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PLANEJAMENTO DA ROTINA SEMANAL: USO DA AMOSTRAGEM ALEATÓRIA POR CONGLOMERADOS DE 1 E DE 2 ESTÁGIOS

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PLANEJAMENTO DA ROTINA SEMANAL: USO DA AMOSTRAGEM POR
CONGLOMERADOS DE 1 E DE 2 ESTÁGIOS 
Álaze Gabriel Gifted: Pós graduado em Docência e Pesquisa para o Ensino Superior
(2015). Pós graduado no MBA em Finanças e Controladoria UBC (2014). Graduado em Gestão
Empresarial (2012). Cursando graduação em Ciências Contábeis UNIMES (5º período). Cursando
graduação em Estatística UFSCar (4º período). Bacharel e mestre em Teologia, cursos livres
eclesiásticos da Universidade da Bíblia (2015). Pesquisador sobre: o fenômeno socioeconômico
concentracionista; a metodologia da pesquisa científica; a docência no ensino superior; o fenômeno
religioso. Poeta lírico (poesias, acrósticos), narrador (romances, crônicas, biografias) e dramaturgo
(farsas, tragédias). Administrador de blogs. Escritor free lancer. Possui trajetórias acadêmica e
profissional bastante diversificadas, com concentração nas áreas administrativa e contábil.
Participou do curso de extensão Equidade no acesso à pós-graduação para populações sub-
representadas a cursos de mestrado, na Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. 
Filiação institucional: Universidade Federal de São Carlos – Departamento de Estatística
Endereço completo: Rodovia Washington Luiz KM 235, s/nº, CEP 134565-905, Jardim
Guanabara, São Carlos, SP
E-mail: alaze_p7sd8sin5@yahoo.com.br
PLANNING THE WEEKLY ROUTINE: SAMPLING OF THE USE OF CLUSTERS
OF 1 AND 2 STAGES
Álaze Gabriel Gifted: Post graduate in Teaching and Research in Higher Education (2015).
Graduate degree in MBA in Finance and Controlling UBC (2014). Graduated in Business
Administration (2012). Pursuing a degree in Accounting UNIMES (5th period). Attending
graduation in Statistics UFSCar (4th period). Bachelor and master in theology, church free courses
at the University of the Bible (2015). Researcher: the concentrationist socioeconomic phenomenon;
the scientific research methodology; teaching in higher education; the religious phenomenon. lyric
poet (poetry, acrostics), narrator (novels, essays, biographies) and playwright (farces, tragedies).
Administrator blogs. Author free lancer. It has academic and professional trajectories quite diverse,
with a concentration in management and accounting. Attended extension courses Equity in access to
graduate to populations underrepresented the Masters Courses at the Federal University of São
Carlos - UFSCar.
Institutional affiliation: Federal University of São Carlos - Department of Statistics
Full address: Washington Luiz Highway KM 235, s / n, CEP 134565-905, Jardim
Guanabara, São Carlos, SP
E-mail: alaze_p7sd8sin5@yahoo.com.br
RESUMO
Esse trabalho tem como tema o planejamento da rotina semanal. Objetiva encontrar uma
estimativa confiável da proporção e da média de estudantes da turma de Amostragem 2016/1 do
Bacharelado em Estatística da UFSCar que planejam a sua rotina semanal e que esboçam um
Cronograma Logístico Semanal (CLS). Para tanto, utiliza-se as seguintes metodologias: o método
fenomenológico-hermenêutico, como eixo epistemológico de investigação; o método hipotético-
dedutivo, como eixo lógico de investigação. Como eixo técnico, operacionaliza-se, numa primeira
parte, a Amostragem Aleatória por Conglomerados unietápica (AAC1E), e, numa segunda parte, a
Amostragem Aleatória por Conglomerados bietápica (AAC2E). Resulta pela AAC1E que o
percentual dos estudantes da referida turma que planejam a sua rotina semanal é de 83,33%, e dos
que esboçam um Cronograma Logístico Semanal é de apenas 25%; na AAC2E, o primeiro
percentual encontra-se entre 46,5% e 100%, enquanto o segundo entre 0% e 42,46%. 
Palavras-chave: Amostragem Aleatória por Conglomerados. Amostragem Aleatória
Simples. Planejamento da rotina semanal.
ABSTRACT
This work has the theme planning weekly routine. Aims to find a reliable estimate of the
proportion and average students Sampling 2016/1 class of Bachelor of UFSCar Statistics planning
your weekly routine and outlining a Logistics Week Schedule (CLS). Therefore, the following
methods are used: the phenomenological-hermeneutical method, as an epistemological axis of
research; the hypothetical-deductive method, as a logical axis of research. As a coach axis, if
operationalized, in the first part, Random Sampling Conglomerates unietápica (AAC1E), and a
second part, Random Sampling Conglomerates bietápica (AAC2E). Results by AAC1E that the
percentage of students from that class who plan their weekly routine is 83.33%, and outlining a
Logistics Weekly Schedule is only 25%; AAC2E in the first percentage is between 46.5% and
100%, while the second between 0% and 42.46%.
Keywords: Random Sampling Conglomerates. Simple Random Sampling. Planning weekly
routine.
1 INTRODUÇÃO
Esse tema se justifica devido ao meu interesse em retratar a relação entre os hábitos e
condições estudantis e a construção da carreira dos estudantes da turma de Amostragem 2016/1 do
bacharelado em Estatística da Universidade Federal de São Carlos. 
Pesquisas científicas sobre gestão da carreira mostram que o sucesso da nossa trajetória de
carreira envolve a adequada gestão do nosso tempo, o que implica disciplinar corretamente os
nossos hábitos cotidianos, desenhando uma rotina semanal coerente com os nossos objetivos
profissionais, acadêmicos, financeiros, etc. (PERES, 2011; REAL et al, 2013; VIEIRA; CASTRO;
JÚNIOR, 2010). Deste modo, a adequada administração da nossa rotina semanal pode favorecer ou
desfavorecer a construção da nossa trajetória profissional, podendo até mesmo determinar o seu
sucesso ou o seu fracasso (PERES, 2011; VIEIRA; CASTRO; JÚNIOR, 2010). Por exemplo, eu
cito o estudo realizo por Real et al (2013, p. 1), cujo resumo eu transcrevo:
O desenvolvimento da carreira do profissional passa por mudanças perceptíveis. Associado
a este processo de mudança, o profissional necessita buscar seu aprimoramento constante.
Este artigo teve a finalidade de identificar, junto a estudantes de cursos de Graduação de
uma Instituição de Ensino Superior de Porto Alegre, como estes percebem o papel do
indivíduo e o papel da organização na responsabilidade por este desenvolvimento da
carreira. Caracterizou-se como uma pesquisa de caráter exploratória e descritiva, a qual foi
desenvolvida em uma abordagem quantitativa. O grupo amostral foi composto por noventa
pessoas, que foram investigados por meio de questionário. Os indivíduos mostram-se
conscientes da importância de planejar sua própria carreira e de gerenciar seu
desenvolvimento profissional. Pode-se concluir, a partir da pesquisa realizada, que as
carreiras estão se adaptando às demandas do cenário atual ficando, portanto, evidenciadas
as necessidades de aprimoramento do profissional, para uma condução mais efetiva da
gestão de carreira entre indivíduos e empresas.
Além disto, ao contrário do que muitos pensam, a responsabilidade de planejar e construir
cotidianamente a nossa trajetória de carreira não é da organização do trabalho, mas sim nossa, ou
seja, ela é individual (REAL et al, 2013). Sobre estes aspectos, Real et al (2013, p. 10) pontuam:
Esta pesquisa teve como objetivo identificar como os estudantes de uma instituição de
ensino de Porto Alegre percebem o papel do indivíduo e o papel das organizações quanto a
responsabilidade pelo desenvolvimento da sua carreira. Em relação ao planejamento de
carreira, concluiu-se que os respondentes acreditam na importância do planejamento de
carreira para suas vidas, bem como atribuem maior chance de sucesso para quem busca o
planejamento de carreira.
