreira, concluiu-se que os respondentes acreditam na importância do planejamento de carreira para suas vidas, bem como atribuem maior chance de sucesso para quem busca o planejamento de carreira. A grande parte dos indivíduos pesquisados afirma ter planejado suas carreiras, atribuindo a responsabilidade pelo planejamentocomo sendo deles próprios e a relação do planejamento em conjunto com a empresa mostra que essa perspectiva vem ao encontro do que se propõe para o planejamento de carreiras na atualidade. O indivíduo configura-se o principal responsável pelo seu desenvolvimento, e à organização cabe oferecer o caminho e oportunidades para o alcance dos objetivos e metas do profissional no desenvolvimento de sua carreira. Portanto, a organização do trabalho pode e deve sim nos ajudar neste processo de planejamento e construção, mas ele consiste em uma responsabilidade individual, de modo que somente nós é que temos o direito da liberdade, da espontaneidade e da consciência de construir a nossa própria trajetória de carreira, consoante as nossas necessidades e vontades (REAL et al, 2013; PERES, 2011). 2 METODOLOGIA 2.1 Pilar epistemológico O pilar epistemológico refere-se ao conjunto de pressupostos ontológicos, morfológicos, gnosiológicos, teóricos e éticos, norteadores da pesquisa científica em um nível estratégico. É, portanto, o pilar estratégico, ou diretivo, da pesquisa científica. Considera sensivelmente a concepção de homem, de vida, de mundo, de ciência e de ética que o pesquisador tem tanto quanto as suas relações com o objeto da sua investigação (GILES, 1979; PIAGE, 1973; KÖCHE, 1997; TEIXEIRA 2012; EL-GUINDY, 2004; VERGARA, 2012; SPINK, 2012; BRASIL, 2012). Por essas razões, os seus enfoques (métodos) podem ser apropriadamente denominados bases estratégicas da investigação ou bases diretivas constitucionais da investigação (GIFTED, 2015). Esta proposta de trabalho de pesquisa caracteriza-se como um estudo fenomenológico- hermenêutico, porque visa a exploração descritiva da relação entre os hábitos e as condições de permanência estudantis e a construção da carreira dos estudantes da turma de Amostragem 2016/1 do bacharelado em Estatística da Universidade Federal de São Carlos, campus São Carlos. A base diretiva da investigação fenomenológico-hermenêutica concebe a ciência como a compreensão dos fenômenos em suas diversas manifestações; o homem é tido como projeto, ser inacabado, ser de relações com o mundo e com os outros; defende a transição de uma visão sincrônica (o rx do fenômeno) para uma visão diacrônica; defende a transcrição de uma visão isolacionista, homogênea, não-conflitiva para uma visão dinâmica. Seu caráter é cientificista, isto é, o conhecimento é teórico, abstrato, resultado do raciocínio. Ela tem por objetivo a exploração descritiva do comportamento de um fenômeno, isto é, de um fato observado externamente. Por essa razão, o grau de aproximação entre sujeito pesquisador e objeto investigado por uma pesquisa dirigida por essa base é levemente sensível, e ela foca, não nas causas e nos efeitos, mas na descrição da realidade do objeto investigado (TEIXEIRA 2012; VERGARA, 2012; GIFTED, 2015; EL-GUINDY, 2004; SPINK, 2012; BRASIL, 2012). 2.2 Pilar lógico O pilar lógico refere-se ao conjunto de pressupostos estruturais do pensamento, norteadores da pesquisa científica em um nível tático. É, portanto, o pilar tático, ou gerencial, da pesquisa científica. Considera o ponto exato de partida do raciocínio utilizado bem como as nuances dos seus avanços. Por essa razão, os seus enfoques (métodos) podem ser apropriadamente denominados bases táticas da investigação ou bases estruturais do pensamento da investigação (CRESWELL, 2010; TRIVIÑOS, 1987; GIFTED, 2015). A base estrutural de pensamento silogístico-indutiva, também denominada lógica teorética, é aquela que parte de um conjunto de proposições que seguem uma ou mais tendências teoréticas específicas (particulares) e ruma para conclusões generalizadas (gerais). Por essa razão ela é mais utilizada em estudos cientificistas, ou seja, aqueles mais voltados para o campo das abstrações. (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; POPPER, 1972; KANT, 2001; 2004). 2.3 Pilar técnico O pilar técnico refere-se ao conjunto de pressupostos de abordagem, de modalidade sequencial (pesquisa mista), de base e subbase procedimentais (pesquisa observacional), de técnicas e subtécnicas, de instrumentos, de recursos (inclusive o tempo) e de lócus, norteadores da pesquisa científica em um nível operacional. É, portanto, o pilar operacional, ou funcional, da pesquisa científica. Considera as fases pré-implementatória (trabalho ou redação de ensaio), implementatória (execução do trabalho ou da redação de ensaio) e pós-implementatória (publicação dos resultados finais) da investigação científica (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; ECO, 2012; THIOLLENT, 2003; 2011; YIN, 2010; MARTINS, 2008; SOARES, 2003). Por essa razão, os seus enfoques (métodos) podem ser apropriadamente denominados bases operacionais da investigação ou bases funcionais da operação de investigação (GIFTED, 2015). As abordagens de investigação podem ser qualitativa (dados e linguagem alfabéticos), quantitativa (dados e linguagem numéricos) e mista (um pouco quali, um pouco quanti) (CRESWELL, 2010; RODRIGUES, 2006; TRIVIÑOS, 1987). As modalidades sequenciais, inerentes aos métodos mistos de investigação, podem ser estratégia explanatória sequencial, estratégia exploratória sequencial, estratégia transformativa sequencial, estratégia de triangulação concomitante, estratégia incorporada concomitante e estratégia transformativa concomitante (CRESWELL, 2010; GIFTED, 2015). As bases procedimentais de investigação podem ser a observacional, a experimental, a estatística e ou a clínica (GIL, 1999; 2010). Cada uma delas é classificada de acordo com as técnicas de coleta de dados utilizadas, sendo, portanto, a observação, a experimentação, a amostragem e a testagem, respectivamente. As técnicas de investigação podem ser de coleta (levantamento bibliográfico, levantamento documental, entrevista, intervenção, experimentação, amostragem, testagem), de registro (planificação manual, planificação eletrônica), de sistematização (suposições, hipóteses, indagações, suspeitas, curiosidades, conjecturas), de organização (categorização, codificação, tabulação), de análise ou interpretação (AB, AC, AD, AF, AR, exegese- hermenêutica, etc.), de formalização (TCC, dissertação, tese, artigo, resenha, periódico, revista, software, patente, obra de arte) e de apresentação (exposição oral, exposição visual, exposição mista) (SEVERINO, 2007; GIL, 1999; 2010). Os instrumentos de investigação tratam-se dos materiais utilizados para a coleta dos dados. Podem ser o protocolo observacional, o protocolo de entrevista, o protocolo amostral, o diário de campo, as escalas sociais, os testes, o questionário, o formulário (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016; KAZMIER, 1982; CORREA, 2003; MORETTIN; BUSSAB, 