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Apostila de Comunicação e Expressão 2013

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TEXTOS DE COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
NOME:___________________________CURSO:_________________ 
PROFESSORA PATRICIA ROCHA
2 º SEMESTRE - 2013
PLANO DE ENSINO
CURSO: Disciplina de Núcleo Comum		PROFESSORA: Patricia Rocha
SÉRIE: 2°/1º semestres				TURNO: Diurno/Noturno
DISCIPLINA: Comunicação e Expressão		CARGA HORÁRIA SEMANAL: 2 h/aula
I – EMENTA
Texto e contexto; sistemas de conhecimento e processamento textual; intertextualidade; as informações implícitas; alteração do sentido das palavras; sofisticação do processo da argumentação: o artigo de opinião e a resenha, bem como os tipos de argumentos.
II – OBJETIVOS GERAIS
ampliar os conhecimentos e vivências de comunicação e de novas leituras do mundo, por meio da relação texto/contexto;
propiciar a compreensão e valorização das linguagens utilizadas nas sociedades atuais e de seu papel na produção de conhecimento;
vivenciar processos específicos da linguagem e produção textual: ouvir e falar; ler e escrever – como veículos de integração social;
desenvolver recursos para utilizar a língua, por meio de textos orais e escritos, não apenas como veículo de comunicação, mas como ação e interação social.
III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ao término do curso, o aluno deverá ter desenvolvido:
seu universo linguístico, incorporando recursos de comunicação oral e escrita;
a capacidade de leitura e redação, a partir da análise e criação de textos;
o pensamento analítico e crítico, estabelecendo associações e correlações de conhecimentos e experiências;
seus recursos pessoais para identificação, criação, seleção e organização de ideias na expressão oral e escrita;
a atitude de respeito ao desafio que constitui a interpretação e construção de um texto;
IV – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Texto e contexto: conhecimento linguístico, conhecimento enciclopédico ou conhecimento de mundo, conhecimento interacional;
Texto e contexto, contextualização na escrita;
Intertextualidade;
As informações implícitas (pressuposto e subentendido);
As condições de produção do texto: sujeito (autor/leitor), o contexto (imediato/histórico) e o sentido (interação/interpretação);
Alteração no sentido das palavras: a metáfora e a metonímia;
Os procedimentos argumentativos em um texto
O artigo de opinião e o texto crítico (resenha), enquanto gêneros discursivos.
V – ESTRATÉGIAS DE TRABALHO
O curso será desenvolvido por meio de leitura de textos, oficina de leitura e produção de textos, aulas expositivas e interativas.
VI – AVALIAÇÃO
	A avaliação será realizada por meio de trabalhos provas e participação em aula, conforme regimento da UNIP.
TEXTO 1
TEXTO 2
TEXTO 3
TEXTO 4
A CABRA E O ASNO
Uma cabra e um asno viviam na mesma casa. A cabra ficou com ciúme porque o asno recebia mais ração do que ela. Ela lhe disse: – Que inferno é a sua vida! Quando não está no moinho, está carregando um fardo! Quer um conselho: quer descansar? Faça como se estivesse tendo uma crise de epilepsia e caia num buraco. O asno achou que era um bom conselho: caiu de propósito e quebrou os ossos. Seu dono foi atrás de um médico para socorrê-lo. – Se lhe der um chá de pulmão de cabra, ele vai se restabelecer. A cabra foi sacrificada e o asno ficou curado. 
Quem maquina contra os outros termina fazendo o mal a si próprio. 
 TEXTO 5
Não te amo MAIS. 
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre QUIS. 
Tenho certeza que
Nada foi em VÃO. 
Sinto dentro de mim que
Você não significa NADA. 
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande AMOR. 
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...		 (clarice Lispector)
TEXTO 6
Fui à Água Doce Cachaçaria e tomei uma cachaça da boa, mas tão boa que resolvi levar dez garrafas para casa, mas Dona Patroa me obrigou a jogar tudo fora.
Peguei a primeira garrafa, bebi um copo e joguei o resto na pia.
Peguei a segunda garrafa, bebi outro copo e joguei o resto na pia.
Peguei a terceira garrafa, bebi o resto e joguei o copo na pia.
Peguei a quarta garrafa, bebi na pia e joguei o resto no copo.
Peguei o quinto copo, joguei a rolha na pia e bebi a garrafa.
Peguei a sexta pia, bebi a garrafa e joguei o copo no resto.
A sétima garrafa eu peguei no resto e bebi a pia.
Peguei no copo, bebi no resto e joguei a pia na oitava garrafa.
Joguei a nona pia no copo, peguei na garrafa e bebi o resto.
O décimo copo, eu peguei a garrafa no resto e me joguei na pia.
Não me lembro do que fiz com a patroa!
TEXTO 7
Almas Gêmeas I 
- Oi! Tudo bem? 
- Tudo tranquilo, e aí? 
- Eu estava louca para conversar com você de novo, ontem nosso papo foi muito bom... 
- É verdade, há um mês eu entrei no bate-papo meio por entrar e de repente... 
- De repente? 
- De repente, encontro uma Maria, com a qual sonhei a vida inteira. 
- Verdade mesmo? Você está falando sério? 
- Falando sério? Você nem imagina quanto! Nas nossas conversas rápidas, eu senti assim uma premonição de que ali estava, finalmente, a minha alma gêmea. 
- Agora você me deixou emocionada... Mas, na verdade, eu também senti uma coisa meio diferente e hoje mais ainda, neste nosso início de bate-papo. Sabe de uma coisa, João? Até parece que eu te conheço de uma vida inteira. 
- E eu, Maria? Desde outras vidas, tamanha é a afinidade que eu sinto por você. 
- Que bonito, João. Assim é covardia, esta batalha você ganhou. 
- Ganhei nada, sou desde já refém da sua simpatia, seu jeito, sua forma de expressar... 
- Obrigada, João. 
- Nem agradeça, Maria. Vamos conversar mais, quero saber tudo de você. Quem é você? 
- Adivinha, se gostas de mim... 
- Quem é você, minha misteriosa? 
- Eu sou Colombina. 
- Eu sou Pierrot. Mas nem é carnaval, nem meu tempo passou. Bom, pelo menos depois de você. 
- É verdade, João. Deixando a música de lado, eu que já não sou tão menina, apesar de estar me sentindo assim, quero que você saiba que a minha vida estava muito chata, muito monótona até que o destino te colocou neste diálogo meio louco, meio mágico... 
- Vamos fazer o jogo da verdade, Maria? Eu sou João, ou outro nome qualquer, tenho 45 anos, casado há muito tempo, sem filhos. Meu casamento entrou numa rotina... 