A grande parte dos indivíduos pesquisados afirma ter planejado suas carreiras, atribuindo a
responsabilidade pelo planejamentocomo sendo deles próprios e a relação do planejamento em
conjunto com a empresa mostra que essa perspectiva vem ao encontro do que se propõe para o
planejamento de carreiras na atualidade. O indivíduo configura-se o principal responsável pelo seu
desenvolvimento, e à organização cabe oferecer o caminho e oportunidades para o alcance dos
objetivos e metas do profissional no desenvolvimento de sua carreira.
Portanto, a organização do trabalho pode e deve sim nos ajudar neste processo de
planejamento e construção, mas ele consiste em uma responsabilidade individual, de modo que
somente nós é que temos o direito da liberdade, da espontaneidade e da consciência de construir a
nossa própria trajetória de carreira, consoante as nossas necessidades e vontades (REAL et al, 2013;
PERES, 2011).
2 METODOLOGIA
2.1 Pilar epistemológico
O pilar epistemológico refere-se ao conjunto de pressupostos ontológicos, morfológicos,
gnosiológicos, teóricos e éticos, norteadores da pesquisa científica em um nível estratégico. É,
portanto, o pilar estratégico, ou diretivo, da pesquisa científica. Considera sensivelmente a
concepção de homem, de vida, de mundo, de ciência e de ética que o pesquisador tem tanto quanto
as suas relações com o objeto da sua investigação (GILES, 1979; PIAGE, 1973; KÖCHE, 1997;
TEIXEIRA 2012; EL-GUINDY, 2004; VERGARA, 2012; SPINK, 2012; BRASIL, 2012). Por essas
razões, os seus enfoques (métodos) podem ser apropriadamente denominados bases estratégicas da
investigação ou bases diretivas constitucionais da investigação (GIFTED, 2015).
Esta proposta de trabalho de pesquisa caracteriza-se como um estudo fenomenológico-
hermenêutico, porque visa a exploração descritiva da relação entre os hábitos e as condições de
permanência estudantis e a construção da carreira dos estudantes da turma de Amostragem 2016/1
do bacharelado em Estatística da Universidade Federal de São Carlos, campus São Carlos. A base
diretiva da investigação fenomenológico-hermenêutica concebe a ciência como a compreensão dos
fenômenos em suas diversas manifestações; o homem é tido como projeto, ser inacabado, ser de
relações com o mundo e com os outros; defende a transição de uma visão sincrônica (o rx do
fenômeno) para uma visão diacrônica; defende a transcrição de uma visão isolacionista,
homogênea, não-conflitiva para uma visão dinâmica. Seu caráter é cientificista, isto é, o
conhecimento é teórico, abstrato, resultado do raciocínio. Ela tem por objetivo a exploração
descritiva do comportamento de um fenômeno, isto é, de um fato observado externamente. Por essa
razão, o grau de aproximação entre sujeito pesquisador e objeto investigado por uma pesquisa
dirigida por essa base é levemente sensível, e ela foca, não nas causas e nos efeitos, mas na
descrição da realidade do objeto investigado (TEIXEIRA 2012; VERGARA, 2012; GIFTED, 2015;
EL-GUINDY, 2004; SPINK, 2012; BRASIL, 2012).
2.2 Pilar lógico
O pilar lógico refere-se ao conjunto de pressupostos estruturais do pensamento, norteadores
da pesquisa científica em um nível tático. É, portanto, o pilar tático, ou gerencial, da pesquisa
científica. Considera o ponto exato de partida do raciocínio utilizado bem como as nuances dos seus
avanços. Por essa razão, os seus enfoques (métodos) podem ser apropriadamente denominados
bases táticas da investigação ou bases estruturais do pensamento da investigação (CRESWELL,
2010; TRIVIÑOS, 1987; GIFTED, 2015). A base estrutural de pensamento silogístico-indutiva,
também denominada lógica teorética, é aquela que parte de um conjunto de proposições que
seguem uma ou mais tendências teoréticas específicas (particulares) e ruma para conclusões
generalizadas (gerais). Por essa razão ela é mais utilizada em estudos cientificistas, ou seja, aqueles
mais voltados para o campo das abstrações. (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL,
1999; 2010; POPPER, 1972; KANT, 2001; 2004).
2.3 Pilar técnico
O pilar técnico refere-se ao conjunto de pressupostos de abordagem, de modalidade
sequencial (pesquisa mista), de base e subbase procedimentais (pesquisa observacional), de técnicas
e subtécnicas, de instrumentos, de recursos (inclusive o tempo) e de lócus, norteadores da pesquisa
científica em um nível operacional. É, portanto, o pilar operacional, ou funcional, da pesquisa
científica. Considera as fases pré-implementatória (trabalho ou redação de ensaio), implementatória
(execução do trabalho ou da redação de ensaio) e pós-implementatória (publicação dos resultados
finais) da investigação científica (MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010;
ECO, 2012; THIOLLENT, 2003; 2011; YIN, 2010; MARTINS, 2008; SOARES, 2003). Por essa
razão, os seus enfoques (métodos) podem ser apropriadamente denominados bases operacionais da
investigação ou bases funcionais da operação de investigação (GIFTED, 2015). As abordagens de
investigação podem ser qualitativa (dados e linguagem alfabéticos), quantitativa (dados e linguagem
numéricos) e mista (um pouco quali, um pouco quanti) (CRESWELL, 2010; RODRIGUES, 2006;
TRIVIÑOS, 1987). As modalidades sequenciais, inerentes aos métodos mistos de investigação,
podem ser estratégia explanatória sequencial, estratégia exploratória sequencial, estratégia
transformativa sequencial, estratégia de triangulação concomitante, estratégia incorporada
concomitante e estratégia transformativa concomitante (CRESWELL, 2010; GIFTED, 2015).
As bases procedimentais de investigação podem ser a observacional, a experimental, a
estatística e ou a clínica (GIL, 1999; 2010). Cada uma delas é classificada de acordo com as
técnicas de coleta de dados utilizadas, sendo, portanto, a observação, a experimentação, a
amostragem e a testagem, respectivamente. As técnicas de investigação podem ser de coleta
(levantamento bibliográfico, levantamento documental, entrevista, intervenção, experimentação,
amostragem, testagem), de registro (planificação manual, planificação eletrônica), de sistematização
(suposições, hipóteses, indagações, suspeitas, curiosidades, conjecturas), de organização
(categorização, codificação, tabulação), de análise ou interpretação (AB, AC, AD, AF, AR, exegese-
hermenêutica, etc.), de formalização (TCC, dissertação, tese, artigo, resenha, periódico, revista,
software, patente, obra de arte) e de apresentação (exposição oral, exposição visual, exposição
mista) (SEVERINO, 2007; GIL, 1999; 2010).
Os instrumentos de investigação tratam-se dos materiais utilizados para a coleta dos dados.
Podem ser o protocolo observacional, o protocolo de entrevista, o protocolo amostral, o diário de
campo, as escalas sociais, os testes, o questionário, o formulário (MARCONI; LAKATOS, 2003;
2007; 2008; BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016; KAZMIER, 1982; CORREA,
2003; MORETTIN; BUSSAB, 2010; KAZMIER, 1982).
Os recursos tratam-se dos requisitos necessários à viabilidade da investigação científica.
Podem ser tecnológicos (hardware, software, materiais escolares, laboratórios de informática,
bibliotecas), financeiros (valores monetários, bolsas de estudo, ajudas de custo, premiações),
humanos (grupos de pesquisa, orientadores, coorientadores, coautores, examinadores,
colaboradores, normas justas) e tempo (cronogramas executáveis, metas alcançáveis) (MARCONI;
LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; CRESWELL, 2010; RODRIGUES, 2006;
TRIVIÑOS, 1987).
Os lócus tratam-se dos espaços físicos, isto é, os lugares onde são realizadas as etapas da
investigação científica. Podem ser de coleta (uma biblioteca), de registro (um telecentro), de
sistematização (uma praça), de organização (um albergue), de análise ou interpretação (umafeira de
domingo), de formalização (uma universidade) e de apresentação (um encontro universitário)
(MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; GIL, 1999; 2010; CRESWELL, 2010; RODRIGUES,
2006; TRIVIÑOS, 1987).
