Buscar

EIXO 5- Elaboração de Projeto de Pesquisa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 43 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CLASSIFICAÇÃO DOS 
TIPOS DE PESQUISAS 
CIENTÍFICAS 
 
 
 
CURSOS DE GRADUAÇÃO 
Pró-Reitoria de Ensino 
1º SEMESTRE 2019 
 
ORGANIZADORES: 
Siderly do Carmo Dahle de Almeida Barbosa 
Silvio Ruiz Paradiso 
 
 
COLABORADORAS: 
Aparecida Cristina Pereira Cardoso 
Cristina Herold Constantino 
 
 
 
MARINGÁ – PR 
2019 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Eixo 5 
METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA 
 
 
Reitor: Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor: Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Ensino: Valdecir Antonio Simão 
Pró-Reitora Executiva: Andrea Carla Alves Borin 
Presidente da Mantenedora: Cláudio Ferdinandi 
Diretora de Pesquisa: Ludhiana Ethel de Matos Garbugio 
 
 
NÚCLEO DE FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL E METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
Gestora da disciplina: Cristina Herold Constantino 
Professores mediadores da disciplina: Aparecida Cristina Cardoso, Antônio Eduardo Gabriel e Ariane Brugnolo 
Tutora: Roseli Willwock Machado. 
 
1º semestre de 2019 
3 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá aluno(a)! Seja bem-vindo a mais esta etapa de estudos sobre Metodologia da Pesquisa Científica. 
Trabalharemos, agora, o sexto eixo temático. Como mencionado em materiais anteriores, este é, apenas, 
parte de uma sequência de materiais que se referem à elaboração de um projeto de pesquisa 
Como graduando nesta trajetória rumo ao conhecimento científico e à produção sistemática da produção 
científica, é imprescindível “trafegar” por entre os elementos constitutivos de um projeto de pesquisa. 
Como já afirmamos em materiais anteriores, o contexto acadêmico é marcado pelo fio condutor da 
pesquisa e por este motivo faz-se necessário o conhecimento detalhado e sistemático dos elementos 
necessários à composição de um projeto de pesquisa em mais esta etapa relacionada à elaboração. 
Dessa forma, objetivando melhor instrumentalizá-lo tanto à produção quanto à execução de um projeto de 
pesquisa, organizamos para você um material dividido em três partes, sendo que a primeira pretende levá-
lo a compreender todas as noções referentes à classificação da pesquisa, ou seja, como os seus 
elementos podem ser compreendidos do ponto de vista da natureza e da abordagem do problema, do 
ponto de vista dos seus objetivos e do ponto de vista dos procedimentos técnicos; na segunda parte, será 
dada uma ênfase à pesquisa bibliográfica, diferenciando-a da pesquisa documental e na terceira e última 
parte deste eixo trataremos sobre a pesquisa de campo e suas peculiaridades. 
Desse modo, querido(a) aluno(a), reiteramos o convite para que venha compartilhar de mais este material 
e permitir que ele encontre em você o melhor espaço para a reflexão, para o surgimento de novas ideias e 
para a elaboração e execução de projetos de pesquisa em sua área específica. 
Faça bom proveito desta leitura! 
 
 
Um grande abraço e ótimos estudos! 
 
Cristina Herold Constantino 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sou por meu gosto pesquisador. Experimento toda a sede de conhecer e a ávida 
inquietude de progredir, do mesmo modo que a satisfação que toda aquisição 
proporciona. 
Immanuel Kant 
 
 
 
5 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A produção do conhecimento, por meio da pesquisa científica, objetiva dentre outros fatores 
contribuir com o desenvolvimento social e humano e, consequentemente, com o aprimoramento e avanço 
do conhecimento, fato este, como vimos em aulas anteriores, que justifica à pesquisa científica o caráter 
não aleatório e, portanto, desvinculado de uma instituição, que detém as normas metodológicas 
consagradas pela ciência. 
Produzir conhecimento requer alguns critérios para a seguridade e confiabilidade dos resultados, 
que, por sua vez, resultam do conhecimento dos mesmos. Assim, entendemos que o material que 
propomos para esta semana apresenta um dos pontos significativos para a construção do conhecimento, 
que é: como proceder a classificação de uma pesquisa científica. 
Estar ciente da teoria e normativas que orientam o trabalho científico, já infere em aproximação ao 
conhecimento científico, uma vez que não se faz ciência sem apoderar-se das normas que direcionam a 
construção deste saber. 
Apresentamos, assim, na sequência, como proceder à classificação da pesquisa do ponto de vista 
da natureza e da abordagem, dos objetivos e dos procedimentos básicos. 
 
 
1.1 DO PONTO DE VISTA DA NATUREZA E DA ABORDAGEM DO PROBLEMA 
 
Conhecer é ter a oportunidade de passar de um estado de desconhecimento a um estado de saber, 
ainda que este saber seja banal ou incompleto; é estabelecer ordem no caos, é construir diferentes 
saberes para substituir um estado de ignorância. 
Para conhecer, é imprescindível os seguintes elementos: 
a) O sujeito que quer conhecer; 
b) O objeto: aquilo sobre o que se deseja saber ou obter conhecimento; 
 
1. PESQUISA CIENTÍFICA: CLASSIFICAÇÃO DA 
PESQUISA 
SIDERLY DO CARMO DAHLE DE ALMEIDA BARBOSA 
6 
 
 
c) A imagem mental que resulta da relação estabelecida entre sujeito-objeto e que passa a formar a 
subjetividade daquele que conhece. 
O conhecimento científico é também chamado de racional porque lida com ocorrências ou fatos, 
valendo-se de experimentos, comprovações, observações. É um conhecimento sistemático posto que 
valida e comprova aquilo que quer provar. Aliado às tecnologias, é o que mais tem aproximado a 
humanidade da qualidade de vida que tanto almeja, proporcionando avanços no campo da saúde, 
segurança, educação, meio ambiente e outros. O conhecimento científico está em constante 
transformação, pois, a cada nova descoberta, cai por terra uma verdade anterior. 
A pesquisa exige, em primeiro lugar, que o(a) aluno(a) esteja consciente de que o resultado do 
processo depende essencialmente dele(a) mesmo(a). 
De acordo com Gil (2009, p. 17): 
 
Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como 
objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é 
requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, 
ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que 
não possa ser adequadamente relacionada ao problema. 
 
Gil, Cervo e Bervian (2002) explicitam que a pesquisa deve se propor a analisar um problema 
tendo em vista o que já se tem publicado sobre o assunto. Para isso, precisa conhecer e analisar as 
contribuições científicas de outros autores. Este é o elemento básico para estudos que exijam o domínio 
do estado da arte daquele tema, ou seja, do conhecimento que se tem até o momento sobre determinado 
tema. 
Sempre que procuramos respostas às nossas perguntas, estamos pesquisando. 
Pesquisa é, portanto, um conjunto de ações propostas para encontrar a solução para um 
problema, que tem por base procedimentos racionais e sistemáticos. A pesquisa é realizada quando se 
tem um problema e não se tem informações para solucioná-lo. 
 
Do ponto de vista da sua natureza, a pesquisa pode ser: 
 
 Básica (ou fundamental): satisfaz o desejo de adquirir conhecimento sem que haja uma previsão 
de aplicação prática. Posteriormente, tais conhecimentos podem ser utilizados em pesquisas aplicadas ou 
tecnológicas. 
 Aplicada (ou Tecnológica) busca gerar conhecimentos para aplicação prática. São pesquisas 
dirigidas à solução de problemas específicos, concretos. 
 
7 
 
Quanto à forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser: 
 Quantitativa: neste caso, todos os dados da pesquisa são traduzíveis em números e, 
posteriormente, estes dados são analisados e classificados. Técnicas estatísticas tornam-se essenciais. 
 
 Qualitativa: é uma pesquisa descritiva e considera que há uma relação entre o mundo real e o 
sujeito. A análise dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa 
qualitativa. 
Vamos, agora, verificar como a pesquisa científica pode ser classificadaa partir dos seus 
objetivos. 
 
 
1.2 DO PONTO DE VISTA DOS SEUS OBJETIVOS 
 
Quando vamos classificar nossa pesquisa que critérios devemos usar para definir que tipo de 
pesquisa desejamos fazer? Para responder a esta pergunta é importante rever qual o objetivo geral de 
nosso trabalho, pois é com base nele que vamos chegar a tal classificação. As pesquisas são dividas em 
três grupos principais: pesquisas exploratórias, descritivas e pesquisas explicativas. É sobre estes grupos 
que vamos nos deter a partir de agora. 
 
1.2.1 Pesquisas exploratórias 
Essas pesquisas se ocupam em agregar maior intimidade com o problema em questão, tornando-
o mais claro e específico. Elas permitem que se considerem diversos aspectos diferentes do foco de 
estudo. Em geral, as pesquisas exploratórias envolvem levantamento bibliográfico, entrevistas com 
pessoas que tiveram ou têm contato com as questões práticas que envolvem o problema de pesquisa e 
permitem a análise de exemplos. 
1.2.2 A pesquisa descritiva 
Tem por escopo descrever características de uma população ou de um fenômeno, propondo 
relações entre as variáveis. Os questionários e as observações sistemáticas são técnicas de coletas de 
dados pertencentes a esta classificação de pesquisa. 
1.2.3 As pesquisas explicativas 
8 
 
Buscam identificar as variáveis que determinam a ocorrência dos fenômenos, explicando a razão 
das coisas. Elas se valem quase unicamente do método experimental, razão pela qual nas ciências sociais 
ela se torna tão difícil. Opta-se, neste caso, por métodos de observação. 
Esta classificação permite que se estabeleça qual será o marco teórico da pesquisa, e, para 
confrontar teoria e prática, faz-se necessário definir qual o delineamento da pesquisa. 
 