2010; KAZMIER, 1982). Os recursos tratam-se dos requisitos necessários à viabilidade da investigação científica. Podem ser tecnológicos (hardware, software, materiais escolares, laboratórios de informática, bibliotecas), financeiros (valores monetários, bolsas de estudo, ajudas de custo, premiações), humanos (grupos de pesquisa, orientadores, coorientadores, coautores, examinadores, colaboradores, normas justas) e tempo (cronogramas executáveis, metas alcançáveis) (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; CRESWELL, 2010; RODRIGUES, 2006; TRIVIÑOS, 1987). Os lócus tratam-se dos espaços físicos, isto é, os lugares onde são realizadas as etapas da investigação científica. Podem ser de coleta (uma biblioteca), de registro (um telecentro), de sistematização (uma praça), de organização (um albergue), de análise ou interpretação (umafeira de domingo), de formalização (uma universidade) e de apresentação (um encontro universitário) (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; CRESWELL, 2010; RODRIGUES, 2006; TRIVIÑOS, 1987). Para a escolha das fontes selecionadas foram considerados os seguintes critérios: a) conteúdo específico sobre os procedimentos técnicos necessários para a adequada operacionalização dos levantamentos amostrais; b) conteúdo sobre a metodologia da pesquisa científica; c) viabilidade de acesso e análise dos materiais selecionados. Pretende-se observar todas as fontes selecionadas; pretende-se coletar os dados, mediante um questionário de amostragem pré-elaborado, após o que se planeja organizá-los, sistematizá-los, analisá-los e apresentá-los de acordo com os procedimentos técnicos de pesquisa para levantamento bibliográfico, levantamento documental e levantamento amostral apresentados por Gil (1999; 2010), Marconi e Lakatos (2007), Rodrigues (2007), Luna (2011; 2012), Bolfarine e Bussab (2004), Morettin e Bussab (2010), Candollo (2016), Kazmier (1982), Correa (2003) e Köche (1997; 2011). a) Abordagem de pesquisa mista A abordagem de pesquisa mista é aquela que utiliza tanto a linguagem quanto os dados predominantemente utilizados são os qualitativos e, concomitantemente, os quantitativos. Enquanto os primeiros servem como lente teórica da investigação, os segundos servem como fundamentos precisos dos resultados produzidos. Essa abordagem já é hoje bastante comum em estudos inter e multidisciplinares, e seu uso na área da Educação é crescente (DAL-FARRA; LOPES, 2014; CRESWELL, 2010). Como modalidade sequencial de pesquisa, foi selecionada para a execução desta proposta de trabalho de pesquisa a estratégia transformativa sequencial de métodos mistos, que Creswell (2010, p. 248) explana do seguinte modo: [...] A estratégia transformativa sequencial é um projeto de duas fases, com uma lente teórica (p. ex., gênero, raça, teoria da ciência social) se sobrepondo aos procedimentos sequenciais. Tem também uma fase inicial (quantitativa ou qualitativa), seguida de uma segunda fase (qualitativa ou quantitativa), a qual se desenvolve sobre a fase anterior. A lente teórica é apresentada na introdução de uma proposta, molda uma questão de pesquisa direcional que visa explorar um problema (p. ex., desigualdade, discriminação, injustiça), cria sensibilidade à coleta de dados de grupos marginalizados ou sub-representados e termina com um chamado à ação. [...] Não é nem um pouco fácil utilizar tal abordagem, motivo pelo qual Creswell (2010, p. 243) justifica: Combinar os dados (e, em um sentido mais amplo, a combinação das questões de pesquisa, da filosofia, da interpretação) é difícil principalmente quando se considera que os dados qualitativos consistem de texto e imagens e de dados quantitativos, números. Há duas questões diferens aqui: Quando um pesquisador faz a combinação dos dados em um estudo de métodos mistos? E como ela ocorre? A primeira questão é muito mais fácil de responder do que a segunda. A combinação dos dois tipos de dados pode ocorrer em diversos estágios: na coleta dos dados, na análise dos dados, na interpretação dos dados, ou nas três fases. [...] Hoje, na ciência moderna, já existem várias estratégias sequenciais desenvolvidas para a pesquisa de abordagem mista, objetivando facilitar a sua compreensão e o seu uso (CRESWELL, 2010). Creswell (2010), professor universitário que ministra cursos e escreve sobre metodologia qualitativa e pesquisa de métodos mistos há mais de 35 anos, apresenta em sua obra seis estratégias sequenciais para as pesquisas científicas de métodos mistos, cujo uso já se faz crescente em várias áreas do conhecimento, em especial a das Ciências Exatas, a das Ciências Sociais Aplicadas e da Educação. b) A base procedimental: observação A observação é a técnica mais utilizada para a coleta de dados, e se faz presente em toda pesquisa científica, haja vista que é por meio dela que se realiza a revisão bibliográfica e ou documental do tema selecionado para investigação. Sobre os tipos de observação, Marconi e Lakatos (2008, p. 77-80) apresenta oito: A técnica da observação não estruturada ou assistemática, também denominada espontânea, informal, ordinária, simples, livre, ocasional e acidental, consiste em recolher e registrar os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer perguntas diretas. É mais empregada em estudos exploratórios e não tem planejamento e controle previamente elaborados. [...] A observação sistemática também recebe várias designações: estruturada, planejada, controlada. Utiliza instrumentos para a coleta dos dados ou fenômenos observados. Realiza-se em condições controladas, para responder a propósitos preestabelecidos. Todavia, as normas não devem ser padronizadas nem rígidas demais, pois tanto as situações quanto os objetos e objetivos da investigação podem ser muito diferentes. Deve ser planejada com cuidado e sistematizada. [...] Na observação não participante, o pesquisador toma contato com a comunidade, grupo ou realidade estudada, mas sem integrar-se a ela: permanece de fora. Presencia o fato, mas não participa dele; não se deixa envolver pelas situações; faz mais o papel de espectador. Isso, porém, não quer dizer que a observação não seja consciente, dirigida, ordenada para um fim determinado. O procedimento tem caráter sistemático. [...] [A observação participante] consiste na participação real do pesquisador com a comunidade ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Fica tão próximo quanto um membro do grupo que está estudando e participa das atividades normais deste. [...] Em geral, são apontadas duas formas de observação participante: a) Natural. O observador pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga; b) Artificial. O observador integra-se ao grupo com a finalidade de obter informações. […] Como o próprio nome indica, [a observação individual] é a técnica de observação realizada por um pesquisador. Nesse caso, a personalidade dele se projeta sobre o observado, fazendo algumas inferências ou distorções, pela limitada possibilidade de contato. Por outro lado, pode intensificar a objetividade