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A Casa do Concurseiro	
  
	
  
	
  
	
  
Direito	
  Constitucional	
  
Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  
	
  
	
  
2012	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Apoio:	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  2	
  
OTÁVIO	
  PIVA	
  
	
  
Natural	
   de	
  Porto	
  Alegre,	
   RS,	
   é	
   advogado	
  militante.	
  	
  
Bacharel	
   em	
   Direito	
   pela	
   Universidade	
   do	
   Vale	
   do	
  
Rio	
  dos	
  Sinos	
  -­‐	
  UNISINOS,	
  em	
  1995.	
  Especialista	
  em	
  
Educação	
   a	
   Distância.	
   	
  Mestre	
   em	
   Ciências	
   Sociais	
  
pela	
  PUC-­‐RS.	
  Doutorando	
  na	
  PUC-­‐RS.	
  
Professor	
  da	
  disciplina	
  de	
  Direito	
  Constitucional	
  no	
  	
  
Complexo	
  EAD,	
  na	
  Escola	
  Superior	
  da	
  Magistratura	
  
do	
  RS	
  (ESM	
  –	
  AJURIS),	
  na	
  Escola	
  Superior	
  Faculdade	
  
do	
  Ministério	
  Público	
  (FMP),	
  na	
  Fundação	
  Escola	
  da	
  
Magistratura	
   do	
   Trabalho	
   do	
   RS	
   (FEMARGS),	
   na	
  
Escola	
   Superior	
   de	
   Direito	
   Municipal	
   de	
   Porto	
  
Alegre	
  	
  	
  (ESDM)	
  e	
  em	
  diversos	
  cursos	
  preparatórios	
  
a	
  concursos	
  públicos	
  e	
  exame	
  de	
  ordem.	
  
É	
   autor	
   de	
   sete	
   livros	
   e	
   de	
   artigos	
   publicados.	
  	
  
	
  
Foi	
   agraciado	
   com	
   a	
   Cruz	
   do	
   Mérito	
   Cívico	
   e	
  
Cultural,	
  distinção	
  oficializada	
  pela	
  Portaria	
  nº	
  153,	
  
de	
  04	
  de	
  junho	
  de	
  1965,	
  do	
  Ministério	
  da	
  Educação	
  
e	
   Cultura	
   do	
   Brasil	
   -­‐	
   MEC,	
   em	
   reconhecimento	
   ao	
  
relevante	
   trabalho	
   realizado	
   em	
   defesa	
   dos	
  
interesses	
  de	
  médicos	
  formados	
  no	
  exterior.	
  
Recebeu	
   reconhecimento	
   internacional,	
   sendo	
  
condecorado	
  com	
  a	
  Cruz	
  da	
  Ordem	
  Internacional	
  do	
  
Mérito	
   do	
   Descobridor	
   do	
   Brasil,	
   das	
   mãos	
   do	
  
Embaixador	
   do	
   Brasil	
   em	
  Portugal	
   	
   e	
   do	
  Magnífico	
  
Reitor	
   da	
   Universidade	
   de	
   Coimbra,	
   Portugal,	
   em	
  
reconhecimento	
  aos	
  esforços	
  praticados	
  em	
  prol	
  do	
  
ensino	
  jurídico	
  do	
  Direito	
  Constitucional	
  no	
  Brasil.	
  
Contato:	
  veritas@cpovo.net	
  	
  
Site	
  com	
  material	
  de	
  estudo:	
  
www.pivaadvogados.adv.br	
  
	
  
Facebook:	
  
http://www.facebook.com/pivaotavio	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  3	
  
	
  
NOTA	
  DO	
  AUTOR	
  
	
  
O	
  presente	
  material	
  objetiva	
   servir	
  de	
  material	
  de	
  apoio	
  na	
  preparação	
  de	
  candidatos	
  
que	
  se	
  preparam	
  aos	
  mais	
  diversos	
  concursos	
  públicos	
  do	
  país.	
  
Para	
   tanto,	
   apresenta	
   os	
   principais	
   temas	
   objeto	
   de	
   concursos	
   públicos	
   de	
   forma	
  
condensada	
  e	
  esquematizada.	
  
Além	
   disso,	
   ao	
   finalizar	
   cada	
   capítulo,	
   são	
   oferecidas	
   questões	
   de	
   concursos	
   públicos	
  
para	
   permitir	
   o	
   exercício	
   das	
  matérias	
   estudadas	
   e,	
   ainda,	
   	
   para	
   que	
   o	
   estudante	
   tenha	
   uma	
  
visão	
  geral	
  de	
  como	
  esses	
  conteúdos	
  estão	
  sendo	
  objeto	
  e	
  qual	
  o	
  grau	
  de	
  exigência	
  em	
  diversas	
  
provas	
  de	
  todo	
  o	
  país.	
  
O	
  material	
  de	
  apoio	
  está	
  estruturado	
  em	
  dezesseis	
  capítulos:	
  	
  	
  
1	
  –	
  Teoria	
  Geral	
  do	
  Direito	
  Constitucional	
  
2	
  –	
  Preâmbulo	
  e	
  Princípios	
  Fundamentais	
  
3	
  –	
  Direitos	
  e	
  Garantias	
  Fundamentais	
  
4	
  –	
  Direitos	
  Sociais	
  	
  
5	
  -­‐	
  Nacionalidade	
  
6–	
  Direitos	
  Políticos	
  
7	
  –	
  Organização	
  do	
  Estado	
  
8	
  –	
  Poder	
  Legislativo	
  
9	
  –	
  Fiscalização	
  contábil	
  e	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União	
  
10	
  –	
  Poder	
  Executivo	
  
11	
  -­‐	
  Poder	
  Judiciário	
  
12	
  –	
  Processo	
  Legislativo	
  Constitucional	
  
13	
  –	
  Controle	
  de	
  Constitucionalidade	
  
14–	
  Funções	
  Essenciais	
  à	
  Justiça	
  
15	
  –	
  Defesa	
  do	
  Estado	
  e	
  das	
  Instituições	
  Democráticas	
  
16	
  –	
  Eficácia	
  e	
  Aplicabilidade	
  da	
  Norma	
  Constitucional.	
  
	
   	
  
	
   A	
   ideia,	
  portanto,	
  é	
   fornecer	
  aos	
  alunos	
   	
  uma	
  espécie	
  de	
  “livro-­‐texto”,	
  permitindo	
  não	
  
apenas	
  o	
  estudo	
  objetivo	
  de	
  pontos-­‐chaves	
  que	
  constantemente	
  são	
  exigidos	
  nas	
  provas,	
  mas	
  
também	
   subsídios	
   teóricos	
   para	
   melhor	
   aproveitamento	
   das	
   aulas	
   da	
   disciplina	
   de	
   Direito	
  
Constitucional.	
  	
  
	
  
Finalmente,	
  cabe	
  o	
  agradecimento	
  especial	
  ao	
  Professor	
  Pedro	
  Kuhn,	
  a	
  quem	
  coube	
  a	
  
revisão	
  do	
  conteúdo	
  relativamente	
  aos	
  Direitos	
  Sociais.	
  
	
  
	
   	
  
	
   Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  4	
  
Capítulo	
  1	
  
Teoria	
  Geral	
  do	
  Direito	
  Constitucional	
  
	
  
1.1	
  	
  DIREITO	
  CONSTITUCIONAL.	
  NATUREZA.	
  CONCEITO.	
  OBJETO.	
  
	
  
O	
  Direito	
  Constitucional	
   pertence	
   ao	
   ramo	
  do	
  Direito	
  Público,	
   	
   distinguindo-­‐se	
  
dos	
   demais	
   ramos	
   do	
   Direito	
   Público	
   pela	
   natureza	
   específica	
   de	
   seu	
   objeto.	
   	
   Para	
  
Canotilho,	
   o	
   Direito	
   Constitucional	
   é	
   um	
   intertexto	
   aberto,	
   ou	
   seja,	
   deve	
   muito	
   a	
  
experiências	
  constitucionais,	
  nacionais	
  e	
  estrangeiras;	
  no	
  seu	
  espírito	
   transporta	
   ideias	
  
de	
   filósofos,	
   pensadores,	
   políticos;	
   os	
   seus	
   mitos	
   pressupõem	
   as	
   profundidades	
   dos	
  
arquétipos	
  enraizados	
  dos	
  povos.	
  O	
  Direito	
  Constitucional,	
  no	
  entanto,	
  não	
  se	
  dissolve	
  na	
  
história,	
  é	
  um	
  direito	
  vigente	
  e	
  vivo	
  e	
  como	
  tal	
  deve	
  ser	
  ensinado	
  (CARVALHO,	
  2007).	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Entende-­‐se	
  que	
  o	
  objeto	
  do	
  Direito	
  Constitucional	
  é	
  “[...]	
  estabelecer	
  a	
  estrutura	
  do	
  
Estado,	
  a	
  organização	
  de	
  seus	
  órgãos,	
  o	
  modo	
  de	
  aquisição	
  do	
  poder	
  e	
  as	
  forma	
  de	
  seu	
  
exercício,	
  limites	
  de	
  sua	
  atuação,	
  assegurar	
  os	
  direitos	
  e	
  garantias	
  dos	
  indivíduos,	
  fixar	
  o	
  
regime	
   político	
   e	
   disciplinar	
   os	
   fins	
   sócio-­‐econômicos	
   do	
   estado,	
   bem	
   como	
   os	
  
fundamentos	
  dos	
  direitos	
  econômicos,	
  sociais	
  e	
  culturais"	
  (SILVA,	
  2008,	
  p.	
  43).	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
1.2	
  	
  FONTES	
  DO	
  DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  
	
  
a) Constituição;	
  
b) Leis,	
  decretos	
  e	
  regulamentos	
  de	
  conteúdo	
  constitucional;	
  
	
  
c) Costumes	
  e	
  as	
  convicções	
  sociais	
  vigentes;	
  
d) Jurisprudência;	
  
e) Doutrina;	
  
f) Princípios	
  gerais	
  de	
  direito.	
  
	
  
	
  
1.3	
  ELEMENTOS	
  DAS	
  CONSTITUIÇÕES	
  SEGUNDO	
  JOSÉ	
  AFONSO	
  DA	
  SILVA	
  	
  	
  
	
  
Elementos	
   orgânicos:	
   são	
   normas	
   reguladorasda	
   estrutura	
   do	
   Estado	
   e	
   do	
   Poder	
  
(Exemplo:	
  Capítulo	
  IV,	
  Da	
  Organização	
  dos	
  Poderes).	
  
Elementos	
   limitativos:	
   impõe	
   limites	
   aos	
   poderes	
   públicos	
   (Exemplo:	
   Título	
   II,	
   Dos	
  
Direitos	
  e	
  Garantias	
  Fundamentais).	
  
Elementos	
  sócio-­‐ideológicos:	
  demonstram	
  a	
  ideologia	
  constitucional	
  (Exemplo:	
  Direitos	
  
Sociais	
  dos	
  Trabalhadores).	
  
Elementos	
   de	
   estabilização	
   constitucional:	
   são	
   as	
   normas	
   destinadas	
   à	
   defesa	
   do	
  
Estado	
   e	
   à	
   manutenção	
   da	
   estabilidade	
   (Exemplo:	
   Intervenção	
   federal,	
   Estado	
   de	
  
Defesa).	
  
Elementos	
   formais	
   de	
   aplicabilidade:	
   trazem	
   regras	
   de	
   aplicação	
   da	
   Constituição	
  
(Exemplo:	
  art.	
  5.º,	
  §	
  1.º,	
  ADCT).	
  
	
  
Fontes imediatas 
Fontes mediatas 
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  5	
  
	
  
1.4	
   CONSTITUIÇÃO:	
   SENTIDO	
   SOCIOLÓGICO,	
   SENTIDO	
   POLÍTICO,	
   SENTIDO	
   JURÍDICO,	
  
SENTIDO	
  CULTURALISTA.	
  
	
  
1.4.1	
  Sentido	
  sociológico	
  	
  	
  
FERDINAND	
   LASSALLE	
   foi	
   o	
   representante	
   mais	
   expressivo	
   do	
   sociologismo	
  
jurídico.	
  Para	
  ele,	
  a	
  Constituição	
  pode	
  representar	
  o	
  efetivo	
  poder	
  social	
  ou	
  distanciar-­‐se	
  
dele:	
  na	
  primeira	
  hipótese,	
  	
  ela	
  é	
  legítima;	
  na	
  segunda,	
  ilegítima.	
  	
  
Segundo	
  a	
  tese	
  fundamental	
  de	
  Lassalle,	
  a	
  Constituição	
  de	
  um	
  país	
  expressa	
  as	
  
relações	
  de	
  poder	
  nele	
  dominantes:	
  o	
  poder	
  militar,	
  representado	
  pelas	
  forças	
  armadas;	
  
o	
  poder	
  social,	
  representado	
  pelos	
  latifundiários;	
  o	
  poder	
  econômico,	
  representado	
  pela	
  
indústria	
   e	
   pelo	
   grande	
   capital;	
   e,	
   finalmente,	
   o	
   poder	
   intelectual,	
   representado	
   pela	
  
consciência	
  e	
   cultura	
  gerais.	
   	
   É	
  essa	
   conjugação	
  de	
   fatores	
  que	
   forma	
  a	
  “Constituição	
  
real”	
  de	
  um	
  país.	
  	
  
Assim,	
   a	
   “Constituição	
   escrita”	
   não	
   passaria	
   de	
   uma	
   "folha	
   de	
   papel",	
   pois	
   a	
  
capacidade	
   de	
   regular	
   e	
   motivar	
   estaria	
   limitada	
   à	
   sua	
   compatibilidade	
   com	
   a	
  
“Constituição	
   real”.	
   	
   	
   Portanto,	
   no	
   caso	
   de	
   colisão	
   entre	
   a	
   “Constituição	
   real”	
   e	
   a	
  
“Constituição	
  jurídica”,	
  o	
  desfecho	
  seria	
  inevitável:	
  	
  prevaleceria	
  a	
  Constituição	
  real.	
  
	
  
1.4.2	
  Sentido	
  político	
  
	
  	
  	
  	
   É	
  a	
   concepção	
  é	
  CARL	
  SCHMITT,	
  o	
  qual	
  entende	
  que,	
  Constituição,	
   	
  é	
   fruto	
  do	
  
que	
  denominou	
  de	
  decisão	
  política	
  fundamental,	
  ou	
  seja,	
  decisão	
  concreta	
  de	
  conjunto	
  
sobre	
  o	
  modo	
  e	
  a	
  forma	
  de	
  existência	
  da	
  unidade	
  política.	
  	
  
Carl	
  Schmitt	
  	
  diferencia	
  	
  “Constituição”	
  das	
  “leis	
  constitucionais”.	
  	
  
Constituição	
   se	
   refere	
   à	
   decisão	
   política	
   fundamental	
   (estrutura	
   e	
   órgãos	
   do	
  
Estado,	
  direitos	
  individuais,	
  vida	
  democrática...).	
  Leis	
  constitucionais,	
  por	
  sua	
  vez,	
  são	
  as	
  
demais	
   normas	
   inscritas	
   no	
   texto	
   da	
   Constituição,	
   mas	
   que	
   não	
   contém	
   matéria	
   de	
  
decisão	
  política	
  fundamental.	
  
	
  
1.4.3	
  Sentido	
  jurídico	
  
A	
   teoria	
   de	
   HANS	
   KELSEN	
   é	
   a	
   fonte	
   do	
   sentido	
   jurídico.	
   Segundo	
   o	
   jurista	
  
austríaco,	
  para	
  se	
  buscar	
  o	
  fundamento	
  da	
  Constituição,	
  não	
  é	
  necessário	
  incursões	
  pela	
  
sociologia	
  ou	
  pela	
  política.	
  Para	
  	
  ele,	
  portanto,	
  a	
  Constituição	
  é	
  a	
  norma	
  pura,	
  pois	
  está	
  
no	
  plano	
  no	
  dever-­‐ser,	
  e	
  não	
  no	
  mundo	
  do	
  “ser”,	
  que	
  seria	
  do	
  direito	
  natural.	
  
Kelsen	
  explora	
  a	
  ideia	
  de	
  Constituição	
  por	
  meio	
  de	
  dois	
  distintos	
  planos:	
  lógico-­‐
jurídico	
  e	
  jurídico-­‐positivo:	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  6	
  
LÓGICO-­‐JURÍDICO	
   JURÍDICO-­‐POSITIVO	
  
Norma	
  hipotética	
  fundamental	
  
(suposta)	
   Norma	
  posta	
  (positivada)	
  
Norma	
  que	
  serve	
  de	
  fundamento	
  
hipotético	
  da	
  validade	
  da	
  
Constituição	
  positivada.	
  
Norma	
  suprema,	
  fixa	
  no	
  mais	
  alto	
  patamar	
  
hierárquico	
  do	
  sistema	
  jurídico	
  
	
  
1.4.4	
  Sentido	
  culturalista	
  
	
   Esta	
   concepção	
   parte	
   do	
   pressuposto	
   de	
   que	
   todos	
   os	
   sentidos	
   até	
   agora	
  
abordados	
   são	
   interdependentes	
   e,	
   por	
   isso,	
   o	
   entendimento	
   da	
   Constituição	
   está	
  
dependente	
   de	
   uma	
   complexidade	
   de	
   fundamentos.	
   Essa	
   conjunção	
   leva	
   à	
   ideia	
   de	
  
“Constituição	
  total”,	
  ou	
  seja,	
  que	
  considera	
  todos	
  os	
  aspectos	
  econômicos,	
  sociológicos,	
  
jurídicos	
  e	
  filosóficos	
  (NOVELINO,	
  2009).	
  	
  
A	
   visão	
   culturalista,	
   então,	
   vê	
   a	
   Constituição	
   como	
   resultante	
   da	
   expressão	
  
cultural	
   de	
   um	
   determinado	
   momento	
   histórico	
   e,	
   simultaneamente,	
   atua	
   ela	
   como	
  
elemento	
  conformador	
  dessa	
  mesma	
  cultura.	
  
	
  
1.4.5	
  Konrad	
  Hesse:	
  a	
  força	
  normativa	
  da	
  Constituição	
  
	
  
Para	
  KONRAD	
  HESSE,	
  as	
  normas	
  jurídicas	
  e	
  a	
  realidade	
  devem	
  ser	
  consideradas	
  
em	
   seu	
   condicionamento	
   recíproco.	
   A	
   norma	
   constitucional	
   não	
   tem	
   existência	
  
autônoma	
  em	
  face	
  da	
  realidade,	
  e	
  a	
  Constituição	
  não	
  configura	
  apenas	
  a	
  expressão	
  de	
  
um	
  ser,	
  mas	
  também	
  de	
  um	
  dever	
  ser.	
  Assim,	
  para	
  ser	
  aplicável,	
  a	
  Constituição	
  deve	
  ser	
  
conexa	
  à	
   realidade	
   jurídica,	
   social,	
  política;	
  no	
  entanto,	
  ela	
  não	
  é	
  apenas	
  determinada	
  
pela	
  realidade	
  social,	
  mas	
  também	
  determinante	
  desta.	
  
	
  
	
  
1.5	
  	
  CONCEITO	
  DE	
  CONSTITUIÇÃO	
  	
  
	
  
Constituição,	
   segundo	
  Alexandre	
  de	
  Moraes	
   (2008,	
  p.	
  6),	
  é	
  a	
   lei	
   fundamental	
  e	
  
suprema	
   de	
   um	
   Estado,	
   que	
   contém	
   normas	
   referentes	
   à	
   estruturação	
   do	
   Estado,	
   à	
  
formação	
   dos	
   poderes	
   públicos,	
   forma	
   de	
   governo	
   e	
   aquisição	
   do	
   poder	
   de	
   governar,	
  
distribuição	
  de	
  competências,	
  direitos,	
  garantias	
  e	
  deveres	
  dos	
  cidadãos.	
  Além	
  disso,	
  é	
  a	
  
Constituição	
  que	
  individualiza	
  os	
  órgãos	
  competentes	
  para	
  a	
  edição	
  de	
  normas	
  jurídicas,	
  
legislativas	
  ou	
  administrativas.	
  
	
  
	
   	
  
	
  
	
  
	
  
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  7	
  
	
  
	
  
1.6	
  CLASSIFICAÇÃO	
  DAS	
  CONSTITUIÇÕESQuanto	
  à	
  forma	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Quanto	
  à	
  estabilidade	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Quanto	
  ao	
  conteúdo	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Escritas (orgânicas, codificadas, sistematizadas): cujas regras se 
contêm em documento solene, elaborado para fixar a organização 
fundamental. 
 
Não escritas (inorgânicas, não codificadas): não traz as normas 
constitucionais em um único texto solene e codificado, mas por diversos 
textos separados (inclusive em sentido histórico), baseados nas tradições, 
costumes, jurisprudência etc. 
 
Rígidas: são aquelas que só podem ser alteradas mediante 
processo especial de reforma, normalmente, por meio de 
quorum especial, diferenciado do exigido para as demais 
normas. 
Flexíveis: podem ser modificadas por processo legislativo 
ordinário, comum. 
 
Semirrígidas: algumas regras podem ser modificadas por 
processo legislativo ordinário. Outras, somente por processo 
legislativo especial. 
Imutáveis: seriam inalteráveis, pois pretenderiam ser 
permanentes, eternas. 
Super-rígidas: além de possuir um processo legislativo 
diferenciado (emendas) para sua modificação, alguns assuntos 
seriam imutáveis, por força das cláusulas pétreas (art. 60, § 
4.º, CF/88). 
Formal: é composta por normas estruturais de organização 
fundamental da sociedade e do Estado e, além dessas, por outros 
princípios e regras que não teriam essa natureza estruturante. Assim, 
independentemente da matéria, todo o conteúdo que foi aprovado 
por um processo diferenciado terá caráter constitucional. 
Material: é composta por princípios e regras que têm por objeto os 
direitos fundamentais, a estrutura do Estado, a organização dos 
Poderes, a distribuição de competências etc. Traz a organização 
fundamental da sociedade e do Estado. 
 
Legal: seria a Constituição escrita e que se apresenta fragmentada em 
textos esparsos. Isso se dá na medida em que o art. 5º, § 3º, da CF/88, 
passou a aceitar que tratados de direitos humanos sejam equiparados às 
emendas constitucionais. 
 
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Quanto	
  ao	
  modo	
  	
  
de	
  elaboração	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Quanto	
  à	
  origem	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Quanto	
  a	
  sua	
  extensão	
  	
  
e	
  finalidade	
  	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Quanto	
  à	
  	
  
correspondência	
  	
  
com	
  a	
  realidade	
  
ou	
  ontológica	
  
(Karl	
  Loewenstein)	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Dogmáticas: são as que se apresentam como produto escrito e 
sistematizado por um órgão constituinte, a partir de ideias 
fundamentais da teoria política e do direito dominante. 
Históricas: são constituições fruto da lenta e contínua síntese da 
história e tradições de um determinado povo. 
 
 
Promulgadas: são aquelas que derivam do trabalho de Assembléia 
Nacional Constituinte, composta por representantes do povo, eleitos 
para essa finalidade. 
Outorgadas: são as produzidas sem a participação popular, através 
da imposição do poder. 
 
Analíticas (dirigentes): examinam e regulamentam todos os 
assuntos que entendem relevantes à formação, destinação e 
funcionamento do Estado. 
 
Sintéticas (garantias): preveem somente os princípios e as 
normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando 
seu poder por meio de estipulação de direitos e garantias 
fundamentais. 
 
Normativas: são aquelas cujas normas dominam o processo 
político, ou seja, em que o poder se adapta às normas 
constitucionais e se lhes submete. 
 
Nominais: são aquelas que não conseguem adaptar as suas 
normas à dinâmica do processo político, ficando sem 
realidade existencial. Em outras palavras: mesmo tendo a 
intenção de limitar o poder, não conseguem. 
 
Semânticas: apenas formalizam a situação do poder político 
existente em benefício exclusivo dos detentores de fato desse 
poder. 
Cesaristas: são as referendadas pelo povo, sobre um projeto 
elaborado por um Imperador ou ditador. 
 
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1.6.1	
  Classificação	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988	
  
	
  
	
  
	
  
Escrita	
  
ou	
  	
  
Legal	
  
	
  
Rígida	
  
ou	
  
Super-­‐rígida	
  
Formal	
   Dogmática	
   Promulgada	
   Analítica	
  
	
  
	
  
1.7	
  	
  FUNDAMENTOS	
  DO	
  PODER	
  CONSTITUINTE	
  	
  
	
  
Poder	
  Constituinte	
   é	
   a	
  manifestação	
   soberana	
  da	
   suprema	
   vontade	
  política	
   de	
  
um	
  povo,	
  social	
  e	
  juridicamente	
  organizado	
  (MORAES,	
  2008,	
  p.	
  26).	
  
Assim,	
  a	
  titularidade	
  do	
  Poder	
  Constituinte,	
  pela	
  moderna	
  doutrina,	
  pertence	
  ao	
  
povo,	
   pois	
   o	
   Poder	
   decorre	
   da	
   soberania	
   popular	
   (CF,	
   art.	
   1.o,	
   parágrafo	
   único).	
   A	
  
vontade	
  constituinte	
  é	
  a	
  vontade	
  do	
  povo,	
  expressa	
  por	
  meio	
  de	
  seus	
  representantes.	
  	
  
Existem,	
  assim,	
  duas	
  formas	
  básicas	
  de	
  deflagração	
  do	
  processo	
  constituinte	
  originário:	
  
Assembléia	
  Nacional	
  Constituinte	
  e	
  Revolução	
  (outorga).	
  
	
  
	
  
1.7.1 Poder	
  Constituinte	
  originário	
  e	
  derivado	
  
	
  
Poder	
   Constituinte	
   Originário	
   (de	
   primeiro	
   grau):	
   é	
   aquele	
   que	
   estabelece	
   a	
  
Constituição	
  de	
  um	
  Estado,	
  organizando-­‐o	
  e	
  criando	
  os	
  poderes	
  destinados	
  a	
   reger	
  os	
  
interesses	
  da	
  comunidade.	
  São	
  características	
  do	
  Poder	
  Constituinte	
  Originário:	
  é	
  inicial	
  
e	
   anterior,	
   juridicamente	
   ilimitado	
   e	
   incondicionado,	
   autônomo	
   e	
   exclusivo,	
  
permanente	
  e	
  inalienável	
  (SARLET,	
  2012,	
  p.	
  91).	
  
	
  
Adverte-­‐se,	
  contudo,	
  que	
  a	
  ilimitação	
  do	
  Poder	
  Constituinte	
  Originário	
  encontra-­‐
se	
  somente	
  em	
  plano	
  jurídico-­‐formal.	
   	
  A	
  expressão	
  “incondicionado”,	
  portanto,	
  refere-­‐
se	
  a	
  qualquer	
   tipo	
  de	
   limitação	
   imposta	
  pela	
  Constituição	
  anterior,	
   nada	
  mais	
  do	
  que	
  
isso.	
  
	
  
Poder	
   Constituinte	
   Derivado	
   (ou	
   instituído,	
   constituído,	
   reformador,	
   de	
  
segundo	
  grau):	
  é	
  aquele	
  que	
  está	
   inserido	
  dentro	
  da	
  própria	
  Constituição.	
  Permite	
  ao	
  
legislador	
   realizar	
   certas	
  modificações	
   no	
   texto	
   original	
   da	
   Constituição.	
   Possui	
   como	
  
características:	
   	
  derivado,	
  subordinado,	
   	
  condicionado.	
  É,	
  em	
  última	
  análise,	
   limitado.	
  	
  
Subdivide-­‐se	
  em	
  dois:	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
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1.8 REFORMA	
  E	
  REVISÃO	
  CONSTITUCIONAL	
  
	
  
Segundo	
  Manoel	
  Gonçalves	
  Ferreira	
  Filho	
  (2001,	
  p.	
  284),	
  na	
  tradição	
  do	
  Direito	
  
Constitucional	
  brasileiro,	
  não	
  há	
  qualquer	
  diferença	
  no	
  uso	
  das	
  duas	
  expressões.	
  	
  	
  
	
  
Adverte,	
   contudo,	
  utilizando	
   lições	
  de	
  Nélson	
  de	
  Souza	
  Sampaio	
  que,	
  quantoà	
  	
  
amplitude,	
  costuma-­‐se	
  falar	
  em	
  reforma	
  total	
  e	
  reforma	
  parcial.	
   	
   	
  O	
  termo	
  “emenda”,	
  
explica,	
   	
   tem	
   maior	
   propriedade	
   nesta	
   última	
   hipótese,	
   mas	
   é	
   usado	
   também	
   em	
  
sentido	
  amplo,	
  equivalente	
  à	
  revisão	
  ou	
  reforma,	
  como	
  fazem	
  os	
  escritores	
  ingleses	
  com	
  
as	
  expressões	
  amendment	
  e	
  revision	
  	
  em	
  referência	
  a	
  alterações	
  da	
  Constituição.	
  	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Nada	
   obstante,	
   é	
   importante	
   salientar	
   que	
   a	
   Constituição	
   Federal	
   de	
   1988	
  
incorporou	
  tratamento	
  diferenciado	
  às	
  duas	
  expressões:	
  
	
  
	
  
REVISÃO	
  CONSTITUCIONAL	
  
Art.	
  3.º,	
  ADCT.	
  
REFORMA	
  CONSTITUCIONAL	
  
Art.	
  60	
  
Votação	
  unicameral.	
   Votação	
  bicameral	
  –	
  art.	
  60,	
  §	
  2º.	
  
Aprovação	
  por	
  maioria	
  absoluta.	
   Aprovação	
  por	
  3/5	
  do	
  total	
  de	
  membros	
  de	
  
cada	
  Casa	
  –	
  art.	
  60,	
  §	
  2º.	
  
Não	
  pode	
  ser	
  reproduzido	
  por	
  Estado,	
  DF	
  e	
  
Municípios.	
   Norma	
  de	
  reprodução	
  obrigatória.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Poder 
Constituinte 
Derivado 
Poder Constituinte derivado reformador: é a possibilidade de 
alteração do texto constitucional, respeitando a regulamentação 
especial prevista na própria Constituição. No Brasil, o poder reformador 
dá-se através de emenda à constituição ou de revisão 
constitucional; 
Poder Constituinte derivado decorrente: é a possibilidade que os 
Estados-Membros têm de se auto-organizarem por meio de suas 
Constituições Estaduais, obedecidos, sempre, os limites impostos pela 
Constituição Federal. 
 
 
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  Página	
  11	
  
1.8.1 Possibilidade	
  de	
  alteração	
  da	
  Constituição	
  através	
   de	
   interpretação:	
  mutação	
  
constitucional	
  
Mutação	
  constitucional	
  é	
  o	
  processo	
  informal	
  de	
  modificação	
  do	
  significado	
  da	
  
Constituição	
   sem	
  que	
  haja	
   a	
   alteração	
   formal	
  de	
   seu	
   texto,	
   que	
   se	
  daria	
  por	
  meio	
  de	
  
emenda	
  constitucional.	
  
Essa	
   possibilidade	
   pode	
   ocorrer	
   por	
   duas	
   razões	
   (NOVELINO,	
   2009,	
   p.	
   148):	
   a)	
  
surgimento	
  de	
  novo	
  costume	
  	
  ou	
  b)	
  pela	
  via	
  interpretativa.	
  
A	
  Constituição	
  de	
  um	
  país	
  é	
  um	
  organismo	
  vivo	
  (living	
  Constitucion),	
  dinâmico	
  e	
  sujeito	
  
a	
   mutações	
   e	
   uma	
   hermenêutica	
   que	
   acompanhe,	
   quanto	
   possível,	
   a	
   evolução	
   da	
  
própria	
  sociedade.	
  
	
   Por	
  exemplo,	
  com	
  esse	
  fundamento,	
  ensina	
  Daniel	
  Sarmento	
  (2001,	
  p.	
  122),	
  que	
  
o	
  STF,	
  no	
  julgamento	
  do	
  Inquérito	
  687-­‐SP	
  (Informativo	
  159),	
  entendeu	
  que	
  deveria	
  ser	
  
revogada	
   a	
   Súmula	
   394	
   (manutenção	
   da	
   prerrogativa	
   de	
   foro	
   por	
   função	
   após	
   a	
  
cessação	
  do	
  mandato).	
  	
  
	
   Para	
   concursos,	
   outro	
   exemplo	
   importante	
   de	
  mutação	
   constitucional	
   teria	
   se	
  
efetivado	
   em	
   relação	
   à	
   participação	
   do	
   Senado	
   Federal	
   no	
   controle	
   DIFUSO	
   de	
  
constitucionalidade,	
   prevista	
   no	
   art.	
   52,	
   X,	
   da	
  Constituição	
  da	
  República	
   (KUBLISCKAS,	
  
2009).	
  
No	
  julgamento	
  da	
  Reclamação	
  nº	
  4.335/AC	
  (Informativo	
  STF	
  nº	
  454	
  –	
  pendente	
  
de	
  julgamento	
  final)	
  os	
  Ministros	
  Gilmar	
  Ferreira	
  Mendes	
  e	
  Eros	
  Grau	
  entenderam	
  que	
  
o	
  papel	
  do	
  Senado	
  no	
  controle	
  difuso	
  não	
  seria	
  mais	
  de	
  “suspender	
  a	
  execução	
  das	
  leis”,	
  
mas	
   apenas	
   dar	
   publicidade	
   às	
   decisões	
   finais	
   do	
   STF,	
   as	
   quais,	
   mesmo	
   no	
   sistema	
  
difuso,	
  	
  já	
  seriam,	
  por	
  si,	
  erga	
  omnes.	
  	
  	
  	
  
	
  
	
  
1.9 NEOCONSTITUCIONALISMO	
   (pós-­‐positivismo	
   ou	
   constitucionalismo	
   pós-­‐
moderno)	
  
	
  
Neoconstitucionalismo	
  é	
  a	
  corrente	
  de	
  pensamento	
  que	
  busca	
  não	
  mais	
  atrelar	
  o	
  
constitucionalismo	
  apenas	
  à	
   idéia	
  de	
   limitação	
  do	
  Poder	
  político,	
  mas,	
  acima	
  de	
   tudo,	
  
buscar	
  a	
  real	
  eficácia	
  do	
  texto	
  constitucional,	
  de	
  forma	
  a	
  que	
  este	
  deixe	
  de	
  possuir	
  um	
  
caráter	
   meramente	
   retórico,	
   principalmente	
   no	
   que	
   diz	
   respeito	
   à	
   concretização	
   dos	
  
direitos	
   fundamentais:	
  “A	
  doutrina	
  pós-­‐positivista	
   se	
   inspira	
  na	
   revalorização	
  da	
   razão	
  
prática,	
  na	
  teoria	
  da	
  Justiça	
  e	
  na	
  legitimação	
  democrática.”	
  (BARROSO,	
  2009,	
  p.	
  249).	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
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  Constitucional	
  
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  Otávio	
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  Página	
  12	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
	
  
1)	
  (Juiz	
  do	
  Trabalho	
  –	
  23a.	
  Região	
  –	
  2010)	
  Analise	
  as	
  proposições	
  abaixo	
  e	
  indique	
  a	
  resposta	
  
correta:	
  
I	
   –	
   No	
   sentido	
   sociológico,	
   a	
   Constituição,	
   segundo	
   a	
   conceituação	
   de	
   Ferdinand	
   Lassalle	
   é	
   a	
  
somatória	
  dos	
  fatores	
  reais	
  de	
  poder	
  dentro	
  de	
  uma	
  sociedade,	
  e	
  no	
  sentido	
  político,	
  segundo	
  
Carl	
   Schmitt,	
   é	
   a	
   decisão	
   política	
   fundamental,	
   fazendo	
   distinção	
   entre	
   Constituição	
   e	
   leis	
  
constitucionais.	
  
II	
   –	
   Para	
   Hans	
   Kelsen	
   a	
   concepção	
   de	
   Constituição	
   tem	
   dois	
   sentidos:	
   lógico-­‐jurídico,	
   que	
  
equivale	
  à	
  norma	
  positiva	
  suprema,	
  ou	
  seja,	
  conjunto	
  de	
  normas	
  que	
  regula	
  a	
  criação	
  de	
  outras	
  
normas,	
  lei	
  nacional	
  no	
  seu	
  mais	
  alto	
  grau,	
  e	
  jurídico-­‐positivo,	
  que	
  significa	
  norma	
  fundamental	
  
hipotética;	
  
III	
  –	
  A	
  Constituição	
  dita	
  Cesarista	
  é	
  aquela	
  em	
  que	
  a	
  participação	
  popular	
  é	
  democrática	
  pois	
  visa	
  
ratificar	
  a	
  vontade	
  do	
  detentor	
  do	
  poder;	
  
IV	
   –	
   Os	
   elementos	
   da	
   Constituição	
   trazem	
   valores	
   distintos	
   caracterizando	
   a	
   natureza	
  
polifacética	
  da	
  Constituição,	
  assim	
  pode-­‐se	
  afirmar	
  que	
  o	
  preâmbulo	
  da	
  Constituição	
  constitui	
  
seu	
  elemento	
  formal	
  de	
  aplicabilidade.	
  
(A) A	
  proposição	
  I	
  está	
  correta,	
  e	
  as	
  proposições	
  II,	
  III	
  e	
  IV	
  erradas;	
  
(B) Todas	
  as	
  proposições	
  estão	
  erradas;	
  
(C) As	
  proposições	
  II	
  e	
  IV	
  estão	
  corretas	
  e	
  as	
  proposições	
  I	
  e	
  III	
  estão	
  erradas;	
  
(D) Todas	
  as	
  proposições	
  estão	
  corretas;	
  
(E) As	
  proposições	
  I	
  e	
  IV	
  estão	
  corretas,	
  e	
  as	
  proposições	
  II	
  e	
  III	
  estão	
  erradas.	
  
	
  
	
  
2) (Defensor	
   Público	
   –	
   SP	
   -­‐	
   2006)	
   O	
   termo	
   “Constituição”	
   comporta	
   uma	
   série	
   de	
  
significados	
   e	
   sentidos.	
   Assinale	
   a	
   alternativa	
   que	
   associa	
   corretamente	
   a	
   frase,	
   autor	
   e	
  
sentido.	
  
(A) Todas	
   as	
   Constituições	
   pretendem,	
   implícita	
   ou	
   explicitamente,conformar	
   globalmente	
   o	
  
político.	
  Há	
  uma	
   intenção	
  atuante	
  e	
   conformadora	
  do	
  direito	
   constitucional	
  que	
  vincula	
  o	
  
legislador.	
  Jorge	
  Miranda.	
  Sentido	
  dirigente.	
  
(B) Todos	
  os	
  países	
  possuem,	
  possuíram	
  sempre,	
  em	
  todos	
  os	
  momentos	
  as	
   sua	
  história	
  uma	
  
constituição	
  real	
  e	
  efetiva.Carl	
  Schmitt.	
  Sentido	
  político.	
  
(C) Constituição	
   significa,	
   essencialmente,	
   decisão	
   política	
   fundamental,	
   ou	
   seja,	
   concreta	
  
decisão	
   de	
   conjunto	
   sobre	
   o	
   modo	
   e	
   a	
   forma	
   de	
   existência	
   política.	
   Ferdinand	
   Lassale.	
  
Sentido	
  Político.	
  
(D) Constituição	
  é	
  a	
  norma	
  fundamental	
  hipotética	
  e	
  lei	
  nacional	
  no	
  seu	
  mais	
  alto	
  grau	
  na	
  forma	
  
de	
   documento	
   solene	
   e	
   que	
   somente	
   pode	
   ser	
   alterada	
   observando-­‐se	
   certas	
   prescrições	
  
especiais.	
  Jean	
  Jacques	
  Rousseau.	
  Sentido	
  lógico-­‐jurídico.	
  
(E) A	
  verdadeira	
  Constituição	
  de	
  um	
  país	
  somente	
  tem	
  por	
  base	
  os	
  fatores	
  reais	
  de	
  poder	
  que	
  
naquele	
  país	
  vigem	
  e	
  as	
  constituições	
  escritas	
  não	
  têm	
  valor	
  nem	
  são	
  duráveis	
  a	
  não	
  ser	
  que	
  
exprimam	
  fielmente	
  os	
  fatores	
  reais	
  de	
  poder	
  que	
  imperam	
  na	
  realidade.	
  Ferdinand	
  Lassale.	
  
Sentido	
  Sociológico.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  13	
  
	
  
3)	
  (Procurador	
  do	
  Município	
  de	
  Sorocaba	
  –	
  SP	
  –	
  2008)	
  	
  De	
  acordo	
  com	
  a	
  teoria	
  geral	
  do	
  direito	
  
constitucional,	
  o	
  conceito	
  de	
  Constituição	
  pode	
  ser	
  concebido	
  em	
  diferentes	
  sentidos.	
  Aponte	
  
a	
   alternativa	
   que	
   corresponde	
   aos	
   autores	
   clássicos	
   que	
   concebem	
   a	
   Constituição,	
  
respectivamente,	
  nos	
  sentidos	
  sociológico,	
  político	
  e	
  jurídico.	
  
(A)	
  Hans	
  Kelsen,	
  Ferdinand	
  Lassalle	
  e	
  Norberto	
  Bobbio.	
  
(B)	
  Carl	
  Schmitt,	
  Konrad	
  Hesse	
  e	
  Ferdinand	
  Lassalle.	
  
(C)	
  Karl	
  Lowenstein,	
  Carl	
  Schmitt	
  e	
  Hans	
  kelsen.	
  
(D)	
  Ferdinand	
  Lassalle,	
  Carl	
  Schmitt	
  e	
  Hans	
  Kelsen.	
  
(E)	
  Norberto	
  Bobbio,	
  JJ.	
  Canotilho	
  e	
  Karl	
  Lowenstein.	
  
	
  
4)	
   (Analista	
   MPU	
   –	
   2007)	
   Conforme	
   a	
   doutrina	
   dominante,	
   a	
   Constituição	
   da	
   República	
  
Federativa	
  do	
  Brasil	
  de	
  1988	
  é	
  classificada	
  como	
  	
  
(A) formal,	
  escrita,	
  outorgada	
  e	
  rígida.	
  
(B) formal,	
  escrita,	
  promulgada	
  e	
  rígida.	
  
(C) material,	
  escrita,	
  promulgada	
  e	
  imutável.	
  
(D) formal,	
  escrita,	
  promulgada	
  e	
  flexível.	
  
(E) Material,	
  escrita,	
  outorgada	
  e	
  semirrígida.	
  
	
  
5) (Analista	
   do	
   TRF	
   –	
   4ª	
   Região	
   –	
   2007)	
   	
   A	
   Constituição	
   da	
   República	
   Federativa	
   do	
   Brasil	
  
(1988),	
   pode	
   ser	
   classificada	
   quanto	
   ao	
   seu	
   conteúdo,	
   seu	
   modo	
   de	
   elaboração,	
   sua	
  
origem,	
  sua	
  estabilidade	
  e	
  sua	
  extensão,	
  como	
  	
  
(A) formal,	
  histórica	
  ou	
  costumeira,	
  promulgada,	
  flexível	
  e	
  sintética.	
  
(B) material,	
  dogmática,	
  outorgada,	
  rígida	
  e	
  sintética.	
  
(C) formal,	
  dogmática,	
  promulgada,	
  super-­‐rígida	
  e	
  analítica.	
  
(D) material,	
  pragmática,	
  outorgada,	
  semirrígida	
  e	
  sintética.	
  
(E) formal,	
  histórica	
  ou	
  costumeira,	
  outorgada,	
  flexível	
  e	
  analítica.	
  
	
  
6)	
   (MP/RN	
   –	
   2009)	
   A	
   Carta	
   outorgada	
   em	
   10	
   de	
   novembro	
   de	
   1937	
   é	
   exemplo	
   de	
   texto	
  
constitucional	
  colocado	
  a	
  serviço	
  do	
  detentor	
  do	
  poder,	
  para	
  seu	
  uso	
  pessoal.	
  É	
  a	
  máscara	
  do	
  
poder.	
   É	
   uma	
   Constituição	
   que	
   perde	
   normatividade,	
   salvo	
   nas	
   passagens	
   em	
   que	
   confere	
  
atribuições	
  ao	
  titular	
  do	
  poder.	
  
Numerosos	
  preceitos	
  da	
  Carta	
  de	
  1937	
  permaneceram	
  no	
  domínio	
  do	
  puro	
  nominalismo,	
  sem	
  
qualquer	
  aplicação	
  e	
  efetividade	
  no	
  mundo	
  das	
  normas	
  jurídicas.	
  
	
  
Raul	
  Machado	
  Horta.	
  Direito	
   constitucional.	
  2.a	
  ed.	
  
Belo	
   Horizonte:	
   Del	
   Rey,	
   1999,	
   p.	
   54-­‐5	
   (com	
  
adaptações).	
  
	
  
	
   Considerando	
   a	
   classificação	
   ontológica	
   das	
   constituições,	
   assinale	
   a	
   opção	
   que	
  
apresenta	
  a	
  categoria	
  que	
  se	
  aplica	
  à	
  Constituição	
  de	
  1937,	
  conforme	
  a	
  descrição	
  acima.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  14	
  
	
  
(A) constituição	
  semântica.	
  	
  
(B) constituição	
  dogmática.	
  
(C) constituição	
  formal.	
  
(D) constituição	
  outorgada.	
  	
  
(E) constituição	
  ortodoxa.	
  
	
  
7)	
   (MP/DF	
  –	
  2005)	
  Considerando	
  que	
  a	
   função	
  normativa	
  da	
  autorização	
   significa	
   conferir	
   a	
  
uma	
   pessoa	
   o	
   poder	
   de	
   estabelecer	
   e	
   aplicar	
   normas,	
   Kelsen	
   afirmava	
   que	
   uma	
   norma	
   do	
  
Direito	
   autoriza	
   pessoas	
   determinadas	
   a	
   produzirem	
  normas	
   jurídicas	
   ou	
   a	
   aplicá-­‐las.	
  Neste	
  
caso,	
  diz-­‐se:	
  o	
  Direito	
  confere	
  a	
  pessoas	
  determinadas	
  um	
  poder	
  legal.	
  Já	
  que,	
  para	
  Kelsen,	
  o	
  
Direito	
   regula	
   sua	
   própria	
   produção	
   e	
   aplicação,	
   a	
   função	
   normativa	
   da	
   autorização	
  
desempenha,	
   particularmente,	
   um	
   importante	
   papel	
   no	
   direito.	
   Apenas	
   pessoas,	
   às	
   quais	
   o	
  
ordenamento	
   jurídico	
   confere	
   este	
   poder	
   podem	
   produzir	
   ou	
   aplicar	
   normas	
   de	
   Direito.	
   A	
  
respeito	
   do	
   conceito,	
   estrutura	
   e	
   função	
   da	
   Constituição,	
   segundo	
   Hans	
   Kelsen,	
   e	
   de	
   sua	
  
configuração	
  na	
  Constituição	
  Brasileira	
  de	
  1988,	
  assinale	
  a	
  alternativa	
  incorreta.	
  
(A) A	
  Constituição	
  Brasileira	
  é	
  o	
  fundamento	
  de	
  validade	
  de	
  toda	
  a	
  ordem	
  jurídica	
  nacional.	
  
(B) A	
   Constituição	
   confere	
   unidade	
   ao	
   ordenamento	
   jurídico,	
   tendo	
   em	
   vista	
   que	
   a	
   ordem	
  
jurídica	
  não	
  é	
  um	
  sistema	
  de	
  normas	
  jurídicas	
  ordenadas	
  no	
  mesmo	
  plano.	
  
(C) A	
  ordem	
  jurídica	
  de	
  1988	
  é	
  uma	
  construção	
  escalonada	
  de	
  diferentes	
  camadas	
  ou	
  de	
  níveis	
  
de	
  normas	
  jurídicas.	
  
(D) A	
  Constituição	
  de	
  1988	
  e	
  o	
  novo	
  Código	
  Civil	
   são	
  o	
  ponto	
  comum	
  ao	
  qual	
   se	
   reconduzem	
  
todas	
  as	
  normas	
  vigentes	
  no	
  âmbito	
  do	
  Estado	
  Brasileiro.	
  
(E) A	
  ordem	
   constitucional	
   instituída	
   em	
  1988	
   recebeu	
   normas	
   anteriores	
   à	
   sua	
   vigência	
   que	
  
com	
  ela	
  fossem	
  compatíveis.	
  