O elemento mais importante para a identificação de um delineamento é o procedimento 
adotado para a coleta de dados. Assim, podem ser definidos dois grandes grupos de 
delineamentos: aqueles que se valem das chamadas fontes de “papel” e aqueles cujos 
dados são fornecidos por pessoas. No primeiro grupo, estão a pesquisa bibliográfica e a 
pesquisa documental. No segundo, estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post 
facto, o levantamento e o estudo de caso. Neste último grupo, ainda que gerando certa 
controvérsia, podem ser incluídas também a pesquisa-ação e a pesquisa participante 
(GIL, 2007, p. 43). 
 
Esta divisão não deve ser engessada, pois muitas pesquisas cabem em mais de um modelo, em 
função de suas características. 
Vejamos finalmente, como se classificam as pesquisas sob o ponto de vista dos procedimentos 
técnicos. 
 
 
1.3 DO PONTO DE VISTA DOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS 
 
1.3.1 Pesquisa bibliográfica 
 
Trata-se de uma pesquisa que envolve toda a bibliografia já compartilhada em relação ao tema 
proposto, tendo por principal objetivo colocar o pesquisador em contato com tudo que já foi publicado 
sobre o assunto. Tal pesquisa envolve a escolha do material, um plano de leitura sistemático 
acompanhado de um fichamento, e, posteriormente, análise e interpretação. Dessa forma, as informações 
lidas são processadas pelo pesquisador e acrescidas de seus conhecimentos, além de produzir novas 
reflexões sobre o tema. Esta pesquisa dá o suporte necessário para as demais técnicas a serem 
implementadas pelo pesquisador, pois auxilia na demarcação do problema, na determinação dos 
objetivos, na escolha das hipóteses e na fundamentação teórica do estudo. 
 
1.3.2 Pesquisa Documental 
A particularidade fundamental da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está 
circunscrita a documentos que instituem o que se designa como fontes primárias. Esta técnica permite 
9 
 
angariar informações prévias sobre o campo de interesse, examinando documentos oficiais e jurídicos que 
apontem para informações relevantes. Os documentos oficiais constituem a fonte mais fidedigna de dados 
e cabe ao pesquisador apenas selecionar o que lhe interessa e, apesar de não se ter controle sobre a 
forma como os documentos foram criados, deve-se interpretar e comparar o material. Já os documentos 
jurídicos apresentam uma fonte rica de informes do ponto de vista sociológico e podem contribuir para 
melhor apresentar o arco sob o qual se circunscreve o campo de estudo desejado. 
 
1.3.3 Pesquisa Experimental 
 
A pesquisa experimental remete-se, em geral, a pesquisas de cunho científico. Neste caso, o 
pesquisador deve selecionar as variáveis que deseja comparar e testar as possíveis relações funcionais, 
mantendo um grupo de controle. Esta pesquisa nas ciências humanas é bastante limitada pela dificuldade 
em se manipular pessoas. 
 
1.3.4 Estudo de caso 
 
O estudo de caso é considerado um método qualitativo que consiste em um modo de aprofundar 
uma unidade individual. Esta “individualidade” pode ser entendida como um conjunto de relações, uma 
comunidade, um período de tempo, um programa de televisão, um evento, uma religião, um curso, entre 
outros. 
O estudo de caso ajuda para o entendimento dos fenômenos sejam eles individuais, processos 
organizacionais ou ainda políticos de uma sociedade. É um instrumento utilizado para compreender a 
forma e os motivos que levaram a determinada tomada de decisão. De acordo com Yin (2001) o estudo de 
caso trata de um estudo empírico que investiga um “fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto de 
vida real” (YIN, 2001, p. 32) que possibilita averiguar uma realidade, de maneira a retratar e desvendar a 
multiplicidade dos aspectos que permeiam determinada situação. Neste contexto, 
 
o pesquisador procura revelar a multiplicidade de dimensões presentes numa 
determinada situação ou problema, focalizando-o como um todo. Esse tipo de 
abordagem enfatiza a complexidade natural das situações, evidenciando a inter-relação 
dos seus componentes (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p.19). 
 
 
A coleta de dados, no estudo de caso, é um processo mais complexo, pois exige a adoção de 
mais de uma técnica para garantir a qualidade nos resultados que se pretende obter. “Os resultados 
10 
 
obtidos no estudo de caso devem ser provenientes da convergência ou da divergência das observações 
obtidas de diferentes procedimentos” (YIN, 2001, p. 36). 
Por este motivo o estudo de caso torna-se o mais completo método de pesquisa, pois envolve 
diferentes técnicas como análise documental, entrevistas, observação participante, depoimentos e 
questionários. 
 
1.3.5 Pesquisa-ação 
 
A pesquisa-ação é mais flexível e, como o próprio nome já diz, envolve ação do próprio 
pesquisador. Numa primeira fase, o pesquisador precisa fazer o reconhecimento visual do lócus da 
pesquisa, consultando documentos e dialogando com representantes das categorias eleitas na pesquisa. 
Diversas técnicas devem ser adotadas para a coleta de dados neste caso e a mais utilizada é a entrevista 
que tanto pode ser aplicada de modo coletivo como individual. Os questionários também são bastante 
utilizados, principalmente quando se trata de um universo grande. 
É importante não confundir a pesquisa-ação com um processo individual de autoavaliação. Ele é 
uma prática reflexiva sobre determinada ação e que se modifica continuamente em espirais de reflexão e 
ação. 
 Cada espiral envolve: 
• Aclarar e diagnosticar uma situação prática ou um problema prático que se quer melhorar ou resolver; 
• Formular estratégias de ação; 
• Desenvolver essas estratégias e avaliar sua eficiência; 
• Ampliar a compreensão da nova situação; 
• Proceder aos mesmos passos para a nova situação prática. (ELLIOT, 1998, p. 139) 
 
1.3.6 Pesquisa participante 
A pesquisa participante envolve a participação real do pesquisador que deve se incorporar ao 
grupo que está pesquisando. Ela se aproxima muito da pesquisa-ação. Thiollent (1997) analisa que “Toda 
pesquisa-ação possui um caráter participativo, pelo fato de promover ampla interação entre pesquisadores 
e membros representativos da situação investigada.Nela existe vontade de ação planejada sobre os 
problemas detectados na fase investigada” (p. 21). O autor afirma que, no caso da Pesquisa Participante, 
alguns partidários desta técnica não veem a necessidade de “objetivação e divulgação da informação ou 
do conhecimento”, atribuindo, também, a relação da pesquisa-ação com o fato do termo ser utilizado 
internacionalmente para “designar um tipo de intervenção psicossociológica no contexto organizacional 
(…), segundo uma visão operacional sem perspectiva crítica ou conscientizadora” (idem). 
11 
 
O plano de ação da pesquisa participante envolve: 
a) Ações que possibilitem a análise mais adequada do problema estudado; 
b) Ações que possibilitem melhoria imediata da situação em nível local; 
c) Ações que possibilitem melhoria a médio ou longo prazo em nível local ou mais amplo. (GIL, 2009, p. 
52). 
A pesquisa participante não acaba com a elaboração de um relatório, mas sim com um plano de 
ação que pode dar início a uma nova pesquisa. Os resultados não são conclusivos e tendem a gerar 
outros problemas que exigirão novas ações. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Conhecer teoricamente o processo, as etapas a serem percorridas, bem como as técnicas 
que orientam a produção do conhecimento científico consiste em uma forma de apropriação deste 
conhecimento, pois a ciência se faz, também, com a apropriação das normas e técnicas que direcionam a 
construção do saber. 
Assim, à pesquisa científica cumpre conhecer a sua natureza, a forma de abordagem do 
problema, os seus objetivos e procedimentos técnicos. 
Neste sentido, esperamos que você não apenas tenha internalizado estas informações, mas 
que elas possam servir para o seu direcionamento nas atividades semanais propostas, em seus trabalhos 
acadêmicos, bem como em suas intenções de projetos futuros. 
 
 
REFERÊNCIAS 
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 
2003. 
ELLIOT, J. Recolocando a pesquisa-ação em seu lugar original e próprio. In: GERALDI, C. M. G.; 
FIORENTINI, D.; PEREIRA, E. M.A. (Orgs.) Cartografias do trabalho docente. Campinas: Mercado da 
Letras, 1998, p. 137-152. 
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
LÜDKE, Menga; ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: Pedagógica e 
Universitária, 1986. 
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 12. ed. São Paulo: Cortez, 1997. 
12 
 
 
 
2.1 REFERENCIAL TEÓRICO É O MESMO QUE 
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO? 
Referencial teórico e referencial bibliográfico são 
elementos importantes, que podem até se correlacionar, 
mas não são a mesma coisa. 
O "Referencial teórico", chamado por vezes de 
"Quadro teórico", "Marco teórico" ou "Revisão de 
Literatura" é uma espécie de coletânea sobre o tema já 
definido, enfatizando os conceitos e as características 
baseadas nas devidas fontes (autores, ano e página) de 
outros pesquisadores. 
Podemos dizer que o referencial teórico permite 
verificar o estado do problema a ser pesquisado, sob o 
aspecto teórico e de outros estudos e pesquisas já 
realizadas (LAKATOS; MARCONI, 2003). Esse item do 
projeto consiste em revisar os trabalhos já existentes 
sobre o tema escolhido, e quando digo revisar estou me 
referindo a examinar, atualizar as informações, 
recapitular, mas sempre a partir de pesquisadores 
consagrados sobre o tema. 
 Segundo Marion, Dias e Traldi (2002, p.38), “O 
referencial teórico deve conter um apanhado do que 
existe de mais atual na abordagem do tema escolhido, 
mesmo que as teorias atuais não façam parte de suas 
escolhas”. Esse apanhado de material sobre o que já foi 
 
Estamos em mais uma semana de 
aprendizado dos itens necessários à construção de um 
projeto de pesquisa e, no vídeo desta semana, além de 
conhecer mais um desses itens, compreenderemos que 
este é decisivo para o direcionamento da pesquisa que se 
pretende realizar, uma vez que a metodologia consiste em 
registrar o rumo para o qual caminhará o estudo 
desenvolvido, como este será construído e quais métodos 
serão utilizados. Assim, conheceremos primeiro os 
procedimentos de uma pesquisa bibliográfica, onde 
pretendemos sanar as dúvidas acerca desse tipo de 
pesquisa, na medida em que sempre surgem inquietações 
quanto aos estudos de literatura realizados durante a 
pesquisa bibliográfica, e que, portanto, necessário é 
capacitá-los com mais um instrumento de produção do 
conhecimento. Compreendemos que, como os demais 
itens estudados, entender e dominar os tipos ou as 
metodologias de pesquisa para um estudo, não se limita 
apenas à aplicação da pesquisa, este extrapola outras 
áreas da vida do pesquisador, uma vez que para todas as 
ações, dentro ou fora da academia, faz-se necessário os 
métodos de ação para se alcançar o objetivo pretendido. 
Dessa forma mais uma vez pretendemos que 
este material, bem como o vídeo proposto para a semana, 
além de esclarecer os procedimentos necessários para 
direcionar uma pesquisa lhe possibilite aplicá-lo além 
da academia, em sua atuação profissional e pessoal, 
para que o conhecimento construído cumpra seu 
papel de ultrapassar os limites da formação 
acadêmica. 
Desejamos um excelente estudo! 
 
2. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA: PESQUISA 
BIBLIOGRÁFICA 
SILVIO RUIZ PARADISO 
INTRODUÇÃO 
13 
 
falado a respeito do tema pode advir de livros, artigos, enciclopédias, monografias, teses, filmes, 
documentários, sites e outros materiais cientificamente confiáveis, escritos e desenvolvidos, porém, por 
quem entende do assunto. 
 Vamos entender que o referencial teórico é o que possibilita fundamentar, isto é, dar consistência 
a todo o estudo, pois tem a função de nortear a pesquisa, apresentando um embasamento teórico da 
literatura já publicada sobre o mesmo tema. O termo literatura aqui significa um conjunto de produções 
escritas, por exemplo, vários textos de medicina são uma literatura médica; um conjunto de textos sobre 
leis é uma literatura jurídica etc. 
 É comum no referencial teórico tratarmos dos conceitos-chave da pesquisa, daí seu nome ser 
referencial teórico (teoria). 
Por exemplo, tenho uma pesquisa intitulada: Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na 
educação, uma vez que pretendo analisar os benefícios das TICs na Educação. Meu referencial teórico vai 
elencar alguns trabalhos de pesquisadores de peso que definam certos conceitos, como por exemplo, o 
que são as TICs, a aplicabilidade delas na educação, os benefícios delas no processo de ensino e 
aprendizagem etc. Suponhamos que encontrei o pesquisador “José da Silva”, um grande nome da área 
das Tecnologias da Informação e Comunicação, por exemplo, e ele define bem seu significado. Logo, eu o 
utilizarei na minha pesquisa: 
“[...] na presente pesquisa, entende-se TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) a partir do 
conceito de José da Silva (2000, p.1), que são todas as tecnologias que interferem e mediam os processos 
informacionais e comunicativos. “ 
 Perceba que a parte teórica da minha pesquisa teve uma referência, no caso José da Silva, assim, 
ele foi o meu referencial teórico. 
 Para a escolha de pesquisadores que irão fazer parte do referencial teórico, alguns critérios 
devem ser tomados. Cito alguns como: relevância de autoridade, tipo de informação, atualização e 
editoras, por exemplo: 
Relevância de autoridade: Neste critério devemos ter em conta quem escreveu o artigo. É pesquisador 
da área? Conhece bem o assunto? É um nome que aparece constantemente quando abordam esse tema? 
14 
 
Tipo de informação: As informações coletadas por um pesquisador podem ser científicas ou 
especializadas. É científica quando a retiramos de revistas científicas listadas pela Qualis, periódicos de 
universidades em que há corpo editorial, grupos de pareceristas, ou seja, fontes que só estão ali porque 
foram devidamente selecionadaspor pessoas que entendem do assunto. A informação pode ser 
especializada, ou seja, não precisa ter sido avaliada por outros pesquisadores, mas estar em locais de 
pessoas que entendem do assunto. Por exemplo, materiais de economia presentes na revista Exame são 
especializados, pois a revista é feita por quem conhece de economia. Da mesma forma a revista Nova 
Escola (especializada em educação) ou a Galileu (especializada em ciências), por exemplo. 
 Entretanto, as informações especializadas devem ser evitadas em trabalhos acadêmicos, visto 
que são informações frágeis do ponto de vista científico. Da mesma forma que fontes como jornais, sites e 
revistas de atualidades, por exemplo. Não que usar esse tipo de material inviabilize sua pesquisa, mas a 
citação de tais fontes deve ser feita com moderação, além de virem sempre articuladas com informações 
científicas. 
Atualização: Outro critério é o da atualização. O referencial teórico deve ser atualizado. Todo tema e 
conceito têm como fonte alguns clássicos. Por exemplo, vou pesquisar Geografia e Sociedade. Meu 
referencial teórico tem que ter um nome: por exemplo, Milton Santos, que foi um dos grandes 
pesquisadores sobre o assunto. Todavia, seus principais trabalhos são da década de 70, mas são 
clássicos da área, importantes pelo valor histórico e pelas contribuições. Entretanto, com exceção dos 
clássicos, devemos estar atentos às datas das pesquisas evitando textos antigos. 
Editoras: Para referencial teórico temos que dar preferência para editoras que possuem comissão 
editorial e que têm pareceristas, como as editoras de universidades, por exemplo. Apesar de que grandes 
editoras, ultimamente, estão prezando por qualidade. 
 
2.2 A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 
 O referencial bibliográfico é o procedimento de pesquisa que se dá pela seleção de bibliografia. 
Logo, a pesquisa será de caráter bibliográfico. 
 Gil (1999) aponta que para uma boa delimitação é necessário um bom procedimento para a coleta 
de dados. Por exemplo: 
15 
 
 Se minha pesquisa aborda práticas de letramento e alfabetização na Educação Infantil, tema muito 
corrente na Pedagogia, por exemplo, para eu delimitar a quantidade de informações sobre o tema (que por 
sinal é enorme!) devo fazer uma boa coleta de dados. Como o procedimento escolhido foi o de uma 
pesquisa bibliográfica, então terei que selecionar bibliografias específicas: livros, artigos, teses, 
dissertações e sites sobre Letramento e Alfabetização na Educação Infantil. 
 O termo bibliografia vem do grego bibliographia (biblios: livros; graphia: escrita, transcrição), ou 
seja, transcrição de livros. 
 De forma geral, a bibliografia consiste na ideia de identificar e localizar textos informativos, 
pertinentes ao tema, fazendo sua transcrição, ou seja, fichamentos, resumos e resenhas do material, que 
serão os textos menores e que nos ajudarão a fazer a pesquisa. Temos que ter cautela ao realizar as 
citações, para que não se tornem apenas cópias de ideias ou uma colcha de retalhos de informação, 
antes, importa que as citações sejam produto de reflexões prévias realizadas pelo pesquisador ou ainda 
pretexto para uma análise sobre o tema, em que você dialogará com esses autores selecionados. A 
articulação de ideias é importante, e, para isso, frases ou palavras próprias dos autores do referencial 
teórico podem ser citadas. 
Esses resumos e resenhas compilados são frutos de leitura de textos de livros, jornais, 
documentos, dicionários, revistas, boletins, enfim, documentos confiáveis. Atualmente, por termos acessos 
a várias fontes de consulta, como a internet, por exemplo, os hipertextos, blogs e sites também passaram 
a ser bibliografia. Dessa forma, muitas revistas científicas estão mudando o termo bibliografia no final dos 
artigos, por exemplo, para referências, evitando assim discussões de cunho semântico sobre o termo, ou 
seja, referências abarcaria não só os biblios (livros, ou textos escritos), mas todo tipo de fonte. 
 
2.2.1 Pesquisa bibliográfica x pesquisa documental 
 É bom, entretanto, separar a pesquisa bibliográfica da pesquisa documental. A pesquisa 
bibliográfica trabalha com diferentes autores sobre o tema, já a documental trabalha com fontes primárias, 
o documento em si. Por exemplo: Um projeto de pesquisa na área do Direito, cujo tema são os aspectos 
jurídicos do racismo. O livro “Da criminalização do racismo: aspectos jurídicos e sociocriminológicos, de 
Fabiano Augusto Martins Silveira (2006)”, por exemplo, é referencial bibliográfico. Já a lei nº 7.716, de 5 de 
janeiro de 1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor é referencial 
documental. 
16 
 
Abaixo temos um gráfico que apresenta as principais fontes bibliográficas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na pesquisa bibliográfica temos, geralmente, três fases: identificação, localização e 
compilação. A identificação de fontes é a fase em que reconheço o que vou usar. Encontro nos arquivos 
da biblioteca os textos que abordam o tema, na internet localizo o site e os arquivos que utilizarei, etc. Na 
fase de localização, encontro tais arquivos, ou seja, estou com o arquivo do site localizado e aberto; livros 
em mão, etc. E por fim, a compilação, em que leio o material e começo o processo de documentação, 
resumindo, resenhando, citando e referenciando. 
É interessante também, compreendermos que as fontes bibliográficas podem ser classificadas em 
primárias, secundárias e terciárias (LAMB, 2014). 
 Lembrando que, com exceção dos impressos diversos, todas as demais podem ser encontradas 
em ambiente virtual. A seguir, temos uma divisão das fontes de informação segundo Santos (2005), que 
giram em torno de fontes primárias, secundárias e terciárias: 
Primárias: são as fontes que contm informações originais ou novas interpretações de ideias conhecidas. 
Geralmente, sua produção é feita diretamente pelo autor da pesquisa: 
• Congressos e conferências 
 Fontes bibliográficas 
Livros Publicações periódicas Impressos 
diversos 
Jornais 
Revistas 
De leitura corrente De referência 
Informativa 
Remissiva 
Obras literárias 
Obras de divulgação 
Dicionários 
Enciclopédia 
Anuários 
17 
 
• Legislação 
• Nomes e marcas comerciais 
• Normas técnicas 
• Documentos oficiais 
• Periódicos 
• Projetos de Pesquisa em andamento 
• Relatórios técnicos 
• Teses e dissertações 
• Traduções 
• Livros de tema inédito 
 
Secundárias: como as fontes primárias, muitas vezes, são dispersas e de difícil acesso, as secundárias 
acabam fazendo o papel de facilitar o acesso a elas, pois apresentam a informação filtrada e organizada. 
As fontes secundárias quase sempre são fruto de um segundo autor: 
• Bases de dados e bancos de dados 
• Bibliografias e índices 
• Biografias 
• Catálogos de bibliotecas 
• Dicionários e enciclopédias 
• Dicionários bilíngues e multilíngues 
• Feiras e exposições 
• Filmes e vídeos 
• Fontes históricas 
• Livros 
• Alguns artigos 
• Manuais 
• Internet 
• Museus, arquivos e coleções científicas. 
• Tabelas, unidades de medidas e estatísticas. 
 