de suas informações, indicando, ao anotar os dados, quais são os eventos reais e quais são as interpretações. É uma tarefa difícil, mas não impossível. Em alguns aspectos, a observação só pode ser feita individualmente. [...] A observação em equipe é mais aconselhável do que a individual, pois o grupo pode observar a ocorrência por vários ângulos. Quando uma equipe está vigilante, registrando o problema na mesma área, surge a oportunidade de confrontar seus dados posteriormente, para verificar as predisposições. Normalmente, as observações [na vida real] são feitas no ambiente real, registrando-se os dados à medida que forem ocorrendo, espontaneamente, sem devida preparação. A melhor ocasião para o registro é o local onde o evento ocorre. Isto reduz as tendências seletivas e a deturpação na reevocação. [...]A observação em laboratório é aquela que tenta descobrir a ação e a conduta que tiveram lugar em condições cuidadosamente dispostas e controladas. Entretanto, muitos aspectos importantes da vida humana não podem ser observados sob condições idealizadas no laboratório. [...] (grifos meus) Todavia, embora a literatura crítica apresente vários tipos de observação, existem basicamente dois tipos dela: a direta, ou participante, que constitui uma técnica aplicada in loco, ou seja, no local onde se encontra o objeto do estudo; e a indireta, ou não participante, que constitui uma técnica aplicada à distância do local onde se encontra o objeto de estudo. Quer a observaçãoparticipante, utilizada por exemplo na pesquisa-ação, em estudos de casos observacionais e na etnografia participante, quer a observação não participante, utilizada por exemplo na pesquisa bibliográfica, na pesquisa documental ou na etnografia não participante, existem cuidados importantes que precisam ser tomados. Sobre esse aspecto, Martins (2008, p. 109) salienta: A observação consiste em um exame minucioso que requer atenção na coleta e análise dos dados. Para tanto, a observação deve ser precedida por um levantamento de referencial teórico e resultados de outras pesquisas relacionadas ao estudo. Formalmente, é desejável a construção de um protocolo de observação, que, evidentemente, fará parte do protocolo do Estudo de Caso. Observar não é apenas ver. A validade (será que se está observando aquilo que de fato se deseja observar?) e a confiabilidade, ou fidedignidade (será que sucessivas observações do mesmo fato ou situação oferecem resultados semelhantes?) poderão ser atingidas se a observação for, rigorosamente, controlada e sistemática. Implica em um planejamento cuidadoso do trabalho e preparação do observador. O plano delimitará o fenômeno a ser estudado, indicará o que se deve observar, as maneiras de se observar, a duração, periodicidade, modo de registros e controles para garantia da validade e confiabilidade. [...] A observação pode ser direta, denominada observação participante (OP), quando o observador-pesquisador partipa dos eventos a serem estudados, ou pode ser indireta, denominada observação não participante (ONP), quando o observador-pesquisador se vale somente da literatura crítica sobre os eventos a serem estudados sem, contudo, deles participar. Distinguindo os dois tipos de observação, Martins (2008, p. 25) explana: [...] A OP é uma modalidade especial de observação na qual o pesquisador não é apenas um observador passivo. Ao contrário, o pesquisador pode assumir uma variedade de funções dentro de um Estudo de Caso e pode, de fato, participar dos eventos que estão sendo estudados. O observador-pesquisador precisará ter permissão dos responsáveis para realizar o levantamento e não ser confundido com elementos que avaliam, inspecionam ou supervisionam atividades. O grande desafio do investigador é conseguir aceitação e confiança dos membros do grupo social onde realiza o trabalho de campo [...] As principais formas da observação participante são a entrevista, bastante utilizada nos estudos de caso, nas pesquisas de campo em geral, nas biografias e nas etnografias participantes (VERGARA, 2012; YIN, 2010), e a intervenção, utilizada nas pesquisas-ação (THIOLLENT, 2011). Por sua vez, as principais formas da observação não participante são os levantamentos bibliográficos (dados secundários), e os levantamentos documentais (dados primários), utilizados em todas as pesquisas quando da revisão da literatura e outras partes (GIL, 1999; 2010; SEVERINO, 2007). A base procedimental observacional indica que o meio técnico utilizado para a coleta dedados é a observação e os meios instrumentais a ela inerentes. Por observação entende-se a técnica de coleta de dados em que o pesquisador observa o objeto investigado, quer participe ou não desse processo. Quando o observador-pesquisador participa do processo de investigação, diz-se que se trata de uma pesquisa observacional participante; quando, entretanto, o observador-pesquisador não participa do processo de investigação, diz-se que se trata de uma pesquisa observacional não participante. A observação participante (OP) visa coletar dados primários, enquanto a observação não participante (ONP), dados secundários. Por essa razão, na OP podem ser realizadas a pesquisa-ação, os estudos de caso, as biografias participantes e as etnografias participantes. Já na ONP podem ser realizadas as pesquisas bibliográficas, as pesquisas documentais, as biografias não participantes e as etnografias não participantes. Neste diapasão, Bêrni e Fernandez (2012, p. 176-177) explanam: Os dados primários obedecem ao delineamento de um estudo que gerará a base informacional nos estilos alternativos de condução de experimentos ou de obtenção de informações por meio do questionamento direto dos agentes envolvidos com o fenômeno. Tal é o caso, seguindo o exemplo, das testemunhas de um acidente de trânsito. Entre os dados primários a ser coletados, destacam-se a observação direta ou participante, a entrevista formal ou informal, a entrevista estruturada por meio de questionário, a entrevista livre baseada em roteiro, a discussão em grupo (distinguindo-se a construção de grupos focais), a consulta a documentos pessoais, diários, correspondência ativa e passiva, histórias de vida. [...] Se precisar de mais informação secundária, o pesquisador deverá recorrer a estatísticas previamente disponíveis em livros técnicos, relatórios de pesquisa, artigos em revistas técnicas, anais de congressos, documentos oficiais (censos, inquéritos, resoluções, informes), documentos pessoais, correspondência ativa e passiva, história de vida, diários publicados ou privados, documentos administrativos, contábeis e jurídicos. Com base nos pressupostos apresentados, deduz-se que a base procedimental observacional é parcialmente empírica (OP) e parcialmente não empírica (ONP), dessemelhantemente das demais bases procedimentais, que são todas completamente empíricas. Além disso, deduz-se que ela é a mais utilizada por parte dos pesquisadores em geral, por causa da facilidade da sua compreensão e, especialmente, do seu uso. Porfim, deduz-se também