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Sintaxe de concordancia - Parte II

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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS REGULAR 
ADAPTADO AO ACORDO ORTOGRÁFICO 
PROFESSORA: CLAUDIA KOZLOWSKI 
 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
AULA 5 - SINTAXE DE CONCORDÂNCIA – PARTE 2 
Hoje, daremos continuidade ao estudo da sintaxe de concordância, desta vez 
analisando os casos de concordância verbal. 
Segundo a regra geral, o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e 
pessoa. Em uma linguagem mais simples, o núcleo do sujeito manda no verbo, mas 
é a partir do verbo que conseguimos identificar o sujeito. 
O técnico escalou o time. 
Os técnicos escalaram os times. 
Para isso, perguntamos ao verbo quem/o que é o seu sujeito: quem escalou o 
time? O técnico / os técnicos. 
As construções dos exemplos acima apresentam sujeito simples (um único núcleo) 
e dispõem os elementos da oração na ordem direta, ou seja, SUJEITO + VERBO + 
COMPLEMENTOS. 
Em frases como essas, fica bem fácil identificar o sujeito e seu núcleo e perceber 
qualquer erro de concordância. Veja como isso caiu em uma das mais recentes 
provas da ESAF: 
(ESAF/AFT/2006) Os trechos abaixo constituem um texto. Assinale a opção 
que apresenta erro. 
a) A Primeira Revolução Industrial pode ser entendida como uma guinada 
de todos os indicadores econômicos ingleses, sobretudo nas duas últimas 
décadas do século XVIII. 
b) Tal avanço dos indicadores econômicos tiveram várias razões: a 
intensificação do Comércio Internacional desde o século XVI, a Revolução 
Agrícola (e a expulsão de vastos contingentes de campesinos para as 
cidades), o surgimento de uma indústria têxtil inglesa etc. 
c) Esses acontecimentos propiciaram o que o historiador Eric Hobsbawm 
chama de a “partida para o crescimento auto-sustentável”. Por 
“crescimento auto-sustentável” entende-se: o poder produtivo das 
sociedades humanas, até então sujeito a variáveis climáticas ou 
demográficas, tornou-se crescente e constante – livre de epidemias, fomes, 
pestes ou intempéries, que regularmente ceifavam grandes contingentes de 
mão-de-obra em quase toda a Europa. 
d) Contraposto à Idade Média, em que o problema crônico da produção era 
a falta de homens e mulheres nos campos (e não de terras), o período que 
se segue à Revolução Industrial é aquele em que o homem começa a 
tornar-se um pouco mais supérfluo. 
e) Como explicita Hobsbawm, trata-se de período em que, às grandes 
massas de desempregados e campesinos desapossados, juntou-se um 
sistema fabril mecanizado que produzia “em quantidades tão grandes e a 
um custo tão rapidamente decrescente a ponto de não mais depender da 
demanda existente, mas de criar o seu próprio mercado”. 
(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no 
Mundo.http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/Historico) 
Será que você acertou??? 
O gabarito deu como incorreta a construção da opção B. Note que o núcleo do 
sujeito é avanço (“Tal avanço dos indicadores econômicos...”). Com este elemento, 
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o verbo TER deve concordar. Os demais elementos (“tal”, “dos indicadores 
econômicos”) só vêm complementar o sentido do núcleo. Normalmente, devido à 
proximidade do verbo com vários elementos no plural, não notamos que ele deve 
permanecer no singular. Para evitar erros como esses (muito comuns nas provas 
da ESAF), uma boa dica é assinalar o núcleo de alguma forma (sublinhando, 
envolvendo com um círculo etc). 
A construção correta seria: “Tal avanço dos indicadores econômicos teve várias 
razões...”. Esse é um caso de construção na ordem direta (sujeito + verbo + 
complemento) com apenas um núcleo do sujeito (sujeito simples). 
Se você achou essa questão complicada, prepare-se, pois pode piorar! Vida de 
concursando não é essa maravilha aí, não... Normalmente, as construções vêm em 
ordem invertida e/ou com o sujeito bem distante do verbo, o que dificulta a 
constatação de um equívoco na concordância. Esse, aliás, é o estilo da ESAF. Entre 
o núcleo do sujeito e o verbo são dispostos vários elementos em número diverso do 
apresentado pelo sujeito. Resultado: sem que percebamos, acabamos 
“contaminados” e aceitamos uma concordância incorreta. 
ACORDO ORTOGRÁFICO: Uma observação acerca das novas regras de ortografia: 
agora, devemos registrar “autossuntentável” (tudo junto, dobrando o “s”) e “mão 
de obra” (sem hífen). 
 
Daquela mesma prova, tiramos este outro exemplo de erro de concordância, um 
pouco mais complicadinho. Resolva a questão e leia o comentário. 
(ESAF/AFT/2006) Os trechos a seguir constituem um texto. Assinale a 
opção que apresenta erro de concordância. 
a) As riquezas geradas eram, de fato, imensas e as condições de vida nas 
cidades costumavam ser horríveis. Para se ter idéia, alguns recenseamentos 
ingleses, da década de 1840, relatam que o homem do campo vivia, em 
média, 50 anos e o da cidade, 30 anos. 
b) Talvez esses números sejam indicadores da dramaticidade das 
modificações ocasionadas, na vida de milhões de seres humanos, pela 
Revolução Industrial. 
c) Essa dramaticidade que, muitas vezes, nos escapa, mas que podemos 
entrever, como nos informa Hobsbawm, se levarmos em conta que era 
comum, nas primeiras décadas dos oitocentos, encontrar trabalhadores 
citadinos vivendo de forma que seria absolutamente irreconhecível para 
seus avós ou mesmo para seus pais. 
d) A fragmentação das sociedades campesinas tradicionais, que originou as 
grandes massas nas cidades, fazem com que, nas palavras de Hobsbawm, 
“nada se tornasse mais inevitável” do que o aparecimento dos movimentos 
operários. 
e) Aqueles trabalhadores, que viviam em condições insuportáveis, não 
tinham quaisquer recursos legais, somente alguns rudimentos de proteção 
pública. 
(Raquel Veras Franco, Breve Histórico da Justiça e do Direito do Trabalho no 
Mundo - http://www.tst.gov.br/Srcar/Documentos/ Historico) 
 
ACORDO ORTOGRÁFICO: Agora, a palavra é “ideia” (a), sem acento agudo. 
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O gabarito é a letra d. Desta vez, o núcleo do sujeito (fragmentação – núcleo do 
sujeito na construção “A fragmentação das sociedades campesinas tradicionais”) 
está bem distante do verbo (fazer) e, entre eles, elementos no plural – e não são 
poucos: “das sociedades campesinas tradicionais, que originou as grandes massas 
nas cidades”. Nada disso interessa! O núcleo do sujeito continua sendo o mesmo – 
fragmentação – no singular, e com ele deve o verbo concordar: “a fragmentação 
(...) faz com que...”. 
LEMBRE-SE DA DICA: em questões como essa, MARQUE o núcleo do 
sujeito, para não perdê-lo de vista nem da memória. 
 
A seguir, apresentamos alguns casos especiais de concordância verbal que 
devem ser observados. 
Caso 1 - Sujeito composto – No sujeito composto, há mais de um núcleo do 
sujeito. 
Quando o sujeito composto estiver: 
1.a) anteposto ao verbo (SUJEITO + VERBO), o verbo vai para o plural, ou 
seja, obedece à concordância gramatical – o verbo concorda com os núcleos do 
sujeito. Como o sujeito (com todos os seus núcleos) já foi apresentado, não resta 
outra saída a não ser concordar com todos os elementos. 
O técnico e os jogadores chegaram ontem a São Paulo. 
 
1.b) posposto ao verbo (VERBO + SUJEITO), o verbo pode concordar com o 
sujeito mais próximo (concordância atrativa) ou ir para o plural, concordando com 
todos eles (concordância gramatical). O raciocínio dessa concordância é este: como 
o sujeito ainda não foi apresentado, o verbo pode “garantir” a concordância logo 
com o primeiro (concordância atrativa) ou “aguardar” a apresentação de todos e 
com todos eles concordar (concordância gramatical). 
Chegou(aram) ontemo técnico e os jogadores. 
Se houver ideia de reciprocidade, obrigatoriamente o verbo vai para o 
plural; afinal, por ser recíproca, a ação necessita de mais de um agente. 
Agrediam-se mãe e filha. 
 
1.c) Havendo pronomes pessoais, formado com pessoas diferentes: verbo 
fica no plural da pessoa predominante (1ª, 2ª ou 3ª), obedecendo à seguinte 
ordem de preferência: 
PREVALECE A 1ª PESSOA – VERBO NA 1ª PESSOA DO PLURAL 
Eu, você e os alunos iremos ao museu.(NÓS) 
NA AUSÊNCIA DA 1ª PESSOA, PREVALECE A 2ª PESSOA – VERBO NA 2ª 
PESSOA DO PLURAL: 
Tu, ela e os peregrinos visitareis o santuário.(VÓS) 
Nesse segundo caso, modernamente vários autores (Rocha Lima, Sacconi, dentre 
outros) já aceitam a conjugação na 3ª pessoa do plural, haja vista o desuso das 
segundas pessoas na linguagem coloquial brasileira. 
Tu, ela e os peregrinos visitarão o santuário (VOCÊS). 
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Se a oração estiver em ordem inversa (VERBO + SUJEITO COMPOSTO), pode haver 
a concordância atrativa, ou seja, o verbo pode também concordar com o primeiro 
elemento: 
Irá ao museu ela e eu (3ª p.sing.) / Irei ao museu eu e ela (1ª p.singular) 
OU 
Iremos ao museu ela e eu/eu e ela (1ª p.plural) 
 