Para a escolha das fontes selecionadas foram considerados os seguintes critérios: a)
conteúdo específico sobre os procedimentos técnicos necessários para a adequada operacionalização
dos levantamentos amostrais; b) conteúdo sobre a metodologia da pesquisa científica; c) viabilidade
de acesso e análise dos materiais selecionados. Pretende-se observar todas as fontes selecionadas;
pretende-se coletar os dados, mediante um questionário de amostragem pré-elaborado, após o que
se planeja organizá-los, sistematizá-los, analisá-los e apresentá-los de acordo com os procedimentos
técnicos de pesquisa para levantamento bibliográfico, levantamento documental e levantamento
amostral apresentados por Gil (1999; 2010), Marconi e Lakatos (2007), Rodrigues (2007), Luna
(2011; 2012), Bolfarine e Bussab (2004), Morettin e Bussab (2010), Candollo (2016), Kazmier
(1982), Correa (2003) e Köche (1997; 2011).
a) Abordagem de pesquisa mista
A abordagem de pesquisa mista é aquela que utiliza tanto a linguagem quanto os dados
predominantemente utilizados são os qualitativos e, concomitantemente, os quantitativos. Enquanto
os primeiros servem como lente teórica da investigação, os segundos servem como fundamentos
precisos dos resultados produzidos. Essa abordagem já é hoje bastante comum em estudos inter e
multidisciplinares, e seu uso na área da Educação é crescente (DAL-FARRA; LOPES, 2014;
CRESWELL, 2010). Como modalidade sequencial de pesquisa, foi selecionada para a execução
desta proposta de trabalho de pesquisa a estratégia transformativa sequencial de métodos mistos,
que Creswell (2010, p. 248) explana do seguinte modo:
[...] A estratégia transformativa sequencial é um projeto de duas fases, com uma lente
teórica (p. ex., gênero, raça, teoria da ciência social) se sobrepondo aos procedimentos
sequenciais. Tem também uma fase inicial (quantitativa ou qualitativa), seguida de uma
segunda fase (qualitativa ou quantitativa), a qual se desenvolve sobre a fase anterior. A lente
teórica é apresentada na introdução de uma proposta, molda uma questão de pesquisa
direcional que visa explorar um problema (p. ex., desigualdade, discriminação, injustiça),
cria sensibilidade à coleta de dados de grupos marginalizados ou sub-representados e
termina com um chamado à ação. [...]
Não é nem um pouco fácil utilizar tal abordagem, motivo pelo qual Creswell (2010, p. 243)
justifica:
Combinar os dados (e, em um sentido mais amplo, a combinação das questões de pesquisa,
da filosofia, da interpretação) é difícil principalmente quando se considera que os dados
qualitativos consistem de texto e imagens e de dados quantitativos, números. Há duas
questões diferens aqui: Quando um pesquisador faz a combinação dos dados em um estudo
de métodos mistos? E como ela ocorre? A primeira questão é muito mais fácil de responder
do que a segunda. A combinação dos dois tipos de dados pode ocorrer em diversos estágios:
na coleta dos dados, na análise dos dados, na interpretação dos dados, ou nas três fases. [...]
Hoje, na ciência moderna, já existem várias estratégias sequenciais desenvolvidas para a
pesquisa de abordagem mista, objetivando facilitar a sua compreensão e o seu uso (CRESWELL,
2010). Creswell (2010), professor universitário que ministra cursos e escreve sobre metodologia
qualitativa e pesquisa de métodos mistos há mais de 35 anos, apresenta em sua obra seis estratégias
sequenciais para as pesquisas científicas de métodos mistos, cujo uso já se faz crescente em várias
áreas do conhecimento, em especial a das Ciências Exatas, a das Ciências Sociais Aplicadas e da
Educação.
b) A base procedimental: observação
A observação é a técnica mais utilizada para a coleta de dados, e se faz presente em toda
pesquisa científica, haja vista que é por meio dela que se realiza a revisão bibliográfica e ou
documental do tema selecionado para investigação. Sobre os tipos de observação, Marconi e
Lakatos (2008, p. 77-80) apresenta oito:
A técnica da observação não estruturada ou assistemática, também denominada espontânea,
informal, ordinária, simples, livre, ocasional e acidental, consiste em recolher e registrar os
fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais ou precise fazer
perguntas diretas. É mais empregada em estudos exploratórios e não tem planejamento e
controle previamente elaborados. [...]
A observação sistemática também recebe várias designações: estruturada, planejada,
controlada. Utiliza instrumentos para a coleta dos dados ou fenômenos observados.
Realiza-se em condições controladas, para responder a propósitos preestabelecidos.
Todavia, as normas não devem ser padronizadas nem rígidas demais, pois tanto as situações
quanto os objetos e objetivos da investigação podem ser muito diferentes. Deve ser
planejada com cuidado e sistematizada. [...]
Na observação não participante, o pesquisador toma contato com a comunidade, grupo ou
realidade estudada, mas sem integrar-se a ela: permanece de fora. Presencia o fato, mas não
participa dele; não se deixa envolver pelas situações; faz mais o papel de espectador. Isso,
porém, não quer dizer que a observação não seja consciente, dirigida, ordenada para um fim
determinado. O procedimento tem caráter sistemático. [...]
[A observação participante] consiste na participação real do pesquisador com a comunidade
ou grupo. Ele se incorpora ao grupo, confunde-se com ele. Fica tão próximo quanto um
membro do grupo que está estudando e participa das atividades normais deste.
[...] Em geral, são apontadas duas formas de observação participante: a) Natural. O
observador pertence à mesma comunidade ou grupo que investiga; b) Artificial. O
observador integra-se ao grupo com a finalidade de obter informações. […]
Como o próprio nome indica, [a observação individual] é a técnica de observação realizada
por um pesquisador. Nesse caso, a personalidade dele se projeta sobre o observado, fazendo
algumas inferências ou distorções, pela limitada possibilidade de contato. Por outro lado,
pode intensificar a objetividade de suas informações, indicando, ao anotar os dados, quais
são os eventos reais e quais são as interpretações. É uma tarefa difícil, mas não impossível.
Em alguns aspectos, a observação só pode ser feita individualmente. [...]
A observação em equipe é mais aconselhável do que a individual, pois o grupo pode
observar a ocorrência por vários ângulos. Quando uma equipe está vigilante, registrando o
problema na mesma área, surge a oportunidade de confrontar seus dados posteriormente,
para verificar as predisposições.
Normalmente, as observações [na vida real] são feitas no ambiente real, registrando-se os
dados à medida que forem ocorrendo, espontaneamente, sem devida preparação. A melhor
ocasião para o registro é o local onde o evento ocorre. Isto reduz as tendências seletivas e a
deturpação na reevocação. [...]A observação em laboratório é aquela que tenta descobrir a
ação e a conduta que tiveram lugar em condições cuidadosamente dispostas e controladas.
Entretanto, muitos aspectos importantes da vida humana não podem ser observados sob
condições idealizadas no laboratório. [...]
(grifos meus)
Todavia, embora a literatura crítica apresente vários tipos de observação, existem
basicamente dois tipos dela: a direta, ou participante, que constitui uma técnica aplicada in loco, ou
seja, no local onde se encontra o objeto do estudo; e a indireta, ou não participante, que constitui
uma técnica aplicada à distância do local onde se encontra o objeto de estudo. Quer a observaçãoparticipante, utilizada por exemplo na pesquisa-ação, em estudos de casos observacionais e na
etnografia participante, quer a observação não participante, utilizada por exemplo na pesquisa
bibliográfica, na pesquisa documental ou na etnografia não participante, existem cuidados
importantes que precisam ser tomados. Sobre esse aspecto, Martins (2008, p. 109) salienta:
A observação consiste em um exame minucioso que requer atenção na coleta e análise dos
dados. Para tanto, a observação deve ser precedida por um levantamento de referencial
teórico e resultados de outras pesquisas relacionadas ao estudo. Formalmente, é desejável a
construção de um protocolo de observação, que, evidentemente, fará parte do protocolo do
Estudo de Caso. Observar não é apenas ver. A validade (será que se está observando aquilo
que de fato se deseja observar?) e a confiabilidade, ou fidedignidade (será que sucessivas
observações do mesmo fato ou situação oferecem resultados semelhantes?) poderão ser
atingidas se a observação for, rigorosamente, controlada e sistemática. Implica em um
planejamento cuidadoso do trabalho e preparação do observador. O plano delimitará o
fenômeno a ser estudado, indicará o que se deve observar, as maneiras de se observar, a
duração, periodicidade, modo de registros e controles para garantia da validade e
confiabilidade. [...]