que toda pesquisa teórica, ou básica, baseia-se nos procedimentos observacionais, valendo-se de seus meios técnicos e instrumentais. c) Técnicas gerais de pesquisa: levantamento bibliográfico, documental e amostral Levantamento bibliográfico O levantamento bibliográfico busca mapear um conjunto de bibliografias previamente selecionadas para análise. A metodologia bibliográfica oferece meios que auxiliam na definição e resolução dos problemas já conhecidos, permitindo tanto explorar novas áreas onde os mesmos ainda não se cristalizaram suficientemente como também analisar um tema sob novo enfoque ou abordagem, produzindo novas conclusões. (SEVERINO, 2007). Ele é utilizado para a revisão da literatura e, portanto, necessário a todas as espécies de pesquisa. Configura-se na técnica de coleta de dados dos livros e dos trabalhos acadêmicos em geral, tais como TCC’s, monografias, dissertações, teses, artigos científicos, resenhas científicas, etc. Os seus instrumentos fundamentais são as bibliografias. O levantamento bibliográfico oferece meios que auxiliam na definição e resolução dos problemas já conhecidos, como também permite explorar novas áreas onde os mesmos ainda não se cristalizaram suficientemente. Permite também que um tema seja analisado sob novo enfoque ou abordagem, produzindo novas conclusões. Além disso, permite a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla, mormente em se tratando de pesquisa cujo problema requeira a coleta de dados muito dispersos no espaço. Sobre essa técnica de pesquisa para coleta de dados, Rodrigues (2007, p. 43) assinala: Bibliográfica é a pesquisa limitada à busca de informações em livros e outros meios de publicação. É o oposto da pesquisa de campo, distinguindo-se também e igualmente por oposição da pesquisa in victro. Geralmente, a pesquisa bibliográfica integra o âmbito da pesquisa ex-post-facto, pelo simples fato de que os livros e artigos de revista ou periódico qualquer tratam, via de regra, de fatos consumados, não sendo habitual a pesquisa bibliográfica baseada em leitura do tipo futurologia.O levantamento bibliográfico pressupõe trabalhos anteriores que servem como fonte ou lente teórica para embasamento de estudos mais abrangentes e ou aprofundados. Sobre esse aspecto, Severino (2007, p. 122) destaca: A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses, etc. Utiliza- se de dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos. Realmente, toda pesquisa acadêmica requer em algum momento a realização de trabalho que possa ser considerado como levantamento bibliográfico. Prova disso é que nas dissertações e teses da atualidade, em sua maioria, há um capítulo especial dedicado à revisão bibliográfica cuja finalidade principal é fundamentar o trabalho acadêmico teórica e consistentemente, identificando, não raro, o estágio atual do conhecimento referente ao tema. Gil (2010, p. 29) explana sobre tal tipo de pesquisa com os seguintes dizeres: A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente, esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela internet. Ressaltando a relevância de tal tipo de pesquisa, Gil (2010) destaca que ela permite ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente, em especial quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. Entretanto, não se esquece de salientar que, como fontes secundárias, as bibliografias podem apresentar dados coletados ou processados de forma equivocada, tornando possível a reprodução e/ou ampliação desses erros em trabalhos nelas fundamentadas. Por essa razão, Gil (2010, p. 30) fornece sugestões úteis para reduzir tal possibilidade, dizendo: Para reduzir essa possibilidade, convém aos pesquisadores assegurarem-se das condições em que os dados foram obtidos, analisar em profundidade cada informação para descobrir possíveis incoerências ou contradições e utilizar fontes diversas, cotejando-as cuidadosamente. De acordo com Gil (1999; 2010), não existem regras fixas para a realização de pesquisas bibliográficas, mas existem algumas tarefas que a experiência demonstra serem importantes. Dessaforma, este trabalho segue o seguinte roteiro: - Exploração das fontes bibliográficas: primeiro, na fase de elaboração desta proposta de trabalho, foram examinadas as bibliografias fundamentais sobre a metodologia da pesquisa cientifica e conteúdo geral sobre levantamentos amostrais (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; MORETTIN; KAZMIER, 1982; CANDOLLO 2016; BUSSAB, 2010; KAZMIER, 1982; GIFTED, 2015); depois, na fase de execução, serão examinados conteúdos específicos sobre os procedimentos técnicos necessários para a adequada operacionalização dos levantamentos amostrais (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016; KAZMIER, 1982; CORREA, 2003; MORETTIN; BUSSAB, 2010). - Leitura do material: conduzida de forma informativa, seletiva, reflexiva e interpretativa, objetivado reconhecer, reter, criticar construtivamente e avalizar as partes essenciais para o desenvolvimento do estudo (DINIZ; DA SILVA, 2008). - Elaboração de fichas: como de costume, eu elaborei de fichas de citações, de resumo e bibliográfica, sobre as bibliografias clássicas, contendo as partes mais relevantes dos materiais consultados; - Protocolagem observacional: em folhas de caderno, blocos de anotações e agendas, eu registrei todas as observações importantes sobre a coleta e o tratamento dos dados; - Ordenação e análise das fichas: uma vez organizadas e ordenadas de acordo com o seu conteúdo, conferindo sua confiabilidade, eu apliquei a Análise de Discurso produzindo um resenha crítica de cada uma delas; - Conclusões: obtidas após a coletas dos dados, por meio de Análise de Conteúdo. Para a execução desta proposta de trabalho, os levantamentos do tipo bibliográfico, documental e amostral contornarão problemas relacionados a tempo e recursos financeiros, uma vez que um estudo dessa natureza necessariamente envolveria pesquisa de campo e mais tempo para a coleta e análise de dados, mais característicos a um estudo de caso. Ressalta-se ainda que os materiais assim selecionados e organizados constituem uma base de dados consistente para a elaboração de estudos mais avançados dentro dessa área e temática. Levantamento documental O levantamento documental, visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles que ainda não foram submetidos a algum tipo de manipulação, embora possa coletar também dados secundários, como, por exemplos, comentários de terceiros em um documentos em que conste a legislação aplicável a algum tema, etc.. Configura-se na técnica de coleta de dados de documentos pessoais, registros institucionais, registros estatísticos e da comunicação de massa em geral, isto é, tv, rádio, jornais, revistas, internet, etc. Sobre essa técnica de pesquisa, Gil (1999, p. 160) salienta: As fontes de “papel” muitas vezes são capazes de proporcionar ao pesquisador dados suficientemente ricos para evitar a perda de tempo com levantamentos de campo, sem contar que em muitos casos só se torna possível a