1.d) Com núcleos em correlação (tanto...como; como; não só ... bem como) 
POLÊMICA À VISTA! Vários autores registram o emprego do verbo concordando 
com o primeiro. 
O cientista assim como o médico pesquisa a causa do mal. 
Esse é o posicionamento do mestre LUIZ ANTÔNIO SACCONI (em Gramática 
Básica) – Os exemplos dados pelo professor apresentam o segundo elemento 
isolado por vírgulas, com a flexão somente com o primeiro elemento: 
Meus amigos, assim como eu, gostam de estudar Português. 
Eu, bem como meus amigos, gosto de estudar Português. 
No entanto, também há registros de concordância com todos os elementos. 
- CELSO CUNHA & LINDLEY CINTRA (em Nova Gramática do Português 
Contemporâneo) - O posicionamento dos professores Celso Cunha e Lindley Cintra 
é que, se não houver pausa entre os sujeitos (ou seja, não houver vírgula), o verbo 
irá para o plural: 
“Qualquer se persuadirá de que não só a nação mas também o príncipe 
estariam pobres.” 
Os gramáticos ainda destacam o caso de sujeitos ligados por conjunção 
comparativa. Segundo eles, quando dois sujeitos estão unidos por uma das 
conjunções comparativas como, assim como, bem como e equivalentes, a 
concordância depende do valor que atribuímos ao conjunto. O verbo concordará 
com o primeiro elemento se quisermos destacá-lo: 
A íris, como a impressão digital, é única em cada pessoa. 
Nesse caso, a conjunção conserva seu valor comparativo, e o segundo termo vem 
enunciado entre pausas, indicadas na escrita pelas vírgulas. 
Se os elementos se adicionam, se complementam, o verbo vai para o plural, 
seguindo o modelo apresentado nas estruturas correlativas não só... mas 
também, tanto...como, visto acima. 
- ROCHA LIMA (em Gramática Normativa da Língua Portuguesa)- O mestre 
registra a dupla possibilidade de flexão, destacando como preferível a flexão no 
plural: 
“Se o sujeito é construído com a presença de uma fórmula correlativa, deve 
preferir-se o verbo no plural. 
‘Assim Saul como Davi, debaixo do seu saial, eram homens de tão grandes 
espíritos, como logo mostraram suas obras’ (ANTÔNIO VIEIRA)” 
Segundo o autor, é raro aparecer o verbo no singular: 
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‘(...) tanto uma, como a outra, suplicava-lhe que esperasse até passar a maior 
correnteza’.” 
- EVANILDO BECHARA (em Moderna Gramática Portuguesa)- Também merecem 
registro as palavras do emérito professor Evanildo Bechara, que apresenta a 
possibilidade de construir no singular ou no plural, indistintamente: 
“Se o sujeito composto tem os seus núcleos ligados por série aditiva enfática 
(não só... mas, tanto...quanto, não só...como, etc.), o verbo concorda com o mais 
próximo ou vai ao plural (o que é mais comum quando o verbo vem antes do 
sujeito). 
Vamos eliminar esse monstro que apareceu aí: série aditiva enfática. “Série” 
porque estamos diante, não de uma, mas de várias palavras (não só...mas 
também, tanto...como, por exemplo). “Aditiva” por apresentar ideia de adição, 
equivalente à conjunção “e”. Finalmente, “enfática” por enfatizar cada um dos 
elementos da construção, ou até mais um do que outro, ao contrário do que faria 
uma mera conjunção “e”, que coloca os dois elementos no mesmo patamar. 
Compare: “Eu e meu irmão vimos o acidente.” / “Não só eu como também meu 
irmão vimos o acidente.”. Percebeu a diferença? 
Parece que ouvi alguém gritar: “Claudia, o que eu faço na hora da prova???”. 
Resposta: vai depender da banca examinadora. Primeiramente, há as que indicam 
bibliografia. Se isso acontecer, siga o que diz o gramático indicado. Em outros 
casos (a maioria, infelizmente), devemos tomar todo cuidado. Vejamos como se 
comportou a ESAF: 
(ESAF/Assistente de Chancelaria/2002) 
As viagens ao exterior e os encontros com figurões estrangeiros constituem, 
desde o reinado de Dom Pedro II, um trunfo na estratégia das lideranças 
brasileiras. De fato, as críticas às viagens internacionais do Presidente da 
República ou de outros dirigentes parecem despropositadas. Tanto o governo 
como a oposição devem reposicionar os interesses brasileiros num mundo em 
plena mutação. O problema que se coloca é de outra natureza e se resume 
numa interrogação pouco formulada na campanha presidencial: quais devem 
ser os rumos de nossa diplomacia? 
(Luiz Felipe de Alencastro, Veja, 10/04/2002, com adaptações) 
d) o conectivo “Tanto...como”(l.4-5) for substituído por Não só ... mas 
também, o verbo seguinte pode ser empregado no plural, “devem”(l.5), ou 
no singular, deve. 
A banca considerou CORRETO este item, ou seja, a partir dessa questão, 
podemos afirmar que o entendimento da ESAF é que, em séries aditivas 
enfáticas, o sujeito poderá facultativamente se flexionar no singular ou no plural, 
com ou sem pausa (vírgula). 
Precisaríamos analisar como se comportam as demais bancas, mas algumas 
passam ao largo da discussão e não exploram questões como essa. 
 
1.e) Ligado por COM : verbo concorda com o antecedente do COM ou vai para o 
plural, entendendo que formam um sujeito composto. 
O professor, com os alunos, resolveu o problema. 
O maestro com a orquestra executaram a peça clássica. 
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A opção por uma ou outra flexão é livre, mas não indiferente. Vai depender da 
ênfase que se queira dar. O plural destaca o conjunto dos elementos, com ideia de 
“cooperação”, enquanto que o singular enfatiza somente um deles. 
Se a intenção for realçar apenas um dos núcleos, o verbo concorda com ele. Neste 
caso, como nos ensina Rocha Lima, o segundo sujeito (ligado pela preposição com) 
“é posto em plano tão inferior que se degrada à simples condição de um 
complemento adverbial de companhia”. A vírgula, neste caso, é facultativa. 
A carta com o documento foi extraviada. 
 
1.f) Ligado por OU: verbo no singular ou plural, dependendo do valor do OU. Se 
for alternativo, com ideia de exclusão dos demais, o verbo fica no singular. 
Valdir ou Leão será o goleiro titular. 
Também permanece no singular se a conjunção “ou” exprimir equivalência, de tal 
forma que o verbo possa se dirigir a qualquer dos elementos. 
Um cardeal, ou um papa, enquanto homem, não é mais do que uma pessoa”. 
(MANUEL BERNARDES) 
Se o valor da conjunção for aditiva, de modo que a ação possa abrangertodos os 
sujeitos, indistintamente, o verbo vai para o plural. 
Alegrias ou tristezas fazem parte da vida.(tanto umas como outras) 
O mesmo acontece quando um dos elementos já se apresenta no plural. 
O policial ou os populares poderiam ter prendido o perigoso assassino. 
 
1.g) Ligado por NEM: segue o mesmo raciocínio que o caso 1.f (sujeito composto 
ligado por OU) – verbo pode ficar no plural ou no singular. 
Nem Paulo nem Maria conquistaram a simpatia de Joana.(valor aditivo) 
Nem Ciro nem Enéas será eleito presidente.(valor alternativo ou excludente) 
Nesses dois últimos casos (1.f e 1.g - sujeito composto ligado por OU / NEM), 
havendo, entre os sujeitos, algum expresso por um pronome reto, devemos seguir 
a regra 1.c (primazia das pessoas – 1ª. e 2ª): 
Nem meu primo, nem eu frequentamos tal sociedade.(1ª p.plural) 
 
1.h) Resumido com pronome indefinido: o verbo concorda com o pronome, que 
exerce a função de aposto resumitivo. Esse é um caso de concordância especial, em 
que o verbo concorda, não com o sujeito (todos os elementos), mas com o aposto 
(pronome indefinido). 
Jovens, adultos, crianças, ninguém podia acreditar no que acontecia. 
 
1.i) Modificado pelo pronome CADA: quando o pronome indefinido cada é 
seguido por substantivo ou pronome substantivo, o verbo fica na 3ª pessoa do 
singular. 
Cada homem, cada mulher, cada criança ajudava os flagelados. 
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Caso 2 - Sujeito constituído por: 
2.a) Um e outro. O verbo no singular ou plural, indiferentemente. 
Um e outro médico descobriu(ram) a cura do mal. 
Nem um nem outro problema propostos foi(ram) resolvido(s). 
Estude este ponto juntamente com o caso 1.6 da Aula 4 (concordância nominal 
com um e outro) 
2.b) Um ou outro. Em função da presença da conjunção ou, há nessa construção 
um valor excludente, que leva o verbo para o singular. 
Um ou outro candidato será aprovado. 
2.c) Nem um nem outro – POLÊMICA À VISTA. 
A posição majoritária é no sentido de manter o verbo no SINGULAR, como ocorre 
com “um ou outro”: 
- EVANILDO BECHARA (em Lições de Português pela Análise Sintática): “Com nem 
um nem outro continua de rigor o singular para o substantivo e o verbo se porá 
no singular: Nem uma coisa nem outra é necessária”. 
- CELSO CUNHA E LINDLEY CINTRA: “As expressões um ou outro e nem um nem 
outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo, exigem 
normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia idealizado previamente 
este encontro.” 
- ROCHA LIMA: “Também a expressão nem um, nem outro, seguida ou não de 
substantivo, exige o verbo no singular (só excepcionalmente se encontrará o verbo 
no plural): Nem um nem outro havia idealizado previamente esse encontro” (pode 
parecer incrível, mas o mesmo exemplo de TASSO DE OLIVEIRA é apresentado nas 
duas obras citadas com divergência no emprego do pronome demonstrativo – este 
/ esse). 
Precisamos, contudo, registrar o posicionamento divergente de DOMINGOS 
PASCHOAL CEGALLA em Novíssima Gramática da Língua Portuguesa: “Um e outro 
/ Nem um nem outro – o sujeito sendo representado por uma dessas expressões, 
o verbo concorda, de preferência, no plural. Exemplos: Depois nem um nem outro 
acharam novo motivo para diálogo (Fernando Namora)/ Nem uma nem outra foto 
prestavam (ou prestava).” 
Você pode estar se perguntando por que eu citei todas essas posições doutrinárias. 
A resposta é simples: como nosso curso é amplo, voltado para as diversas bancas 
examinadoras do país, caberá ao candidato seguir o gramático mencionado na 
bibliografia. Em provas realizadas por bancas como a FCC, ESAF, que não oferecem 
indicação bibliográfica, deve seguir a posição majoritária, tomando sempre o 
cuidado de analisar todas as opções. 
 