- Eu também, João, estou casada há muito tempo, também sem filhos, achando que era feliz, até te descobrir, e, principalmente, descobrir que estou viva. Apesar de também ter passado dos quarenta, estou me sentindo uma colegial, diante das primeiras emoções. 
- A minha esposa é boazinha, mas não tem a mínima imaginação, nem a tua sensibilidade. Jamais seria capaz de um diálogo deste nível. 
- O meu marido é honesto, trabalhador, mas é um tremendo cretino, só pensa em futebol. 
- Eu até gosto de futebol, mas não sou muito fanático. A minha mulher só quer saber daquelas novelas chatas, sempre do mesmo jeito. 
- Eu quase que nem assisto novelas, prefiro ler e conversar. Com pessoas como você, é claro! 
- Pois é... Este papo de internauta é gostoso, mas já não me satisfaz plenamente. Eu quero te conhecer pessoalmente, tocar no teu corpo. E quem sabe... 
- Eu fico meio envergonhada... Mas, dane-se o pudor, estou louca para fazer com você as coisas mais loucas que puder... 
- Que tal neste fim de semana, à tarde... a gente poderia ir a um barzinho ... 
- Eu topo!!! 
- Me deixa o número do seu celular. 
- Ah! É 9899... 
- 9899... Mas este é o celular da minha esposa!!! É você, Joana??? 
- José?!!!! 									 
(Luiz Fernando Elias)
TEXTO 8
O LOBO MAU E O VALENTE CAÇADOR 
Era uma vez um menininho que vivia numa cabana na floresta com o pai que era caçador e a mãe que fazia de tudo: cozinhava, lavava, passava, arrumava, costurava, se chateava e suspirava. E era uma vez, também, um lobinho que vivia numa caverna nessa mesma floresta com a família toda, que lobo gosta de viver em alcateia, quer dizer em bando. 
O menininho brincava com outras criançasque apareciam por ali: os filhos do lenhador, a filha da lavadeira, o neto do mascate, uma menininha que às vezes se perdia no bosque apanhando framboesa... 
O lobinho brincava com outros lobinhos iguais a ele, irmãos e primos, alguns da mesma ninhada, outros maiores, outros menores, se divertindo com jogos de rolar no chão, se embolar pra lá e pra cá... 
Às vezes, de noite, o pai ou a mãe contava histórias para o menininho na beira da fogueira. E essas histórias tinham sempre um lobo mau. Podiam falar de porquinhos, de chapeuzinho vermelho, de muita coisa, mas já se sabe: de repente, lá vinha um lobo um lobo mau, que bufava, soprava, estufava, derrubava casinha, tinha uns olhos tão grandes e também uma boca tão grande, só para comer criança. 
Às vezes, também, de noite, na caverna, o lobinho custava a dormir e ficava ouvindo as histórias que os lobos mais velhos contavam uns para os outros. E essas histórias sempre tinham um caçador malvado. Podiam falar de riachos limpos, de campos imensos, de muita coisa, mas já se sabe: de repente, lá vinha um caçador que botava armadilha para lobo, dava tiro em lobo, arrancava pele de lobo. 
Quando o menino cresceu um pouco e podia sair sozinho, na hora em que ele pedia: 
- Mãe, posso ir brincar na floresta? 
A mãe sempre respondia; 
-Pode, mas tenha cuidado, meu filho. Não vá longe. Pode ter um lobo por aí. 
E quando o lobinho cresceu um pouco e podia sair sozinho, na hora em que ele pedia: 
-Mãe, posso ir brincar na floresta? 
- Pode, mas tenha cuidado, meu filho. Não vá longe. Pode ter um caçador por aí. 
E eles não iam muito longe. Mas como moravam na mesma floresta e iam crescendo, os passos deles iam ficando maiores e levando cada um mais para perto do outro. Até que um dia... 
Um dia o menino estava distraído, meio longe de casa, e pisou num galho seco que estalou. Aí o lobinho, que também estava por ali, distraído, meio longe de casa, ouviu o estalo, se assustou e bufou. Então os dois se viraram e se olharam. De repente. Frente a frente. 
Aí cada um fez uma das caras mais esquisitas que alguém pode fazer, cara de medo, de muito medo, de pavor mesmo. E as caras apavoradas eram tão apavorantes que cada um saiu correndo para um lado. 
Chegando em casa, o menino contou: 
- Encontrei um lobo na floresta, mas ele ficou com tanto medo que saiu correndo. 
-Chegando na caverna, o lobinho contou: 
- Encontrei um caçador na floresta, mas ele ficou com tanto medo de mim que saiu correndo. 
Parece que quem ouviu não acreditou muito. Mas o que importa é que os dois acreditaram. Quer dizer, acho que acreditaram. Porque, desde esse dia quando precisa andar no bosque, o menino põe a mão no bolso e sai assoviando e cantarolando aquela canção: 
“Quem tem medo de lobo mau? Ninguém tem, ninguém tem...” 
E o lobinho quando precisa ficar acordado de noite estica bem alto o focinho para a lua e uiva: 
- Sumiiiiiiiu! Fugiiiiiiu! Fui eeeeeeeu! 				 (ANA MARIA MACHADO)
TEXTO 9
O Retorno do Patinho Feio
Alfonso era o mais belo cisne do lago príncipe de Astúrias. Todos os dias ele contemplava sua imagem refletida nas águas daquele chiquérrimo e exclusivo condomínio para aves milionárias. Mas Alfonso não se esquecia de sua origem humilde.
- Pensar que, não faz muito tempo, eu era conhecido como o Patinho Feio... Um dia, ele sentiu saudades da mãe, dos irmãos e dos amiguinhos da escola. Voou até a lagoa do Quaquenhá, o pequeno e barrento local de sua infância.
A pata Quitéria conversava com as amigas chocando sua quadragésima ninhada. Alfonso abriu suas largas asas brancas.
- Mamãe! Mamãe! Você se lembra de mim? Quitéria levantou-se muito espantada.
- Se-se-senhor cisne... quanta honra... mas creio que o senhor se confunde...
- Mamãe...?
- Como poderia eu ser mãe de tão belo e nobre animal? Não adiantou explicar. Dona Quitéria balançava a cabeça.
- Esse cisne é mesmo lindo... mas doido de pedra, coitado...
Alfonso foi então procurar a Bianca, uma patinha linda do pré-primário, que vivia chamando Alfonso de feio.
- Lembra de mim, Bianca? Gostaria de me namorar agora? He, he, he.
- Deus me livre! Está louco? Uma pata namorando um cisne! Aberração da natureza...
Alfonso respirou fundo. Nada mais fazia sentido por ali. Resolveu procurar um famoso bruxo da região. Com alguns passes mágicos, o feiticeiro e astrólogo Omar Rhekko resolveu o problema. Em poucos dias, Alfonso transformou-se num pato adulto, gorducho e bastante sem graça. Dona Quitéria capricha fazendo lasanhas para ele.
- Cuidado para não engordar demais, filhinho!
Bianca faz um cafuné na cabeça de Alfonso.
- Gordo... pescoçudo... bicudo... Mas sabe que eu acho você uma gracinha? E viveram felizes para sempre. 
http://www.revistaladykiller.com/2012/07/si-los-animales-fueran-humanos.html
TEXTO 10
 
