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Governo Dilma Primeiro Mandato 2011 a 2014 cenário 2010: crescimento 7,5% A gestão de Dilma iniciou-se dando seguimento a boa parte da politica econômica do Governo Lula. 2011: ponto de virada na economia global Desafio ao novo governo era construir a base de um crescimento sustentável. os primeiros meses do governo Dilma coincidiram com um ideário mais nacionalista, com a pressão decorrente da crise internacional, sendo que esse ideário se manifestou pelo aumento do protecionismo e o atendimento às demandas dos produtores domésticos por proteção. A prioridade da política comercial passou a ser essa proteção dos setores que competiam com importações, deixando como segundo plano o aumento de competitividade, lento em comparação com a urgência da crise internacional. 2 País rico é país sem pobreza Manutenção das políticas do governo antecessor As medidas de politica econômica adotadas do primeiro semestre de 2011 Elevação da Selic de 10,75% a.a. em jan/2011 até atingir 12,25% a.a. em julho; Fortalecimento das medidas macroprudenciais, para controle da expansão do crédito; e Meta de superávit de 3% do PIB para 2011, que depois foi ampliada ao longo do ano Fonte: BC Taxa Selic em % ao ano, considerando as datas de reunião do Copom As medidas macroprudenciais afetam o canal do crédito, impactando a inflação sem ser diretamente via juros. Isso porque com a elevação dos compulsórios e o aumento das exigências de capital próprio dos bancos para empréstimos de longo prazo, estes ficam mais caros e exigem entradas maiores, de modo que a procura por esse tipo de financiamento cai. Foi exatamente o que o Banco Central fez Assim, no primeiro mandato, o governo Dilma – ainda surfando nos seus altos índices de popularidade – adotou um conjunto de ações buscando fortalecer o projeto desenvolvimentista. Para tanto, um dos principais eixos de atuação foi a redução da taxa Selic – que passou, em termos nominais, de 12,5% em agosto de 2011 para 7,25%a.a. no ano seguinte em abril de 2013, quando volta a se elevar 3 40562 40604 40653 40702 40744 40786 40835 40877 40926 40975 41017 41059 41101 41150 41192 41241 41290 41339 41381 41423 41465 41514 41556 41605 41654 41696 11.25 11.75 12 12.25 12.5 12 11.5 11 10.5 9.75 9 8.5 8 7.5 7.2499999999999991 7.2499999999999991 7.2499999999999991 7.2499999999999991 7.5 8 8.5 9 9.5 10 10.5 10.75 País rico é país sem pobreza A combinação das políticas internas mais restritivas e a deterioração das condições externas iniciou a perda de ritmo da atividade econômica brasileira. Verificou-se a primeira reversão da política do governo no inicio do segundo semestre. Fonte: IBGE PIB – Trimestral de 2011 a 2014 4 Fonte: IBGE, Ipeadata. Taxa de Inflação – IPCA Brasil – 2011 a 2014 5 Taxa acumulada 12 meses 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 2011 2012 2013 2014 5.99 6.51 6.87 7.22 6.21 5.0999999999999996 5.19 5.45 6.15 6.49 6.27 5.83 5.58 6.27 6.5 Inflação efetiva (Variação do IPCA, %) 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 2011 2012 2013 2014 6.5 6.5 6.5 6.5 5.8 4 5.84 5.84 5.84 5.91 5.91 5.91 5.91 6.41 6.41 6.41 Fonte: IBGE, Ipeadata. Taxa de Inflação – IPCA Brasil – 2011 a 2014 6 Taxa acumulada 12 meses 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 2011 2012 2013 2014 5.99 6.51 6.87 7.22 6.21 5.0999999999999996 5.19 5.45 6.15 6.49 6.27 5.83 5.58 6.27 6.5 Inflação efetiva (Variação do IPCA, %) 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 2011 2012 2013 2014 6.5 6.5 6.5 6.5 5.84 5.84 5.84 5.84 5.91 5.91 5.91 5.91 6.41 6.41 6.41 Formação