Terciárias: já estas têm a função de guiar o usuário para as fontes primárias e secundárias. 
• Bibliografias 
• Serviços de indexação e resumos 
18 
 
• Catálogos coletivos 
• Guias de Literatura 
• Bibliografias de bibliografias 
• Bibliotecas e Centros de Informação 
 As pesquisas de fontes, independente de serem primárias ou não, podem ser feitas de duas 
formas: pesquisa local ou pesquisa remota. A local consiste na pesquisa feita pelo usuário no local de 
informação (bibliotecas, centros de documentação, arquivos, acervo). Já a remota é a pesquisa feita a 
distância com equipamento de processamento de dados através de uma linha de comunicação, sendo a 
internet o melhor exemplo. 
 Logo, a internet, é hoje, um dos locais mais fáceis e rápidos para coleta de dados, pois é um 
espaço (virtual) que agrega arquivos,acervos e bibliotecas e o que há de melhor em todo o mundo. 
Entretanto, justamente por essa facilidade que não pode ser considerada plenamente confiável. O maior 
exemplo é a Wikipedia, a enciclopédia livre, que apesar de possuir uma política que procura chegar o mais 
próximo da veracidade e da fidelidade de informações, ela mesmo em sua página admite que ela [a 
Wikipédia] não é fonte primária” e “não é revista científica, nem introduz novos conceitos”1. 
 Por isso, o pesquisador precisa ter parcimônia em considerar fontes online 100% seguras, 
confiando apenas em sites científicos que fazem o papel de assegurar a qualidade das informações, como 
sites ligados às universidades. 
 A pesquisa na internet inicia-se com os catálogos ou diretórios de pesquisa, sendo o Google o 
mais conhecido. Além dele, temos yahoo, scirus, cadê?, scholar .google. Este último muito usado por 
acadêmicos. 
 Também, podemos acessar bibliotecas digitais de instituições públicas e privadas. Santos e 
Ribeiro definem biblioteca digital, como aquela biblioteca que “[...] disponibiliza seu acervo via Internet ou 
outro acesso on-line, onde os documentos bibliográficos estão digitalizados”, ou melhor, dispõe de seu 
conteúdo na Internet. (2003, p. 31). 
 Dentre as bibliotecas digitais, arquivos, periódicos científicos online e acervos virtuais confiáveis 
para pesquisa, temos: 
 Bireme – Biblioteca virtual em saúde (http://www.bireme.br/php/index.php) ; 
 
1 veja em http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipédia: O_que_a_Wikipédia_não_é 
http://www.bireme.br/php/index.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipédia:%20O_que_a_Wikipédia_não_é
19 
 
 SCIELO - Scientific Electronic Library Online. Uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção 
selecionada de periódicos científicos brasileiros. (www.scielo.br) ; 
 Periódicos. CAPES. Acervo que oferece acesso aos textos completos de artigos selecionados de 
mais de 21.500 revistas nacionais e internacionais (www.periodicos.capes.gov.br) ; 
 SEER- O Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (http://seer.ibict.br); 
 BNDigital – Fundação Biblioteca Nacional Digital (bndigital.bn.br); 
 Além das várias bibliotecas digitais de Universidades como UNICAMP, USP, UEL, UNESP, 
entre outras. 
 Contudo, Santos, Firme e Barros (2008, p.445) apontam que só a internet não dá aos trabalhos 
científicos a confiabilidade necessária. A integração entre fontes virtuais e reais é imprescindível para uma 
boa pesquisa bibliográfica: 
O acelerado avanço da ciência e tecnologia nas últimas décadas promoveu um enorme 
crescimento da quantidade de informação disponível. Este crescimento, aliado ao surgimento e à 
popularização da rede mundial de computadores ou internet, demandou ferramentas eficientes 
de busca destas informações geradas. Entretanto, a internet, por si só, não é capaz de atribuir 
qualidade aos materiais obtidos durante uma pesquisa bibliográfica. Portanto, cabe ao usuário 
ter a habilidade de escolher os materiais mais pertinentes à informação requerida. 
Portanto, é preciso manter o perfil de pesquisador criterioso e atento a cada pesquisa, ao longo de 
todo o trabalho para não incorrer no perigo de fragilizar seu trabalho, tornando-o refém das próprias ideias 
ali apresentadas. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Não cansaremos de mencionar que a construção e o planejamento de um estudo científico 
não consiste em uma tarefa fácil, uma vez que exige do pesquisador dedicação, criatividade, treino e 
busca constante do conhecimento, contudo torna-se uma atividade prazerosa quando feita com objetivo, 
direcionamento e conhecimento da prática que a norteia, é o que visamos com o material proposto, nesta 
e nas demais semanas, possibilitar um instrumento que lhe proporcione prazer na busca do conhecimento 
e torne o período que permanecer na academia um tempo de agradável crescimento. Assim, este material 
possibilitou-nos a compreensão de um dos itens que direciona o tipo de trabalho que pretendemos 
desenvolver, e aqui pautamo-nos apenas na pesquisa bibliográfica, um dos métodos de construção do 
conhecimento. 
Mais uma vez, esperamos que a oportunidade de obter este conhecimento não se resuma à 
realização das atividades para obtenção de nota, mas que contribua de forma significativa à sua formação 
e no direcionamento dos estudos e atuação, dentro e fora da academia. 
http://www.scielo.br/
http://www.periodicos.capes.gov.br/
http://seer.ibict.br/
20 
 
 
REFERÊNCIAS 
GIL, Antonio C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo, Atlas, 1999. 
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M de A. Técnicas de pesquisa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
LAMB, David. Finding and Using Sources: A Brief Guide. Academic Writing Tutor. Disponível em 
http://www.academicwritingtutor.com/ Acesso em 13 jun. 2014. 
MARION, J. C; DIAS, R.;TRALDI, M. C. Monografia para os cursos de administração, contabilidade e 
economia. São Paulo: Atlas, 2002. 
SANTOS, Anderson Rouge dos; FIRME, Caio Lima; BARROS, José Celestino. A internet como fonte de 
informação bibliográfica em química. Quím. Nova, São Paulo , v. 31, n. 2, 2008 . Disponível em 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422008000200045&lng=en&nrm=iso. 
Acesso em 24 ago. 2014. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422008000200045. 
SANTOS, G.C.; RIBEIRO, C.M. Como navegar na Internet para fazer buscas bibliográficas. 
Campinas: [s.n.], 1998. (Apostila de curso). 
SANTOS, Gildenir Carolino. Pesquisa bibliográfica mediatizada pelas novas tecnologias. [S.l.]: 
Gildenir Carolino Santos, 2005. 67 slides: color. Disponível em: 
www.bibli.fae.unicamp.br/download/Pesquisa.ppt . Acesso em: 23 de jun. 2014. 
SEVERINO A.J. Metodologia do trabalho científico. 21.ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000. 
http://www.academicwritingtutor.com/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422008000200045&lng=en&nrm=iso
http://www.bibli.fae.unicamp.br/download/Pesquisa.ppt
21 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Prezados alunos, nesta semana continuaremos tratando de assuntos relativos ao trabalho 
científico. Neste processo, cada vez apresentamos mais detalhes sobre o passo a passo da elaboração da 
pesquisa e suas abrangências. Neste momento, trataremos especificamente da Pesquisa de Campo. 
Como deve ser o encadeamento das ações específicas para atender aos parâmetros de coleta de dados 
in loco e conseguir resultados satisfatórios para análise e, consequentemente, para o objetivo que se 
pretende alcançar, pois é a partir deste que as ações serão desencadeadas. 
Abordaremos, neste material, as técnicas para os questionários, a pesquisa com base na 
observação, a pesquisa-ação, as entrevistas, bem como os procedimentos para a pesquisa participante e 
estudo de caso, respectivamente. 
Fique atento às informações que, com certeza, irão acrescentar um conhecimento necessário ao 
seu desempenho acadêmico. 
 
 
3.1 PESQUISA DE CAMPO 
 
 
No decorrer de qualquer curso seja de graduação ou de pós, os resultados esperados no processo 
de ensino e de aprendizagem vão depender quase que exclusivamente do empenho pessoal do aluno, no 
cumprimento de suas atividades e fazendo bom uso dos subsídios apresentados por seus professores. 
Para o sucesso desse processo, um dos principais ingredientes é a pesquisa. 
De acordo com Gil (2009, p. 17): 
 
Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo 
proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não 
se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação 
disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente 
relacionada ao problema. 
 