 
TEXTO 11
Menino cheio de coisa
Vejam só: aos nove anos e três meses de idade, Serginho está deitado embaixo das cobertas com uma calça de veludo de duzentos e vinte reais, camiseta de quarenta e cinco, tênis que pisca quando encosta no solo, óculos de sol com lentes amarelas, taco de beisebol, jaqueta de náilon lilás, boné da Nike, bola de futebol de campo tamanho oficial, dois times de futebol de botão, CD dos Tribalistas, joystick, Gameboy, uma caixa de bombom de cereja ao licor, dois sacos de jujuba, um quebra-cabeça de mil e quinhentas peças, um modelo em escala do “F” cento e dezessete (desmontado), chocolate pra uma semana, três pacotes de batatinha frita (novidade, com orégano), dois litros de refrigerante com copo de canudinho combinando, quatro segmentos retos e quatro curvos de pista de autorama, dois trenzinhos (um de pilha e um de corda), controle remoto, duas raquetes de pingue-pongue, duas canecas do Mickey e nem adianta seu pai, do outro lado da porta trancada pelo menino emburrado, dizer que sua mãe já volta.
Fonte: BONASSI, Fernando. 
TEXTO 12
 
 
TEXTO 13
E agora, José?
(Carlos Drummond de Andrade)
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José ?
  
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?
  
E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?
  
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?
  
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !
  