de juros Depois deste período, para evitar as pressões inflacionárias que ameaçavam o cumprimento da meta estipulada pelo CMN, o Copom iniciou um processo de aperto monetário, com altas seguidas dos juros que trouxeram em fevereiro de 2014, a Selic para 10,75%, mesmo nível que a presidente Dilma Rousseff encontrou no inicio de seu mandato. Fonte: BC Taxa Selic em % ao ano, considerando as datas de reunião do Copom 7 40562 40604 40653 40702 40744 40786 40835 40877 40926 40975 41017 41059 41101 41150 41192 41241 41290 41339 41381 41423 41465 41514 41556 41605 41654 41696 11.25 11.75 12 12.25 12.5 12 11.5 11 10.5 9.75 9 8.5 8 7.5 7.2499999999999991 7.2499999999999991 7.2499999999999991 7.2499999999999991 7.5 8 8.5 9 9.5 10 10.5 10.75 Tudo pela indústria Nova Matriz Econômica (?) Lançamento PAC 2 - incentivo à indústria Plano Brasil Maior a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, linhas branca, móveis etc.; a manutenção do Programa de Sustentação do Investimento (PSI); e uma política comercial que proporcionava benefícios aos fornecedores nacionais nas compras públicas e aumentava o valor médio das alíquotas de importação dentro das regras da OMC. 8 Tudo pela indústria Redução das tarifas de energia Medida Provisória MP nº 579 As desonerações não surtiram o efeito esperado uma vez que anos de juros elevados culminaram em uma mescla entre setor produtivo e bancário; “ Eu acreditava que, se diminuísse impostos, teria um aumento de investimentos. Eu diminuí, me arrependo disso. No lugar de investir, eles (os empresários dos setores desonerados) aumentaram a margem de lucro” Dilma Rousseff ex-presidente da República Outro importante eixo de atuação foi a modificação na gestão da política cambial, que passou a adotar bandas não explicitas. Taxa de câmbio nominal - em % ao mês, considerando R$/US$ comercial (valor de venda) média do período Fonte: Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Balanço de Pagamentos (Bacen / Boletim / BP) Além disso, o governo realizou reformas no setor elétrico que proporcionaram reduções nas tarifas das contas de energia elétrica em 20%, e na concessão pública de serviços de transporte (portos, rodovias, ferrovias, aeroportos etc.), buscando aumentar os investimentos privados em infraestrutura. Tentando aproveitar a queda da taxa de juros básica e seus efeitos sobre as decisões de investimento, as reformas propunham reduções nas taxas de rentabilidade do setor elétrico e das novas concessões. A mudança no parâmetro de rentabilidade provocou tensão entre o Estado e o setor privado e dificultou avanços dos investimentos em infraestrutura 9 1 4 7 10 1 4 7 10 2011 2012 1.67 1.59 1.56 1.77 1.79 1.85 2.0299999999999998 2.0299999999999998 Desemprego Os resultados mais favoráveis para o governo se concentraram no mercado de trabalho. A taxa de desemprego se reduziu de forma contínua desde 2010 até 2014, o que pode ser considerado uma situação de pelo emprego. Paralelamente à queda da taxa de desemprego, ocorreu o aumento contínuo do rendimento real médio das pessoas ocupadas, que cresceu acima dos 3% a.a., da renda, ao longo do governo. Com esse comportamento da renda, a demanda se manteve aquecida, mantendo as pressões inflacionárias. Fonte: IBGE, IPEADATA Rendimento médio real – média últimos 12 meses – Pessoas ocupadas regiões metropolitanas - IBGE Fonte: CIA World Factbook Taxa de desemprego (%) No período de 2011 a 2014, mais de 5 milhões de empregos foram gerados nas faixas de remuneração abaixo de dois salários mínimos. Estes empregos foram criados especialmente nos serviços e no comércio, em parte como regularização de vínculos antes informais. Na outra ponta do mercado de trabalho, no entanto, na faixa de remuneração acima de dois salários houve forte queima de postos de trabalho. Entre 2011 e 2014, o país perdeu mais que 2 milhões de empregos com remuneração superior a dois salários mínimos. 