As pesquisas são utilizadas para: 
• Produzir e adquirir novos conhecimentos sobre si mesmo ou, ainda, sobre o mundo. 
3. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA: PESQUISA DE 
CAMPOSIDERLY DO CARMO DAHLE DE ALMEIDA 
22 
 
• Sistematizar a realidade empírica. 
• Solucionar problemas. 
• Responder a questionamentos, explorando, explicando e/ou descrevendo o que se observa, como 
veremos a seguir. 
As pesquisas exploratórias se ocupam em agregar maior intimidade ao problema em questão, 
tornando-o mais claro e específico. Elas permitem que se considerem diversos aspectos diferentes do foco 
de estudo. Em geral, as pesquisas exploratórias envolvem levantamento bibliográfico e entrevistas com 
pessoas que tiveram ou têm contato com as questões práticas, que envolvem o problema de pesquisa e 
permitem a análise de exemplos. 
As pesquisas descritivas têm por escopo descrever características de uma população ou de um 
fenômeno, propondo relações entre as variáveis. Os questionários e as observações sistemáticas são 
técnicas de coletas de dados pertencentes a essa classificação de pesquisa. 
As pesquisas explicativas buscam identificar as variáveis que determinam a ocorrência dos 
fenômenos, explicando a razão das coisas. Elas se valem quase unicamente do método experimental, 
razão pela qual nas ciências sociais ela se torna tão difícil. Opta-se, neste caso, por métodos de 
observação. 
Essa classificação permite que se estabeleça qual será o marco teórico da pesquisa e, para 
confrontar teoria e prática, faz-se necessário definir qual é o delineamento da pesquisa. 
 
O elemento mais importante para a identificação de um delineamento é o procedimento adotado 
para a coleta de dados. Assim, podem ser definidos dois grandes grupos de delineamentos: 
aqueles que se valem das chamadas fontes de “papel” e aqueles cujos dados são fornecidos por 
pessoas. No primeiro grupo, estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. No 
segundo, estão: a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post facto, o levantamento e o estudo 
de caso. Neste último grupo, ainda que gerando certa controvérsia, podem ser incluídas também 
a pesquisa-ação e a pesquisa participante (GIL, 2007, p. 43). 
 
Essa divisão não deve ser engessada, pois muitas pesquisas cabem em mais de um modelo, em 
função de suas características. Para esta aula, vamos nos ater ao método de pesquisa: “pesquisa de 
campo”. 
As pesquisas de campo são desenvolvidas no local em que acontecem os fenômenos a serem 
pesquisados e ocupam-se em identificar as principais características dos indivíduos que compõem esse 
universo de estudo, por meio de questionamentos acerca do problema estudado, sendo analisados 
quantitativamente e oferecendo conclusões a respeito dos dados coletados. 
Em geral, não se realiza uma pesquisa com todos os elementos de uma população, sendo 
selecionada para investigação uma amostra significativa que compõe o universo total. 
23 
 
Para se realizar uma pesquisa de campo, primeiramente, é necessário fazer um bom 
levantamento bibliográfico sobre o tema em questão. Isso ajudará, inclusive, na elaboração dos 
questionários e entrevistas, esclarecendo o objeto de estudo e mostrando como está o problema que 
iremos abordar. 
Depois de levantar a fundamentação teórica, estabelecem-se as técnicas para a coleta dos dados 
que permitirão a realização do estudo e a amostra que irá representar o universo total. As pesquisas de 
campo se desdobram em diversas técnicas que permitem chegar a um consenso sobre o objeto de 
estudo. 
A pesquisa de campo pode ser realizada por meio das seguintes técnicas: 
 questionários (instrumento de coleta de dados que dispensa a presença do pesquisador); 
 formulários (instrumento de coleta de dados com a presença do pesquisador); 
 entrevistas (estruturada ou não estruturada); 
 levantamento documental; 
 observacional (participante ou não participante); 
Vamos verificar algumas dessas técnicas; como podem ser realizadas e qual é a função delas? 
 
3.1.1 Observação direta intensiva 
 
A técnica de observação direta e intensiva exige dois passos essenciais: a observação do 
fenômeno, seguida de entrevista. A observação é utilizada para se obter aspectos da realidade, de acordo 
com os sentidos do observador, de modo a permitir a identificação e provas sobre o objetivo do estudo. 
Ela possibilita que o pesquisador chegue a determinadas conclusões, apenas observando o 
comportamento e as atitudes típicas de determinado grupo. 
Classifica-se em: observação direta participante e não participante. Na participante, como o 
próprio nome já diz, o pesquisador deve se incorporar ao grupo, misturando-se a ele e participando das 
atividades desse grupo. O pesquisador precisa manter a objetividade do estudo, buscando não influenciar 
e nem ser influenciado pelo grupo e ainda, ganhar a confiança, fazendo com que os participantes 
compreendam a importância da pesquisa. 
Na observação não participante, o pesquisador não se integra ao grupo, presencia, mas não se 
envolve nas situações. 
 
 
 
 
 
24 
 
3.1.2 Entrevista 
 
Uma entrevista pressupõe o encontro de duas pessoas, no qual uma obterá informações sobre um 
assunto a ser pesquisado. 
Tipos de entrevistas: 
 
a) Padronizada ou estruturada: é aquela em que o entrevistador segue um roteiro 
previamente estabelecido. As perguntas feitas ao indivíduo são predeterminadas. Essa entrevista se 
realiza de acordo com um formulário elaborado e é efetuada, de preferência, com pessoas selecionadas 
de acordo com um plano. 
O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas, permitindo 
“que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças devem 
refletir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas”. (LODI, 1998, p. 16). 
O pesquisador não é livre para adaptar suas perguntas à determinada situação, de alterar a ordem 
dos tópicos ou de fazer outras perguntas. 
b) Despadronizada ou não estruturada: o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada 
situação, em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente 
uma questão. Em geral, as perguntas são abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversação 
informal. Esse tipo de entrevista, segundo Ander-Egg (1995, p. 110), apresenta três modalidades: 
 
 Entrevista focalizada: há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o 
entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser: sonda razões e motivos, dá 
esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura formal. Para isso, é necessário habilidade e 
perspicácia por parte do entrevistador. Em geral, essa entrevista é utilizada em estudos de situações de 
mudança de conduta. 
 Entrevista clínica: trata-se de estudar os motivos, os sentimentos, a conduta das pessoas. Para esse 
tipo de entrevista, pode ser organizada uma série de perguntas específicas. 
 Não dirigida: há liberdade total por parte do entrevistado, que poderá expressar suas opiniões e 
sentimentos. A função do entrevistador é de incentivo, levando o informante a falar sobre determinado 
assunto, sem, entretanto, forçá-lo a responder. 
c) Painel: consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, a 
fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As perguntas devem ser formuladas de 
maneira diversa, para que o entrevistado não distorça as respostas com essas repetições (LAKATOS, 
MARCONI, 2008, p.199). 
25 
 
As entrevistas podem ser realizadas com toda a população, não importando se são alfabetizados 
ou não, uma vez que quem elabora as perguntas e anota as respostas é o próprio pesquisador. Como as 
perguntas são realizadas “face a face”, se o entrevistado não compreender alguma questão, o 
entrevistador pode repeti-la, explicando melhor o que deseja saber. O pesquisador, além de ouvir as 
respostas dadas, tem a condição de avaliar as atitudes do entrevistado, percebendo reações e gestos que 
podem influenciar nas respostas obtidas. 
Para obter resultados satisfatórios com aentrevista, cabe ao pesquisador ter alguns cuidados na 
elaboração das perguntas, portanto, planejamento é essencial. É importante também que o pesquisador 
saiba quem é seu público-alvo, para saber como agir no momento da conversa, não se esquecendo de 
marcar antecipadamente o dia e a hora da entrevista. É bom esclarecer ao participante que a conversa 
será transcrita na íntegra, porém, sua identidade será preservada. 
Se a pesquisa prevê uma entrevista, faça uma lista das principais ações a serem levantadas antes 
dessa entrevista: 
 
 Estabeleça contato prévio: primeiramente, converse com o sujeito entrevistado, explicando quem é 
você e a que instituição ou grupo pertence, para que servirá a entrevista e o quanto a participação dele 
será importante. Busque a confiança do sujeito, lembrando-se da confidencialidade do trabalho, e o 
estimule a falar à vontade, sem precisar se preocupar com uma linguagem culta. 
 Elaboração das questões: as questões devem ser as mesmas aplicadas a todos os sujeitos de sua 
pesquisa e devem responder aos objetivos propostos em seu trabalho. 
 Registro das informações: Se você puder fazer uso de um gravador, muito melhor, assim não 
correrá o risco de perder informações importantes. Avise que a entrevista será gravada, mas que o sigilo 
quanto aos dados do sujeito serão mantidos. Se não puder gravar, deverá anotar tudo o que conseguir, 
porém, na ânsia de escrever tudo que se fala, o pesquisador perde atitudes e reações que o sujeito possa 
ter frente às perguntas. Não tente anotar as respostas depois, pois correrá o risco de esquecer ou 
distorcer o que foi dito. 
 
3.1.3 Questionário 
 
O questionário também é considerado um instrumento de coleta de dados e se constitui por 
perguntas que podem ser respondidas tanto na presença do pesquisador, quanto em sua ausência. É 
muito comum enviar o questionário ao sujeito para que ele responda em um momento mais propício. 
Importante lembrar ao sujeito que suas respostas são confidenciais e que ele não sofrerá nenhum prejuízo ao 
responder. 
26 
 
Os questionários poupam tempo do pesquisador e podem atingir um volume maior de pessoas em 
diferentes áreas geográficas. Os entrevistados acabam se sentindo mais a vontade para responder 
abertamente às questões propostas, pois não se expõem em frente a uma pessoa. Como desvantagem, os 
questionários não podem ser respondidos por população analfabeta e se o sujeito tiver dificuldade em 
compreender a questão pode responder de forma inadequada, alterando o resultado final. 
Para se elaborar o questionário, é importante que o pesquisador procure maximizar cada pergunta, 
de modo a obter respostas a seus objetivos com o menor número de perguntas possível, afinal ninguém vai 
querer ficar horas respondendo a um questionário com cem perguntas. 
É importante realizar um pré-teste do questionário, aplicando-o a uma amostra de pessoas, para 
verificar se esse questionário não causa muitas dúvidas e se não apresenta falhas, como ambiguidade ou 
linguagem inacessível. 
De acordo com Lakatos e Marconi (2008, p. 205), os pré-testes também servem para verificar se o 
questionário apresenta três importantes elementos: 
a) Fidedignidade. Qualquer pessoa que o aplique obterá sempre os mesmos resultados. 
b) Validade. Os dados recolhidos são necessários à pesquisa. 
c) Operatividade. Vocabulário acessível e significado claro. 
O pré-teste permite também a obtenção de uma estimativa sobre os futuros resultados. 
Em um questionário, as perguntas podem receber três principais classificações: perguntas abertas, 
fechadas e de múltipla escolha. 
 