2.d) Expressões partitivas ou quantitativas (a maioria de, grande parte de, 
grande número de), seguidas de nome plural: Em expressões que indicam 
uma parte de um todo (por isso chamadas de termos ou expressões partitivas), o 
verbo pode concordar com o núcleo do sujeito (maioria, parte, metade), ficando no 
singular, ou com o especificador (substantivo que se segue). Assim, pode-se 
destacar o conjunto (singular) ou os elementos desse conjunto (plural). Neste 
último caso, realiza-se a concordância ideológica (com a ideia). 
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A maioria dos candidatos conseguiu/conseguiram aprovação. 
 
2.e) Coletivo geral: A ideia é que o substantivo coletivo já exerce a função 
agregativa, ou seja, contém o valor de conjunto, deixando o verbo no singular. 
O povo escolherá seu governante em 15 de novembro. 
 
2.f) Expressões que indicam quantidade aproximada (cerca de, perto de, 
mais de) seguida de numeral: Nesses casos, o verbo concorda com o numeral 
que acompanha o substantivo. 
Mais de um jogador foi criticado pela crônica esportiva. 
Cerca de dez jogadores participaram da briga. 
Esse é um dos casos em que o português se afasta completamente da lógica 
(matemática). Quer ver? 
Enquanto a expressão “mais de um jogador” (que indica, no mínimo, dois) mantém 
o verbo no singular (“mais de um jogador foi criticado”), a expressão “menos de 
dois” levaria o verbo para o plural (“menos de dois jogadores foram criticados”), 
mesmo que indique ser UM JOGADOR! 
Se houver ideia de reciprocidade ou a expressão for repetida, o verbo fica 
obrigatoriamente no plural. 
Mais de um torcedor agrediram-se. 
Mais de um candidato, mais de um fiscal se queixaram da extensão da prova 
(exemplo de BECHARA em Lições de Português pela Análise Sintática) 
 
Veja uma questão de prova que “brincou” com esse conceito. 
(NCE UFRJ / BNDES/ 2005) 
A língua portuguesa e os conhecimentos matemáticos nem sempre estão de 
acordo. A frase abaixo em que a concordância verbal contraria a lógica 
matemática é: 
(A) 50% da torcida brasileira gostaram da seleção; 
(B) mais de três jornalistas participaram da entrevista; 
(C) menos de dois turistas deixaram de participar do passeio; 
(D) são 16 de outubro; 
(E) participaram do congresso um e outro professor. 
 
O gabarito foi letra C. Mesmo que o sujeito apresente a ideia de UM TURISTA 
(menos de dois só pode ser um!), por concordar com o numeral que acompanha a 
expressão (“menos de dois turistas”), o verbo deve ser flexionado no plural – 
“deixaram de participar”. 
Note que, na opção B, foi respeitada a ideia de plural (mais de três), caso em que o 
verbo foi para o plural para concordar com o numeral (“três”). 
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Em relação à opção E, vimos que, com a expressão “um e outro”, o verbo tanto 
pode ir para o plural como ficar no singular (“participou/ participaram um e outro 
professor”). 
Os demais casos de concordância serão vistos mais adiante (número percentual e 
verbo ser). 
 
2.g) Pronomes (indefinidos ou interrogativos) 
- no singular, seguidos de pronome: verbo no singular, concordando com o 
pronome. 
Qual de nós será escolhido? 
- no plural, seguidos de pronome: o verbo concorda com o pronome pessoal ou 
vai para a 3ª pessoa do plural. 
Poucos dentre eles serão chamados pelo Exército. 
Alguns de nós seremos / serão eleitos. 
O que está em jogo é a intenção do autor em incluir, na ação, a figura representada 
pelo pronome. Compare: 
Alguns de nós sabem o resultado do jogo. 
Alguns de nós sabemos o resultado do jogo. 
Pergunta-se: em qual dos dois casos está clara a inclusão do autor da frase no 
grupo de pessoas que sabeo resultado do jogo? Resposta: no segundo caso, 
indicada essa circunstância pela desinência verbal (sabemos). 
 
2.h) Pronome QUEM: A concordância vai depender da classificação da palavra 
QUEM. 
Se o verbo ficar na 3ª pessoa do singular, indica-se que a palavra é um pronome 
indefinido. 
Sou eu quem paga o seu salário. 
Nas orações interrogativas iniciadas pelos pronomes QUEM, QUE, O QUE, o verbo 
SER concorda com o nome ou pronome que vier depois (BECHARA, op.cit.). 
Quem são os culpados? 
Que são os sonhos? 
O que seremos nós sem fé? 
 
2.i) Pronome relativo QUE na função de sujeito: verbo concorda com o 
antecedente. 
Não fui a aluna que chegou primeiro. 
Dos sonhos que me atordoam, esse é o mais recorrente. 
Pronome relativo é assim chamado por fazer referência a algum outro termo 
(substantivo, pronome substantivo, oração substantiva) já mencionado 
anteriormente (ANTECEDENTE). 
Nas duas passagens, o que é um pronome relativo. 
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O pronome relativo dá início a uma oração que atribui a esse antecedente uma 
característica, estado ou condição. Por esse motivo, a oração iniciada pelo pronome 
relativo é uma oração subordinada adjetiva. Assim, concluímos que SEMPRE UM 
PRONOME RELATIVO DÁ INÍCIO A UMA ORAÇÃO ADJETIVA. 
Quando esse pronome relativo exerce a função sintática de sujeito da oração 
adjetiva, para respeitar as regras de concordância, deve-se observar a qual termo o 
pronome relativo está se referindo, e com ele será feita a concordância verbal. 
Em outras palavras, é como se o pronome relativo fosse o “CHEFE SUBSTITUTO”. 
Na oração adjetiva, é o pronome que exerce a função de sujeito, mas a 
concordância é feita com o elemento que ele substitui na oração (o “CHEFE” de 
verdade é o antecedente). 
Assim, funciona como se o pronome relativo dissesse ao verbo: “Olha aqui, você 
me respeita, pois aqui eu sou o sujeito. No entanto, só estou aqui substituindo 
aquele lá. Então, se você quiser saber o que fazer, se vai para o plural ou para o 
singular, vai perguntar para ele...”. 
 
Veja como esse assunto foi tratado em uma questão de prova. 
 
(FCC/TRT 24ª Região/2006) 
 (B) As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central 
representa um paraíso que não foram feitas para o turismo de massas de 
visitantes. 
Este item foi considerado INCORRETO. 
Há, nessa passagem, dois erros de sintaxe de concordância. 
Primeiro erro: em “As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central” 
o núcleo do sujeito é maravilhas. O verbo deve, pois, concordar com ele e ir para 
o plural – representam (caso clássico). 
Em seguida, o segundo erro: o pronome exerce a função de sujeito. Como seu 
antecedente é o substantivo “paraíso”, com ele devem o verbo e o adjetivo da 
oração adjetiva (foram feitas) ficar em harmonia. Nota-se, aí, o deslize de 
concordância: a forma correta seria no singular e, no caso do adjetivo, masculino: 
“As maravilhas da geologia, da fauna e da flora do Brasil Central representam um 
paraíso que não foi feito para o turismo de massa de visitantes”. 
E, já que estamos falando em pronome relativo, vamos tratar de mais dois casos 
que envolvem esse termo. 
 
2.j) Um dos (...) que: O verbo pode concordar com “um”, permanecendo no 
singular, ou com o complemento, flexionando-se no plural. Essa faculdade permite 
que se dê ênfase ao elemento individual (singular) ou aos elementos que compõem 
o grupo (plural). 
Ele foi um dos alunos desta classe que resolveu / resolveram o problema. 
Seu filho foi um dos que chegou / chegaram tarde. 
 
2.l) Com a expressão “o que” – a concordância se faz com o pronome relativo 
que. 
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O que falta são recursos. 
O sujeito, nesse caso, não é “recursos”, mas o pronome relativo “que” (a coisa que 
falta). Já o verbo “ser” respeita as regras mais adiante expostas (caso 5). 
Vejamos como foi abordado o assunto em prova: 
(FCC/TCE SP/2005) 
O que se ...... (SEGUIR) à concentração de renda, do desemprego e da 
exclusão social são as manifestações violentas dos maiores prejudicados. 
 
A concordância do verbo da lacuna deve ser feita com “que” (pronome relativo). 
Assim, o verbo é conjugado na 3ª pessoa do singular, independentemente do 
número (singular ou plural) do elemento que vem após o verbo “ser” – “O que se 
segue (...) são as manifestações violentas...”. O verbo que preenche a lacuna 
fica no singular, pois. 
Além da concordância com a expressão “o que”, um dos casos de concordância 
mais especiais, e que merece o nosso comentário, é com o verbo ser (“... são as 
manifestações...”). 
Mais adiante, trataremos da concordância com o verbo SER (caso 5). 
 
2.m) Palavras sinônimas: O verbo concorda com o mais próximo (preferência) 
ou fica no plural. 
A Ética ou a Moral preocupa-se com o comportamento humano. 
A música e a sonoridade sempre nos diz / dizem algo. 
Observação: Expressando uma gradação, mantém-se o verbo no singular: 
Um gesto, um olhar, um aperto de mão bastaria. 
Deste modo, a ênfase recai no último elemento, que representa a série. 
 
2.n) Verbos no infinitivo substantivado: verbo no singular. 
Estudar e trabalhar engradece o homem. (O fato de...) 
- Se vierem determinados ou forem antônimos - verbo no plural. 
O falar e o escrever caracterizam um sábio. 
Rir e chorar fazem parte da vida. 
 