10 2010 2011 2012 2013 201 4 2015 2016 2017 2018 6.74 5.98 5.5 5.39 4.8 6.8 11.5 12.7 12.3 janeiro/2008 fevereiro/2008 março/2008 abril/2008 maio/2008 junho/2008 julho/2008 agosto/2008 setembro/2008 outubro/2008 novembro/2008 dezembro/2008 janeiro/2009 fevereiro/2009 março/2009 abril/2009 maio/2009 junho/2009 julho/2009 agosto/2009 setembro/2009 outubro/2009 novembro/2009 dezembro/2009 janeiro/2010 fevereiro/2010 março/2010 abril/2010 maio/2010 junho/2010 julho/2010 agosto/2010 setembro/2010 outubro/2010 novembro/2010 dezembro/2010 janeiro/2011 fevereiro/2011 março/2011abril/2011 maio/2011 junho/2011 julho/2011 agosto/2011 setembro/2011 outubro/2011 novembro/2011 dezembro/2011 janeiro/2012 fevereiro/2012 março/2012 abril/2012 maio/2012 junho/2012 julho/2012 agosto/2012 setembro/2012 outubro/2012 novembro/2012 dezembro/2012 janeiro/2013 fevereiro/2013 março/20 13 abril/2013 maio/2013 junho/2013 julho/2013 agosto/2013 setembro/2013 outubro/2013 novembro/2013 dezembro/2013 janeiro/2014 fevereiro/2014 março/2014 abril/2014 maio/2014 junho/2014 julho/2014 agosto/2014 setembro/2014 outubro/2014 novembro/2014 dezembro/2014 1775.9755029358867 1802.9632499072184 1791.7998939123752 1808.3674688537119 1790.3839158729052 1779.8298283468932 1787.8752676900501 1818.0940811185465 1846.4091373116698 1834.3018570017632 1838.8454261304369 1857.2891679490567 1862.2245008480731 1865.8670658134849 1860.7200034907301 1859.34367978555 1844.9432053302701 1843.0552006897867 1870.6963436478982 1878.7932468609333 1895.0103817498118 1889.4636458661951 1876.7073723503834 1853.5710562404302 1889.0033210 624936 1906.660532163035 1915.3791420405053 1925.7616116021447 1926.9395812368966 1945.1491146412966 1981.4022724074332 2016.4537195876217 2047.5354600675266 2057.5625691933419 2037.6093216171314 2006.612054252975 2033.4036820063984 1997.790723619285 2008.45572151182 1985.3809079753801 2003.6030916235948 2025.0565688430852 2077.707181167872 2084.1531027538836 2040.1751845230531 2051.8381056752069 2062.9232700621938 2073.5379091804803 2115.7657336322818 2102.2312819666654 2135.8699321924469 2119.0815471675801 2106.6090923159218 2131.8310901224199 2092.1744033666 2124.41947143893 2135.9979570317701 2135.2281506651452 2153.0182872343703 2141.1882031040486 2133.6 307437803202 2155.9559671389729 2141.7768413279332 2137.4611757972434 2124.9108363370738 2132.4549757242899 2123.8661565434863 2158.9769482668967 2171.3048482221852 2157.9547925900301 2195.8308323057449 2177.1515686979506 2196.4098674702268 2225.5653958981852 2216.4634964015299 2199.9165457553418 2200.6752202233451 2167.9288295862684 2160.1346172007852 2200.9849139584985 2214.1710573332052 2265.2237651231985 2257.410106663865 2238.1074918987997 pressão inflacionária Fonte: IBGE, IPEADATA. IPCA – Acumulado 12 meses – 2011 a 2014 O impacto pode ser visto no comportamento do IPCA, ficou ao longo de todo o período do governo acima do centro da meta, bastante próximo ao limite superior. Taxa acumulada 12 meses 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 2011 2012 2013 2014 5.99 6.51 6.87 7.22 6.21 5.0999999999999996 5.19 5.45 6.15 6.49 6.27 5.83 5.58 6.27 6.5 6.58 Inflação efetiva (Variação do IPCA, %) 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 2011 2012 2013 2014 6.5 6.5 6.5 6.5 5.84 5.84 5.84 5.84 5.91 