3.1.4 Estudo De Caso 
 
O estudo de caso é considerado um método qualitativo, que consiste em um modo de aprofundar 
uma unidade individual. Essa “individualidade” pode ser entendida como um conjunto de relações, uma 
comunidade, um período de tempo, um programa de televisão, um evento, uma religião, um curso, entre 
outros. 
O estudo de caso ajuda no entendimento dos fenômenos, sejam eles individuais, processos 
organizacionais ou, ainda, políticos de uma sociedade. É um instrumento utilizado para compreender a forma 
e os motivos que levaram à determinada tomada de decisão. De acordo com Yin (2001), o estudo de caso 
trata de um estudo empírico, que investiga um “fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto de vida 
real” (YIN, 2001, p. 32), o qual possibilita averiguar uma realidade, de maneira a retratar e desvendar a 
multiplicidade dos aspectos que permeiam determinada situação. Neste contexto, 
 
[...] o pesquisador procura revelar a multiplicidade de dimensões presentes em uma 
determinada situação ou problema, focalizando-o como um todo. Esse tipo de abordagem 
27 
 
enfatiza a complexidade natural das situações, evidenciando a inter-relação dos seus 
componentes (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p.19). 
 
Após a definição da unidade-caso e da determinação do número de casos a serem pesquisados, 
recomenda-se a elaboração do protocolo, que se constitui no documento que não apenas contém o 
instrumento de coleta de dados, mas também define a conduta a ser adotada para sua aplicação. O protocolo 
constitui, pois, uma das melhores formas de aumentar a confiabilidade do estudo de caso, e a elaboração 
torna-se mais importante nas pesquisas que envolvem múltiplos casos. 
O protocolo, de acordo com Yin (2001, p. 89), inclui as seguintes seções: 
 
a) Visão global do projeto: para informar acerca dos propósitos e do cenário no qual será 
desenvolvido o estudo de caso. Essa seção pode envolver também a literatura 
referente ao assunto. b)Procedimentos de campo: que envolvem acesso às 
organizações ou aos informantes, material e informações gerais sobre procedimentos 
a serem desenvolvidos. c) Determinação das questões: essas questões não são 
propriamente as que deverão ser formuladas aos informantes, mas se constituem, 
essencialmente, lembranças acerca das informações que devem ser coletadas e 
devem estar acompanhadas das prováveis fontes de informação. d) Guia para a 
elaboração do relatório; esse item é muito importante, pois, com frequência, o relatório 
é elaborado paralelamente à coleta de dados. 
 
A coleta de dados, no estudo de caso, é um processo mais complexo, pois é necessário adotar mais 
de uma técnica para garantir a qualidade nos resultados que se pretende obter. “Os resultados obtidos no 
estudo de caso devem ser provenientes da convergência ou da divergência das observações obtidas de 
diferentes procedimentos”. (YIN, 2001, p. 36) 
Por esse motivo, o estudo de caso torna-se o mais completo método de pesquisa, pois envolve 
diferentes técnicas, como análise documental, entrevistas, observação participante, depoimentos e 
questionários. 
 
 
3.1.5 Pesquisa-ação 
 
A pesquisa-ação é mais flexível e, como o próprio nome já diz, envolve ação do próprio pesquisador. 
Em uma primeira fase, o pesquisador precisa fazer o reconhecimento visual do lócus da pesquisa, 
consultando documentos e dialogando com representantes das categorias eleitas na pesquisa. Diversas 
técnicas devem ser adotadas para a coleta de dados nesse caso e a mais utilizada é a entrevista, que tanto 
pode ser aplicada de modo coletivo, como individual. Os questionários também são bastante utilizados, 
principalmente quando se trata de um universo grande. 
É importante não confundir a pesquisa-ação com um processo individual de autoavaliação. 
 
28 
 
3.1.6 Pesquisa participante 
 
A pesquisa participante envolve a participação real do pesquisador que deve se incorporar ao grupo 
que está pesquisando. Ela se aproxima muito da pesquisa-ação. Thiollent (1997) analisa que “Toda pesquisa-
ação possui um caráter participativo, pelo fato de promover ampla interação entre pesquisadores e membros 
representativos da situação investigada. Nela, existe vontade de ação planejada sobre os problemas 
detectados na fase investigada” (p. 21). O autor afirma que, no caso da PesquisaParticipante, alguns 
partidários dessa técnica não veem a necessidade de “objetivação e divulgação da informação ou do 
conhecimento”, atribuindo, também, a relação da pesquisa-ação com o fato do termo ser utilizado 
internacionalmente para “designar um tipo de intervenção psicossociológica no contexto organizacional (…), 
segundo uma visão operacional sem perspectiva crítica ou conscientizadora” (idem). 
O plano de ação da pesquisa participante envolve: 
 
a) Ações que possibilitem a análise mais adequada do problema estudado; b) Ações 
que possibilitem melhoria imediata da situação em nível local; c) Ações que 
possibilitem melhoria a médio ou longo prazo em nível local ou mais amplo. (GIL, 
2009, p. 52) 
 
A pesquisa participante não acaba com a elaboração de um relatório, mas sim com um plano de ação 
que pode dar início a uma nova pesquisa. Os resultados não são conclusivos e tendem a gerar outros 
problemas que exigirão novas ações. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Esperamos caro aluno, que este conteúdo apresentado tenha contribuído para seu crescimento, 
possibilitando que você consiga desenvolver seus trabalhos acadêmicos e pesquisas com mais facilidade e 
certeza nos processos. 
A pesquisa de campo é um dos seguimentos de trabalhos científicos indispensável para 
determinados objetivos, e procuramos aqui destacar as características principais desse método e dar 
diretrizes de ação, que baseadas em normas, possam servir de indicação na atuação em busca do alvo 
pretendido. 
Continue firme no acompanhamento dos conteúdos que serão apresentados, pois se completam, e 
assim terá um desenvolvimento contínuo de aprendizagem. 
 
 
 
29 
 
REFERÊNCIAS 
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 6. ed., rev. e ampl. São Paulo: 
Atlas, 2008. 
LÜDKE, M; André, M.E.D A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas.6. ed. São Paulo: EPU, 1986 
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 12. ed. São Paulo: Cortez, 1997. 
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
4. TÉCNICAS E INSTRUMENTO DE COLETA E 
ANÁLISE DE DADOS 
SONIA MARIA MARQUES GOMES BERTOLINI 
_________________________________________________________________________________ 
INTRODUÇÃO 
 No projeto de pesquisa se organizam diferentes elementos textuais relacionados a um determinado tema, 
delimitando o problema desenvolvido por meio de passos que se inter-relacionam para solucioná-lo, dentre eles, a 
metodologia para coleta e análise dos dados. Na metodologia deve ser definido o tipo de abordagem a ser adotada: 
quantitativa, qualitativa ou mista, que apresentam diferenças conceituais, metodológicas e interpretativas. 
Na pesquisa de abordagem quantitativa, espera-se do pesquisador a coleta sistemática de informações que 
podem ser quantificadas, em condições de controle, além da análise dessa informação por meio de procedimentos 
estatísticos. A pesquisa de abordagem qualitativa coleta e analisa sistematicamente materiais narrativos. Tem caráter 
mais subjetivo. 
 A pesquisa quantitativa coleta dados por meio de medidas fisiológicas, psicológicas, sociológicas; prediz 
relações, testa e valida hipóteses com probabilidade estatística. Já a pesquisa qualitativa coleta dados mediante 
observação, entrevistas informais ou semiestruturadas; descreve as experiências vividas, gera proposições hipotéticas 
e teorias. 
 As pesquisas com abordagem quantitativa ainda podem ser classificadas de acordo com a análise como 
descritiva (um grupo) ou analítica (dois grupos), de acordo com a intervenção como observacional ou experimental e de 
acordo com o período de avaliação dos dados como transversal, retrospectiva ou prospectiva. 
A pesquisa mista é aquela que apresenta características das duas abordagens. 
 
4.1 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS 
 
 As técnicas são procedimentos de coleta de dados para cada objeto de pesquisa que conta com o auxílio de 
diversos instrumentos. É a instrumentação específica da ação como meio auxiliar do método. 
A escolha das técnicas de coleta de dados relaciona-se intimamente com os propósitos do estudo. 
31 
 
Os principais instrumentos para coleta dos dados encontrados na literatura são: entrevista, questionário, 
formulário, observação, medidas de opinião e atitudes, testes, escalas; e equipamentos para testes. 
A seguir, são apresentados os dois principais instrumentos para coleta dos dados, tanto nas pesquisas 
qualitativas (entrevista), quanto nas quantitativas (questionário). 
 
4.1.1 Entrevista 
Conversa, preferencialmente gravada, entre pesquisador e informante, para coleta dos dados. 
Classificação das entrevistas: 
a) Estruturada: segue roteiro com perguntas “fechadas” e permite reprodutibilidade por mais de um pesquisador. 
b) Não-Estruturada: utiliza-se de roteiro com perguntas “abertas”; é mais dinâmica. 
Pontos positivos da entrevista: 
- Flexibilidade na aplicação. 
- Facilidade de adaptação de protocolo. 
- Viabiliza a comprovação e esclarecimento de respostas. 
- Taxa de resposta elevada. 
- Pode ser aplicada a pessoas não aptas à leitura. 
Pontos negativos da entrevista: 
- Custo elevado. 
- Consome tempo na aplicação. 
- Não garante o anonimato. 
- Requer treinamento especializado. 
- Questões que direcionam a resposta. 
 