	
  
8)	
  (Analista	
  do	
  MP	
  –	
  CE	
  –	
  2009)	
  A	
  Constituição	
  brasileira	
  de	
  1824	
  previa,	
  em	
  seus	
  artigos	
  174	
  e	
  
178:	
  
	
  
“Art.	
  174.	
  Se	
  passadosquatro	
  anos,	
  depois	
  de	
  jurada	
  a	
  Constituição	
  do	
  Brasil,	
  se	
  conhecer,	
  que	
  algum	
  dos	
  
seus	
   artigos	
  merece	
   reforma,	
   se	
   fará	
   a	
   proposição	
   por	
   escrito,	
   a	
   qual	
   deve	
   ter	
   origem	
   na	
   Câmara	
   dos	
  
Deputados,	
  e	
  ser	
  apoiada	
  pela	
  terça	
  parte	
  deles.”	
  
“Art.	
  178.	
  É	
  só	
  Constitucional	
  o	
  que	
  diz	
  respeito	
  aos	
  limites	
  e	
  atribuições	
  respectivas	
  dos	
  Poderes	
  Políticos	
  e	
  
aos	
  Direitos	
  Políticos	
  e	
  individuais	
  dos	
  Cidadãos.	
  Tudo	
  o	
  que	
  não	
  é	
  Constitucional	
  pode	
  ser	
  alterado	
  sem	
  as	
  
formalidades	
  referidas,	
  pelas	
  Legislaturas	
  ordinárias.”	
  
	
  
Depreende-­‐se	
  dos	
  dispositivos	
  acima	
  transcritos	
  que	
  a	
  Constituição	
  brasileira	
  do	
  Império:	
  
(A) Impunha	
   limites	
   temporais,	
   materiais	
   e	
   circunstanciais	
   ao	
   exercício	
   regular	
   do	
   poder	
   de	
  
reforma	
  constitucional,	
  a	
  exemplo	
  do	
  que	
  se	
  tem	
  na	
  Constituição	
  vigente.	
  
(B) Exigia	
   quorum	
   de	
   maioria	
   qualificada	
   para	
   propositura	
   de	
   emendas	
   à	
   Constituição	
   por	
  
membros	
   do	
   Legislativo,	
   diferentemente	
   da	
   Constituição	
   vigente,	
   que	
   admite	
   iniciativa	
  
isolada	
  de	
  parlamentares	
  para	
  proposta	
  de	
  emenda.	
  
(C) Poderia	
  ser	
  classificada	
  como	
  sintética	
  e	
  histórica,	
  em	
  oposição	
  à	
  Constituição	
  vigente,	
  que	
  é	
  
analítica	
  e	
  dogmática.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  15	
  
	
  
(D) Era	
   do	
   tipo	
   semirrígida,	
   quanto	
   à	
   alterabilidade	
   de	
   suas	
   normas,	
   diferentemente	
   da	
  
Constituição	
  vigente,	
  que,	
  sob	
  esse	
  aspecto,	
  é	
  rígida.	
  
(E) Previa	
  hipótese	
  especial	
  de	
  revisão	
  constitucional,	
  semelhante	
  àquela	
  contemplada	
  no	
  Ato	
  
das	
   Disposições	
   Constitucionais	
   Transitórias	
   da	
   Constituição	
   vigente,	
   quanto	
   a	
   prazo	
   e	
  
quorum	
  para	
  exercício	
  do	
  poder	
  de	
  revisão.	
  
	
  
9)	
  (MP/MT	
  –	
  2008)	
  Segundo	
  a	
  doutrina,	
  as	
  constituições	
  podem	
  ser	
  classificadas	
  como	
  
(A) dogmáticas,	
   quando	
   resultantes	
   de	
   longa	
   e	
   progressiva	
   formação	
   histórica,	
   fruto	
   da	
  
evolução	
  das	
  tradições	
  e	
  costumes	
  sociais	
  e	
  culturais	
  de	
  um	
  povo.	
  
(B) outorgadas,	
   quando	
  originárias	
   de	
  um	
  órgão	
   constituinte,	
   formado	
  por	
   representantes	
  do	
  
povo.	
  
(C) costumeiras,	
   quando	
   elaboradas	
   por	
   um	
  órgão	
   constituinte,	
   sistematiza	
   as	
   idéias	
   políticas	
  
ou	
  dogmas	
  fundamentais	
  do	
  momento.	
  
(D) rígidas,	
  quando	
  somente	
  podem	
  ser	
  alteradas	
  por	
  um	
  processo	
  legislativo	
  mais	
  dificultoso	
  e	
  
solene,	
  diferenciado	
  daquele	
  da	
  legislatura	
  ordinária.	
  
(E) flexíveis,	
   quando	
   formadas	
   por	
   normas	
   que	
   estabelecem	
   a	
   estrutura	
   do	
   estado	
   e	
   normas	
  
que	
   estabelecem	
  programas	
  governamentais	
  (programáticas).	
  
	
  
10)	
   (MP/SP	
  –	
  2010)	
  Quanto	
  ao	
  grau	
  de	
   sua	
  alterabilidade	
  ou	
  mutabilidade,	
  as	
  Constituições	
  
Federais	
  se	
  classificam	
  em:	
  
(A) flexíveis,	
  rígidas,	
  semirrígidas	
  ou	
  semiflexíveis,	
  e	
  superrígidas.	
  	
  
(B) promulgadas,	
  outorgadas,	
  cesaristas	
  e	
  pactuadas.	
  	
  
(C) analíticas	
  e	
  sintéticas.	
  	
  
(D) escritas	
  e	
  costumeiras.	
  
(E) rígidas	
  e	
  superígidas	
  
GABARITO	
  
	
  
1	
   E	
  
2	
   E	
  
3	
   D	
  
4	
   B	
  
5	
   C	
  
6	
   A	
  
7	
   D	
  
8	
   D	
  
9	
   D	
  
10	
   A	
  
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  Constitucional	
  
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  Página	
  16	
  
Capítulo	
  2	
  
Preâmbulo	
  e	
  Princípios	
  Fundamentais	
  
	
  
2.1	
  	
  PREÂMBULO	
  CONSTITUCIONAL	
  
Relativamente	
   à	
   força	
   jurídica	
   do	
   preâmbulo	
   constitucional,	
   o	
   Plenário	
   do	
  
Supremo	
   Tribunal	
   Federal,	
   no	
   julgamento	
   da	
   ADI	
   2.076/AC,	
   (Rel.	
   Min.	
   CARLOS	
  
VELLOSO),	
   reconheceu	
  que	
  o	
  preâmbulo	
  da	
  Constituição	
  não	
  tem	
  valor	
  normativo,	
  
apresentando-­‐se	
   desvestido	
   de	
   força	
   cogente.	
  O	
   STF,	
   no	
   julgamento	
   plenário	
   em	
  
questão,	
  entendeu	
  que:	
  	
  
F O	
   preâmbulo	
   é	
   parte	
   integrante	
   da	
   Constituição,	
   com	
   todas	
   as	
   suas	
  
consequências.	
   Dela	
   não	
   se	
   distingue	
   nem	
   pela	
   origem,	
   nem	
   pelo	
   sentido,	
  
nem	
  pelo	
  instrumento	
  em	
  que	
  se	
  contém.	
  Distingue-­‐se	
  (ou	
  pode	
  distinguir-­‐se)	
  
apenas	
  pela	
  sua	
  eficácia	
  ou	
  pelo	
  papel	
  que	
  desempenha.	
  	
  
F Os	
  preâmbulos	
  não	
  podem	
  assimilar-­‐se	
  às	
  declarações	
  de	
  direitos.	
  	
  
F O	
   preâmbulo	
   não	
   pode	
   ser	
   invocado	
   enquanto	
   tal,	
   isoladamente,	
   nem	
   cria	
  
direitos	
  ou	
  deveres.	
  Não	
  há	
  inconstitucionalidade	
  por	
  violação	
  do	
  preâmbulo	
  
como	
   texto;	
   só	
   há	
   inconstitucionalidade	
   por	
   violação	
   dos	
   princípios	
  
consignados	
  na	
  Constituição.	
  	
  	
  
	
  
Além	
  disso,	
   orienta	
   Ingo	
  W.	
   Sarlet	
   (2012,	
   p.	
   67),	
   que	
   o	
   STF,	
   em	
   julgamento	
   de	
  
2009	
  (HC	
  94.163),	
  entendeu	
  que	
  no	
  âmbito	
  de	
  interpretação	
  e	
  aplicação	
  do	
  direito,	
  
os	
   valores	
   e	
   objetivos	
   consignados	
   no	
   preâmbulo	
   da	
   Constituição	
   podem	
   ser	
  
invocados	
  como	
  reforço	
  argumentativo,	
  de	
  forma	
  a	
  justificar	
  uma	
  decisão,	
  desde	
  que	
  
em	
  conjunção	
  com	
  demais	
  preceitos	
  normativos	
  do	
  texto	
  principal	
  da	
  Constituição.	
  
	
  
2.2	
  	
  PRINCÍPIOS	
  FUNDAMENTAIS	
  
	
   Na	
   doutrina	
   brasileira	
   (BASTOS,	
   2001),	
   os	
   Princípios	
   Fundamentais	
   são	
  
aqueles	
   que	
   guardam	
   os	
   valores	
   da	
   ordem	
   jurídica,	
   não	
   objetivando	
   regular	
  
situações	
   específicas,	
   mas	
   para	
   servir	
   como	
   critério	
   de	
   interpretação	
   das	
   normas	
  
constitucionais	
  para	
  o	
   legislador,	
  para	
  o	
   juiz	
  e	
  para	
  os	
  próprios	
  cidadãos.	
  Objetivam	
  
(BULOS,	
  2007,	
  p.	
  384):	
  
F garantir	
  a	
  unidade	
  da	
  Constituição;	
  
F orientar	
   a	
   ação	
   do	
   intérprete,	
   balizando	
   a	
   tomada	
   de	
   decisões,	
   tanto	
   de	
  
particulares	
  quanto	
  dos	
  Legislativo,	
  Executivo	
  e	
  Judiciário;	
  
F preservar	
  o	
  Estado	
  democrático	
  de	
  direito.	
  
	
  
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  Página	
  17	
  
2.2.1	
  Fundamentos	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil	
  (Art.	
  1.º)	
  	
  
	
  
I	
  -­‐	
  SOBERANIA	
  
Na	
  acepção	
  de	
  Marcelo	
  Caetano	
  (1987,	
  p.	
  169),	
  	
  trata-­‐se	
  de	
  um	
  poderpolítico	
  
supremo,	
  ou	
  seja,	
  aquele	
  que	
  não	
  é	
  limitado	
  por	
  nenhum	
  outro	
  na	
  ordem	
  interna	
  e	
  
nas	
   relações	
   internacionais.	
   	
   Consiste	
   no	
   fato	
   de	
   não	
   acatar	
   regras	
   que	
   não	
   sejam	
  
voluntariamente	
  aceitas	
  e	
  em	
  igualdade	
  com	
  os	
  poderes	
  supremos	
  dos	
  outros	
  povos.	
  
	
  
II	
  -­‐	
  CIDADANIA	
  
	
   Não	
  é	
  incomum	
  o	
  conceito	
  de	
  cidadania	
  como	
  sendo	
  a	
  condição	
  do	
  brasileiro	
  
nato	
   ou	
   naturalizado	
   de	
   utilizar	
   seus	
   direitos	
   junto	
   ao	
   poder	
   público	
   estatal,	
   tais	
  
como:	
  ser	
  eleitor	
  ou	
  candidato,	
  ter	
  acesso	
  a	
  cargos	
  públicos	
  etc.	
   (art.	
  14	
  da	
  CF/88).	
  
Enfim,	
  cidadão	
  seria	
  o	
  resultado	
  do	
  somatório:	
  brasileiro	
  +	
  direitos	
  políticos.	
  
Nada	
   obstante,	
   não	
   parece	
   ser	
   essa	
   a	
   melhor	
   interpretação,	
   mesmo	
   para	
  
quem	
  se	
  prepara	
  para	
  concursos	
  públicos,	
  especialmente	
  face	
  à	
  inserção	
  do	
  conceito	
  
de	
  cidadão	
  no	
  rol	
  do	
  art.	
  1.º	
  da	
  Constituição	
  Federal.	
   	
  Na	
  medida	
  em	
  que	
  é	
  um	
  dos	
  
“Princípios	
  Fundamentais”,	
  restringir	
  CIDADANIA	
  ao	
  fato	
  puro	
  e	
  simples	
  do	
  exercício	
  
dos	
  Direitos	
  Políticos	
  por	
  brasileiros,	
  é	
  reduzir	
  muito	
  o	
  caráter	
  de	
  vetor	
  interpretativo	
  
que	
  deve	
  ser	
  emprestado	
  a	
  esse	
  referencial	
  constitucional.	
  
Por	
   essa	
   razão,	
   a	
   doutrina	
   brasileira	
   tem	
   conferido	
   interpretação	
   mais	
  
abrangente,	
  concluindo	
  que,	
  cidadania	
  seria	
  o	
  “direito	
  de	
  ter	
  direitos”,	
  ligada	
  à	
  idéia	
  
de	
  dignidade	
  da	
  pessoa	
  humana	
   (ARAÚJO,	
  2004,	
  p.	
  79;	
  NOVELINO,	
  2009,	
  p.	
  503;	
   ).	
  
Com	
   essa	
   visão,	
   não	
   apenas	
   os	
   brasileiros	
   estariam	
   alcançados,	
   mas	
   também	
   os	
  
estrangeiros	
  aqui	
   residentes,	
  pois	
  a	
   cidadania	
  advém	
  da	
  qualidade	
  do	
  ser	
  humano,	
  
que	
  o	
  faz	
  merecedor	
  da	
  tutela	
  do	
  Estado	
  (NASCIMENTO,	
  1997,	
  p.	
  169).	
  	
  
	
  
III	
  -­‐	
  DIGNIDADE	
  DA	
  PESSOA	
  HUMANA	
  
Segundo	
   o	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal	
   (HC	
   85.988-­‐MC),	
   o	
   postulado	
   da	
  
dignidade	
   da	
   pessoa	
   humana,	
   que	
   representa	
   significativo	
   vetor	
   interpretativo,	
  
verdadeiro	
   valor-­‐fonte	
   que	
   conforma	
   e	
   inspira	
   todo	
   o	
   ordenamento	
   constitucional	
  
vigente	
  no	
  País	
  e	
  que	
  traduz,	
  de	
  modo	
  expressivo,	
  um	
  dos	
  fundamentos	
  em	
  que	
  se	
  
assenta,	
   entre	
   os	
   brasileiros,	
   a	
   ordem	
   republicana	
   e	
   democrática	
   consagrada	
   pelo	
  
sistema	
  de	
  direito	
  constitucional	
  positivo.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
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  Página	
  18	
  
	
  
IV	
  -­‐	
  VALORES	
  SOCIAIS	
  DO	
  TRABALHO	
  E	
  DA	
  LIVRE	
  INICIATIVA	
  
Os	
  valores	
  sociais	
  do	
  trabalho	
  defluem	
  diretamente	
  da	
  dignidade	
  da	
  pessoa	
  
humana.	
  	
  	
  Conjugados	
  em	
  um	
  único	
  inciso,	
  demonstrou	
  o	
  constituinte	
  de	
  1998	
  a	
  
intenção	
  de	
  relacioná-­‐los	
  para	
  de	
  que	
  haja	
  harmonia	
  e	
  cooperação	
  entre	
  a	
  mão	
  de	
  
obra	
  e	
  os	
  detentores	
  do	
  capital	
  (CHIMENTI,	
  2005).	
  
A	
   livre	
   iniciativa,	
   portanto,	
   está	
   ligada	
   diretamente	
   ao	
   regime	
   capitalista	
   de	
  
mercado,	
   sobre	
   o	
   qual	
   repousa	
   a	
   ordem	
  econômica	
   e	
   social	
   para	
   a	
   consecução	
  do	
  
desenvolvimento	
   nacional	
   e	
   para	
   a	
   construção	
   de	
   uma	
   sociedade	
   livre,	
   justa	
   e	
  
solidária	
  (CRETELLA	
  JÚNIOR,	
  1998).	
  
Importante,	
   contudo,	
   que	
   a	
   intervenção	
   do	
   Estado	
   no	
   domínio	
   econômico,	
  
sob	
  a	
  forma	
  de	
  fiscalização,	
  incentivo	
  e	
  planejamento,	
  antes	
  de	
  vedada,	
  é	
  prevista	
  no	
  
art.	
  174	
   da	
  Constituição	
  da	
  República.	
   	
  O	
  próprio	
  STF	
   (ADI	
  2163)	
   se	
  pronunciou	
  no	
  
sentido	
  de	
  que,	
  para	
  que	
  sejam	
  realizados	
  os	
  fundamentos	
  do	
  art.	
  1.º	
  e	
  os	
  fins	
  do	
  art.	
  
3.º	
  da	
  CF,	
  é	
  necessário	
  que	
  o	
  Estado	
  atue	
  sobre	
  o	
  domínio	
  econômico,	
  sendo	
  essa	
  
intervenção	
  não	
  só	
  adequada,	
  mas	
  indispensável	
  à	
  consolidação	
  e	
  preservação	
  do	
  
sistema	
  capitalista	
  de	
  mercado.	
  
	
  
V	
  -­‐	
  PLURALISMO	
  POLÍTICO	
  
O	
   pluralismo	
   político,	
   instituído	
   como	
   fundamento	
   Estado	
   democrático	
   de	
  
direito,	
  não	
  está	
  restrito	
  à	
  questão	
  do	
  pluralismo	
  político-­‐partidário.	
  
Na	
  doutrina	
  (ROZICKI,	
  2005),	
  pluralismo	
  político	
  liga-­‐se	
  ao	
  reconhecimento	
  de	
  
que	
  a	
  sociedade	
  é	
  multidiversificada,	
  composta	
  pela	
  pluralidade	
  de	
  vários	
  centros	
  de	
  
poder	
  em	
  diferentes	
  setores:	
  “[...]	
  As	
  diversas	
  comunidades	
  de	
  pessoas	
  com	
  idênticos	
  
interesses	
  que	
  se	
  constituem,	
  pretendendo	
  facilitar	
  a	
  participação	
  de	
  seus	
  membros	
  
no	
  acompanhamento	
  e	
  deliberação	
  relativa	
  a	
  toda	
  a	
  ação	
  estatal,	
  conferindo	
  a	
  esta,	
  
ou	
   não,	
   legitimidade,	
   naturalmente,	
   no	
   ambiente	
   democrático,	
   assumem	
   a	
  
representação	
  de	
   interesses	
  determinados,	
   específicos	
   e	
  delimitados	
  através	
  de	
   sua	
  
organização	
  em	
  distintas	
  associações.	
  [...]”.	
  
Para	
   Gilmar	
   Ferreira	
   Mendes	
   (2010,	
   p.	
   220),	
   o	
   princípio	
   fundamental	
   do	
  
pluralismo	
  político	
  assume	
  função	
  de	
  um	
  direito	
  fundamental	
  à	
  diferença,	
  inerente	
  à	
  
própria	
  dignidade	
  da	
  pessoa	
  humana,	
  compreendendo:	
  
F inicialmente,	
  tolera-­‐se	
  aquilo	
  que	
  se	
  desaprova	
  as	
  não	
  se	
  pode	
  impedir;	
  
F a	
   seguir,	
   tenta-­‐se	
   compreender	
   as	
   convicções	
   contrárias	
   às	
   nossas,	
   mas	
   sem	
  
aderir	
  a	
  elas;	
  
F finalmente,	
  reconhece-­‐se	
  o	
  direito	
  ao	
  erro,	
  ou	
  seja,	
  o	
  direito	
  de	
  todo	
  indivíduo	
  de	
  
acreditar	
   no	
   que	
   bem	
   entender	
   e	
   de	
   levar	
   a	
   vida	
   como	
   lhe	
   convier,	
   com	
   a	
   só	
  
condição	
  de	
  que	
  as	
   suas	
  escolhas	
  pessoais	
  não	
   causem	
  prejuízo	
  a	
  outrem,	
  nem	
  
impeçam	
  o	
  exercício	
  de	
  igual	
  direito	
  pelos	
  demais	
  integrantes	
  do	
  grupo.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  19	
  
2.2.2	
  Separação	
  dos	
  Poderes	
  (Art.	
  2.º)	
  
Constitucionalmente	
   analisado,	
   PODER	
   é	
   o	
   princípio	
   unificador	
   da	
   ordem	
  
jurídica.	
  Significa	
  dizer	
  que	
  sem	
  Poder	
  o	
  Estado	
  não	
  se	
  organiza	
  e,	
  por	
   isso,	
  não	
  há,	
  
nem	
   pode	
   haver,	
   Estado	
   sem	
   Poder.	
   	
   Segundo	
   Cretella	
   Júnior	
   (1998),	
   o	
   Poder,	
   no	
  
início,	
  seriauno.	
  Aos	
  poucos,	
  contudo,	
  foi	
  partilhado,	
  sendo	
  seu	
  exercício	
  distribuído	
  
entre	
   vários	
   tipos	
   de	
   órgãos,	
   cada	
   um	
   com	
   sua	
   competência	
   graduada.	
   Assim,	
   a	
  
separação	
   dos	
   Poderes	
   pressupõe	
   a	
   tripartição	
   das	
   funções	
   do	
   Estado,	
   ou	
   seja,	
   a	
  
distinção	
  das	
  funções	
  “legislativa”,	
  “executiva”	
  e	
  “judiciária”.	
  	
  
Nesse	
   sentido,	
   explica,	
   cada	
   Poder	
   tem	
   o	
   exercício	
   de	
   funções	
   que	
   lhe	
   são	
  
próprias	
  –	
  funções	
  orgânicas	
  ou	
  formais	
  –	
  além	
  de	
  outras	
  funções	
  –	
  funções	
  materiais	
  
–	
   normalmente,	
   e	
   por	
   excelência,	
   exercidas	
   pelos	
   outros	
   dois	
   Poderes.	
   Trata-­‐se,	
  
enfim,	
  da	
  tradicional	
  distinção	
  de	
  funções	
  TÍPICAS	
  e	
  ATÍPICAS	
  de	
  cada	
  Poder.	
  	
  
A	
  divisão	
  do	
  Poder,	
  assim,	
  consiste	
  em	
  repartir	
  o	
  exercício	
  do	
  Poder	
  Político	
  
entre	
  vários	
  órgãos	
  diferentes	
  e	
  independentes,	
  por	
  diversos	
  critérios,	
  de	
  modo	
  que	
  
nenhum	
   órgão	
   possa	
   agir	
   livremente	
   sem	
   ser	
   freado	
   por	
   outro,	
   impedindo,	
   dessa	
  
forma,	
  o	
  arbítrio	
  antidemocrático.	
  
	
  
2.2.3	
  	
  Objetivos	
  Fundamentais	
  do	
  Brasil	
  (Art.	
  3.º)	
  
	
   Diversamente	
  dos	
  “fundamentos”	
  (art.	
  1.º),	
  os	
  objetivos	
   lançados	
  no	
  art.	
  3.º	
  
da	
   Constituição	
   Federal	
   afiguram-­‐se	
   normas	
   de	
   natureza	
   programática	
   (SOUZA,	
  
2006),	
  fornecendo	
  ao	
  governante	
  vetores	
  da	
  realização	
  de	
  suas	
  políticas	
  públicas.	
  
	
   São	
   destinatários,	
   assim,	
   dos	
   comandos-­‐valores	
   previstos	
   no	
   art.	
   3.º	
   da	
  
Constituição	
  Federal,	
  não	
  diretamente	
  os	
  brasileiros	
  e	
  estrangeiros	
  aqui	
   residentes,	
  
mas	
   especialmente	
   os	
   Poderes	
   Legislativo	
   e	
   Executivo,	
   a	
   quem	
   cabe,	
  
respectivamente,	
   a	
   inovação	
   da	
   ordem	
   jurídica	
   e	
   a	
   execução	
   das	
   políticas	
  
governamentais.	
  
	
  
2.2.4	
  Princípios	
  do	
  Brasil	
  em	
  suas	
  Relações	
  Internacionais	
  (Art.	
  4.º)	
  
	
   O	
   art.	
   4.º	
   da	
   Constituição	
   da	
   República	
   traça	
   quais	
   são	
   os	
   princípios	
   que	
   o	
  
Brasil	
   propugna	
   em	
   suas	
   relações	
   internacionais.	
   	
  Por	
   relações	
   internacionais	
  
(SEITENFUS,	
   2004), 	
   define-­‐se	
   o	
   conjunto	
  de	
   contratos	
   que	
   se	
   estabelecem	
  através	
  
das	
   fronteiras	
   nacionais	
   entre	
   grupos	
   socialmente	
   organizados.	
   Portanto,	
   são	
  
internacionais	
   todos	
   os	
   fenômenos	
   que	
   transcendem	
   as	
   fronteiras	
   de	
   um	
   Estado,	
  
fazendo	
  que	
  os	
  sujeitos,	
  privados	
  ou	
  públicos,	
  individuais	
  ou	
  coletivos,	
  relacionem-­‐se	
  
entre	
  si.	
  
	
   A	
   constitucionalização	
   de	
   princípios	
   tradicionais	
   do	
   Direito	
   visa,	
   sobretudo,	
  
permitir,	
  com	
  relação	
  aos	
  atos	
  decorrentes	
  da	
  política	
  externa	
  nacional,	
  a	
  fiscalização	
  
e	
  o	
  controle	
  através	
  de	
  órgãos	
  constitucionalmente	
  competentes.	
  	
  
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  Página	
  20	
  
Em	
  síntese,	
  o	
  art.	
  4.º	
  da	
  CF/88	
  possibilita	
  o	
  controle	
  (político)	
  da	
  ação	
  Estatal	
  
por	
  parte	
  do	
  Poder	
  Legislativo	
  que	
  pode,	
  como	
  exemplo,	
  negar	
  aprovação	
  a	
  Tratado	
  
internacional	
  celebrado	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República	
  e,	
  ainda,	
  o	
  controle	
  repressivo	
  
pelo	
   Poder	
   Judiciário	
   que	
   poderá,	
   balizado	
   por	
   tais	
   princípios,	
   censurar	
   qualquer	
  
desvio	
  porventura	
  ocorrido	
  nessa	
  seara.	
  	
  
	
  
2.2.4.1	
  	
  Asilo	
  Político	
  
	
   O	
  instituto	
  do	
  Asilo	
  Político	
  é	
  regulado	
  pela	
  Lei	
  6.815/80	
  (art.	
  28),	
  o	
  “Estatuto	
  
de	
   Estrangeiro”,	
   segundo	
   o	
   qual	
   o	
   estrangeiro	
   admitido	
   no	
   território	
   nacional	
   na	
  
condição	
  de	
  asilado	
  político	
  ficará	
  sujeito,	
  além	
  dos	
  deveres	
  que	
  lhe	
  forem	
  impostos	
  
pelo	
  Direito	
  Internacional,	
  a	
  cumprir	
  as	
  disposições	
  da	
  legislação	
  vigente	
  e	
  as	
  que	
  o	
  
Governo	
  brasileiro	
  lhe	
  fixar.	
  
	
   Não	
  deve	
  ser	
  confundida,	
  contudo,	
  a	
  condição	
  de	
  ASILADO	
  POLÍTICO,	
  com	
  a	
  
de	
  REFUGIADO.	
  Diferenças:	
  
	
   	
  
ASILO	
  POLÍTICO	
   REFUGIADO	
  
Lei	
  6.815/80	
   Lei	
  9.474/97	
  
Constitui	
  exercício	
  de	
  um	
  ato	
  soberano	
  do	
  
Estado,	
  sendo	
  decisão	
  política	
  cujo	
  
cumprimento	
  não	
  se	
  sujeita	
  a	
  nenhum	
  
organismo	
  internacional.	
  
Trata-­‐se	
  de	
  instituição	
  convencional	
  de	
  caráter	
  
universal,	
  aplicando-­‐se	
  de	
  maneira	
  apolítica,	
  
visando	
  à	
  proteção	
  de	
  pessoas	
  com	
  fundado	
  
temor	
  de	
  perseguição.	
  
O	
  asilo,	
  normalmente,	
  é	
  utilizado	
  em	
  casos	
  de	
  
perseguição	
  política	
  individualizada.	
  
Tem	
  sido	
  aplicado	
  a	
  casos	
  em	
  que	
  a	
  
necessidade	
  de	
  proteção	
  atinge	
  a	
  um	
  número	
  
elevado	
  de	
  pessoas,	
  onde	
  a	
  perseguição	
  tem	
  
aspecto	
  mais	
  generalizado.	
  
Visa	
  à	
  proteção	
  frente	
  à	
  perseguição	
  atual	
  e	
  
efetiva.	
   É	
  suficiente	
  o	
  fundado	
  temor	
  de	
  perseguição.	
  
O	
  asilo	
  pode	
  ser	
  solicitado	
  no	
  próprio	
  país	
  de	
  
origem	
  do	
  indivíduo	
  perseguido.	
  
O	
  refúgio,	
  por	
  sua	
  vez,	
  somente	
  é	
  admitido	
  
quando	
  o	
  indivíduo	
  está	
  fora	
  de	
  seu	
  país	
  de	
  
origem.	
  
Não	
  veda	
  extradição	
  (STF,	
  Ext.	
  524).	
   Veda	
  a	
  extradição	
  do	
  refugiado	
  (art.	
  33	
  da	
  Lei	
  9.474/97).	
  
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
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  Página	
  21	
  
2.2.4.2	
  	
  MERCOSUL	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Nas	
  palavras	
  da	
  Comissão	
  do	
  MERCOSUL	
  da	
  Assembléia	
  Legislativa	
  do	
  Estado	
  do	
  
Rio	
  Grande	
  do	
  Sul,	
  o	
  Mercado	
  Comum	
  do	
  Sul	
  constitui	
   	
  "uma	
  etapa	
   importante	
  nos	
  
esforços	
   de	
   integração	
   econômica	
   da	
   América	
   Latina	
   e	
   tem	
   seu	
   marco	
   básico	
   no	
  
Tratado	
  de	
  Assunção,	
   firmado	
  em	
  26	
  de	
  março	
  de	
  1991,	
  na	
  Capital	
  Paraguaia	
   [...]”	
  
(Cartilha	
  do	
  Mercosul	
  –	
  ALRGS).	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Foi	
   fixada,	
   então,	
   a	
   data	
   de	
   31	
   de	
   dezembro	
   de	
   1994	
   para	
   que	
   os	
   países	
  
signatários	
   decidissem	
   a	
   estrutura	
   institucional	
   definitiva	
   do	
   MERCOSUL,	
   as	
  
respectivas	
  atribuições	
  e	
  as	
  formas	
  de	
  deliberação.	
  Com	
  o	
  Protocolo	
  de	
  Ouro	
  Preto,	
  
em	
   1994,	
   o	
   MERCOSUL	
   adquiriu	
   personalidade	
   jurídica	
   internacional.	
   Essa	
   foi	
   a	
  
grande	
  inovação.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Sendo	
   assim,	
   respeitando	
   divergências	
   doutrináriasmuitas,	
   ainda	
   se	
   está	
  
progredindo	
   em	
   direção	
   a	
   um	
   "mercado	
   comum".	
   Diversas	
   etapas	
   de	
   cooperação	
  
econômica	
   e	
   de	
   integração	
   econômica	
   são	
   necessárias,	
   preparando	
   os	
   Estados	
  
signatários	
  à	
  realidade	
  de	
  um	
  verdadeiro	
  mercado	
  comum.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Importantes	
   	
  observações	
  de	
  BASSO	
   (1997,	
  p.	
  20),	
   	
   segundo	
  a	
  qual	
  "Quando	
  o	
  
Tratado	
  de	
  Assunção	
  faz	
  referência	
  expressa	
  à	
   intenção	
  dos	
  signatários	
  de	
  criar	
  um	
  
‘mercado	
  comum’,	
  	
  deixa	
  claro	
  que	
  os	
  Estados,	
  mais	
  do	
  que	
  ‘cooperação’	
  econômica,	
  
buscam	
  a	
  ‘integração’.	
  Isto	
  é,	
  	
  a	
  livre	
  circulação	
  de	
  pessoas,	
  bens,	
  serviços	
  e	
  capitais	
  
(arts.	
  1.º	
  e	
  5.º	
  do	
  Tratado	
  de	
  Assunção)."	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Note-­‐se	
  que,	
  estando	
  em	
  marcha	
  a	
  integração	
  do	
  mercado	
  comum	
  do	
  sul,	
  deve-­‐
se	
  considerá-­‐la	
  como	
  uma	
  idéia	
  pendente	
  de	
  ser	
  viabilizada	
  em	
  termos	
  práticos.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Finalmente,	
   cumpre	
  esclarecer	
  que	
  o	
  STF	
   (CR	
  8.279-­‐AgR)	
   já	
   teve	
  oportunidade	
  
de	
  se	
  manifestar	
  no	
  sentido	
  de	
  que,	
  mesmo	
  cuidando-­‐se	
  de	
  tratados	
  de	
  integração,	
  
ainda	
  subsistem	
  os	
  clássicos	
  mecanismos	
  institucionais	
  de	
  recepção	
  das	
  convenções	
  
internacionais	
  em	
  geral,	
  não	
  bastando,	
  para	
  afastá-­‐los,	
  a	
  existência	
  da	
  norma	
  inscrita	
  
no	
   art.	
   4.º,	
   parágrafo	
   único,	
   da	
   Constituição	
   da	
   República,	
   que	
   possui	
   conteúdo	
  
meramente	
   programático	
   e	
   cujo	
   sentido	
   não	
   torna	
   dispensável	
   a	
   atuação	
   dos	
  
instrumentos	
  constitucionais	
  de	
   transposição,	
  para	
  a	
  ordem	
   jurídica	
  doméstica,	
  dos	
  
acordos,	
  protocolos	
  e	
  convenções	
  celebrados	
  pelo	
  Brasil	
  no	
  âmbito	
  do	
  Mercosul.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  22	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
	
  
1)	
  (Defensor	
  Público	
  –	
  SP	
  –	
  2009)	
  Assinale	
  a	
  afirmativa	
  correta.	
  
(A) Nosso	
  federalismo	
  prevê	
  a	
  atuação	
  do	
  poder	
  constituinte	
  derivado	
  decorrente,	
  por	
  meio	
  
de	
  instituições	
  que	
  correspondam	
  à	
  idéia	
  centralizadora	
  de	
  afirmação	
  do	
  estado	
  que	
  atua	
  
em	
  bloco	
  único.	
  
(B) A	
   teoria	
   da	
   ‘tripartição	
   de	
   poderes’	
   confirma	
   o	
   princípio	
   da	
   indelegabilidade	
   de	
  
atribuições,	
   por	
   isso	
   qualquer	
   exceção,	
   mesmo	
   advinda	
   do	
   poder	
   constitucional	
  
originário,	
  deve	
  ser	
  considerada	
  inconstitucional.	
  
(C) O	
  princípio	
  do	
  pluralismo	
  político	
   refere-­‐se	
  à	
   ideologia	
  unitária	
  da	
  preferência	
  político-­‐
partidária,	
  já	
  que	
  nesse	
  terreno	
  é	
  imperativa	
  a	
  aplicação	
  da	
  reserva	
  da	
  constituição.	
  
(D) Nas	
   relações	
   internacionais	
   aplica-­‐se	
   o	
   princípio	
   constitucional	
   da	
   intervenção,	
   com	
  
repúdio	
  ao	
  terrorismo	
  e	
  defesa	
  da	
  paz,	
  além	
  da	
  solução	
  pacífica	
  dos	
  conflitos.	
  
(E) O	
   princípio	
   republicano,	
   que	
   traduz	
   a	
   maneira	
   como	
   se	
   dá	
   a	
   instituição	
   do	
   poder	
   na	
  
sociedade	
   e	
   a	
   relação	
   entre	
   governantes	
   e	
   governados,	
   mantém-­‐se	
   na	
   ordem	
  
constitucional,	
  mas	
  hoje	
  não	
  mais	
  protegido	
  formalmente	
  contra	
  emenda	
  constitucional.	
  
	
  
2)	
   (MP/CE	
   –	
   2011)	
   A	
   invocação	
   à	
   proteção	
   de	
   Deus,	
   constante	
   do	
   Preâmbulo	
   da	
  
Constituição	
  da	
  República	
  vigente,	
  
(A) é	
  inconstitucional.	
  	
  
(B) é	
  ilícita.	
  	
  
(C) não	
  tem	
  força	
  normativa.	
  
(D) não	
  foi	
  recepcionada	
  pelo	
  texto	
  constitucional.	
  
(E) é	
  expressão	
  de	
  reprodução	
  obrigatória	
  nas	
  Constituições	
  estaduais.	
  
	
  
3)	
  	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  correta	
  (AFTN	
  -­‐	
  96):	
  
(A) Entre	
   os	
   princípios	
   fundamentais	
   da	
   ordem	
   constitucional,	
   no	
   que	
   respeita	
   às	
   relações	
  
internacionais,	
  não	
  se	
  encontra	
  a	
  concessão	
  de	
  asilo	
  político.	
  
(B) O	
   texto	
   constitucional	
   reconhece	
   expressamente	
   a	
   possibilidade	
   de	
   transferência	
   de	
  
parcela	
  de	
  soberania	
  a	
  entes	
  supranacionais.	
  
(C) A	
   igualdade	
  entre	
  os	
  Estados	
  é	
  princípio	
   fundamental	
  da	
  República	
   Federativa	
  em	
  suas	
  
relações	
  internacionais.	
  
(D) O	
   direito	
   editado	
   por	
   autoridades	
   supranacionais	
   integra	
   a	
   ordem	
   jurídica	
   brasileira	
  
independentemente	
  de	
  qualquer	
  processo	
  de	
  recepção	
  ou	
  de	
  transformação.	
  
(E) Os	
   princípios	
   gerais	
   de	
   direito	
   internacional	
   público	
   tem	
   preeminência	
   em	
   relação	
   ao	
  
direito	
  positivo	
  ordinário	
  no	
  sistema	
  constitucional	
  brasileiro.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
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  Página	
  23	
  
4)	
   (Juiz	
   Federal	
   -­‐	
   4a.	
   Região)	
   Considerar	
   as	
   seguintes	
   afirmações	
   indicando,	
   adiante,	
   a	
  
alternativa	
  correta:	
  
I	
   -­‐	
  Nas	
   suas	
   relações	
   internacionais,	
   a	
  República	
   Federativa	
  do	
  Brasil	
   rege-­‐se,	
   entre	
  outros,	
  
pelo	
  princípio	
  da	
  prevalência	
  dos	
  direitos	
  humanos	
  e	
  da	
   igualdade	
  entre	
  os	
  Estados,	
   sendo	
  
objetivo	
  explicitamente	
  previsto	
  na	
  Constituição	
  o	
  da	
  formação	
  de	
  uma	
  comunidade	
   latino-­‐
americana	
  de	
  nações.	
  
II	
   -­‐	
  Constituem	
  valor	
  e	
  objetivo	
  expressamente	
  referidos	
  na	
  Constituição	
  o	
  estabelecimento	
  
de	
  uma	
  “sociedade	
  fraterna”	
  e	
  a	
  construção	
  de	
  “uma	
  sociedade	
  solidária”.	
  
III	
   -­‐	
   Constitui	
   valor,	
   objetivo	
   ou	
   fundamento	
   expressamente	
   referidos	
   no	
   preâmbulo	
   e	
   nos	
  
princípios	
  fundamentais	
  da	
  Constituição,	
  a	
  erradicação	
  do	
  	
  “sectarismo	
  ideológico”,	
  a	
  	
  “busca	
  
do	
  pleno	
  emprego”	
  	
  e	
  a	
  	
  “solução	
  pacífica	
  dos	
  conflitos”	
  .	
  
(A) As	
  três	
  afirmações	
  estão	
  inteiramente	
  corretas;	
  
(B) Apenas	
  as	
  afirmações	
  I	
  e	
  II	
  estão	
  inteiramente	
  corretas;	
  
(C) Apenas	
  a	
  afirmação	
  II	
  está	
  inteiramente	
  correta;	
  
(D) Apenas	
  a	
  afirmação	
  I	
  está	
  inteiramente	
  correta.	
  
	
  
5)	
   (MPU	
   –	
   2004)	
   Sobre	
   os	
   princípios	
   fundamentais,	
   na	
   Constituição	
   de	
   1988,	
   marque	
   a	
  
única	
  opção	
  correta:	
  
(A) Em	
  razão	
  do	
  princípio	
  republicano,	
  adotado	
  na	
  Constituição	
  de	
  1988,	
  os	
  Estados	
  podem	
  
instituir	
  seus	
  impostos	
  e	
  aplicar	
  suas	
  rendas.	
  
(B) Como	
   decorrência	
   da	
   adoção	
   do	
   princípio	
   do	
   Estado	
   Democrático	
   de	
   Direito,temos	
   o	
  
princípio	
   da	
   independência	
   do	
   juiz,	
   cujo	
   conteúdo	
   relaciona-­‐se,	
   entre	
   outros	
   aspectos,	
  
com	
  a	
  previsão	
  constitucional	
  de	
  garantias	
  relativas	
  ao	
  exercício	
  da	
  magistratura.	
  
(C) A	
  adoção	
  do	
  princípio	
  da	
  separação	
  dos	
  poderes,	
  na	
  Constituição	
  brasileira,	
   impõe	
  uma	
  
independência	
   absoluta	
   entre	
   os	
   Poderes,	
   impedindo	
   que	
   haja	
   qualquer	
   tipo	
   de	
  
interferência	
  de	
  um	
  Poder	
  sobre	
  o	
  outro.	
  
(D) Em	
  decorrência	
  do	
  princípio	
  federativo,	
  há,	
  na	
  Constituição	
  brasileira,	
  a	
  previsão	
  de	
  que	
  
os	
  Estados	
  possuirão	
  constituições	
  e	
  os	
  municípios,	
  leis	
  orgânicas,	
  por	
  força	
  de	
  expressa	
  
disposição	
   constitucional,	
   após	
   dois	
   turnos	
   de	
   votação,	
   respectivamente,	
   nas	
  
Assembléias	
  Legislativas	
  e	
  nas	
  Câmaras	
  municipais.	
  
(E) A	
   concessão	
   de	
   asilo	
   político,	
   um	
   dos	
   princípios	
   que	
   rege	
   o	
   Brasil	
   em	
   suas	
   relações	
  
internacionais,	
   tem	
  sua	
  aplicação	
  restringida,	
  nos	
  termos	
  da	
  Constituição,	
  por	
  questões	
  
de	
  ideologia	
  e	
  de	
  independência	
  nacional	
  
	
  
6) (AFRF	
  –	
  2002)	
  Assinale	
  a	
  opção	
  correta.	
  
(A) A	
   República	
   Federativa	
   do	
   Brasil	
   é	
   formada	
   pela	
   união	
   dos	
   Estados	
   e	
  Municípios	
   e	
   do	
  
Distrito	
  Federal,	
  que	
  devem	
  ser	
  considerados	
  entidades	
  soberanas.	
  
(B) O	
  desenvolvimento	
  nacional	
   é	
  objetivo	
   fundamental	
   da	
  República	
   Federativa	
  do	
  Brasil,	
  
devendo	
   sempre	
   preponderar	
   sobre	
  medidas	
   que	
   tenham	
   por	
   objetivo	
   a	
   redução	
   das	
  
desigualdades	
  regionais	
  brasileiras.	
  
(C) O	
  princípio	
  da	
  independência	
  entre	
  os	
  Poderes	
  não	
  impede	
  que,	
  por	
  vezes,	
  o	
  membro	
  de	
  
um	
  Poder	
  escolha	
  os	
  integrantes	
  de	
  outro	
  Poder.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  24	
  
(D) Como	
  o	
  Brasil	
  se	
  rege,	
  nas	
  relações	
   internacionais,	
  pelo	
  princípio	
  da	
  não-­‐intervenção,	
  é	
  
contrária	
  à	
  Constituição	
  a	
  participação	
  brasileira	
  em	
  qualquer	
  missão	
  militar	
  promovida	
  
pela	
  Organização	
  das	
  Nações	
  Unidas	
  (ONU).	
  
(E) Um	
  Estado-­‐membro	
  da	
  Federação	
  brasileira	
  pode-­‐se	
  desligar	
  da	
  União	
  Federal	
  (direito	
  de	
  
secessão),	
   invocando	
   o	
   princípio	
   da	
   autodeterminação	
   dos	
   povos,	
   inscrito	
   na	
  
Constituição	
  Federal.	
  
	
  
7)	
  (Téc.	
  Rec.	
  Fed.	
  -­‐	
  2002)	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  correta.	
  
(A) Na	
   Federação	
   brasileira,	
   os	
   Estados-­‐membros	
   dispõem	
   do	
   direito	
   de	
   secessão,	
   como	
  
expressão	
  do	
  princípio	
  da	
  autodeterminação	
  dos	
  povos.	
  
(B) A	
  Constituição	
  Federal,	
  ao	
  proclamar	
  o	
  princípio	
  da	
  separação	
  de	
  Poderes,	
  cria	
  obstáculo	
  
absoluto	
  a	
  que	
  um	
  poder	
  fiscalize	
  o	
  outro.	
  
(C) Lei	
   que	
   viesse	
   a	
   instituir	
   o	
   regime	
   de	
   partido	
   político	
   único	
   entre	
   nós	
   feriria	
   princípio	
  	
  
fundamental	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil.	
  
(D) A	
  Constituição	
  Federal	
  em	
  vigor	
  é	
  toda	
  ela	
  voltada	
  para	
  a	
  defesa	
  de	
  valores	
  sociais	
  e	
  da	
  
cidadania,	
   por	
   isso	
   mesmo,	
   os	
   valores	
   da	
   livre	
   iniciativa	
   não	
   são	
   arrolados	
   como	
  
princípios	
  fundamentais	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil.	
  
(E) Embora	
  diga	
  que	
   todo	
  poder	
  emana	
  do	
  povo,	
  a	
  Constituição	
  estabelece	
  que	
  o	
  poder	
  é	
  
exercido	
  pelos	
   representantes	
   do	
  povo,	
   não	
   admitindo	
  hipótese	
   de	
   exercício	
   do	
  poder	
  
diretamente	
  pelo	
  povo.	
  
	
  
8)	
   (MP/GO	
   –	
   2009)	
   O	
   preâmbulo	
   é	
   o	
   pórtico	
   da	
   Constituição	
   e	
   revela	
   a	
   síntese	
   do	
  
pensamento	
  do	
  legislador	
  constituinte.	
  Acerca	
  de	
  sua	
  natureza	
  jurídica,	
  marque	
  a	
  resposta	
  
correta:	
  
(A) Para	
   o	
   STF	
   o	
   preâmbulo	
   constitucional	
   deve	
   ser	
   contado	
   como	
   norma	
   constitucional,	
  
integrando	
  o	
  articulado	
  constitucional,	
  possuindo	
  eficácia	
  jurídica	
  plena.	
  
(B) Preâmbulo	
  na	
  CF/88	
  é	
  dotado	
  de	
  força	
  normativa	
  cogente,	
  fazendo	
  parte	
  da	
  declaração	
  
de	
  direitos	
  e,	
  por	
  isso,	
  tomado	
  como	
  cláusula	
  pétrea.	
  
(C) Preâmbulo,	
  por	
  expressa	
  disposição	
  constitucional,	
  tem	
  como	
  finalidade	
  a	
  resolução	
  das	
  
chamadas	
  lacunas	
  ocultas,	
  que	
  são	
  aquelas	
  decorrentes	
  de	
  erro	
  do	
  Poder	
  Constituinte	
  ou	
  
de	
  desatualização	
  da	
  Constituição.	
  
(D) Para	
  o	
  STF	
  o	
  preâmbulo	
  constitucional	
  situa-­‐se	
  no	
  domínio	
  da	
  política	
  e	
  reflete	
  a	
  posição	
  
ideológica	
   do	
   constituinte.	
   Logo,	
   não	
   contém	
   relevância	
   jurídica,	
   não	
   tem	
   força	
  
normativa,	
   sendo	
   mero	
   vetor	
   interpretativo	
   das	
   normas	
   constitucionais,	
   não	
   servindo	
  
como	
  parâmetro	
  para	
  o	
  controle	
  de	
  constitucionalidade.	
  
	
  
9)	
  (Téc.	
  Rec.	
  Fed.	
  -­‐	
  2003)	
  Assinale	
  a	
  opção	
  correta,	
  a	
  respeito	
  das	
  relações	
  internacionais	
  do	
  
Brasil	
  com	
  os	
  outros	
  países	
  à	
  luz	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988.	
  