A observação pode ser direta, denominada observação participante (OP), quando o
observador-pesquisador partipa dos eventos a serem estudados, ou pode ser indireta, denominada
observação não participante (ONP), quando o observador-pesquisador se vale somente da literatura
crítica sobre os eventos a serem estudados sem, contudo, deles participar. Distinguindo os dois tipos
de observação, Martins (2008, p. 25) explana:
[...] A OP é uma modalidade especial de observação na qual o pesquisador não é apenas um
observador passivo. Ao contrário, o pesquisador pode assumir uma variedade de funções
dentro de um Estudo de Caso e pode, de fato, participar dos eventos que estão sendo
estudados. O observador-pesquisador precisará ter permissão dos responsáveis para realizar
o levantamento e não ser confundido com elementos que avaliam, inspecionam ou
supervisionam atividades. O grande desafio do investigador é conseguir aceitação e
confiança dos membros do grupo social onde realiza o trabalho de campo [...]
As principais formas da observação participante são a entrevista, bastante utilizada nos
estudos de caso, nas pesquisas de campo em geral, nas biografias e nas etnografias participantes
(VERGARA, 2012; YIN, 2010), e a intervenção, utilizada nas pesquisas-ação (THIOLLENT,
2011). Por sua vez, as principais formas da observação não participante são os levantamentos
bibliográficos (dados secundários), e os levantamentos documentais (dados primários), utilizados
em todas as pesquisas quando da revisão da literatura e outras partes (GIL, 1999; 2010;
SEVERINO, 2007). 
A base procedimental observacional indica que o meio técnico utilizado para a coleta
dedados é a observação e os meios instrumentais a ela inerentes. Por observação entende-se a
técnica de coleta de dados em que o pesquisador observa o objeto investigado, quer participe ou não
desse processo. Quando o observador-pesquisador participa do processo de investigação, diz-se que
se trata de uma pesquisa observacional participante; quando, entretanto, o observador-pesquisador
não participa do processo de investigação, diz-se que se trata de uma pesquisa observacional não
participante.
A observação participante (OP) visa coletar dados primários, enquanto a observação não
participante (ONP), dados secundários. Por essa razão, na OP podem ser realizadas a pesquisa-ação,
os estudos de caso, as biografias participantes e as etnografias participantes. Já na ONP podem ser
realizadas as pesquisas bibliográficas, as pesquisas documentais, as biografias não participantes e as
etnografias não participantes. Neste diapasão, Bêrni e Fernandez (2012, p. 176-177) explanam:
Os dados primários obedecem ao delineamento de um estudo que gerará a base
informacional nos estilos alternativos de condução de experimentos ou de obtenção de
informações por meio do questionamento direto dos agentes envolvidos com o fenômeno.
Tal é o caso, seguindo o exemplo, das testemunhas de um acidente de trânsito. Entre os
dados primários a ser coletados, destacam-se a observação direta ou participante, a
entrevista formal ou informal, a entrevista estruturada por meio de questionário, a entrevista
livre baseada em roteiro, a discussão em grupo (distinguindo-se a construção de grupos
focais), a consulta a documentos pessoais, diários, correspondência ativa e passiva,
histórias de vida. [...]
Se precisar de mais informação secundária, o pesquisador deverá recorrer a estatísticas
previamente disponíveis em livros técnicos, relatórios de pesquisa, artigos em revistas técnicas,
anais de congressos, documentos oficiais (censos, inquéritos, resoluções, informes), documentos
pessoais, correspondência ativa e passiva, história de vida, diários publicados ou privados,
documentos administrativos, contábeis e jurídicos.
Com base nos pressupostos apresentados, deduz-se que a base procedimental observacional
é parcialmente empírica (OP) e parcialmente não empírica (ONP), dessemelhantemente das demais
bases procedimentais, que são todas completamente empíricas. Além disso, deduz-se que ela é a
mais utilizada por parte dos pesquisadores em geral, por causa da facilidade da sua compreensão e,
especialmente, do seu uso. Porfim, deduz-se também que toda pesquisa teórica, ou básica, baseia-se
nos procedimentos observacionais, valendo-se de seus meios técnicos e instrumentais. 
c) Técnicas gerais de pesquisa: levantamento bibliográfico, documental e amostral
Levantamento bibliográfico
O levantamento bibliográfico busca mapear um conjunto de bibliografias previamente
selecionadas para análise. A metodologia bibliográfica oferece meios que auxiliam na definição e
resolução dos problemas já conhecidos, permitindo tanto explorar novas áreas onde os mesmos
ainda não se cristalizaram suficientemente como também analisar um tema sob novo enfoque ou
abordagem, produzindo novas conclusões. (SEVERINO, 2007). Ele é utilizado para a revisão da
literatura e, portanto, necessário a todas as espécies de pesquisa. Configura-se na técnica de coleta
de dados dos livros e dos trabalhos acadêmicos em geral, tais como TCC’s, monografias,
dissertações, teses, artigos científicos, resenhas científicas, etc. Os seus instrumentos fundamentais
são as bibliografias.
O levantamento bibliográfico oferece meios que auxiliam na definição e resolução dos
problemas já conhecidos, como também permite explorar novas áreas onde os mesmos ainda não se
cristalizaram suficientemente. Permite também que um tema seja analisado sob novo enfoque ou
abordagem, produzindo novas conclusões. Além disso, permite a cobertura de uma gama de
fenômenos muito mais ampla, mormente em se tratando de pesquisa cujo problema requeira a
coleta de dados muito dispersos no espaço. Sobre essa técnica de pesquisa para coleta de dados,
Rodrigues (2007, p. 43) assinala:
Bibliográfica é a pesquisa limitada à busca de informações em livros e outros meios de
publicação. É o oposto da pesquisa de campo, distinguindo-se também e igualmente por
oposição da pesquisa in victro. Geralmente, a pesquisa bibliográfica integra o âmbito da
pesquisa ex-post-facto, pelo simples fato de que os livros e artigos de revista ou periódico
qualquer tratam, via de regra, de fatos consumados, não sendo habitual a pesquisa
bibliográfica baseada em leitura do tipo futurologia.O levantamento bibliográfico pressupõe trabalhos anteriores que servem como fonte ou lente
teórica para embasamento de estudos mais abrangentes e ou aprofundados. Sobre esse aspecto,
Severino (2007, p. 122) destaca:
A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente
de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses, etc. Utiliza-
se de dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e
devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O
pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes
dos textos.
Realmente, toda pesquisa acadêmica requer em algum momento a realização de trabalho
que possa ser considerado como levantamento bibliográfico. Prova disso é que nas dissertações e
teses da atualidade, em sua maioria, há um capítulo especial dedicado à revisão bibliográfica cuja
finalidade principal é fundamentar o trabalho acadêmico teórica e consistentemente, identificando,
não raro, o estágio atual do conhecimento referente ao tema. Gil (2010, p. 29) explana sobre tal tipo
de pesquisa com os seguintes dizeres:
A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado. Tradicionalmente,
esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses,
dissertações e anais de eventos científicos. Todavia, em virtude da disseminação de novos
formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como
discos, fitas magnéticas, CDs, bem como o material disponibilizado pela internet.
Ressaltando a relevância de tal tipo de pesquisa, Gil (2010) destaca que ela permite ao
investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que
poderia pesquisar diretamente, em especial quando o problema de pesquisa requer dados
muito dispersos pelo espaço. Entretanto, não se esquece de salientar que, como fontes
secundárias, as bibliografias podem apresentar dados coletados ou processados de forma
equivocada, tornando possível a reprodução e/ou ampliação desses erros em trabalhos nelas
fundamentadas. 