2.o) Número percentual - pode concordar com o numeral ou com o termo 
posposto. 
80% da população acreditam (oitenta) / acredita (população) na moeda. 
Dez por cento das pessoas declaram Imposto de Renda. 
(A única forma é plural – dez e pessoas) 
Se vier determinado, vai para o plural. 
Os 10% mais ricos do Brasil possuem a maior parte da renda. 
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Voltando ao exemplo do caso 2.f: “50% da torcida brasileira gostaram da 
seleção”, o verbo poderia ir para o plural (como foi apresentado na opção, 
concordando com o numeral) ou ficar no singular, concordando com o complemento 
(torcida). 
 
Caso 3 - Verbo acompanhado da palavra SE 
Agora, iremos ver um dos casos mais recorrentes em questões de provas, 
especialmente da Fundação Carlos Chagas e ESAF – construção de voz passiva 
pronominal. 
3.a) SE = pronome apassivador: verbo concorda com o sujeito paciente. 
Na aula sobre VERBOS (Aula 3), vimos que, na voz passiva pronominal (ou 
sintética), o verbo TRANSITIVO DIRETO ou DIRETO E INDIRETO, quando 
acompanhado do pronome SE, deve concordar com o sujeito paciente (que está 
sublinhado nos exemplos abaixo). 
Viam-se ao longe as primeiras casas. 
Ofereceu-se um grande prêmio ao vencedor da corrida. 
Assim, para confirmação dessa passividade, temos de fazer duas perguntas: 
1 – O verbo é transitivo direto (TD) ou transitivo direto e indireto (TDI)? 
2 – Existe uma ideia passiva na construção? 
Se ambas as respostas forem SIM, estamos diante de uma construção de voz 
passiva e, então, o verbo deverá se flexionar de acordo com o sujeito paciente 
(mais precisamente com o seu núcleo). 
Veja uma questão de prova que abordou o assunto. 
 
(FCC / TCE SP / Dezembro 2005) 
Analise a afirmação: 
- Ainda que se vejam as fogueiras e se ouçam os gritos dos manifestantes, 
não há sinais de medidas que levem à solução da crise social que a tantos 
vitima. 
 
Este item está CORRETO. 
Logo no primeiro período, junto ao verbo ver (que é TRANSITIVO DIRETO), há o 
pronome “se”. 
Quando um verbode transitividade direta ou direta e indireta estiver 
acompanhado do pronome se, podemos estar diante de uma construção de voz 
passiva. 
Para confirmarmos essa passividade, teremos de fazer aquelas duas perguntinhas: 
1 – Os verbos apresentam transitividade direta (TD) ou direta e indireta (TDI)? 
SIM (alguém vê / ouve alguma coisa). 
2 – Existe uma ideia passiva na construção? SIM, existe ideia passiva (as fogueiras 
são vistas e os gritos são ouvidos). 
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Como ambas as respostas foram SIM, estamos diante de construções de voz 
passiva e, então, os verbos deverão se flexionar de acordo com os sujeitos 
pacientes (mais precisamente com seus núcleos). 
No primeiro caso, o sujeito está representado por “as fogueiras”, cujo núcleo está 
no plural (fogueiras). 
Desse modo, o verbo deverá ficar no plural, como, aliás, se apresentou. 
Em seguida, o núcleo é gritos, também no plural, tendo sido apresentada a correta 
flexão verbal. 
Portanto, essa assertiva apresenta correção gramatical. 
Temos nessa questão alguns outros exemplos de concordância: com o verbo HAVER 
(impessoal), a ser estudado a seguir, e, em duas passagens, com o pronome 
relativo que, recentemente estudado. 
O pronome relativo exerce a função de sujeito nas duas orações adjetivas (“que 
levem à solução da crise social” e “que a tantos vitima”). Na primeira, tem por 
antecedente o substantivo medidas (medidas que levem à solução), o que justifica 
a flexão verbal no plural. Na segunda, o referente é a palavra crise, deixando o 
verbo vitimar no singular (crise social que a tantos vitima). Perfeita está a 
construção. 
Você precisa treinar bastante este tipo de questão (concordância com verbos em 
voz passiva pronominal), pois, especialmente nas provas da FCC e da ESAF, esse 
tópico é reiteradamente explorado. 
Vamos, então, analisar um item de questão elaborada pela ESAF. 
 
(TCE ES/2001 - adaptada) 
Na rede esperam-se serviço nota 1000 - ou nada aquém disso. 
Houve um erro de sintaxe de concordância. 
O verbo esperar está acompanhado do pronome se. Devemos, então, analisar se 
forma voz passiva e se a concordância do verbo em relação ao sujeito foi 
respeitada. 
Vamos “passo a passo”: 
1 – o verbo esperar, na construção, é transitivo direto ou direto e indireto? SIM - 
o verbo esperar é transitivo direto (Alguém espera alguma coisa) 
2 – Há ideia passiva na construção? SIM – O serviço nota 1000 é esperado pelo 
consumidor. 
Podemos, então, concluir que se trata de uma construção de voz passiva 
pronominal, devendo o verbo estar de acordo com o sujeito paciente (núcleo = 
serviço). 
A construção correta, portanto, seria “Na rede, espera-se serviço nota 1000”). 
 
3.b) SE = índice de indeterminação do sujeito: verbo sempre na 3ª pessoa do 
singular. 
Usa-se construção de sujeito indeterminado quando não se sabe - ou não se quer 
dizer – quem é o agente da ação verbal. Também é usado em orações de sentido 
genérico, vago. 
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São duas as formas de construção do sujeito indeterminado: 
Forma 1 - o verbo (exceto transitivo direto ou direto e indireto) permanece na 3ª 
pessoa do singular acompanhado do pronome se (índice / partícula de 
indeterminação): 
Necessitava-se, naqueles dias, de novas esperanças. (verbo transitivo indireto) 
Estava-se muito feliz com o resultado das provas. (verbo de ligação) 
Morria-se de tédio nas noites de inverno.(verbo intransitivo) 
Forma 2 – o verbo (qualquer que seja sua transitividade na construção), sem o 
pronome, fica na 3ª pessoa do plural: 
Desviaram dinheiro dos cofres públicos. 
Bateram na porta. 
Falaram mal de você. 
No primeiro caso, a exemplo do que ocorre na voz passiva, o verbo está 
acompanhado do pronome SE. Você deverá saber se este pronome tem função 
apassivadora ou indeterminadora do sujeito. A chave desse mistério está na 
transitividade do verbo. 
Analise, agora, uma opção de prova, apresentada pela Fundação Carlos 
Chagas: 
(TRE AP – Analista Judiciário / Janeiro 2006) 
As "operações" a que se aludem nessa crônica referem-se à redução de uma 
cabeça humana a proporções mínimas. 
 
Um verbo acompanhado do pronome SE pode formar voz passiva (verbos 
transitivos diretos ou diretos e indiretos) ou construção de sujeito indeterminado. 
Já em primeira análise, podemos constatar que o verbo “aludir” não poderia se 
submeter a uma construção passiva, pois é transitivo indireto: Alguém alude a 
alguma coisa. 
Diante dessa impossibilidade, concluímos que se trata de uma construção com 
sujeito indeterminado, devendo o verbo ficar na 3ª pessoa do singular (Forma 1): 
“As "operações" a que se alude nessa crônica ...”. 
Este item estava, pois, INCORRETO. 
As bancas adoram um verbo transitivo indireto para esse tipo de questão: tratar-
se de. Veja como recentemente já caiu em uma prova da ESAF: 
(AFRF/ 2005) Assinale a opção que constituiria, de maneira coerente com a 
argumentação e gramaticalmente correta, uma possível resposta para a 
pergunta final do texto. 
- Segundo alguns pensadores modernos, não se tratam de projeções 
utópicas os empreendimentos culturais e sociais que renovam valores 
modernistas, enriquecendo saberes especializados. 
Observe que o verbo tratar foi indevidamente flexionado. Ele é um verbo transitivo 
indireto, regendo a preposição DE. Por fazer parte de uma construção com sujeito 
indeterminado, o verbo deve ficar na 3ª pessoa do singular. A forma correta, 
portanto, seria “não se trata de projeções utópicas”. 
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Caso 4 - Verbos impessoais 
São IMPESSOAIS, ou seja, não possuem SUJEITO, os verbos que indicam 
fenômenos da natureza (Chove lá fora.); verbo HAVER indicando existência (Há 
muitas pessoas na sala.) ou tempo (Há muito tempo não o vejo.); os verbos 
FAZER, IR, indicando tempo (Faz muito tempo que não o vejo./ Vai pra dez anos 
que não o vejo.). 
Como não possuem sujeito (casos de oração sem sujeito), os verbos ficam 
“neutros”, na 3ª pessoa do singular. 
Durante o inverno, nevava muito. 
Ainda havia muitos candidatos para a Universidade. 
Ontem fez dez anos que ela se foi. 
Vai para dez meses que tudo terminou. 
 
Como vimos na aula sobre verbos, deve ser respeitada a correlação entre o verbo 
impessoal que denota tempo decorrido e o verbo principal da oração 
correspondente. 
Há muito tempo ele está sem dormir. (Ele ainda permanece nesse estado) 
Havia muito ele não via seu pai. (Tal situação não persiste pertence ao passado. 
Por isso, ambas construções verbais são conjugadas no pretérito). 
São inúmeras as questões de prova, especialmente de bancas como FCC, 
CESGRANRIO, UFRJ, que abordam a concordância com verbos impessoais. 
 
Agora, veremos uma dessas questões. 
 
(NCE UFRJ / ADMINISTRADOR PIAUÍ / 2006) 
 “Haverá milhões de pessoas com Aids”; a alternativa abaixo em que a 
substituição da forma do verbo haver está gramaticalmente INCORRETA é: 
(A) deverá haver; 
(B) poderá haver; 
(C) poderá existir; 
(D) existirão; 
(E) deverão existir. 
 