 
 
 
32 
 
4.1.2 Questionário 
 
Documento com um conjunto de questões, cujas respostas podem ser preenchidas pelo entrevistado ou pelo 
pesquisador. Pose apresentar questões abertas, fechadas ou mistas. 
Pontos positivos do questionário: 
- Garante o anonimato. 
- Questões objetivas de fácil pontuação. 
- Deixa em aberto o tempo para as pessoas pensarem sobre as respostas. 
- Facilidade de conversão dos dados para programas estatísticos. 
- Custo razoável. 
 Pontos negativos do questionário: 
- Inviabilidade de comprovar respostas ou esclarecê-las. 
- Difícil pontuar questões abertas. 
- Restrito a pessoas aptas à leitura. 
Independente do documento ou equipamento para coleta dos dados exige-se precisão, confiança e validade. 
Precisão: é a capacidade do instrumento de pesquisa de distinguir claramente as diferenças entre as questões 
que o compões. 
Confiança: é a capacidade do instrumento de pesquisa que, aplicado várias vezes e sob as mesmas 
condições, dá sempre os mesmos resultados. 
Validade: qualidade do instrumento que mede/informa o que realmente se quer medir/informar. 
Existem pesquisas em que também se faz necessária a realização de um estudo piloto ou pré-teste com os 
instrumentos para a coleta dos dados. 
 
Exemplo de questionário com questões fechadas: 
 
Questionário da pesquisa intitulada: Autoexame das mamas: uma realidade feminina 
33 
 
1 – Idade 
( ) 18 a 25 anos 
( ) 26 a 35 anos 
( ) 36 a 40 anos 
( ) mais de 40 anos 
3 – Número de filhos 
( ) não possui 
( ) 1 filho 
( ) 2 filhos 
( ) 3 filhos ou mais 
5 – Estado Civil 
( ) casada 
 ( ) mora com companheiro 
( ) viúva 
7 – Sabe qual a importância do auto-exame das mamas? 
( ) sim 
( ) não 
9 - Quando realizou o último auto-exame das mamas? 
( ) 1 semana 
( ) 2 semanas 
 ( ) há mais de 1 mês 
( ) há mais de 6 meses 
( ) nunca realizou 
 
2 – Grau de escolaridade 
( ) não possui 
( ) ensino fundamental 
( ) ensino médio 
( ) ensino superior 
4 – Tempo de amamentação 
( ) não amamentou 
( ) menos de 1 mês 
( ) 2 meses 
( ) 6 meses ou mais 
6 – Renda Familiar 
( ) 1 salário mínimo 
( ) até 3 salários mínimos 
( ) 4 salários mínimos ou mais 
( ) dependente financeiro 
8 – Realiza com freqüência o auto-
exame das mamas? 
( ) sim 
( ) não 
 
10 – Possui casos de câncer de mama 
na família? 
 
 
 
 
34 
 
4.2 ANÁLISE DOS DADOS 
Os dados obtidos dos participantes deestudos com abordagem quantitativa devem ser analisados e 
interpretados com o auxílio de métodos estatísticos. A primeira tarefa é a organização e síntese dos dados. Para isto, 
foram desenvolvidos métodos que recebem o nome genérico de estatística descritiva, ou ainda, análise descritiva que 
deve sempre preceder análises mais avançada. Além de propiciar a familiarização com os dados, possibilita a detecção 
de estruturas interessantes e, eventualmente, a presença de valores atípicos nos dados. 
A análise dos dados compreende: a seleção, a codificação, a tabulação, a análise. 
a) Seleção: exame minucioso dos dados. É a verificação crítica a fim de detectar falhas ou erros. 
b) Codificação: atribuição de um código, número ou letra. 
Exemplo: 
PA = 120/80mmHg – Normal 
PA= 160/90mmHg – Alta 
PA= 90/60mmHg - Baixa 
c) Tabulação: disposição dos dados em tabelas, quadros ou gráficos se necessário. 
d) Análise: procura dar um significado mais amplo as respostas: associações, correlações e comparações. 
A seguir será abordada a análise dos dados nas pesquisas quantitativas que se utiliza da estatística ou 
bioestatística. 
Estatística: ramo da matemática que transforma dados em informações. Ciência que reúne e classifica fatos. Baseia-se 
no número e frequência para tirar conclusões dos fatos. 
Bioestatística: é a aplicação da estatística na área da saúde e biologia. 
A bioestatística é essencial ao planejamento, avaliação e interpretação de todos os dados obtidos em pesquisa na área 
da saúde. 
Sub-áreas da Estatística: 
(1) Planejamento de experimentos e técnicas de amostragem 
Para análise dos dados: 
(2) Estatística Descritiva 
(3) Estatística Inferencial 
35 
 
4.2.1 Estatística descritiva 
É a parte da estatística que tem como objetivo a coleta, a observação, a classificação formal e a análise de 
fenômenos coletivos ou massa. Os elementos básicos para essa análise são: tabelas, gráficos e medidas ou sínteses 
numéricas. 
4.2.2 Estatística inferencial 
Permite a conclusão a respeito de uma população por intermédio de uma amostra dela retirada. Possibilita a 
tomada de decisão frente a um dado. Utiliza-se de testes estatísticos como testes de hipóteses (teste t, teste do qui-
quadrado, testes de correlação entre outros). 
Para análise dos dados se faz necessário conhecimentos básicos de variáveis. Neste contexto variável deve 
ser entendida como a quantificação ou a categorização da característica de interesse do estudo. Facilita o tratamento 
estatístico classificá-las em categóricas (qualitativas) ou numéricas (quantitativas), ou seja, a escolha da tabela ou do 
gráfico depende do tipo de variável. 
CLASSIFICAÇÃO DAS VARIÁVEIS 
 
 
 
 
 
 
 
Dados brutos 
Dados brutos são aqueles obtidos diretamente da pesquisa, isto é, que ainda não sofreram qualquer processo 
de análise ou síntese. Em geral são apresentados em tabelas e frequentemente omitidos na maioria das publicações, 
quase sempre por questão de espaço. Não sofreram qualquer processo de síntese ou análise. Exemplo de banco de 
dados: 
36 
 
Tabela 1 – Peso ao nascer de nascidos vivos em quilograma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Vieira (2008). 
A seguir serão apresentados os dados organizados e sintetizados em uma tabela de distribuição de frequência 
para dados contínuos. 
 
Tabela 2 – Distribuição de frequências do peso ao nascer de nascidos vivos em quilograma. 
 
Fonte: Vieira (2008). 
Os dados podem ainda, a critério do pesquisador, serem organizados em forma de gráficos. Existem inúmeras 
formas gráficas interessantes (diagrama de barras, histograma, polígono de frequência, ogiva e gráfico de linhas). Na 
tabela 3 são apresentados os dados relacionados aos agentes etiológicos das fraturas da face registrados nos 
prontuários de um hospital. 
37 
 
Tabela 3 - Distribuição dos agentes etiológicos das fraturas de face registradas no HC, da FMUSP. 
Agentes etiológicos Número de casos 
C 45 
FF 25 
E 14 
A 13 
M 12 
QA 10 
O 5 
QB 4 
FB 2 
Total 130 
Fonte: Soares (2002). 
 
Figura 1 - Diagrama de barra dos seguintes agentes etiológicos: carro(C), ferimentos de arma de fogo (FF), espancamento 
(E), atropelamento (A), moto (M), queda de altura (QA), queda de bicicleta (QB), ferimentos de arma branca (FB) e outros (O). 
Fonte: Soares (2002). 
 
 
38 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Quando a metodologia para coleta e análise de dados tem planejamento cuidadoso, evita-se que o 
pesquisador chegue à fase de análise de dados sem a menor ideia de como analisá-los. 
 
REFERÊNCIAS 
DYNIEWICZ, A.M. Metodologia da pesquisa em saúde para iniciantes. São Caetano do Sul: Difusão, 2007. 
SOARES, J.F. Introdução à estatística médica. Belo Horizonte, 2002. 
VIEIRA, S. Introdução à bioestatística. Rio de janeiro: Elsevier, 2008. 
 
 
39 
 
SAIBA MAIS!!! 
 