Por essa razão, Gil (2010, p. 30) fornece sugestões úteis para reduzir tal possibilidade,
dizendo:
Para reduzir essa possibilidade, convém aos pesquisadores assegurarem-se das condições
em que os dados foram obtidos, analisar em profundidade cada informação para descobrir
possíveis incoerências ou contradições e utilizar fontes diversas, cotejando-as
cuidadosamente.
De acordo com Gil (1999; 2010), não existem regras fixas para a realização de pesquisas
bibliográficas, mas existem algumas tarefas que a experiência demonstra serem importantes.
Dessaforma, este trabalho segue o seguinte roteiro:
- Exploração das fontes bibliográficas: primeiro, na fase de elaboração desta proposta de
trabalho, foram examinadas as bibliografias fundamentais sobre a metodologia da pesquisa
cientifica e conteúdo geral sobre levantamentos amostrais (BOLFARINE; BUSSAB, 2004;
MORETTIN; KAZMIER, 1982; CANDOLLO 2016; BUSSAB, 2010; KAZMIER, 1982; GIFTED,
2015); depois, na fase de execução, serão examinados conteúdos específicos sobre os
procedimentos técnicos necessários para a adequada operacionalização dos levantamentos amostrais
(BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016; KAZMIER, 1982; CORREA, 2003;
MORETTIN; BUSSAB, 2010).
- Leitura do material: conduzida de forma informativa, seletiva, reflexiva e interpretativa,
objetivado reconhecer, reter, criticar construtivamente e avalizar as partes essenciais para o
desenvolvimento do estudo (DINIZ; DA SILVA, 2008).
- Elaboração de fichas: como de costume, eu elaborei de fichas de citações, de resumo e
bibliográfica, sobre as bibliografias clássicas, contendo as partes mais relevantes dos materiais
consultados;
- Protocolagem observacional: em folhas de caderno, blocos de anotações e agendas, eu
registrei todas as observações importantes sobre a coleta e o tratamento dos dados;
- Ordenação e análise das fichas: uma vez organizadas e ordenadas de acordo com o seu
conteúdo, conferindo sua confiabilidade, eu apliquei a Análise de Discurso produzindo um resenha
crítica de cada uma delas;
- Conclusões: obtidas após a coletas dos dados, por meio de Análise de Conteúdo.
Para a execução desta proposta de trabalho, os levantamentos do tipo bibliográfico,
documental e amostral contornarão problemas relacionados a tempo e recursos financeiros, uma vez
que um estudo dessa natureza necessariamente envolveria pesquisa de campo e mais tempo para a
coleta e análise de dados, mais característicos a um estudo de caso. Ressalta-se ainda que os
materiais assim selecionados e organizados constituem uma base de dados consistente para a
elaboração de estudos mais avançados dentro dessa área e temática.
Levantamento documental
O levantamento documental, visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles que ainda não
foram submetidos a algum tipo de manipulação, embora possa coletar também dados secundários,
como, por exemplos, comentários de terceiros em um documentos em que conste a legislação
aplicável a algum tema, etc.. Configura-se na técnica de coleta de dados de documentos pessoais,
registros institucionais, registros estatísticos e da comunicação de massa em geral, isto é, tv, rádio,
jornais, revistas, internet, etc. Sobre essa técnica de pesquisa, Gil (1999, p. 160) salienta:
As fontes de “papel” muitas vezes são capazes de proporcionar ao pesquisador dados
suficientemente ricos para evitar a perda de tempo com levantamentos de campo, sem
contar que em muitos casos só se torna possível a investigação social a partir de
documentos.
Os documentos, instrumentos de pesquisa próprios dos levantamentos documentais, são
comumente compostos por informações originais do autor – e é exatamente o tipo delas que diferem
os levantamentos documentais dos bibliográficos, e, portanto, primárias, tais como as encontradas
em um prontuário médico, na legislação, nos demonstrativos financeiros e contábeis de uma
empresa ou de uma instituição, etc.. Entretanto, os documentos podem conter informações
interpretativas dos originais, tais como nas notas explicativas e comentários realizados, por terceiros
nos mesmos documentos citados, ou a eles anexados (LUNA, 2011; 2012; GIL, 1999; 2010;
MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; KÖCHE, 1997; 2011; SOARES, 2003). Sobre estes
aspectos dos documentos, Luna (2011, p. 56; 2012) nos empresta as suas ideias tal como segue:
O documento, como fonte de informação, assume diferentes formas: literatura pertinente a
um assunto, anuários estatísticos e censos, prontuários médicos, legislação, etc. São todos
exemplos de fontes documentais. Como ocorre em relação às demais fontes, as informações
obtidas em documentos podem ser diretas e indiretas. No caso particular de documentos,
essa distinção costuma assumir a denominação de fontes primárias (diretas) e secundárias
(indiretas). As obras originais de um autor são consideradas como primárias, enquanto as
traduções e comentários sobre esse autor já são consideradas fontes secundárias. De um
modo geral, quanto mais “oficial” for um documento, mais primária será a fonte.
O levantamento documental visa a coleta de dados primários, ou seja, aqueles que ainda não
foram submetidos a algum tipo de manipulação, enquanto o levantamento bibliográfico visa a coleta
de dados secundários sobre um tema, quando não existem dados primários sobre ele ou quando a
sua coleta é comprovadamente inviável. Entretanto, vale destacar que nos documentos, ou em anexo
aos mesmos, podem haver dados secundários; por essa razão, correto afirmar que os documentos
sãofontes de dados primários ou secundários. Os documentos são tipificados por Gil (1999, p. 160-
165) em documentos pessoais, registros institucionais, registros estatísticos e da comunicação de
massa em geral, isto é, TV, rádio, jornais, revistas, internet, etc., tal como se segue:
1) Registros estatísticos
[...] Entidades governamentais como a Fundação IBGE dispõem de dados referentes a
características socioeconômicas da população brasileira, tais como: idade, sexo, tamanho da
família, nível de escolaridade, ocupação, nível de renda etc. Os órgãos de saúde fornecem
dados a respeito de incidência de doenças, causas de morte etc. Uma entidade como o
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos dispõe de dados
sobre desemprego, salários, greves, negociações trabalhistas etc. Organizações voluntárias
têm dados referentes a seus membros e também às populações que atendem. Institutos de
pesquisa vinculados aos mais diversos campos do conhecimento. Além disso, número cada
vez maior de entidades vem-se preocupando em manter bancos de dados. Isto se verifica
em hospitais, escolas, agências de serviço social, entidades de classe, repartições públicas
etc. [...]
2) Registros institucionais escritos
Além dos registros estatísticos, também podem ser úteis para a pesquisa social os registros
escritos fornecidos por instituições governamentais. Dentre esses dados estão: projetos de
lei, relatórios de órgãos governamentais, atas de reuniões de casas legislativas, sentenças
judiciais, documentos registrados em cartórios etc. [...]
3) Documentos pessoais
Há uma série de escritos ditados por iniciativa de seu autor que possibilitam informações
relevantes acerca de sua experiência pessoal. Cartas, diários, memórias e autobiografias são
alguns desses documentos que podem ser de grande valia na pesquisa social. [...]
4) Comunicação de massa
Os documentos de comunicação de massa, tais como jornais, revistas, fitas de cinema,
programas de rádio e televisão, constituem importante fonte de dados para a pesquisa
social. Possibilitam ao pesquisador conhecer os mais variados aspectos da sociedade atual e
também lidar com o passado histórico. Neste último caso, com eficiência provavelmente
maior que a obtida com a utilização de qualquer outra fonte de dados. [...] (grifos meus)
Embora a pesquisa bibliográfica e a documental sejam bastante semelhantes, por ambas se
respaldarem em materiais elaborados e já publicados, Gil (2010) aponta que a principal diferença
entre elas encontra-se na natureza das fontes. Sobre a identificação das mesmas, Gil, 2010, p. 31,
elucida dizendo que “o que geralmente se recomenda é que seja considerada fonte documental
quando o material consultado é interno à organização, e fonte bibliográfica quando for obtido em
bibliotecas ou bases de dados”. Para Marconi e Lakatos (2007), a pesquisa documental consiste na
análise de fontes primárias, isto é, elaboradas pelo próprio autor, enquanto a pesquisa bibliográfica
consiste na análise de fontes secundárias, isto é, transcritas de fontes primárias contemporâneas ou
retrospectivas.