(A) Repúdio	
   à	
   violação	
   aos	
   direitos	
   humanos	
   para	
   com	
   países	
   nos	
   quais	
   o	
   Brasil	
   não	
  
mantenha	
  relações	
  comerciais.	
  
(B) Apoio	
   à	
   guerra,	
   quando	
   declarada	
   para	
   a	
   proteção	
   de	
   direitos	
   humanitários	
  
desrespeitados	
  por	
  determinadas	
  autoridades	
  de	
  determinados	
  países.	
  
(C) Busca	
  de	
  soluções	
  bélicas	
  em	
  repúdio	
  ao	
  terrorismo.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  25	
  
(D) Interferência	
  na	
  escolha	
  de	
  dirigentes	
  de	
  outras	
  Nações	
  que	
  sejam	
  vinculados	
  a	
  grupos	
  
racistas.	
  
(E) Colaboração	
  como	
  árbitro	
  internacional	
  na	
  busca	
  de	
  solução	
  pacífica	
  de	
  conflitos.	
  
	
  
10)	
  (Defensor	
  Público	
  –	
  RS	
  –	
  2011)	
  É	
  correto	
  afirmar:	
  
(A) As	
  normas	
  do	
  ADCT	
  não	
  podem	
  ser	
  alteradas	
  por	
  meio	
  de	
  emendas	
  constitucionais,	
  pois	
  
são	
  de	
  natureza	
  transitória.	
  
(B) O	
  preâmbulo	
  da	
  Constituição	
  Federal,	
  ao	
  referir-­‐se	
  expressamente	
  ao	
  pacto	
   federativo,	
  
está	
  a	
  indicar	
  a	
  intenção	
  do	
  constituinte	
  em	
  instituir	
  um	
  Estado	
  Democrático	
  e,	
  por	
  isso,	
  
deve	
  ser	
  considerado	
  quando	
  da	
  interpretação	
  das	
  normas.	
  
(C) São	
  objetivos	
  fundamentais	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil	
  previstos	
  e	
  assim	
  descritos	
  
no	
   artigo	
   3°.	
   da	
   Constituição	
   Federal,	
   construir	
   uma	
   sociedade	
   livre,justa	
   e	
   pluralista,	
  
garantir	
  o	
  desenvolvimento	
  regional,	
  erradicar	
  a	
  pobreza	
  e	
  a	
  marginalização	
  e	
  reduzir	
  as	
  
desigualdades	
  sociais	
  e	
   locais,	
  promover	
  o	
  bem	
  de	
  todos,	
   sem	
  preconceitos	
  de	
  origem,	
  
raça,	
  sexo,	
  cor,	
  idade	
  e	
  quaisquer	
  outras	
  formas	
  de	
  discriminação.	
  
(D) São	
  fundamentos	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil	
  a	
  soberania,	
  a	
  cidadania,	
  a	
  dignidade	
  
da	
  pessoa	
  humana,	
  a	
  livre	
  concorrência,	
  o	
  voto	
  direto	
  e	
  secreto	
  e	
  o	
  pluralismo	
  político.	
  
(E) Os	
  direitos	
  sociais	
  estão	
  expressamente	
  referidos	
  no	
  preâmbulo	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  
de	
  1988,	
  assim	
  como	
  os	
  direitos	
  fundamentais	
  e	
  o	
  pluralismo	
  político.	
  
	
  
GABARITO	
  
1	
   E	
  
2	
   C	
  
3	
   C	
  
4	
   C	
  
5	
   B	
  
6	
   C	
  
7	
   C	
  
8	
   D	
  
9	
   E	
  
10	
   E	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  26	
  
Capítulo	
  3	
  
Direitos	
  e	
  Garantias	
  Fundamentais	
  
	
  
3.1	
  A	
  QUESTÃO	
  TOPOGRÁFICA	
  DOS	
  DIREITOS	
  E	
  GARANTIAS	
  FUNDAMENTAIS	
  
A	
   Constituição	
   da	
   República	
   classifica	
   o	
   gênero	
   Direitos	
   e	
   Garantias	
  
Fundamentais	
  em	
  cinco	
  espécies,	
  quais	
  sejam	
  (LENZA,	
  2011,	
  p.	
  859):	
  
	
  
	
  
Direitos	
  Individuais	
   Art.	
  5.º	
  
Direitos	
  Coletivos	
   Art.	
  5.º	
  
Direitos	
  Sociais	
   Arts.	
  6.º	
  a	
  11	
  
Direitos	
  de	
  Nacionalidade	
   Art.	
  12	
  
Direitos	
  Políticos	
   Arts.	
  14	
  a	
  17	
  
	
  
	
  
3.1.1 Rompimento	
  da	
  Tradição	
  Constitucional	
  
	
   Formalmente,	
   a	
   Constituição	
   destinou	
   aos	
  Direitos	
   e	
  Garantias	
   Fundamentais	
  
todo	
  o	
  “Título	
  II”,	
  que	
  inicia	
  no	
  art.	
  5.º	
  e	
  se	
  conclui	
  no	
  art.	
  17.	
  	
  
	
   Ressalta-­‐se,	
   contudo,	
   que	
   essa	
   topografia	
   é	
   inovadora	
   em	
   relação	
   a	
   todas	
  
anteriores	
  Constituições.	
   	
   	
  Ocorre	
  que,	
  até	
  1988,	
  a	
  tradição	
  do	
  Direito	
  Constitucional	
  
Brasileiro	
  era	
  de	
  inscrever	
  tais	
  direitos	
  na	
  parte	
  final	
  da	
  Constituição.	
  	
  
	
  
3.2	
  A	
  EVOLUÇÃO	
  DOS	
  DIREITOS	
  E	
  GARANTIAS	
  FUNDAMENTAIS	
  -­‐	
  AS	
  DIMENSÕES	
  
	
   A	
   doutrina	
   tradicional	
   procura	
   classificar,	
   quanto	
   à	
   evolução,	
   os	
   direitos	
   em	
  
gerações.	
  Contudo,	
   cada	
  vez	
  mais,	
   ganha	
   força	
  a	
   classificação	
  em	
  DIMENSÕES	
  e	
  não	
  
em	
   “gerações”,	
   considerando-­‐se	
   que	
   entre	
   cada	
   dimensão	
   não	
   existe	
   uma	
   rígida	
   e	
  
clara	
  separação	
  como	
  a	
  expressão	
  “gerações”	
  pode	
  dar	
  ensejo.	
  
	
   De	
  qualquer	
  forma,	
  assim,	
  a	
  evolução	
  dos	
  direitos	
  fundamentais	
  aponta,	
  hoje,	
  
para	
  diversos	
  momentos	
  históricos:	
  
Observação:	
   a	
   literatura	
   aponta	
   advertência	
   ao	
   reconhecimento	
   imediato	
   da	
   4ª	
  
dimensão	
   (e	
   da	
   5ª	
   dimensão)	
   dos	
   direitos	
   fundamentais,	
   pois	
   “...ainda	
   aguarda	
   a	
  
consagração	
  na	
  esfera	
  do	
  direito	
  internacional	
  e	
  das	
  ordens	
  constitucionais	
  internas...”	
  
(entre	
  outros,	
  SARLET,	
  2012,	
  p.	
  263).	
  
	
  
TÍTULO	
  II	
  
da	
  
Constituição	
  Federal	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  27	
  
	
  
DIMENSÃO	
   DIREITOS	
  RECONHECIDOS	
   DIREITO-­‐CHAVE	
  
1.ª	
   Civis	
  e	
  políticos	
   Liberdade	
  
2.ª	
   Econômicos,	
  sociais	
  e	
  culturais	
   Igualdade	
  
3.ª	
   Difusos	
  e	
  titularidade	
  coletiva	
   Fraternidade	
  ou	
  solidariedade	
  
4.ª	
  
Engenharia	
  genética	
  (BOBBIO,	
  
2004)	
  
Democracia	
  direta,	
  informação	
  
e	
  ao	
  direito	
  ao	
  pluralismo	
  
(BONAVIDES,	
  )	
  
“Direito	
  dos	
  povos”	
  
5.ª	
  
Direitos	
  ligados	
  à	
  realidade	
  
virtual	
  (MOTTA,	
  2007)	
  
Paz	
  mundial	
  (BONAVIDES)	
  
Não	
  estabelecido	
  
	
  
3.3	
  A	
  CONDIÇÃO	
  EXEMPLIFICATIVA	
  DO	
  “CATÁLOGO	
  DE	
  DIREITOS	
  FUNDAMENTAIS”	
  
O	
   art.	
   5.º	
   da	
   Constituição	
   Federal,	
   	
   por	
  muitos	
   chamado	
   de	
   o	
   	
   “Catálogo	
   de	
  
Direitos”,	
  não	
  tem	
  a	
  pretensão	
  de	
  ser	
  exaustivo,	
  ou	
  seja,	
  nomear	
  ali	
  todos	
  os	
  direitos	
  
e	
   garantias	
   fundamentais.	
   	
   	
   Diz	
   Pinto	
   Ferreira	
   (1989,	
   p.	
   219)	
   que	
   “O	
   enunciado	
   dos	
  
direitos	
  e	
  garantias	
  fundamentais	
  não	
  é	
  um	
  catálogo	
  completo,	
  nem	
  se	
  apresenta	
  com	
  
um	
  numerus	
  clausus.”	
  A	
  condição	
  de	
  “numerus	
  abertus”	
  do	
  art.	
  5.º	
  pode	
  ser	
  justificada	
  
especialmente	
  pela	
  norma	
  do	
  art.	
  5.º,	
  §§	
  2.º	
  e	
  3.º	
  da	
  Constituição	
  Federal.	
  
	
  
3.4	
  O	
  PRINCÍPIO	
  DA	
  RELATIVIDADE	
  DAS	
  LIBERDADES	
  PÚBLICAS	
  
	
   Os	
   direitos	
   fundamentais	
   não	
   são	
   absolutos	
   ou	
   ilimitáveis,	
   ao	
   contrário,	
   são	
  
relativos	
   e	
   passíveis	
   de	
   restrição	
   (STF,	
   MS	
   23.452).	
   	
   	
   Nesse	
   sentido,	
   um	
   direito	
  
fundamental	
  pode	
  ser	
  limitado	
  internamente	
  por	
  seu	
  próprio	
  alcance	
  material	
  ou	
  por	
  
uma	
   norma	
   restritiva	
   infraconstitucional	
   (restrições	
   indiretamente	
   constitucionais),	
  
desde	
  que	
  prevista	
  no	
  próprio	
  enunciado	
  do	
  dispositivo	
  constitucional	
  (reserva	
  legal),	
  
obedecendo	
  regras	
  de	
  competência	
  para	
  edição	
  de	
  tal	
  ato	
  (OLIVEIRA,	
  2000)	
  e,	
  ainda,	
  
havendo	
  justificação	
  constitucional	
  para	
  a	
  restrição	
  (STEINMETZ,	
  2001,	
  p.	
  32).	
  	
  	
  
	
  
3.5	
  COLISÃO	
  ENTRE	
  DIREITOS	
  FUNDAMENTAIS	
  
Segundo	
  José	
  Carlos	
  Vieira	
  de	
  Andrade,	
  “[...]	
  haverá	
  colisão	
  ou	
  conflito	
  sempre	
  
que	
   se	
   deva	
   entender	
   que	
   a	
   Constituição	
   protege	
   simultaneamente	
   dois	
   bens	
   ou	
  
valores	
  em	
  contradição	
  concreta	
  [...]”	
  	
  	
  Ocorre	
  que	
  não	
  há	
  hierarquia	
  normativa	
  entre	
  
os	
  preceitos	
  constitucionais,	
  pois	
  que	
  estão	
  todas	
   inseridas	
  dentro	
  do	
  mesmo	
  corpus	
  
constitucional	
  (CANOTILHO).	
  	
  	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  28	
  
	
  
Assim,	
  se	
  houver	
  conflito	
  entre	
  dois	
  direitos	
  fundamentais,	
  deverá	
  o	
  intérprete	
  
utilizar	
   o	
   princípio	
   da	
   concordância	
   prática	
   ou	
   da	
   harmonização	
   que	
   nada	
   mais	
  
significa	
  que	
  a	
   aplicação,	
   ao	
   caso	
  prático,	
  dos	
  direitos	
   com	
  a	
  necessária	
  ponderação	
  
(MENDES,	
  1998)	
  de	
  forma	
  a	
  reduzir	
  o	
  alcance	
  de	
  um	
  deles,	
  evitando,	
  assim,	
  a	
  completa	
  
destruição	
  de	
  um	
  ou	
  de	
  outro.	
  	
  
	
  
3.6	
  A	
  CONDIÇÃO	
  DE	
  CLÁUSULA	
  PÉTREA	
  DOSDIREITOS	
  E	
  GARANTIAS	
  INDIVIDUAIS	
  
Os	
   direitos	
   e	
   garantias	
   individuais,	
   por	
   disposição	
   do	
   art.	
   60,	
   §	
   4.º,	
   IV,	
   da	
  
Constituição	
   Federal,	
   é	
   núcleo	
   essencial	
   imodificável	
   pela	
   vontade	
   do	
   legislador	
  
constituinte	
   	
   derivado.	
  Gilmar	
   Ferreira	
  Mendes	
   (MORAES,	
   2008,	
  p.	
   664),	
   aponta	
  que	
  	
  
“[...]	
  tais	
  cláusulas	
  de	
  garantia	
  traduzem,	
  em	
  verdade,	
  um	
  esforço	
  do	
  constituinte	
  para	
  
assegurar	
   a	
   integridade	
   da	
   constituição,	
   obstando	
   a	
   que	
   eventuais	
   reformas	
  
provoquem	
   a	
   destruição,	
   o	
   enfraquecimento	
   ou	
   impliquem	
   profunda	
   mudança	
   de	
  
identidade	
  [...]”	
  	
  
	
   Oportuna,	
  contudo,	
  é	
  a	
  observação	
  de	
  Manoel	
  Gonçalves	
  Ferreira	
  Filho	
  (2001),	
  
segundo	
   a	
   qual	
   a	
   proteção	
   das	
   cláusulas	
   pétreas	
   não	
   significa	
   proibição	
   de	
   toda	
   e	
  
qualquer	
   modificação	
   nessas	
   matérias,	
   mas	
   apenas	
   a	
   proibição	
   de	
   emendas	
  	
  
“tendentes	
   a	
   abolir”,	
   permitindo-­‐se,	
   com	
   a	
   devida	
   cautela	
   e	
   proporcionalidade,	
   e	
  
sempre	
  sem	
  prejudicar	
  o	
  núcleo	
  essencial,	
   	
   venha	
  a	
  emenda,	
   	
  “	
   [...]	
   reequacioná-­‐los,	
  
modificá-­‐los,	
   alterar	
   suas	
   condições	
   ou	
   efeitos,	
   pois	
   isso	
   não	
   é	
   vedado	
   pelo	
   texto	
  
constitucional.”	
  	
  
	
  
3.7	
   SUJEITOS	
   E	
   O	
   ÂMBITO	
   DE	
   VALIDADE	
   DOS	
   DIREITOS	
   E	
   GARANTIAS	
  
FUNDAMENTAIS	
  
	
   Determina	
  o	
  art.	
  5.º,	
  caput,	
   da	
  Constituição	
  Federal	
  que	
  aos	
  brasileiros	
  e	
  aos	
  
estrangeiros	
   residentes	
   no	
   país	
   são	
   assegurados	
   o	
   direito	
   à	
   vida,	
   à	
   liberdade,	
   à	
  
igualdade,	
   à	
   segurança	
   e	
   à	
   propriedade.	
   	
   Contudo,	
   está	
   consagrado	
   que	
   o	
   gozo	
   dos	
  
direitos	
   fundamentais	
   por	
   parte	
   dos	
   brasileiros	
   não	
   depende	
   sequer	
   da	
   efetiva	
  
residência	
   no	
   Brasil,	
   pois	
   a	
   titularidade	
   dos	
   direitos	
   fundamentais	
   está	
   ligada	
  
exclusivamente	
  ao	
  vínculo	
  jurídico	
  da	
  nacionalidade	
  (SARLET,	
  2012,	
  p.	
  305).	
  	
  
	
   Esclareça-­‐se	
  que	
  a	
  expressão	
  constitucional	
  “estrangeiros	
   residentes	
  nos	
  país”	
  
deve	
   ser	
   entendida	
   no	
   sentido	
   de	
   que	
   a	
   “[...]	
   validade	
   e	
   a	
   fruição	
   dos	
   direitos	
  
fundamentais	
  se	
  exercem	
  dentro	
  do	
  território	
  brasileiro	
  [...]”	
  (FERREIRA,	
  1989,	
  p.	
  59),	
  o	
  
que	
   não	
   exclui	
   o	
   estrangeiro	
   em	
   trânsito	
  pelo	
   Brasil	
   (BASTOS,	
   1989).	
   	
   	
   Quantos	
   aos	
  
estrangeiros	
   não	
   residentes,	
   ou	
   seja,	
   aqueles	
   que,	
   não	
   estão	
   em	
   trânsito	
   ou	
  
temporariamente	
  no	
  Brasil,	
  a	
  doutrina	
  é	
  sensível	
  a	
  também	
  estender	
  a	
  titularidade	
  dos	
  
direitos	
   fundamentais,	
  em	
  especial	
   invocando	
  o	
  princípio	
  da	
  universalidade	
   (SARLET,	
  
2012,	
  p.	
  307).	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  29	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
   Nada	
   obstante,	
   assegurar	
   ao	
   estrangeiro,	
   mesmo	
   não	
   residente,	
   direitos	
  
fundamentais,	
  não	
  significa	
  titularizar	
  todos.	
   	
  Como	
  exemplo	
  de	
  direito	
  fundamental	
  
que	
   não	
   pode	
   ser	
   exercida	
   por	
   estrangeiro,	
   pode-­‐se	
   citar	
   o	
   direito	
   ao	
   voto	
   e	
   a	
  
elegibilidade	
  (CF,	
  art.	
  14,	
  §	
  2º).	
  	
  	
  
	
   Relativamente	
  às	
  pessoas	
  jurídicas,	
  é	
  inegável	
  que	
  são	
  destinatárias	
  de	
  direitos	
  
e	
  garantias	
  fundamentais.	
  	
  Nesse	
  sentido,	
  o	
  constituinte	
  originário	
  declarou,	
  inclusive,	
  
direitos	
  que	
  são	
  próprios	
  dos	
  entes	
  abstratos,	
  como	
  a	
  propriedade	
  de	
  marcas,	
  signos	
  
distintivos,	
   nomes	
   das	
   empresas	
   (CF,	
   art.	
   5.º,	
   XXIX),	
   associações	
   (CF,	
   art.	
   5.º,	
   XVII	
   a	
  
XXI).	
  	
  
Ressalte-­‐se,	
  contudo,	
  que	
  da	
  mesma	
  forma	
  que	
  alguns	
  os	
  direitos	
  e	
  garantias	
  
fundamentais	
  não	
  são	
  assegurados	
  aos	
  estrangeiros,	
  as	
  pessoas	
  jurídicas	
  também	
  não	
  
foram	
   contempladas	
   com	
   a	
   totalidade	
   destes,	
   tais	
   como	
   os	
   direitos	
   das	
   presidiárias	
  
(CF,	
   art.	
   5.º,	
   L),	
   aqueles	
   relativos	
   à	
   extradição	
   (CF,	
   art.	
   5.º,	
   LI	
   e	
   LII)	
   e,	
   	
   inclusive,	
   da	
  
propositura	
  da	
  ação	
  popular	
  (CF,	
  art.	
  5.º,	
  LXXIII).	
   	
  	
  
	
  
3.8	
  	
  PRINCÍPIO	
  DA	
  PROPORCIONALIDADE	
  
	
  
Nos	
   termos	
   da	
   doutrina	
   (ÁVILA,	
   2003,	
   p.	
   101),	
   o	
   postulado	
   da	
  
proporcionalidade	
   pressupõe	
   a	
   relação	
   de	
   causalidade	
   entre	
   o	
   efeito	
   de	
   uma	
   ação	
  
(meio)	
  e	
  a	
  promoção	
  de	
  um	
  estado	
  de	
  coisas	
  (fim).	
  Adotando-­‐se	
  o	
  meio,	
  promove-­‐se	
  o	
  
fim.	
  	
  	
  
	
   Quando	
   se	
   fala	
   em	
   imposição	
   de	
   restrições	
   a	
   direitos	
   fundamentais,	
   deve-­‐se	
  
indagar	
  não	
  apenas	
  sobre	
  a	
  admissibilidade	
  constitucional	
  da	
  restrição,	
  eventualmente	
  
fixada,	
  mas	
   também	
  sobre	
  a	
   compatibilidade	
  dessas	
   restrições	
   com	
  o	
   	
   “espírito”	
   	
  da	
  	
  
própria	
   Constituição.	
   	
   O	
   princípio	
   da	
   proporcionalidade	
   age,	
   assim,	
   como	
   um	
   limite	
  
constitucional	
  implícito	
  às	
  leis	
  restritivas	
  de	
  direitos.	
  
Segundo	
   posição	
  majoritária	
   da	
   doutrina	
   constitucional	
   brasileira	
   e	
   do	
   STF,	
   o	
  
princípio	
  da	
  proporcionalidade	
  encontra	
   seu	
   fundamento	
   (sede	
  material)	
  na	
   cláusula	
  
do	
  art.	
  5.º,	
  LIV,	
  ou	
  seja,	
  no	
  princípio	
  do	
  devido	
  processo	
  legal.	
  
	
   O	
   princípio	
   da	
   proporcionalidade	
   é	
   subdividido	
   em	
   princípios	
   informadores	
  	
  
(princípios	
  parciais	
  da	
  proporcionalidade),	
  quais	
  sejam:	
  
F Princípio	
  da	
  adequação:	
  	
  verificação	
  da	
  utilidade	
  do	
  meio;	
  
F Princípio	
  da	
  necessidade:	
  utilização	
  do	
  meio	
  menos	
  interventivo;	
  
F Princípio	
  da	
  proporcionalidade	
  em	
  sentido	
  estrito:	
  exige	
  a	
  própria	
  ponderação	
  
dos	
  bens	
  em	
  conflito.	
  
	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  30	
  
	
  
3.9	
  A	
  IMPOSSIBILIDADE	
  DE	
  PRISÃO	
  DO	
  DEPOSITÁRIO	
  INFIEL	
  FACE	
  AO	
  PACTO	
  DE	
  SÃO	
  
JOSÉ	
  DA	
  COSTA	
  RICA.	
  
Mesmo	
  que	
  a	
  Constituição	
  brasileira	
  de	
  1988	
  tenha,	
  expressamente,	
  admitido	
  a	
  
excepcional	
   prisão	
   do	
   depositário	
   infiel	
   (art.	
   5º,	
   LXVII),	
   ganha	
   destaque	
   a	
   o	
  
posicionamento	
  do	
  STF	
  no	
  sentido	
  de	
  que,	
  considerando	
  a	
  adesão	
  brasileira	
  a	
  Acordos	
  
Internacionais	
  de	
  direitos	
  humanosque	
  proíbem	
  essa	
  modalidade	
  de	
  prisão,	
  que	
  esse	
  
específico	
  ponto	
  da	
  Constituição	
  tenha	
  perdido	
  sua	
  aplicabilidade.	
  
São	
  dois	
  diplomas	
  internacionais	
  que	
  proíbem	
  a	
  prisão	
  do	
  depositário	
  infiel:	
  
	
  
o Convenção	
  Americana	
  sobre	
  Direitos	
  Humanos	
   (Pacto	
  de	
  São	
   José	
  da	
  
Costa	
  Rica)	
  –	
  Decreto	
  678/1992,	
  e	
  
	
  
o Pacto	
  Internacional	
  dos	
  Direitos	
  Civis	
  e	
  Políticos	
  –	
  Decreto	
  592/1992.	
  
	
  
Na	
  medida	
  em	
  que	
  esses	
  Tratados	
   Internacionais	
  não	
  autorizam	
  a	
  prisão	
  civil	
  
do	
   depositário	
   infiel	
   e,	
   ainda,	
   considerando	
   que	
   esses	
   dois	
   instrumentos	
   foram	
  
devidamente	
  aprovados	
  e	
  ratificados	
  pelo	
  direito	
  interno	
  brasileiro,	
  a	
  discussão	
  passou	
  
a	
   girar	
   em	
   torno	
   de	
   um	
   ponto:	
   o	
   status	
   normativo	
   dos	
   tratados	
   e	
   convenções	
  
internacionais	
  sobre	
  direitos	
  humanos	
  no	
  Brasil.	
  	
  Até	
  o	
  momento,	
  o	
  STF	
  (HC	
  90.172)	
  
têm	
   reconhecido	
   o	
   status	
   SUPRALEGAL	
   dos	
   tratados	
   e	
   convenções	
   internacionais	
  
sobre	
  direito	
  humanos.	
  
Com	
   isso,	
   em	
   que	
   pese	
   o	
   Pacto	
   de	
   São	
   José	
   da	
   Costa	
   Rica	
   e	
   o	
   Pacto	
  
Internacional	
  sobre	
  Direitos	
  Civis	
  e	
  Políticos	
  não	
  terem	
  força	
  para	
  revogar	
  a	
  previsão	
  
constitucional	
  que	
  prevê	
  a	
  prisão	
  do	
  depositário	
  infiel,	
  essa	
  modalidade	
  de	
  prisão	
  não	
  
pode	
   ser	
   mais	
   aplicada,	
   pois	
   a	
   força	
   supralegal	
   desses	
   pactos	
   internacionais	
   gerou	
  
“efeito	
  paralisante”	
  do	
  Decreto-­‐lei	
  911/1969	
  e	
  do	
  Código	
  Civil,	
  que	
  eram	
  as	
  legislações	
  
internas	
   que	
   disciplinavam	
   a	
   prisão	
   do	
   depositário	
   infiel.	
   	
   Conseqüentemente,	
   com	
  
esse	
  entendimento	
  do	
  STF,	
  está	
  banida	
  a	
  possibilidade	
  de	
  prisão	
  civil	
  do	
  depositário	
  
infiel	
  no	
  direito	
  brasileiro.	
  
Em	
  outras	
  palavras,	
  a	
  possibilidade	
  de	
  prisão	
  do	
  depositário	
  infiel,	
  em	
  qualquer	
  
modalidade	
   (judicial	
   ou	
   convencional)	
   é	
   vedada,	
   não	
   porque	
   foi	
   revogada	
   a	
  
Constituição,	
   mais	
   porque	
   não	
   haveria	
   mais	
   nenhuma	
   lei	
   eficaz	
   que	
   regulasse	
   a	
  
matéria,	
   face	
   aos	
   pactos	
   de	
   direitos	
   humanos	
   citados	
   e	
   que	
   operam	
   com	
   força	
  
supralegal,	
  paralisando	
  a	
  eficácia	
  das	
  leis	
  internas	
  sobre	
  o	
  tema.	
  
Destaque-­‐se	
  que	
  a	
  tese	
  da	
  supralegalidade	
  do	
  Pacto	
  de	
  São	
  José	
  da	
  Costa	
  Rica	
  
foi	
   reafirmada	
   no	
   julgamento	
   do	
   HC	
   87.585	
   (Relator	
   Ministro	
   Marco	
   Aurélio,	
  
julgamento	
  em	
  03-­‐12-­‐2008	
  –	
   Informativo	
  531)	
  e	
   foi	
  objeto	
  da	
  Súmula	
  Vinculante	
  nº	
  	
  
25	
  do	
  STF.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  31	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
	
  
1)	
  (Juiz	
  de	
  Direito	
  Substituto	
  –	
  MG	
  –	
  2008)	
  A	
  Constituição	
  da	
  República	
  estabelece	
  os	
  direitos	
  
e	
  garantias	
  fundamentais	
  e	
  fornece	
  os	
  instrumentos	
  para	
  que	
  a	
  tutela	
  destes	
  valores	
  possa	
  
ser	
  concretizada	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  CORRETA.	
  
(A) O	
   mandado	
   de	
   segurança	
   coletivo	
   somente	
   pode	
   ser	
   interposto	
   por	
   associação	
   civil	
  
constituída	
  há	
  pelo	
  menos	
  um	
  ano,	
  na	
  defesa	
  de	
  interesses	
  de	
  seus	
  membros.	
  
(B) A	
  ação	
  popular	
  poderá	
  ser	
  ajuizada	
  por	
  qualquer	
  cidadão	
  e	
  não	
  se	
  limita	
  somente	
  a	
  obter	
  a	
  
anulação	
  de	
  ato	
  lesivo	
  ao	
  patrimônio	
  público	
  ou	
  de	
  entidade	
  de	
  que	
  participe	
  o	
  Estado	
  e	
  à	
  
moralidade	
   administrativa,	
   mas	
   também	
   à	
   defesa	
   do	
   meio	
   ambiente	
   e	
   do	
   patrimônio	
  
histórico	
  e	
  cultural.	
  
(C) O	
   mandado	
   de	
   segurança	
   será	
   concedido	
   sempre	
   que	
   a	
   ausência	
   de	
   norma	
  
regulamentadora	
  tornar	
  inviável	
  o	
  exercício	
  dos	
  direitos	
  e	
  liberdades	
  constitucionais.	
  
(D) A	
   concessão	
   do	
   habeas	
   corpus	
   somente	
   ocorrerá	
   quando	
   alguém	
   sofrer	
   violência	
   ou	
  
coação	
  em	
  sua	
  liberdade	
  de	
  locomoção,	
  por	
  ilegalidade	
  ou	
  abuso	
  de	
  poder.	
  
	
  
2)	
   (Defensor	
   Público	
   –	
   RS	
   –	
   2011)	
   No	
   que	
   se	
   refere	
   à	
   interpretação	
   e	
   à	
   eficácia	
   e	
  
aplicabilidade	
  das	
  normas	
  constitucionais,	
  considere	
  as	
  seguintes	
  afirmações:	
  
I.	
   A	
   interpretação	
   constitucional	
   evolutiva,	
   também	
  denominada	
   de	
  mutação	
   constitucional,	
  
não	
  implica	
  alteração	
  no	
  texto	
  constitucional,	
  mas	
  na	
  interpretação	
  da	
  regra.	
  
II.	
   As	
   normas	
   que	
   consubstanciam	
   os	
   direitos	
   fundamentais	
   são	
   sempre	
   de	
   eficácia	
   e	
  
aplicabilidade	
  imediata.	
  
III.	
  Os	
  direitos	
  e	
  garantias	
  fundamentais	
  consagrados	
  na	
  Carta	
  Magna	
  são	
  ilimitados,	
  tanto	
  que	
  
não	
   podem	
   ser	
   utilizados	
   para	
   se	
   eximir	
   alguém	
   da	
   responsabilização	
   pela	
   prática	
   de	
   atos	
  
ilícitos.	
  
IV.	
  No	
   Direito	
   Constitucional	
   brasileiro	
   fala-­‐se	
   de	
   uma	
   certa	
   relatividade	
   dos	
   direitos	
   e	
  
garantias	
   individuais	
   e	
   coletivos,	
   bem	
  como	
  da	
  possibilidade	
  de	
  haver	
   conflito	
   entre	
  dois	
  ou	
  
mais	
  deles,	
  oportunidade	
  em	
  que	
  o	
  intérprete	
  deverá	
  se	
  utilizar	
  do	
  princípio	
  da	
  concordância	
  
prática	
  ou	
  da	
  harmonização	
  para	
  coordenar	
  e	
  combinar	
  os	
  bens	
  tutelados,	
  evitando	
  o	
  sacrifício	
  
total	
   de	
   uns	
   em	
   relação	
   aos	
   outros,	
   sempre	
   visando	
   ao	
   verdadeiro	
   significado	
   do	
   texto	
  
constitucional.	
  
Está	
  correto	
  o	
  que	
  se	
  afirma	
  APENAS	
  em:	
  	
  
(A)	
   I	
  e	
  III.	
  
(B)	
   I	
  e	
  IV.	
  	
  
(C)	
   I,	
  II	
  e	
  III.	
  	
  
(D)	
   I,	
  II	
  e	
  IV.	
  	
  
(E)	
   II,	
  III	
  e	
  IV.	
  
	
  
3)	
  (Juiz	
  do	
  Trabalho	
  Substituto	
  –	
  MT	
  –	
  2008)	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  CORRETA:	
  
I	
   -­‐	
   A	
   impetração	
   de	
   mandado	
   de	
   segurança	
   coletivo	
   por	
   entidade	
   de	
   classe	
   em	
   favor	
   dos	
  
associados	
  depende	
  da	
  autorização	
  destes.	
  
II	
   -­‐	
  O	
  mandado	
  de	
  segurança	
  coletivo	
  pode	
  ser	
   impetrado	
  por	
  organização	
  sindical,	
  entidade	
  
de	
  classe	
  ou	
  associação	
   legalmente	
  constituída	
  e	
  em	
  funcionamento	
  há	
  pelo	
  menos	
  um	
  ano,	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  32	
  
em	
   defesa	
   dos	
   interesses	
   de	
   seus	
  membros	
   ou	
   associados	
   e	
   também	
   por	
   qualquer	
   partido	
  
político	
  com	
  representaçãono	
  Congresso	
  Nacional;	
  
III	
   -­‐	
   É	
   constitucional	
  a	
   lei	
  que	
   fixa	
  o	
  prazo	
  de	
  decadência	
  para	
  a	
   impetração	
  de	
  mandado	
  de	
  
segurança.	
  
(A) Apenas	
  os	
  itens	
  II	
  e	
  III	
  são	
  verdadeiros.	
  
(B) Apenas	
  os	
  itens	
  I	
  e	
  III	
  são	
  verdadeiros.	
  
(C) Todos	
  os	
  itens	
  são	
  verdadeiros.	
  
(D) Apenas	
  os	
  itens	
  I	
  e	
  II	
  são	
  verdadeiros.	
  
(E) Todos	
  os	
  itens	
  são	
  falsos.	
  
	
  
4)	
   (Advogado	
   do	
   IRB	
   –	
   2006)	
   Sobre	
   direitos	
   e	
   garantias	
   fundamentais,	
   direitos	
   e	
   deveres	
  
individuais,	
  difusos	
  e	
  coletivos	
  e	
  garantias	
  constitucionais,	
  assinale	
  a	
  única	
  opção	
  correta.	
  
(A) A	
   liberdade	
   de	
  manifestação	
   do	
   pensamento,	
   nos	
   termos	
   em	
   que	
   foi	
   definida	
   no	
   texto	
  
constitucional,	
  só	
  sofre	
  restrições	
  em	
  razão	
  de	
  eventual	
  colisão	
  com	
  o	
  direito	
  à	
  intimidade,	
  
vida	
  privada,	
  honra	
  e	
  imagem.	
  
(B) São	
  imprescritíveis	
  e	
  insuscetíveis	
  de	
  graça	
  ou	
  anistia	
  os	
  crimes	
  definidos	
  como	
  hediondos,	
  
na	
  forma	
  da	
  lei.	
  
(C) Por	
  ser	
  direito	
  personalíssimo,	
  os	
  indivíduos	
  só	
  têm	
  direito	
  a	
  receber	
  dos	
  órgãos	
  públicos	
  
informações	
  de	
  seu	
  interesse	
  particular.	
  
(D) Nos	
  termos	
  do	
   texto	
  constitucional,	
  a	
   todos	
  são	
  assegurados,	
  como	
  direito	
   individual,	
  os	
  
meios	
  que	
  garantam	
  a	
  celeridade	
  da	
  tramitação	
  do	
  processo	
  judicial	
  e	
  administrativo.	
  
(E) Com	
  relação	
  aos	
  efeitos	
  do	
  mandado	
  de	
   injunção,	
  o	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal	
  adota,	
  de	
  
forma	
  majoritária	
  em	
  suas	
  decisões,	
  a	
  posição	
  concretista	
  individual	
  intermediária.	
  
	
  
5)	
  (AGU	
  -­‐	
  99)	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  correta:	
  
(A) Segundo	
   a	
   jurisprudência	
   pacífica	
   do	
   STF,	
   os	
   direitos	
   fundamentais	
   não	
   podem	
   ser	
  
regulados	
  por	
  medida	
  provisória.	
  
(B) Nos	
   casos	
   autorizados	
   pela	
   Constituição,	
   pode	
   o	
   legislador	
   ordinário	
   alterar	
  
completamente	
  a	
  conformação	
  de	
  determinados	
  direitos	
  fundamentais.	
  
(C) Segundo	
  a	
   jurisprudência	
  do	
  STF,	
  a	
   limitação	
  aos	
  direitos	
  fundamentais	
  há	
  de	
  observar	
  o	
  
princípio	
  da	
  proporcionalidade.	
  
(D) É	
   pacífico	
   na	
   jurisprudência	
   da	
   STF	
   o	
   entendimento	
   segundo	
   o	
   qual	
   os	
   direitos	
  
fundamentais	
  não	
  têm	
  aplicação	
  às	
  relações	
  entre	
  particulares.	
  
(E) Em	
  caso	
  de	
  colisão	
  entre	
  direitos	
  fundamentais,	
  recomenda	
  a	
  jurisprudência	
  do	
  STF	
  que	
  se	
  
identifique	
  e	
  se	
  aplique	
  a	
  norma	
  de	
  hierarquia	
  mais	
  elevada.	
  
	
  
6)	
  (AFC	
  –	
  2002)	
  Assinale	
  a	
  opção	
  correta.	
  
(A) Emenda	
  à	
  Constituição	
  pode	
  instituir	
  a	
  pena	
  de	
  morte	
  para	
  crimes	
  hediondos.	
  
(B) Deve	
  ser	
  considerada	
  inconstitucional	
  toda	
  a	
  emenda	
  à	
  Constituição	
  que	
  tenha	
  por	
  objeto	
  
dispositivo	
  protegido	
  como	
  cláusula	
  pétrea.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  33	
  
(C) Somente	
   os	
   direitos	
   e	
   garantias	
   individuais	
   previstos	
   expressamente	
   no	
   art.	
   5º	
   da	
  
Constituição	
  estão	
  protegidos	
  contra	
  emendas	
  à	
  Constituição.	
  
(D) É	
   inconstitucional	
   emenda	
   à	
   Constituição	
   que	
   crie	
   imposto	
   da	
   União,	
   sujeitando	
   a	
   tal	
  
imposto	
  não	
  somente	
  pessoas	
  físicas	
  e	
  pessoas	
  jurídicas	
  de	
  direito	
  privado,	
  como	
  também	
  
pessoas	
  jurídicas	
  de	
  direito	
  público,	
  como	
  Estados	
  e	
  Municípios.	
  
(E) Por	
  meio	
   de	
   proposta	
   de	
  mais	
   da	
  metade	
   das	
   Assembléias	
   Legislativas	
   das	
   unidades	
   da	
  
Federação,	
   o	
   Congresso	
   Nacional	
   pode	
   votar	
   e	
   promulgar	
   emenda	
   à	
   Constituição	
   que	
  
transforme	
  o	
  Estado	
  Federal	
  brasileiro	
  em	
  Estado	
  unitário.	
  
	
  
7)	
  (Procurador	
  da	
  	
  	
  	
  Assembléia	
  Legislativa	
  –	
  RS	
  –	
  2005)	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  que	
  completa	
  
corretamente	
  a	
  frase.	
  
Considerando	
   os	
   “subprincípios	
   do	
   princípio	
   da	
   proporcionalidade,	
   aplicado	
   este	
   na	
  
restrição	
  ou	
  colisão	
  de	
  direitos	
  fundamentais,	
  podemos	
  dizer	
  que	
  a	
  _____________	
  traduz-­‐se	
  
como	
  uma	
  exigência	
  de	
  idoneidade	
  ou	
  aptidão	
  da	
  medida	
  restritiva	
  de	
  direito	
  fundamental	
  à	
  
consecução	
  da	
   finalidade	
  perseguida;	
  que	
  a	
  ______________	
   impõe	
   seja	
   a	
  medida	
   restritiva	
  
menos	
  gravosa	
  possível;	
   ao	
  passo	
  que	
  a	
  ______________	
   impõe	
  um	
  balanceamento	
  entre	
  o	
  
meio	
  restritivo	
  proposto	
  e	
  os	
  fins	
  perseguidos	
  pelos	
  valores	
  ou	
  bens	
  em	
  colisão.	
  
(A) necessidade,	
  proporcionalidade	
  stricto	
  sensu	
  e	
  adequação;	
  
(B) idoneidade,	
  adequação	
  e	
  proporcionalidade	
  stricto	
  sensu;	
  
(C) adequação,	
  necessidade	
  e	
  proporcionalidade	
  stricto	
  sensu;	
  	
  
(D) proporcionalidade	
  stricto	
  sensu,	
  exigibilidade	
  e	
  adequação;	
  
(E) exigibilidade,	
  adequação	
  e	
  proporcionalidade	
  stricto	
  sensu.	
  
	
  
8)	
  A	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988,	
  no	
  artigo	
  5°,	
  inciso	
  LV,	
  preconiza	
  que	
  “aos	
  litigantes,	
  em	
  
processo	
  judicial	
  ou	
  administrativo,	
  e	
  aos	
  acusados	
  em	
  geral	
  são	
  assegurados	
  o	
  contraditório	
  
e	
  ampla	
  defesa,	
  com	
  os	
  meios	
  e	
  recursos	
  a	
  ela	
  inerentes”.	
  Considerando	
  tal	
  disposição,	
  leia	
  
as	
  afirmativas	
  abaixo	
  (Defensor	
  Público	
  –	
  RS	
  –	
  2011	
  –	
  FCC)	
  
	
  
I.	
  O	
  contraditório	
  e	
  a	
  ampla	
  defesa	
  referidos	
  no	
  dispositivo	
  supra	
  citado	
  referem-­‐se	
  somente	
  
ao	
   processo	
   penal	
   e	
   administrativo,	
   tanto	
   que	
   todo	
   aquele	
   que	
   comparecer	
   a	
   Juízo	
   sem	
  
advogado,	
  ser-­‐lhe-­‐á	
  nomeado	
  Defensor	
  Público	
  para	
  efetuar	
  a	
  defesa.	
  
II.	
   Lei	
   infraconstitucional	
  pode	
   condicionar	
  o	
  acesso	
  ao	
   Judiciário	
  ao	
  prévio	
  exaurimento	
  das	
  
vias	
  administrativas,	
  como	
  forma	
  de	
  garantir	
  o	
  disposto	
  no	
  artigo	
  supra	
  referido.	
  
III.	
  O	
  contraditório	
  e	
  a	
  ampla	
  defesa	
  não	
  podem	
  ser	
  abolidos	
  pelo	
  legislador,	
  pois	
  fazem	
  parte	
  
das	
  cláusulas	
  pétreas	
  dispostas	
  no	
  parágrafo	
  4°	
  do	
  artigo	
  60	
  da	
  Constituição	
  Federal.	
  
	
  
Está	
  correto	
  o	
  que	
  se	
  afirma	
  APENAS	
  em	
  
(A)	
  I.	
  	
  
(B)	
  II.	
  	
  
(C)	
  III.	
  	
  
(D)	
  I	
  e	
  III.	
  	
  
(E)	
  II	
  e	
  III.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  34	
  
9)	
  (AGU	
  -­‐	
  1998)	
  Assinale	
  a	
  opção	
  correta.	
  
(A) A	
  jurisprudência	
  do	
  SupremoTribunal	
  Federal	
  enfatiza	
  que	
  as	
  disposições	
  protegidas	
  pelas	
  
cláusulas	
  pétreas	
  não	
  podem	
  sofrer	
  qualquer	
  alteração.	
  
(B) Segundo	
  orientação	
  dominante	
  no	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  os	
  direitos	
  assegurados	
  em	
  
tratado	
   internacional	
   firmado	
   pelo	
   Brasil	
   têm	
  hierarquia	
   constitucional	
   e	
   estão	
   ipso	
   jure	
  
protegidos	
  por	
  cláusula	
  pétrea.	
  
(C) Os	
   direitos	
   e	
   garantias	
   individuais	
   protegidos	
   por	
   cláusula	
   pétrea	
   são	
   somente	
   aqueles	
  
elencados	
  no	
  catálogo	
  de	
  direitos	
  individuais.	
  
(D) Segundo	
   entendimento	
   dominante	
   na	
   doutrina	
   e	
   na	
   jurisprudência,	
   a	
   introdução	
   de	
   um	
  
sistema	
  parlamentar	
  de	
  governo	
  ou	
  do	
  regime	
  monárquico	
  pode	
  ser	
  realizada	
  por	
  simples	
  
Emenda	
  Constitucional.	
  	
  
(E) Segundo	
  o	
  entendimento	
  dominante	
  no	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  normas	
  constitucionais	
  
originárias	
  não	
  podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  controle	
  de	
  constitucionalidade	
  
	
  
10)	
   (Prefeitura	
  Municipal	
   de	
   Sorocaba	
  –	
   SP	
   –	
   2008)	
  Nos	
   termos	
  da	
  Constituição	
   Federal,	
   é	
  
correto	
  afirmar	
  	
  
(A) A	
  prática	
  do	
  racismo	
  constitui	
  crime	
  inafiançável,	
  sujeito	
  à	
  pena	
  de	
  detenção,	
  nos	
  termos	
  
da	
  lei.	
  
(B) Não	
  haverá	
  penas	
  de	
  banimento	
  e	
  de	
  interdição	
  de	
  direitos.	
  
(C) Toda	
  propriedade	
  rural,	
  desde	
  que	
  trabalhada	
  pela	
  família,	
  não	
  será	
  objeto	
  de	
  penhora.	
  
(D) A	
  criação	
  de	
  associações	
   independe	
  de	
  autorização,	
  sendo	
  vedada	
  a	
   interferência	
  estatal	
  
em	
  seu	
  funcionamento.	
  
(E) No	
  caso	
  de	
  iminente	
  perigo	
  público,	
  a	
  autoridade	
  competente	
  poderá	
  usar	
  de	
  propriedade	
  
particular,	
  assegurada	
  sempre	
  a	
  indenização	
  posterior	
  ao	
  proprietário,	
  em	
  razão	
  do	
  uso	
  do	
  
bem	
  pelo	
  Estado.	
  
	
  
GABARITO	
  
	
  
	
  
1	
   B	
  
2	
   B	
  
3	
   A	
  
4	
   D	
  
5	
   C	
  
6	
   D	
  
7	
   C	
  
8	
   C	
  
9	
   E	
  
10	
   D	
  
	
   	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  35	
  
Capítulo	
  4	
  
Direitos	
  Sociais	
  
	
  
A	
   Constituição	
   Federal	
   de	
   1988,	
   em	
   seu	
   art.	
   6º,	
   “caput”,	
   esclarece	
   que	
   são	
  
direitos	
  sociais	
  a	
  educação,	
  a	
  saúde,	
  a	
  alimentação,	
  	
  o	
  trabalho,	
  a	
  moradia,	
  o	
  lazer,	
  a	
  
segurança,	
  a	
  previdência	
  social,	
  a	
  proteção	
  à	
  maternidade	
  e	
  à	
  infância	
  e	
  a	
  assistência	
  
aos	
  desamparados.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Direitos	
  Sociais	
  
(art.	
  6º)	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
4.1	
  DIREITOS	
  DOS	
  TRABALHADORES	
  
	
   A	
  Constituição	
  Federal,	
  em	
  seu	
  art.	
  7º,	
  enumera	
  os	
  direitos	
  dos	
  trabalhadores	
  
urbanos	
  e	
   rurais	
   e	
   estendendo	
  a	
   sua	
   abrangência	
   a	
  outros	
  que	
   visem	
  a	
  melhoria	
  de	
  
suas	
  condições	
  sociais.	
  
	
   Pode-­‐se,	
  entretanto,	
   fazer	
  duas	
  distinções	
  sistemáticas	
  quanto	
  aos	
  direitos	
  do	
  
trabalhador:	
  a	
  primeira,	
  é	
  relativa	
  aos	
  direitos	
  individuais	
  do	
  trabalhador	
  que	
  a	
  CF/88	
  
contempla	
  nos	
  arts.	
  7º	
  e	
  seus	
  incisos,	
  a	
  segunda,	
  são	
  os	
  direitos	
  que	
  os	
  trabalhadores	
  
exercem	
  coletivamente,	
  do	
  art.	
  8º	
  ao	
  11º.	
  