 
Células-tronco ajudam a recuperar 
área cerebral danificada por AVC 
A técnica pode ajudar na recuperação de vítimas de acidente vascular 
cerebral isquêmico 
Por André Julião, da Agência Fapesp 
 
. (Westend61/Getty Images) 
Pesquisadores conseguiram diminuir lesões provocadas por isquemia cerebral no cérebro de 
camundongos usando células-tronco. 
Extraídas da medula óssea dos animais, as células-tronco mesenquimais – que originam 
tecidos – estavam em um suporte feito de um material que não só permitiu a sobrevivência e a 
multiplicação delas como impediu que migrassem para outras regiões do cérebro, como é comum 
ocorrer quando implantadas diretamente na lesão. 
A técnica pode ajudar na recuperação de vítimas de acidente vascular cerebral (AVC) 
isquêmico, quando uma veia do cérebro é bloqueada (trombo) e a parte do cérebro que deixa de ser 
irrigada tem morte de neurônios. A isquemia pode causar sequelas graves, como perda de 
movimentos, e mesmo levar à morte. 
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwifuum4lZbgAhVQ-qwKHX8pBpcQFjAAegQICRAB&url=https%3A%2F%2Fexame.abril.com.br%2Fnoticias-sobre%2Fcelulas-tronco%2F&usg=AOvVaw0XqmPe-g6pod6nmh5Mtval
40 
 
Atualmente, há dois procedimentos possíveis para os pacientes que sofrem um AVC 
isquêmico. Um deles é a terapia de recanalização intravascular (trombólise), em que é aplicado um 
medicamento ativador de plasminogênio (rtPA) que desfaz o trombo. A outra opção é um 
cateterismo para desobstruir mecanicamente o vaso, para o sangue então voltar a circular. 
No entanto, as terapias só têm eficácia se aplicadas em até quatro horas e meia após o AVC. Depois 
disso, a morte celular é irreversível. A nova técnica surge como uma possibilidade de tratamento 
mesmo depois desse intervalo. 
Resultados do estudo foram publicados na Nanomedicine: Nanotechnology, Biology, and 
Medicine, em artigo que tem como primeira autora Laura Zamproni e é parte de seu doutorado 
com Bolsa da FAPESP na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo 
(EPM-Unifesp), onde atualmente faz pós-doutorado. 
Zamproni é médica neurologista do Hospital São Paulo, da Unifesp. O trabalho no dia a dia 
despertou sua curiosidade para a pesquisa básica. “O procedimento que existe hoje para isquemia 
tem benefícios, mas mesmo quando realizado dentro desse curto intervalo ainda pode deixar 
sequelas e algum déficit cognitivo”, disse. 
Não é a primeira vez que cientistas tentam usar células-tronco para recuperar uma área 
danificada do cérebro de camundongos ou ratos. Nos ensaios anteriores, porém, quando 
implantadas diretamente na lesão, quase nenhuma célula sobreviveu (0,005%). As que 
sobreviveram migraram para outras regiões do cérebro. Quando injetadas na corrente sanguínea, 
ficaram retidas nos rins ou nos pulmões das cobaias. 
O que fez a diferença desta vez foi o uso de um material que, além de ser biocompatível 
(não tóxico), aumenta a sobrevivência das células-tronco e faz com que elas permaneçam na área da 
lesão, diminuindo a inflamação. Depois de alguns meses,com a área em grande parte recuperada, o 
material é totalmente absorvido pelo corpo. 
A novidade foi desenvolvida pelos engenheiros biomédicos Anderson de Oliveira 
Lobo e Fernanda Roberta Marciano, da Universidade Brasil. Ambos tiveram auxílio Jovem 
Pesquisador da FAPESP. 
A fibra que desenvolveram é de um polímero orgânico, o ácido polilático. Ela se forma quando 
colocada em um equipamento que aquece o material e gira em alta velocidade, como uma máquina 
de algodão-doce. O “algodão” que se forma tem fibras altamente porosas. 
Para o estudo, as células-tronco mesenquimais foram retiradas da medula óssea de camundongos e 
cultivadas em placa de Petri. Em seguida foram depositadas no material. 
“Quando esse material contendo as células-tronco mesenquimais foi implantado em um cérebro 
lesionado, a lesão ficou com um terço do tamanho que ficaria se não houvesse intervenção”, 
disse Marimélia Porcionatto, professora da EPM-Unifesp e coordenadora do estudo. 
“Antes, realizamos vários testes para mostrar que as células não perdem características 
biológicas, como diferenciação e proliferação. Isso é importante, pois não podemos usar como 
suporte um material que altere muito as características da célula”, disse Porcionatto. 
As fibras contendo as células-tronco foram então colocadas sobre a lesão e acompanhadas 
por 30 dias. Os pesquisadores observaram que elas se dão melhor no material do que na lamínula 
em que são normalmente cultivadas em laboratório. 
Testes mostraram que elas produzem mais uma citocina chamada CXCL12, que atrai as 
células para a região. Além disso, produzem mais proteínas chamadas integrinas, que fazem as 
células-tronco aderirem à área em que estão. 
“É como se a célula-tronco mesenquimal estivesse produzindo um ambiente apropriado para 
ficar. Ainda não sabemos o que nesse material causa isso, mas é muito interessante ver como um 
material não biológico interfere no comportamento da célula”, disse Porcionatto. 
Os pesquisadores agora pretendem testar a técnica com células-tronco em traumatismo 
crânio-encefálico, em que há perda de parte do cérebro. 
“Hoje, quando se perde massa encefálica, controla-se a hemorragia e se faz uma cirurgia, 
mas o que perdeu está perdido. Não tem como melhorar. Esse poderia ser um novo tratamento”, 
disse Zamproni. 
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1549963418305203
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1549963418305203
https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/669309/
https://bv.fapesp.br/pt/bolsas/147144
https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/69638/
https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/69638/
https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/78038/
https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/178434/
41 
 
Para isso, os pesquisadores querem usar bioimpressão, recriando a parte perdida do cérebro 
no mesmo formato com uma impressora 3D. Para isso, buscam encontrar outro biomaterial que 
possa também ser moldado, além de ter as propriedades do ácido polilático. 
O artigo Rotary jet-spun porous microfibers as scaffolds for stem cells delivery to central nervous system injury (doi: 
10.1016/j.nano.2018.08.014), de Laura N. Zamproni, Marco A. Grinet, Mayara V. Mundim, Marcella B. Reis, Layla T. 
Galindo, Fernanda R. Marciano, Anderson O. Lobo e Marimelia Porcionatto, está disponível 
em www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1549963418305203. 
 
Disponível em: https://exame.abril.com.br/ciencia/celulas-tronco-ajudam-a-recuperar-area-cerebral-danificada-por-avc/. Acesso 
em 15 de fevereiro de 2019. 
Comer frituras aumenta risco de morte em 
até 13% 
Para chegar a conclusão os cientistas analisaram os hábitos 
alimentares de 107.000 pessoas de 50 a 79 anos ao longo de 18 anos. 
Por Redação 
Se na hora do almoço você costuma optar pelas frituras talvez queira repensar sua decisão. 
Um estudo publicado no British Medical Journal mostrou que mulheres que adicionam porções 
diárias de alimentos fritos à refeição apresentam maior risco de morte por qualquer causa, exceto 
câncer. Os resultados mostraram que uma porção regular de frango frito, por exemplo, eleva o risco 
em 13%; já pescados, como peixe e marisco, elevam em 7%. “As pessoas já sabem que alimentos 
fritos podem ter resultados adversos na saúde. O que a nossa descoberta mostra é que o consumo de 
frituras está associado à mortalidade geral”, comentou Wei Bao, da Universidade de Iowa, nos 
Estados Unidos, à revista Time. 
Segundo os pesquisadores, o aumento do risco pode estar relacionado a vários motivos, 
como a possibilidade de esses alimentos serem ultraprocessados – o que indica maior quantidade de 
sódio; ou os métodos de cozimento, temperatura do processo de fritura e tipo de óleo usado – todos 
associados ao risco de morte. Além disso, estudo de 2017 já havia indicado que pessoas que 
comem batatas fritas duas ou mais vezes por semana têm risco dobrado de morte prematura; 
e outra pesquisa apontou a existência de ligações entre o consumo de alimentos fritos e a 
probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. 
Para proteger a saúde e reduzir os riscos, a sugestão da equipe é controlar o tamanho das 
porções e reduzir a frequência de consumo, em particular de frango frito e peixe. Esse é o primeiro 
estudo a analisar a relação entre o consumo de alimentos fritos e a mortalidade ao longo do tempo. 
 
O estudo 
Para chegar a esta conclusão, os cientistas analisaram os hábitos alimentaresde 
aproximadamente 107.000 mulheres de 50 a 79 anos ao longo de 18 anos. Ao se inscreverem no 
estudo, entre 1993 e 1998, as participantes completaram um questionário de frequência alimentar 
que verificava o consumo e o tamanho da porção de 122 itens alimentares, incluindo frango e peixe 
fritos, batatas fritas, tortillas e tacos. A equipe ainda considerou outros fatores ligados à 
mortalidade, como nível de escolaridade, renda, consumo total de energia e qualidade geral da 
dieta. 
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1549963418305203
https://exame.abril.com.br/ciencia/celulas-tronco-ajudam-a-recuperar-area-cerebral-danificada-por-avc/
http://press.psprings.co.uk/bmj/january/friedfood.pdf
https://academic.oup.com/ajcn/article/106/1/162/4569823?papetoc
https://europepmc.org/abstract/med/17616781
42 
 
A análise mostrou que as mulheres que ingeriam uma ou mais porções de alimentos fritos 
por dia tinham um risco 8% maior de morte por todas as causas, incluindo àquelas relacionadas ao 
coração. Para os pesquisadores, este achado não foi estatisticamente significativo; no entanto, 
alimentos específicos, como frango e peixe, mostraram-se mais preocupantes. Comer frango frito, 
por exemplo, teve um risco 13% maior de morte por qualquer causa e 12% para causas conectadas 
ao coração; no caso do peixe frito, os números foram 7% e 13%, respectivamente. A única causa de 
morte descartada pelo estudo foi câncer. 
Ainda que os resultados da pesquisa tenham sido descobertos em mulheres mais velhas, os 
pesquisadores acreditam que eles podem ser aplicados à população em geral. “Não há nenhuma 
razão para que os efeitos possam diferir por idade ou sexo. Suspeito que a associação possa ser 
semelhante entre mulheres mais jovens ou até entre os homens”, revelou Bao à Time. 
 
 
Perigo da fritura 
Carne branca, como frango e peixe, são consideradas mais saudáveis, entretanto, a forma de 
preparo pode reverter possíveis benefícios. Em entrevista à CNN, Bridget Benelam, da British 
Nutrition Foundation, explicou que o processo de fritura em altas temperaturas aumenta o teor de 
gordura do alimento e estimula a produção de gorduras trans e outros compostos danosos, 
como produtos finais da glicação avançada (AGEs, na sigla em inglês). De acordo com estudo, esse 
composto – que surge quando alimentos ricos em proteína são cozidos em altas temperaturas – está 
associado à maior probabilidade de todas as causas de morte, incluindo por doenças 
cardiovasculares. 
Os cientistas ainda que a

Continue navegando