investigação social a partir de documentos. Os documentos, instrumentos de pesquisa próprios dos levantamentos documentais, são comumente compostos por informações originais do autor – e é exatamente o tipo delas que diferem os levantamentos documentais dos bibliográficos, e, portanto, primárias, tais como as encontradas em um prontuário médico, na legislação, nos demonstrativos financeiros e contábeis de uma empresa ou de uma instituição, etc.. Entretanto, os documentos podem conter informações interpretativas dos originais, tais como nas notas explicativas e comentários realizados, por terceiros nos mesmos documentos citados, ou a eles anexados (LUNA, 2011; 2012; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; KÖCHE, 1997; 2011; SOARES, 2003). Sobre estes aspectos dos documentos, Luna (2011, p. 56; 2012) nos empresta as suas ideias tal como segue: O documento, como fonte de informação, assume diferentes formas: literatura pertinente a um assunto, anuários estatísticos e censos, prontuários médicos, legislação, etc. São todos exemplos de fontes documentais. Como ocorre em relação às demais fontes, as informações obtidas em documentos podem ser diretas e indiretas. No caso particular de documentos, essa distinção costuma assumir a denominação de fontes primárias (diretas) e secundárias (indiretas). As obras originais de um autor são consideradas como primárias, enquanto as traduções e comentários sobre esse autor já são consideradas fontes secundárias. De um modo geral, quanto mais “oficial” for um documento, mais primária será a fonte. O levantamento documental visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles que ainda não foram submetidos a algum tipo de manipulação, enquanto o levantamento bibliográfico visa a coleta de dados secundários sobre um tema, quando não existem dados primários sobre ele ou quando a sua coleta é comprovadamente inviável. Entretanto, vale destacar que nos documentos, ou em anexo aos mesmos, podem haver dados secundários; por essa razão, correto afirmar que os documentos sãofontes de dados primários ou secundários. Os documentos são tipificados por Gil (1999, p. 160- 165) em documentos pessoais, registros institucionais, registros estatísticos e da comunicação de massa em geral, isto é, TV, rádio, jornais, revistas, internet, etc., tal como se segue: 1) Registros estatísticos [...] Entidades governamentais como a Fundação IBGE dispõem de dados referentes a características socioeconômicas da população brasileira, tais como: idade, sexo, tamanho da família, nível de escolaridade, ocupação, nível de renda etc. Os órgãos de saúde fornecem dados a respeito de incidência de doenças, causas de morte etc. Uma entidade como o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos dispõe de dados sobre desemprego, salários, greves, negociações trabalhistas etc. Organizações voluntárias têm dados referentes a seus membros e também às populações que atendem. Institutos de pesquisa vinculados aos mais diversos campos do conhecimento. Além disso, número cada vez maior de entidades vem-se preocupando em manter bancos de dados. Isto se verifica em hospitais, escolas, agências de serviço social, entidades de classe, repartições públicas etc. [...] 2) Registros institucionais escritos Além dos registros estatísticos, também podem ser úteis para a pesquisa social os registros escritos fornecidos por instituições governamentais. Dentre esses dados estão: projetos de lei, relatórios de órgãos governamentais, atas de reuniões de casas legislativas, sentenças judiciais, documentos registrados em cartórios etc. [...] 3) Documentos pessoais Há uma série de escritos ditados por iniciativa de seu autor que possibilitam informações relevantes acerca de sua experiência pessoal. Cartas, diários, memórias e autobiografias são alguns desses documentos que podem ser de grande valia na pesquisa social. [...] 4) Comunicação de massa Os documentos de comunicação de massa, tais como jornais, revistas, fitas de cinema, programas de rádio e televisão, constituem importante fonte de dados para a pesquisa social. Possibilitam ao pesquisador conhecer os mais variados aspectos da sociedade atual e também lidar com o passado histórico. Neste último caso, com eficiência provavelmente maior que a obtida com a utilização de qualquer outra fonte de dados. [...] (grifos meus) Embora a pesquisa bibliográfica e a documental sejam bastante semelhantes, por ambas se respaldarem em materiais elaborados e já publicados, Gil (2010) aponta que a principal diferença entre elas encontra-se na natureza das fontes. Sobre a identificação das mesmas, Gil, 2010, p. 31, elucida dizendo que “o que geralmente se recomenda é que seja considerada fonte documental quando o material consultado é interno à organização, e fonte bibliográfica quando for obtido em bibliotecas ou bases de dados”. Para Marconi e Lakatos (2007), a pesquisa documental consiste na análise de fontes primárias, isto é, elaboradas pelo próprio autor, enquanto a pesquisa bibliográfica consiste na análise de fontes secundárias, isto é, transcritas de fontes primárias contemporâneas ou retrospectivas. Com base nos pressupostos apresentados, deduz-se que o levantamento bibliográfico, enquanto um tipo de observação indireta, consiste na coleta e no tratamento sistematizado de dados secundários, e que o levantamento documental, enquanto um tipo de observação que tanto pode ser direta (dados primários) quanto indireta (dados secundários), consiste na coleta e no tratamento sistematizado de dados híbridos, isto é, tanto primários quanto secundários (KÖCHE, 1997, 2011; GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; 2012; RODRIGUES, 2007; ECO, 2012; SOARES, 2003). Levantamento amostral O levantamento amostral, tal como toda outra técnica geral da pesquisa científica precisa de uma planejamento minucioso que especifique cada uma das suas fases, e os procedimentos técnicos necessários para a adequada operacionalização de cada uma delas (CORREA, 2003; BOLFARINE; CANDOLLO, 2016; BUSSAB, 2004; KAZMIER, 1982; MORETTIN; BUSSAB, 2010). No caso específico da aplicação de técnicas de amostragem, por se tratar de metodologias quantitativas, dessemelhante dos levantamentos bibliográficos e documentais, que são essencialmente qualitativos, possuem peculiares, cujos cuidados necessários são ressaltados por Bolfarine e Bussab (2004, p. 14) com os seguintes dizeres: Ao optar por uma pesquisa quantitativa, levantamento ou experimentação, é necessário que o pesquisador planeje, execute, corrija e analise adequadamente o procedimento proposto e usado. Isto significa tomar uma série de medidas e cuidados antes da realização, durante a aplicação e depois da pesquisa efetuada. Sem esses passos dificilmente pode-se garantir resultados convincentes e confiáveis. Um estatístico experiente desenvolve os seus próprios procedimentos, escritos ou não, para conduzir ou orientar uma pesquisa quantitativa, mas ter a muita dificuldade em transmitir esses conhecimentos sem a prática e o convívio cotidiano