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?
b.								c.
DRUMMUNDANA
Alice Ruiz
"e agora Maria?
o amor acabou
a filha casou 
o filho mudou
teu homem foi pra vida
que tudo cria 
a fantasia que você sonhou
apagou à luz do dia
e agora maria?
vai com as outras
vai viver
com a hipocondria" 
TEXTO 14
 
TEXTO 15
TEXTO 16
ORAÇÃO DO ROCK
Só o Rock and Roll Salva
Elvis Presley que estais no Céu,
Muito escutado seja Bill Haley, 
Venha a nós o Chuck Berry,
Seja feito barulho à vontade,
Assim como Hendrix, Sex Pistols e Rolling Stones,
Rock and Roll que a cada dia nos melhora,
Escutai sempre Clapton e Neil Young,
Assim como Pink Floyd e David Bowie,
Muddy Waters e The Monkees.
E não deixeis cair o volume do som
102,1 (Kiss FM) de estação
Mas livrai-nos do Axé.
Amém!
TEXTO 17
TEXTO 18
http://www.filmesdecinema.com.br/filme-o-grande-gatsby-9151/FILME O GRANDE GATSBY
O GRANDE GATSBY
Título original: 
The Great Gatsby
Duração: 
Não disponível
Gênero: 
Drama / Romance 
Direção: 
Baz Luhrmann
Ano: 
2012
País de origem:
EUA / AUSTRÁLIA
SINOPSE:
O Grande Gatsby" acompanha o aspirante a escritor Nick Carraway enquanto ele deixa o centro-oeste americano e chega a Nova York na primavera de 1922, uma era de afrouxamento moral, jazz resplandecente e rios de contrabando. Perseguindo seu próprio sonho americano, Nick vira vizinho de um misterioso e festeiro milionário, Jay Gatsby (DiCaprio), quando vai viver do outro lado da baía com a prima Daisy e seu marido mulherengo de sangue azul, Tom Buchanan. É assim que Nick é atraído para o mundo cativante dos milionários, suas ilusões, amores e fraudes. Ao testemunhar fatos de dentro e fora do mundo que ele habita, Nick escreve um conto de amor impossível, sonhos incorruptíveis e tragédias que espelham nossos próprios conflitos em tempos modernos.
 