Dessa vez, a banca explorou a diferença entre os verbos HAVER e EXISTIR, em 
locuções verbais (quem adora fazer isso é a Fundação Carlos Chagas!). 
Enquanto o verbo EXISTIR possui sujeito, o verbo HAVER é impessoal, e o que se 
lhe segue exerce a função de complemento verbal. Assim, na oração “Haverá 
milhões de pessoas com Aids”, a expressão “milhões de pessoas com Aids” é o 
objetodireto, devendo o verbo, por ser IMPESSOAL, permanecer inalterado na 
3ª.pessoa do singular (“Haverá”). 
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As formas das opções (A) e (B) apresentam locuções verbais, em que o verbo 
HAVER funciona como verbo principal. Essa lição fez parte de nossa aula 3. Nesses 
casos, o verbo auxiliar (respectivamente DEVER e PODER) devem “seguir” as 
ordens do principal, mantendo-se inalterados na 3ª.pessoa do singular (deverá 
haver / poderá haver). 
As opções (C), (D) e (E) trocam o verbo HAVER pelo verbo EXISTIR. 
Apesar de semanticamente idênticos, o tratamento a ser dispensados aos verbos é 
totalmente diferente. O que exercia a função de complemento do verbo HAVER 
passa a ser o sujeito do verbo EXISTIR. Como a expressão está no plural (“milhões 
de pessoas”), o verbo EXISTIR irá também para o plural, conforme foi apresentado 
na opção (D): existirão. O mesmo ocorre em locuções verbais, em que o verbo 
auxiliar deverá se flexionar: (C) poderão existir e (E) deverão existir. Nota-se, 
assim, a incorreção do item (C), apontado como gabarito da prova. 
 
Caso 5 - Verbo SER 
Esse é um verbo bastante especial. Para começar, admite a concordância, não só 
com o sujeito (regra geral), mas também com seu complemento (predicativo do 
sujeito). 
Vejamos caso a caso. 
5.a) Expressões que indicam tempo, distância, datas, horas: concorda com o 
predicativo. 
Hoje é dia três de outubro, pois ontem foram dois e o amanhã serão quatro. 
Daqui até o centro são dez quilômetros. 
É uma hora e quinze minutos. 
 
5.b) Com expressões é muito , é pouco , é bastante , é mais de - quando 
denotarem ideia de preço, quantidade, medida, o verbo fica no singular. Se vier 
determinado, irá se flexionar. 
 
Dez feijoadas era muito para ela. 
Vinte milhões era muito por aquela casa. 
As dezenas de famílias que pediam socorro eram poucas diante do universo de 
miseráveis. 
 
5.c) Em predicados nominais - Por estabelecer uma relação entre o sujeito e o 
seu predicativo, a concordância pode se dar tanto com o primeiro quanto com o 
segundo elemento. Há, contudo, algumas regras que prevalecem sobre essa 
faculdade. Algumas dessas regras já foram apresentadas no caso 1.c (pronomes 
pessoais). 
Qualquer que seja a sua função sintática (sujeito ou predicativo), prevalece a 
concordância com o elemento que estiver representado por: 
1ª – PRONOME PESSOAL RETO: 
Todo eu era olhos e coração. (Machado de Assis) 
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2ª – PESSOA, em detrimento de outro que seja “COISA” (substantivo, pronome 
substantivo, oração substantiva): 
Ovídio é muitos poetas ao mesmo tempo, e todos excelentes. (A.F.Castilho). 
Havendo elementos personativos em ambas as funções (PESSOA x PESSOA), a 
concordância é facultativa com o sujeito ou com o predicado, a não ser que em um 
deles haja um pronome pessoal, caso em que prevalece a concordância com este 
elemento (recai na 1ª regra de prevalência). 
O homem sempre foi suas ideias. (pessoa x coisa = PESSOA) 
Santo Antônio era as esperanças da solteirona. (pessoa x coisa = PESSOA) 
Ele era os meus sonhos. (pronome reto x coisa = PRONOME RETO) 
O professor sou eu. (coisa x pronome reto = PRONOME RETO) 
Quando os dois elementos (do sujeito e do predicativo) forem “COISAS” 
(substantivos, orações substantivas ou pronomes substantivos, como TUDO, NADA, 
ISSO, AQUILO), a concordância é facultativa, dando-se preferência à concordância 
com o elemento no plural, por questão de eufonia: 
A casa era / eram ruínas. 
O mundo é / são ilusões. 
O problema era / eram os móveis. 
Hoje, tudo é / são alegrias eternas. 
Em resumo, na concordância verbal com o verbo ser, em predicados nominais: 
• entre PRONOME RETO x COISA/PESSOA – prevalece PRONOME RETO; 
• entre PESSOA x COISA – prevalece PESSOA; 
• entre COISA x COISA – concordância facultativa, PREFERÊNCIA para o 
termo no plural. 
 
Voltemos, agora, ao exemplo apresentado no item 2.l: 
 
(FCC/TCE SP/2005) 
O que se ...... (SEGUIR) à concentração de renda, do desemprego e da 
exclusão social são as manifestações violentas dos maiores 
prejudicados. 
 
De um lado, temos uma oração (COISA): “O que se segue à concentração de 
renda, do desemprego e da exclusão social”. 
De outro, também COISA: “as manifestações violentas dos maiores prejudicados”. 
Nesse caso, a concordância é facultativa, dando-se PREFERÊNCIA ao elemento no 
plural. Essa é a justificativa para a flexão no plural do verbo “ser” na questão. Ele 
concorda com o predicativo do sujeito por estar no plural – concordância 
preferencial. 
 
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5.d) Com a expressão “é que” – A expressão de realce “é que”, em que os dois 
elementos se apresentam juntos, é invariável, devendo o verbo concordar com o 
substantivo ou pronome que a precede, pois são eles efetivamente o seu sujeito. 
Vamos transcrever a lição e o exemplo apresentados por Celso Cunha e Lindley 
Cintra, em Nova Gramática do Português Contemporâneo: 
“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o sujeito da oração e o 
verbo a que ele se refere. Assim: ‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se 
aproveitaram do seu esforço.’.” 
Por ter mera função de realce, pode ser retirada sem que acarrete prejuízo ao 
período: “José trabalhou, mas os irmãos se aproveitaram do seu esforço.”. 
E continuam os professores: 
“É uma construção fixa, que não deve ser confundida com outra semelhante, mas 
móvel, em que o verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a concordar 
com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros verbos. 
Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo: 
‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se aproveitaram do seu 
esforço.’ 
Ou este: 
‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu 
esforço.’ 
Assim, quando o “é que” estiver juntinho, não se modifica – é uma expressão 
denotativa e, portanto, invariável (você ainda se lembra daquele quadro das 
classes de palavras? Pois estão lá do lado das INVARIÁVEIS as palavras 
denotativas). 
Se a expressão se separar, ficando um dos elementos – o verbo, normalmente - 
antes do sujeito diretamente (ou seja, sem uma preposição, por exemplo), com ele 
deve o verbo SER concordar (Foi José que trabalhou). 
Caso essa separação ocorra, mas entre o verbo e o nome haja uma preposição, 
prevalece a não flexão verbal (FOI por atitudes assim QUE ele se separou da 
mulher. Î Por atitudes assim, ele se separou da mulher.) 
5.e) com pronomes interrogativos QUE/QUEM/O QUE - o verbo SER concorda 
com o nome/pronome que vem após. 
Sei que este ponto já foi mencionado no caso 2.i, mas por que não repeti-lo? 
Quem são os culpados? 
Quem és tu? 
 
Caso 6 - Verbo DAR 
Verbo dar (bater e soar) + hora(s): segue a regra geral, concordando com o 
sujeito. 
Deram duas horas no relógio do campanário. 
(sujeito = duas horas; neste caso, o verbo é intransitivo) 
Deu duas horas o relógio da igreja. 
(sujeito = o relógio da igreja; o verbo é transitivo direto, com “duas horas” como 
complemento verbal) 
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Caso 7 - Sujeito com nome próprio plural 
7.a) Topônimos 
Caso clássico de concordância verbal é com topônimos - nomes próprios que 
indicam lugares. 
- com artigo singular ou sem artigo 
Caso o topônimo nãoexija o artigo, mesmo sendo representado por um nome no 
plural, ou esteja acompanhado de artigo no singular, indicando a omissão de um 
substantivo (rio, município), o verbo ficará na 3ª pessoa do singular. 
Bruxelas é a capital da Bélgica. 
Minas Gerais é o estado mais elevado do país, com 57% das terras acima dos 600 
metros de altitude (você sabia???). 
O Amazonas deságua no Atlântico. 
Minas Gerais exporta minérios. 
- com artigo plural 
Os topônimos que estiverem acompanhados de artigos flexionam os verbos e 
pronomes a ele correspondentes no plural. 
“Estados Unidos (da América)” é um exemplo de topônimo que SEMPRE vem 
precedido de artigo definido masculino plural (Eu vou para os Estados Unidos. / Eu 
morei nos Estados Unidos.). 
Por consequência, quando exerce a função de sujeito, obriga a flexão do verbo no 
plural. Isso acontece mesmo que esteja representado por sua sigla (EUA), motivo 
que levou à anulação de uma questão de prova da ESAF (a próxima a ser 
comentada). 
O mesmo acontece com qualquer outro nome precedido de artigo definido (“Os 
Emirados Árabes Unidos consistem de uma federação de sete emirados 
localizados no Golfo Pérsico.”). 
Os Estados Unidos enviaram tropas à zona de conflito. 
 
7.b) Obras 
O mesmo acontece com qualquer outro nome próprio precedido de artigo definido 
Os Lusíadas narram as conquistas portuguesas. 
Se o título da obra estiver entre aspas, o verbo fica no singular. 
“Grandes Sertões Veredas” é um clássico nacional. 
 