com o aprendiz. Um dos métodos para transferir conhecimento e agilizar o treinamento nesta atividade e através da apresentação de uma lista de tópicos que devam ser abordados em uma pesquisa quantitativa, ou melhor, apresentando o chamado “checklist”. Estas listas nunca são definitivas ou completas. Em primeiro lugar elas traduzem as idiossincrasias de seus formuladores, e em segundo, dificilmente conseguem prever todas as possíveis situações de um mundo tão rico e complexo como as pesquisas quantitativas. Portanto, devem ser usadas como um guia aproximado para planejamento e execução de um plano amostral. O checklist mencionado por Bolfarine e Bussab (2005, p. 265-267) consta no apêndice B de seu libro intitulado Elementos de Amostragem. Eles apontam a importância da observância, durante a realização de um levantamento amostral, dos seguintes aspectos: a. Identificação ao dos objetivos e populações: • apresentar as razões e antecedentes da pesquisa; • definir os objetivos gerais, operacionais e alternativos; • identificar as unidades de análise e resposta; • estabelecer a população alvo; • especificar as subpopulações de interesse (estratos); • identificar os possíveis sistemas de referência (frames); • descrição da população referenciada; • especificação dos parâmetros populacionais de interesse; • descrição da população amostrada; b. Coleta das informações: • escolher o tipo de investigação: experimentação, amostragem, censo, descritivo, analítico, etc. • estabelecer o modo de coleta: entrevista direta, observação, individual, em grupo, por carta, telefone, por instrumento, etc. • operacionalizar os conceitos: variáveis e atributos; • elaborar o instrumento de mensuração/coleta dos dados (questionário); c. Planejamento e seleção da amostra: • determinar o orçamento e custos do levantamento; • escolher as unidades amostrais; • definir o plano amostral; • fixar o tamanho da amostra; • escolher os melhores estimadores e seus erros amostrais; • selecionar as unidades amostrais; • prever procedimentos para os erros não amostrais (não resposta, mudanças no sistema de referências, etc.); d. Processo de coleta dos dados (campo): • elaborar os manuais dos entrevistadores e críticos; • montar a equipe de coleta de dados; • prever treinamento para entrevistadores, supervisores, checadores, listadores, etc.; • definir processos de controle contínuo de qualidade do campo; • prever procedimentos para situações inesperadas; e. Processamento dos dados: • identificar programas para a entrada dos dados; • criar planos de consistência e qualidade das informações; • planejar e criar banco de dados e dicionário de variáveis; • preparar os programas dos planos tabulares iniciais; f. Análise dos resultados (modelos estatísticos): • planejar as análises iniciaissobre a qualidade dos dados levantados: descritivas e/ou modelares; • apresentar o desempenho da amostra: qualitativa e quantitativamente; • descrever a população amostrada; • definir modelos de análise que respondam os objetivos iniciais; • efetuar análises exploratórias; g. Apresentação dos resultados: • relatórios h. Disponibilidade dos dados (divulgação do banco de dados): • banco de dados; • conceitos, variáveis e indicadores (dicionário). Uma amostra é uma parcela de uma população que, adequadamente selecionada, passa a representar o seu todo em todas as variáveis de interesse investigadas. Por essa, o levantamento amostral precisa ser bem planejado para se conseguir uma amostra bem definitiva, por meio da qual se possa obter estimativas confiáveis dos parâmetros populacionais desejados (CORREA, 2003; BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016; KAZMIER, 1982; MORETTIN; BUSSAB, 2010). Sobre estes aspectos, Bolfarine e Bussab (2004, p. 26) apontam: O propósito da amostra é o de fornecer informações que permitam descrever os parâmetros do universo de maneira mais adequada possível. A boa amostra permite a generalização ao de seus resultados dentro de limites aceitáveis de dúvidas. Além disso os seus custos de planejamento e execução devem ter sido minimizados. Embora estes conceitos sejam de fácil aceitação, a sua implementação não é assim tão trivial. Qualquer amostra fornece informações, porém não é qualquer uma que permite estender os resultados para a população da qual foi retirada. Ouve-se frequentemente o argumento de que uma boa amostra é aquela que é representativa. Indagado sobre a definição de uma amostra representativa, a resposta mais comum é algo como: “aquela que é uma micro representação do universo”. Mas para se ter certeza de que uma amostra seja uma micro representação do universo para uma dada característica de interesse, deve-se conhecer o comportamento dessa mesma característica da população. Então, o conhecimento da população seria tão grande que tonar-se-ia desnecessária a coleta da amostra. Neste diapasão, as técnicas de amostragem são agrupadas de duas formas: a amostragem probabilística, a qual objetiva produzir resultados não tendenciosos sobre a amostra, em que todos os elementos da população apresentam uma probabilidade – sempre maior que zero e menor que 1 – para ser selecionados na amostra de tal forma que seja possível conhecer precisamente uma medida que descreva a possibilidade da sua ocorrência, também chamada de probabilidade de inclusão; e a amostragem não probabilística, a qual também é utilizada para retratar o universo populacional selecionado, mas que não permite saber com que precisão, pois não é possível estabelecer uma margem de erro e níveis de confiança (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016; KAZMIER, 1982; CORREA, 2003; MORETTIN; BUSSAB, 2010). Destacando as principais técnicas de amostragem utilizadas nos levantamentos amostrais, Bolfarine e Bussab (2004, p. 58) pontuam: Os tipos de planejamentos amostrais mais utilizados e que serão abordados com mais detalhes nos capítulos seguintes são: Amostragem Aleatória Simples (AAS). Seleciona-se sequencialmente cada unidade amostral com igual probabilidade, de tal forma que cada amostra tenha a mesma chance de ser escolhida. A sele c ao pode ser feita com ou sem reposição. Amostragem Estratificada (AE). A população é dividida em estratos (por exemplo, pelo sexo, renda, bairro, etc.) e a AAS é utilizada na seleção de uma amostra de cada estrato. Amostragem por Conglomerados (AC). A população é dividida em subpopulações (conglomerados) distintas (quarteirões, residências, famílias, bairros, etc.). Alguns dos conglomerados são selecionados segundo a AAS e todos os indivíduos nos conglomerados selecionados são observados. Em geral é menos eficiente que a AAS ou AE, mas por outro lado, é bem mais econômica. Tal procedimento amostral é adequado quando é possível dividir a população ao em um grande número de pequenas subpopulações. Amostragem em Dois Estágios (A2E). Neste caso, a população é dividida em subpopulações como na AE ou na AC. Num primeiro estágio, algumas subpopulações são selecionadas usando a AAS. Num segundo estágio, uma amostra de unidades é selecionada