5.91 5.91 5.91 6.41 6.41 6.41 6.41 Meta (%) 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 2011 2012 2013 2014 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 Superior 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 2011 2012 2013 2014 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 Inferior 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 2011 2012 2013 2014 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 Finanças públicas A dívida pública líquida A dívida bruta Dívida Pública: % PIB Ano Dívida Líquida Setor Público Dívida Bruta Setor Público 2010 39,1 53,4 2011 36,4 54,2 2012 35,3 58,8 2013 33,4 56,7 2014 36,9 63,5 Fonte: Banco Central do Brasil Comportamento do produto A taxa média de crescimento do produto no primeiro mandato do governo retraiu para faixa de 2% a.a.. O fraco desempenho do produto revelou, os limites ou o esgotamento do modelo ancorado no forte crescimento do consumo, seja das famílias, seja do governo. 2011 2012 2013 2014 Acumulado PIB Demanda Consumo das famílias Consumo do governo FBCF Exportações Importações Oferta Agropecuaria Industria -0,7 Extrativista mineral Transformação Produção/distrib. de eletricidade, gás, água etc. Construção civil Serviços 13 As medidas econômicas adotadas não surtiram os efeitos esperados no que tange ao dinamismo do PIB – que cresceu 3,9% em 2011 e 1,9% em 2012 – e do investimento, que expandiu 6,7% em 2011 e apenas de 0,8% em 2012, mas, mesmo assim, garantiram a manutenção do emprego e da renda da população. Taxa de crescimento do PIB – 2010 a 2014 Fonte: IBGE As medidas econômicas adotadas não surtiram os efeitos esperados no que tange ao dinamismo do PIB – que cresceu 3,9% em 2011 e 1,9% em 2012 – e do investimento, que expandiu 6,7% em 2011 e apenas de 0,8% em 2012, mas, mesmo assim, garantiram a manutenção do emprego e da renda da população. Esse baixo dinamismo pode ser explicado, em parte, pela nova fase da conjuntura internacional, agora mais desfavorável, que gerou uma reversão dos termos de troca para o Brasil (de 11% entre 2011 e 2013), implicando num ônus macroeconômico no que diz respeito ao balanço de pagamento e ao efeito renda. Mas que também pode ser explicado pela dificuldade em alavancar os investimentos privados e públicos, que vão se deteriorando ao longo da segunda metade do primeiro governo Dilma. Tal circunstância é ilustrada pelo baixo crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo, de 0,7% em média entre 2013 e 2014, em virtude da contínua elevação da taxa de juros Selic a partir de 2013 (que saltou de 7,25% em abril de 2013 para 11% em agosto de 2014), da própria desaceleração econômica (que gerou queda do nível de utilização e da taxa de rentabilidade sobre o capital), das reformas do setor elétrico e das concessões (que inibiram o investimento em energia e em infraestrutura, dois dos maiores segmentos em termos de investimento), e da desaceleração dos investimentos da Petrobras desde 2011 (em decorrência de seus problemas financeiros, da operação lava jato e da queda do preço do petróleo no mercado internacional). A desaceleração econômica, associada ao novo contexto internacional desfavorável, implicou na redução das taxas de rentabilidade dos segmentos dominantes, com a exceção do setor bancário-financeiro, gerando expressivo impactos negativos na acumulação de capital no Brasil. 