(ESAF/AFC STN/2000) Assinale a opção que apresenta erro de morfologia 
ou de concordância verbal. 
a) A diferença entre as taxas de crescimento dos Estados Unidos, do Japão 
e da Europa, no longo prazo, é um indício do descompasso da economia 
global. Apesar das alegações européias de que os mercados estão 
subestimando o euro, a moeda continua flutuando pouco acima de sua mais 
baixa cotação, 93 centavos de dólar. 
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b) O iene está pouco abaixo de seu pico diante do dólar e permanece 
próximo de seu teto histórico ante o euro. Com resultados aquém dos 
desejados, Japão e Europa vêm a exuberância econômica dos Estados 
Unidos como uma ameaça - o que não é errado. 
c) Em 98 e 99, a economia dos Estados Unidos cresceu cerca de 4% ao 
ano, enquanto as três principais economias da zona do euro - Alemanha, 
França e Itália - atingiram 2%, 3% e 2% ao ano, respectivamente, no 
período. O Fundo Monetário Internacional prevê que os três países cresçam 
cerca de 3% este ano. 
d) Com esse resultado, a Europa não é mais vista como causa de 
debilidade. Agora o ritmo do crescimento europeu é tão rápido que uma 
intervenção do Banco Central Europeu - elevando as taxas de juros - é 
apenas uma questão de tempo. 
e) Isso deixa o principal fardo da remoção dos desequilíbrios econômicos 
aos cuidados do EUA, que precisam reduzir o ritmo de seu crescimento 
(hoje perto de 6% ao ano). A diferença entre os ciclos econômicos na 
Europa, Estados Unidos e Japão traz o fantasma da crise mundial. 
 
ACORDO ORTOGRÁFICO: Agora, registra-se “europeias” (sem acento agudo). 
Inicialmente, a banca apresentou como gabarito a opção B. 
Em “Japão e Europa vêm a exuberância econômica dos Estados Unidos como uma 
ameaça”, o que se registrou foi a 3ª pessoa do plural do verbo vir: vêm. Contudo o 
contexto indica ser, na verdade, o verbo ver (a exuberância é vista pelo Japão e 
Europa...), cuja flexão apresenta a forma veem (agora, sem o acento 
circunflexo). 
O que levou à anulação da questão foi o erro no emprego do artigo definido 
masculino singular antes da sigla EUA (Estados Unidos da América), na passagem 
da opção e: “Isso deixa o principal fardo da remoção dos desequilíbrios econômicos 
aos cuidados do EUA,...”. 
Mesmo sob a forma de sigla, o artigo que deveria acompanhá-lo seria o masculino 
plural (os EUA), já que, como vimos, esse topônimo não só exige a flexão dos seus 
adjuntos adnominais, como também da forma verbal que o tenha como núcleo do 
sujeito. 
Havia, portanto, duas respostas válidas: B e E. 
Na sequência, observe que foi respeitada a concordância verbal. O pronome 
relativo que em : “... remoção dos desequilíbrios econômicos aos cuidados do 
EUA, que precisam reduzir o ritmo de seu crescimento ...” tem por antecedente 
EUA (Estados Unidos da América), levando a locução verbal (“precisam reduzir”) 
para o plural. 
 
Caso 8 – Sujeito oracional 
Todo cuidado é pouco em construções com sujeito oracional. Primeiramente, é 
saber diferenciar SUJEITO ORACIONAL de LOCUÇÃO VERBAL. 
Em locuções verbais, os dois verbos formam um conjunto, em que um deles é o 
principal (chefe) e o outro é auxilliar (pode até haver mais de um auxiliar, como 
vimos na aula 3 - Verbos). O verbo auxiliar irá se flexionar, para concordar com o 
sujeito, na forma que o verbo principal o faria. 
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Quando for o caso de um sujeito oracional, o verbo correspondente deverá 
permanecer “neutro”, na 3ª pessoa do singular. Os verbos, nesse caso, pertencem 
a estruturas sintáticas distintas – um é o sujeito (oracional) enquanto que o outro 
faz parte do predicado. 
A você compete estudar. 
Nesse exemplo, o sujeito do verbo COMPETIR (o que compete a você?) é ESTUDAR. 
Esse sujeito oracional pode se apresentar na forma reduzida (infinitivo) ou 
desenvolvida (acompanhado de uma conjunção integrante). 
Parece que ele decidiu a data do casamento. 
E agora: qual é o sujeito do verbo PARECER (o que parece?)? Resposta: “que ele 
decidiu a data do casamento”. Neste caso, o sujeito oracional vem precedido de 
uma conjunção, designando-se uma oração desenvolvida. 
Vejamos alguns casos em que este ponto foi abordado. Essa questão é longa, mas 
vale a pena comentá-la por apresentar diversas formas de sujeito oracional. 
(FCC /TRT 13ª Região / Dezembro 2005) 
O verbo entre parênteses deverá ser flexionado, obrigatoriamente, numa 
forma do plural para preencher corretamente a lacuna da frase: 
(A) Mesmo que não ...... (caber) a vocês tomar a decisão final, gostaria que 
discutissem bem esse assunto. 
(B) Eles sabiam que ...... (urgir) chegarem à pousada, mas não conseguiram 
evitar o atraso. 
(C) A nenhum de vocês ...... (competir) decidir quem será o novo líder do 
grupo. 
(D) Tais decisões não ....... (valer) a pena tomar assim, de afogadilho. 
(E) A apenas um dos candidatos ...... (restar) ainda alguns minutos para 
rever a prova. 
 
O gabarito é a letra E. Esse é um tipo muito comum de questão da Fundação Carlos 
Chagas. A flexão exigida ora é no plural, ora é no singular. 
Relembremos que o sujeito apresentado sob a forma oracional leva o verbo 
correspondente para a 3ª pessoa do singular. 
Então, vamos às opções: 
(A) Alguma coisa cabe a alguém. Vamos perguntar, então: o que cabe a vocês? 
Resposta: “Tomar a decisão final” cabe a vocês. Como o sujeito do verbo caber 
está sob a forma de oração reduzida de infinitivo (“tomar”), o verbo se conjuga na 
3ª pessoa do singular: “Mesmo que não caiba a vocês tomar a decisão final, 
...”. 
(B) Algo urge (é urgente). O que urge? “Chegarem à pousada”. O verbo 
chegar foi flexionado por estar em correspondência com o pronome pessoal reto já 
apresentado na oração principal “Eles sabiam”. Se esta oração reduzida do infinitivo 
(“Chegarem...”) fosse desenvolvida, ou seja, apresentada com uma conjunção, 
teríamos: “... urge que chegassem à pousada”, o que comprova a flexão do verbo 
chegar no plural (eles). 
Assim, também, fica mais evidente a relação do verbo urgir com a oração que 
exerce a função de sujeito (“chegaremà pousada / que chegassem à pousada”). 
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Novamente, por apresentar sujeito oracional, o verbo da lacuna deve ficar no 
singular: “Eles sabiam que urge chegarem à pousada...”, equivalente a “Eles 
sabiam que isso – chegarem à pousada – urge (era urgente)”. 
(C) O que não compete a nenhum de vocês? “Decidir quem será o novo líder 
do grupo”. O sujeito oracional exige o verbo competir na 3ª pessoa do 
singular:“A nenhum de vocês compete decidir...”. 
(D) Note que, muitas vezes, devemos “ajeitar” a oração, colocando-a na ordem 
direta, para realizar a análise. Para isso, devemos partir do verbo. Há dois: valer e 
tomar. A princípio, isso poderia causar confusão e levar a pensar que se trata de 
uma locução verbal. Mas, veja bem. Quem é o sujeito do primeiro verbo (valer): o 
que não vale a pena? Tomar tais decisões. Opa! O segundo verbo faz parte do 
sujeito do primeiro e, portanto, não forma com ele uma locução (cada macaco no 
seu galho...). 
Assim, essa oração reduzida de infinitivo (“tomar tais decisões”) é o sujeito do 
verbo valer: “Tomar tais decisões não vale a pena.”. O verbo, portanto, fica no 
singular (3ª. pessoa) por ter um sujeito oracional. 
(E) Esse é o gabarito da questão. O que resta? Alguns minutos. Mais uma vez, 
o sujeito vem posposto ao verbo, o que poderia levar o candidato a pensar que, em 
vez de sujeito, seria esse elemento um objeto direto. Não!!! Partindo do verbo 
“restar”, colocamos a oração na ordem direta: “Alguns minutos ... restam a 
apenas um dos candidatos.”. Todo cuidado é pouco em construções invertidas 
como essa. 
 
Caso 9 - Verbo PARECER + Verbo no infinitivo 
Quando possui o significado de “dar a impressão”, seguido de infinitivo, permite 
duas construções: 
1ª – PARECER no plural e INFINITIVO no singular – Nesse caso, estamos 
diante de um simples caso de LOCUÇÃO VERBAL, em que o verbo auxiliar se 
flexiona e o principal se mantém em uma forma nominal (infinitivo). 
Os cientistas pareciam procurar grandes segredos. (locução verbal) 
2ª – PARECER no singular e INFINITIVO no plural – Agora, é o caso de sujeito 
oracional. Como vimos no tópico anterior, o verbo que possui um sujeito oracional 
(esteja desenvolvido ou reduzido de infinitivo) se mantém na 3ª pessoa do 
singular. 
Os cientistas parecia procurarem grandes segredos. (sujeito oracional) 
Fica estranho, não é? Mas nem sempre o que é esquisito está errado. Não confie no 
seu “bom senso”. 
O que se afirma nessa construção é que “ALGO (os cientistas procurarem grandes 
segredos) PARECIA”. Desenvolvida, essa construção seria: Parecia que os cientistas 
procuravam grandes segredos. 
Para complicar a sua vida (que já não é nem um pouco fácil...rs...), a banca pode 
deslocar o sujeito da oração subordinada para antes do verbo PARECER: 
Os meninos parecia que queriam sair. 
Ai,... que coisa feia!!! Mas está CORRETO! Na verdade, o que está registrado aí é 
“Parecia que os meninos queriam sair”. A construção está certinha. Agora, 
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sinceramente, atire a primeira pedra quem não teve vontade de colocar o verbo 
PARECER no plural... 
BIZU: Em qualquer dos casos, somente um dos verbos se flexiona – nunca 
flexione os dois ao mesmo tempo. 
 
Caso 10 - Flexão do infinitivo 
O infinitivo é uma das três formas nominais do verbo, junto com o gerúndio e o 
particípio. Isso vimos na aula 3 – Verbos. 
O infinitivo pode ser IMPESSOAL (não se flexiona em número ou pessoa) ou 
PESSOAL (possui sujeito e com ele pode concordar, havendo, nesse caso, flexão 
de número e pessoa). 
O infinitivo PESSOAL pode se flexionar ou não, a depender da construção. 
Flexionar quer dizer conjugar em todas as pessoas, por exemplo: vender, venderes, 
vender, vendermos, venderem. 
 