	
  
	
  
educação	
  
saúde	
  
trabalho	
  
alimentação	
  
moradia	
  
lazer	
  
segurança	
  
previdência	
  social	
  
proteção	
  à	
  maternidade	
  e	
  à	
  infância	
  
assistência	
  aos	
  desamparados	
  
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  Página	
  36	
  
4.1.1	
  Direitos	
  individuais	
  dos	
  trabalhadores	
  
	
  
4.1.1.1	
  Fundo	
  de	
  Garantia	
  do	
  Tempo	
  de	
  Serviço	
  (inc.	
  III)	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Segundo	
  Valentin	
  Carrion	
  (1997),	
  a	
  Constituição	
  de	
  1988,	
  generalizando	
  o	
  regime	
  
de	
  FGTS,	
  revogou	
  a	
  estabilidade	
  definitiva	
  aos	
  dez	
  anos	
  de	
  serviço.	
  	
  	
  
Remanesce	
   apenas	
   o	
   direito	
   adquirido	
   dos	
   que	
   já	
   haviam	
   alcançado,	
   assim	
  
como	
   a	
   estabilidade	
   definitiva	
   que	
   possa	
   ser	
   concedida	
   pela	
   via	
   contratual	
   ou	
  
normativa	
   proferida	
   em	
   dissídio	
   coletivo,	
   além	
   das	
   "estabilidades	
   provisórias".	
  
Complementa,	
   afirmando	
   que	
   os	
   trabalhadores	
   que	
   não	
   haviam	
   optado	
   pelo	
   FGTS	
  
permanecem	
   em	
   regime	
   híbrido:	
   pelo	
   sistema	
   de	
   indenização	
   até	
   a	
   vigência	
   da	
  
Constituição	
  e	
  pelo	
  FGTS,	
  quanto	
  ao	
  período	
  posterior.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  O	
  FGTS	
  foi	
  criado,	
  ainda,	
  no	
  ano	
  de	
  1966,	
  através	
  da	
  Lei	
  5.107,	
  com	
  finalidade	
  de	
  
ser	
   uma	
   alternativa	
   para	
   o	
   direito	
   de	
   indenização	
   e	
   estabilidade	
   do	
   emprego.	
   Foi	
  
derradeiramente	
   alterada	
   pela	
   Lei	
   8.036/90.	
   Trata-­‐se,	
   em	
   síntese,	
   de	
   uma	
   conta	
  
bancária	
  que	
  o	
  trabalhador	
  pode	
  utilizar	
  nas	
  condições	
  estabelecidas	
  em	
  lei,	
  formada	
  
por	
  depósitos	
  compulsórios	
  do	
  empregador.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Sua	
  função	
  principal	
  seria	
  a	
  formação	
  de	
  uma	
  espécie	
  de	
  “poupança	
  compulsória”	
  
para	
  o	
  trabalhador	
  despedido,	
  bem	
  como	
  gerar	
  recursos	
  para	
  o	
  Sistema	
  	
  Financeiro	
  de	
  
Habitação,	
  gerido	
  pela	
  Caixa	
  Econômica	
  Federal.	
  
	
  
4.1.1.1.1	
  Competência	
  para	
  julgamento	
  de	
  questões	
  relativas	
  ao	
  FGTS	
  
Compete	
  à	
  Justiça	
  do	
  Trabalho	
  dirimir	
  questões	
  sobre	
  o	
  FGTS,	
  inclusive	
  quando	
  
a	
   Caixa	
   Econômica	
   Federal	
   e	
   o	
   Ministério	
   do	
   Trabalho	
   e	
   da	
   Previdência	
   Social	
  
figurarem	
  como	
  partes	
  (litisconsortes).	
  
	
  
4.2.	
  	
  Salário	
  (incs.	
  IV,V,VI,VII,	
  VIII,	
  IX	
  ,X	
  e	
  XII)	
  
4.2.1.	
  Remuneração	
  e	
  salário	
  
Amauri	
   Mascaro	
   Nascimento	
   (1989)	
   entende	
   que	
   salário	
   “é	
   o	
   conjunto	
   de	
  
percepções	
   econômicas	
   devidas	
   pelo	
   empregador	
   ao	
   empregado	
   não	
   só	
   como	
  
contraprestação	
  do	
  trabalho,	
  mas,	
  também,	
  pelos	
  períodos	
  em	
  que	
  estiver	
  à	
  disposição	
  
do	
  mesmo	
   aguardando	
   ordens,	
   pelos	
   descansos	
   remunerados,	
   pelas	
   interrupções	
   do	
  
contrato	
  de	
  trabalho	
  ou	
  por	
  força	
  da	
  lei”.	
  
Para	
   a	
   CLT,	
   salário	
   é	
   a	
   quantia	
   paga	
   diretamente	
   pelo	
   empregador	
   ao	
  
empregado.	
   Remuneração	
   é	
   o	
   conjunto	
   de	
   verbas	
   recebidas	
   tanto	
   do	
   empregador	
  
como	
  de	
  terceiros,	
  incluindo-­‐se,	
  aí,	
  as	
  gorjetas,	
  os	
  adicionais	
  e	
  as	
  gratificações.	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio PivaDireito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  37	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Segundo	
  o	
  art.	
  457,	
  estas	
  são	
  as	
  verbas	
  que	
  integram	
  o	
  salário	
  :	
  
	
  
• comissões	
   :	
   é	
   a	
   forma	
   de	
   salário	
   condicionada	
   ao	
   resultado	
   do	
   trabalho	
  
realizado	
  pelo	
  empregado,	
  podendo	
  ser	
  ou	
  não	
  a	
  única	
  forma	
  de	
  salário.	
  
• Percentagens:	
  valor	
  percentual	
  concedido	
  ao	
  empregado	
  devido	
  a	
  uma	
  venda.	
  
• gratificações	
   :	
   trata-­‐se	
   de	
   algumas	
   liberalidades	
   do	
   empregador,	
   a	
   título	
   de	
  
gratificação	
  ou	
  agradecimento.	
  Pelo	
  enunciado	
  78	
  do	
  TST,	
  integra	
  o	
  salário.	
  
• abono	
   :	
   é	
   a	
   quantia	
   recebida	
   pelo	
   empregado	
   a	
   título	
   de	
   adiantamento	
   em	
  
dinheiro,	
  de	
  forma	
  espontânea	
  e	
  em	
  caráter	
  transitório.	
  Sua	
  natureza	
  salarial	
  é	
  
inconteste.	
  
• Diárias	
   que	
   excedam	
   50%	
   do	
   valor	
   do	
   salário	
   :	
   são	
   quantias	
   pagas	
   pelo	
  
empregador	
   para	
   fazer	
   frente	
   às	
   despesas	
   de	
   viagem	
   e	
   manutenção	
   do	
  
empregado,	
  ocasionadas	
  em	
  razão	
  de	
  seu	
  contrato	
  de	
  trabalho.	
  
	
  
E	
  segundo	
  o	
  mesmo	
  artigo	
  457	
  da	
  CLT	
  essas	
  são	
  as	
  verbas	
  que	
  não	
  integram	
  o	
  
salario:	
  
	
  
• Diárias	
  que	
  não	
  excedam	
  50%	
  do	
  valor	
  do	
  salário	
  :	
  (Definição	
  em	
  epígrafe).	
  
• ajudas	
  de	
  custo	
  :	
  é	
  uma	
  indenização	
  que	
  tem	
  por	
  finalidade	
  cobrir	
  as	
  despesas	
  
que	
  o	
  empregado	
   tem	
  com	
  sua	
   transferência	
  para	
   localidade	
  diversa	
  daquela	
  
que	
  tenha	
  como	
  domicílio.	
  
	
  
4.2.2.	
  Adicionais	
  constitucionais	
  
	
  
• adicional	
  de	
  horas-­‐extras	
  (inc.	
  XVI):	
  	
  trata-­‐se	
  do	
  chamado	
  adicional	
  de	
  serviço	
  
extraordinário,	
   ou	
   seja,	
   quando	
   sua	
   duração	
   exceder	
   o	
   horário	
   normal.	
  
Segundo	
  determina	
  a	
  Constituição	
  Federal,	
  será	
  de,	
  no	
  mínimo,	
  50%,	
  incidente	
  
sobre	
   o	
   salário.	
   O	
   Enunciado	
   291	
   do	
   TST	
   determina	
   que,	
   caso	
   o	
   serviço	
  
extraordinário	
  seja	
  prestado	
  habitualmente	
  por	
  mais	
  de	
  1	
  ano,	
  a	
  supressão	
  de	
  
tal	
   trabalho	
   extraordinário	
   acarreta	
   ao	
   empregado	
   o	
   direito	
   de	
   uma	
  
indenização.	
  
• adicional	
  noturno	
   (inc.	
   IX)	
   :	
  é	
  aquele	
  devido	
  ao	
  empregado	
  que	
   trabalhar	
  no	
  
período	
  compreendido	
  entre	
  as	
  22h	
  de	
  um	
  dia	
  até	
  as	
  5h	
  do	
  dia	
  seguinte	
  (para	
  o	
  
trabalhador	
   urbano).	
   O	
   índice	
   adicional	
   será,	
   neste	
   caso,	
   	
   de	
   20%	
   sobre	
   o	
  
salário	
  contratual	
  e	
  observa-­‐se	
  o	
  horário	
  reduzida	
  de	
  52	
  minutos	
  30	
  segundos.	
  
(Para	
  o	
  trabalhador	
  rural	
  da	
  agricultura	
  o	
  horário	
  noturno	
  é	
  das	
  21h	
  às	
  5h	
  e	
  da	
  pecuária	
  é	
  das	
  20h	
  às	
  4h	
  e	
  em	
  ambos	
  o	
  
adicional	
  noturno	
  é	
  de	
  25%	
  sobre	
  o	
  valor	
  da	
  hora	
  normal	
  que	
  não	
  será	
  reduzida).	
  
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  Constitucional	
  
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  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  38	
  
• adicional	
   de	
   insalubridade	
   (inc.	
   XXIII):	
   	
   é	
   aquele	
   devido	
   ao	
   empregado	
   que	
  
trabalha	
  em	
  condições	
  ou	
  locais	
  que	
  ofereçam	
  riscos	
  à	
  saúde,	
  nos	
  percentuais	
  
de	
  10,	
  20	
  ou	
  40%,	
  calculados	
  tendo	
  como	
  base	
  o	
  salário-­‐mínimo.	
  
• adicional	
  de	
  periculosidade	
   (inc.	
  XXIII):	
   	
   	
   é	
  aquele	
  devido	
  ao	
  empregado	
  que	
  
trabalhar	
  em	
  condições	
  que	
  ofereçam	
  riscos	
  à	
  vida,	
  em	
  contato	
  com	
  explosivos,	
  
inflamáveis	
  ou	
  mesmo	
  eletricidade,	
  nos	
  termos	
  da	
  Lei	
  7.369/85.	
  O	
  percentual	
  é	
  
de	
  30%	
  sobre	
  o	
  salário	
  contratual.	
  
	
  
4.2.3.	
  Salário	
  in	
  natura	
  
Segundo	
  Aluysio	
  Sampaio	
  (1982),	
  é	
  a	
  parte	
  do	
  salário	
  paga	
  em	
  utilidade.	
  O	
  art.	
  
458	
   e	
   seus	
   parágrafos,	
   da	
   CLT,	
   	
   dispõem	
   que,	
   além	
   do	
   pagamento	
   em	
   dinheiro,	
  
compreende-­‐se	
   no	
   salário,	
   para	
   todos	
   os	
   efeitos	
   legais,	
   a	
   alimentação,	
   habitação,	
  
vestuário	
  ou	
  outras	
  prestações	
  “in	
  natura”	
  que	
  a	
  empresa,	
  por	
  força	
  do	
  contrato	
  ou	
  do	
  
costume,	
  fornecer	
  habitualmente	
  ao	
  empregado.	
  	
  
Em	
  face	
  do	
  disposto	
  no	
  art.	
  82,	
  parágrafo	
  único	
  da	
  CLT,	
  o	
  empregador	
  sempre	
  é	
  
obrigado	
   a	
   pagar	
   ao	
   empregado	
   em	
   dinheiro	
   pelo	
   menos	
   30%	
   do	
   valor	
   do	
   salário	
  
estipulado,	
  de	
  forma	
  que	
  não	
  é	
  permitido	
  o	
  pagamento	
  total	
  do	
  salário	
  em	
  utilidades	
  e	
  
tampouco	
  o	
  pagamento	
  com	
  bebidas	
  alcoólicas	
  e	
  drogas	
  nocivas	
  (artigo	
  82	
  c/c	
  458	
  da	
  
CLT).	
  
	
  
4.2.4 Décimo	
  terceiro	
  salário	
  (inc.	
  VIII)	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Nos	
   termos	
  da	
  Lei	
  4.749/65,	
  é	
  obrigatório	
  o	
  pagamento	
  da	
  primeira	
  metade	
  do	
  
décimo	
  terceiro	
  entre	
  os	
  meses	
  de	
  fevereiro	
  e	
  novembro,	
  ou,	
  então,	
  por	
  ocasião	
  das	
  
férias	
  do	
  empregado,	
  se	
  este	
  o	
  requerer	
  no	
  mês	
  de	
  janeiro.	
  
	
  
4.2.5.	
  Salário	
  Família	
  (inc.	
  XII)	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  É	
   um	
   benefício	
   de	
   natureza	
   previdenciária,	
   na	
   medida	
   em	
   que	
   a	
   empresa	
  
vinculada	
  ao	
  sistema	
  da	
  previdência	
  social	
  adianta	
  esses	
  valores	
  ao	
  beneficiário	
  para,	
  
posteriormente,	
   ser	
   ressarcido	
   da	
   despesa	
   na	
   forma	
   de	
   compensação	
   das	
  
contribuições	
  que	
  deixa	
  de	
  recolher.	
  
	
  
4.3.	
  Duração	
  do	
  Trabalho	
  (incs.	
  XIII	
  e	
  XIV)	
  
	
  
4.3.1.	
  Jornada	
  de	
  Trabalho	
  	
  
É	
  o	
  período	
  em	
  que	
  o	
  empregado	
  fica	
  à	
  disposição	
  do	
  empregador,	
  aguardando	
  
ou	
  executando	
  ordens.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  39	
  
4.3.2.	
  Limitação	
  da	
  jornada	
  
O	
  objetivo	
  da	
  limitação	
  da	
  jornada	
  é	
  evitar	
  a	
  fadiga	
  do	
  trabalhador,	
  quando	
  fica	
  
mais	
   exposto	
   aos	
   acidentes,	
   assim	
   como	
   combater	
   o	
   desemprego,	
   entre	
   outros.	
   As	
  
normas	
   que	
   limitam	
   a	
   jornada	
   de	
   trabalho	
   são	
   de	
   ordem	
   pública,	
   portanto,	
  
irrenunciáveis	
  pelas	
  partes.	
  
A	
  Duração	
  máxima	
  de	
   jornada	
  será	
  de	
  8	
  horas	
  diárias	
  e	
  44	
  horas	
  semanais.	
  O	
  
limite	
   de	
   8	
   horas	
   diárias	
   poderá	
   ser	
   extrapolado	
   sem	
   o	
   pagamento	
   de	
   adicional	
   se	
  
houver	
  a	
   celebraçãode	
   jornada	
   compensatória	
  ou	
   regime	
  de	
  banco	
  de	
  horas	
   com	
  a	
  
proporcional	
   diminuição	
   da	
   jornada	
   de	
   um	
   dia	
   compensando	
   o	
   excesso	
   de	
   outro	
  
(máximo	
  de	
  2	
  horas	
  extras	
  por	
  dia	
  nos	
  termos	
  do	
  artigo	
  59	
  parágrafo	
  2º	
  da	
  CLT).	
  
	
  
4.4.	
  Férias	
  (inc.	
  XVII)	
  
	
  
4.4.1.	
  Individuais	
  
É	
  direito	
  do	
  trabalhador,	
  após	
  cada	
  período	
  aquisitivo	
  de	
  12	
  meses,	
  o	
  gozo	
  de	
  
um	
  período	
  de	
  férias,	
  individuais	
  ou	
  coletivas,	
  sem	
  prejuízo	
  de	
  sua	
  remuneração.	
  
	
  
4.4.2.	
  Férias	
  coletivas	
  (art.	
  139,	
  CLT)	
  
As	
  férias	
  poderão	
  ser	
  concedidas	
  para	
  parte	
  dos	
  empregados	
  ou	
  para	
  todos	
  os	
  
empregados,	
   coletivamente,	
   sendo	
   permitido,	
   como	
   se	
   verá	
   no	
   estudo	
   das	
   normas	
  
atinentes	
   a	
   este	
   instituto,	
   o	
   fracionamento	
   em	
   dois	
   períodos,	
   desde	
   que	
   um	
   destes	
  
períodos	
  não	
  seja	
  inferior	
  a	
  10	
  dias.	
  
O	
   empregador	
   deverá	
   comunicar,	
   com	
   antecedência	
   de	
   15	
   dias,	
   ao	
   Sindicato	
  
dos	
  Trabalhadores	
  e	
  à	
  Delegacia	
  Regional	
  do	
  Trabalho	
  a	
  concessão	
  de	
  férias	
  coletivas.	
  
	
  
4.4.3.	
  Período	
  aquisitivo	
  de	
  férias	
  
O	
  período	
  de	
  doze	
  meses	
  de	
  trabalho	
  é	
  denominado	
  período	
  aquisitivo,	
  que	
  se	
  
inicia	
  na	
  data	
  de	
  admissão	
  do	
  empregado.	
  
A	
  duração	
  do	
  período	
  de	
  férias	
  depende	
  da	
  assiduidade	
  do	
  trabalhador	
  durante	
  
o	
   período	
   aquisitivo.	
   A	
   CLT,	
   em	
   seu	
   artigo	
   130,	
   indica	
   o	
   número	
   de	
   dias	
   que	
   o	
  
empregado	
  terá	
  de	
  férias	
  na	
  proporção	
  das	
  faltas	
  ocorridas.	
  
	
  
4.4.4.	
  Abono	
  de	
  férias	
  
O	
   abono	
   de	
   férias	
   consiste	
   na	
   possibilidade	
   do	
   empregado	
   converter	
   1/3	
   da	
  
duração	
  	
  de	
  suas	
  férias	
  em	
  dinheiro.	
  Assim,	
  o	
  empregado	
  que	
  tiver	
  direito	
  a	
  30	
  dias	
  de	
  
férias,	
  poderá	
  converter	
  1/3	
  destes	
  dias,	
  ou	
  seja,	
  10	
  dias,	
  em	
  dinheiro	
  e	
  usufruirá	
  20	
  
dias	
  de	
  férias.	
  
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  Constitucional	
  
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  Página	
  40	
  
4.4.5.	
  Efeitos	
  na	
  rescisão	
  do	
  contrato.	
  
Segundo	
   o	
   artigo	
   146,	
   da	
   CLT,	
   qualquer	
   que	
   seja	
   o	
   motivo	
   da	
   rescisão	
   do	
  
contrato	
   a	
   remuneração	
   das	
   férias,	
   simples	
   ou	
   em	
   dobro,	
   deverá	
   ser	
   paga	
   ao	
  
empregado.	
  Trata	
  a	
  hipótese,	
  na	
  verdade,	
  de	
  férias	
  vencidas	
  (direito	
  adquirido)	
  porque	
  
o	
  empregado	
  só	
  terá	
  direito	
  a	
  remuneração	
  das	
  férias	
  simples	
  ou	
  dobradas,	
  quando	
  já	
  
tiver	
  ultrapassado	
  os	
  respectivos	
  períodos	
  de	
  aquisição	
  do	
  direito	
  à	
  remuneração.	
  Por	
  
ser	
  direito	
  adquirido	
  não	
  há	
  nenhuma	
  interferência	
  ou	
  eventual	
  justa	
  causa,	
  pois	
  esta	
  
ocorrerá	
  após	
  a	
  aquisição	
  do	
  direito.	
  
Por	
  outro	
  lado,	
  quanto	
  às	
  férias	
  proporcionais,	
  o	
  empregado	
  terá	
  direito	
  a	
  elas	
  
quando	
  for	
  dispensado	
  sem	
  justa	
  causa	
  ou	
  se	
  pedir	
  demissão,	
  tendo	
  mais	
  de	
  1	
  ano	
  de	
  
serviço.	
   Perderá	
   o	
   direito	
   à	
   sua	
   remuneração	
   das	
   férias	
   proporcionais	
   somente	
   se	
  
houver	
  dispensa	
  com	
  justa	
  causa	
  do	
  empregado.	
  Mesmo	
  que	
  a	
  dispensa	
  seja	
  anterior	
  
a	
   12	
   meses	
   (sem	
   ter	
   completado	
   o	
   período	
   aquisitivo)	
   o	
   trabalhado	
   terá	
   direito	
   à	
  
percepção	
   das	
   férias	
   proporcionais	
   na	
   razão	
   de	
   1/12	
   de	
   remuneração	
   por	
   mês	
   ou	
  
fração	
  superior	
  a	
  14	
  dias	
  de	
  trabalho,	
  inteligência	
  do	
  artigo	
  147	
  da	
  CLT.	
  
	
  
4.5.	
  Aviso-­‐prévio	
  (inc.	
  XXI)	
  
É	
  a	
   comunicação	
  que	
  a	
  parte	
  que	
  quiser	
   rescindir	
  o	
   contrato	
  de	
   trabalho	
  por	
  
prazo	
  indeterminado	
  deve	
  dar	
  a	
  outra,	
  a	
  fim	
  de	
  que	
  o	
  empregador	
  possa	
  substituir	
  o	
  
demissionário	
  e	
  o	
  empregado,	
  por	
  sua	
  vez,	
  possa	
  procurar	
  outro	
  emprego.	
  
O	
  aviso	
  prévio	
  é	
  instituto	
  relacionado	
  com	
  a	
  extinção	
  do	
  contrato	
  de	
  trabalho.	
  
Apresenta	
  três	
  caracteres	
  essenciais	
  :	
  é	
  comunicação,	
  tempo	
  e	
  pagamento.	
  
De	
  acordo	
  com	
  o	
  art.	
  7o.,	
   inciso	
  XXI	
  da	
  Constituição	
  Federal,	
  é	
  de,	
  no	
  mínimo,	
  
30	
  dias	
  o	
  prazo	
  do	
  aviso	
  prévio.	
  
Talvez	
  o	
  principal	
  efeito	
  do	
  aviso	
  prévio	
  é	
  a	
  integração	
  do	
  respectivo	
  prazo	
  no	
  
tempo	
   de	
   serviço	
   do	
   trabalhador,	
   sendo	
   que	
   a	
   extinção	
   do	
   contrato	
   de	
   trabalho	
  
somente	
  ocorrerá	
  após	
  o	
  transcurso	
  do	
  prazo	
  do	
  aviso.	
  
Se,	
   durante	
   o	
   prazo	
   do	
   aviso	
   prévio,	
   o	
   empregado	
   incorrer	
   em	
   falta	
   grave,	
  
ensejadora	
   da	
   justa	
   causa,	
   nos	
   termos	
   do	
   art.	
   482	
   da	
   CLT,	
   poderá	
   o	
   empregador	
  
dispensar	
  o	
  empregado	
  sem	
  o	
  pagamento	
  de	
  indenização,	
  forte	
  o	
  Enunciado	
  n.	
  73	
  do	
  
TST.	
  Existe,	
  ainda,	
  a	
  possibilidade	
  de	
  redução	
  de	
  jornada,	
  quando,	
  o	
  empregado,	
  terá	
  a	
  
mesma	
  reduzida	
  em	
  duas	
  horas	
  diárias	
  ou	
  em	
  sete	
  dias	
  corridos	
  para	
  que	
  possa	
  buscar	
  
novo	
  emprego	
  (tal	
  redução	
  da	
  jornada	
  somente	
  ocorre	
  se	
  o	
  aviso	
  prévio	
  for	
  dado	
  pelo	
  
empregador).	
  
Por	
  fim	
  a	
  Lei	
  12.506/2011	
  instituiu	
  o	
  aviso	
  prévio	
  proporcional	
  em	
  que	
  os	
  30	
  
dias	
   do	
   primeiro	
   ano	
   de	
   trabalho	
   serão	
   acrescidos	
   3	
   (três)	
   dias	
   por	
   ano	
   de	
   serviço	
  
prestado	
  na	
  mesma	
  empresa,	
  até	
  o	
  máximo	
  de	
  60	
  (sessenta)	
  dias,	
  perfazendo	
  um	
  total	
  
de	
  até	
  90	
  (noventa)	
  dias.	
  	
  
	
  
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  Página	
  41	
  
4.6	
  Normas	
  constitucionais	
  sindicais	
  (arts.	
  8º	
  a	
  11)	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  No	
   texto	
   constitucional	
   são	
   encontrados,	
   entre	
   outros,	
   os	
   seguintes	
   direitos	
  
coletivos	
  dos	
  trabalhadores	
  :	
  
	
  
a) liberdade	
  de	
  criação	
  :	
  CF/88,	
  art.	
  8º,	
  I	
  	
  
b) liberdade	
  de	
  inscrição	
  e	
  permanência	
  :	
  CF/88,	
  art.	
  8º,	
  V	
  
c) direito	
  de	
  auto-­‐organização	
  :	
  CF/88,	
  art.	
  8º,	
  II,	
  VII	
  
d) direito	
  de	
  exercício	
  da	
  atividade	
  sindical	
  na	
  empresa	
  :	
  CF/88,	
  art.	
  8º,	
  I	
  
e) direito	
  de	
  proteção	
  aos	
  dirigentes	
  eleitos	
  (estabilidade	
  provisória)	
   :	
  CF/88,	
  art.	
  8º,	
  
VII.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Alexandre	
   de	
   Moraes	
   (p.	
   190),	
   além	
   	
   destes,	
   traz	
   outrospreceitos	
   relativos	
   à	
  
atividade	
  sindical	
  :	
  	
  
	
  
a) direito	
   democrático	
   :	
   os	
   sindicatos	
   devem	
   estabelecer	
   normas	
   internas	
   de	
  
natureza	
  democráticas,	
  como	
  a	
  previsão	
  de	
  eleições	
  periódicas	
  e	
  com	
  voto	
  secreto	
  
para	
   os	
   órgãos	
   dirigentes,	
   quórum	
   de	
   votação	
   para	
   as	
   assembléias	
   gerais	
   e	
   o	
  
controle	
  e	
  responsabilização	
  do	
  órgãos	
  dirigentes.	
  
b) direito	
  de	
  independência	
  e	
  autonomia:	
  	
  os	
  sindicatos	
  têm	
  o	
  direito	
  de	
  possuir	
  sua	
  
fonte	
  de	
  renda	
   independentes	
  do	
  patronato	
  ou	
  do	
  Poder	
  Público.	
  Existe	
  previsão	
  
da	
  chamada	
  Contribuição	
  Confederativa	
  no	
  art.	
  8º,	
  IV	
  ,	
  da	
  CF/88.	
  
c) direito	
  de	
  relacionamento	
  ou	
  filiação	
  em	
  organizações	
  sindicais	
  internacionais:	
  é	
  
manifestação	
   do	
   princípio	
   da	
   solidariedade	
   internacional	
   dos	
   interesses	
   dos	
  
trabalhadores.	
  
	
  
4.6.1.	
  O	
  registro	
  das	
  entidades	
  representativas	
  	
  (art.	
  8o,	
  I)	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Apesar	
   de	
   a	
   Constituição	
   Federal	
   vedar,	
   expressamente,	
   a	
   necessidade	
   de	
  
autorização	
  estatal	
  	
  para	
  a	
  criação	
  de	
  sindicatos,	
  essa	
  	
  proibição	
  não	
  retirou	
  o	
  ônus	
  do	
  
registro	
  dos	
  sindicatos	
  no	
  Ministério	
  do	
  Trabalho.	
  
	
  
4.6.2.	
  Unicidade	
  sindical	
  (art.	
  8º,	
  II)	
  	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  É	
  possível	
  afirmar	
  que	
  a	
  organização	
  coletiva	
  dos	
  trabalhadores	
  está	
  escalonada	
  
em	
  três	
  níveis	
  representativos	
  :	
  	
  1º)	
  sindicatos;	
  2º)	
  federações;	
  	
  3º)	
  confederações.	
  	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  O	
   que	
   determina	
   a	
   Constituição	
   e	
   que,	
   em	
   cada	
   "base	
   territorial"	
   (sendo,	
   no	
  
mínimo,	
   de	
   um	
   município)	
   	
   não	
   existam	
   duas	
   ou	
   mais	
   representações	
   da	
   mesma	
  
categoria	
  profissional	
  ou	
  econômica.	
  Por	
  isso,	
  "unicidade"	
  .	
  	
  
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  Constitucional	
  
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  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  42	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Se,	
  por	
  exemplo,	
  os	
  trabalhadores	
  das	
  empresas	
  de	
  panificação	
  de	
  Porto	
  Alegre	
  
possuem	
   o	
   "Sindicato	
   dos	
   Panificadores	
   do	
   Município	
   de	
   Porto	
   Alegre",	
   com	
   base	
  
territorial	
  somente	
  na	
  capital	
  gaúcha,	
  nesta	
  cidade	
  não	
  poderá	
  haver	
  outro	
  sindicato	
  
que	
  representam	
  os	
  mesmos	
  panificadores.	
  O	
  mesmo	
  ocorre	
  com	
  as	
  federações	
  e	
  com	
  
as	
  confederações	
  sindicais.	
  
	
  
4.6.2.1.	
  Sindicato	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  É	
   o	
   agrupamento	
   voluntário	
   ou	
   associação	
   de	
   pessoas	
   que	
   visam	
   a	
   defesa	
   e	
   o	
  
interesse	
  de	
  uma	
  categoria	
  profissional	
  ou	
  econômica.	
  
	
  
4.6.2.2.	
  Federação	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  É	
   o	
   agrupamento	
   voluntário	
   ou	
   associação	
   de,	
   pelo	
  menos,	
   cinco	
   sindicatos	
   da	
  
mesma	
  categoria	
  profissional	
  ou	
  econômica.	
  	
  
	
  
4.6.2.3.	
  Confederação	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  É	
   o	
   agrupamento	
   voluntário	
   ou	
   associação	
   de	
   várias	
   Federações	
   da	
   mesma	
  
categoria	
  profissional	
  ou	
  econômica.	
  	
  
	
  
4.6.2.4.	
  Categoria	
  profissional	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  É	
  o	
  conjunto	
  de	
  trabalhadores	
  correspondente	
  à	
   totalidade	
  de	
  empregados	
  que	
  
exercem	
  a	
  mesma	
  profissão	
  no	
  mesmo	
  setor	
  economicamente	
  organizado.	
  
	
  
4.6.2.5.	
  Categoria	
  econômica	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  É	
  o	
  conjunto	
  de	
  empregadores	
  que	
  exercem	
  a	
  mesma	
  atividade	
  ou	
  integram	
  uma	
  
mesma	
  classe	
  econômica.	
  
	
  
4.6.3.	
  Contribuição	
  confederativa	
  (art.	
  8º,	
  	
  IV)	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Não	
   pode	
   ser	
   exigida	
   de	
   quem	
   não	
   é	
   filiado	
   ao	
   sindicato.	
   É	
   para	
   o	
   custeio	
   do	
  
sistema	
  confederativo.	
  
	
  
4.6.4.	
  Contribuição	
  sindical	
  (art.	
  8º,	
  IV,	
  in	
  fine)	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Pode	
  ser	
  exigida	
  de	
  quem	
  não	
  é	
   filiado	
  ao	
  sindicato.	
   	
  Assim,	
  desde	
  que	
  prevista	
  
em	
   lei,	
  é	
  obrigatória	
  e	
  devida	
  por	
  todos	
  que	
  participam	
  das	
  categorias	
  econômicas	
  e	
  
profissionais	
   ou	
   mesmo	
   pelos	
   profissionais	
   liberais	
   representados	
   pelas	
   respectivas	
  
entidades,	
  mesmo	
  que	
  não	
  filiados.	
  	
  
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  Página	
  43	
  
4.6.5.	
  Convenção	
  coletiva	
  (art.	
  8o,	
  VI)	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  É	
   o	
   acordo	
   de	
   caráter	
   normativo	
   pela	
   qual	
   dois	
   ou	
   mais	
   sindicatos	
   estipulam	
  
condições	
   de	
   trabalho	
   aplicáveis,	
   no	
   âmbito	
   das	
   respectivas	
   representações,	
   às	
  
relações	
  individuais	
  de	
  trabalho	
  (CLT,	
  art.	
  611).	
  
	
  
4.6.6.	
  Acordo	
  coletivo	
  (art.	
  8º	
  VI)	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Difere	
  das	
  convenções	
  porque	
  pode	
  ser	
  firmado	
  pelo	
  sindicato	
  e	
  os	
  Empregados	
  
com	
  uma	
  ou	
  mais	
  empresas,	
  e	
  as	
  normas	
  serão	
  aplicáveis	
   somente	
  à	
  empresa	
  ou	
  às	
  
empresas.	
   Possui	
   alcance	
   inferior	
   às	
   Convenção	
   que	
   são	
   celebradas	
   entre	
   sindicatos	
  
profissionais	
  e	
  sindicatos	
  patronais.	
  
	
  
4.7 Greve	
  (art.	
  9º)	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  É	
   a	
   paralisação	
   coletiva	
   do	
   trabalho	
   por	
   meio	
   da	
   qual	
   os	
   trabalhadores,	
  
pressionando	
   o	
   empregador	
   ou	
   o	
   Poder	
   Público,	
   visam	
   a	
   obter	
   uma	
   reivindicação	
  
econômica	
  ou	
  política,	
  ou	
  a	
  manifestar	
  sua	
   intenção	
  de	
  protesto	
  contra	
  determinado	
  
ato	
   ou	
   sua	
   solidariedade	
   a	
   outros	
   grevistas	
   (SAMPAIO,	
   1982).	
   É	
   um	
   ato	
   sindical,	
   na	
  
medida	
  que	
  a	
  Lei	
  7.783/89	
  determina	
  a	
  obrigatoriedade	
  da	
  convocação	
  de	
  assembléia	
  
geral	
  para	
  que	
  a	
  categoria	
  	
  delibere	
  sobre	
  a	
  greve.	
  
	
  
4.7.1 Greve	
  nos	
  serviços	
  essenciais	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  A	
   greve	
   nos	
   serviços	
   essenciais	
   não	
   é	
   proibida,	
   mas	
   limitada.	
   A	
   lei	
   7.783/90	
  
relacionou	
   quais	
   os	
   serviços	
   ou	
   atividade	
   essenciais,	
   determinando,	
   entre	
   outras	
  
limitações,	
  que	
  a	
  greve	
  seja	
  comunicada	
  ao	
  empregador	
  com	
  antecedência	
  mínima	
  de	
  
72	
  horas	
  	
  :	
  	
  
	
  
- tratamento	
  e	
  abastecimento	
  de	
  água,	
  produção	
  e	
  distribuição	
  de	
  energia	
  elétrica,	
  
gás	
  e	
  combustíveis;	
  
- assistência	
  médica	
  hospitalar;	
  
- distribuição	
  e	
  comercialização	
  de	
  alimentos	
  e	
  medicamentos;	
  
- funerários;	
  
- transportecoletivo;	
  
- captação	
  e	
  tratamento	
  de	
  esgoto	
  e	
  lixo;	
  
- telecomunicações;	
  
- guarda,	
   uso	
   e	
   controle	
   de	
   substâncias	
   radioativas,	
   equipamentos	
   e	
   materiais	
  
nucleares;	
  
- processamento	
  de	
  dados	
  ligados	
  a	
  serviços	
  essenciais;	
  
- controle	
  de	
  tráfego	
  aéreo;	
  
- compensação	
  bancária	
  
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  Página	
  44	
  
Capítulo	
  5	
  
Direito	
  de	
  Nacionalidade	
  
	
  
5.1	
  CONCEITO	
  DE	
  NACIONALIDADE	
  
É	
   o	
   status	
   do	
   indivíduo	
   em	
   face	
   do	
   Estado	
   (FERREIRA	
   FILHO,	
   2008).	
   Também	
  
pode	
  ser	
  definida	
  como	
  	
  o	
  vínculo	
  jurídico-­‐político	
  que	
  liga	
  um	
  indivíduo	
  a	
  um	
  certo	
  e	
  
determinado	
  Estado,	
  fazendo	
  deste	
  indivíduo	
  um	
  componente	
  do	
  povo,	
  da	
  dimensão	
  
pessoal	
  deste	
  Estado.	
  	
  
O	
   conceito	
   de	
   nacionalidade,	
   portanto,	
   pode	
   ser	
   decomposto	
   em	
   duas	
  
dimensões:	
  horizontal	
  e	
  vertical.	
  
	
  
	
  
DIMENSÃO	
  VERTICAL	
   DIMENSÃO	
  HORIZONTAL	
  
	
  
Subordinação	
  do	
  indivíduo	
  ao	
  Estado	
  
(direitos/deveres)	
  
	
  
	
  
O	
  indivíduo	
  está	
  inserido	
  em	
  uma	
  
comunidade,	
  à	
  qual	
  se	
  liga	
  por	
  fatores	
  
materiais	
  e	
  psicológicos	
  (sociológicos).	
  
	
  
	
  
	
  
5.2	
  ESPÉCIES	
  DE	
  NACIONALIDADE	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Observação	
  –	
  Existiu	
  a	
  denominada	
  naturalização	
  tácita	
  ou	
  “grande	
  naturalização”	
  que	
  
surgiu	
  na	
  Constituição	
  Imperial	
  de	
  1824	
  e	
  se	
  repetiu	
  em	
  diversas	
  outras	
  Constituições,	
  
mas	
  não	
  na	
  de	
  1988:	
  
	
  
Art.	
  6.º	
  São	
  Cidadãos	
  Brazileiros:	
  
IV.	
  Todos	
  os	
  nascidos	
  em	
  Portugal,	
  e	
  suas	
  Possessões,	
  que	
  
sendo	
   já	
   residentes	
   no	
   Brazil	
   na	
   época,	
   em	
   que	
   se	
  
proclamou	
   a	
   Independencia	
   nas	
   Provincias,	
   onde	
  
habitavam,	
   adheriram	
   á	
   esta	
   expressa,	
   ou	
   tacitamente	
  
pela	
  continuação	
  da	
  sua	
  residencia.	
  
	
  
NACIONALIDADE 
Primária (originária ou de origem): é aquela que resulta do 
fato natural, ou seja, o nascimento; 
 
Secundária (adquirida): é aquela que se adquire por ato 
voluntário, depois do nascimento, em regra, pela naturalização. 
 
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  Página	
  45	
  
	
  
5.2 CRITÉRIOS	
  PARA	
  ESTABELECIMENTO	
  DA	
  NACIONALIDADE	
  ORIGINÁRIA	
  
	
  
5.3.1 Jus	
  soli	
   (origem	
  territorial):	
  é	
  considerado	
  nacional	
  o	
  nascido	
  no	
  território	
  do	
  
Estado,	
  independentemente	
  da	
  nacionalidade	
  de	
  sua	
  ascendência.	
  
	
  
5.3.2 Jus	
   sanguinis	
   (origem	
  sanguínea	
  ou	
  sucessória):	
   é	
   considerado	
  nacional	
   todo	
  
descendente	
  de	
  nacionais,	
  não	
  importando	
  o	
  local	
  de	
  nascimento.	
  O	
  Brasil	
  não	
  
adotou	
   esse	
   critério	
   de	
   forma	
   pura,	
   exigindo,	
   sempre,	
   outros	
   requisitos	
  
complementares.	
  	
  
	
  
5.4	
   HIPÓTESES	
   CONSTITUCIONAIS	
   DE	
   AQUISIÇÃO	
  DA	
  NACIONALIDADE	
  ORIGINÁRIA	
  
(BRASILEIROS	
  NATOS)	
  
	
  
Art.	
   12,	
   I,	
   a	
   -­‐	
   Os	
   nascidos	
   na	
   República	
   Federativa	
   do	
   Brasil,	
   ainda	
   que	
   de	
   pais	
  
estrangeiros,	
  desde	
  que	
  estes	
  não	
  estejam	
  a	
  serviço	
  de	
  seu	
  país.	
  
	
  
É	
  regra	
  do	
  JUS	
  SOLI:	
  quem	
  nasce	
  em	
  nosso	
  território	
  é	
  brasileiro	
  nato.	
  
Portanto,	
   para	
   que	
  os	
   filhos	
   de	
   pais	
   estrangeiros	
   que	
  nasceram	
  em	
   território	
  
brasileiro	
  não	
  sejam	
  brasileiros	
  é	
  necessário:	
  
a. que	
  ambos	
  os	
  pais	
  sejam	
  estrangeiros;	
  
b. um	
  dos	
  pais,	
  no	
  mínimo	
   (ver	
  obs.	
  abaixo),	
  esteja	
  a	
  serviço	
  de	
  seu	
  país	
  de	
  
origem,	
   entendendo-­‐se	
   que	
   não	
   basta	
   estar	
   a	
   serviço	
   particular	
   ou	
   para	
  
terceiro	
  país.	
  	
  
	
  
Observação	
  sobre	
  a	
  alínea	
  b:	
  essa	
  é	
  a	
  opinião	
  de	
  Alexandre	
  de	
  Moraes	
  (p.	
  207).	
  
Contudo,	
   cabe	
  a	
   advertência	
  de	
   Francisco	
  Resek	
   (Direito	
   Internacional	
   Público:	
   curso	
  
elementar.	
   12ª	
   ed.	
   São	
   Paulo:	
   Saraiva,	
   2010,	
   p.	
   192),	
   segundo	
   o	
   qual	
   se	
   reputam	
   a	
  
serviço	
  de	
  nação	
  estrangeira	
  ambos	
  os	
  componentes	
  do	
  casal,	
  ainda	
  que	
  apenas	
  um	
  
detenha	
  	
  cargo,	
  desde	
  que	
  o	
  outro	
  nada	
  mais	
  faça	
  do	
  que	
  acompanhá-­‐lo.	
  
	
  
	
  
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  Página	
  46	
  
Art.	
  12,	
  I,	
  b	
  -­‐	
  Os	
  nascidos	
  no	
  estrangeiro,	
  de	
  pai	
  brasileiro	
  ou	
  de	
  mãe	
  brasileira,	
  desde	
  
que	
  qualquer	
  deles	
  esteja	
  a	
  serviço	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil.	
  	
  
Traz	
  o	
  critério	
  do	
  JUS	
  SANGUINIS	
  somado	
  ao	
  “critério	
  Funcional”.	
  	
  
Dessa	
   forma,	
  para	
   ser	
   considerado	
  brasileiro	
  nato	
  os	
  que	
  nascem	
  no	
  exterior	
  
nesta	
  situação,	
  é	
  necessário:	
  
a) um	
  dos	
  pais	
  seja	
  brasileiro;	
  
b) o	
   pai	
   ou	
   a	
   mãe	
   brasileiro	
   deve	
   estar	
   a	
   serviço	
   do	
   Brasil,	
   entendendo-­‐se	
  
como	
  tal	
  o	
  serviço	
  diplomático,	
  consular,	
  ou	
  em	
  autarquias,	
  sociedades	
  de	
  
economia	
   mista,	
   fundações,	
   empresas	
   públicas,	
   ou	
   seja,	
   a	
   serviço	
   da	
  
administração	
  direta	
  ou	
   indireta,	
   seja	
  Federal,	
  Estadual	
  ou	
  Municipal	
  e	
  do	
  
Distrito	
  Federal.	
  	
  
Art.	
  12,	
  I,	
  c	
  -­‐	
  Os	
  nascidos	
  no	
  estrangeiro,	
  de	
  pai	
  brasileiro	
  ou	
  de	
  mãe	
  brasileira,	
  desde	
  
que	
   sejam	
   registrados	
   em	
   repartição	
  brasileira	
   no	
   exterior	
   ou	
   venham	
  a	
   residir	
   na	
  
República	
   Federativa	
   do	
  Brasil	
   e	
   optem,	
   atingida	
   a	
  maioridade,	
   pela	
   nacionalidade	
  
brasileira.	
  	
  	
  
	
   A	
   alínea	
   “c”	
   da	
   Constituição	
   Federal,	
   traduz	
   o	
   critério	
   do	
   JUS	
   SANGUINIS,	
  
acrescido	
   ora	
   do	
   critério	
   residencial	
   ou	
   da	
   necessidade	
   de	
   registro	
   na	
   repartição	
  
brasileira	
  competente	
  no	
  exterior.	
  
	
   Assim,	
  a	
  partir	
  da	
  Emenda	
  Constitucional	
  n.º	
  54,	
  de	
  20/09/2007,	
  para	
  que	
  os	
  
filhos	
   de	
   pai	
   ou	
   mãe	
   brasileiros,	
   nascidos	
   no	
   exterior	
   (quando	
   os	
   pais	
   não	
   se	
  
enquadrem	
  no	
  critério	
  funcional	
  –	
  art.	
  12,	
  I,	
  b),	
  sejam	
  reconhecidos	
  como	
  natos,	
  	
  são	
  
necessários:	
  	
  
	
  
a) filho	
  de	
  pai	
  ou	
  mãe	
  brasileira	
  (não	
  estando	
  a	
  serviço	
  público);	
  
b) registro	
   em	
   repartição	
   competente	
   no	
   exterior	
   (não	
   haveria	
   mais	
   a	
  
necessidade	
  de	
  ação	
  confirmativa!)ou,	
  não	
  havendo	
  o	
  registro	
  no	
  exterior,	
  
	
  
a) filho	
  de	
  pai	
  ou	
  mãe	
  brasileira	
  (não	
  estando	
  a	
  serviço	
  público);	
  
b) residir	
  no	
  Brasil;	
  
c) alcançada	
  a	
  maioridade	
  civil,	
  a	
  qualquer	
  tempo	
  e	
  após	
  a	
  maioridade,	
  ingressar	
  
com	
  a	
  ação	
  de	
  opção	
  confirmativa	
  na	
  Justiça	
  Federal	
  brasileira.	
  
	
   	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  47	
  
5.5	
   HIPÓTESES	
   CONSTITUCIONAIS	
   DE	
   AQUISIÇÃO	
   DE	
   NACIONALIDADE	
   ADQUIRIDA	
  
(BRASILEIROS	
  NATURALIZADOS).	
  NATURALIZAÇÃO	
  ORDINÁRIA	
  E	
  EXTRAORDINÁRIA	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
5.5.2	
  Naturalização	
  extraordinária	
  (quinzenária)	
  	
  
Segundo	
  ensinam	
  Luiz	
  Alberto	
  David	
  Araújo	
  e	
  Vidal	
  Serrano	
  Nunes	
  Júnior	
  (2004,	
  
p.	
  201),	
  na	
  “[...]	
  naturalização	
  extraordinária,	
  o	
  objetivo	
  do	
  texto	
  constitucional	
  foi	
  o	
  de	
  
prestigiar	
   o	
   tempo	
   de	
   residência,	
   indicando	
   àqueles	
   que	
   não	
   tenham	
   obtido	
   a	
  
naturalização,	
  segundo	
  uma	
  das	
  variantes	
  legais,	
  a	
  possibilidade	
  de	
  obtê-­‐la	
  mediante	
  a	
  
comprovação	
  pura	
  e	
  simples	
  de	
  dois	
   requisitos,	
  a	
  saber,	
  a	
  residência	
   ininterrupta	
  por	
  
quinze	
  anos	
  e	
  ausência	
  de	
  condenação	
  penal,	
  tanto	
  no	
  Brasil	
  como	
  no	
  estrangeiro.”	
  
Exigências:	
   residência	
   fixa	
  no	
  Brasil	
   há	
  mais	
  de	
  quinze	
   anos,	
   sem	
  condenação	
  penal;	
  
requerimento	
  do	
  interessado.	
  	
  
	
  
5.6	
  DIFERENÇAS	
  ENTRE	
  BRASILEIROS	
  NATOS	
  E	
  NATURALIZADOS	
  
Nos	
   termos	
   da	
   Constituição	
   Federal,	
   a	
   LEI	
   não	
   poderá	
   estabelecer	
   distinção	
  
entre	
  brasileiros	
  natos	
  e	
  naturalizados,	
  salvo	
  nos	
  casos	
  nela	
  mesma	
  previstos.	
  Veja-­‐se:	
  
Art.	
  12,	
  §	
  2.º	
  -­‐	
  A	
  lei	
  não	
  poderá	
  estabelecer	
  distinção	
  entre	
  brasileiros	
  
natos	
  e	
  naturalizados,	
  salvo	
  nos	
  casos	
  previstos	
  nesta	
  Constituição.	
  