14 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 7.53 3.97 1.92 3 0.5 -3.55 -3.28 1.32 1.78 Governo Dilma/temer Segundo Mandato 2015 a 2018 De dilma para dilma Situação ao final do primeiro mandato: Desaceleração da economia Inflação em alta Grande redução dos investimentos Elevado nível de endividamento das famílias e empresas Taxa de juros elevada: Selic (dez/2014): 11,75% Taxa de desemprego baixa “Inimaginável alcance da Operação Lava Jato” Em 2014, a gente já tinha a indústria caindo, mas os serviços continuavam crescendo. Em 2015, caíram a indústria e os serviços. Já em 2016, a agropecuária. Desde 1996, isso nunca ocorreu. A situação peculiar desta vez é justamente essa queda generalizada No ano de 2014 vieram à tona casos de desvio e de lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobrás. Esses casos foram investigados pela Polícia Federal, surgindo a operação “Lava Jato”. Descobriu-se que grandes empreiteiras pagavam propinas para receberem vantagens nos pleitos para escolha de empresas que executariam obras para a Petrobrás. 16 2014 2015 2016 2017 Acumulado PIB 0,5% -3,5% -3,2% 1,0% -5,5% Demanda Consumo das famílias 2,2% -3,9% -4,2% 1,0% -4,4% Consumo do governo 0,8% -1,4% -0,6% -0,6% -1,2% FBCF -4,2% -13,9% -10,3% -2,6% -27,4% Exportações -1,1% 6,8% 1,9% 5,2% 13,2% Importações -1,9% -14,2% -10,2% 5,0% -20,6% Oferta Agropecuaria 2,8% 3,6% -6,6% 13,0% 14,8% Industria -1,5% -6,3% -3,8% 0,0% -10,8% Extrativista mineral 9,1% 5,7% -2,7% 4,3% 17,0% Transformação -4,7% -8,5% -5,6% 1,7% -16,3% Produção/distrib. de eletricidade, gás, água etc. -1,9% -0,4% 7,1% 0,9% 5,6% Construção civil -2,1% -9,0% -5,6% -5,0% -20,1% Serviços 1,0% -2,7% -2,7% 0,3% -4,1% Fonte: IBGEEvolução do PIB e seus componentes – 2014 a 2017 O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu pelo segundo ano seguido em 2016 e confirmou a pior recessão da história do país. A retração foi de 3,6% em relação ao ano anterior. Em 2015, a economia já havia recuado 3,5%. Assim olhando o biênio, a retração foi de 7,2%. A crise foi generalizada e os três setores que entram no cálculo do PIB recuaram no ano - agropecuária (-6,6%%), indústria (-3,8%) e serviços (-2,6%). Em 2014, a gente já tinha a indústria caindo, mas os serviços continuavam crescendo. Em 2015, caíram a indústria e os serviços. Já em 2016, a agropecuária. produção agrícola sofreu por conta das condições climáticas, que afetaram a produção dos principais produtos agrícolas do país. “Milho cana e soja pesam quase 60% no valor da produção da agricultura brasileira.” No caso do resultado da indústria, a atividade extrativa, que reúne as mineradoras, teve queda de 2,7%, ainda foi influenciada pela tragédia de Mariana. o governo tem segurado os gastos, isso tem uma influência grande na construção. A parte pública é muito importante na infraestrutura.” Os investimentos também pesaram contra o PIB. A chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), como o indicador de investimentos é conhecido, teve uma retração pelo terceiro ano seguido e caiu 10,3% em 2016. De acordo com o IBGE, esse resultado negativo pode ser explicado, principalmente, pela queda da produção interna e da importação de bens de capital. O consumo das famílias, que por muitos anos sustentou o crescimento do PIB do Brasil, também seguiu ladeira abaixo em 2016. Em 2016, as famílias consumiram 4,2% a menos do que em 2015, acima da queda registrada entre 2014 e 2015, de 3,9%. segundo o IBGE, a alta dos juros, a restrição ao crédito, o aumento do desempenho e a queda da renda explicam esse resultado. Também recuou, mas de forma menos intensa, a despesa do consumo do governo: 0,6% sobre 2015. De 2014 para 2015, a retração havia sido de 1,1%. Seguindo o que já havia sido visto em 2015, com a valorização do dólar, as exportações de bens e serviços cresceram 1,9%, e as importações de bens e serviços caíram, 10,3%. "A gente teve uma contribuição positiva do setor externo na economia, com o aumento das exportações de bens e serviço.” 