Com base nos pressupostos apresentados, deduz-se que o levantamento bibliográfico,
enquanto um tipo de observação indireta, consiste na coleta e no tratamento sistematizado de dados
secundários, e que o levantamento documental, enquanto um tipo de observação que tanto pode ser
direta (dados primários) quanto indireta (dados secundários), consiste na coleta e no tratamento
sistematizado de dados híbridos, isto é, tanto primários quanto secundários (KÖCHE, 1997, 2011;
GIL, 1999; 2010; MARCONI; LAKATOS, 2003; 2007; 2008; LUNA, 2011; 2012; RODRIGUES,
2007; ECO, 2012; SOARES, 2003). 
Levantamento amostral
O levantamento amostral, tal como toda outra técnica geral da pesquisa científica precisa de
uma planejamento minucioso que especifique cada uma das suas fases, e os procedimentos técnicos
necessários para a adequada operacionalização de cada uma delas (CORREA, 2003; BOLFARINE;
CANDOLLO, 2016; BUSSAB, 2004; KAZMIER, 1982; MORETTIN; BUSSAB, 2010). No caso
específico da aplicação de técnicas de amostragem, por se tratar de metodologias quantitativas,
dessemelhante dos levantamentos bibliográficos e documentais, que são essencialmente
qualitativos, possuem peculiares, cujos cuidados necessários são ressaltados por Bolfarine e Bussab
(2004, p. 14) com os seguintes dizeres: 
Ao optar por uma pesquisa quantitativa, levantamento ou experimentação, é necessário que
o pesquisador planeje, execute, corrija e analise adequadamente o procedimento proposto e
usado. Isto significa tomar uma série de medidas e cuidados antes da realização, durante a
aplicação e depois da pesquisa efetuada. Sem esses passos dificilmente pode-se garantir
resultados convincentes e confiáveis. Um estatístico experiente desenvolve os seus próprios
procedimentos, escritos ou não, para conduzir ou orientar uma pesquisa quantitativa, mas
ter a muita dificuldade em transmitir esses conhecimentos sem a prática e o convívio
cotidiano com o aprendiz.
Um dos métodos para transferir conhecimento e agilizar o treinamento nesta atividade e
através da apresentação de uma lista de tópicos que devam ser abordados em uma pesquisa
quantitativa, ou melhor, apresentando o chamado “checklist”. Estas listas nunca são definitivas ou
completas. Em primeiro lugar elas traduzem as idiossincrasias de seus formuladores, e em segundo,
dificilmente conseguem prever todas as possíveis situações de um mundo tão rico e complexo como
as pesquisas quantitativas. Portanto, devem ser usadas como um guia aproximado para
planejamento e execução de um plano amostral. O checklist mencionado por Bolfarine e Bussab
(2005, p. 265-267) consta no apêndice B de seu libro intitulado Elementos de Amostragem. Eles
apontam a importância da observância, durante a realização de um levantamento amostral, dos
seguintes aspectos:
a. Identificação ao dos objetivos e populações:
• apresentar as razões e antecedentes da pesquisa;
• definir os objetivos gerais, operacionais e alternativos;
• identificar as unidades de análise e resposta;
• estabelecer a população alvo;
• especificar as subpopulações de interesse (estratos);
• identificar os possíveis sistemas de referência (frames);
• descrição da população referenciada;
• especificação dos parâmetros populacionais de interesse;
• descrição da população amostrada;
b. Coleta das informações:
• escolher o tipo de investigação: experimentação, amostragem, censo, descritivo, analítico,
etc.
• estabelecer o modo de coleta: entrevista direta, observação, individual, em grupo, por
carta, telefone, por instrumento, etc.
• operacionalizar os conceitos: variáveis e atributos;
• elaborar o instrumento de mensuração/coleta dos dados (questionário);
c. Planejamento e seleção da amostra:
• determinar o orçamento e custos do levantamento;
• escolher as unidades amostrais;
• definir o plano amostral;
• fixar o tamanho da amostra;
• escolher os melhores estimadores e seus erros amostrais;
• selecionar as unidades amostrais;
• prever procedimentos para os erros não amostrais (não resposta, mudanças no sistema de
referências, etc.);
d. Processo de coleta dos dados (campo):
• elaborar os manuais dos entrevistadores e críticos;
• montar a equipe de coleta de dados;
• prever treinamento para entrevistadores, supervisores, checadores, listadores, etc.;
• definir processos de controle contínuo de qualidade do campo;
• prever procedimentos para situações inesperadas;
e. Processamento dos dados:
• identificar programas para a entrada dos dados;
• criar planos de consistência e qualidade das informações;
• planejar e criar banco de dados e dicionário de variáveis;
• preparar os programas dos planos tabulares iniciais;
f. Análise dos resultados (modelos estatísticos):
• planejar as análises iniciaissobre a qualidade dos dados levantados: descritivas e/ou
modelares;
• apresentar o desempenho da amostra: qualitativa e quantitativamente;
• descrever a população amostrada;
• definir modelos de análise que respondam os objetivos iniciais;
• efetuar análises exploratórias;
g. Apresentação dos resultados:
• relatórios
h. Disponibilidade dos dados (divulgação do banco de dados):
• banco de dados;
• conceitos, variáveis e indicadores (dicionário).
Uma amostra é uma parcela de uma população que, adequadamente selecionada, passa a
representar o seu todo em todas as variáveis de interesse investigadas. Por essa, o levantamento
amostral precisa ser bem planejado para se conseguir uma amostra bem definitiva, por meio da qual
se possa obter estimativas confiáveis dos parâmetros populacionais desejados (CORREA, 2003;
BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016; KAZMIER, 1982; MORETTIN; BUSSAB,
2010). Sobre estes aspectos, Bolfarine e Bussab (2004, p. 26) apontam:
O propósito da amostra é o de fornecer informações que permitam descrever os parâmetros
do universo de maneira mais adequada possível. A boa amostra permite a generalização ao
de seus resultados dentro de limites aceitáveis de dúvidas. Além disso os seus custos de
planejamento e execução devem ter sido minimizados. Embora estes conceitos sejam de
fácil aceitação, a sua implementação não é assim tão trivial.
Qualquer amostra fornece informações, porém não é qualquer uma que permite estender os
resultados para a população da qual foi retirada. Ouve-se frequentemente o argumento de
que uma boa amostra é aquela que é representativa. Indagado sobre a definição de uma
amostra representativa, a resposta mais comum é algo como: “aquela que é uma micro
representação do universo”. Mas para se ter certeza de que uma amostra seja uma micro
representação do universo para uma dada característica de interesse, deve-se conhecer o
comportamento dessa mesma característica da população. Então, o conhecimento da
população seria tão grande que tonar-se-ia desnecessária a coleta da amostra.
Neste diapasão, as técnicas de amostragem são agrupadas de duas formas: a amostragem
probabilística, a qual objetiva produzir resultados não tendenciosos sobre a amostra, em que todos
os elementos da população apresentam uma probabilidade – sempre maior que zero e menor que 1 –
para ser selecionados na amostra de tal forma que seja possível conhecer precisamente uma medida
que descreva a possibilidade da sua ocorrência, também chamada de probabilidade de inclusão; e a
amostragem não probabilística, a qual também é utilizada para retratar o universo populacional
selecionado, mas que não permite saber com que precisão, pois não é possível estabelecer uma
margem de erro e níveis de confiança (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; CANDOLLO, 2016;
KAZMIER, 1982; CORREA, 2003; MORETTIN; BUSSAB, 2010). Destacando as principais
técnicas de amostragem utilizadas nos levantamentos amostrais, Bolfarine e Bussab (2004, p. 58)
pontuam:
Os tipos de planejamentos amostrais mais utilizados e que serão abordados com mais
detalhes nos capítulos seguintes são: 
Amostragem Aleatória Simples (AAS). Seleciona-se sequencialmente cada unidade
amostral com igual probabilidade, de tal forma que cada amostra tenha a mesma chance de
ser escolhida. A sele c ao pode ser feita com ou sem reposição. 