	
   	
  
	
  
5.5.1 
Naturalização 
Ordinária 
(comum) 
Estrangeiros que não são originários de países de língua portuguesa (art. 112 da 
Lei 6.815/80). 
Exigências: capacidade civil; possuir visto permanente; residência no Brasil por mais de quatro 
anos;1 ler e escrever português; boa conduta e saúde; exercício de profissão ou posse de bens 
suficientes à manutenção própria ou da família; bom procedimento; inexistência de denúncia, 
pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena 
mínima de prisão superior a um ano. 
 
Estrangeiros originários de países de língua portuguesa (CF, Art. 12, II, a). 
Exigências: residência por um ano ininterrupto; capacidade civil e idoneidade moral. 
 
Portugueses residentes no Brasil (Art, 12, § 1.º, e Decreto 3.927/01). 
Exigências: residência permanente e existência de reciprocidade (Estatuto de Igualdade). 
 
Radicação precoce (art. 116 da Lei 6.815/80). 
Exigências: nos termos do Estatuto do Estrangeiro, quem ingressar no Brasil com até cinco 
anos de idade, estabelecido definitivamente no território nacional, poderá requerer a 
naturalização provisória, a qual deverá ser confirmada perante o Ministro da Justiça no 
prazo de até dois anos após alcançada a maioridade civil (naturalização definitiva). 
 
Colar grau em curso superior (art. 115, § 2.º, da Lei 6.815/80). 
Exigências: nos termos do Estatuto do Estrangeiro, quem ingressar antes da maioridade e 
colar grau em curso superior brasileira poderá requerer a naturalização. Também é chamada 
de “naturalização especial”. 
 
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  Página	
  48	
  
	
  
Assim,	
   na	
   Constituição,	
   são	
   encontradas	
   cinco	
   únicas	
   hipóteses	
   de	
   distinção,	
  
quais	
  sejam:	
  
1.ª)	
  Cargos	
  privativos	
  brasileiros	
  natos	
  (CF,	
  Art.	
  12,	
  §	
  3.º).	
  
2.ª)	
  Cidadãos	
  integrantes	
  do	
  Conselho	
  da	
  República	
  (CF,	
  Art.	
  89,	
  VII).	
  
3.ª)	
  Quanto	
  à	
  extradição	
  (CF,	
  Art.	
  5.º,	
  LI).	
  
4.ª)	
  Quanto	
  ao	
  direito	
  de	
  propriedade	
  (CF,	
  Art.	
  222).	
  
5.ª)	
  Perda	
  da	
  nacionalidade	
  adquirida	
   (naturalizados)	
  por	
  prática	
  de	
  atividade	
  nociva	
  
ao	
  interesse	
  nacional	
  (CF,	
  Art.	
  12,	
  §	
  4.º,	
  I).	
  
	
  
5.7 PERDA	
  DO	
  DIREITO	
  DE	
  NACIONALIDADE	
  
No	
   texto	
   Constitucional,	
   são	
   identificadas	
   duas	
   hipóteses	
   de	
   perda	
   da	
  
nacionalidade:	
  	
  
1.ª)	
  	
  Art.	
  12,	
  §	
  4.º	
  ,	
  I	
  	
  (Perda-­‐sanção):	
  
q Sujeitos:	
  brasileiros	
  naturalizados.	
  
q Hipótese	
  de	
  aplicação:	
  prática	
  de	
  atividade	
  nociva	
  ao	
   interesse	
  nacional	
   (não	
  
há	
  tipicidade	
  específica	
  quanto	
  a	
  quais	
  atos	
  seriam	
  considerados	
  nocivos	
  ao	
  interesse	
  
nacional).	
  
q Procedimento:	
  proposta	
  pelo	
  Ministério	
  Público	
  Federal	
   (LC	
  nº	
  75/93,	
  art.	
  6º,	
  
IX),	
  necessita	
  de	
  condenação	
  judicial	
  com	
  trânsito	
  em	
  julgado.	
  
q Eficácia	
  objetiva	
  da	
  sentença:	
  ex	
  nunc.	
  
q Forma	
  de	
  reaquisição:	
  	
  ação	
  rescisória.	
  
	
  
2.ª)	
  art.	
  12,	
  §	
  4.º,	
  II	
  (Perda-­‐mudança):	
  
q Sujeitos:	
  brasileiros	
  natos/naturalizados.	
  
q Hipótese	
  de	
  aplicação:	
  aquisição	
  voluntária	
  de	
  outra	
  nacionalidade.	
  
q Procedimento:	
  processo	
  administrativo,	
  com	
  ampla	
  defesa,	
  no	
  âmbito	
  do	
  
Ministério	
  da	
  Justiça.	
  	
  A	
  perda,	
  portanto,	
  se	
  dá	
  pela	
  simples	
  aquisição	
  da	
  nacionalidade	
  
em	
  outro	
  Estado.	
  O	
  decreto	
  presidencial,	
  assim,	
  apenas	
  confere	
  publicidade	
  a	
  um	
  fato	
  
consumado.	
  
q Eficácia	
  objetiva	
  da	
  sentença:	
  ex	
  nunc.	
  
q Forma	
   de	
   reaquisição:	
   pedido	
   administrativo	
   e	
   também	
   por	
   decreto	
  
presidencial	
  (Art.	
  36	
  da	
  Lei	
  818/49).	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Página	
  49	
  
	
  
5.8 EXCEÇÕES	
  CONSTITUCIONAIS	
  DE	
  DUPLA	
  NACIONALIDADE	
  
	
  
Não	
   perderá	
   a	
   nacionalidade	
   brasileira,	
   mesmo	
   tendo	
   adquirida	
   outra,	
   o	
  
brasileiro	
  que:	
  	
  
	
  	
  
a) tiver	
  reconhecida	
  nacionalidade	
  originária	
  (natos	
  –	
  jus	
  sanguinis	
  ou	
  jus	
  soli)	
  por	
  
parte	
  da	
  lei	
  de	
  outro	
  Estado	
  (Art.	
  12,	
  §	
  4.º,	
  II,	
  a);	
  
	
  
Com	
  o	
  advento	
  da	
  Emenda	
  Constitucional	
  de	
  Revisão	
  nº	
  03/94,	
  a	
  Constituição	
  
Federal	
  passou	
  a	
  prever,	
  expressamente,	
  que	
  não	
  haverá	
  a	
  perda	
  da	
  nacionalidade	
  dos	
  
brasileiros	
   que	
   possuam	
   nacionalidade	
   originária	
   estrangeira,	
   tanto	
   em	
   virtude	
   de	
  
nascimento	
  (jus	
  soli)	
  ou	
  de	
  ascendência	
  (jus	
  sanguinis).	
  	
  
Contudo,	
   os	
   brasileiros	
   detentores	
   de	
   nacionalidadeestrangeira	
  	
  
permanecem	
   com	
   direitos	
   e	
   deveres	
   em	
   relação	
   aos	
   países	
   que	
   lhe	
   concedem	
  
nacionalidade	
   (serviço	
   militar,	
   situação	
   eleitoral,	
   fiscal,	
   etc).	
   Além	
   disso,	
   alerta	
   o	
  
Ministério	
   das	
   Relações	
   Exteriores	
   do	
   Brasil	
   (Portal	
   Consular)	
   que	
   	
   “a	
   dupla	
  
nacionalidade	
  pode	
   implicar	
   limitações	
   na	
   reivindicação	
  de	
   certos	
   direitos,	
   como	
  nos	
  
casos	
  de	
  pedido	
  de	
  assistência	
  consular	
  dentro	
  de	
  um	
  país	
  onde	
  também	
  é	
  considerado	
  
como	
   nacional.	
   A	
   título	
   de	
   exemplo:	
   um	
   indivíduo	
   com	
   dupla	
   cidadania,	
   brasileira	
   e	
  
colombiana,	
   sempre	
   que	
   se	
   encontrar	
   dentro	
   do	
   território	
   colombiano	
   será	
   tratado,	
  
pelas	
  autoridades	
  locais,	
  exclusivamente	
  como	
  colombiano,	
  e	
  nunca	
  como	
  estrangeiro,	
  
ainda	
   que	
   apresente	
   documentos	
   brasileiros	
   e	
   alegue	
   essa	
   condição.	
   Estas	
   restrições	
  
podem	
  ocorrer,	
   por	
   exemplo,	
   em	
   casos	
   de	
   separação,	
   divórcio,	
   litígio	
   em	
   relação	
   ao	
  
direito	
  sobre	
  guarda	
  de	
  filhos,	
  heranças	
  e	
  questões	
  de	
  pagamento	
  de	
  impostos,	
  entre	
  
outros.”	
  
	
  
b) imposição	
   de	
   naturalização	
   como	
   condição	
   de	
   permanência	
   em	
   Estado	
  
estrangeiro	
   ou	
   para	
   exercício	
   de	
   direitos	
   civis	
   (trabalho,	
   herança...)	
   (Art.	
   12,	
   §	
  
4.º,	
  II,	
  b).	
  
	
  
Acrescentada	
  pela	
  Emenda	
  Constitucional	
  de	
  Revisão	
  nº	
  3/1994,	
  a	
  alínea	
  “b”	
  do	
  
§	
  4º,	
  do	
  art.	
  12	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988,	
  atendeu	
  os	
  anseios	
  de	
  milhares	
  de	
  
brasileiros	
   que	
   migraram	
   ao	
   exterior	
   e,	
   no	
   país	
   de	
   estada,	
   foram	
   obrigados	
   à	
  
naturalização	
  para	
  fins	
  de	
  assegurar	
  a	
  permanência	
  naquele	
  território	
  ou	
  mesmo	
  para	
  
garantirem	
   o	
   exercício	
   de	
   direitos	
   civis,	
   tais	
   como	
   acesso	
   à	
   Previdência	
   Social,	
   ao	
  
sistema	
  de	
  saúde	
  pública,	
  ao	
  trabalho	
  remunerado	
  etc.	
  
 
Prof. Otávio Piva Direito	
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  Página	
  50	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
1)	
   (Juiz	
   de	
   Direito	
   Substituto	
   –	
   RS	
   –	
   2009)	
   Pablo	
   nasceu	
   em	
   Buenos	
   Aires.	
   Seu	
   pai	
   é	
   o	
  
embaixador	
  brasileiro	
  na	
  Argentina	
  e	
  sua	
  mãe	
  é	
  de	
  nacionalidade	
  argentina.	
  Nos	
  termos	
  da	
  
Constituição	
  Federal	
  de	
  1988	
  e	
  alterações	
  em	
  vigor,	
  é	
  correto	
  afirmar	
  que	
  Pablo	
  	
  
(A) poderá	
   naturalizar-­‐se	
   brasileiro	
   após	
   residir	
   no	
   Brasil	
   por	
   mais	
   de	
   quinze	
   anos	
  
ininterruptos	
  e	
  não	
  tiver	
  condenação	
  penal.	
  
(B) poderá	
  naturalizar-­‐se	
  brasileiro	
  após	
  a	
  maioridade	
  se	
  residir	
  no	
  Brasil	
  por	
  um	
  ano	
  e	
  desde	
  
que	
  requeira	
  a	
  nacionalidade	
  brasileira.	
  
(C) será	
  considerado	
  brasileiro	
  nato	
  desde	
  que	
  venha	
  residir	
  no	
  Brasil	
  até	
  os	
  vinte	
  e	
  um	
  anos	
  e	
  
opte,	
  após	
  a	
  maioridade,	
  pela	
  nacionalidade	
  brasileira.	
  
(D) será	
   considerado	
   brasileiro	
   nato	
   desde	
   que	
   venha	
   residir	
   no	
   Brasil	
   a	
   qualquer	
   tempo	
   e	
  
opte	
  pela	
  nacionalidade	
  brasileira.	
  
(E) é	
  brasileiro	
  nato,	
  independentemente	
  de	
  quaisquer	
  condições.	
  
	
  
2)	
  (Procurador	
  Federal	
  –	
  2007	
  -­‐	
  ESAF)	
  Roberto	
  nasceu	
  na	
  cidade	
  francesa	
  de	
  Nice.	
  Sua	
  mãe	
  é	
  
argelina	
  descendente	
  de	
  franceses.	
  Seu	
  pai,	
  no	
  entanto,	
  é	
  brasileiro,	
  e	
  trabalhava	
  na	
  França	
  
para	
  uma	
  empresa	
  brasileira	
  quando	
  Roberto	
  nasceu.	
  Aos	
  22	
  anos,	
  Roberto	
  passou	
  a	
  residir	
  
no	
  Brasil	
  e,	
  após	
  dois	
  anos,	
  veio	
  a	
  optar	
  pela	
  nacionalidade	
  brasileira,	
  em	
  janeiro	
  de	
  2007.	
  
Tendo	
  em	
  vista	
  o	
  requerimento	
  da	
  nacionalidade	
  brasileira	
  por	
  parte	
  de	
  Roberto,	
  assinale	
  a	
  
opção	
  correta	
  à	
  luz	
  da	
  Constituição	
  Federal.	
  
(A) Roberto	
  deve	
   ter	
   seu	
  pedido	
  deferido	
  e,	
  nesse	
  caso,	
  adquirirá	
  a	
  nacionalidade	
  brasileira,	
  
passando	
  a	
  ser	
  brasileiro	
  naturalizado.	
  
(B) Roberto	
  deve	
  ter	
  seu	
  pedido	
  deferido	
  e,	
  nesse	
  caso,	
  será	
  considerado	
  brasileiro	
  nato.	
  
(C) Roberto	
  não	
  poderá	
   ter	
   seu	
  pedido	
  deferido	
  porque	
  é	
  estrangeiro	
  e,	
   por	
   isso,	
  precisaria	
  
residir	
  no	
  Brasil	
  por	
  período	
  superior	
  a	
  quinze	
  anos	
  para	
  obter	
  a	
  nacionalidade	
  brasileira,	
  
além	
  de	
  ter	
  de	
  cumprir	
  outros	
  requisitos.	
  
(D) Roberto	
  não	
  poderá	
  ter	
  seu	
  pedido	
  deferido	
  porque	
  não	
  estabeleceu	
  residência	
  no	
  Brasil	
  
antes	
  de	
  completar	
  a	
  maioridade	
  civil.	
  
(E) Por	
  ser	
   filho	
  de	
  brasileiro,	
  Roberto	
  é	
  brasileiro	
  nato	
  e	
  o	
   reconhecimento	
  definitivo	
  dessa	
  
condição,	
  na	
  época,	
  não	
  dependia	
  da	
  sua	
  manifestação	
  de	
  vontade.	
  
	
  
3)	
   (Juiz	
   de	
  Direito	
   Substituto/RR	
  –	
   FCC	
   –	
   2008)	
  Nascido	
   em	
  dezembro	
  de	
   2007,	
   na	
   França,	
  
filho	
   de	
   pai	
   brasileiro	
   e	
  mãe	
   argelina,	
   João	
   é	
   registrado	
   em	
   repartição	
   consular	
   brasileira	
  
sediada	
  naquele	
  país.	
  Nessa	
  hipótese,	
  nos	
  termos	
  da	
  Constituição	
  da	
  República,	
  João	
  
(A) é	
  considerado	
  brasileiro	
  nato.	
  
(B) será	
  considerado	
  brasileiro	
  nato	
  se	
  vier	
  a	
  residir	
  no	
  Brasil	
  e	
  optar,	
  a	
  qualquer	
  tempo,	
  pela	
  
nacionalidade	
  brasileira.	
  
(C) será	
   considerado	
   brasileiro	
   naturalizado,	
   desde	
   que	
   venha	
   a	
   residir	
   por	
   quinze	
   anos	
  
ininterruptos	
  no	
  Brasil	
  e	
  não	
  sofra	
  condenação	
  penal.	
  
(D) será	
  considerado	
  brasileiro	
  naturalizado	
  se,	
  na	
  forma	
  da	
   lei,	
  vier	
  a	
  adquirir	
  nacionalidade	
  
brasileira.	
  
(E) não	
  será	
  considerado	
  brasileiro.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  51	
  
	
  
4)	
   (Delegado	
  de	
  Polícia	
  Civil/CE	
  –	
  2006)	
  Em	
   relação	
  ao	
  direito	
  de	
  nacionalidade,	
  analise	
  os	
  
itens	
  abaixo:	
  
I.	
  Cancelada	
  a	
  naturalização	
  por	
  sentença	
  judicial,	
  em	
  virtude	
  de	
  atividade	
  nociva	
  ao	
  interesse	
  
nacional,	
  é	
  possível	
  readquiri-­‐la	
  através	
  de	
  novo	
  processo	
  de	
  naturalização.	
  
II.	
   São	
   privativos	
   de	
   brasileiro	
   nato	
   os	
   cargos	
   de	
   ministro	
   do	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal	
   e	
  
ministro	
  do	
  Superior	
  Tribunal	
  de	
  Justiça.	
  
III.	
  Não	
  há	
  impedimento	
  para	
  o	
  brasileiro	
  naturalizado	
  ocupar	
  o	
  cargo	
  de	
  Ministro	
  das	
  Relações	
  
Exteriores	
  	
  
IV.	
  Não	
   impedea	
   extradição	
  o	
   fato	
   de	
   o	
   extraditando	
   ser	
   casado	
   com	
   cônjuge	
  brasileiro	
   ou	
  
possuir	
  filho	
  brasileiro.	
  
São	
  corretos,	
  apenas:	
  
(A) II,III	
  e	
  IV	
  	
  
(B) I	
  e	
  III	
  	
  
(C) II	
  e	
  IV	
  
(D) III	
  e	
  IV	
  
	
  
5)	
  (Juiz	
  Federal	
  Substituto	
  –	
  TRF	
  –	
  1ª	
  Região)	
  Sobre	
  a	
  nacionalidade	
  e	
  a	
  cidadania,	
  assinale	
  a	
  
opção	
  verdadeira:	
  
(A) a	
  dimensão	
  horizontal	
  é	
  a	
  ligação	
  do	
  indivíduo	
  com	
  o	
  Estado	
  a	
  que	
  pertence,	
  que	
  lembra	
  a	
  
relação	
   do	
   vassalo	
   com	
   o	
   seu	
   suserano,	
   e	
   que	
   contém	
   uma	
   série	
   de	
   obrigações	
   do	
  
indivíduo	
  para	
  com	
  o	
  Estado.	
  	
  
(B) a	
  cidadania	
  acentua	
  o	
  aspecto	
   internacional,	
  ao	
  distinguir	
  entre	
  nacionais	
  e	
  estrangeiros,	
  
enquanto	
  que	
  a	
  nacionalidade	
  valoriza	
  o	
  aspecto	
  nacional.	
  	
  
(C) a	
  nacionalidade	
  é	
  geralmente	
  definida	
  como	
  o	
  vínculo	
  jurídico-­‐político	
  que	
  liga	
  o	
  indivíduo	
  
ao	
  Estado,	
  ou,	
  em	
  outras	
  palavras,	
  o	
  elo	
  entre	
  a	
  pessoa	
  física	
  e	
  um	
  determinado	
  Estado.	
  	
  
(D) a	
  nacionalidade	
  primária	
  ou	
  originária	
  ocorre	
  por	
  via	
  da	
  naturalização,	
  isto	
  é,	
  voluntária	
  ou	
  
em	
  tempos	
  idos,	
  também	
  imposta	
  e,	
  em	
  certos	
  países,	
  por	
  meio	
  do	
  casamento.	
  	
  
	
  
6)	
  (TTN	
  	
  -­‐	
  1998)	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  correta:	
  
(A) Os	
   filhos	
   de	
   brasileiro	
   que	
   esteja	
   a	
   serviço	
   do	
   Brasil	
   nascidos	
   no	
   exterior	
   terão	
   de	
   fazer	
  
opção	
  pela	
  nacionalidade	
  brasileira	
  quatro	
  anos	
  após	
  completarem	
  a	
  maioridade.	
  
(B) Os	
  portugueses	
  submetidos	
  ao	
  estatuto	
  da	
  igualdade	
  se	
  equiparam	
  aos	
  brasileiros	
  natos.	
  
(C) A	
  lei	
  poderá	
  estabelecer	
  distinção	
  entre	
  brasileiros	
  natos	
  e	
  naturalizados.	
  
(D) Nos	
   termos	
   da	
   Constituição,	
   os	
   filhos	
   de	
   brasileiros	
   que	
   não	
   estejam	
   a	
   serviço	
   do	
  Brasil	
  
nascidos	
  no	
  exterior	
  poderão	
  fazer	
  opção	
  pela	
  nacionalidade	
  brasileira	
  a	
  qualquer	
  tempo.	
  
(E) A	
  Constituição	
  proíbe	
  a	
  extradição	
  de	
  brasileiro	
  nato	
  ou	
  naturalizado.	
  
	
  
	
  
	
  
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  Página	
  52	
  
	
  
	
  
7)	
   (Promotor	
   de	
   Justiça	
   Substituto	
   -­‐	
   	
   RS	
   –	
   2003)	
   Considere	
   as	
   seguintes	
   assertivas	
   sobre	
  
nacionalidade:	
  
I	
  –	
  Brasileiros	
  naturalizados	
  podem	
  ser	
  proprietários	
  de	
  empresa	
  jornalística	
  e	
  de	
  radiodifusão	
  
sonora	
  e	
  de	
  sons	
  e	
  imagens.	
  
II	
  –	
  Brasileiros	
  natos	
  em	
  nenhuma	
  hipótese	
  poderão	
  ser	
  extraditados.	
  
III	
   –	
   O	
   reconhecimento	
   de	
   outra	
   nacionalidade	
   originária	
   não	
   é	
   causa	
   de	
   perda	
   de	
  
nacionalidade.	
  
Quais	
  são	
  corretas?	
  
(A) Apenas	
  I	
  
(B) Apenas	
  I	
  e	
  II.	
  
(C) Apenas	
  II	
  e	
  III	
  
(D) Apenas	
  III	
  
(E) I,	
  II	
  e	
  III	
  
	
  
8)	
  (Tec.	
  Rec.	
  Fed.	
  –	
  	
  2002-­‐	
  ESAF)	
  Considere	
  a	
  situação	
  dos	
  seguintes	
  personagens:	
  
I.	
  X	
  nasceu	
  em	
  Brasília,	
  quando	
  os	
  seus	
  pais,	
  argentinos,	
  estavam	
  lotados	
  na	
  nossa	
  Capital,	
  
na	
  condição	
  de	
  agentes	
  diplomáticos	
  da	
  República	
  Argentina.	
  
II.	
   Y	
   é	
   português,	
   tendo	
   vindo	
   morar	
   no	
   Brasil	
   há	
   mais	
   de	
   quinze	
   anos,	
   aqui	
   residindo	
  
ininterruptamente.	
  Nunca	
  sofreu	
  condenação	
  penal.	
  
III.	
   Z	
   nasceu	
   na	
   República	
   Argentina.	
   É	
   filho	
   de	
   pai	
   argentino	
   e	
   de	
  mãe	
   brasileira,	
   que	
   fora	
  
morar	
  no	
  país	
  vizinho	
  por	
  motivos	
  particulares.	
  Z,	
  há	
  um	
  ano,	
  mora	
  no	
  Brasil,	
  mas	
  nunca	
  optou	
  
pela	
  nacionalidade	
  brasileira.	
  
IV.	
  W,	
  que	
  era	
  nacional	
  da	
  República	
  Argentina,	
  naturalizou-­‐se	
  brasileiro	
  há	
  dois	
  anos.	
  
Desses	
  quatro	
  personagens,	
  quantos	
  podem	
  ser	
  oficiais	
  do	
  Exército	
  brasileiro?	
  
(A) um	
  
(B) dois	
  
(C) três	
  
(D) todos	
  
(E) nenhum	
  deles	
  
	
  
9)	
   (Analista	
   TRT	
   –	
   4ª	
   Região	
   –	
   2000)	
  Quanto	
   à	
   nacionalidade,	
   pode-­‐se	
   afirmar,	
   segundo	
   o	
  
Direito	
  Constitucional	
  pátrio,	
  que	
  	
  
I	
   –	
   são	
   brasileiros	
   natos	
   os	
   nascidos	
   na	
   República	
   Federativa	
   do	
   Brasil,	
   ainda	
   que	
   de	
   pais	
  
estrangeiros,	
  desde	
  que	
  estes	
  não	
  estejam	
  a	
  serviço	
  de	
  seu	
  país.	
  
II	
  –	
  são	
  brasileiros	
  natos	
  os	
  nascidos	
  no	
  estrangeiro,	
  de	
  pai	
  brasileiro	
  ou	
  mãe	
  brasileira,	
  desde	
  
que	
  qualquer	
  deles	
  esteja	
  a	
  serviço	
  da	
  República	
  Federativa	
  do	
  Brasil.	
  
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  Página	
  53	
  
III	
  –	
  são	
  brasileiros	
  naturalizados	
  os	
  que,	
  na	
  forma	
  da	
  lei,	
  adquiriram	
  a	
  nacionalidade	
  brasileira,	
  
exigidas	
   aos	
   originários	
   de	
   países	
   de	
   língua	
   portuguesa	
   apenas	
   residência	
   por	
   um	
   ano	
  
ininterrupto	
  e	
   idoneidade	
  moral,	
   e	
  os	
  estrangeiros	
  de	
  qualquer	
  nacionalidade,	
   residentes	
  na	
  
República	
  Federativa	
  do	
  Brasil	
  há	
  mais	
  de	
  quinze	
  anos	
  ininterruptos	
  e	
  sem	
  condenação	
  penal,	
  
desde	
  que	
  requeiram	
  a	
  nacionalidade	
  brasileira.	
  
IV	
  –	
  são	
  privativos	
  de	
  brasileiros	
  natos	
  os	
  cargos	
  de	
  Presidente	
  e	
  Vice-­‐Presidente	
  da	
  República,	
  
de	
   Presidente	
   e	
  membros	
   da	
   Câmara	
   dos	
   Deputados,	
   de	
   Presidente	
   e	
  membros	
   do	
   Senado	
  
Federal,	
   de	
   Ministro	
   do	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal,	
   da	
   carreira	
   diplomática,	
   de	
   Ministro	
   de	
  
Estado	
  da	
  Defesa	
  e	
  de	
  oficiais	
  das	
  Forças	
  Armadas.	
  
V	
  –	
  será	
  declarada	
  a	
  perda	
  da	
  nacionalidade	
  do	
  brasileiro	
  que	
  tiver	
  cancelada	
  sua	
  naturalização	
  
por	
  ação	
  ou	
  sentença	
  judicial,	
  em	
  virtude	
  de	
  atividade	
  nociva	
  ao	
  interesse	
  nacional,	
  e	
  do	
  que	
  
adquirir	
  outra	
  nacionalidade	
  mesmo	
  que	
  involuntária.	
  
Quais	
  afirmativas	
  estão	
  corretas?	
  
(A) Apenas	
  I,	
  II	
  e	
  III	
  
(B) Apenas	
  I,	
  III	
  e	
  V	
  
(C) Apenas	
  I,	
  II,	
  III	
  e	
  IV	
  
(D) Apenas	
  I,	
  II,	
  IV,	
  e	
  V	
  
(E) Apenas	
  II,	
  III,	
  IV	
  e	
  V	
  
	
  
10)	
  Virgínio,	
   brasileiro	
  naturalizado,	
   teve	
   sua	
   extradição	
   solicitada	
  pela	
   Espanha,	
   território	
  
onde	
  nasceu.	
  Nesse	
  caso,	
  o	
  pedido	
  (Analista	
  TRF	
  4ª	
  Região	
  –	
  2001):	
  
(A) deverá	
  ser	
  negado	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República,	
  porque	
  não	
  cabe	
  extradição	
  de	
  brasileiro,	
  
mesmo	
  se	
  naturalizado,	
  em	
  face	
  do	
  princípioda	
  soberania.	
  
(B) será	
   processado	
   e	
   julgado,	
   originariamente,	
   pelo	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal,	
   que	
  
examinará	
  seu	
  eventual	
  cabimento.	
  
(C) será	
  negado	
  pelo	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  visto	
  que	
  o	
  Brasil	
  não	
  concede	
  a	
  extradição	
  de	
  
brasileiro,	
  nato	
  ou	
  naturalizado.	
  
(D) não	
   poderá	
   ser	
   recusado,	
   em	
   razão	
   da	
   nacionalidade	
   originária	
   aliada	
   ao	
   critério	
   da	
  
territorialidade.	
  
(E) deve	
  ser	
  instruído	
  pelo	
  Ministério	
  das	
  Relações	
  Exteriores	
  e	
  apreciado	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  
República,	
  que	
  examinará	
  seu	
  eventual	
  cabimento.	
  
GABARITO	
  
1	
   E	
   6	
   D	
  
2	
   B	
   7	
   E	
  
3	
   A	
   8	
   E	
  
4	
   D	
   9	
   A	
  
5	
   C	
   10	
   B	
  
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  Página	
  54	
  
Capítulo	
  6	
  
Direitos	
  Políticos	
  
	
  
6.1 CONCEITOS	
  FUNDAMENTAIS	
  
	
  
6.1.1	
  Direitos	
  Políticos	
  
É	
  o	
  conjunto	
  de	
  meios,	
  prerrogativas,	
  atributos	
  e	
  faculdades	
  de	
  que	
  o	
  cidadão	
  
dispõe	
  para	
   intervir	
   na	
  estrutura	
   governamental	
   do	
  Estado,	
   através	
  do	
   voto,	
   seja	
  de	
  
forma	
   ativa,	
   seja	
   passiva,	
   e	
   dos	
   demais	
  meios	
   à	
   disposição	
   do	
   cidadão,	
   tais	
   como	
   a	
  
ação	
  popular	
  (CF,	
  art.	
  5.º,	
  LXXIII),	
  a	
  iniciativa	
  popular	
  (CF,	
  art.	
  61,	
  §	
  2.º).	
  Em	
  síntese,	
  são	
  
os	
  meios	
  de	
  exercício	
  da	
  soberania	
  popular.	
  
	
  
	
  
6.2 DIREITOS	
  POLÍTICOS	
  POSITIVOS	
  E	
  DIREITOS	
  POLÍTICOS	
  NEGATIVOS	
  
	
  
6.2.1	
  Direitos	
  políticos	
  positivos	
  
	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  É	
   o	
   conjunto	
   de	
   normas	
   que	
   asseguram	
   o	
   direito	
   de	
   participação	
   no	
   processo	
  
político	
  e	
  nos	
  órgão	
  de	
  governo	
  do	
  Estado.	
  	
  São	
  direitos	
  positivos:	
  	
  
	
  
F Direito	
  de	
  sufrágio	
  (CF,	
  art.	
  14,	
  caput);	
  
F Direito	
  de	
  votar	
  (alistabilidade)	
  (CF,	
  art.	
  14,	
  §	
  1.º);	
  
F Direito	
  de	
  ser	
  eleito	
  (elegibilidade)	
  (CF,	
  art.	
  14,	
  §	
  3.º);	
  
F Iniciativa	
  popular	
  (CF,	
  art.	
  61,	
  §	
  2.º);	
  
F Ação	
  popular	
  (CF,	
  art.	
  5.º,	
  LXXIII);	
  
F Organização	
  e	
  participação	
  em	
  partidos	
  políticos	
  (CF,	
  art.	
  17).	
  
	
  
6.2.1.1	
  	
  Capacidade	
  eleitoral	
  ativa	
  	
  	
  
F Obrigatória:	
  dos	
  dezoito	
  aos	
  setenta	
  anos	
  de	
  idade.	
  
F Facultativa:	
   dos	
   dezesseis	
   aos	
   dezoito	
   anos	
   de	
   idade,	
   para	
   os	
   analfabetos	
   e	
  
para	
  os	
  maiores	
  de	
  setenta	
  anos	
  de	
  idade.	
  	
  
	
  
6.2.1.2	
  	
  	
  Plebiscito	
  e	
  Referendo.	
  Diferenças	
  (Lei	
  9.709/98)	
  
	
  
F Plebiscito:	
  é	
  uma	
  consulta	
  prévia	
  que	
  se	
  faz	
  aos	
  cidadãos	
  no	
  gozo	
  dos	
  direitos	
  
políticos,	
   sobre	
   determinada	
   matéria	
   a	
   ser,	
   posteriormente,	
   discutida	
   pelo	
  
Poder	
  Legislativo;	
  
F Referendo:	
   consiste	
   em	
   uma	
   consulta	
   posterior	
   sobre	
   determinado	
   ato	
  
governamental	
   para	
   ratificá-­‐lo,	
   ou	
   no	
   sentido	
   de	
   conceder-­‐lhe	
   eficácia,	
   ou,	
  
ainda,	
  para	
  retirar-­‐lhe	
  eficácia.	
  
	
  
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  Página	
  55	
  
6.2.1.3 Condições	
  de	
  elegibilidade	
  
	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  São	
  aquelas	
  do	
  art.	
  14,	
  §	
  3.º,	
  da	
  Constituição	
  da	
  República:	
  	
  
I	
  –	
  a	
  nacionalidade	
  brasileira;	
  
II	
  –	
  o	
  pleno	
  exercício	
  dos	
  direitos	
  políticos;	
  
III	
  –	
  o	
  alistamento	
  eleitoral;	
  
IV	
  –	
  o	
  domicílio	
  eleitoral	
  na	
  circunscrição;	
  
V	
  –	
  a	
  filiação	
  partidária;	
  
VI	
  –	
  a	
  idade	
  mínima	
  de:	
  
a)	
  trinta	
  e	
  cinco	
  anos	
  para	
  Presidente	
  e	
  Vice-­‐Presidente	
  da	
  República	
  e	
  Senador;	
  
b)	
  trinta	
  anos	
  para	
  Governador	
  e	
  Vice-­‐Governador	
  de	
  Estado	
  e	
  do	
  Distrito	
  Federal;	
  
c)	
   vinte	
   e	
   um	
  anos	
   para	
  Deputado	
   Federal,	
   Deputado	
   Estadual	
   ou	
  Distrital,	
   Prefeito,	
  
Vice-­‐Prefeito	
  e	
  juiz	
  de	
  paz;	
  
d)	
  dezoito	
  anos	
  para	
  Vereador.	
  
	
  
6.2.2 Direitos	
  Políticos	
  negativos	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  São	
  as	
  previsões	
  constitucionais	
  que	
  restringem,	
   limitam	
  os	
  direitos	
  políticos	
  do	
  
cidadão,	
  em	
  especial,	
  por	
  intermédio	
  de	
  impedimentos	
  à	
  capacidade	
  eleitoral	
  passiva.	
  	
  
São	
  direitos	
  políticos	
  negativos:	
  
	
  
F Inelegibilidades;	
  
F Regras	
  sobre	
  perda	
  e	
  suspensão	
  dos	
  direitos	
  políticos.	
  
	
  
	
  
6.2.2.1 Inelegibildades	
  
	
  
Absolutas:	
  	
  são	
  as	
  inelegibilidades	
  que	
  implicam	
  impedimento	
  eleitoral	
  para	
  todos	
  os	
  
cargos	
  eletivos.	
   	
  A	
   inelegibilidade	
  absoluta	
  é	
  excepcional	
  e	
  submetida	
  ao	
  princípio	
  da	
  
“reserva	
  constitucional”,	
  ou	
  seja,	
  somente	
  são	
  admitidas	
  aquelas	
  previstas	
  no	
  texto	
  da	
  
Constituição.	
  
Relativas:	
   são	
   as	
   inelegibilidades	
   que	
   constituem	
   restrições	
   à	
   elegibilidade	
   para	
  
determinados	
   mandatos	
   e	
   em	
   razão	
   de	
   situações	
   especiais.	
   	
   Assim,	
   inelegibilidade	
  
relativa	
  impede	
  o	
  exercício	
  de	
  mandatos	
  em	
  relação	
  a	
  algum	
  cargo	
  ou	
  função	
  eletiva,	
  
mas	
  não	
  inviabiliza	
  em	
  relação	
  a	
  outros.	
  
	
   	
  
Na	
  Constituição	
  Federal,	
  as	
  inelegibilidades	
  foram	
  assim	
  dispostas:	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  56	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
6.2.2.2	
  Outras	
  inelegibilidades	
  previstas	
  em	
  Lei	
  Complementar.	
  (art.	
  14,	
  §	
  9.º)	
  
Autoriza	
   a	
   Constituição	
   que	
   outros	
   casos	
   de	
   inelegibilidades	
   relativas,	
   posto	
  
que	
   as	
   absolutas	
   estão	
   previstas	
   numerus	
   clausus	
   na	
   Constituição	
   Federal,	
   sejam	
  
estabelecidas	
  na	
  forma	
  de	
  Lei	
  Complementar.	
  
A	
  Lei	
  Complementar,	
  no	
  caso,	
  é	
  a	
  LC	
  64,	
  de	
  18	
  de	
  maio	
  de	
  1990	
  (alterada	
  pela	
  LC	
  
81/94)	
   que,	
   para	
   fins	
   de	
   proteger	
   a	
   probidade	
   administrativa,	
   a	
   moralidade,	
   a	
  
normalidade	
   e	
   a	
   legitimidade	
   das	
   eleições	
   acrescentou	
   diversas	
   outras	
   causas	
   de	
  
inelegibilidades,	
  entre	
  elas	
  destacando-­‐se,	
  exemplificativamente,	
  (art.	
  1.º,	
  I):	
  
a) Os	
   membros	
   do	
   Congresso	
   Nacional,	
   das	
   Assembléias	
   Legislativas,	
   da	
   Câmara	
  
Legislativa	
  e	
  das	
  Câmaras	
  Municipais,	
  que	
  hajam	
  perdido	
  os	
  respectivos	
  mandatos	
  
por	
   infringência	
   dodisposto	
  nos	
   incisos	
   I	
   e	
   II	
   do	
   art.	
   55	
   da	
  Constituição,	
   para	
   as	
  
eleições	
   que	
   se	
   realizarem	
   durante	
   o	
   período	
   remanescente	
   do	
  mandato	
   para	
   o	
  
qual	
  foram	
  eleitos	
  e	
  nos	
  oito	
  anos	
  subsequentes	
  ao	
  término	
  da	
  legislatura;	
  
b) Os	
  que	
   tenham	
  contra	
   sua	
  pessoa	
   representação	
   julgada	
  procedente	
  pela	
   Justiça	
  
Eleitoral,	
   transitada	
   em	
   julgado,	
   em	
   processo	
   de	
   apuração	
   de	
   abuso	
   do	
   poder	
  
econômico	
   ou	
   político,	
   para	
   a	
   eleição	
   na	
   qual	
   concorrem	
   ou	
   tenham	
   sido	
  
diplomados,	
  bem	
  como	
  para	
  as	
  que	
  se	
  realizarem	
  nos	
  3	
  (três)	
  anos	
  seguintes;	
  
c) Os	
   que	
   forem	
   condenados	
   criminalmente,	
   com	
   sentença	
   transitada	
   em	
   julgado,	
  
pela	
   prática	
   de	
   crime	
   contra	
   a	
   economia	
   popular,	
   a	
   fé	
   pública,	
   a	
   administração	
  
pública,	
  o	
  patrimônio	
  público,	
  o	
  mercado	
  financeiro,	
  pelo	
  tráfico	
  de	
  entorpecentes	
  
e	
   por	
   crimes	
   os	
   que	
   forem	
   declarados	
   indignos	
   do	
   oficialato,	
   ou	
   com	
   ele	
  
incompatíveis,	
  pelo	
  prazo	
  de	
  4	
  (quatro)	
  anos;	
  
INELEGIBILIDADES 
ABSOLUTAS 
Inalistáveis: quem não pode votar, não pode ser votado. 
São os estrangeiros e os conscritos (CF, art. 14, § 2.º); 
 
Analfabetos: apesar da faculdade de, voluntariamente, 
votar, não poderão ser votados (CF, art. 14, § 4.º). 
 
INELEGIBILIDADES 
RELATIVAS 
Reeleição: CF, art. 14, § 5.º (ver Informativo nº 404 do 
STF). 
Desincompatiobilização: CF, art. 14, § 6.º. 
Reflexa por motivos de casamento, parentesco e 
afinidade: CF, art. 14, § 7º (ver Informativo nº 311 do 
STF); 
Militares: CF, art. 14, § 8.º (ver Informativo nº 343 do 
STF); 
Lei Complementar: CF, art. 14, § 9º. 
 
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  Página	
  57	
  
d) Os	
   que	
   tiverem	
   suas	
   contas	
   relativas	
   ao	
   exercício	
   de	
   cargos	
   ou	
   funções	
   públicas	
  
rejeitadas	
   por	
   irregularidade	
   insanável	
   e	
   por	
   decisão	
   irrecorrível	
   do	
   órgão	
  
competente,	
   salvo	
   se	
   a	
   questão	
   houver	
   sido	
   ou	
   estiver	
   sendo	
   submetida	
   à	
  
apreciação	
   do	
   Poder	
   Judiciário,	
   para	
   as	
   eleições	
   que	
   se	
   realizarem	
   nos	
  5	
   (cinco)	
  
anos	
  seguintes,	
  contados	
  a	
  partir	
  da	
  data	
  da	
  decisão.	
  	
  
e) Finalmente,	
  saliente-­‐se	
  que	
  a	
  proibição	
  imposta	
  pela	
  Lei	
  9.504/97,	
  segundo	
  a	
  qual	
  
aos	
   candidatos	
   a	
   cargos	
   do	
   poder	
   executivo	
   ficam	
   proibidos	
   de	
   participar	
   em	
  
inauguração	
  de	
  obras	
  públicas	
  nos	
  três	
  meses	
  que	
  precedem	
  o	
  pleito	
  eletivo,	
  sob	
  
pena	
  de	
  cassação	
  do	
  registro	
  da	
  candidatura,	
  não	
  consubstancia	
  nova	
  condição	
  de	
  
inelegibilidade.	
   Visa,	
   apenas,	
   	
   coibir	
   abusos	
   e	
   conferir	
   a	
   todos	
   os	
   candidatos	
  
igualdade	
   de	
   tratamento,	
   sem	
   afronta	
   ao	
   disposto	
   no	
   artigo	
   14,	
   §	
   9.º,	
   da	
  
constituição	
  da	
  República	
  (STF,	
  ADI	
  3305).	
  
	
  
	
  
6.3	
  AÇÃO	
  DE	
  IMPUGNAÇÃO	
  DE	
  MANDATO	
  (art.	
  14,	
  §§	
  10	
  e	
  11).	
  
	
  
Os	
  mandatos	
  eletivos	
  poderão	
  ser	
  impugnados	
  ante	
  a	
  Justiça	
  Eleitoral	
  no	
  prazo	
  
de	
   quinze	
   dias	
   contados	
   da	
   diplomação,	
   instruída	
   a	
   ação	
   com	
   provas	
   de	
   abuso	
   do	
  
poder	
  econômico,	
  corrupção	
  ou	
  fraude.	
  
Segundo	
   ensina	
   a	
   doutrina	
   (MICHELS,	
   1998),	
   qualquer	
   partido	
   político,	
  
coligação,	
   candidato	
   ou	
   Ministério	
   Público	
   Eleitoral	
   poderá	
   representar	
   à	
   Justiça	
  
Eleitoral	
   objetivando	
   a	
   desconstituição	
   do	
   mandato,	
   tornando,	
   consequentemente,	
  
insubsistente	
   a	
   diplomação	
   e	
   nula	
   a	
   votação	
   porventura	
   obtida	
   no	
   pleito.	
   Assim,	
   os	
  
efeitos	
  da	
  condenação	
  são	
  os	
  seguintes:	
  
a) perda	
  do	
  mandato;	
  
b) inelegibilidade	
  por	
  3	
  (três)	
  anos	
  (TSE,	
  Resolução	
  19.974),	
  de	
  acordo	
  com	
  a	
  
LC	
  64/90.	
  
A	
   ação	
   de	
   impugnação	
   de	
   mandato	
   eletivo,	
   conforme	
   decidiu	
   o	
   TSE	
   RESPE	
  
9.453-­‐SP),(	
   observará	
   o	
   procedimento	
   previsto	
   na	
   LC	
   64/90	
   e	
   deve	
   ser	
   processada	
  
perante	
   o	
   juízo	
   eleitoral	
   de	
   1.º	
   grau,	
   não	
   se	
   aplicando	
   o	
   privilégio	
   de	
   foro	
   por	
  
prerrogativa	
  de	
  função	
  prevista	
  para	
  os	
  Prefeitos	
  (art.	
  29,	
  X,	
  da	
  Constituição	
  Federal).	
  
Todavia,	
  relativamente	
  aos	
  demais	
  cargos:	
  
	
  
F Governador,	
  Vice-­‐Governador,	
  Senador,	
  Deputado	
  Federal,	
  Estadual	
  e	
  Distrital	
  
=	
  Tribunal	
  Regional	
  Eleitoral;	
  
F Presidente	
  e	
  Vice-­‐Presidente	
  da	
  República	
  =	
  Tribunal	
  Superior	
  Eleitoral.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
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  Página	
  58	
  
Lembre-­‐se	
   de	
   que	
   o	
   abuso	
   do	
   poder	
   econômico,	
   a	
   corrupção	
   e	
   a	
   fraude	
   que	
  
ensejam	
  essa	
  ação	
  devem	
  ter	
  sido	
  cometidos	
  em	
  qualquer	
  fase	
  do	
  processo	
  eleitoral,	
  
desde	
  que	
  posterior	
  ao	
  registro	
  da	
  candidatura.	
   	
  No	
  caso	
  de	
  ilícitos	
  praticados	
  antes	
  
do	
  registro,	
  deve	
  ser	
  proposta	
  a	
  Ação	
  de	
  Impugnação	
  de	
  Registro	
  de	
  Candidatura,	
  nos	
  
termos	
  do	
  art.	
  3.º	
  da	
  LC	
  64/90.	
  
Relativamente	
  ao	
  parágrafo	
  11	
  do	
  art.	
  14	
  da	
  Constituição	
  da	
  República,	
  que	
  dispõe	
  
que	
  a	
  ação	
  de	
  impugnação	
  tramitará	
  em	
  segredo	
  de	
  justiça,	
  respondendo	
  o	
  autor	
  no	
  
caso	
  de	
   representação	
   temerária	
  ou	
  de	
  manifesta	
  má-­‐fé,	
  por	
   tratar-­‐se	
  de	
  disposição	
  
constitucional	
   de	
   eficácia	
   limitada,	
   sua	
   aplicabilidade	
   está	
   na	
   espera	
   da	
   lei	
  
regulamentadora.	
  
	
  
	
  
6.4	
   PERDA	
   E	
   SUSPENSÃO	
   DOS	
   DIREITOS	
   POLÍTICOS	
   PREVISTAS	
   NO	
   ART.	
   15	
   DA	
  
CONSTITUIÇÃO	
  FEDERAL	
  
	
  
	
   A	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988	
  descreveu	
  os	
  casos	
  de	
  perda	
  e	
  suspensão	
  dos	
  
Direitos	
   Políticos.	
   Todavia,	
   não	
   restam	
   mais	
   dúvidas	
   sobre	
   a	
   existência	
   de	
   outras	
  
hipóteses	
  não	
  contempladas	
  expressamente	
  no	
  art.	
  15	
  da	
  CF/88.	
  Em	
  outras	
  palavras:	
  o	
  
rol	
  do	
  art.	
  15	
  não	
  é	
  exaustivo	
  (ver	
  PIVA,	
  2009).	
  
	
   Relativamente	
  às	
  modalidades	
  excepcionais	
  previstas	
  no	
  art.	
  15,	
  essas	
  podem	
  
ser	
  assim	
  organizadas:	
  
	
  
PERDA	
  	
   Hipótese	
  
CF,	
  art.	
  15,	
  I	
  
Cancelamento	
  da	
  naturalização	
  por	
  sentença	
  
transitada	
  em	
  julgado,	
  em	
  virtude	
  de	
  atividade	
  
nociva	
  ao	
  interesse	
  nacional	
  (CF,	
  art.	
  12,	
  §	
  4.º).	
  
CF,	
  art.	
  15,IV	
   Recusa	
  a	
  cumprir	
  obrigação	
  legal	
  a	
  todos	
  imposta	
  (CF,	
  art.	
  5.º,	
  VIII).	
  
	
  
SUSPENSÃO	
   Hipótese	
  
CF,	
  art.	
  15,	
  II	
  
Nos	
  termos	
  do	
  Código	
  Civil	
  Brasileiro,	
  aquele	
  que	
  é	
  
interditado	
  torna-­‐se	
  absolutamente	
  incapaz;	
  
portanto,	
  enquanto	
  interditado,	
  terá	
  seus	
  direitos	
  
políticos	
  suspensos.	
  
