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30/10 (EBC16) - O Plano de Metas e a Economia no Governo Juscelino (1956-1961) 1947 - 1962 -> Expansão -> Indústria 1962 - 1967 -> Estagnação -> Inflação 1967 - 1973 -> Milagre Econômico -> Crescimento Robusto e Controle da Inflação 1 - O Governo Nacional-Desenvolvimentista de JK (1956-1960) Segundo JK, um líder ambicioso e entusiasta da nação, o destino do Brasil, um país populoso e atrasado economicamente, era o caminho do desenvolvimento entendido como industrialização Brasil: 60 milhões de habitantes em 1956, número que crescia 3% ao ano, 40% da população com mais de 15 anos era analfabeta em 1960 Os dois grandes projetos deste Novo Brasil: construção de Brasília (21/04/1960) e o Plano de Metas. Conselho de Desenvolvimento (fevereiro de 1956): criado este órgão controlador da economia, diretamente subordinado à Presidência, e formado pelos ministros de Estado, os chefes dos gabinetes Civil e Militar e os presidentes do Banco do Brasil (BB) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) Missão: traçar a estratégia de desenvolvimento do Brasil. Plano de Metas (final de 1956): ampliar os setores de infraestrutura básica a fim de manter e aprofundar o processo de industrialização, retirando os pontos de estrangulamento/gargalos Investimentos em energia, transportes, indústrias de base, educação e alimentação que seriam equivalentes a 5% do PIB entre 1957-1961 Energia: 42% dos investimentos Transporte (principalmente rodovias): 28,9% dos investimentos Indústria básica: 22,3 % dos investimentos Iniciava-se a fase da INDUSTRIALIZAÇÃO PESADA. Mas, como financiar estes investimentos? As receitas de exportação caíram mais de 10% entre 1955-1960, sobretudo devido à queda nos preços do café Junho de 1959: JK rompeu as tratativas com o FMI para um empréstimo de 300 milhões de dólares por não aceitar as medidas de contratação do crédito Entre 1956-1960, o saldo em conta corrente do Brasil apresentará um déficit de US$ 290 milhões Política Fiscal: dificuldades políticas para aumentar os impostos no curto prazo Política Monetária: pela Lei da Usura, a taxa de juros tinha um limite de 12% e, com uma inflação média superior a 20%, tornava baixa a atratividade dos títulos públicos brasileiros. 2 - As Políticas Econômicas para atuação do Estado POLÍTICA CAMBIAL: o principal instrumento de política econômica no período JK Regime Cambial (27/01/1955): com poucas divisas e sem muito apoio dos empréstimos norte-americanos, foi instituída a Instrução 113 da SUMOC A Cacex do BB podia emitir licenças de importação sem cobertura cambial (sem ter necessidade de compra de moeda estrangeira) para a importação de máquinas e equipamentos Benefício que se voltava às firmas estrangeira com unidades no Brasil As taxas múltiplas de câmbio foram mantidas. Reforma Cambial (agosto de 1957): criou 2 categorias de produtos importados, a Geral e a Especial Categoria Geral: importação de matérias-primas, equipamentos e bens genéricos que não tinha suficiente produção interna; recebia maior quantidade de divisas nos leilões Categoria Especial: importação de bens de consumo restrito à bens já supridos pela oferta interna Categoria Preferencial: importação de bens com tratamento privilegiado (papel, trigo, petróleo, fertilizantes e equipamentos de investimentos prioritários) Proteção ao mercado interno: estabelecidas tarifas ad valorem (% sobre o valor da mercadoria) que variavam de zero a 150% para cada grupo de produtos similares Conselho de Política Aduaneira (CPA): classificava os produtos em uma das categorias de importação e estabelecia as alíquotas sobre os produtos importados Política Fiscal e Monetária passivas: instrumentos para alcançar viabilizar o Plano de Metas, alcançar o desenvolvimento Política Fiscal Expansionista: o grande volume de investimentos estatais e estímulos ao investimento privado - concessão de crédito via BNDE e BB - ocasionava constantes déficits no caixa do Tesouro Nacional Política Monetária Expansionista: os déficits do Tesouro eram financiados pela emissão de moeda via BB Segundo o Plano, 50% do financiamento viria de fundos públicos, 35% de fundos privados e 15% de agências creditícias governamentais. 