Amostragem Estratificada (AE). A população é dividida em estratos (por exemplo, pelo
sexo, renda, bairro, etc.) e a AAS é utilizada na seleção de uma amostra de cada estrato. 
Amostragem por Conglomerados (AC). A população é dividida em subpopulações
(conglomerados) distintas (quarteirões, residências, famílias, bairros, etc.). Alguns dos
conglomerados são selecionados segundo a AAS e todos os indivíduos nos conglomerados
selecionados são observados. Em geral é menos eficiente que a AAS ou AE, mas por outro
lado, é bem mais econômica. Tal procedimento amostral é adequado quando é possível
dividir a população ao em um grande número de pequenas subpopulações. 
Amostragem em Dois Estágios (A2E). Neste caso, a população é dividida em
subpopulações como na AE ou na AC. Num primeiro estágio, algumas subpopulações são
selecionadas usando a AAS. Num segundo estágio, uma amostra de unidades é selecionada
de cada subpopulação selecionada no primeiro estágio. A AE e a AC podem ser
consideradas, para certas finalidades como casos particulares da A2E. 
Amostragem Sistemática (AS). Quando existe disponível uma listagem de indivíduos da
população, pode-se sortear, por exemplo, um nome entre os 10 primeiros indivíduos, e
então observar todo décimo indivíduo na lista a partir do primeiro indivíduo selecionado. A
seleção do primeiro indivíduo pode ser feita de acordo com a AAS. Os demais indivíduos
que farão parte da amostra são então selecionados sistematicamente.
d) Procedimentos técnicos
Coletou-se dados das seguintes fontes bibliográficas: Gil (2010), Marconi e Lakatos (2008),
Bolfarine e Bussab (2004), Morettin e Bussab (2010), Cochram (1977), Real et al (2013) e Perez
(2011). Os dados organizados, sistematizados, analisados e apresentados de acordo com os
procedimentos técnicos de pesquisa para levantamento bibliográfico, documental e amostral
apresentados (até o que a cada um se aplica) pelos referidos autores. Coletou-se dados em campo,
por meio de uma entrevista-semiestruturada, cujas questões foram respondidas em um questionário
online. Foi operacionalizado um levantamento amostral aleatório por conglomerados de tamanhos
diferentes, de 1 e de 2 estágios, com sorteio feito pela Amostragem Aleatória Simples sem
reposição.
Pelo Teorema do Limite Central, quando n (tamanho da amostra) e N (tamanho da
população) são suficientemente grandes, isto é, quando eles tendem ao infinito, a razão entre o erro
de um determinado estimador pela sua respectiva variância segue uma distribuição Normal com
média 0 e desvio padrão 1, sendo assim representado:
 
Então, a probabilidade de que o erro de um determinado estimador seja menor ou igual a um
erro máximo B fixado é assintoticamente (aproximadamente) 1 menos α, isto é, o nível de
confiança desejado e calculado usando-se aproximação pela distribuição Normal com média 0 e
desvio padrão 1, sendo assim representado:
 
Isto posto, então, primeiramente, eu estipulei B = 2 e nível de confiança igual a 99% => 1 -
α = 0,99, α = 0,01, α/2 = 0,005, Zα/2= 2,575 sigmas. Mas como a variância amostral (s²) é
desconhecida, então eu decidi estimá-la por meio de uma amostra-piloto (BOLFARINE; BUSSAB,
2004). A fase da coleta foi realizada em duas partes: na primeira, foi realizada uma amostragem por
conglomerados unietápica, aplicando uma entrevista semi-estruturada aos a conglomerados
selecionados pela AASs com igual probabilidade; na segunda, foi realizada uma amostragem por
conglomerados bietápica, primeiro sorteando, pela AASs e com igual probabilidade, a
conglomerados, e, de cada um deles, b elementos, aplicando a eles a mesma entrevista semi-
estruturada (COCHRAN, 1977; BOLFARINE; BUSSAB, 2004; MORETTIN; BUSSAB, 2010). 
Utilizando o bom senso, eu escolhi um tamanho inicial para a amostra (n0) de 3
conglomerados. Após numerá-los de 1 a 8, eu sorteei a amostra no R por meio do comando sample
(1:8, 3, replace=F). Eu contatei os conglomerados por meio do e-mail de cada grupo, perguntei
deles a quantidades de unidades e o contato de cada uma delas. Em seguida, eu selecionei os seus
respectivos e-mails e para eles enviei o questionário online para coleta dos dados, elaborado na
plataforma virtual Survio (BOLFARINE; BUSSAB, 2004). Com os dados coletados, eu calculei
estimei os parâmetros desejados. Como todos os n deram diferentes, então eu escolhi o maior n
dentre asvariáveis de interesse para as quais intentei obter o intervalo de confiança para a média
populacional, garantindo, deste modo, a confiabilidade das informações resultantes por meio deste
trabalho (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; COCHRAN, 1977; MORETTIN; BUSSAB, 2010). 
Então, eu procedi com a coleta e o tratamento dos dados seguintes os procedimentos
técnicos já citados, e calculando todos os estimadores pontuais e intervalares desejados
(BOLFARINE; BUSSAB, 2004; COCHRAN, 1977). Foram investigadas onze variáveis de
interesse, quais sejam: a) nome do respondente; b) idade; c) renda; d) planejamento da rotina
semanal; e) investimentos financeiros no planejamento da rotina semanal; f) esboço de um
Cronograma Logístico Semanal (CLS); g) crença na importância do esboço de um CLS; h)
significado de Planejamento de Carreira para o respondente; i) itens inseridos no CLS, para o
respondente que o esboça; j) nível de (in)satisfação ao preencher o questionário; k) razão da
(in)satisfação (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; COCHRAN, 1977; MORETTIN; BUSSAB, 2010).
O instrumento de coleta dos dados (questionário) foi pré-testado via e-mail, enviado para
uma amostra-piloto composta por três conglomerados, quais sejam: os grupos 3, 4 e 5, conforme
constam nas tabelas 1 e 2, que sintetizam os resultados finais da AAC1E e da AAC2E,
respectivamente. O grau de resposta foi de 100% (todos responderam). O nível de satisfação geral
foi de 3.4, numa escala de 1 a 5, considerando 1 para muito insatisfeito e 5 para muito satisfeito.
Na Amostragem Aleatória por Conglomerados de 1 estágio, eu efetuei sorteio por meio da
Amostragem Aleatória Simples sem reposição, utilizando os seguintes procedimentos para a
determinação do tamanho efetivo da amostra de conglomerados (a) bem como para a estimação da
média e da proporção para conglomerados de tamanhos diferentes (COCHRAN, 1977, p. 26, 249-
251, 279; BOLFARINE; BUSSAB, p. 80, 170, 179): 
- Para a média:
a = , onde ,
, porque N é desconhecido; ,
 ,
,
considerando-se:
- Para a proporção, considerando erro máximo:
a = , onde , ,
,
,
Considera-se o erro máximo para a determinação do tamanho efetivo da amostra para
proporção porque é sabido que a quantidade de unidades primárias e secundárias da população de
estudantes de Amostragem 2016/1 é pequeno, embora seja desconhecido um valor numérico exato
que a represente (BOLFARINE; BUSSAB, 2004; COCHRAN, 1977; MORETTIN; BUSSAB,
2010).