ELENCO:
Leonardo DiCaprio (Jay Gatsby) 
Carey Mulligan (Daisy Buchanan) 
Isla Fisher (Myrtle Wilson) 
Tobey Maguire (Nick Carraway) 
Joel Edgerton (Tom Buchanan) 
Callan McAuliffe (Young Jay Gatsby) 
Gemma Ward (Languid Girl) 
Amitabh Bachchan (Meyer Wolfsheim) 
Jason Clarke (George Wilson) 
Elizabeth Debicki (Jordan Baker) 
Jack Thompson 
Jacek Koman 
Vince Colosimo 
Max Cullen (Owl Eyes) 
ROTEIRO:
Roteiro:
F. Scott Fitzgerald, Baz Luhrmann, Craig Pearce
Distribuição:
Warner Bros.
→___________________________________________________________________
TEXTO 19
Maioridade penal
Em artigo, o jornalista do jornal O Tempo, Oswaldo Antunes, comenta os paradigmas da maioridade penal.
Segundo o  articulista, o que precisa ser corrigido é omissão dos poderes públicos e seus agentes com o que o Estatuto da Criança e do Adolescente determina
Na visão moral, o crime não compensa. Mas esse refrão, na prática, é controverso e permite aos céticos cometer delitos graves, sem punição: as principais razões da criminalidade - falta de cultura, má educação ou viciosa organização do Estado -, por serem mais da ordem social do que individual, acabam sendo aceitas como de inevitável perpetuação.
Em comentário anterior abordamos a hipócrita passividade liberal que permite legislar bem e executar mal. O caso do Estatuto da Criança e do Adolescente é exemplo pungente. Pretendeu-se dar aos menores a proteção integral, isto é, "assegurar-lhes com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária". Para que todo bem se tornasse possível, a lei determinou que fosse dada às crianças todas e adolescentes a primazia de receber proteção e socorro e a precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; tanto quanto na formulação e na execução de políticas sociais. E privilegiou a destinação de recursos, o que também não é feito. 
O que se vê na realidade são crianças abandonadas e adolescentes socialmente excluídos, fora também da proteção do Estado. E, além de vítimas do abandono, da falta de oportunidade para se educarem e profissionalizar, ficam à mercê do tráfico de drogas e da exploração da sua fragilidade por criminosos adultos. Quando, como consequência do desvirtuamento da lei, cometem pequenos delitos, o órgão encarregado pela sociedade de acolhê-los e zelar pelos seus direitos nada mais é do que uma prisão inadequada e cruel. Ali não há como proteger os de faixa etária menor e os primários. A natureza menos grave do fato causador da apreensão, que recomendaria uma recuperação educacional, não pode ser levada em conta. Os menores de 12 ou 13 anos, que agiram sem dolo, são colocados como aprendizes de criminosos prestes a atingir a maioridade e deles recebem orientação para o crime hediondo.
Por isso, e o mais que ocorre em razão da prevaricação dos responsáveis, a redução da maioridade penal não é solução para seu abandono. Pode ser feita como cataplasma, mas não resolve. O que precisa ser corrigido é a antiga, constante e revoltante omissão dos poderes públicos e seus agentes. E verificar que essa omissão é consequência de desvios na ordem e nos recursos públicos; pune-se o furto de uma criança, mas os delitos privilegiados, como o grande estelionato, são consentidos. 
A disputa do espólio de influente político falecido pode ilustrar bem essa inversão. No caso, o crime, apesar de suas nefastas consequências sociais, compensa a quem o comete. Prejudicada fica a nação, atingida na sua origem, a infância. Enquanto herdeiros da batota a reivindicam perante a Justiça cega, à vista de todos é penalizada a criança do morro e da cracolândia.
Publicado originalmente em 04/04/2008
Pelo jornal O Tempo, por Oswaldo Antunes
→___________________________________________________________________
TEXTO 20
Argumentação
Um dos aspectos importantes a considerar quando se lê um texto é que, em princípio, quem o produz está interessado em convencer o leitor de alguma coisa. Todo texto tem, por trás de si, um produtor que procura persuadir o seu leitor (ou leitores), usando para tanto vários recursos de natureza lógica e linguística.
Chamamos procedimentos argumentativos a todos os recursos acionados pelo produtor do texto com vistas a levar o leitor a crer (convencer) naquilo que o texto diz e a fazer (persuadir) aquilo que ele propõe.
Para ter ideia de alguns desses procedimentos argumentativos, vamos ler um fragmento de um dos sermões de Padre Antônio Vieira, no qual ele tenta explicitar certos recursos que o pregador deve usar para que o sermão cumpra o papel de persuasão ou convencimento:
(...) O sermão há de ser duma só cor. Há de ter um só objeto, um só assunto. Uma só matéria.
Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que se conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que se hão de seguir, com os inconvenientes que se devem evitar, há de responder às dúvidas, há de satisfazer às dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força da eloquência os argumentos contrários, e depois disto há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é sermão, isto é pregar, e o que não é isto, é falar de mais alto. Não nego nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma matéria, e continuar e acabar nela.
 (Sermão da Sexagésima. In: ______. Os sermões. São Paulo. Difel, 1968. VI, p. 99.)
Tomando o fragmento citado como ponto de partida, podemos inferir alguns dos recursos argumentativos que um texto deve conter para ser convincente ou persuasivo.
A primeira qualidade que Vieira aponta é que o texto deve ter unidade, isto é, deve tratar de “um só objeto”, “uma só matéria”.
Essa qualidade é um dos mais importantes recursos argumentativos já que um texto dispersivo, cheio de informações desencontradas não é entendido por ninguém: fica-se sem saber qual é seu objeto central. O texto que fala de tudo acaba não falando de nada.
Mas é preciso não confundir unidade com repetição ou redundância. O próprio fragmento que acabamos de ler adverte que o texto deve ter variedade desde que essa variedade explore uma mesma matéria, isto é, comece, continue e acabe dentro do mesmo tema central.
Outro recurso argumentativo apontado no texto de Vieira é a comprovação das teses defendidas com citações de outros textos autorizados. Como sacerdote que é, sugere as citações das Sagradas Escrituras, já que, segundo sua crença, são elas a fonte legítima da verdade. Um texto ganha mais peso quando, direta ou indiretamente, apoia-se emoutros textos que trataram do mesmo tema.
Costuma-se chamar argumento de autoridade a esse recurso à citação.
O texto aconselha, ainda, que o pregador, ao elaborar o seu sermão, use o raciocínio ou a razão para estabelecer correlações lógicas entre as partes do texto, apontando as causas e os efeitos das afirmações que produz.
Esses recursos de natureza lógica dão consistência ao texto, na medida em que amarram com coerência cada uma das suas partes. Um texto desorganizado, sem articulação lógica entre os seus segmentos, não é convincente, não é persuasivo.
Além disso, o pregador deve cuidar de confirmar com exemplos adequados as afirmações que faz. Uma ideia geral e abstrata ganha mais confiabilidade quando vem acompanhada de exemplos concretos adequados. Os dados da realidade observável dão peso a afirmações concretas.
Um último recurso argumentativo apontado pelo texto de Vieira é a refutação dos argumentos contrários. Na verdade, sobretudo quando se trata de um tema polêmico, há sempre versões divergentes sobre ele. Um texto, para ser convincente, não pode fazer de conta que não existam opiniões opostas àquelas que se defendem no seu interior. Ao contrário, deve expor com clareza as objeções conhecidas e refutá-las com argumentos sólidos.
Esses são alguns dos recursos que podem ser explorados pelo produtor do texto para conseguir persuadir o leitor.
Além desses há outros procedimentos argumentativos que serão explorados em lições posteriores.
O que interessa destacar nesta lição é o fato de que a argumentação está sempre presente em qualquer texto. Por argumentação deve-se entender qualquer tipo de procedimento usado pelo produtor do texto com vistas a levar o leitor a dar sua adesão às teses defendidas pelo texto.
Texto Comentado
Sermão de Santo Antônio
Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma coisa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem; ou é porque o sal não salga e os pregadores se pregam a si, e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes em vez de servir a Cristo, servem os seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal.
(VIEIRA, Antônio, Pe. Os sermões. São Paulo, Difel, 1968. I, p. 340.)
Evidentemente, um fragmento de texto não se presta para ilustrar todos os recursos argumentativos conhecidos; eles são praticamente inesgotáveis.
No fragmento do "Sermão de Santo Antônio" acima citado, destacam-se basicamente três tipos de recurso argumentativo: 
a unidade do tema; 
a coerência lógica entre cada uma das partes do texto; 
o recurso à citação de um texto autorizado: a palavra de Cristo.
O tema central é um só: as possíveis causas da ineficiência dos pregadores.
O texto inicia-se pela citação das palavras de Cristo, que jogam com duas metáforas: o sal (os pregadores) e a terra (os ouvintes).
O próprio texto esclarece o sentido das metáforas: os pregadores são designados como sal porque se espera que eles tenham a ação do sal, isto é, evitar que os alimentos entrem em corrupção; a terra representa os ouvintes da pregação, aqueles a quem se dirige o sermão, o lugar onde se joga a semente (a palavra de Deus).
A seguir, o texto aponta uma contradição: a terra (os ouvintes da palavra) está corrupta apesar de contar com vários pregadores.
Qual será, então, a causa dessa contradição?
A partir daí, o texto começa a enumerar as causas possíveis, e todas elas são o desdobramento de duas possibilidades: a corrupção da terra se explica pela ineficiência do sal (os pregadores) ou pela recusa da terra (os ouvintes).
Essa oposição básica dá unidade a todas as hipóteses que vêm a seguir, como se pode notar pelo esquema abaixo:
	