3 - O Plano de Metas Dois objetivos específicos: 1. Adequar a infraestrutura às necessidades do desenvolvimento econômico: atingido basicamente com investimento do Estado; 2. Complementar e integrar verticalmente a estrutura industrial: atingido basicamente com investimento do capital privado nacional e estrangeiro Meta do presidente JK: crescer 50 anos em 5. As metas eram Elevar a capacidade de geração de energia elétrica Aumentar a produção de carvão Aumentar a produção de Petróleo Aparelhamento e expansão de ferrovias com a construção de 3.110 km Construção de 13.000 km de rodovias e pavimentação de 5.800 km Elevar a produção de aço Iniciar obras na planta de siderurgia Aumentar a produção de cimento. Estado: grande articulador do processo de desenvolvimento industrial Industrias que se instalaram: Automobilística Construção naval Material elétrico pesado Máquinas e equipamentos Industrias que se expandiram: indústrias básica Siderurgia Metais não ferrosos Química pesada Petróleo Papel e celulose A - Estado: concentrou seus investimentos no setor industrial, sobretudo na produção química e mineral (produção e refino de petróleo, extração de minério de ferro); setor de transportes e comunicação (rodovias e ferrovias Investimento público alimentava a demanda efetiva do país, principalmente no setor de BK Aumento do investimento estatal numa taxa de cerca de 15% aa, em termos reais O Estado e suas empresas Produção de aço: as três maiores usinas do país, CSN, USIMINAS e COSIPA Produção e refino de petróleo através da PETROBRAS Produção e exportação de minério de ferro através da Companhia VALE DO RIO DOCE Soda cáustica através da Companhia Nacional de Alcalis Energia Transporte da Rede Ferroviária Nacional Navegação: Lloyd Brasileiro e a Companhia de Navegação Costeira Rodovias na sua construção e gerenciamento através do DNER B - Capital Estrangeiro: estímulos à sua participação Entrada via investimentos diretos externos (máquina e equipamentos via instrução 113 SUMO) Garantia a exploração de um mercado de razoáveis dimensões, mas relativamente fechado às importações de seus produtos por causa da escassez de divisas O setor de indústrias de base recebeu, entre 1955 e 1959, 55,4% dos esquipamentos estrangeiros que entraram como investimento direto via Instrução 113 O setor de Fabricação e Montagem de Veículos Automotores, Reboques e Carrocerias foi o maior benefício, equivalente a 38,1% do total Principalmente as montadoras norte-americanas C - Capital Privado Nacional (protegido): Incentivos para sua expansão na indústria de BK e nos setores fornecedores das transnacionais (peças e componentes de materiais de transporte; metal-mecânica) Domínio quase que exclusivo nos setores não manufatureiros (construção pesada); Favorecido pelo aumento da demanda no setor do BCND (aumento da produção em cerca de 2,2 vezes entre 49/62) 4 - Principais características do ciclo expansivo O Plano de Metas foi bem sucedido Crescimento liderado pelo setor de BCD e BK, com crescimento médio anual, entre 1955-62, de 26,4% e 23,9% Ramos de máquinas-ferramentas e equipamentos sob encomenda; automóveis Crescimento da produção de bens intermediários: metalurgia, química básica, papel e borracha Estabelecimento das bases técnicas, aumentando o grau de endogeneidadede sua expansão e de sua dinâmica cíclica Ex: setor automobílistico - ampliação das instalações produtivas acima da demanda - pressão sobre os demais setores (insumos e BK) e sobre o consumo (gasolina, manutenção).
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