Na Amostragem Aleatória por Conglomerados de 2 estágios, eu efetuei sorteio por meio da
Amostragem Aleatória Simples sem reposição, utilizando os seguintes procedimentos para a
determinação do tamanho efetivo da amostra dos conglomerados (a) e da amostra dos elementos de
cada conglomerado (b) (COCHRAN, 1977, p. 278-279; BOLFARINE; BUSSAB, p. 207, 209,
215, 220-223): 
- Para a média:
a = , onde , bot = , com c1 = c2, onde:
 , , ,
 ,
 e ,
,
considerando-se:
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Parte I
Na AAC1E: eu fixei tamanho igual a 3 unidades primárias (conglomerados) para a amostra-
piloto; eu realizei um sorteiro pela AASs, no software estatístico R, pelo comando sample (1:8, 3,
replace = F); os conglomerados sorteados foram os de número 3, 4 e 5, com 5, 1 e 6 unidades
secundárias (estudantes), respectivamente; todas as unidades secundárias (estudantes) foram
entrevistadas ex loco, por meio de preenchimento de questionário online. Para cada variável de
interesse quantitativa foi estimada, por meio da amostra-piloto, a variância para a média e para a
proporção populacional, e calculado o tamanho da amostra definitiva para cada estimador de cada
variável de interesse quantitativa. Excetuando-se o tamanho da amostra definitiva (a) da variável
renda, que não é o foco deste trabalho, o maior a calculado foi 2, ou seja, menor que o tamanho da
amostra-piloto, razão pela qual eu utilizei os seus dados.
a para Média a para Proporção
Idade 2 conglomerados Planejam a rotina semanal 1 conglomerado
Renda 8 conglomerados Esboçam um Cronograma LogísticoSemanal (CLS) 1 conglomerado
Comentário: o maior a é 8, quantidade que garante os 99% de confiança de todas as estimativas
calculadas para todas as variáveis de interesse investigadas. Contudo, como o meu foco é estimar a
proporção de estudantes que planejam a sua rotina semanal e ou esboçam um CLS, eu fixei
tamanho igual a 3, o que me permitiu utilizar os dados da amostra-piloto e garantir os 99% de
confiança para as estimativas calculadas para estas duas variáveis, e para a idade, já que seu a é 2.
Média Conglomerado 3 Conglomerado 4 Conglomerado 5
Idade 22,2 25 19,7 21,17
Renda R$ 900,00 R$ 500,00 R$ 1.833,33 R$1.333,33
Proporção Conglomerado 3 Conglomerado 4 Conglomerado 5
Planejam a rotina
semanal 5/5 1/1 4/6 10/12
Esboçam um
Cronograma
Logístico Semanal
(CLS)
1/5 1/1 1/6 3/12
Variância de Variância de 
Idade 1,3978 Planejam a rotina semanal 0
Renda R$130.554,72 Esboçam um Cronograma LogísticoSemanal (CLS) 0
IC para IC para 
Idade (18,13; 24,21) Planejam a rotinasemanal 10/12 = 5/6 = 0,8333... = 83,33%
Renda (R$402,92;R$2.263,74)
Esboçam um
Cronograma
Logístico
Semanal (CLS)
3/12 = ¼ = 0,25 = 25%
Tabela 1. Síntese dos resultados da AAC1E.
3.2 Parte II
Na AAC2E: eu fixei tamanho igual a 3 unidades primárias (conglomerados) para a amostra-
piloto; eu realizei um sorteiro pela AASs, no software estatístico R, pelo comando sample (1:8, 3,
replace = F); os conglomerados sorteados foram os de número 3, 4 e 5, com 5, 1 e 6 unidades
secundárias (estudantes), respectivamente; foram entrevistadas 3, 1 e 3 unidades secundárias
(estudantes), respectivamente, dos conglomerados sorteados. Para cada variável de interesse
quantitativa foi estimada, por meio da amostra-piloto, a variância para a média e para a proporção
populacional, e calculado o tamanho da amostra definitiva para cada estimador de cada variável de
interesse quantitativa. Excetuando-se o tamanho da amostra definitiva (a) da variável renda, que
não é o foco deste trabalho, o maior a calculado foi 2, ou seja, menor que o tamanho da amostra-
piloto, razão pela qual eu utilizei os seus dados.
a para Média
Idade 1 conglomerado Planejam a rotina semanal 1 conglomerado
Renda 8 conglomerados Esboçam um Cronograma LogísticoSemanal (CLS) 1 conglomerado
Comentário: eu fixei b1 igual a 3, b2 igual a 1 e b3 igual a 3, como tamanho da amostra-piloto de
cada um dos três conglomerados (3, 4 e 5) sorteados na segunda parte. O maior a é 8, novamente,
tal como na AAC1E, quantidade que garante os 99% de confiança de todas as estimativas
calculadas para todas as variáveis de interesse investigadas. Contudo, como o meu foco é estimar a
proporção de estudantes que planejam a sua rotina semanal e ou esboçam um CLS, eu fixei
tamanho igual a 3, novamente, o que me permitiu utilizar os dados da amostra-piloto e garantir os
99% de confiança para as estimativas calculadas para estas duas variáveis, e para a idade, já que
seu a é 1 na AAC2E – excetua-se o caso da variável renda1.
b para Média Conglomerado 3 Conglomerado 4 Conglomerado 5 Maior b 
Idade 1 unidade 1 unidade 1 unidade 1 unidade
1Vide nas conclusões algumas considerações importantes sobre o caso da variável renda.
Renda 2 unidades 1 unidade 2 unidades 2 unidades
Planejam a rotina
semanal 1 unidade 1 unidade 1 unidade 1 unidade
Esboçam um
Cronograma Logístico
Semanal (CLS)
1 unidade 1 unidade 1 unidade 1 unidade
Média Conglomerado 3 Conglomerado 4 Conglomerado 5
Idade 22,3 25 19 20,893
Renda R$500,00 R$500,00 R$1.166,67 R$833,33
Planejam a rotina
semanal 0,67 1 0,67 0,694
Esboçam um
Cronograma Logístico
Semanal (CLS)
0 1 0 0,083
Variância de(estimador razão da média)
Idade 0,011987703
Renda R$54.280,60
Planejam a rotina semanal 0,006063
Esboçam um Cronograma Logístico Semanal (CLS) 0,018480031
IC para (estimador razão da média)
Idade (20,61; 21,18)
Renda (R$233,40; R$1.433,26)
Planejam a rotina semanal (0,465; 1)
Esboçam um Cronograma Logístico Semanal (CLS) (0; 0,4246)
Tabela 2. Síntese dos resultados da AAC2E.
Eu tive um alto grau de resposta ao questionário online durante a coleta dos dados, o que
propiciou que eu conseguisse obter grande precisão dos resultados finais apurados.
4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na AAC1E: a proporção de estudantes que planejam a sua rotina semanal é de 83,33% e a
dos que esboçam um Cronograma Logístico Semanal (CLS) é de 25 %; um IC de 99% para a média
populacional da idade é (18,13; 24,21) e da renda é (R$402,92; R$2.263,74). Na AAC2E: um IC de
99% para a média populacional da idade é (20,61; 21,18), da renda é (R$233,40; R$1.433,26), do
percentual de estudantes que planejam sua rotina semanal é (0,465; 1) e do percentual de estudantes
que esboçam um Cronograma Logístico Semanal é (0; 0,4246). No caso da variável renda, seria
necessário investigar os 8 conglomerados, tanto na AAC1E quanto na AAC2E, para que as
estimativas estivessem, com 99% de confiança, dentro do intervalo calculado; como eu investiguei
três conglomerados, em ambas as partes deste trabalho, admite-se, então, que o IC para a sua média
populacional seja um pouco mais amplo do que o calculado.
Os procedimentos técnicos necessários para a adequada operacionalização do levantamento
amostral por conglomerados são: 1º) a escolha do objeto-problema a ser investigado; 2º) a
determinação das variáveis de interesse que se pretende investigar sobre o objeto; 3º) a escolha dos
parâmetros populacionais que se pretende estimar, e os seus respectivos estimadores2, com as suas
respectivas variâncias e intervalos de confiança; 4º) A escolha do plano amostral, neste caso a
AAC1E e a AAC2E, ambas sem reposição e com conglomerados de tamanhos diferentes; 5º) A
escolha, com bom senso, de uma amostra-piloto para obter as estimativas necessárias para a
determinação do tamanho da amostra definitiva, ou obtê-las de pesquisas anteriores confiáveis que
as informem; 6º) A coleta dos dados por meio da amostra-piloto, e a obtenção das estimativas
necessárias para a determinação do tamanho da amostra definitiva; 7º) A determinação do tamanho
da amostra definitiva, para cada um dos estimadores desejados e para cada uma das variáveis de
interesse da investigação; 8º) A coleta dos dados por meio da amostra definitiva, e a obtenção das
estimativas de todos os parâmetros populacionais pré-objetivados; 9º) O registro, a organização, a
sistematização, a análise ou interpretação e a formalização dos dados e das informações produzidos
pelos levantamentos; 10º) A apresentação dos resultados.
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