10.a) casos em que o infinitivo se flexiona obrigatoriamente – SUJEITOS 
DIFERENTES 
1. Quando o sujeito da forma nominal estiver claramente expresso, ou seja, o 
infinitivo estiver acompanhado de um pronome pessoal ou de um substantivo – é o 
único caso de flexão obrigatória. 
A eleição de 2010 será o momento de os eleitores decidirem por uma renovação 
do Congresso Nacional. 
O sujeito do verbo SER é “A eleição de 2010”. Já o sujeito de DECIDIR é “os 
eleitores”. Como são sujeitos diferentes, a flexão do infinitivo é obrigatória. 
 
2. Quando se deseja indicar o sujeito não expresso a partir da desinência verbal: 
Está na hora de irmos embora. 
Observe que, se não houvesse a indicação pela desinência, não ficaria claro quem 
deveria ir embora (Está na hora de ir embora... quem vai embora???? Eu, você ou 
todos nós?). Nesse caso, a flexão passa a ser obrigatória para definir o sujeito da 
forma nominal. 
 
10.b) casos de flexão facultativa do infinitivo – SUJEITO DO INFINITIVO É O 
MESMO DA ORAÇÃO ANTERIOR, OU SEJA, JÁ APARECEU. 
Quando o sujeito do infinitivo já estiver expresso em outra oração, geralmente na 
oração principal, a flexão torna-se facultativa. 
Recomenda-se, inclusive, omitir a flexão para o texto mais enxuto e objetivo, a não 
ser que exista o risco de ambiguidade, caso em que a flexão será necessária para 
dissipar qualquer dúvida (como vimos no item 2 acima). 
De qualquer forma, a flexão do infinitivo, nesses casos, é opcional – pode-se 
flexionar ou não, a critério do autor. 
 
As mulheres se reuniram para decidir/decidirem a melhor forma de conduta. 
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As trabalhadoras discutiram uma forma de se proteger/protegerem dos abusos no 
ambiente de trabalho. 
O ministro convidou os índios para participar/participarem do debate. 
 
Tomando o primeiro exemplo, quem se reuniu e quem iria decidir eram as mesmas 
pessoas: “as mulheres”. Assim, como o sujeito já se encontrava expresso na oração 
anterior, a flexão do infinitivo tornou-se facultativa. 
 
10.c) casos de flexão do infinitivo em voz passiva 
Com relação à flexão do infinitivo passivo, no esquema PREPOSIÇÃO + SER 
(INFINITIVO) + PARTICÍPIO, há duas possibilidades: 
 
1 - Quando os sujeitos das orações são distintos e o do infinitivo vem logo após a 
preposição, a flexão do infinitivo é FACULTATIVA, ou seja, as duas formas – 
flexionada ou não - estão certas, dando-se preferência à flexão verbal. 
Essa preferência se dá em virtude da proximidade do particípio. 
O objetivo é coletar informações mais precisas para ser / serem cruzadas com 
outros bancos de dados. 
Indique as providências a ser / serem tomadas. 
Envio os documentos para ser / serem analisados. 
 
2 - Prefere-se a não-flexão: 
a) quando o sujeito (plural) das duas orações for o mesmo: 
Doenças desse tipo levam até cinco anos para ser / serem tratadas. 
Eles estão para ser / serem expulsos. 
Saíram sem ser / serem percebidos. 
Os pedidos levaram dez dias para ser / serem analisados. 
b) quando se tem um adjetivo antes da preposição: 
São obras dignas de ser / serem imitadas. 
Os alimentos estavam prontos para ser / serem comercializados. 
As presas pareciam fáceis de ser / serem apanhadas. 
Apresentamos exercícios simples de ser / serem feitos. 
 
Observe que se trata de PREFERÊNCIA, a depender da ênfase que o autor queira 
dar. Não podemos tachar de certo ou errado. Ao não flexionar, valoriza-se a ação; 
com a flexão, dá-se ênfase ao sujeito que a pratica. Muitas vezes, a escolha é feita 
por questão de eufonia ou de clareza textual. 
Encerramos com as palavras de Pasquale Cipro Neto e Ulisses Infante(Gramática 
da Língua Portuguesa, Editora Scipione) de que "o infinitivo constitui um dos casos 
mais discutidos da língua portuguesa", e "estabelecer regras para o uso de sua 
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forma flexionada, por exemplo, é tarefa difícil", e, "em muitos casos, a opção é 
meramente estilística". 
 
Vamos ver, agora, uma questão de prova da ESAF que tratou desse ponto do 
estudo. 
 
(Auditor RN/2005) Marque a opção que não substitui corretamente o item 
sublinhado no texto, respeitando-se a ordem em que ocorrem. 
Na medida em que a dinâmica da acumulação privada e a mobilidade dos 
capitais já não são controladas pelo Estado através da tributação, os 
direitos humanos, numa visão jurídico-positiva, encontram-se em fase 
regressiva. Eles podem até continuar existindo no plano legal, 
sobrevivendo, em termos formais, aos processos de tributação. Mas não 
têm mais condições de ser efetivamente implementados no plano real (se é 
que o foram, integralmente, um dia). 
 
a) Considerando que 
b) por meio 
c) continuarem 
d) já não têm 
e) serem 
 
O erro está na opção C, pois, em uma locução verbal (“podem continuar 
existindo”), não se admite a flexão do verbo “continuar”, o segundo verbo 
auxiliar. O único verbo que se flexiona é o primeiro auxiliar (poder). 
Os demais (segundo auxiliar – CONTINUAR - e verbo principal - EXISTIR) 
permanecem em uma das formas nominais – infinitivo, gerúndio ou particípio. 
O que nos interessa nessa questão é sugestão de troca do item e, que está 
correta. 
“Mas [os direitos humanos] não têm mais condições de ser efetivamente 
implementados no plano real.” 
A troca pelo infinitivo flexionado (serem) é válida, pelos motivos expostos no caso 
11.c / 2 / b acima. Como vimos, prefere-se a forma não flexionada, para não 
tornar o texto repetitivo, mas isso não causaria erro de concordância. Estão 
corretas, portanto, as duas formas: não têm mais condições de ser implementados 
ou não têm mais condições de serem implementados. 
 
10.d) Verbos Causativos/ Sensitivos + Pronomes Oblíquos + Infinitivo 
Para começar, vamos entender o que são os verbos causativos e sensitivos. 
CAUSATIVOS indicam causa/consequência (fazer, permitir, deixar, mandar) e 
SENSITIVOS expressam sensações (ouvir, sentir, ver). 
Quando estes verbos (causativos e sensitivos) estiverem acompanhados de 
PRONOME PESSOAL OBLÍQUO ÁTONO (que exercem a função de sujeito do 
verbo no infinitivo que lhe segue – entendimento majoritário na doutrina), o 
infinitivo, mesmo pessoal (ou seja, possuindo um sujeito) não deve ser 
flexionado. 
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Estou falando grego? Então, vamos a um exemplo para compreender. 
Ouvi os meninos sair/saírem. 
Mandei os meninos sair/saírem. 
Quem vai sair? Resposta: os meninos. 
Nesse tipo de construção, quando, no objeto direto do verbo causativo (mandei) 
ou sensitivo (ouvi), houver um substantivo (nome) não há consenso entre os 
gramáticos: há autores que exigem a flexão obrigatória (saírem), outros que 
indicam uma faculdade (sair/saírem – tanto faz) e, por fim, os que se recusam a 
flexionar o infinitivo (sair). 
Contudo, todos os gramáticos concordam em um aspecto: quando esse 
substantivo (nome) é representado por um pronome pessoal oblíquo átono 
(o/ os/ a/ as). Nesse caso, o infinitivo NÃO PODE se flexionar! 
Ouvi-os sair. 
Mandei-os sair. 
 
Caso 11 - PODER/DEVER + SE + INFINITIVO + SUBSTANTIVO NO 
PLURAL 
 
Na voz passiva, quando os verbos PODER/DEVER estiverem acompanhados do 
pronome apassivador SE, de um verbo no infinitivo e, por fim, de um substantivo 
no plural, há duas formas de análise e, consequentemente, de construção. 
Pod...-se identificar duas formas de contágio. 
1ª. POSSIBILIDADE: o verbo PODER forma com o verbo IDENTIFICAR uma 
locução verbal, em que aquele atua como verbo auxiliar e este, principal. Como 
acontece em qualquer locução verbal, quem se flexiona é o verbo auxiliar. 
Observamos, também, que existe um pronome SE acompanhando o verbo 
auxiliar. Como o verbo principal é TRANSITIVO DIRETO (Alguém identifica 
alguma coisa), a locução faz parte de uma construção de voz passiva sintética. 
Quem, então, é o sujeito dessa oração (o que se pode identificar?)? Resposta: 
duas formas de contágio. O sujeito paciente (voz passiva) está no plural, 
levando o verbo auxiliar à mesma flexão. A construção correta seria: Podem-se 
identificar duas formas de contágio. 
2ª. POSSIBILIDADE: Agora, o verbo PODER tem como sujeito uma oração 
reduzida de infinitivo “identificar duas formas de contágio”. Equivale dizer: “É 
possível identificar duas formas de contágio = ISSO é possível”. Assim, mesmo 
em construção de voz passiva (o verbo PODER é transitivo direto e a construção 
apresenta ideia passiva), o verbo PODER permanece na 3ª pessoa do singular por 
apresentar um SUJEITO ORACIONAL (caso 8). A forma correta seria: Pode-se 
identificar duas formas de contágio. 
Note que ambas as formas verbais (flexionada ou não) estão corretas, mas a 
análise que se faz de uma é diferente da da outra. 
Treine a análise com mais um exemplo: 
1 - Devem-se manter os animais nas jaulas. – Os animais devem ser mantidos 
nas jaulas. – construção de voz passiva = verbo auxiliar concorda com o núcleo 
do sujeito: animais. 
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2 – Deve-se manter os animais nas jaulas. – Deve-se [manter os animais nas 
jaulas] - sujeito oracional = verbo na 3ª pessoa do singular. 
 