17 Recessão de 2015-2016 Deterioração dos cenários político e econômico Destaque negativo: 2º trimestre de 2015 Queda liderada pelo investimento: máquinas e equipamentos e construção civil Final de 2016/final de 2013: Queda de 30% Taxa de desemprego: 11,5% +- 10 milhões de desempregados 2015/2016: Destruição de 3 milhões empregos formais Evolução da taxa de desemprego no Brasil - 2014 a 2016 Taxa de crescimento do PIB – 2010 a 2016 Fonte: IBGE 18 2014 - T1 2014 - T2 2014 - T3 2014 - T4 2015 - T1 2015 - T2 2015 - T3 2015 - T4 2016 - T1 2016 - T2 2016 - T3 2016 - T4 2017 - T1 2017 - T2 2017 - T3 2017 - T4 2018 - T1 2018 - T2 2018 - T3 2018 - T4 2019 - T1 7.2 6.9 6.9 6.6 8 8.4 9 9.1 11.1 11.4 11.9 12.2 13.9 13.1 12.5 11.9 13.2 12.6 12 11.7 12.8 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 7.53 3.97 1.92 3 0.5 -3.55 -3.28 1.32 1.78 1.41 Recessão de 2015-2016 Recessão Enorme queda dos investimentos Forte aceleração da inflação: 10,67% Desvalorização cambial: + 48% Fuga de capitais dos países emergentes: Brasil como líder Taxa de Inflação – IPCA Brasil – 2014 a 2018 Taxa de câmbio nominal - em % ao mês, considerando R$/US$ comercial (valor de venda) média do período Os investimentos também pesaram contra o PIB. A chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), como o indicador de investimentos é conhecido, teve uma retração pelo terceiro ano seguido e caiu 10,2% em 2016. De acordo com o IBGE, esse resultado negativo pode ser explicado, principalmente, pela queda da produção interna e da importação de bens de capital. Nesse cenário, a taxa de investimento no ano de 2016 caiu para 16,4% do PIB, abaixo do observado no ano anterior (18,1%). 19 2014 2015 2016 2017 2018 6.41 10.67 6.29 2.95 3.75 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 2014 2015 2016 2.38 2.23 2.2200000000000002 2.4500000000000002 2.63 3.04 3.22 3.88 4.05 3.57 3.28 3.19 Impeachment Alegações: Operação Lava-jato; Criação de créditos suplementares, sem a necessária autorização do Poder Legislativo, o que caracterizaria crime de responsabilidade fiscal; e Pedalas fiscais. 02/12/2015: Abertura do Processo (Eduardo Cunha) 17/04/2016: Aprovação na Câmara dos Deputados (367-137) 12/05/2016: Aceitação do Processo pelo Senado 31/08/2016: Aprovação no Senado (61-20) Impacto negativo sobre as expectativas dos agentes econômicos Incertezas políticas e recessão econômica Dilma Rousseff: Cronologia de uma queda A herança Período 2003-2018 – Três períodos distintos: 2003-2008: Crescimento médio: 4,2% ao ano 2009-2014: Desaceleração do crescimento: 2,8% ao ano 2015-2018: Forte recessão e modesta recuperação Fonte: BC, IBGE, Caged. Cenário gov temer Taxa de crescimento do PIB – 2010 a 2018 Taxa Selic - em % ao ano considerando as datas de reunião do Copom IPCA – Acumulado 12 meses – 2015 a 2018 Evolução da taxa de desemprego no Brasil - 2014 a 2018 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 7.53 3.97 1.92 3 0.5 -3.55 -3.28 1.32 1.78 1.41 42389 42487 42571 42662 42746 42837 42942 43033 43138 43236 43313 43404 14.249999999999998 14.249999999999998 14.249999999999998 14.000000000000002 13 11.25 9.25 7.5 6.75 6.5 6.5 6.5 Taxa acumulada 12 meses 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 2015 2016 2017 2018 7.13 8.17 9.52 9.92 10.7 9.27 8.73 7.87 5.44 4.08 2.71 2.7 2.85 2.76 4.4800000000000004 4.55 Inflação efetiva (Variação do IPCA, %) 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 2015 2016 2017 2018 6.5 6.5 6.5 6.5 5.84 5.84 5.84 5.84 5.91 5.91 5.91 5.91 6.41 6.41 6.41 6. 