CF,	
  art.	
  15,	
  III	
  
Condenação	
  criminal	
  transitada	
  em	
  julgado:	
  até	
  que	
  
ocorra	
  a	
  extinção	
  da	
  punibilidade,	
  o	
  condenado	
  
(sentença	
  penal	
  condenatória	
  irrecorrível)	
  tem	
  seus	
  
direitos	
  políticos	
  suspensos.	
  
CF,	
  art.	
  15,	
  V	
  
Atos	
  de	
  improbidade	
  administrativa:	
  nos	
  termos	
  do	
  
art.	
  37,	
  §	
  4.o,	
  o	
  servidor	
  que	
  comete	
  ato	
  de	
  
improbidade	
  administrativa	
  terá	
  seus	
  direitos	
  
políticos	
  suspensos.	
  
	
  
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  Página	
  59	
  
6.5	
  	
  	
  A	
  LEI	
  QUE	
  ALTERA	
  O	
  PROCESSO	
  ELEITORAL	
  (art.	
  16)	
  
Disciplina	
  a	
  Constituição	
  que	
  a	
  Lei	
  que	
  alterar	
  o	
  processo	
  eleitoral	
  entrará	
  em	
  
vigor	
  na	
  da	
  data	
  de	
  sua	
  publicação,	
  não	
  se	
  aplicando	
  à	
  eleição	
  que	
  ocorra	
  até	
  um	
  (1)	
  
ano	
  da	
  data	
  de	
  sua	
  vigência.	
  
Interpretando	
  o	
  dispositivo,	
   o	
   STF	
   (ADI	
   3685/DF,	
  Rel.	
  Min.	
   Ellen	
  Gracie,	
   22-­‐3-­‐
2006)	
  entendeu	
  que	
  a	
  previsão	
  do	
  art.	
  16	
  (“...a	
  lei	
  que	
  alterar	
  o	
  processo	
  eleitoral...”)	
  
aplica-­‐se	
  também	
  às	
  emendas	
  constitucionais.	
  
	
  
6.6	
  	
  	
  PARTIDOS	
  POLÍTICOS	
  (art.	
  17)	
  
Nos	
   termos	
   da	
   Lei	
   9.096,	
   de	
   19	
   de	
   setembro	
   de	
   1995,	
   partidos	
   políticos	
   são	
  
pessoas	
  jurídicas	
  de	
  direito	
  privado	
  (Código	
  Civil,	
  art.	
  44,	
  V)	
  e	
  se	
  destinam	
  a	
  assegurar,	
  
no	
   interesse	
   do	
   regime	
   democrático,	
   a	
   autenticidade	
   do	
   sistema	
   representativo	
   e	
   a	
  
defender	
  os	
  direitos	
  fundamentais	
  definidos	
  na	
  Constituição	
  Federal.	
  
Conforme	
  prescreve	
   a	
  Constituição	
   Federal	
   (art.	
   17,	
   §	
   2.º),	
   o	
   partido	
  político,	
  
após	
   adquirir	
   personalidade	
   jurídica,	
   na	
   forma	
   da	
   lei	
   civil,	
   registra	
   seu	
   estatuto	
   no	
  
Tribunal	
  Superior	
  Eleitoral,	
  	
  seguindo	
  o	
  procedimento	
  da	
  Lei	
  9.096/95:	
  
	
  
a) Requerer	
   o	
   registro	
   ao	
   cartório	
   competente	
   do	
   Registro	
   Civil	
   das	
   Pessoas	
  
Jurídicas,	
  da	
  Capital	
  Federal,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  8.º;	
  
b) Adquirida	
   a	
   personalidade	
   jurídica,	
   o	
   partido	
   promove	
   a	
   obtenção	
   do	
   apoio	
  
mínimo	
  de	
  eleitores	
  correspondente	
  a,	
  pelo	
  menos,	
  meio	
  por	
  cento	
  dos	
  votos	
  
dados	
  na	
  última	
  eleição	
  geral	
  para	
  a	
  Câmara	
  dos	
  Deputados,	
  não	
  computados	
  
os	
  votos	
  em	
  branco	
  e	
  os	
  nulos,	
  distribuídos	
  por	
  um	
  terço,	
  ou	
  mais,	
  dos	
  Estados,	
  
com	
  um	
  mínimo	
  de	
  um	
  décimo	
  por	
   cento	
  do	
  eleitorado	
  que	
  haja	
   votado	
  em	
  
cada	
   um	
   deles	
   e	
   realiza	
   os	
   atos	
   necessários	
   para	
   a	
   constituição	
   definitiva	
   de	
  
seus	
  órgãos	
  e	
  designação	
  dos	
  dirigentes,	
  na	
  forma	
  do	
  seu	
  estatuto;	
  
c) Feita	
   a	
   constituição	
   e	
   designação,	
   os	
   dirigentes	
   nacionais	
   promoverão	
   o	
  
registro	
  do	
  estatuto	
  do	
  partido	
  junto	
  ao	
  Tribunal	
  Superior	
  Eleitoral,	
  através	
  de	
  
requerimento.	
  
	
   	
  
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  Página	
  60	
  
	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
	
  
1)	
  (Defensor	
  Público	
  –	
  SP	
  –	
  2009)	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  correta.	
  
(A) Percebe-­‐se	
  que	
  o	
  sufrágio	
  universal,	
  o	
  voto	
  e	
  o	
  escrutínio	
  são	
  sinônimos	
  que	
   integram	
  a	
  
teoria	
  dos	
  direitos	
  políticos	
  positivos	
  e	
  a	
  idéia	
  nuclear	
  da	
  democracia.	
  
(B) É	
   condição	
   de	
   elegibilidade	
   dos	
   parlamentares	
   possuir	
   nacionalidade	
   brasileira	
   e	
   nesse	
  
caso	
  tanto	
  faz	
  ser	
  brasileiro	
  nato	
  ou	
  naturalizado.	
  
(C) As	
   inelegibilidades	
   possuem	
   justificativa	
   de	
   ordem	
   ética,	
   daí	
   porque,	
   segundo	
   a	
  
Constituição	
  Federal	
  são	
  inelegíveis	
  o	
  cônjuge	
  e	
  os	
  parentes	
  consangüíneos	
  ou	
  afins,	
  até	
  o	
  
2º	
  grau	
  ou	
  por	
  adoção	
  dos	
  senadores	
  e	
  deputados	
  federais.	
  
(D) Dar-­‐se-­‐á	
   a	
   suspensão	
   dos	
   direitos	
   políticos	
   para	
   os	
   condenados	
   criminais	
   com	
   sentença	
  
transitada	
  em	
  julgado	
  cujo	
  gozo	
  pleno	
  se	
  restabelecerá	
  após	
  a	
  reabilitação	
  criminal.	
  
(E) A	
   cassação	
   dos	
   direitos	
   políticos	
   pode	
   ocorrer,	
   dentre	
   outros	
   casos,	
   quando	
   ocorrer	
   a	
  
incapacidade	
  civil	
  absoluta	
  como	
  na	
  interdição.	
  
	
  
2)	
   (Analista	
   Judiciário	
  –	
  TRE	
  –	
  CE	
  –	
  2002)	
  A	
  criação	
  de	
  partidos	
  políticos	
  é	
   livre,	
  sendo-­‐lhes	
  
assegurado	
  o	
  direito	
  de:	
  
(A) Elaborar	
  com	
  autonomia	
  seus	
  estatutos,	
  que	
  deverão	
  estabelecer	
  normas	
  de	
  fidelidade	
  e	
  
disciplina	
  partidárias.	
  
(B) Adotar	
  caráter	
  regional	
  ou	
  nacional,	
  conforme	
  estabelecido	
  em	
  seus	
  estatutos.	
  
(C) Receber	
  recursos	
  financeiros	
  de	
  entidades	
  privadas	
  nacionais	
  ou	
  estrangeiras,	
  nos	
  termos	
  
da	
  lei.	
  
(D) Receber	
  recursos	
  financeiros	
  de	
  entidades	
  governamentais	
  nacionais	
  ou	
  estrangeiras,	
  nos	
  
termos	
  da	
  lei.	
  
(E) Utilizar	
  organização	
  paramilitar	
  para	
  fins	
  de	
  restabelecimento	
  da	
  democracia.	
  
	
  
3)	
  	
  (Analista	
  Judiciário	
  –	
  TRE	
  –	
  CE	
  –	
  2002)	
  São	
  considerados	
  eleitores	
  os:	
  
(A) Brasileiros	
  naturalizados,	
  desde	
  o	
  ato	
  solene	
  de	
  concessão	
  da	
  nacionalidade	
  brasileira.	
  
(B) Recrutas,	
  no	
  período	
  do	
  serviço	
  militar	
  obrigatório.	
  
(C) Maiores	
  de	
  18	
  anos,	
  devidamente	
  alistados.	
  
(D) Maiores	
  de	
  16	
  anos,	
  a	
  partir	
  da	
  data	
  do	
  aniversário.	
  
(E) Estrangeiros	
  alistados,	
  residentes	
  no	
  Brasil	
  há,	
  pelo	
  menos,	
  quinze	
  anos	
  ininterruptos.	
  
	
  
4)	
   (Analista	
   Judiciário	
   –	
   TRE	
   -­‐SC	
   –	
   2002)	
   De	
   acordo	
   com	
   a	
   Constituição	
   da	
   República	
  
Federativa	
  do	
  Brasil	
  de	
  1988,	
  o	
  alistamento	
  eleitoral	
  e	
  o	
  voto	
  são:	
  
(A) Obrigatórios	
  para	
  os	
  maiores	
  de	
  16	
  anos	
  	
  e	
  maiores	
  de	
  70	
  anos	
  de	
  idade;	
  
(B) Obrigatórios	
  para	
  todos	
  os	
  brasileiros	
  natos	
  e	
  naturalizados,	
  a	
  partir	
  de	
  16	
  anos	
  de	
  idade;	
  
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  Página	
  61	
  
(C) Obrigatórios	
   para	
   os	
  maiores	
   de	
   18	
   anos	
   de	
   idade	
   e	
   facultativos	
   para	
   os	
  maiores	
   de	
   16	
  
anos	
  e	
  menores	
  de	
  18	
  anos	
  de	
  idade;	
  
(D) Facultativos	
  para	
  os	
  analfabetos,	
  maiores	
  de	
  18	
  anos	
  e	
  de	
  70	
  anos	
  de	
  idade.	
  
	
  
5)	
   (Analista	
   Judiciário	
   –	
   TRE	
   –	
   RN	
   –	
   2005)	
   Os	
   partidos	
   políticos,	
   após	
   adquirirem	
  
personalidade	
   jurídica,	
   na	
   forma	
   da	
   lei,	
   deverão	
   registrar	
   seus	
   estatutos	
   junto	
   ao	
   (A)	
  
Conselho	
  Nacional	
  Eleitoral.	
  
(B)	
  Colégio	
  Eleitoral	
  de	
  sua	
  circunscrição.	
  
(C)	
  Superior	
  Tribunal	
  de	
  Justiça.	
  
(D)	
  Congresso	
  Nacional.	
  
(E))Tribunal	
  Superior	
  Eleitoral.	
  
	
  
6)	
  (Analista	
  Judiciário	
  –	
  TRE-­‐RN	
  –	
  2005)	
  Quanto	
  à	
  inelegibilidade	
  reflexa,	
  é	
  correto	
  afirmar:	
  
(A) Um	
  Senador,	
   após	
   transferir	
   seu	
  domicílio	
  eleitoral	
  para	
  a	
   capital	
  de	
  outro	
  Estado,	
  onde	
  
seu	
   pai	
   é	
   Governador,	
   poderá	
   se	
   candidatar	
   ao	
   cargo	
   de	
   Deputado	
   dessa	
   unidade	
   da	
  
Federação.	
  
(B) O	
  filho	
  de	
  Governador	
  de	
  Estado	
  poderá	
  se	
  candidatar	
  ao	
  cargo	
  de	
  Deputado	
  Federal	
  da	
  
mesma	
  unidade	
  da	
  Federação.	
  
(C) A	
  esposa	
  do	
  Presidente	
  da	
  República	
  poderá	
  concorrer	
  ao	
  cargo	
  de	
  Vereadora	
  de	
  qualquer	
  
município.	
  
(D) O	
  neto	
  de	
  Governador	
  de	
  Estado	
  somente	
  poderá	
  disputar	
  a	
  eleição	
  para	
  Senador	
  por	
  esse	
  
Estado	
  se	
  já	
  for	
  titular	
  do	
  mesmo	
  mandato	
  nessa	
  circunscrição.	
  
(E) A	
  esposa	
  do	
  Prefeito	
  de	
  uma	
  capital	
  não	
  pode	
  se	
  candidatar	
  ao	
  cargo	
  de	
  Governadora	
  do	
  
mesmo	
  Estado,	
  em	
  virtude	
  de	
  impedimento	
  constitucional.	
  
	
  
7)	
  	
  (Analista	
  Judiciário	
  –	
  TRE-­‐SP	
  –	
  2006)	
  Considere	
  as	
  eleições	
  para	
  
I.	
  Câmara	
  dos	
  Deputados.	
  
II.	
  Prefeito	
  Municipal.	
  
III.	
  Senado	
  Federal.	
  
IV.	
  Vice-­‐Prefeito	
  Municipal.	
  
V.	
  Assembléias	
  Legislativas.	
  
VI.	
  Câmaras	
  Municipais.	
  
Obedecerão	
  ao	
  princípio	
  da	
  representação	
  proporcional	
  as	
  indicadas	
  APENAS	
  em	
  	
  
(A)	
  II,	
  IV	
  e	
  VI.	
  
(B)	
  I,	
  III,	
  V	
  e	
  VI.	
  
(C)	
  II,	
  III,	
  IV	
  e	
  V.	
  
(D))	
  I,	
  V	
  e	
  VI.	
  
(E)	
  I	
  e	
  III.	
  
	
  
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  Página	
  62	
  
8)	
  (Analista	
  Judiciário	
  –	
  TRE	
  –	
  SC	
  –	
  2005)	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  CORRETA.	
  
O	
  partido	
  político:	
  
(A) É	
  pessoa	
  jurídica	
  de	
  direito	
  público,	
  com	
  a	
  finalidade	
  de	
  assegurar	
  o	
  regime	
  democrático	
  e	
  
defender	
  os	
  direitos	
  fundamentais	
  definidos	
  na	
  Constituição	
  Federal.	
  
(B) Pode	
  participar	
   do	
   processo	
   eleitoral,	
  mesmo	
  que	
  não	
   tenha	
   registrado	
   seu	
   estatuto	
   no	
  
Tribunal	
  Superior	
  Eleitoral,	
  e	
  receber	
  recursos	
  do	
  Fundo	
  Partidário.	
  
(C) Adquire	
   personalidade	
   jurídica	
   após	
   o	
   registro	
   de	
   seu	
   estatuto	
   no	
   Tribunal	
   Superior	
  
Eleitoral.	
  
(D) É	
   pessoa	
   jurídica	
   de	
   direito	
   privado,	
   que	
   se	
   destina	
   a	
   dar	
   autenticidade	
   ao	
   sistema	
  
representativo	
   democrático	
   e	
   a	
   defender	
   os	
   direitos	
   fundamentais	
   fixados	
   na	
   Carta	
  
Constitucional.	
  
	
  
9)	
  (Analista	
  Judiciário	
  –	
  TRE	
  –	
  AC	
  –	
  2003)	
  Mauro	
  e	
  Luiz	
  são	
  Presidentes	
  de	
  Autarquias.	
  Mauro	
  
pretende	
   candidatar-­‐se	
   a	
   Deputado	
   Federal	
   e	
   Luiz	
   a	
   Governador	
   do	
   Estado.	
  Mauro	
   e	
   Luiz	
  
estão	
  sujeitos	
  ao	
  prazo	
  de	
  desincompatibilização	
  de.	
  
(A) 6	
  meses	
  e	
  4	
  meses,	
  respectivamente.	
  
(B) 6	
  meses.	
  
(C) 4	
  meses.	
  
(D) 3	
  meses.	
  
(E) 3	
  meses	
  e	
  6	
  meses,	
  respectivamente.	
  	
  
	
  
10)	
  (Analista	
  Judiciário	
  –	
  TRE	
  –	
  SP	
  –	
  2006)	
  O	
  analfabeto	
  :	
  	
  
(A) Pode	
  ser	
  eleito	
  para	
  as	
  Assembléias	
  Legislativas.	
  
(B) Pode	
  ser	
  eleito	
  para	
  a	
  Câmara	
  dos	
  Deputados.	
  
(C) Só	
  pode	
  alistar-­‐se	
  se	
  souber	
  ao	
  menos	
  assinar	
  o	
  nome.	
  
(D) Pode	
  ser	
  eleito	
  Prefeito	
  Municipal.	
  
(E) É	
  inelegível	
  para	
  qualquer	
  cargo	
  eletivo.	
  
	
  
GABARITO	
  
	
  
1	
   B	
  
2	
   A	
  
3	
   C	
  
4	
   C	
  
5	
   E	
  
6	
   D	
  
7	
   D	
  
8	
   D	
  
9	
   B	
  
10	
   E	
  
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  Página	
  63	
  
Capítulo	
  7	
  
Organização	
  do	
  Estado	
  Brasileiro	
  
	
  
	
  
	
  
7.1	
  CARACTERÍSTICAS	
  GERAIS	
  
	
  
A	
  expressão	
  FEDERAÇÃO	
  é	
  derivada	
  do	
  latim	
  foederatio,	
  de	
  foederare,	
  ou	
  seja,	
  
ligar	
  por	
  aliança,	
  unir	
  (SILVA,	
  1967).	
  
Assim,	
   Estado	
   Federal	
   ou	
   federativo,	
   sob	
  ponto	
   de	
   vista	
   do	
   direito	
   interno,	
   é	
  
aquele	
  que	
  se	
  divide	
  em	
  províncias	
  politicamente	
  autônomas,	
  possuindo	
  duas	
   fontes	
  
paralelas	
  de	
  direito	
  público,	
  uma	
  nacional	
  e	
  outra	
  provincial	
  (MALUF,	
  1970)	
  (Estados-­‐
Membros,	
   no	
   Brasil;	
   	
   Cantões,	
   na	
   Suíça;	
   Províncias,	
   na	
   Argentina;	
   Laender,	
   na	
  
Alemanha).	
  
O	
  Estado	
  Federal,	
  portanto,	
  pode	
  ser	
  definido	
  como	
  uma	
  organização	
  formada	
  
sobre	
   a	
   base	
   de	
   uma	
   repartição	
   de	
   competências	
   entre	
   um	
   governo	
   nacional	
   e	
   os	
  
governos	
   estaduais,	
   de	
   tal	
   sorte	
   que	
   a	
   União	
   tenha	
   supremacia	
   sobre	
   os	
   Estados-­‐
Membros,	
   e	
   estes,	
   que	
  normalmente	
  participam	
  na	
   formação	
  da	
   vontade	
  do	
  Estado	
  
central,	
   são	
  entidades	
  dotadas	
  de	
  autonomia	
   constitucional	
  perante	
  a	
  mesma	
  União	
  
(FERREIRA,	
  1989).	
  	
  
Michel	
  Temer	
  (1997,	
  p.	
  63)	
  aponta	
  os	
  requisitos	
  essenciais	
  à	
  Federação:	
  
	
  
	
  
	
  
PARA	
  CARACTERIZAÇÃO	
  
	
  
	
  
PARA	
  MANUTENÇÃO	
  
 
Descentralização	
  política	
  (repartição	
  
constitucional	
  de	
  competências).	
  
	
  
	
  Rigidez	
  constitucional	
  (como	
  forma	
  de	
  
impedir	
  a	
  mudança	
  do	
  texto	
  
constitucional	
  por	
  qualquer	
  processo	
  
legislativo	
  não	
  qualificado).	
  
	
  
	
  
	
  Participação	
  da	
  vontade	
  das	
  ordens	
  
jurídicas	
  parciais	
  (Estados-­‐Membros)	
  na	
  
vontade	
  criadora	
  da	
  ordem	
  jurídica	
  
nacional	
  (União).	
  
	
  
A	
  existência	
  de	
  um	
  órgão	
  constitucional	
  
incumbido	
  do	
  controle	
  da	
  
constitucionalidade	
  	
  
de	
  leis.	
  
	
  
	
  Possibilidade	
  de	
  autoconstituição	
  
(existência	
  de	
  Constituições	
  “locais”).	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva DireitoConstitucional	
  
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  Página	
  64	
  
	
  
Na	
   Constituição	
   Federal	
   de	
   1988,	
   é	
   possível	
   encontrar	
   outros	
   traços	
   que	
   são	
  
fundamentais	
  ao	
  Estado	
  federativo:	
  
F Vedação	
  do	
  direito	
  de	
  secessão	
  (indissolubilidade)	
  –	
  Art.	
  1.º;	
  
F Nacionalidade	
  única	
  em	
  toda	
  a	
  federação	
  –	
  Art.	
  19,	
  III;	
  	
  
F Repartição	
   constitucional	
   de	
   competências	
   entre	
   os	
   entes	
   federativos	
   –	
  Arts.	
  
20	
  a	
  24,	
  art.	
  25,	
  art.	
  30	
  e	
  art.	
  32;	
  
F Possibilidade	
  de	
  autotributação	
  para	
  os	
  entes	
  federativos	
  –	
  Art.	
  153,	
  art.	
  155	
  e	
  
art.	
  156;	
  
F Capacidade	
  de	
  auto-­‐organização	
  dos	
  entes	
  federativos	
  –	
  Art.	
  25,	
  arts.	
  29	
  e	
  30;	
  
F Possibilidade	
  de	
  Intervenção	
  Federal	
  para	
  a	
  garantia	
  da	
  unidade	
  nacional	
  –	
  Art.	
  
34,	
  I;	
  
F Eleição	
  de	
  representantes	
  dos	
  Estados	
  junto	
  ao	
  Congresso	
  Nacional	
  -­‐	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
  Art.	
  
46;	
  	
  
F Existência	
  de	
  um	
  órgão	
  do	
  Poder	
  Judiciário	
  incumbido	
  da	
  realização	
  de	
  controle	
  
de	
  constitucionalidade	
  –	
  Art.	
  102.	
  
	
  
7.2 A	
  FEDERAÇÃO	
  	
  
	
  
7.2.1	
  A	
  origem	
  da	
  federação	
  brasileira	
  	
  
A	
   Federação	
   no	
   Brasil	
   surge,	
   provisoriamente,	
   junto	
   com	
   a	
   proclamação	
   da	
  
República,	
   por	
   meio	
   do	
   Decreto	
   n.º	
   1,	
   de	
   15	
   de	
   novembro	
   de	
   1889,	
   e	
   foi	
  
institucionalizada	
  pela	
  Constituição	
  de	
  1891.	
  	
  	
  
Na	
   medida	
   em	
   que	
   o	
   Brasil	
   evoluiu	
   de	
   um	
   Estado	
   monárquico	
   e,	
   portanto,	
  
unitário,	
   para	
   um	
  Estado	
   republicano	
   e	
   federativo,	
   pode-­‐se	
   afirmar	
   que	
   a	
   federação	
  
brasileira	
   é	
   CENTRÍFUGA,	
   também	
   chamada	
   de	
   federação	
   por	
   DESAGREGAÇÃO	
   ou	
  
SEGREGAÇÃO.	
  
	
   	
  
7.2.2	
  Entes	
  federativos	
  brasileiros	
  	
  
Nos	
   termos	
   do	
   art.	
   18	
   da	
   Constituição	
   Federal,	
   a	
   organização	
   político-­‐
administrativa	
   brasileira	
   compreende	
   a	
   União,	
   os	
   Estados,	
   o	
   Distrito	
   Federal	
   e	
   os	
  
Municípios,	
   todos	
   autônomos	
   e	
   possuidores	
   da	
   capacidade	
   de	
   auto-­‐organização	
   e	
  
normatização	
  própria,	
  autogoverno	
  e	
  autoadministração.	
  	
  
	
  
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  Página	
  65	
  
Quanto	
   aos	
   TERRITÓRIOS	
   FEDERAIS,	
   é	
   indispensável	
   esclarecer	
   que	
  estes	
   não	
  
são	
  componentes	
  do	
  Estado	
  Federal	
  –	
  mesmo	
  que	
  atualmente	
  algum	
  venha	
  a	
  existir	
  
(Art.	
  18,	
  §	
  2.º)	
  –,	
  pois	
  constituem	
  simples	
  descentralizações	
  administrativas	
  territoriais	
  
da	
  própria	
  União,	
  sem	
  autonomia	
  organizatória	
  e	
  política	
  (NOVELINO,	
  2009).	
  	
  	
  
Em	
   caso	
   de	
   criação	
   de	
   novo	
   Território	
   Federal,	
   o	
   Governador	
   será	
   nomeado	
  
pelo	
   Presidente	
  da	
  República	
   (art.	
   84,	
   XIV).	
   Independentemente	
  do	
   tamanho	
  de	
   sua	
  
população,	
   elegerá	
   quatro	
   (4)	
   Deputados	
   Federais	
   (art.	
   45,	
   §	
   2º).	
   Os	
   Territórios	
   não	
  
elegem	
  Senadores.	
  
	
  
7.2.2.1	
  União	
  (art.	
  1.º	
  e	
  art.	
  18)	
  
	
   É	
   a	
   entidade	
   estatal,	
   de	
   natureza	
   dúplice,	
   pois	
   ao	
   mesmo	
   tempo	
   em	
   que	
  
representa	
  o	
  Estado	
  brasileiro	
  nas	
  relações	
  públicas	
  internacionais,	
  também	
  é	
  um	
  ente	
  
dotado	
  de	
  competências	
  próprias.	
  	
  
	
   Age,	
   portanto,	
   em	
   nome	
   próprio	
   e	
   em	
   nome	
   do	
   Estado	
   Federal.	
  
Conseqüentemente,	
   é	
   imperfeito	
   afirmar	
  que	
   a	
  União	
  possuiria	
   SOBERANIA,	
   quando	
  
em	
  comparação	
  aos	
  demais	
  entes	
  federativos,	
  que	
  somente	
  possuem	
  autonomia.	
  Em	
  
verdade,	
   a	
   União	
   somente	
   representa	
   a	
   soberania,	
   posto	
   que	
   esta	
   é	
   qualidade	
   do	
  
próprio	
  Estado	
  brasileiro.	
  	
  	
  
	
   As	
   competências	
   da	
   União	
   estão	
   relacionadas	
   nos	
   seguintes	
   dispositivos	
  
constitucionais:	
   art	
   21	
   (competências	
   exclusivas:	
   político-­‐administrativas	
   e	
  
indelegáveis);	
   art.	
   22	
   (competências	
   privativas	
   –	
   legislativas	
   e	
   delegáveis);	
   art.	
   23	
  
(competências	
  comuns:	
  político-­‐administrativas)	
  e	
  art.	
  24	
  (competências	
  concorrentes:	
  
legislativas).	
  	
  
	
   Os	
   tributos	
   da	
   União	
   encontram-­‐se	
   disciplinados	
   nos	
   arts.	
   145	
   e	
   153	
   da	
  
Constituição	
  Federal.	
  
	
  
7.2.2.2	
  Estados-­‐Membros	
  (art.	
  1.º,	
  art.	
  18	
  e	
  art.	
  25)	
  
	
   Estado-­‐Membro	
   é	
   a	
   entidade	
   integrante	
   da	
   Federação	
   Brasileira,	
   dotada	
   de	
  
autonomia,	
   ou	
   seja,	
   capacidade	
   de	
   auto-­‐organização	
   e	
   normatização	
   próprias,	
  
autogoverno	
   e	
   autoadministração.	
   Na	
   estrutura	
   federativa	
   do	
   Brasil,	
   a	
   autonomia	
  
importa	
  que	
  cada	
  Estado	
  federado	
  seja	
  regido	
  por	
  sua	
  própria	
  Constituição	
  (FERREIRA	
  
FILHO,	
  2005).	
  	
  
	
   A	
   capacidade	
   de	
   possuir	
   uma	
   Constituição	
   caracteriza	
   ser	
   um	
   Poder	
  
Constituinte	
   decorrente,	
   na	
   medida	
   que	
   delimitado	
   por	
   parâmetros	
   trazidos	
   pela	
  
Constituição	
  Federal.	
  	
  
	
   O	
   Governo	
   Estadual	
   é	
   eleito	
   diretamente	
   pelo	
   povo	
   (art.	
   28)	
   e	
   o	
   número	
   de	
  
Deputados	
   Estaduais	
   corresponde	
   a	
   uma	
   proporção	
   do	
   número	
   de	
   Deputados	
  
Federais,	
  a	
  ser	
  calculado	
  na	
  forma	
  do	
  art.	
  27.	
  	
  	
  
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  Constitucional	
  
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  Página	
  66	
  
	
   As	
   imunidades	
   dos	
   Deputados	
   Estaduais	
   e	
   as	
   regras	
   sobre	
   sistema	
   eleitoral,	
  
inviolabilidades,	
   remuneração,	
   perda	
   de	
   mandato,	
   licença,	
   impedimentos	
   e	
  
incorporação	
  às	
  forças	
  armadas	
  seguem	
  as	
  regras	
  dos	
  parlamentares	
  federais	
  (art.	
  27,	
  
§	
  1.º	
  e	
  art.	
  53).	
  	
  
	
   As	
   principais	
   competências	
   estão	
   descritas	
   no	
   art.	
   25,	
   §§	
   1.º	
   e	
   2.º	
   da	
  
Constituição	
  da	
  República.	
  	
  	
  A	
  questão	
  tributária	
  estadual	
  está	
  disposta	
  nos	
  arts.	
  145	
  e	
  
155	
  da	
  Constituição	
  Federal.	
  
	
  
7.2.2.3	
  	
  Municípios	
  (art.	
  1.º,	
  art.	
  18	
  e	
  art.	
  30)	
  
	
   Nos	
   termos	
   da	
   Constituição,	
   o	
   Município	
   brasileiro	
   é	
   entidade	
   estatal	
  
integrante	
  da	
  Federação,	
  sendo	
  entidade	
  político-­‐administrativa	
  dotada	
  de	
  autonomia	
  
política,	
  administrativa	
  e	
  financeira.	
  	
  	
  
	
   O	
   Art.	
   18	
   da	
   Constituição	
   Federal	
   de1988,	
   pela	
   primeira	
   vez	
   na	
   história	
  
constitucional	
   brasileira,	
   formalizou	
   os	
   municípios	
   como	
   entes	
   participantes	
   da	
  
Federação	
  brasileira.	
  	
  
	
   Os	
   municípios	
   brasileiros	
   são	
   regidos	
   por	
   Lei	
   Orgânica,	
   votada	
   em	
   na	
  
respectiva	
  Câmara	
  Municipal,	
  em	
  dois	
  turnos,	
  com	
  o	
   intervalo	
  mínimo	
  de	
  dez	
  dias	
  e,	
  
somente	
   será	
   considerada	
   aprovada	
   se	
   obtiver	
   o	
   voto	
   de	
   dois	
   terços	
   de	
   todos	
   os	
  
membros.	
  	
  
	
   Suas	
   competências	
   estão	
   ligadas,	
   fundamentalmente,	
   às	
   questões	
   de	
  
predomínio	
  do	
  interesse	
  local	
  e	
  especialmente	
  descritas	
  no	
  art.	
  30	
  da	
  Constituição	
  da	
  
República.	
   A	
   autonomia	
   tributária	
   municipal	
   está	
   regida	
   nos	
   arts.	
   145	
   e	
   156	
   da	
  
Constituição	
  Federal.	
  
	
  
7.2.2.4	
  	
  Distrito	
  Federal	
  (art.	
  1.º,	
  art.	
  18	
  e	
  art.	
  32)	
  
	
   A	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988	
  garantiu	
  ao	
  Distrito	
  Federal	
  a	
  natureza	
  de	
  ente	
  
federativo	
   autônomo,	
   possuidor	
   de	
   capacidade	
   de	
   auto-­‐organização,	
   autogoverno	
   e	
  
autoadministração.	
  	
  	
  
	
   É	
  regido	
  por	
  Lei	
  Orgânica	
  a	
  ser	
  aprovada	
  na	
  respectiva	
  Câmara	
  Legislativa,	
  após	
  
dois	
   turnos,	
   com	
   interstício	
  mínimo	
  de	
  dez	
  dias	
  e	
  pelo	
   voto	
  de	
  dois	
   terços	
  de	
   todos	
  
seus	
  membros.	
  Seu	
  governo	
  é	
  eleito	
  diretamente	
  pelo	
  povo,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  32,	
  §	
  
2.º,	
  da	
  CF/88.	
  	
  
	
   Ressalte-­‐se	
  que,	
  mesmo	
  possuindo	
  autonomia,	
   ao	
  Distrito	
   Federal	
   foi	
   vedado	
  
legislar	
  sobre	
  sua	
  organização	
  judiciária,	
  Ministério	
  Público,	
  Defensoria	
  Pública	
  (art.	
  22,	
  
XVII),	
   bem	
   como	
   não	
   pode	
   organizar	
   a	
   Polícia	
   Civil,	
   a	
   Polícia	
   Militar,	
   e	
   o	
   Corpo	
   de	
  
Bombeiros	
  Militar	
  (art.	
  21,	
  XIII	
  e	
  XIV),	
  pois	
  a	
  Constituição	
  reservou	
  essas	
  competências	
  
à	
  UNIÃO.	
   	
   	
  O	
  Distrito	
   Federal	
   acumula	
   as	
   competências	
   legislativas	
   e	
   tributárias	
   dos	
  
Estados-­‐Membros	
  e	
  dos	
  Municípios	
  (art.	
  32,	
  §	
  1.º,	
  da	
  CF/88).	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  67	
  
	
  
7.2.3	
  	
  O	
  princípio	
  da	
  indissolubilidade	
  da	
  federação	
  	
  
	
  
A	
  federação	
  não	
  reconhece	
  o	
  direito	
  de	
  secessão,	
  ou	
  seja,	
  a	
  pretensão	
  de	
  um	
  
Estado-­‐Membro,	
   Distrito	
   Federal	
   ou	
   qualquer	
   dos	
   Municípios	
   brasileiros	
   querer	
  
separar-­‐se	
  do	
  contexto	
  nacional,	
  formando,	
  assim,	
  um	
  novo	
  Estado	
  (na	
  realidade,	
  um	
  
novo	
  país,	
  com	
  total	
  independência).	
  
Nesse	
   sentido,	
   qualquer	
   tentativa	
   de	
   secessão	
   permitirá	
   a	
   decretação	
   de	
  
intervenção	
  federal,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  34,	
  I.	
  
Lembre-­‐se,	
  ainda,	
  de	
  que	
  a	
  FEDERAÇÃO	
  é	
  uma	
  CLÁUSULA	
  PÉTREA,	
  nos	
  termos	
  
do	
   art.	
   60,	
   §	
   4º,	
   I	
   da	
   Constituição	
   Federal.	
   Dessa	
   forma,	
   não	
   será	
   aceita	
   qualquer	
  
proposta	
  de	
  emenda	
  constitucional	
  tendente	
  a	
  abolir	
  a	
  forma	
  de	
  estado	
  federativa.	
  
	
  
	
  
7.3	
  REPARTIÇÃO	
  DE	
  COMPETÊNCIAS	
  	
  
	
  
7.3.1	
  Repartição	
  de	
  competências	
  em	
  matérias	
  administrativas	
  
	
  	
  
• Competências	
  EXCLUSIVAS	
  da	
  União	
  (art.	
  21);	
  
• Competências	
  administrativas	
  dos	
  Municípios	
  (art.	
  30);	
  
• Competência	
  RESIDUAL	
  dos	
  Estados-­‐Membros	
  (art.	
  25,	
  §	
  1.º);	
  
• Competência	
   COMUM	
   da	
   União	
   Estados-­‐Membros,	
   Distrito	
   Federal	
   e	
  
Municípios	
  (art.	
  23).	
  
	
  
7.3.2	
  Repartição	
  de	
  competências	
  em	
  matérias	
  legislativas	
  
	
  	
  	
  
• Competência	
  PRIVATIVA	
  da	
  União	
  (art.	
  22);	
  
• Possibilidade	
  de	
  DELEGAÇÃO	
   de	
   competência	
   da	
  União	
  para	
  os	
   Estados	
   e	
  DF	
  
(art.	
  22,	
  parágrafo	
  único);	
  
• Competência	
  CONCORRENTE	
  da	
  União/Estado/Distrito	
  Federal/Municípios	
  (art.	
  
24);	
  
• Competência	
  EXCLUSIVA	
  do	
  Município	
  (art.	
  30,	
  I);	
  
• Competência	
  SUPLEMENTAR	
  do	
  município	
  (art.	
  30,	
  II);	
  
• Competência	
  RESERVADA	
  (remanescente,	
  residual)	
  dos	
  Estados	
  (art.	
  25,	
  §	
  1.o);	
  
• Competência	
  RESERVADA	
  do	
  Distrito	
  Federal	
  (art.	
  32,	
  §	
  1.º).	
  
	
  	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  68	
  
7.3.3	
  Competências	
  exclusivas,	
  privativas,	
  comuns	
  e	
  concorrentes.	
  Diferenças.	
  
Uma	
  das	
  questões	
  comuns	
  dos	
  concursos	
  públicos	
  é	
  sobre	
  a	
  divisão	
  orgânica	
  de	
  
competências	
  prevista	
  na	
  Constituição	
  entre	
  os	
  arts.	
  21	
  a	
  24.	
  Com	
  o	
  intuito	
  de	
  orientar	
  
o	
  estudo	
  dos	
  candidatos,	
  pode-­‐se	
  assim	
  sistematizar:	
  
	
  
COMPETÊNCIAS	
  
Ente	
  
federativo	
  
responsável	
  
PREVISÃO	
  
CONSTITUCIONAL	
   SIGNIFICADO	
  
Exclusivas	
   União	
   Art.	
  21	
  
São	
  atos	
  de	
  gestão,	
  
tipicamente	
  político-­‐
administrativas.	
  
Privativas	
   União	
   Art.	
  22	
   São	
  competências	
  legislativas.	
  
Comuns	
   Todos	
   Art.	
  23	
  
São	
  atos	
  de	
  gestão,	
  
tipicamente	
  político-­‐
administrativas.	
  
Concorrentes	
  
União	
  e	
  
Estados/DF	
  
(Municípios,	
  
no	
  que	
  
couber)	
  
Art.	
  24	
   São	
  competências	
  legislativas.	
  
	
  
	
  
7.4	
  INTERVENÇÃO	
  FEDERAL	
  (arts.	
  34	
  a	
  36)	
  
	
  
Intervenção	
   é	
   a	
  medida	
   excepcional,	
   de	
   caráter	
   temporário,	
   de	
   supressão	
   da	
  
autonomia	
   de	
   determinado	
   ente	
   federativo,	
   visando	
   garantir	
   a	
   manutenção	
   da	
  
unidade	
  nacional.	
  	
  Entende	
  José	
  Afonso	
  da	
  Silva	
  (2008,	
  p.	
  485):	
  	
  
	
  
“Os	
   pressupostos	
   de	
   fundo	
   da	
   intervenção	
   federal	
   nos	
   Estados	
   constituem	
  
situações	
   críticas	
   que	
   põem	
   em	
   risco	
   a	
   segurança	
   do	
   Estado,	
   o	
   equilibrio	
  
federativo,	
   as	
   finanças	
   estaduais	
   e	
   a	
   estabilidade	
   da	
   ordem	
   constitucional.	
  
Trata-­‐se	
   de	
   um	
   instituto	
   típico	
   da	
   estrutura	
   do	
   Estado	
   federal	
   que	
   tem	
   por	
  
finalidade:	
  (...)”	
  
	
  
A	
   intervenção	
   federal,	
   portanto,	
   consiste	
   em	
   assumir	
   a	
   União,	
   por	
  
representante,	
   de	
   forma	
   temporária	
   e	
   excepcional,	
   o	
   desempenho	
   de	
   competência	
  
pertencente	
  a	
  Estado-­‐Membro	
  (ou,	
  no	
  caso	
  dos	
  Estados,	
  assumirem	
  competências	
  que	
  
seriam	
  dos	
  Municípios).	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  697.4.1 Espécies	
  de	
  intervenção	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
7.4.2.	
  Natureza	
  jurídica	
  da	
  intervenção	
  
	
   Ensina	
   José	
   Afonso	
   da	
   Silva	
   (2008,	
   p.	
   484),	
   que	
   a	
   intervenção	
   é	
  ato	
   político,	
  
“que	
   consiste	
   na	
   incursão	
   da	
   entidade	
   interventora	
   nos	
   negócios	
   da	
   entidade	
  que	
   a	
  
suporta”.	
  
	
   Consequentemente,	
  é	
  executada	
  por	
  decreto	
  do	
  presidente	
  da	
  República,	
  que	
  
especificará	
  a	
  sua	
  amplitude,	
  prazo	
  e	
  as	
  condições	
  de	
  execução	
  e,	
  se	
  couber,	
  nomeará	
  
o	
  interventor	
  (CF,	
  art.	
  36,	
  §	
  1º).	
  
	
   Recentemente,	
  foi	
  promulgada	
  a	
  Lei	
  Federal	
  nº	
  12.562,	
  de	
  23	
  de	
  dezembro	
  de	
  
2011,	
  a	
  qual	
   regulamenta	
  o	
  art.	
  36,	
   III,	
  da	
  CF/88,	
  ou	
  seja,	
  disciplina	
  a	
  Ação	
  Direta	
  de	
  
Inconstitucionalidade	
  Interventiva.	
  	
   Da	
   nova	
   Lei	
   da	
   ADI	
   Interventiva,	
   destaca	
   a	
  
possibilidade	
  de	
  concessão	
  de	
  medida	
  liminar	
  pelo	
  STF:	
  
 
Art.	
   5o.	
   O	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal,	
   por	
   decisão	
   da	
   maioria	
   absoluta	
   de	
   seus	
  
membros,	
  poderá	
  deferir	
  pedido	
  de	
  medida	
  liminar	
  na	
  representação	
  interventiva.	
  
§	
   1o	
   -­‐	
   O	
   relator	
   poderá	
   ouvir	
   os	
   órgãos	
   ou	
   autoridades	
   responsáveis	
   pelo	
   ato	
  
questionado,	
   bem	
   como	
   o	
   Advogado-­‐Geral	
   da	
   União	
   ou	
   o	
   Procurador-­‐Geral	
   da	
  
República,	
  no	
  prazo	
  comum	
  de	
  5	
  (cinco)	
  dias.	
  
§	
  2o	
  -­‐	
  A	
  liminar	
  poderá	
  consistir	
  na	
  determinação	
  de	
  que	
  se	
  suspenda	
  o	
  andamento	
  
de	
   processo	
   ou	
   os	
   efeitos	
   de	
   decisões	
   judiciais	
   ou	
   administrativas	
   ou	
   de	
   qualquer	
  
outra	
   medida	
   que	
   apresente	
   relação	
   com	
   a	
   matéria	
   objeto	
   da	
   representação	
  
interventiva.	
  
	
  
	
   	
  
Intervenção 
Federal 
Espontâneas 
Provocadas 
Defesa da integridade nacional - art. 34, I e II 
Defesa da ordem pública – art. 34, III 
Defesa das finanças públicas – art. 34, V 
Solicitação 
Requisição 
Coação ou impedimento 
ao Poder Legislativo ou 
Executivo Estaduais - 
art. 34, IV 
STF – art. 36, I 
STF, STJ e TSE - art. 36, II 
STF – não execução de lei federal – art. 36, 
III 
STF – violação do art. 34, VII – art. 36, III 
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  Página	
  70	
  
	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
	
  
	
  
1)	
   (Juiz	
   de	
   Direito	
   –	
   RS	
   -­‐	
   2009)	
   Considerando	
   o	
   regime	
   constitucional	
   de	
   repartição	
   de	
  
competências	
  entre	
  os	
  entes	
  político-­‐administrativos	
  que	
  compõem	
  a	
  República	
  Federativa	
  
do	
  Brasil,	
  assinale	
  a	
  assertiva	
  correta	
  	
  
(A) Compete	
  privativamente	
  aos	
  Municípios	
  legislar	
  sobre	
  trânsito.	
  
(B) Compete	
  à	
  União,	
  aos	
  Estados	
  e	
  ao	
  Distrito	
  Federal	
  legislar	
  concorrentemente	
  sobre	
  custas	
  
do	
  serviço	
  forense.	
  
(C) Compete	
   privativamente	
   aos	
   Estados	
   e	
   ao	
   Distrito	
   Federal	
   legislar	
   sobre	
   direito	
  
penitenciário.	
  
(D) Compete	
  à	
  União	
  e	
  aos	
  Estados	
  explorar	
  os	
  portos	
  marítimos.	
  
(E) Compete	
  aos	
  Municípios	
  criar	
  conselhos	
  ou	
  órgãos	
  de	
  contas	
  municipais.	
  
	
  
	
  
2)	
  (MP/RN	
  –	
  2009)	
  Assinale	
  a	
  opção	
  correta	
  com	
  relação	
  ao	
  federalismo	
  brasileiro.	
  
(A) O	
  federalismo	
  brasileiro,	
  quanto	
  à	
  sua	
  origem,	
  é	
  um	
  federalismo	
  por	
  agregação.	
  
(B) Existia	
  no	
  Brasil	
  um	
  federalismo	
  de	
  segundo	
  grau	
  até	
  a	
  promulgação	
  da	
  CF,	
  após	
  a	
  qual	
  o	
  
país	
  passou	
  a	
  ter	
  um	
  federalismo	
  de	
  terceiro	
  grau.	
  
(C) Uma	
  das	
   características	
   comuns	
  à	
   federação	
  e	
  à	
   confederação	
  é	
  o	
   fato	
  de	
  ambas	
   serem	
  
indissolúveis.	
  
(D) A	
  federação	
  é	
  o	
  sistema	
  de	
  governo	
  cujo	
  objetivo	
  é	
  manter	
  reunidas	
  autonomias	
  regionais.	
  
(E) Os	
  territórios	
  federais	
  são	
  considerados	
  entes	
  federativos.	
  
	
  
	
  
3) (MP/RN	
  –	
  2009)	
  Com	
  base	
  no	
  que	
  dispõe	
  a	
  CF	
  acerca	
  da	
  União,	
  dos	
  estados,	
  do	
  DF	
  e	
  dos	
  
municípios,	
  assinale	
  a	
  opção	
  correta.	
  
(A) É	
   competência	
   privativa	
   da	
   União	
   cuidar	
   da	
   saúde	
   e	
   assistência	
   pública,	
   da	
   proteção	
   e	
  
garantia	
  das	
  pessoas	
  portadoras	
  de	
  deficiência.	
  
(B) Compete	
  à	
  União	
  legislar	
  privativamente	
  acerca	
  dos	
  direitos	
  tributário	
  e	
  financeiro.	
  
(C) Cabe	
   à	
   União	
   explorar	
   diretamente,	
   ou	
   mediante	
   concessão,	
   os	
   serviços	
   locais	
   de	
   gás	
  
canalizado,	
  na	
  forma	
  da	
  lei.	
  
(D) É	
   vedado	
   à	
   União,	
   aos	
   estados,	
   ao	
   DF	
   e	
   aos	
  municípios	
   estabelecer	
   cultos	
   religiosos	
   ou	
  
igrejas,	
   subvencioná-­‐los,	
   embaraçar-­‐lhes	
   o	
   funcionamento	
   ou	
   manter	
   com	
   eles	
   ou	
   seus	
  
representantes	
  relações	
  de	
  dependência	
  ou	
  aliança.	
  
(E) A	
   competência	
   da	
  União	
   para	
   legislar	
   a	
   respeito	
   de	
   normas	
   gerais	
   exclui	
   a	
   competência	
  
suplementar	
  dos	
  estados,	
  podendo	
  haver	
  delegação	
  de	
  competência	
  pela	
  União.	
  
	
  
	
  
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  Página	
  71	
  
	
  
4) (Juiz	
   de	
  Direito	
   –	
  MG	
   –	
   2008).	
   A	
   Constituição	
   da	
   República	
   estabelece	
   que	
   compete	
   à	
  
União,	
  aos	
  Estados	
  e	
  ao	
  Distrito	
  Federal	
  legislar	
  concorrentemente	
  sobre	
  a	
  “proteção	
  ao	
  
patrimônio	
  histórico,	
  cultural,	
  artístico,	
  turístico	
  e	
  paisagístico”	
  (art.	
  24,	
  VII).	
  