Hipóteses que se referem ao tema da ineficiência dos pregadores, representados pela figura “o sal não salga”
	
Hipóteses que se referem ao tema da recusa dos ouvintes, representado pela figura “a terra não se deixa salgar”
	
ou os pregadores não pregam a verdade;
ou os pregadores agem contra aquilo que pregam;
ou os pregadores pregam a si não a Cristo.
	
ou os ouvintes se recusam a aceitá-la;
ou os ouvintes preferem agir como os pregadores ao invés de agir conforme o que eles pregam;
ou os ouvintes preferem seguir seus próprios apetites.
E a conclusão vem no final: na verdade, todas essas causas são responsáveis pelo insucesso dos pregadores.
TEXTO 21
Os muitos fantasmas
O encontro de ontem entre o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Mário Amato, e o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Jair Meneguelli, em torno de uma pauta comum de combate à inflação, é revelador do tamanho que ganhou o fantasma da disparada de preços.
Meneguelli e Amato, representantes de um pedaço expressivo da sociedade, têm tão tremendas diferenças de opinião a respeito de quase tudo que seria inimaginável vê-los discutindo com proveito qualquer coisa. Mas a presença de um inimigo comum, externo a ambos, colocou-os lado a lado, o que é um primeiro passo positivo.
O problema é que subsistem outros fantasmas, além da inflação, a travar o aprofundamento dos contatos entre sindicalistas e empresários. Vicente Paulo da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, aponta um deles: "Os empresários são contraditórios. Falam em pacto, mas gastam um dinheirão para tentar remover da Constituição direitos sociais mínimos". Vicentinho pede "um gesto concreto" de Mário Amato na direção do atendimento de reivindicações dos sindicatos.
Entre os dois outros interlocutores da mesa tripartite de um pacto contra a inflação - empresários e o governo - pesa a mesma sombra de desconfiança. Os empresários acham que o governo não faz o que deve, em matéria de corte do déficit público, enquanto o governo jura que está fazendo tudo o que pode.
Também entre governo e sindicalistas há uma óbvia desconfiança, a ponto de Vicentinho generalizar: "Falta credibilidade tanto por parte do governo como por parte do empresariado". É muito possível que os empresários e o governo achem que a mesma credibilidade deles exigida falte aos líderes sindicais.
Fica difícil, nesse terreno pantanoso, caminhar na direção de um acordo que abata o inimigo comum, a inflação. A única perspectiva é a constatação de que algo precisa ser feito, porque mesmo as mais negras previsões feitas até o fim do primeiro semestre começam a ser atropeladas por uma realidade ainda mais feia.
(ROSSI. Clóvis - Folha de S. Paulo, Caderno A-2. 20 jul. 1988)
Questões
1. No primeiro parágrafo, o produtor do texto afirma que o encontro entre Mário Amato e Jair Meneguelli serve para revelar que a disparada dos preços ganhou proporções assustadoras. Qual o argumento que Clóvis Rossi usa para demonstrar a afirmação que faz?
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2. Embora reconheça que o encontro entre sindicalistas e empresários seja um passo positivo para tentar resolver o problema da inflação, o articulista considera difícil que esses contatos progridam e se estreitem mais. Qual o argumento que ele usa para comprovar sua visão pessimista?
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3. Quando diz "Os empresários são contraditórios.Falam em pacto, mas gastam um dinheirão para tentar remover da Constituição direitos sociais mínimos", as aspas indicam que o articulista está citando textualmente as palavras do líder sindical. Em termos de argumentação, que efeito produz a citação textual?
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4. Clóvis Rossi cita textualmente as palavras de Vicente Paulo da Silva para argumentar a favor de uma afirmação que fez anteriormente. De que afirmação se trata?
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5. Qual o argumento que usa para demonstrar que entre o governo e os empresários também existe desconfiança?
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6. Por que o articulista afirma cautelosamente que "é muito possível que os empresários e o governo achem que a mesma credibilidade deles exigida falte aos líderes sindicais"?
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7. Lendo o texto, no seu todo, pode-se concluir que Clóvis Rossi usou vários argumentos para afirmar que:
A inflação é o maior de todos os problemas que separam empresários e sindicalistas.
Apesar de um pequeno progresso, o pacto entre empresários e sindicalistas encontra sérios obstáculos pela frente.
O governo desconfia dos empresários tanto quanto os empresários desconfiam dos sindicalistas. 
Não há base alguma para um acordo entre empresários e sindicalistas.
Os próprios sindicalistas estão divididos entre si.
TEXTO 22
EXEMPLOS DE TEXTOS ARGUMENTATIVOS
Os procedimentos argumentativos devem ser utilizados pelo produtor do texto para convencer o leitor daquilo que o texto está dizendo.