de cada subpopulação selecionada no primeiro estágio. A AE e a AC podem ser consideradas, para certas finalidades como casos particulares da A2E. Amostragem Sistemática (AS). Quando existe disponível uma listagem de indivíduos da população, pode-se sortear, por exemplo, um nome entre os 10 primeiros indivíduos, e então observar todo décimo indivíduo na lista a partir do primeiro indivíduo selecionado. A seleção do primeiro indivíduo pode ser feita de acordo com a AAS. Os demais indivíduos que farão parte da amostra são então selecionados sistematicamente. d) Procedimentos técnicos Coletou-se dados das seguintes fontes bibliográficas: Gil (2010), Marconi e Lakatos (2008), Bolfarine e Bussab (2004), Morettin e Bussab (2010), Cochram (1977), Real et al (2013) e Perez (2011). Os dados organizados, sistematizados, analisados e apresentados de acordo com os procedimentos técnicos de pesquisa para levantamento bibliográfico, documental e amostral apresentados (até o que a cada um se aplica) pelos referidos autores. Coletou-se dados em campo, por meio de uma entrevista-semiestruturada, cujas questões foram respondidas em um questionário online. Foi operacionalizado um levantamento amostral aleatório por conglomerados de tamanhos diferentes, de 1 e de 2 estágios, com sorteio feito pela Amostragem Aleatória Simples sem reposição. Pelo Teorema do Limite Central, quando n (tamanho da amostra) e N (tamanho da população) são suficientemente grandes, isto é, quando eles tendem ao infinito, a razão entre o erro de um determinado estimador pela sua respectiva variância segue uma distribuição Normal com média 0 e desvio padrão 1, sendo assim representado: Então, a probabilidade de que o erro de um determinado estimador seja menor ou igual a um erro máximo B fixado é assintoticamente (aproximadamente) 1 menos α, isto é, o nível de confiança desejado e calculado usando-se aproximação pela distribuição Normal com média 0 e desvio padrão 1, sendo assim representado: Isto posto, então, primeiramente, eu estipulei B = 2 e nível de confiança igual a 99% => 1 - α = 0,99, α = 0,01, α/2 = 0,005, Zα/2= 2,575 sigmas. Mas como a variância amostral (s²) é desconhecida, então eu decidi estimá-la por meio de uma amostra-piloto (BOLFARINE; BUSSAB, 2004). A fase da coleta foi realizada em duas partes: na primeira, foi realizada uma amostragem por conglomerados unietápica, aplicando uma entrevista semi-estruturada aos a conglomerados selecionados pela AASs com igual probabilidade; na segunda, foi realizada uma amostragem por conglomerados bietápica, primeiro sorteando, pela AASs e com igual probabilidade, a conglomerados, e, de cada um deles, b elementos, aplicando a eles a mesma entrevista semi- estruturada (COCHRAN, 1977; BOLFARINE; BUSSAB, 2004; MORETTIN; BUSSAB, 2010). Utilizando o bom senso, eu escolhi um tamanho inicial para a amostra (n0) de 3 conglomerados. Após numerá-los de 1 a 8, eu sorteei a amostra no R por meio do comando sample (1:8, 3, replace=F). Eu contatei os conglomerados por meio do e-mail de cada grupo, perguntei deles a quantidades de unidades e o contato de cada uma delas. Em seguida, eu selecionei os seus respectivos e-mails e para eles enviei o questionário online para coleta dos dados, elaborado na plataforma virtual Survio (BOLFARINE; BUSSAB, 2004). Com os dados coletados, eu calculei estimei os parâmetros desejados. Como todos os n deram diferentes, então eu escolhi o maior n dentre asvariáveis de interesse para as quais intentei obter o intervalo de confiança para a média populacional, garantindo, deste modo, a confiabilidade das informações resultantes por meio deste trabalho (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; COCHRAN, 1977; MORETTIN; BUSSAB, 2010). Então, eu procedi com a coleta e o tratamento dos dados seguintes os procedimentos técnicos já citados, e calculando todos os estimadores pontuais e intervalares desejados (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; COCHRAN, 1977). Foram investigadas onze variáveis de interesse, quais sejam: a) nome do respondente; b) idade; c) renda; d) planejamento da rotina semanal; e) investimentos financeiros no planejamento da rotina semanal; f) esboço de um Cronograma Logístico Semanal (CLS); g) crença na importância do esboço de um CLS; h) significado de Planejamento de Carreira para o respondente; i) itens inseridos no CLS, para o respondente que o esboça; j) nível de (in)satisfação ao preencher o questionário; k) razão da (in)satisfação (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; COCHRAN, 1977; MORETTIN; BUSSAB, 2010). O instrumento de coleta dos dados (questionário) foi pré-testado via e-mail, enviado para uma amostra-piloto composta por três conglomerados, quais sejam: os grupos 3, 4 e 5, conforme constam nas tabelas 1 e 2, que sintetizam os resultados finais da AAC1E e da AAC2E, respectivamente. O grau de resposta foi de 100% (todos responderam). O nível de satisfação geral foi de 3.4, numa escala de 1 a 5, considerando 1 para muito insatisfeito e 5 para muito satisfeito. Na Amostragem Aleatória por Conglomerados de 1 estágio, eu efetuei sorteio por meio da Amostragem Aleatória Simples sem reposição, utilizando os seguintes procedimentos para a determinação do tamanho efetivo da amostra de conglomerados (a) bem como para a estimação da média e da proporção para conglomerados de tamanhos diferentes (COCHRAN, 1977, p. 26, 249- 251, 279; BOLFARINE; BUSSAB, p. 80, 170, 179): - Para a média: a = , onde , , porque N é desconhecido; , , , considerando-se: - Para a proporção, considerando erro máximo: a = , onde , , , , Considera-se o erro máximo para a determinação do tamanho efetivo da amostra para proporção porque é sabido que a quantidade de unidades primárias e secundárias da população de estudantes de Amostragem 2016/1 é pequeno, embora seja desconhecido um valor numérico exato que a represente (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; COCHRAN, 1977; MORETTIN; BUSSAB, 2010). Na Amostragem Aleatória por Conglomerados de 2 estágios, eu efetuei sorteio por meio da Amostragem Aleatória Simples sem reposição, utilizando os seguintes procedimentos para a determinação do tamanho efetivo da amostra dos conglomerados (a) e da amostra dos elementos de cada conglomerado (b) (COCHRAN, 1977, p. 278-279; BOLFARINE; BUSSAB, p. 207, 209, 215, 220-223): - Para a média: a = , onde , bot = , com c1 = c2, onde: , , , , e , , considerando-se: 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Parte I Na AAC1E: eu fixei tamanho igual a 3 unidades primárias (conglomerados) para a amostra- piloto; eu realizei um sorteiro pela AASs, no software estatístico R, pelo comando sample (1:8, 3, replace = F); os conglomerados sorteados foram os de número 3, 4 e 5, com 5, 1 e 6 unidades secundárias (estudantes), respectivamente; todas as unidades secundárias (estudantes) foram entrevistadas ex loco, por meio de preenchimento de questionário online. Para cada variável de interesse quantitativa foi estimada, por meio da amostra-piloto, a variância para a