(A) A	
  União	
  estabelecerá	
  as	
  normas	
  gerais	
  e,	
  mesmo	
  diante	
  da	
   inércia	
   legislativa	
  do	
  Estado-­‐
membro	
  ou	
  do	
  Distrito	
  Federal,	
  poderá	
  editar	
  norma	
  suplementar.	
  
(B) Editadas	
  as	
  normas	
  gerais	
  pela	
  União,	
  é	
  lícito	
  que	
  o	
  Estado-­‐membro	
  ou	
  o	
  Distrito	
  Federal	
  
veicule	
   norma	
   suplementar	
   que	
   melhor	
   as	
   especifique,	
   segundo	
   sua	
   peculiaridade	
  
regional,	
   e	
   propicie	
   mais	
   adequadamente	
   a	
   proteção	
   ao	
   patrimônio	
   histórico,	
   cultural,	
  
artístico	
  e	
  paisagístico.	
  
(C) A	
  União	
  poderá	
  delegar,	
  por	
  meio	
  de	
  lei	
  complementar,	
  competência	
  ao	
  Estado-­‐membro	
  
ou	
   ao	
   Distrito	
   Federal	
   para	
   dispor	
   sobre	
   as	
   normas	
   gerais	
   de	
   proteção	
   do	
   patrimônio	
  
histórico,	
  cultural,	
  artístico,	
  turístico	
  e	
  paisagístico.	
  
(D) A	
  inércia	
  da	
  União	
  em	
  estabelecer	
  as	
  normas	
  gerais	
  impede	
  o	
  Estado-­‐membro	
  ou	
  o	
  Distrito	
  
Federal	
   de	
   dispor	
   sobre	
   as	
   normas	
   gerais	
   e	
   suplementaresrelativas	
   à	
   proteção	
   ao	
  
patrimônio	
  histórico,	
  cultural,	
  artístico,	
  turístico	
  e	
  paisagístico.	
  
	
  
5) (Juiz	
   de	
  Direito	
   –	
  MG	
  –	
   2008)	
   	
  Os	
  Municípios	
   integram	
  a	
   federação	
  e	
   regem-­‐se	
  por	
   lei	
  
orgânica	
  própria,	
  atendidos	
  os	
  princípios	
  estabelecidos	
  na	
  Constituição	
  da	
  República	
  e	
  na	
  
Constituição	
  do	
  Estado	
  	
  
(A) O	
  número	
  de	
  Vereadores	
  não	
  necessita	
  ser	
  proporcional	
  à	
  população	
  do	
  Município	
  e	
  cada	
  
lei	
   orgânica	
   poderá	
   estabelecer	
   o	
   número	
   mínimo	
   e	
   máximo	
   de	
   integrantes	
   do	
   Poder	
  
Legislativo.	
  
(B) O	
   Vereador	
   é	
   inviolável	
   pelas	
   suas	
   opiniões,	
   palavras	
   e	
   votos	
   no	
   exercício	
   do	
  mandato,	
  
ainda	
  quando	
  esteja	
  fora	
  da	
  circunscrição	
  do	
  Município.	
  
(C) O	
  subsídio	
  dos	
  Vereadores	
  será	
  sempre	
  fixado	
  em	
  lei	
  de	
  iniciativa	
  do	
  Prefeito	
  Municipal.	
  
(D) A	
  fixação	
  dos	
  subsídios	
  do	
  Prefeito,	
  do	
  Vice-­‐Prefeito	
  e	
  dos	
  Secretários	
  Municipais	
  será	
  feita	
  
por	
  lei	
  de	
  iniciativa	
  da	
  Câmara	
  Municipal,	
  observado	
  o	
  teto	
  remuneratório	
  estabelecido	
  na	
  
Constituição	
  da	
  República.	
  
	
  
6)	
  (Juiz	
  de	
  Direito	
  –	
  MA	
  –2008)	
  É	
  competência	
  privativa	
  da	
  União	
  legislar	
  sobre:	
  
(A) Organização	
  judiciária	
  do	
  Ministério	
  Público	
  e	
  da	
  Defensoria	
  Pública	
  do	
  Distrito	
  Federal	
  e	
  
dos	
  Territórios,	
  bem	
  como	
  organização	
  administrativa	
  destes.	
  
(B) Florestas,	
   caça,	
   pesca,	
   fauna,	
   conservação	
   da	
   natureza,	
   defesa	
   do	
   solo	
   e	
   dos	
   recursos	
  
naturais,	
  proteção	
  do	
  meio	
  ambiente	
  e	
  controle	
  da	
  poluição.	
  
(C) Proteção	
  ao	
  patrimônio	
  histórico,	
  cultural,	
  artístico,	
  turístico	
  e	
  paisagístico.	
  
(D) Procedimentos	
  em	
  matéria	
  processual.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
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  Página	
  72	
  
7)	
   (Juiz	
   de	
  Direito	
   –	
  MA	
  –2008)	
  De	
   acordo	
   com	
  a	
  Constituição	
  da	
  República	
   Federativa	
   do	
  
Brasil,	
  sobre	
  a	
  Organização	
  do	
  Estado,	
  marque	
  V	
  ou	
  F,	
  conforme	
  as	
  afirmações	
  a	
  seguir	
  sejam	
  
verdadeiras	
  ou	
  falsas	
  	
  
(	
  	
  	
  	
  	
  )	
  A	
  criação,	
  a	
  incorporação,	
  a	
  fusão	
  e	
  o	
  desmembramento	
  de	
  Municípios,	
  far-­‐se-­‐ão	
  por	
  lei	
  
federal,	
   dentro	
   do	
   período	
   determinado	
   por	
   Lei	
   Complementar	
   Estadual,	
   e	
   dependerão	
   de	
  
consulta	
   prévia,	
   mediante	
   plebiscito,	
   às	
   populações	
   dos	
   Municípios	
   envolvidos,	
   após	
  
divulgação	
  dos	
  Estudos	
  de	
  Viabilidade	
  Municipal,	
  apresentados	
  e	
  publicados	
  na	
  forma	
  da	
  lei.	
  
(	
   	
   	
   	
   )	
   Compete	
   à	
   União,	
   aos	
   Estados	
   e	
   ao	
   Distrito	
   Federal	
   legislar	
   concorrentemente	
   sobre	
  
direito	
  econômico.	
  
(	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  )	
  Compete	
  privativamente	
  à	
  União	
  legislar	
  sobre	
  procedimentos	
  em	
  matéria	
  processual.	
  
(	
   	
   	
   	
   )	
   Os	
   documentos	
   que	
   organizam	
   os	
   Estados,	
   o	
   Distrito	
   Federal	
   e	
   os	
   Municípios,	
   são	
  
chamados,	
   respectivamente,	
   de	
   Constituição	
   Estadual,	
   Lei	
  Orgânica	
   do	
  Distrito	
   Federal	
   e	
   Lei	
  
Orgânica	
  Municipal.	
  
A	
  seqüência	
  correta,	
  de	
  cima	
  para	
  baixo,	
  é:	
  
(A) V	
  -­‐	
  F	
  -­‐	
  F	
  -­‐	
  V	
  
(B) V	
  -­‐	
  F	
  -­‐	
  V	
  -­‐	
  V	
  
(C) F	
  -­‐	
  V	
  -­‐	
  V	
  -­‐	
  F	
  
(D) F	
  -­‐	
  V	
  -­‐	
  F	
  –	
  V	
  
	
  
8) (Analista	
  Judiciário	
  –	
  TRT	
  –	
  PB	
  –	
  2005)	
  Compete	
  privativamente	
  a	
  União	
  legislar	
  sobre	
  	
  
(A) Responsabilidade	
  por	
  dano	
  ao	
  meio	
  ambiente,	
  ao	
  consumidor,	
  a	
  bens	
  e	
  direitos	
  de	
  valor	
  
artístico,	
  estético,	
  histórico,	
  turístico	
  e	
  paisagístico.	
  
(B) Direito	
  penitenciário,	
  econômico,	
  urbanístico,	
  comercial	
  e	
  tributário.	
  
(C) Condições	
  para	
  o	
  exercício	
  de	
  profissões.	
  
(D) Proteção	
  à	
  infância	
  e	
  à	
  juventude.	
  
(E) Educação,	
  cultura,	
  ensino,	
  desporto,	
  previdência	
  social	
  e	
  defesa	
  da	
  saúde.	
  
	
  
9)	
  (AGU	
  –	
  1998)	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  correta.	
  
(A) O	
  Distrito	
  Federal	
  constitui	
  uma	
  autêntica	
  unidade	
  federada,	
  dispondo	
  de	
  amplo	
  poder	
  de	
  
auto-­‐organização	
  em	
  relação	
  à	
  sua	
  estrutura	
  administrativa	
  e	
  à	
  organização	
  dos	
  Poderes	
  
Executivo,	
  Legislativo	
  e	
  Judiciário.	
  
(B) A	
  Constituição	
  do	
  Estado-­‐membro	
  pode	
  condicionar	
  a	
  eficácia	
  de	
  convênio	
  celebrado	
  pelo	
  
Poder	
  Executivo	
  à	
  aprovação	
  pelo	
  Poder	
  Legislativo	
  local.	
  
(C) Na	
  ordem	
  constitucional	
   brasileira,	
   o	
   Estado-­‐membro,	
   no	
   âmbito	
  do	
   seu	
  poder	
  de	
   auto-­‐
organização,	
   está	
   impedido	
   de	
   instituir	
   um	
   Poder	
   Legislativo	
   bicameral	
   e	
   um	
   regime	
  
parlamentar	
  de	
  Governo.	
  
(D) Dentro	
   do	
   poder	
   de	
   conformação	
   da	
   sua	
   ordem	
   constitucional,	
   pode	
   o	
   Estado-­‐membro	
  
estabelecer	
   "quorum"	
   para	
   a	
   aprovação	
   de	
   emenda	
   constitucional	
  mais	
   rígido	
   do	
   que	
   o	
  
previsto	
  na	
  Constituição	
  Federal.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  73	
  
(E) Segundo	
  orientação	
  do	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  o	
  Estado-­‐membro	
  pode	
  adotar	
  modelo	
  
de	
   revisão	
   constitucional	
   simplificado,	
   tal	
   como	
   previsto	
   no	
   Ato	
   das	
   Disposições	
  
Constitucionais	
  Transitórias	
  da	
  Constituição	
  Federal.	
  
	
  
10)	
  (Téc.	
  Rec.	
  Fed.	
  -­‐	
  2002)	
  Assinale	
  a	
  opção	
  correta.	
  	
  
(A) Em	
   virtude	
   da	
   autonomia	
   de	
   que	
   goza,	
   um	
   Estado-­‐membro	
   pode,	
   por	
   decisão	
   que	
  
compete	
  exclusivamente	
  à	
  sua	
  Assembléia	
  Legislativa,	
  desmembrar-­‐se	
  para	
  formar	
  outros	
  
Estados-­‐membros.	
  
(B) O	
   legislador	
   federal	
   não	
   tem	
   competência	
   para	
   influir	
   no	
   processo	
   de	
   criação	
   ou	
  
desmembramento	
  de	
  Municípios.	
  
(C) No	
  âmbito	
  da	
  competência	
   legislativa	
  concorrente,	
  o	
  Estado-­‐membro	
  pode	
   legislar	
  sobre	
  
normas	
   gerais,	
   se	
   a	
   União	
   não	
   o	
   houver	
   feito,	
   ou,	
   se	
   o	
   houver	
   feito,	
   em	
   caráter	
  
suplementar.	
  
(D) A	
   Constituição	
   veda	
   toda	
   a	
   colaboração	
   da	
   União,	
   Estados	
   e	
   Municípios	
   com	
   igrejas	
   e	
  
cultos	
  religiosos.	
  
(E) Incumbe	
   à	
   União,	
   com	
   exclusividade,	
   o	
   combate	
   às	
   causas	
   da	
   pobreza	
   e	
   os	
   fatores	
   de	
  
marginalização	
  e	
  a	
  promoção	
  da	
  integração	
  social	
  dos	
  setores	
  desfavorecidos.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
GABARITO1	
   B	
  
2	
   B	
  
3	
   D	
  
4	
   B	
  
5	
   D	
  
6	
   A	
  
7	
   D	
  
8	
   C	
  
9	
   C	
  
10	
   C	
  
	
   	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  74	
  
Capítulo	
  8	
  
PODER	
  LEGISLATIVO	
  
	
  
8.1	
  CONCEITOS	
  INTRODUTÓRIOS	
  
8.1.1	
   Conceito	
   de	
   PODER:	
   conforme	
   já	
   exposto	
   na	
   análise	
   dos	
   Princípios	
  
Fundamentais,	
   	
   constitucionalmente	
   analisado,	
   PODER	
   é	
   o	
   princípio	
   unificador	
   da	
  
ordem	
   jurídica.	
   Significa	
  dizer	
  que,	
   sem	
  Poder,	
   o	
   Estado	
  não	
   se	
  organiza	
   e,	
   por	
   isso,	
  
não	
  há,	
  nem	
  pode	
  haver,	
  Estado	
  sem	
  Poder.	
  	
  
8.1.2	
   	
   A	
   "separação"	
   dos	
   Poderes:	
   	
   	
   A	
   Teoria	
   da	
   Separação	
   dos	
   Poderes	
   é	
  
normalmente	
  atribuída	
  a	
  Montesquieu.	
  Todavia,	
  cabe	
  a	
  transcrição	
  dos	
  ensinamentos	
  
de	
  Celso	
  Ribeiro	
  Bastos	
  (2002,	
  p.	
  556):	
  	
  
	
  
[...]	
  Desde	
  há	
  muito,	
  mais	
  precisamente	
  desde	
  Aristóteles,	
  reconhece-­‐se	
  que	
  a	
  
atividade	
  estatal	
  é	
  suscetível,	
  em	
  razão	
  das	
  diferenças	
  que	
  apresenta,	
  de	
  ser	
  
divida	
  num	
  certo	
  número	
  de	
  categorias,	
   agrupando,	
   cada	
  qual,	
   aqueles	
  atos	
  
do	
   Estado	
   que	
   apresentam,	
   entre	
   si,	
   traços	
   de	
   uniformidade.	
   Aristóteles	
   já	
  
fixava	
  em	
  três	
  essas	
  categorias.	
  [...]	
  
	
  
O	
   mérito	
   essencial	
   da	
   teoria	
   de	
   Montesquieu	
   não	
   reside	
   contudo	
   na	
  
identificação	
  abstrata	
  dessas	
   formas	
  de	
  atuar	
  do	
  Estado.	
   Isto,	
  como	
   já	
  vimos,	
   já	
   fora	
  
feito,	
   se	
   bem	
   que	
   mais	
   toscamente,	
   na	
   Antiguidade,	
   por	
   Aristóteles.	
   Montesquieu,	
  
entretanto,	
   foi	
   aquele	
   que,	
   por	
   primeiro,	
   de	
   forma	
   translúcida,	
   afirmou	
   que	
   a	
   tais	
  
funções	
  devem	
  corresponder	
  órgãos	
  distintos	
  e	
  autônomos.	
  Em	
  outras	
  palavras,	
  para	
  
Montesquieu	
  à	
  divisão	
  funcional	
  deve	
  haver	
  uma	
  divisão	
  orgânica.”	
  
	
  
8.2	
  PODER	
  LEGISLATIVO	
  DA	
  UNIÃO:	
  CONGRESSO	
  NACIONAL	
  (art.	
  44)	
  
A	
   função	
  primeira	
   do	
   Poder	
   Legislativo	
   é	
   a	
   de	
   ditar	
   normas	
   nacionais,	
   isto	
   é,	
  
preceitos	
  que	
  obrigam	
  a	
  todos	
  os	
  que	
  se	
  acham	
  sob	
  a	
  soberania	
  nacional.	
  É	
  o	
  Poder	
  
responsável	
  pela	
  elaboração	
  dos	
  textos	
  legais.	
  	
  
No	
   Poder	
   Legislativo	
   Federal,	
   é	
   adotado	
   o	
   bicameralismo	
   de	
   equilíbrio	
  
(bicameralismo	
  federativo),	
  consistente	
  em	
  uma	
  repartição	
  de	
  competências	
  por	
  duas	
  
câmaras	
  distintas:	
  a	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  e	
  o	
  Senado	
  Federal.	
  	
  Alguns	
  apontamentos	
  
sobre	
  o	
  Congresso	
  Nacional:	
  	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  75	
  
8.2.1	
  Legislatura	
  	
  
Derivado	
   de	
   legislar,	
   indica	
   o	
   período	
   de	
   reunião	
   ou	
   funcionamento	
   da	
  
instituição	
  a	
  que	
  se	
  atribui	
  o	
  poder	
  de	
  legislar.	
  É,	
  assim,	
  o	
  espaço	
  de	
  tempo	
  em	
  que	
  os	
  
legisladores	
  exercem	
  seu	
   respectivo	
  mandato.	
  A	
  Constituição	
  Federal	
  determina	
  que	
  
cada	
  legislatura	
  tem	
  a	
  duração	
  de	
  quatro	
  (4)	
  anos	
  (art.	
  44,	
  parágrafo	
  único).	
  	
  
Consequentemente,	
  um	
  Deputado	
  Federal	
  exercerá	
  seu	
  mandato,	
  pelo	
  menos,	
  
por	
   uma	
   legislatura.	
   Um	
   Senador	
   exercerá	
   seu	
   mandato,	
   pelo	
   menos,	
   por	
   duas	
  
legislaturas.	
  	
  
8.2.2 Competências	
  do	
  Congresso	
  Nacional	
  
Ao	
  Congresso	
  Nacional	
  caberão	
  as	
  seguintes	
  competências:	
  
	
  
ü Art.	
   48	
   –	
   Necessitam	
   da	
   sanção	
   do	
   Presidente	
   da	
   República	
   e	
   são	
   matérias	
  
veiculadas	
  em	
  lei;	
  
ü Art.	
  49	
  –	
  Denominadas	
  de	
  	
  “exclusivas”,	
  em	
  que	
  não	
  há	
  necessidade	
  da	
  sanção	
  do	
  
chefe	
  do	
  Poder	
  Executivo	
  e,	
  por	
  consequência,	
  não	
  há	
  possibilidade	
  de	
  VETO.	
  São	
  
veiculadas	
  por	
  meio	
  de	
  decreto	
  legislativo.	
  
	
  	
  
8.2.3 Reuniões	
  do	
  Congresso	
  Nacional	
  
As	
   reuniões	
   do	
   Congresso	
   Nacional,	
   nos	
   termos	
   do	
   art.	
   57,	
   caput,	
   da	
  
Constituição	
  Federal,	
  realizar-­‐se-­‐ão,	
  anualmente,	
  na	
  Capital	
  Federal,	
  de	
  2	
  de	
  fevereiro	
  
a	
  17	
  de	
  julho	
  e	
  de	
  1.º	
  de	
  agosto	
  a	
  22	
  de	
  dezembro.	
  (Redação	
  do	
  art.	
  57	
  dada	
  pela	
  EC	
  
50/06).	
  
As	
   sessões	
   do	
   Congresso	
   podem	
   ser:	
   a)	
   ordinárias	
   –	
   aquelas	
   ocorrentes	
   no	
  
período	
  do	
  art.	
  57;	
  b)	
  extraordinárias	
  –	
  as	
  que	
  se	
  realizam	
  fora	
  do	
  período	
  ordinário,	
  
nos	
  termos	
  do	
  art.	
  57,	
  §§	
  6.º	
  a	
  8.º	
  da	
  CF.	
  	
  
OBSERVAÇÃO	
  –	
  Ver	
  art.	
  57,	
  §	
  2.º,	
  da	
  CF,	
  sobre	
  a	
  impossibilidade	
  de	
  interrupção	
  
da	
  sessão	
  legislativa.	
  
	
  
8.2.4 Presidência	
  do	
  Congresso	
  Nacional.	
  A	
  Mesa	
  Diretora	
  
A	
  Mesa	
  do	
  Congresso	
  é	
  órgão	
  de	
  natureza	
  executiva,	
   investida	
  de	
  poderes	
  de	
  
direção	
  e	
  supervisionamento	
  do	
  Poder	
  Legislativo.	
  A	
  presidência	
  cabe	
  ao	
  Presidente	
  do	
  
Senado	
  Federal.	
  Os	
  demais	
  cargos	
  são	
  preenchidos,	
  alternadamente,	
  pelos	
  ocupantes	
  
de	
  cargos	
  equivalentes	
  na	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  e	
  no	
  Senado	
  Federal	
  (art.	
  57,	
  §	
  5.º,	
  
CF/88).	
  	
  
	
  
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  Constitucional	
  
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  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  76	
  
	
  
8.2.5 Substituição	
  do	
  Presidente	
  do	
  Congresso	
  
Relativamente	
  ao	
  tema,	
  há	
  decisão	
  do	
  STF	
  (MS	
  24.041)	
  no	
  sentido	
  de	
  que,	
  nas	
  
hipóteses	
  de	
  ausência	
  eventual	
  ou	
  afastamento	
  por	
   licença	
  do	
  Presidente	
  do	
  Senado	
  
Federal,	
   cabe	
   ao	
   1.º	
   Vice-­‐Presidente	
   da	
  Mesa	
   do	
   Congresso	
   Nacional	
   (que	
   é	
   o	
   1.º	
  
Vice-­‐Presidente	
  da	
  Câmara	
  dos	
  Deputados)	
  convocar	
  e	
  presidir	
  sessões	
  conjuntas	
  do	
  
Congresso	
  Nacional.	
  
	
  
8.2.6	
  As	
  Comissões	
  Parlamentares	
  de	
  Inquérito	
  (CPI	
  –	
  art.	
  58,	
  §	
  3.º)	
  
8.2.6.1	
  Finalidade	
  das	
  Comissões	
  de	
  Inquérito	
  	
  
A	
  finalidade	
  das	
  Comissões	
  Parlamentares	
  de	
  Inquérito	
  é	
  de	
  fiscalizar	
  a	
  conduta	
  
administrativa	
  do	
  governo	
  e	
  manter	
  o	
  Congresso	
  e	
  a	
  opinião	
  pública	
  informados	
  sobre	
  
a	
   situação	
   do	
   país,	
   lição	
   endossada	
   por	
   Nélson	
   de	
   Souza	
   Sampaio,	
   para	
   quem	
   o	
  
inquérito	
  parlamentar	
  tem	
  três	
  espécies	
  de	
  objetivos	
  (SILVA,	
  1999,	
  p.	
  25):a)	
  orientar	
  a	
  atividade	
  legislativa;	
  	
  
b)	
  servir	
  de	
  instrumento	
  de	
  controle	
  sobre	
  o	
  governo	
  e	
  a	
  administração;	
  	
  
c)	
  informar	
  a	
  opinião	
  pública.	
  	
  
	
  
8.2.6.2	
  Disciplina	
  legal	
  	
  
As	
  Comissões	
  Parlamentares	
  de	
  Inquérito	
  encontram-­‐se	
  disciplinadas	
  pelo	
  art.	
  
58,	
  §	
  3.º,	
  da	
  CF/88,	
  na	
  Lei	
  1.579,	
  de	
  18	
  de	
  março	
  de	
  1952,	
  e	
  na	
  Lei	
  10.001,	
  de	
  04	
  de	
  
setembro	
  de	
  2000.	
  	
  
	
  
8.2.6.3	
  Prazo	
  da	
  CPI	
  
A	
   Constituição	
   Federal	
   (art.	
   58,	
   §	
   3.º)	
   limita-­‐se	
   a	
   estabelecer	
   que	
   a	
   CPI	
   deve	
  
possuir	
   “prazo	
   certo”.	
   Não	
   obstante,	
   decidiu	
   o	
   STF	
   (HC	
   71.231/RJ)	
   que	
   não	
   é	
  
inconstitucional	
   sucessivas	
  prorrogações	
  dentro	
  da	
   legislatura.	
   Em	
  outras	
  palavras,	
  o	
  
termo	
  final	
  dos	
  trabalhos	
  de	
  uma	
  CPI	
  será	
  sempre	
  o	
  término	
  da	
  legislatura.	
  
	
  
8.2.6.4	
  Poderes	
  das	
  CPIs	
  e	
  a	
  possibilidade	
  de	
  controle	
  judicial	
  	
  
O	
  Supremo	
  Tribunal	
   Federal,	
   invocando	
  o	
  princípio	
   constitucional	
  da	
   “reserva	
  
de	
  jurisdição”,	
  entende	
  que	
  alguns	
  atos	
  estão	
  reservados	
  a	
  órgãos	
  do	
  Poder	
  Judiciário.	
  	
  
Assim,	
  apesar	
  de	
  poderem	
  realizar	
   indagação	
  probatória,	
  estando	
  autorizadas	
  
a	
   determinar,	
   por	
   exemplo,	
   a	
   quebra	
   dos	
   sigilos	
   BANCÁRIO,	
   FISCAL	
   e	
   TELEFÔNICO	
  
(dados),	
  as	
  Comissões	
  Parlamentares	
  de	
  Inquérito	
  não	
  possuem	
  poderes	
  idênticos	
  aos	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  77	
  
conferidos	
   às	
   autoridades	
   judiciais.	
   Essas	
   limitações	
   têm	
   sido	
   objeto	
   de	
   inúmeros	
  
arestos	
  do	
  STF	
  (MS	
  23.452),	
  proibindo-­‐se	
  às	
  Comissões	
  de	
  Inquérito,	
  entre	
  outras:	
  	
  
• Determinar	
  indisponibilidade	
  de	
  bens;	
  
• Determinar	
  busca	
  e	
  apreensão	
  domiciliar;	
  
• Decretar	
  a	
  prisão,	
  salvo	
  em	
  flagrante	
  delito;	
  
• Punir	
  delitos;	
  
• Formular	
  acusações;	
  
• Desrespeitar	
  o	
  privilégio	
  contra	
  a	
  autoincriminação;	
  
• Desrespeitar	
  o	
  direito	
  de	
  sigilo	
  profissional;	
  
• Determinar	
  a	
  realização	
  de	
  interceptação	
  telefônica	
  (teor	
  da	
  conversa);	
  
• Conferir	
   publicidade	
   a	
   dados	
   sigilosos	
   alcançados	
   pelo	
   poder	
   investigatório	
   que	
  
possuem.	
  
	
  
8.3	
  CÂMARA	
  DOS	
  DEPUTADOS	
  	
  
Na	
   Câmara	
   dos	
   Deputados,	
   encontram-­‐se	
   os	
   representantes	
   do	
   povo,	
   eleitos	
  
nos	
  Estados-­‐Membros,	
  Distrito	
  Federal	
  e	
  Territórios	
  (se	
  houver),	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  45	
  
da	
  CF/88.	
  Algumas	
  características:	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
As	
   COMPETÊNCIAS	
   PRIVATIVAS	
   (por	
  meio	
   de	
   resolução)	
   da	
   Câmara	
   dos	
   Deputados	
  
encontram-­‐se	
  no	
  art.	
  51	
  da	
  CF/88.	
  	
  Algumas	
  delas:	
  	
  
	
  
• Autorizar	
  a	
  instauração	
  de	
  processo	
  (por	
  crime	
  comum	
  ou	
  de	
  responsabilidade)	
  
contra	
   o	
   Presidente	
   da	
   República,	
   o	
   Vice-­‐Presidente,	
   os	
  Ministros	
   de	
   Estado	
  
(inc	
  I).	
  
• Elaborar	
  o	
  seu	
  regimento	
  interno	
  (inc.	
  II).	
  	
  
• Eleger	
  os	
  membros	
  do	
  Conselho	
  da	
  República	
  (inc.	
  V).	
  	
  
	
  
	
  
Número total de Deputados Federais: 513 
Número mínimo por Estado-Membro e Distrito 
Federal: 8 
Número máximo por Estado-Membro e DF: 70 
Número de deputados por Território Federal: 4 (fixo) 
Sistema de eleição: proporcional 
Mandato: 4 anos 
Câmara dos 
Deputados 
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  78	
  
8.4	
  SENADO	
  FEDERAL	
  
	
   No	
  Senado	
  Federal,	
  estão	
  os	
  representantes	
  dos	
  Estados-­‐Membros	
  e	
  do	
  Distrito	
  
Federal.	
   	
   Essa	
   representação	
   se	
   faz	
   necessária	
   pelo	
   próprio	
   sistema	
   federativo	
  
instituído	
   no	
   Estado	
   brasileiro	
   que	
   determina	
   uma	
   autonomia	
   e	
   uma	
   consequente	
  
representatividade	
   de	
   suas	
   unidades	
   federativas.	
   Algumas	
   características	
   do	
   Senado	
  
Federal:	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
As	
   COMPETÊNCIAS	
   PRIVATIVAS	
   do	
   Senado	
   (por	
   intermédio	
   de	
   resolução)	
  
encontram-­‐se	
  no	
  art.	
  52	
  da	
  CF/88.	
  	
  Abaixo,	
  seguem	
  algumas:	
  	
  
• Julgar	
  o	
  Presidente	
  da	
  República,	
  o	
  Vice-­‐Presidente	
  e	
  os	
  Ministros	
  de	
  Estado	
  nos	
  
crimes	
  de	
  responsabilidade,	
  bem	
  como	
  os	
  Comandantes	
  da	
  Marinha,	
  do	
  Exército	
  e	
  
da	
  Aeronáutica	
  (inc.	
  I	
  e	
  art.	
  85);	
  	
  
• Aprovação	
   de	
   magistrados	
   e	
   outros	
   titulares	
   de	
   cargos	
   públicos.	
   Exemplos:	
  
Ministros	
   dos	
   Tribunais	
   de	
   Contas,	
   Presidente	
   e	
   Diretores	
   do	
   Banco	
   Central,	
  
Procurador-­‐Geral	
  da	
  República,	
  diplomatas	
  e	
  outros	
  (inc.	
  III);	
  
• Fiscalização	
   dos	
   Estados	
   e	
   Municípios	
   quando	
   realizarem	
   empréstimos	
   externos	
  
(inc.	
  VII);	
  
• Suspender	
   a	
   execução	
   de	
   lei	
   declarada	
   inconstitucional	
   por	
   decisão	
   definitiva	
   do	
  
STF	
  (inc.	
  X).	
  	
  
	
  
8.5	
  IMUNIDADES	
  PARLAMENTARES	
  	
  
As	
  imunidades,	
  regra	
  geral,	
  são	
  garantias	
  constitucionais	
  e	
  objetivam	
  assegurar	
  
a	
   independência	
  de	
  um	
  Poder	
  em	
  relação	
  aos	
  demais	
  Poderes	
  da	
  República.	
  No	
  caso	
  
do	
  Poder	
  Legislativo,	
  permite	
  a	
  plena	
  atuação	
  do	
  parlamentar,	
  impedindo	
  constranger	
  
o	
   pleno	
   desenvolvimento	
   das	
   atribuições	
   constitucionais	
   do	
   Congresso	
   Nacional	
   por	
  
qualquer	
  tipo	
  de	
  ameaça,	
   inclusive	
  quanto	
  a	
  processos	
   judiciais	
  que	
  poderiam	
  ser	
  de	
  
motivação	
  puramente	
  política.	
  	
  
	
  
Mandato do Senador: 8 anos 
Composição: são eleitos 3 (três) representantes por 
Estado-membro e pelo DF. 
Sistema de eleição: majoritário 
Suplentes: 2 
Alternância: a cada quatro anos, renovando-se, 
alternadamente, 1/3 e 2/3. 
 
Senado Federal 
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  79	
  
A	
  origem	
  das	
   imunidades	
  parlamentares	
  está	
  no	
  sistema	
  constitucional	
   inglês,	
  
provavelmente,	
   em	
   1688,	
   no	
   Bill	
   of	
   Rigths,	
   que	
   proclamava	
   a	
   existência	
   de	
   dois	
  
princípios:	
   a)	
   freedom	
   of	
   speach	
   (liberdade	
   de	
   palavra)	
   ;	
   b)	
   freedom	
   from	
   arrest	
  
(imunidade	
  à	
  prisão	
  arbitrária).	
  	
  
Resumidamente,	
  as	
  imunidades	
  dos	
  parlamentares	
  são	
  as	
  seguintes:	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
   	
   Imunidadematerial:	
   os	
   Deputados	
   e	
   Senadores	
   são	
   invioláveis,	
   civil	
   e	
  
penalmente,	
  por	
  quaisquer	
  de	
  suas	
  opiniões,	
  palavras	
  e	
  votos	
  (art.	
  53).	
  
	
   Antes	
   da	
   Emenda	
   Constitucional	
   n.º	
   35,	
   de	
   20	
   de	
   dezembro	
   de	
   2001,	
   o	
  
Supremo	
  Tribunal	
  Federal	
  entendia	
  que	
  a	
   inviolabilidade	
  material	
  alcançava	
  qualquer	
  
reflexo	
  das	
  manifestações	
  parlamentares:	
  civil,	
  penal,	
  administrativa	
  e	
  politicamente,	
  
desde	
  que	
  guardassem	
  mínimo	
  nexo	
  de	
  causalidade	
  com	
  o	
  exercício	
  do	
  mandato:	
  	
  
	
   Na	
  interpretação	
  do	
  art.	
  53	
  da	
  Constituição	
  –	
  que	
  suprimiu	
  a	
  cláusula	
  restritiva	
  
do	
  âmbito	
  material	
  da	
  garantia	
  –,	
  o	
  STF	
   tem	
  seguido	
   linha	
   intermediária	
  que,	
  de	
  um	
  
lado,	
   se	
   recusa	
   a	
   fazer	
   da	
   imunidade	
  material	
   um	
   privilégio	
   pessoal	
   do	
   político	
   que	
  
detenha	
  um	
  mandato,	
  mas,	
  de	
  outro,	
  atende	
  às	
   justas	
  ponderações	
  daqueles	
  que,	
   já	
  
sob	
  os	
  regimes	
  anteriores,	
  realçavam	
  como	
  a	
  restrição	
  da	
   inviolabilidade	
  aos	
  atos	
  de	
  
estrito	
  e	
  formal	
  exercício	
  do	
  mandato	
  deixava	
  ao	
  desabrigo	
  da	
  garantia	
  manifestações	
  
que	
   o	
   contexto	
   do	
   século	
   dominado	
   pela	
   comunicação	
   de	
   massas	
   tornou	
   um	
  
prolongamento	
   necessário	
   da	
   atividade	
   parlamentar:	
   para	
   o	
   Tribunal,	
   a	
  
inviolabilidade	
  alcança	
  toda	
  manifestação	
  do	
  congressista	
  onde	
  se	
  possa	
   identificar	
  
um	
   laço	
   de	
   implicação	
   recíproca	
   entre	
   o	
   ato	
   praticado,	
   ainda	
   que	
   fora	
   do	
   estrito	
  
exercício	
   do	
   mandato,	
   e	
   a	
   qualidade	
   de	
   mandatário	
   político	
   do	
   agente.	
   	
   (STF,	
   RE	
  
210.917	
  -­‐	
  RJ	
  -­‐	
  Informativo	
  232,	
  18-­‐06-­‐2001).	
  
Imunidades 
Parlamentares 
Inviolabilidades 
(Imunidades 
absolutas) 
Invioláveis, civil e penalmente, por 
quaisquer opiniões, palavras e votos. 
Imunidades 
processuais 
(relativas ou 
formais) 
Art. 53, § 1.º 
Art. 53, § 2.º 
Art. 53, § 3.º 
Art. 53, § 4.º 
Art. 53, § 5.º 
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  80	
  
	
  
	
   Ocorre	
  que,	
  com	
  o	
  advento	
  da	
  Emenda	
  Constitucional	
  n.º	
  35/2001,	
  ao	
  caput	
  do	
  
art.	
   53,	
   além	
   da	
   inclusão	
   das	
   expressões	
   “civil	
   e	
   penalmente”,	
   passaram	
   os	
  
parlamentares	
  a	
  ser	
  invioláveis	
  por	
  “quaisquer	
  opiniões,	
  palavras	
  e	
  votos”.	
  
	
   A	
   leitura	
   do	
  novo	
   art.	
   53	
   poderia	
   levar	
   à	
   conclusão	
  de	
  que,	
   com	
  a	
   EC	
   35/01,	
  
teria	
  sido	
  banida	
  a	
  exigência	
  do	
  nexo	
  de	
  causalidade	
  entre	
  a	
  manifestação	
  e	
  o	
  exercício	
  
do	
  mandato,	
  evidenciando-­‐se	
  ampliação	
  das	
  inviolabilidades.	
  	
  	
  	
  
	
   Nada	
   obstante,	
   o	
   STF,	
   em	
   julgamento	
   realizado	
   em	
  11	
   de	
   julho	
   de	
   2002,	
   de	
  
relatoria	
  do	
  Ministro	
  Nelson	
  Jobim,	
  ao	
  decidir	
  o	
   Inquérito	
  n.º	
  655,	
  no	
  qual	
  Deputado	
  
Federal	
  estava	
  sendo	
  processado	
  pelo	
  crime	
  de	
  calúnia	
  supostamente	
  praticado	
  pelo	
  
então	
  Diretor	
  de	
  uma	
  autarquia	
  federal,	
  aparentemente	
  firmou	
  entendimento	
  de	
  que	
  
qualquer	
  declaração	
   feita	
  nas	
  dependências	
   do	
  Congresso	
  Nacional,	
   seja	
  na	
   tribuna,	
  
seja	
   nas	
   comissões,	
   é	
   objeto	
   da	
   imunidade	
   parlamentar	
   prevista	
   pela	
   Constituição	
  
Federal.	
   	
  No	
   voto	
   do	
   ministro	
   Nelson	
   Jobim,	
   ficou	
   consignado	
   que	
   o	
   Parlamento	
  
assegura	
   a	
   liberdade	
   das	
   manifestações	
   dos	
   congressistas,	
   não	
   sendo	
   necessário	
  
analisar	
  se	
  existe	
  ou	
  não	
  nexo	
  causal	
  entre	
  as	
  afirmações	
  e	
  o	
  exercício	
  do	
  cargo	
  para	
  se	
  
aplicar	
  a	
  imunidade.	
  	
  	
  Esse	
  elo	
  deveria	
  ser	
  comprovado	
  somente	
  nos	
  casos	
  em	
  que	
  o	
  
deputado,	
   ou	
   parlamentar,	
   encontrar-­‐se	
   fora	
   das	
   dependências	
  da	
   Casa	
   Legislativa	
  
(no	
  mesmo	
  sentido,	
  Gilmar	
  Ferreira	
  Mendes,	
  2010,	
  p.	
  1031).	
  	
  	
  
	
   	
  
	
   Prerrogativa	
   de	
   foro:	
   Os	
   Deputados	
   e	
   Senadores,	
   desde	
   a	
   expedição	
   do	
  
diploma,	
  serão	
  submetidos	
  a	
  julgamento	
  perante	
  o	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal	
  (art.	
  53,	
  
§	
  1º);	
  
	
  Prisão:	
  desde	
  a	
  expedição	
  do	
  diploma,	
  os	
  membros	
  do	
  Congresso	
  Nacional	
  não	
  
poderão	
   ser	
   presos,	
   salvo	
   em	
   flagrante	
   de	
   crime	
   inafiançável.	
   Nesse	
   caso,	
   os	
   autos	
  
serão	
  remetidos	
  dentro	
  de	
  vinte	
  e	
  quatro	
  horas	
  à	
  Casa	
  respectiva,	
  para	
  que,	
  pelo	
  voto	
  
da	
  maioria	
  de	
  seus	
  membros,	
  resolva	
  sobre	
  a	
  prisão	
  (art.	
  53,	
  §	
  2.º;	
  
Processos	
  penais:	
  recebida	
  a	
  denúncia	
  contra	
  Senador	
  ou	
  Deputado,	
  por	
  crime	
  
ocorrido	
   após	
   a	
   diplomação,	
   o	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal	
   dará	
   ciência	
   à	
   Casa	
  
respectiva,	
   que,	
   por	
   iniciativa	
   de	
   partido	
   político	
   nela	
   representado	
   e	
   pelo	
   voto	
   da	
  
maioria	
   de	
   seus	
  membros,	
   poderá,	
   até	
   a	
   decisão	
   final,	
   sustar	
   o	
   andamento	
   da	
   ação	
  
(art.	
  53,	
  §	
  3.º);	
  
Testemunhas:	
   os	
   Deputados	
   e	
   os	
   Senadores	
   não	
   serão	
   obrigados	
   a	
  
testemunhar	
   sobre	
   informações	
   recebidas	
   ou	
   prestadas	
   em	
   razão	
   do	
   exercício	
   do	
  
mandato,	
  nem	
  sobre	
  as	
  pessoas	
  que	
  lhes	
  confiaram	
  ou	
  deles	
  receberam	
  informações	
  
(art.	
  53,	
  §	
  6.º);	
  
Incorporação	
   às	
   Forças	
   Armadas:	
   a	
   incorporação	
   às	
   Forças	
   Armadas	
   de	
  
Deputados	
   e	
   Senadores,	
   embora	
   militares	
   e	
   ainda	
   que	
   em	
   tempo	
   de	
   guerra,	
  
dependerá	
  de	
  prévia	
  licença	
  da	
  Casa	
  respectiva	
  (art.	
  53,	
  §	
  7.º);	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  81	
  
	
  
Estado	
  de	
  defesa	
  e	
  Estado	
  de	
  Sítio:	
  as	
  imunidades	
  de	
  Deputados	
  ou	
  Senadores	
  
subsistirão	
  durante	
  o	
  estado	
  de	
  sítio,	
   só	
  podendo	
  ser	
   suspensas	
  mediante	
  o	
  voto	
  de	
  
dois	
   terços	
   dos	
   membros	
   da	
   Casa	
   respectiva,	
   nos	
   casos	
   de	
   atos	
   praticados	
   fora	
   do	
  
recinto	
  do	
  Congresso	
  Nacional,	
   que	
   sejam	
   incompatíveis	
   com	
  a	
  execução	
  da	
  medida	
  
(art.	
  53,	
  §	
  8.º).	
  
	
  
8.5.1 Investigação	
  policial	
  e	
  imunidades	
  parlamentares	
  
	
   De	
  acordo	
  com	
  decisão	
  do	
  STF	
  (Informativo	
  n.º	
  483),	
  a	
  abertura	
  de	
  inquérito	
  e	
  
o	
   indiciamento	
  de	
  qualquer	
  autoridade	
  com	
  prerrogativa	
  de	
  foro	
  (no	
  STF)	
  dependem	
  
de	
   autorizaçãojudicial	
   da	
   Corte	
   Suprema,	
   sob	
   pena	
   de	
   nulidade,	
   situação	
   na	
   qual,	
  
evidentemente,	
  estão	
  inseridos	
  os	
  parlamentares.	
  	
  
	
  
8.5.2 Imunidades	
  de	
  parlamentares	
  estaduais	
  
	
   Os	
  deputados	
  estaduais	
  estão	
   sujeitos	
  ao	
  mesmo	
   regime	
  de	
   imunidades	
  e	
  de	
  
impedimentos	
  dos	
  parlamentares	
  federais,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  27,	
  §	
  1.º,	
  da	
  CF/88.	
  
	
   	
  
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  Página	
  82	
  
Capítulo	
  9	
  
FISCALIZAÇÃO	
  CONTÁBIL,	
  FINANCEIRA,	
  E	
  
ORÇAMENTÁRIA	
  -­‐	
  TRIBUNAL	
  DE	
  CONTAS	
  DA	
  
UNIÃO	
  	
  
	
  
	
  
9.1 Sistemas	
  de	
  controle:	
  controle	
  interno	
  e	
  controle	
  externo	
  
	
  
Explica	
   Tatiana	
   Takeda	
   (2009),	
   que	
   controle	
   seria	
   “...uma	
   forma	
   de	
   manter	
   o	
  
equilíbrio	
   na	
   relação	
   existente	
   entre	
   Estado	
   e	
   Sociedade,	
   fazendo	
   surgir	
   daquele	
   as	
  
funções	
  que	
  lhe	
  são	
  próprias,	
  exercidas	
  por	
  meio	
  dos	
  seus	
  órgãos,	
  sejam	
  estes	
  ligados	
  
ao	
  Executivo,	
  Legislativo	
  ou	
  Judiciário”.	
  
Nesse	
   sentido,	
   a	
   Constituição	
   Federal	
   estabeleceu	
   dois	
   sistemas	
   de	
   controle:	
   o	
  
interno	
  e	
  o	
  externo:	
  
Art.	
   70.	
   A	
   fiscalização	
   contábil,	
   financeira,	
   orçamentária,	
  
operacional	
   e	
   patrimonial	
   da	
   União	
   e	
   das	
   entidades	
   da	
  
administração	
  direta	
  e	
  indireta,	
  quanto	
  à	
  legalidade,	
  legitimidade,	
  
economicidade,	
   aplicação	
  das	
   subvenções	
   e	
   renúncia	
  de	
   receitas,	
  
será	
   exercida	
   pelo	
   Congresso	
   Nacional,	
   mediante	
   controle	
  
externo,	
  e	
  pelo	
  sistema	
  de	
  controle	
  interno	
  de	
  cada	
  Poder.	
  
Parágrafo	
   único.	
   Prestará	
   contas	
   qualquer	
   pessoa	
   física	
   ou	
  
jurídica,	
  pública	
  ou	
  privada,	
  que	
  utilize,	
  arrecade,	
  guarde,	
  gerencie	
  
ou	
  administre	
  dinheiros,	
  bens	
  e	
  valores	
  públicos	
  ou	
  pelos	
  quais	
  a	
  
União	
   responda,	
   ou	
   que,	
   em	
   nome	
   desta,	
   assuma	
   obrigações	
   de	
  
natureza	
  pecuniária.	
  	
  
	
  
Nos	
  termos	
  do	
  art.	
  74	
  da	
  CF/88,	
  os	
  Poderes	
  Legislativo,	
  Executivo	
  e	
  Judiciário	
  
manterão,	
  de	
  forma	
  integrada,	
  sistema	
  de	
  controle	
  interno	
  com	
  a	
  finalidade	
  de:	
  
I	
   -­‐	
   avaliar	
   o	
   cumprimento	
   das	
  metas	
   previstas	
   no	
   plano	
  
plurianual,	
   a	
   execução	
  dos	
   programas	
   de	
   governo	
   e	
   dos	
  
orçamentos	
  da	
  União;	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  83	
  
II	
  -­‐	
  comprovar	
  a	
  legalidade	
  e	
  avaliar	
  os	
  resultados,	
  quanto	
  
à	
  eficácia	
  e	
  eficiência,	
  da	
  gestão	
  orçamentária,	
  financeira	
  
e	
   patrimonial	
   nos	
   órgãos	
   e	
   entidades	
   da	
   administração	
  
federal,	
  bem	
  como	
  da	
  aplicação	
  de	
  recursos	
  públicos	
  por	
  
entidades	
  de	
  direito	
  privado;	
  
III	
   -­‐	
  exercer	
  o	
  controle	
  das	
  operações	
  de	
  crédito,	
  avais	
  e	
  
garantias,	
  bem	
  como	
  dos	
  direitos	
  e	
  haveres	
  da	
  União;	
  
IV	
  -­‐	
  apoiar	
  o	
  controle	
  externo	
  no	
  exercício	
  de	
  sua	
  missão	
  
institucional.	
  
	
  
	
   Relativamente	
   ao	
   controle	
   externo,	
   este	
   será	
   exercício	
   pelo	
   Congresso	
  
Nacional,	
  com	
  o	
  auxílio	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União.	
  
	
  
9.2 Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União	
  
	
   O	
   Tribunal	
   de	
  Contas	
   é	
  órgão	
  que	
  auxilia	
   na	
   atividade	
  de	
   controle	
   externo,	
   a	
  
qual	
  	
  está	
  a	
  cargo	
  do	
  Congresso	
  Nacional,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  71	
  da	
  CF/88.	
  Em	
  outras	
  
palavras:	
  cabe	
  ao	
  Congresso	
  Nacional	
  a	
  atividade	
  de	
  controle	
  externo,	
  com	
  o	
  auxílio	
  
do	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União.	
  
Nada	
   obstante,	
   em	
   que	
   pese	
   o	
   Tribunal	
   de	
   Contas	
   ser	
   órgão	
   de	
   auxílio	
   do	
  
Congresso	
  Nacional	
  na	
  atividade	
  de	
  controle	
  externo,	
  não	
  integra	
  a	
  estrutura	
  do	
  Poder	
  
Legislativo	
  e	
  a	
  ele	
  não	
  está	
  subordinado.	
  É	
  uma	
   instituição	
  constitucional	
  autônoma	
  
(NOVELINO,	
  2009).	
  