Na vida prática, podem ocorrer situações em que nos vemos diante da necessidade de redigir textos bem argumentados para protestar contra certos abusos, para defender uma posição ou para exigir providências em favor de nossos direitos. Muitos jornais reservam espaço para que seus leitores façam esses pronunciamentos.
Leia, por exemplo, dois desses textos extraídos da seção “Painel do Leitor”, da Folha de S. Paulo, do dia 12 de novembro de 2002. Os textos contêm opiniões de leitores a favor e contra o editorial “As cotas do PT” (Opinião, 11/11/02).
Editorial: As cotas do PT
O racismo é, sem dúvida, uma das graves mazelas que atingem o mundo. E o “racismo cordial” brasileira não é uma exceção. Ao contrário até, ele conspira para esconder o problema e, dessa forma, eternizá-lo. É mais do que louvável, portanto, o desejo do PT de instituir mecanismos efetivos de combate ao racismo. Mas a proposta de criar cotas para estudantes negros nas universidades públicas, em que pese sua justeza, apresenta tantas dificuldades conceituais e práticas que o bom senso recomendaria reconsiderá-la.
No plano operacional, as cotas esbarrariam na definição de quem é negro. A única forma democrática de fazê-lo é seguir a prática do IBGE e erigir a autodefinição como critério. O problema da autodefinição é que qualquer um, para obter mais facilmente a tão desejada vaga, poderá declarar-se negro sem que o estado ou a universidade possam contestar.
Outras críticas pertinentes em relação à política de cotas incluem o fato de que ela não traz benefícios para a escola pública em geral e o risco de que ela acabe por gerar duas classes de alunos universitários: os “normais” e os que só conseguiriam uma vaga por ser negros.
Em termos teóricos, a adoção das cotas é problemática por envolver discriminação. Como o número de vagas na universidade pública é finito, para cada estudante que entrar pelo sistema de cotas haverá outro que perderá a vaga. Isso não seria necessariamente um problema se a filosofia do vestibular não estivesse calcada na meritocracia. Se a ideia é que os melhores consigam o posto, fica complicado trazer outros critérios que contrariem esse princípio.
Mesmo reconhecendo que é legítimo, necessário e urgente criar condições para que negros e brancos, pobres e ricos disputem vagas nas universidades públicas em condições de igualdade, esta Folha é contrária à política de cotas. Para além dos problemas operacionais que cria, ela tem como pressuposto a noção equivocada de que se combate uma injustiça criando outra.
Painel do leitor
“Extremamente oportuno o editorial da Folha (...), tratando das cotas para ingresso de estudantes negros na universidade. A proposta de vagas seletas para negros, muito mais que esbarrar em problemas operacionais sobre a definição do que é se negro, esbarra em equívocos teóricos os quais eu imaginava serem mínimos numa administração como a do PT. 
Simpatizo com a causa dos negros, mas não será dando vagas que resolveremos esse problema. Teríamos de dar condições para os negros aumentarem seu poder de competição. Por que vamos tentar evitar uma discriminação acarretando outra, uma vez que muitos pobres de quaisquer raça também não conseguem chegar à universidade.” (Gílson Luiz Volpato – professor universitário – Botucatu – SP)
“A Folha afirma em editorial reconhecer justa a adoção de cotas para o ingresso de negros nas universidades públicas. Afirma também ser contrária à medida. Procurei no texto algum argumento que embasasse tamanha contradição e não encontrei. O problema é gerado por um sistema econômico e social que impede que grande parcela da população brasileira, os estudantes negros, chegue à universidade pública exatamente por serem negros. Portanto, se o estudante negro é, desde o ensino fundamental, um cidadão ‘anormal’, como argumentar que os estudantes ‘normais’ serão prejudicados pela adoção de cotas se eles são ‘normais’ exatamente pelo fato de não serem negros?” (Daniel Louzada – Brasília – DF)
Os produtores dos três textos escrevem sobre um determinado problema e argumentam defendendo ou criticando a posição da Folha a respeito das cotas para negros nas universidades públicas.
TEXTO 23
Julie: Esse cigarro tem um cheiro horrível! 
Jules: Estou a incomodar-te? 
Julie: No que me toca, penso que deviam tornar o consumo de cigarros completamente ilegal. 
Jules: Estás a ir longe demais, não se pode proibir completamente o tabaco: de qualquer modo eu tenho o direito de fumar na minha própria casa! 
Julie: Só estás a pensar em ti: então e as outras pessoas aqui em casa? Estás a obrigá-las a também inalar fumo. 
Jules: Não necessariamente; posso ir para outra divisão. 
Julie: Isso está bem para ti; mas nem toda a gente tem um apartamento suficientemente grande, com divisões extras para fumadores. 
Jules: Hmm, ok, ganhaste, vou apagar o cigarro, mas amanhã... Sabes, é verdade que o tabaco provoca cancro, fica-se com litros de alcatrão nos pulmões. 
Julie: Pois, e não é só isso; muitas pessoas também morrem de doenças cardíacas e de circulação por causa do tabaco. 
Jules: Mas nem sempre é mortal; o meu avô viveu até aos 90 anos e fumava dois maços de Gitanes por dia. 