média e para a proporção populacional, e calculado o tamanho da amostra definitiva para cada estimador de cada variável de interesse quantitativa. Excetuando-se o tamanho da amostra definitiva (a) da variável renda, que não é o foco deste trabalho, o maior a calculado foi 2, ou seja, menor que o tamanho da amostra-piloto, razão pela qual eu utilizei os seus dados. a para Média a para Proporção Idade 2 conglomerados Planejam a rotina semanal 1 conglomerado Renda 8 conglomerados Esboçam um Cronograma LogísticoSemanal (CLS) 1 conglomerado Comentário: o maior a é 8, quantidade que garante os 99% de confiança de todas as estimativas calculadas para todas as variáveis de interesse investigadas. Contudo, como o meu foco é estimar a proporção de estudantes que planejam a sua rotina semanal e ou esboçam um CLS, eu fixei tamanho igual a 3, o que me permitiu utilizar os dados da amostra-piloto e garantir os 99% de confiança para as estimativas calculadas para estas duas variáveis, e para a idade, já que seu a é 2. Média Conglomerado 3 Conglomerado 4 Conglomerado 5 Idade 22,2 25 19,7 21,17 Renda R$ 900,00 R$ 500,00 R$ 1.833,33 R$1.333,33 Proporção Conglomerado 3 Conglomerado 4 Conglomerado 5 Planejam a rotina semanal 5/5 1/1 4/6 10/12 Esboçam um Cronograma Logístico Semanal (CLS) 1/5 1/1 1/6 3/12 Variância de Variância de Idade 1,3978 Planejam a rotina semanal 0 Renda R$130.554,72 Esboçam um Cronograma LogísticoSemanal (CLS) 0 IC para IC para Idade (18,13; 24,21) Planejam a rotinasemanal 10/12 = 5/6 = 0,8333... = 83,33% Renda (R$402,92;R$2.263,74) Esboçam um Cronograma Logístico Semanal (CLS) 3/12 = ¼ = 0,25 = 25% Tabela 1. Síntese dos resultados da AAC1E. 3.2 Parte II Na AAC2E: eu fixei tamanho igual a 3 unidades primárias (conglomerados) para a amostra- piloto; eu realizei um sorteiro pela AASs, no software estatístico R, pelo comando sample (1:8, 3, replace = F); os conglomerados sorteados foram os de número 3, 4 e 5, com 5, 1 e 6 unidades secundárias (estudantes), respectivamente; foram entrevistadas 3, 1 e 3 unidades secundárias (estudantes), respectivamente, dos conglomerados sorteados. Para cada variável de interesse quantitativa foi estimada, por meio da amostra-piloto, a variância para a média e para a proporção populacional, e calculado o tamanho da amostra definitiva para cada estimador de cada variável de interesse quantitativa. Excetuando-se o tamanho da amostra definitiva (a) da variável renda, que não é o foco deste trabalho, o maior a calculado foi 2, ou seja, menor que o tamanho da amostra- piloto, razão pela qual eu utilizei os seus dados. a para Média Idade 1 conglomerado Planejam a rotina semanal 1 conglomerado Renda 8 conglomerados Esboçam um Cronograma LogísticoSemanal (CLS) 1 conglomerado Comentário: eu fixei b1 igual a 3, b2 igual a 1 e b3 igual a 3, como tamanho da amostra-piloto de cada um dos três conglomerados (3, 4 e 5) sorteados na segunda parte. O maior a é 8, novamente, tal como na AAC1E, quantidade que garante os 99% de confiança de todas as estimativas calculadas para todas as variáveis de interesse investigadas. Contudo, como o meu foco é estimar a proporção de estudantes que planejam a sua rotina semanal e ou esboçam um CLS, eu fixei tamanho igual a 3, novamente, o que me permitiu utilizar os dados da amostra-piloto e garantir os 99% de confiança para as estimativas calculadas para estas duas variáveis, e para a idade, já que seu a é 1 na AAC2E – excetua-se o caso da variável renda1. b para Média Conglomerado 3 Conglomerado 4 Conglomerado 5 Maior b Idade 1 unidade 1 unidade 1 unidade 1 unidade 1Vide nas conclusões algumas considerações importantes sobre o caso da variável renda. Renda 2 unidades 1 unidade 2 unidades 2 unidades Planejam a rotina semanal 1 unidade 1 unidade 1 unidade 1 unidade Esboçam um Cronograma Logístico Semanal (CLS) 1 unidade 1 unidade 1 unidade 1 unidade Média Conglomerado 3 Conglomerado 4 Conglomerado 5 Idade 22,3 25 19 20,893 Renda R$500,00 R$500,00 R$1.166,67 R$833,33 Planejam a rotina semanal 0,67 1 0,67 0,694 Esboçam um Cronograma Logístico Semanal (CLS) 0 1 0 0,083 Variância de(estimador razão da média) Idade 0,011987703 Renda R$54.280,60 Planejam a rotina semanal 0,006063 Esboçam um Cronograma Logístico Semanal (CLS) 0,018480031 IC para (estimador razão da média) Idade (20,61; 21,18) Renda (R$233,40; R$1.433,26) Planejam a rotina semanal (0,465; 1) Esboçam um Cronograma Logístico Semanal (CLS) (0; 0,4246) Tabela 2. Síntese dos resultados da AAC2E. Eu tive um alto grau de resposta ao questionário online durante a coleta dos dados, o que propiciou que eu conseguisse obter grande precisão dos resultados finais apurados. 4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS Na AAC1E: a proporção de estudantes que planejam a sua rotina semanal é de 83,33% e a dos que esboçam um Cronograma Logístico Semanal (CLS) é de 25 %; um IC de 99% para a média populacional da idade é (18,13; 24,21) e da renda é (R$402,92; R$2.263,74). Na AAC2E: um IC de 99% para a média populacional da idade é (20,61; 21,18), da renda é (R$233,40; R$1.433,26), do percentual de estudantes que planejam sua rotina semanal é (0,465; 1) e do percentual de estudantes que esboçam um Cronograma Logístico Semanal é (0; 0,4246). No caso da variável renda, seria necessário investigar os 8 conglomerados, tanto na AAC1E quanto na AAC2E, para que as estimativas estivessem, com 99% de confiança, dentro do intervalo calculado; como eu investiguei três conglomerados, em ambas as partes deste trabalho, admite-se, então, que o IC para a sua média populacional seja um pouco mais amplo do que o calculado. Os procedimentos técnicos necessários para a adequada operacionalização do levantamento amostral por conglomerados são: 1º) a escolha do objeto-problema a ser investigado; 2º) a determinação das variáveis de interesse que se pretende investigar sobre o objeto; 3º) a escolha dos parâmetros populacionais que se pretende estimar, e os seus respectivos estimadores2, com as suas respectivas variâncias e intervalos de confiança; 4º) A escolha do plano amostral, neste caso a AAC1E e a AAC2E, ambas sem reposição e com conglomerados de tamanhos diferentes; 5º) A escolha, com bom senso, de uma amostra-piloto para obter as estimativas necessárias para a determinação do tamanho da amostra definitiva, ou obtê-las de pesquisas anteriores confiáveis que as informem; 6º) A coleta dos dados por meio da amostra-piloto, e a obtenção das estimativas necessárias para a determinação do tamanho da amostra definitiva; 7º) A determinação do tamanho da amostra definitiva, para cada um dos estimadores desejados e para cada uma das variáveis de interesse da investigação; 8º) A coleta dos dados por meio da amostra definitiva, e a obtenção das estimativas de todos os parâmetros populacionais pré-objetivados; 9º) O registro, a organização, a sistematização, a análise ou interpretação e a formalização dos dados e das informações produzidos pelos levantamentos; 10º) A apresentação dos resultados. 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