41 Meta (%) 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 2015 2016 2017 2018 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 4.5 Superior 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 2015 2016 2017 2018 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 6.5 Inferior 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 1 4 7 10 2015 2016 2017 2018 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2.5 2014 - T1 2014 - T2 2014 - T3 2014 - T4 2015 - T1 2015 - T2 2015 - T3 2015 - T4 2016 - T1 2016 - T2 2016 - T3 2016 - T4 2017 - T1 2017 - T2 2017 - T3 2017 - T4 2018 - T1 2018 - T2 2018 - T3 2018 - T4 2019 - T1 7.2 6.9 6.9 6.6 8 8.4 9 9.1 11.1 11.4 11.9 12.2 13.9 13.1 12.5 11.9 13.2 12.6 12 11.7 12.8 As reformas de 2016/2018 Documento do Ministério da Fazenda (nov/2018) 24 Reformas aprovadas 27 Propostas em andamento Aprovação do Teto Constitucional (EC 95/2016) Reforma trabalhista – Tercerização Reforma do Ensino Médio Aprovação do Teto Constitucional PEC 241 (jun/16) e EC 95/2016 (dez/16) Diagnóstico: Quadro fiscal deteriorado Origem do problema: crescimento acelerado da despesa Congelamento do valor real das despesas por 20 anos Possibilidade de revisão em 10 anos Desde que entrou na presidência, Temer sangrou direitos trabalhistas e sociais, limitou os investimentos públicos pelos próximos 20 anos, aproximou o Brasil de volta ao mapa da fome. Sob a justificativa de modernização das leis trabalhistas e criação de novos postos de trabalho, Temer sancionou, em 2017, a terceirização para todas as atividades e a Reforma Trabalhista, alterando a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em pontos como jornada, plano de carreira, remuneração e férias. O então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, dizia que a Reforma Trabalhista geraria seis milhões de empregos no Brasil. No entanto, foram gerados, de fato, pouco mais de 700 mil postos formais de trabalho. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), nesses dois anos de governo Temer, o desemprego passou de 11,2% (em maio de 2016) para 13,1% (em abril de 2018), chegando a 11,7% (no trimestre fechado em outubro). Atualmente, 12,8 milhões de brasileiros estão desempregados. A navalha de Temer feriu também a realidade da juventude brasileira,com a Reforma do Ensino Médio, que, entre outras alterações, propõe a diminuição de conteúdos obrigatórios de ensino e extingue a necessidade de diploma técnico ou superior em área pedagógica para contratação de professores. No novo Ensino Médio, apenas Português e Matemática serão ministrados obrigatoriamente nos três anos de formação. As demais disciplinas - como filosofia, sociologia, artes, história, geografia - poderão ser distribuídas ao longo dos anos, de acordo com a definição curricular de cada estado brasileiro. 24 2011201220132014 Média 11/14 PIB Brasil2,731,032,490,101,59 PIB Indústria1,58-0,761,69-0,900,40 PIB Agropecuária3,90-2,147,302,102,79 PIB Serviços2,731,882,150,401,79 Construção Civil3,621,381,65-0,901,44 Consumo das famílias4,093,222,551,302,79 Consumo da Administração Pública 1,933,331,891,202,09 Formação bruta de capital fixo4,72-4,015,18-4,500,35 Exportações4,490,482,53-1,101,60 Importações9,750,208,34-1,004,32 Taxa de Investimento (FBCF/PIB)20,6020,2020,5019,7020,13 Taxa de Poupança (Poupança Doméstica/PIB) 17,2314,6413,9015,25 Transações Correntes/PIB-2,95-3,07-3,04-4,30-3,34 Crescimento econômico: taxas de crescimento (% a.a.).
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