Julie: Mas isso é um caso particular, não é um verdadeiro argumento contra impedir que as pessoas fumem 
Jules: Bom, sendo assim... 
TEXTO 24
EXEMPLOS DE METÁFORA:
“O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais”. (Carlos Drummond de Andrade) 
A associação do tempo a uma cadeira ao sol é puramente subjetiva. Cabe ao leitor completar o sentido de tal associação, a partir da sua sensibilidade, da sua experiência. Essa metáfora, portanto, pode ser compreendida das mais diferentes formas. Isso não quer dizer que ela possa ser interpretada de qualquer jeito, mas que a compreensão dela é flexível, ampla. 
Observe a transformação de comparações metafóricas (ou símiles) em metáforas: 
O Sr. Vivaldo é esperto como uma raposa. 
(comparação metafórica) 
O Sr. Vivaldo é uma raposa. 
(metáfora) 
A vida é fugaz como chuva de verão.(comparação metafórica) 
A vida é chuva de verão. 
(metáfora) 
Na linguagem cotidiana, deparamo-nos com inúmeras expressões como: 
cheque-borracha		cheque-caubói 		voto-camarão 		
manga-coração-de-boi 	manga-espada
Nos exemplos já vistos, fica bastante claro o porquê existência de metáforas. Diante de fatos e coisas novas, que não fazem parte da sua experiência, o homem tem a tendência de associar esses fatos e essas coisas a outros fatos e coisas que ele já conhece. Em vez de criar um novo nome para o peixe, ele o associa um objeto da sua experiência (espada) e passa a denominá-lo peixe-espada. O mesmo acontece com peixe-boi, peixe-zebra, peixe-pedra, etc. (Se quiser fazer uma experiência, abra o dicionário na palavra "peixe" e verá quantas expressões são formadas a parti desse processo.) 
Muitos verbos também são utilizados no sentido metafórico. Quando dizemos que determinada pessoa "é difícil de engolir", não estamos cogitando a possibilidade de colocar essa pessoa estômago adentro. Associamos o ato de engolir (ingerir algo, colocar algo para dentro) ao ato de aceitar, suportar, aguentar, em suma, conviver. Alguns outros exemplos: 
A vergonha queimava-lhe o rosto. As suas palavras cortaram o silêncio. 
O relógio pingava as horas, uma a uma, vagarosa mente. 
Ela se levantou e fuzilou-me com o olhar. 
Meu coração ruminava o ódio. 
Até agora, vimos apenas casos de palavras que assumiam um sentido metafórico. No entanto, existem expressões inteiras (e até textos inteiros) que têm sentido metafórico, como: 
ter o rei na barriga: ser orgulhoso;
pôr minhocas na cabeça : pensar em bobagens;
dar um sorriso amarelo: sorrir sem graça;
tudo azul: tudo bem;
ir para o olho da rua: ser despedido, ser mandado embora .
Como se pode perceber, a metáfora afasta-se do raciocínio lógico, objetivo. A associação depende da subjetividade de quem cria a metáfora, estabelecendo uma outra lógica, a lógica da sensibilidade.
(http://www.colegioweb.com.br/portugues/metafora)
TEXTO 25
EXEMPLOS DE METONÍMIA:
Sou alérgico a cigarro. 
(o cigarro é a causa, a fumaça é o efeito. Pode-se ser alérgico à fumaça, mas não ao cigarro) 
Muitos pintores, embora famosos, não conseguem viver da pintura.
("Pintura", aqui, está sendo utilizada no lugar de "quadros", o produto da pintura; há uma relação de causa e efeito, portanto)
Ele ganha a vida com o suor. 
Os cabelos brancos chegaram antes do esperado. 
Conhecemos muitos símbolos que não deixam de ser modalidades da metonímia, como: 
a cruz : o cristianismo 
a espada: o poder militar 
o cetro : o poder monárquico, a autoridade 
a coroa: o poder monárquico, a realeza 
os chinelos : o ócio, o conforto 
a máscara: a falsidade, a dissimulação
(http://www.colegioweb.com.br/portugues/sinestesia-e-metonimia)
TEXTO 26
SUBENTENDIDOS
1. MÉDICO 
  O sujeito vai ao médico, caindo de bêbado. Durante a consulta, vêm as 
  perguntas de praxe: 
  - Nome? 
  - Juvenal dos Santos! 
  - Idade? 
  - 32 anos. 
  - O senhor bebe? 
  - Vou aceitar um gole, mas só pra te acompanhar! 
2. AS MÃES 
  A mãe americana encontra uma lata de cerveja na bolsa da filha e pergunta para si mesma: 
  - Será que minha filha está bebendo? 
  A mãe italiana encontra um maço de cigarros na bolsa da filha e se questiona: 
  - Será que minha filha começou a fumar? 
  
E, como não poderia faltar, a mãe portuguesa encontra um preservativo na bolsa da filha, e se pergunta: 
  - Meu Deus! Será que minha filha tem um p.......??!!! 
3.
“As Cobras” – Luis Fernando Veríssimo.
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia Básica 
FIORIN, José Luiz e PLATÃO, Francisco. (2008). Para entender o texto: leitura e redação. 17. ed. São Paulo: Ática.
_____. (2006). Lições de texto: leitura e redação. 5. ed. São Paulo: Ática. 
KOCH, Ingedore Villaça & ELIAS, Vanda Maria. (2006). Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto.
Bibliografia Complementar
ANDRADE, Maria Margarida de & HENRIQUES, Antonio. (2007). Língua Portuguesa: noções básicas para cursos superiores. 8. ed. São Paulo: Atlas.
 
FARACO, Carlos Alberto e TEZZA, Cristóvão. (2008) 17ª ed. Prática de texto para estudantes universitários. 17. ed. Petrópolis: Vozes.
Dicionários diversos, jornais e revistas.

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