A ESAF adora questões como essa. Vejamos como o examinador abordou em 
uma de suas provas. 
(TCE RN/2000) Marque o item em que um dos dois períodos está 
gramaticalmente incorreto: 
c) No gênero das leis federativas, é possível discernir duas espécies bem 
visíveis: leis federais intransitivas e transitivas. / No gênero das leis 
federativas, podem-se discernir duas espécies bem visíveis: leis federais 
intransitivas e transitivas. 
 
Os dois períodos apresentados na opção C estavam CORRETOS. 
O verbo PODER, no segundo período, está acompanhado do pronome se (“podem-
se discernir duas espécies bem visíveis”). Vamos analisar a passividade dessa 
construção. Então, devemos fazer aquelas perguntas (como é, ainda se lembra???): 
1- É verbo TD ou TDI? 
Sim. Se considerarmos que os verbos formam uma locução verbal (“poder 
discernir”), a transitividade de discernir (verbo principal) é DIRETA, pois significa 
diferenciar, distinguir, discriminar. 
2 – Há ideia passiva? 
Sim, duas espécies de leis federativas poderão ser discernidas, ou seja, 
diferenciadas. 
Então, trata-se de voz passiva pronominal (sintética) e o verbo auxiliar deverá 
se flexionar de acordo com o núcleo do sujeito paciente – espécies – e ir para o 
plural – podem-se discernir. 
A outra possibilidade de análise e construção seria: “pode-se discernir duas 
espécies bem visíveis: leis federais intransitivas e transitivas.” 
Neste caso, o sujeito da forma verbal “pode-se” é a oração reduzida de infinitivo 
“discernir duas espécies...”. 
São formas igualmente válidas, cada uma com uma análise sintática diferente. 
 
CUIDADO COM CERTAS CONJUGAÇÕES 
Você precisa tomar cuidado especial quando a questão de prova envolver 
concordância com os verbos derivados dos verbos pôr, ter e vir. Suas formas 
plurais não apresentam nenhuma distinção fonética em relação às formas 
singulares. 
Vamos lá: para perceber essa coincidência, fale alto, não ligue se a sua vizinha 
pensar que você enlouqueceu – depois que você passarno concurso, ela vem puxar 
o seu saco...: DISPÕE/DISPÕEM, MANTÉM/MANTÊM, CONVÉM/CONVÊM... 
Viu só? Isso pode enganar o seu ouvido direitinho. 
Por isso, sempre que surgir um verbo com esse tipo de “casca de banana”, 
sublinhe, circule, desenhe uma caveira, faça qualquer coisa para perceber se a 
forma verbal está de acordo com o sujeito correspondente. 
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Para encerrarmos nossa aula de hoje, veja só como pode ser maldosa uma questão 
assim: 
(ESAF/TRF/2000) Assinale a opção em que há erro gramatical. 
No Primeiro Reinado, as idéias de justiça fiscal e capacidade de contribuição, 
que pressupõe(A) que a cada cidadão deva ser cobrado o imposto de acordo 
com suas possibilidades, simplesmente não existiam, já que(B) não havia 
legislação coerente que garantisse a defesa desses princípios. Como o clero e 
os senhores rurais eram livres das obrigações fiscais, os privilégios subsis-
tiam(C). Em face do(D) baixo grau de informação, da falta de instituições 
independentes e da ausência de liderança, era impossível qualquer 
manifestação que fosse contrária ao(E) sistema em vigor. 
a) A 
b) B 
c) C 
d) D 
e) E 
 
ACORDO ORTOGRÁFICO: A palavra “ideia” perdeu o acento agudo. 
Mais uma vez, temos de observar a qual palavra o pronome relativo que se refere 
(caso 2.i). Na passagem “que pressupõe”, o relativo que tem como antecedente o 
substantivo plural ideias (“as idéias(*) de justiça fiscal e capacidade de 
contribuição, que pressupõe...”). Por isso, o verbo PRESSUPOR deve com esse 
substantivo no plural concordar – pressupõem. 
Olhe aí um desses verbos perigosos. Foneticamente, não há diferença entre a 
forma singular e a plural da conjugação verbal nas terceiras pessoas (pressupõe / 
pressupõem – notou alguma diferença?). 
Por isso, todo cuidado é pouco na prova. Dificuldade maior reside quando a questão 
transcreve um texto e apresenta em somente uma das opções a incorreção 
gramatical (sem sublinhar, como nessa). Em meio a tantas possibilidades de 
incorreção, ainda mais com grande distância entre o verbo e o sujeito 
correspondente, um erro como esse (de concordância) pode passar despercebido 
aos ouvidos e à retina. 
Felizmente, chegamos ao fim de nosso encontro de hoje (ufa!!!), mas 
não sem antes treinarmos os conhecimentos aqui adquiridos. 
Então, mãos à obra. Resolva as questões extraídas de diversos concursos 
para, só depois, ver o gabarito e ler os comentários. 
Grande abraço. 
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QUESTÕES DE FIXAÇÃO 
1 - (NCE UFRJ / INCRA / 2005) 
Texto 4 - PERIGO REAL E IMEDIATO 
Vilma Gryzinski – Veja, 12/10/2005 
Desde que a era das fotografias espaciais começou, há quarenta anos, uma 
nova e prodigiosa imagem se formou no arquivo mental da humanidade sobre o 
que é o planeta no qual vivemos. Do nosso ponto de vista no universo, 
provavelmente não existe nada que se compare à beleza desta vívida esfera 
azul, brilhando na imensidão do espaço, água e terra entrelaçadas num abraço 
eterno, envoltas num cambiante véu de nuvens. 
 (...) 
As regras de concordância nominal dizem que o adjetivo posposto a dois 
substantivos concorda com o mais próximo ou com o plural dos dois; no caso de 
“água e terra entrelaçadas”, a afirmativa correta, entre as que estão abaixo, é: 
(A) o adjetivo também poderia aparecer na forma “entrelaçada”; 
(B) a forma “entrelaçados” do adjetivo também estaria correta; 
(C) se anteposto, a única forma possível do adjetivo seria “entrelaçada”; 
(D) por coerência lógica, a única forma possível do adjetivo é “entrelaçadas”; 
(E) o adjetivo refere-se exclusivamente ao substantivo “água”. 
 
2 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006) 
 Assinale a alternativa em que a concordância nominal NÃO é adequada: 
(A) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção obrigatória; 
(B) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção obrigatórios; 
(C) A temperatura do Sol obrigava a cuidado e proteção forçadas; 
(D) A temperatura do Sol obrigava a obrigatório cuidado e proteção; 
(E) A temperatura do Sol obrigava a obrigatória proteção e cuidado. 
 
3 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006) 
“A elevação da temperatura no terceiro planeta do sistema solar tornará inviável a 
sobrevivência de qualquer criatura”; sobre os aspectos da concordância nominal e 
verbal dessa frase, podemos dizer que: 
(A) o adjetivo inviável concorda com criatura; 
(B) a forma verbal tornará concorda com o sujeito posposto; 
(C) o pronome qualquer é invariável; 
(D) o numeral terceiro não concorda com o substantivo planeta; 
(E) no plural, quaisquer criaturas não modificaria a forma do adjetivo inviável. 
 
4 - (FUNDAÇÃO JOÃO GOULART/PGM RJ/2004) 
Há má construção gramatical quanto à concordância em: 
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A) Os médicos consideravam inevitável nos pacientes pequenas alterações 
psicológicas. 
B) As internações por si sós já causam certos distúrbios psicológicos aos pacientes. 
C) Uma e outra alteração psicológica podem afetar os pacientes hospitalizados. 
D) Distúrbios e alterações psicológicos são normais em pacientes hospitalares. 
 
5 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001) 
A alternativa correta quanto à concordância nominal é 
A. A empregada mesmo viu tudo. 
B. Já fiz isso bastante vezes. 
C. Passado a crise, voltaram. 
D. As frutas chegaram meio estragadas. 
 
6 – (ESAF / AFC STN / 2000) 
Marque o segmento do texto que contém erro de estruturação sintática. 
a) Se alguém tinha alguma dúvida quanto à retomada do crescimento econômico, 
os últimos dados divulgados pelo IBGE e pela Confederação Nacional da Indústria 
se encarregaram de sepultá-las. 
b) Todos os indicadores disponíveis confirmam uma forte reação na produção 
industrial brasileira, que começou ainda no ano passado, mas ganhou maior força 
nos primeiros meses do ano 2000. 
c) A produção em fevereiro cresceu 16% em comparação com o mesmo mês do 
ano passado, enquanto as vendas cresceram 18%. 
d) Em uma perspectiva mais longa, que analisa a produção nos últimos 12 meses, 
houve um crescimento de 1,4%, invertendo uma seqüência de resultados negativos 
que se arrastavam desde agosto de 1998. 
e) Em fevereiro, foram criados 18.000 novos postos no mercado formal, segundo 
dados do Ministério do Trabalho. 
(André Lahóz, com adaptações) 
 
7 - (NCE UFRJ / Guarda Municipal /2002) 
Assinale o item que está de acordo com as normas gramaticais. 
a) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido a cerca de 10 dias; 
b) O fato nada teve a ver com o assalto ocorrido há cerca de 10 dias; 
c) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido há cerca de 10 dias; 
d) O fato nada teve a haver com o assalto ocorrido acerca de 10 dias; 
e) O fato nada teve a ver com o assalto ocorrido acerca de 10 dias. 
 
8 - (FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001) 
Assinale a alternativa errada quanto ao emprego de "acerca de", "há cerca de" e "a 
cerca de". 
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A. Ficou há cerca de dez passos da esquina. 
B. Fez uma exposição acerca do impasse. 
C. Viajou há cerca de uma semana. 
D. Dirigiu-se a cerca de cem pessoas. 
 
9 - (FCC / ICMS SP / 2006) 
Considere a seguinte frase: 
A busca de distinção entre o que é “do bem” e o que é “do mal” traz consigo um 
dilema (...). 
O verbo trazer deverá flexionar-se numa forma do

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