Odete	
  Medauar	
  (1990,	
  p.	
  140),	
  afasta	
  a	
  possibilidade	
  de	
  inclusão	
  do	
  Tribunal	
  de	
  
Contas	
  no	
  âmbito	
  dos	
  Poderes	
  Executivo,	
  Judiciário	
  ou	
  Legislativo,	
  na	
  medida	
  em	
  que	
  	
  
	
  
“...	
  a	
  Constituição	
  Federal,	
   em	
  artigo	
  algum,	
  utiliza	
  a	
  expressão	
  
“órgão	
   auxiliar”;	
   dispõe	
   que	
   o	
   controle	
   externo	
   do	
   Congresso	
  
Nacional	
  será	
  exercido	
  com	
  o	
  auxílio	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas;	
  a	
  sua	
  
função,	
   portanto,	
   é	
   de	
   exercer	
   o	
   controle	
   financeiro	
   e	
  
orçamentário	
  da	
  Administração	
  em	
  auxílio	
  ao	
  poder	
  responsável,	
  
em	
  última	
   instância,	
   por	
   essa	
   fiscalização.	
   (...)	
   A	
   nosso	
   ver,	
   por	
  
conseguinte,	
   o	
   Tribunal	
   de	
   Contas	
   configura	
   instituição	
   estatal	
  
independente.”	
  	
  
	
  
Como	
   se	
   frisou,	
   no	
   sistema	
   constitucional	
   brasileiro,	
   o	
   controle	
   externo	
   é	
  
competência	
  do	
  Poder	
  Legislativo,	
  que	
   julgará	
  politicamente	
  as	
  prestações	
  de	
  contas	
  
do	
   Executivo	
   em	
   todas	
   as	
   suas	
   esferas.	
   O	
   julgamento	
   é	
   precedido	
   de	
   um	
   exame	
   e	
  
parecer	
  prévio	
  a	
  cargo	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas.	
  	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  84	
  
O	
   campo	
  de	
   atuação	
  do	
   Tribunal	
   de	
   Contas,	
   está	
   disciplinado	
  no	
   art.	
   71	
   da	
  
CF/88,	
  o	
  qual	
  se	
  recomenda	
  atenta	
  leitura	
  e	
  memorização.	
  
	
  
9.2.1 Composição	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União.	
  
	
  
Nos	
  termos	
  do	
  art.	
  73	
  da	
  CF/88,	
  o	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União	
  é	
  integrado	
  por	
  
nove	
  Ministros,	
   tem	
  sede	
  no	
  Distrito	
  Federal,	
  quadro	
  próprio	
  de	
  pessoal	
  e	
   jurisdição	
  
em	
  todo	
  o	
   território	
  nacional,	
  exercendo,	
  no	
  que	
  couber,	
  as	
  atribuições	
  previstas	
  no	
  
art.	
  96.	
  
Os	
   Ministros	
   do	
   Tribunal	
   de	
   Contas	
   da	
   União	
   serão	
   nomeados	
   dentre	
  
brasileiros	
  que	
  satisfaçam	
  os	
  seguintes	
  requisitos:	
  
	
  
I	
  -­‐	
  mais	
  de	
  trinta	
  e	
  cinco	
  e	
  menos	
  de	
  sessenta	
  e	
  cinco	
  anos	
  de	
  idade;	
  
II	
  -­‐	
  idoneidade	
  moral	
  e	
  reputação	
  ilibada;	
  
III	
   -­‐	
   notórios	
   conhecimentos	
   jurídicos,	
   contábeis,	
   econômicos	
   e	
  
financeiros	
  ou	
  de	
  administração	
  pública;	
  
IV	
   -­‐	
   mais	
   de	
   dez	
   anosde	
   exercício	
   de	
   função	
   ou	
   de	
   efetiva	
   atividade	
  
profissional	
  que	
  exija	
  os	
  conhecimentos	
  mencionados	
  no	
  inciso	
  anterior.	
  
	
  
Relativamente	
   ao	
   critério	
   de	
   escolha,	
   os	
  Ministros	
   do	
   Tribunal	
   de	
   Contas	
   da	
  
União	
  serão	
  escolhidos:	
  
	
  
I	
   -­‐	
  um	
   terço	
   pelo	
   Presidente	
   da	
   República,	
   com	
   aprovação	
   do	
   Senado	
  
Federal,	
   sendo	
   dois	
   alternadamente	
   dentre	
   auditores	
   e	
   membros	
   do	
  
Ministério	
   Público	
   junto	
   ao	
   Tribunal,	
   indicados	
   em	
   lista	
   tríplice	
   pelo	
  
Tribunal,	
  segundo	
  os	
  critérios	
  de	
  antiguidade	
  e	
  merecimento;	
  
	
  
II	
  -­‐	
  dois	
  terços	
  pelo	
  Congresso	
  Nacional.	
  
	
  
	
  
Os	
  Ministros	
   do	
   Tribunal	
   de	
   Contas	
   da	
   União	
   terão	
   as	
   mesmas	
   garantias,	
  
prerrogativas,	
   impedimentos,	
   vencimentos	
   e	
   vantagens	
   dos	
   Ministros	
   do	
   Superior	
  
Tribunal	
   de	
   Justiça,	
   aplicando-­‐se-­‐lhes,	
   quanto	
   à	
   aposentadoria	
   e	
   pensão,	
   as	
   normas	
  
constantes	
  do	
  art.	
  40.	
  	
  
Por	
   sua	
   vez,	
   o	
   auditor,	
   quando	
   em	
   substituição	
   a	
   Ministro,	
   terá	
   as	
   mesmas	
  
garantias	
  e	
  impedimentos	
  do	
  titular	
  e,	
  quando	
  no	
  exercício	
  das	
  demais	
  atribuições	
  da	
  
judicatura,	
  as	
  de	
  juiz	
  de	
  Tribunal	
  Regional	
  Federal.	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  85	
  
	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
	
  
1)	
  (Procurador	
  TCE/AP	
  –	
  2010)	
  É	
  requisito	
  para	
  a	
  nomeação	
  como	
  Conselheiro	
  do	
  Tribunal	
  
de	
  Contas,	
  dentre	
  outros,	
  
(A) ter	
  mais	
  de	
  trinta	
  e	
  cinco	
  e	
  menos	
  de	
  sessenta	
  e	
  cinco	
  anos	
  de	
  idade.	
  
(B) ter	
  mais	
  de	
  cinco	
  anos	
  de	
  exercício	
  de	
   função	
  ou	
  de	
  efetiva	
  atividade	
  profissional	
  que	
  
exija	
   notórios	
   conhecimentos	
   jurídicos,	
   contábeis,	
   econômicos	
   e	
   financeiros	
   ou	
   de	
  
administração	
  pública.	
  
(C) residir	
  no	
  mesmo	
  município	
  da	
  sede	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas.	
  
(D) ter	
   notórios	
   conhecimentos	
   jurídicos,	
   contábeis,	
   econômicos	
   e	
   financeiros,	
   de	
  
administração	
  pública	
  e	
  de	
  recursos	
  humanos.	
  
(E) ser	
  brasileiro	
  ou	
  estrangeiro,	
  desde	
  que	
  viva	
  no	
  Brasil	
  há	
  mais	
  de	
  cinco	
  anos.	
  
	
  
2)	
  (Auditor	
  –	
  TCM/RJ	
  –	
  2008)	
  Quanto	
  à	
  natureza	
  jurídica	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas,	
  é	
  correto	
  
afirmar	
  que:	
  
(A) 	
  	
   não	
   tem	
  autonomia	
  administrativa	
  nem	
  financeira,	
  pois	
  depende	
  do	
   repasse	
  do	
  Poder	
  
Executivo.	
  
(B) não	
   tem	
   personalidade	
   jurídica,	
   possuindo,	
   entretanto,	
   capacidade	
   processual	
   ou	
  
postulatória.	
  
(C) 	
  	
  é	
  um	
  órgão	
  autônomo	
  e	
  auxiliar	
  do	
  Poder	
  Judiciário.	
  
(D) as	
  decisões	
  proferidas	
  pelo	
  plenário	
  são	
  de	
  natureza	
  política.	
  
(E) apresenta	
   autonomia	
   administrativa	
   e	
   financeira,	
   além	
   de	
   personalidade	
   jurídica,	
  
dotada	
  da	
  natureza	
  administrativa	
  em	
  relação	
  às	
  suas	
  decisões	
  e	
  deliberações.	
  
	
  
3)	
   (Analista	
   de	
   Controle	
   Externo	
   –	
   TCM/CE	
   –	
   2010)	
   Considere	
   as	
   seguintes	
   afirmações	
  
relativas	
  às	
  regras	
  constitucionais	
  sobre	
  controle	
  externo: 
I.	
  O	
  Congresso	
  Nacional,	
  mediante	
  controle	
  externo,	
  com	
  o	
  auxílio	
  do	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  
União,	
  exercerá	
  fiscalização	
  contábil,	
  financeira,	
  orçamentária,	
  operacional	
  e	
  patrimonial	
  da	
  
União	
  e	
  das	
  entidades	
  da	
  administração	
  direta	
  e	
  indireta,	
  quanto	
  à	
  legalidade,	
  legitimidade	
  e	
  
economicidade. 
II.	
   Prestará	
   contas	
   qualquer	
   pessoa	
   física	
   ou	
   jurídica,	
   pública	
   ou	
   privada,	
   que	
   utilize,	
  
arrecade,	
  guarde,	
  gerencie	
  ou	
  administre	
  dinheiros,	
  bens	
  e	
  valores	
  públicos	
  ou	
  pelos	
  quais	
  a	
  
União	
  responda,	
  ou	
  que,	
  em	
  nome	
  desta,	
  assuma	
  obrigações	
  de	
  natureza	
  pecuniária. 
III.	
   Qualquer	
   cidadão,	
   partido	
   político,	
   associação	
   ou	
   sindicato	
   é	
   parte	
   legítima	
   para,	
   na	
  
forma	
   da	
   lei,	
   denunciar	
   irregularidades	
   ou	
   ilegalidades	
   perante	
   o	
   Tribunal	
   de	
   Contas	
   da	
  
União.	
   
Está	
  correto	
  o	
  que	
  se	
  afirma	
  em	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  86	
  
(A) I,	
  apenas.	
  
(B) II,	
  apenas.	
  
(C) III,	
  apenas.	
  
(D) I	
  e	
  II,	
  apenas.	
  
(E) I,	
  II	
  e	
  III.	
  
	
  
4)	
  (Analista	
  de	
  Controle	
  Externo	
  –	
  TCM/CE	
  –	
  2010)	
   Identificada	
  possível	
   irregularidade	
  na	
  
celebração	
  de	
  contrato	
  de	
  prestação	
  de	
  serviços	
  por	
  órgão	
  da	
  administração	
  direta	
  federal,	
  
prevê	
  a	
  Constituição	
  da	
  República	
  que	
  
(A) o	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União	
  sustará	
  a	
  execução	
  do	
  contrato,	
  comunicando	
  a	
  decisão	
  à	
  
Câmara	
  dos	
  Deputados	
  e	
  ao	
  Poder	
  Judiciário.	
  
(B) a	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  aplicará	
  aos	
  responsáveis	
  as	
  sanções	
  previstas	
  na	
  Constituição	
  e	
  
em	
  lei.	
  
(C) o	
  ato	
  de	
   sustação	
   será	
  adotado	
  diretamente	
  pelo	
  Congresso	
  Nacional,	
   que	
   solicitará	
   ao	
  
Poder	
  Executivo	
  as	
  medidas	
  cabíveis.	
  
(D) o	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União	
  procederá	
  à	
  tomada	
  de	
  contas	
  do	
  Presidente	
  da	
  República,	
  
devendo	
   julgá-­‐las	
   num	
   prazo	
   de	
   60	
   dias	
   a	
   contar	
   de	
   seu	
   recebimento,	
  
independentemente	
  de	
  outras	
  manifestações.	
  
(E) a	
  Comissão	
  mista	
  permanente	
  de	
  orçamento	
  determinará	
  à	
  autoridade	
  responsável	
  que	
  
sane	
  a	
  irregularidade	
  e,	
  se	
  não	
  atendida	
  em	
  5	
  dias,	
  promoverá	
  a	
  sustação	
  do	
  contrato.	
  
	
  
5)	
   (Analista	
   –	
   TCE/RO	
  –	
   2007)	
   Reconheça	
   as	
   afirmativas	
   abaixo	
   como	
   verdadeiras	
   (V)	
   ou	
  
falsas	
  (F).	
  
(	
   	
   )	
   O	
   sistema	
   de	
   fiscalização	
   adotado	
   pelos	
   Estados	
   para	
   seus	
   Tribunais	
   de	
   Contas	
   é	
  
desvinculado	
  do	
  modelo	
  federal.	
  
(	
  	
  	
  	
  )	
  	
  Aplica-­‐se	
  o	
  princípio	
  da	
  simetria	
  constitucional,	
  ou	
  simetria	
  concêntrica,	
  na	
  definição	
  do	
  
modelo	
  de	
  fiscalização	
  adotado	
  pelos	
  Tribunais	
  de	
  Contas	
  dos	
  Estados.	
  
(	
  	
  	
  	
  	
  )	
  	
  Os	
  Tribunais	
  de	
  Contas	
  dos	
  Estados	
  são	
  integrados	
  por	
  9	
  (nove)	
  Conselheiros.	
  
A	
  sequência	
  que	
  preenche	
  as	
  lacunas	
  acima	
  na	
  ordem	
  correta	
  é:	
  
(A) V,	
  V,	
  F	
  
(B) V,	
  F,	
  V	
  
(C) F,	
  V,	
  V	
  
(D) F,	
  V,	
  F	
  
(E) F,	
  F,	
  V	
  
	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio PivaDireito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  87	
  
6)	
  (Analista	
  –	
  TCE/RO	
  –	
  2007)	
  	
  NÃO	
  se	
  inclui	
  na	
  competência	
  dos	
  Tribunais	
  de	
  Contas	
  dos	
  
Estados:	
  
(A) 	
  julgar	
  as	
  contas	
  prestadas	
  anualmente	
  pelo	
  Governador	
  de	
  Estado.	
  
(B) julgar	
  as	
  contas	
  dos	
  administradores	
  e	
  demais	
  responsáveis	
  por	
  dinheiros,	
  bens	
  e	
  valores	
  
públicos	
  das	
  unidades	
  dos	
  Poderes	
  do	
  Estado.	
  
(C) apreciar	
  a	
  legalidade	
  dos	
  atos	
  de	
  admissão	
  de	
  pessoal,	
  para	
  fins	
  de	
  registro.	
  
(D) prestar	
  informações	
  solicitadas	
  pela	
  Assembleia	
  Legislativa	
  sobre	
  a	
  fiscalização	
  contábil.	
  
(E) realizar,	
  por	
  iniciativa	
  própria,	
  auditorias	
  e	
  inspeções	
  de	
  natureza	
  financeira.	
  
	
  
7)	
  	
  (Auditor	
  –	
  TCM/RJ	
  –	
  2008)	
  Nos	
  termos	
  da	
  Constituição	
  Federal,	
  a	
  titularidade	
  da	
  função	
  
de	
  Controle	
  Externo	
  de	
  um	
  município	
  é	
  do(a):	
  
(A) Tribunal	
  de	
  Contas	
  de	
  sua	
  jurisdição.	
  	
  
(B) Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União.	
  	
  
(C) Câmara	
  de	
  Vereadores.	
  	
  
(D) Congresso	
  Nacional.	
  
(E) Assembleia	
  Legislativa.	
  
	
  
	
  
8)	
   (Auditor	
   –	
   TCM/RJ	
   –	
   2008)	
   	
   O	
   aspecto	
   objetivo	
   do	
   alcance	
   da	
   fiscalização	
   operacional	
  
exercida	
  pelo	
  Congresso	
  Nacional,	
  mediante	
  controle	
  externo,	
  refere-­‐se:	
  
(A) à	
   aplicação	
   dos	
   recursos	
   públicos,	
   conforme	
   a	
   lei	
   orçamentária,	
   acompanhando	
   a	
  
arrecadação	
  dos	
  recursos	
  e	
  sua	
  aplicação.	
  
(B) à	
  aplicação	
  dos	
  recursos	
  públicos	
  conforme	
  as	
  técnicas	
  contábeis.	
  
(C) à	
  aplicação	
  dos	
  recursos	
  públicos	
  conforme	
  ordenamento	
  jurídico	
  próprio.	
  
(D) ao	
  fluxo	
  de	
  recursos	
  geridos	
  pelo	
  administrador	
  público.	
  
(E) à	
   verificação	
   do	
   cumprimento	
   das	
  metas,	
   resultados,	
   eficácia	
   e	
   eficiência	
   da	
   gestão	
   dos	
  
recursos	
  públicos.	
  
	
  
9)	
   (Analista	
   Judiciário	
   –	
   TRT/23ª	
   Região	
   –	
   2004)	
   A	
   fiscalização	
   contábil,	
   financeira,	
  
orçamentária,	
  operacional	
  e	
  patrimonial,	
  mediante	
  controle	
  externo,	
  é	
  função:	
  
(A) do	
   Poder	
   Judiciário	
   federal	
   e	
   estadual,	
   na	
   qualidade	
   de	
   órgão	
   administrativo,	
  
paralelamente	
  como	
  os	
  Tribunais	
  de	
  Contas	
  da	
  União	
  e	
  dos	
  Estados.	
  
(B) exclusiva	
  do	
  Poder	
   Executivo	
  de	
   cada	
  esfera	
   governamental	
   com	
  o	
   auxilio	
   do	
   respectivo	
  
Tribunal	
  de	
  Contas,	
  na	
  qualidade	
  de	
  órgão	
  de	
  assessoramento.	
  
(C) do	
  Poder	
  Legislativo	
  de	
  cada	
  esfera	
  governamental	
  com	
  o	
  auxilio	
  do	
  respectivo	
  Tribunal	
  de	
  
Contas,	
  na	
  qualidade	
  de	
  órgão	
  técnico.	
  
(D) dos	
  três	
  Poderes	
  da	
  União,	
  Estados	
  e	
  Municípios,	
  com	
  o	
  auxílio	
  dos	
  respectivos	
  Tribunais	
  
de	
  Contas,	
  na	
  qualidade	
  de	
  órgãos	
  jurisdicionais.	
  
(E) exclusiva	
   do	
   Poder	
   Legislativo	
   da	
  União,	
   Estados	
   e	
  Municípios	
   com	
  a	
   atuação	
   efetiva	
   de	
  
seus	
  Tribunais	
  de	
  Contas,	
  na	
  qualidade	
  de	
  órgãos	
  jurisdicionais.	
  
	
  
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  Página	
  88	
  
10)	
  (Analista	
  Judiciário	
  –	
  TRT	
  /24ª	
  Região	
  –	
  2006)	
  Considere	
  as	
  seguintes	
  alternativas	
  sobre	
  a	
  
fiscalização	
  contábil,	
   financeira	
  e	
  orçamentária	
  da	
  União	
  e	
  das	
  entidades	
  da	
  Administração	
  
direta	
  e	
  indireta:	
  
I	
   –	
   Os	
   Poderes	
   Legislativo,	
   Executivo	
   e	
   Judiciário	
  manterão,	
   de	
   forma	
   integrada,	
   sistema	
   de	
  
controle	
  interno.	
  
II	
  –	
  O	
  controle	
  externo,	
  a	
  cargo	
  do	
  Congresso	
  Nacional,	
  será	
  exercido	
  com	
  auxílio	
  do	
  Tribunal	
  
de	
  Contas	
  da	
  União.	
  
III	
   –	
   O	
   Tribunal	
   de	
   Contas	
   encaminhará	
   ao	
   Congresso	
   Nacional,	
   bimestral	
   e	
   anualmente,	
   o	
  
relatório	
  de	
  suas	
  atividades.	
  
IV	
  –	
  O	
  Tribunal	
  de	
  Contas	
  da	
  União,	
  integrado	
  por	
  11	
  Ministros,	
  tem	
  sede	
  no	
  Distrito	
  Federal,	
  
quadro	
  próprio	
  de	
  pessoal	
  e	
  jurisdição	
  em	
  todo	
  território	
  nacional.	
  
	
  
Está	
  correto	
  o	
  que	
  se	
  afirma	
  APENAS	
  em	
  
(A)	
  I	
  e	
  II.	
  
(B)	
  I,	
  II	
  e	
  III.	
  
(C)	
  I,	
  III	
  e	
  IV.	
  
(D)	
  II	
  e	
  III.	
  
(E)	
  II,	
  III	
  e	
  IV.	
  
	
  
	
  
Gabarito	
  
	
  
1	
   A	
   6	
   A	
  
2	
   B	
   7	
   C	
  
3	
   E	
   8	
   E	
  
4	
   C	
  
9	
  
10	
  
C	
  
A	
  
	
  
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  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  89	
  
Capítulo	
  10	
  
PODER	
  EXECUTIVO	
  	
  
	
  
É	
  o	
  poder	
  do	
  Estado	
  que	
  tem	
  por	
  função	
  ordinária	
  administrar,	
  obedecendo	
  e	
  
fazendo	
   cumprir	
   o	
   previsto	
   em	
   lei.	
  Mesmo	
   assim,	
   pode	
   ter	
   função	
   diversa,	
   como	
   a	
  
expedição	
  de	
  atos	
  com	
  força	
  de	
  lei	
  ou	
  de	
  natureza	
  política,	
  pela	
  iniciativa,	
  sanção,	
  veto	
  
e	
  promulgação	
  de	
  dispositivos	
  legais.	
  
O	
  Presidencialismo	
  é	
  o	
  sistema	
  de	
  governo	
  em	
  que:	
  (CINTRA,	
  2007)	
  
§ O	
  presidente,	
  ao	
  mesmo	
  tempo,	
  é	
  Chefe	
  de	
  Estado	
  e	
  Chefe	
  de	
  Governo;	
  
§ O	
  presidente	
  é	
  escolhido	
  por	
  votação	
  popular;	
  
§ O	
   mandato	
   presidencial,	
   bem	
   com	
   os	
   dos	
   parlamentares,	
   é	
   prefixado,	
   não	
  
podendo	
  o	
  presidente,	
  exceto	
  na	
  hipótese	
  do	
  impeachment,	
  ser	
  demitido	
  pelo	
  
voto	
  parlamentar,	
  nem	
  o	
  Legislativo	
  ser	
  dissolvido	
  pelo	
  presidente;	
  
§ O	
   ministério	
   é	
   designado	
   pelo	
   presidente	
   e	
   é	
   responsável	
   perante	
   ele,	
   não	
  
perante	
  o	
  Legislativo.	
  
	
  
10.1 Presidente	
  da	
  República	
  como	
  Chefe	
  de	
  Estado	
  e	
  Chefe	
  de	
  Governo.	
  Funções	
  
presidenciais.	
  
Considerando	
  o	
  previsto	
  no	
  art.	
  76	
  da	
  CF/88,	
  o	
  modelo	
  brasileiro	
  traz	
  a	
  idéia	
  de	
  
um	
  Poder	
  Executivo	
  unipessoal,	
  ou	
  seja,	
  o	
  Presidente	
  da	
  República	
  exerce	
  as	
  funções	
  
executivas,	
  quais	
  sejam:	
  Chefe	
  de	
  Estado,	
  Chefe	
  de	
  Governo,	
  Chefe	
  da	
  Administração	
  
Pública	
  Federal	
  e	
  Comandante-­‐em-­‐Chefe	
  das	
  Forças	
  Armadas:	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
.	
  
	
   	
  
	
  
Observações:	
  
a) O	
  rol	
  do	
  art.	
  84	
  é	
  meramente	
  exemplificativo;	
  
b) As	
  atribuições	
  previstas	
  no	
  art.	
  84,	
  VI,	
  XII	
  e	
  XXV	
  (primeira	
  parte),	
  podem	
  
ser	
  delegadas,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  84,	
  parágrafo	
  único.	
  	
  	
  	
  
	
  
Atribuições do 
presidente da 
República 
(art. 84) 
Chefe de Estado: representante do Brasil nas relaçõesinternacionais (art. 84, VII, VIII, XIX, XX, XXI e XXII). 
Chefe de Governo: prática de negócios internos e de 
natureza política (art. 84, I, III, IV, V, IX a XIII, XV, XVII, 
XXIII, XXIV, XXVI e XXVII). 
Chefe da Administração pública Federal: art. 84, II, 
VI, XVI e XXV). 
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  Página	
  90	
  
10.2	
  As	
  responsabilidades	
  do	
  Presidente	
  da	
  República	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  As	
   responsabilidades	
   do	
   Presidente	
   da	
   República,	
   incluindo-­‐se	
   algumas	
   regras	
  
sobre	
   o	
   processo	
   de	
   impedimento	
   e	
   por	
   crimes	
   comuns,	
   estão	
   nos	
  arts.	
   85	
   e	
   86	
   da	
  
CF/88.	
  
	
  
	
  
10.2.1 Os	
  crimes	
  de	
  responsabilidade	
  do	
  Presidente	
  da	
  República	
  
Crimes	
  de	
  responsabilidade	
  são	
  infrações	
  político-­‐administrativas	
  cometidas	
  no	
  
exercício	
  da	
  função.	
  Segundo	
  BASTOS	
  (2002,	
  p.	
  608)	
  os,	
  “[...]	
  ocupantes	
  de	
  altos	
  cargos	
  
públicos	
  do	
  Estado	
  estão	
   sujeitos	
  não	
   só	
  às	
   sanções	
  previstas	
  para	
  a	
  prática	
  de	
  atos	
  
infringentes	
   das	
   leis	
   penais	
   do	
   País,	
   mas	
   também	
   a	
   uma	
   especial	
   apenação	
   que	
  
consiste	
  na	
  desinvestidura	
  dos	
  cargos	
  que	
  ocupam,	
  acompanhada	
  ou	
  não	
  da	
  proibição	
  
de	
  vir	
  a	
  assumir	
  novas	
   funções	
  públicas	
  no	
   futuro.	
  Estas	
  consequências	
   são	
   tidas	
  por	
  
políticas	
  e	
  ,	
  em	
  razão	
  disso,	
  os	
  atos	
  que	
  as	
  ensejam,	
  designados	
  de	
  crimes	
  políticos.”	
  
	
   	
  
Na	
   Constituição,	
   contudo,	
   os	
   crimes	
   de	
   responsabilidade	
   foram	
  
exemplificativamente	
  lançados	
  no	
  art.	
  85,	
  	
  quais	
  sejam:	
  
	
  
Art.	
   85.	
   São	
   crimes	
   de	
   responsabilidade	
   os	
   atos	
   do	
   Presidente	
   da	
   República	
  
que	
  atentem	
  contra	
  a	
  Constituição	
  Federal	
  e,	
  especialmente,	
  contra:	
  
I	
  -­‐	
  a	
  existência	
  da	
  União;	
  
II	
   -­‐	
   o	
   livre	
   exercício	
   do	
   Poder	
   Legislativo,	
   do	
   Poder	
   Judiciário,	
   do	
  Ministério	
  
Público	
  e	
  dos	
  Poderes	
  constitucionais	
  das	
  unidades	
  da	
  Federação;	
  
III	
  -­‐	
  o	
  exercício	
  dos	
  direitos	
  políticos,	
  individuais	
  e	
  sociais;	
  
IV	
  -­‐	
  a	
  segurança	
  interna	
  do	
  País;	
  
V	
  -­‐	
  a	
  probidade	
  na	
  administração;	
  
VI	
  -­‐	
  a	
  lei	
  orçamentária;	
  
VII	
  -­‐	
  o	
  cumprimento	
  das	
  leis	
  e	
  das	
  decisões	
  judiciais.	
  
Parágrafo	
  único.	
  Esses	
  crimes	
  serão	
  definidos	
  em	
  lei	
  especial,	
  que	
  estabelecerá	
  
as	
  normas	
  de	
  processo	
  e	
  julgamento.	
  
	
  
10.2.2.1 O	
  processo	
  dos	
  crimes	
  de	
  responsabilidade	
  
O	
   processo	
   de	
   impedimento	
   está	
   regulado	
   pela	
   Lei	
   1.079/50	
   e	
   na	
   própria	
  
Constituição	
   Federal.	
   	
   É	
   um	
  processo	
   que	
   se	
   divide,	
   basicamente,	
   em	
  duas	
   fases:	
  a)	
  
admissibilidade	
  pela	
  Câmara	
  dos	
  Deputados;	
  b)	
  processo	
  e	
  julgamento	
  pelo	
  Senado	
  
Federal.	
  
	
  
	
  
	
  
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  Página	
  91	
  
1.ª	
  Fase	
  –	
  JUÍZO	
  DE	
  ADMISSIBILIDADE	
  
Cabe	
   a	
   Câmara	
   dos	
   Deputados,	
   nos	
   termos	
   do	
   art.	
   52,	
   I,	
   da	
   Constituição	
  
Federal,	
   por	
   2/3	
   de	
   seus	
  membros	
   (votação	
   nominal,	
   pelo	
   sistema	
   de	
   chamada	
   dos	
  
parlamentares),	
  autorizar	
  os	
  processos	
  criminais	
  contra	
  Presidente	
  da	
  República,	
  Vice-­‐
Presidente	
  da	
  República	
  e	
  Ministros	
  de	
  Estado.	
  	
  
	
   Essa	
   autorização	
  demonstra-­‐se	
   verdadeiro	
   juízo	
  de	
  admissibilidade,	
   em	
  que	
  a	
  
Câmara	
  dos	
  Deputados	
  declara	
  procedente	
  ou	
  improcedente	
  a	
  acusação	
  por	
  crime	
  de	
  
responsabilidade	
  realizada	
  por	
  um	
  cidadão.	
  	
  	
  
Nesse	
   procedimento	
   de	
   verificação	
   da	
   admissibilidade	
   do	
   processo,	
   cabe	
   à	
  
Câmara	
   dos	
   Deputados	
   verificar:	
   1)	
   valor	
   das	
   provas	
   e	
   gravidade	
   do	
   fato;	
   	
   2)	
  
conveniência	
  político-­‐social.	
  
Nada	
   obstante,	
   em	
   que	
   pese	
   haver	
   a	
   verificação	
   da	
   existência	
   de	
   provas	
   e	
  
mesmo	
   da	
   gravidade	
   do	
   fato	
   imputado,	
   deve	
   ser	
   ressaltado	
   que	
   o	
   critério	
   que	
  
realmente	
   devem	
   os	
   Deputados	
   Federais	
   considerar	
   para	
   dar	
   a	
   autorização	
   para	
   o	
  
processo	
  é	
  estritamente	
  político,	
  como	
  se	
  disse,	
  de	
  conveniência	
  político-­‐social.	
  
	
  
2.ª	
  Fase	
  –	
  PROCESSO	
  E	
  JULGAMENTO	
  
Admitida	
  a	
  acusação	
  por	
  crime	
  de	
  responsabilidade,	
  caberá	
  ao	
  Senado	
  Federal,	
  
vinculadamente,	
  processar	
  e	
  julgar	
  a	
  autoridade	
  acusada.	
  A	
  sessão	
  de	
  julgamento	
  será	
  
presidida	
  pelo	
  Presidente	
  do	
  STF	
  (art.	
  52,	
  parágrafo	
  único).	
  
Instaurado	
   o	
   processo	
   no	
   Senado	
   Federal,	
   ficará	
   o	
   Presidente	
   da	
   República	
  
suspenso	
  de	
  suas	
  funções	
  por	
  cento	
  e	
  oitenta	
  dias	
  (180).	
  Se,	
  ultrapassado	
  esse	
  prazo,	
  o	
  
julgamento	
   ainda	
   não	
   tiver	
   sido	
   concluído,	
   cessará	
   o	
   afastamento	
   do	
   Presidente	
   da	
  
República,	
   sem	
  prejuízo	
  do	
   regular	
  andamento	
  do	
  processo	
   (CF,	
  art.	
  86,	
  §	
  1.º,	
   II,	
  e	
  §	
  
2.º).	
  
A	
   condenação,	
   se	
   houver,	
   nos	
   termos	
   do	
   art.	
   52,	
   parágrafo	
   único,	
   da	
  
Constituição	
  Federal,	
  terá	
  a	
  forma	
  de	
  resolução	
  e	
  somente	
  poderá	
  ser	
  proferida	
  pelo	
  
voto	
  de	
  2/3	
  dos	
  integrantes	
  do	
  Senado	
  Federal	
  e	
  limitar-­‐se-­‐á,	
  sem	
  prejuízo	
  das	
  demais	
  
sanções	
  judiciais	
  cabíveis,	
  à:	
  	
  	
  	
  
a) perda	
  do	
  cargo;	
  	
  	
  
b) inabilitação	
  para	
  exercício	
  da	
  função	
  pública	
  por	
  oito	
  anos.	
  
	
  
10.2	
  	
  O	
  processo	
  dos	
  crimes	
  comuns	
  
O	
  processo	
  das	
   infrações	
  penais	
  comuns	
  está	
  regulado	
  pela	
  Lei	
  8.038/90	
  e	
  na	
  
própria	
  Constituição	
  Federal.	
  	
  É	
  um	
  processo	
  que	
  também	
  se	
  divide	
  em	
  duas	
  fases:	
  a)	
  
admissibilidade	
   pela	
   Câmara	
   dos	
   Deputados;	
   	
   b)	
   processo	
   e	
   julgamento	
   pelo	
  
Supremo	
  Tribunal	
  Federal	
  (CF,	
  art.	
  102,	
  I,	
  b	
  e	
  c).	
  
	
  
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  Página	
  92	
  
1.ª	
  Fase	
  –	
  JUÍZO	
  DE	
  ADMISSIBILIDADE	
  
	
   Nos	
   casos	
   dos	
   crimes	
   de	
   ação	
   penal	
   pública,	
   caberá	
   exclusivamente	
   ao	
  
Procurador-­‐Geral	
  da	
  República	
  denunciar	
  a	
  autoridade	
  no	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal.	
  
Se,	
   ao	
   contrário,	
   tratar-­‐se	
   de	
   crimede	
   ação	
   penal	
   privada,	
   caberá	
   ao	
   ofendido,	
  
também	
  no	
  STF,	
  impetrar	
  a	
  queixa-­‐crime.	
  
Oferecida	
   a	
   denúncia	
   ou	
   a	
   queixa-­‐crime	
   diretamente	
   no	
   STF,	
   o	
   Tribunal	
  
solicitará	
  autorização	
  à	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  para	
  instauração	
  do	
  processo.	
  
Cabe	
   à	
   Câmara	
   dos	
   Deputados,	
   da	
   mesma	
   forma	
   que	
   ocorre	
   nos	
   crimes	
   de	
  
responsabilidade,	
   nos	
   termos	
  do	
  art.	
   52,	
   I,	
   da	
   Constituição	
   Federal,	
   por	
   2/3	
   de	
   seus	
  
membros	
  (votação	
  nominal,	
  pelo	
  sistema	
  de	
  chamada	
  dos	
  parlamentares),	
  autorizar	
  os	
  
processos	
   criminais	
   contra	
   Presidente	
   da	
   República,	
   Vice-­‐Presidente	
   da	
   República	
   e	
  
Ministros	
  de	
  Estado.	
  	
  
Ressalta-­‐se,	
  novamente,	
  que	
  o	
  critério	
  utilizado	
  na	
  admissibilidade	
  do	
  processo	
  
é	
  estritamente	
  político,	
  ou	
  seja,	
  de	
  pura	
  conveniência	
  político-­‐social.	
  
	
  
2.ª	
  Fase	
  –	
  PROCESSO	
  E	
  JULGAMENTO	
  
Admitida	
  a	
  acusação	
  por	
  crime	
  de	
  comum,	
  caberá	
  ao	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal	
  
processar	
  e	
  julgar	
  a	
  autoridade	
  acusada.	
  
Recebida	
   a	
   acusação	
   pelo	
   STF,	
   ficará	
   o	
   Presidente	
   da	
   República	
   suspenso	
   de	
  
suas	
  funções	
  por	
  cento	
  e	
  oitenta	
  dias	
  (180).	
  Se,	
  ultrapassado	
  esse	
  prazo,	
  o	
  julgamento	
  
ainda	
  não	
  tiver	
  sido	
  concluído,	
  cessará	
  o	
  afastamento	
  do	
  Presidente	
  da	
  República,	
  sem	
  
prejuízo	
  do	
  regular	
  andamento	
  do	
  processo	
  (CF,	
  art.	
  86,	
  §	
  1.º,	
  I	
  e	
  §	
  2.º).	
  
A	
   condenação	
   do	
   Presidente	
   da	
   República	
   importará	
   a	
   aplicação	
   da	
   sanção	
  
penal	
  correspondente	
  ao	
  delito	
  e	
  prevista	
  na	
  legislação	
  penal	
  comum,	
  inclusive	
  estará	
  
sujeito	
  à	
  prisão,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  86,	
  §	
  3.º,	
  da	
  Constituição	
  Federal.	
  	
  	
  
Além	
   disso,	
   por	
   força	
   do	
   art.	
   15,	
   III,	
   da	
   Constituição	
   Federal,	
   a	
   condenação	
  
penal	
   transitada	
   em	
   julgado	
   importará	
   na	
   suspensão	
   dos	
   direitos	
   políticos	
   e,	
   por	
  
efeitos	
  reflexos	
  e	
  indiretos,	
  também	
  na	
  perda	
  do	
  cargo.	
  	
  
Lembre-­‐se,	
   finalmente,	
   de	
   que	
   Presidente	
   da	
   República	
   faz	
   jus	
   à	
  
irresponsabilidade	
   penal	
   relativa	
   (CF,	
   art.	
   84,	
   §	
   4.º).	
   	
   Assim,	
   	
   não	
   se	
   poderá	
  
responsabilizar	
  o	
  Presidente	
  da	
  República,	
  durante	
  o	
  mandato,	
  se	
  o	
  crime	
  for	
  cometido	
  
antes	
  do	
   início	
  deste,	
  ou,	
   se	
  praticado	
  durante	
  o	
  mandato,	
  não	
   tiver	
   relação	
  com	
  a	
  
função	
  presidencial.	
  
Em	
   resumo,	
   o	
   Presidente	
   da	
   República,	
   somente	
   poderá	
   ser	
   processado	
   e	
  
julgado	
  perante	
  o	
  STF	
  se	
  se	
  tratar	
  de	
  crimes	
  cometidos	
  durante	
  o	
  mandato	
  e	
  ligados	
  
ao	
   exercício	
   da	
   função	
   presidencial.	
   Nos	
   demais	
   casos	
   (crimes	
   praticados	
   antes	
   do	
  
início	
  do	
  mandato	
  ou	
  que	
  não	
  tenham	
  ligação	
  com	
  o	
  ofício	
  presidencial),	
  a	
  prescrição	
  
ficará	
   suspensa	
   enquanto	
   durar	
   o	
   mandato	
   (STF,	
   Inq.	
   672/DF.	
   Rel.	
   Min.	
   Celso	
   de	
  
Mello.	
  DJ	
  16-­‐04-­‐1993),	
  permitindo-­‐se,	
  então,	
  a	
  futura	
  responsabilização	
  penal.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  93	
  
	
  
10.3 SUCESSÃO	
  PRESIDENCIAL	
  
Nos	
  termos	
  da	
  Constituição	
  Federal,	
  arts.	
  80	
  e	
  81,	
  é	
  possível	
  estabelecer	
  que	
  a	
  
linha	
  sucessória	
  do	
  Presidente	
  da	
  República	
  está	
  assim	
  ordenada:	
  
	
  
Presidente	
  da	
  República	
  
Vice-­‐Presidente	
  da	
  República	
  
Presidente	
  da	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  
Presidente	
  do	
  Senado	
  Federal	
  
Presidente	
  do	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal	
  
	
  
	
   Nada	
  obstante,	
  sempre	
  seguindo	
  a	
  ordem	
  estabelecida	
  pela	
  Constituição,	
  deve	
  
ser	
  observado	
  o	
  seguinte:	
  
	
  
a) Vacância	
   de	
   Presidente	
   e	
   Vice-­‐Presidente	
   na	
   primeira	
   metade	
   do	
  mandato	
  
(dois	
  primeiros	
  anos):	
  
Assumirá	
   a	
   Presidência	
   da	
   República,	
   temporariamente,	
   o	
   Presidente	
   da	
  
Câmara	
  dos	
  Deputados	
  ou	
  o	
  Presidente	
  do	
  Senado	
  Federal	
  ou	
  o	
  Presidente	
  do	
  
STF,	
   realizando-­‐se	
  eleições	
  diretas	
  para	
  ambos	
  os	
  cargos	
  noventa	
  dias	
  depois	
  
de	
  aberta	
  a	
  última	
  vaga	
  (de	
  Presidente	
  ou	
  de	
  Vice-­‐Presidente);	
  
	
  
b) Vacância	
   de	
   Presidente	
   e	
   Vice-­‐Presidente	
   na	
   segunda	
   metade	
   do	
   mandato	
  
(últimos	
  dois	
  anos):	
  
Assumirá	
   a	
   Presidência	
   da	
   República,	
   temporariamente,	
   o	
   Presidente	
   da	
  
Câmara	
  dos	
  Deputados	
  ou	
  o	
  Presidente	
  do	
  Senado	
  Federal	
  ou	
  o	
  Presidente	
  do	
  
STF,	
   realizando-­‐se	
   eleições	
   para	
   ambos	
   os	
   cargos,	
   pelo	
   Congresso	
   Nacional	
  
(indireta)	
  trinta	
  dias	
  depois	
  de	
  aberta	
  a	
  última	
  vaga	
  (de	
  Presidente	
  ou	
  de	
  Vice-­‐
Presidente);	
  
	
  
	
  
	
   	
  
Substitutos 
Sucessor e substituto 
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  94	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
	
  
1) (Técnico	
   Judiciário	
   -­‐	
   TRT	
   3ª.	
   Região	
   -­‐	
   2009)	
   É	
   INCORRETO	
   afirmar	
   que	
   o	
   Presidente	
   da	
  
República	
  
(A) ficará	
  suspenso	
  de	
  suas	
  funções,	
  por	
  crime	
  de	
  responsabilidade,	
  após	
  a	
  instauração	
  desse	
  
processo	
  pelo	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal.	
  
(B) não	
  pode	
  ser	
  responsabilizado	
  por	
  atos	
  estranhos	
  ao	
  exercício	
  de	
  suas	
  funções	
  na	
  vigência	
  
de	
  seu	
  mandato.	
  
(C) deverá	
   responder	
  por	
   crime	
  de	
   responsabilidade	
   se	
  praticar	
   ato	
  que	
  atente	
   contra	
  a	
   lei	
  
orçamentária.	
  
(D) não	
   estará	
   sujeito	
   à	
   prisão,	
   por	
   infrações	
   comuns,	
   enquanto	
   não	
   sobrevier	
   a	
   sentença	
  
condenatória.	
  
(E) será	
  submetido	
  a	
  julgamento	
  perante	
  o	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  nas	
  infrações	
  comuns,	
  
e	
  pelo	
  Senado	
  Federal,	
  nos	
  crimes	
  de	
  responsabilidade.	
  
	
  
	
  
2) (Técnico	
   Judiciário	
   TRT	
   9ª	
   Região	
   -­‐2010)	
  Nas	
   infrações	
   penais	
   comuns	
   e	
   nos	
   crimes	
   de	
  
responsabilidade,	
  a	
  acusação	
  feita	
  contra	
  o	
  Presidente	
  da	
  República	
  deverá	
  ocorrer	
  por	
  
parte	
  de	
  
(A) dois	
  terços	
  do	
  Senado	
  Federal,	
  em	
  ambos	
  os	
  casos.	
  
(B) metade	
  da	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  e	
  metade	
  do	
  Senado	
  Federal,	
  respectivamente.	
  
(C) um	
   terço	
   do	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal	
   e	
   um	
   terço	
   do	
   Congresso	
   Nacional,	
  
respectivamente.	
  
(D) dois	
  terços	
  da	
  Câmarados	
  Deputados,	
  em	
  ambos	
  os	
  casos.	
  
(E) metade	
  do	
  Congresso	
  Nacional	
  e	
  metade	
  do	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  respectivamente.	
  
	
  
3) (Juiz	
  de	
  Direito	
  –	
  ES	
  –	
  2011)	
  Com	
  base	
  no	
  que	
  dispõe	
  a	
  CF	
  acerca	
  do	
  Poder	
  Executivo	
  e	
  
da	
  administração	
  pública,	
  assinale	
  a	
  opção	
  correta.	
  	
  
(A) Como	
   auxiliares	
   diretos	
   do	
   presidente	
   da	
   República,	
   os	
   ministros	
   de	
   Estado	
   podem	
   ser	
  
convocados	
   para	
   prestar,	
   pessoalmente,	
   informações	
   sobre	
   assunto	
   previamente	
  
determinado	
   perante	
   o	
   plenário	
   do	
   Senado	
   Federal	
   e	
   o	
   da	
   Câmara	
   dos	
   Deputados;	
  
contudo,	
  no	
  que	
  diz	
  respeito	
  às	
  comissões,	
  o	
  comparecimento	
  deles	
  só	
  pode	
  ocorrer	
  por	
  
sua	
  própria	
  iniciativa	
  e	
  mediante	
  entendimento	
  com	
  a	
  Mesa	
  respectiva.	
  
(B) A	
  CF	
   determina	
   que	
   os	
   servidores	
   públicos	
   organizados	
   em	
   carreira	
   sejam	
   remunerados	
  
exclusivamente	
  por	
  subsídio	
  fixado	
  em	
  parcela	
  única.	
  
(C) O	
   sistema	
   constitucional	
   condiciona	
   a	
   criação	
   de	
   autarquias,	
   fundações	
   públicas,	
  
sociedades	
  de	
  economia	
  mista	
  e	
  empresas	
  públicas	
  à	
  aprovação	
  de	
  lei	
  específica	
  na	
  qual	
  se	
  
definam	
  suas	
  áreas	
  de	
  atuação.	
  
(D) O	
  presidente	
  e	
  o	
  vice-­‐presidente	
  da	
  República	
  não	
  podem	
  ausentar-­‐se	
  do	
  país	
  por	
  mais	
  de	
  
quinze	
  dias	
  sem	
  autorização	
  do	
  Congresso	
  Nacional,	
  sob	
  pena	
  de	
  perda	
  do	
  cargo.	
  
(E) As	
  competências	
  privativas	
  do	
  presidente	
  da	
  República,	
  dispostas	
  no	
  texto	
  constitucional,	
  
não	
  podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  delegação,	
  uma	
  vez	
  que	
  representam	
  prerrogativas	
   inerentes	
  à	
  
sua	
  condição	
  simultânea	
  de	
  chefe	
  de	
  governo	
  e	
  chefe	
  de	
  Estado.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  95	
  
4) (Técnico	
   Judiciário	
   -­‐	
   TRT	
   6ª	
   Região	
   –	
   2012)	
   Em	
   relação	
   ao	
   tema	
   responsabilidade	
   do	
  
Presidente	
  da	
  República,	
  considere:	
  

	
  
I. Compete	
  privativamente	
   ao	
   Senado	
   Federal	
   processar	
   e	
   julgar	
   o	
   Presidente	
  da	
  
República	
   nos	
   crimes	
   de	
   responsabilidade,	
   podendo	
   sancioná-­‐lo	
   com	
   pena	
   de	
  
privação	
   de	
   liberdade	
   e	
   inabilitação,	
   por	
   oito	
   anos,	
   para	
   o	
   exercício	
   de	
   função	
  
pública.	
  

 
II. O	
   Presidente	
   da	
   República,	
   na	
   vigência	
   de	
   seu	
   mandato,	
   não	
   pode	
   ser	
  
responsabilizado	
  por	
  atos	
  estranhos	
  ao	
  exercício	
  de	
  suas	
  funções.	
  

	
  
III. Enquanto	
   não	
   sobrevier	
   sentença	
   condenatória,	
   nas	
   infrações	
   comuns,	
   o	
  
Presidente	
  da	
  República	
  não	
  estará	
  sujeito	
  à	
  prisão.	
  

	
  
Está	
  correto	
  o	
  que	
  se	
  afirma	
  em	
  	
  
(A) I,	
  apenas.	
  
(B) II,	
  apenas.	
  
(C) I	
  e	
  II,	
  apenas.	
  
(D) II	
  e	
  III,	
  apenas.	
  
(E) I,	
  II	
  e	
  III.	
  
	
  
	
  
5) (Analista	
   Judiciário-­‐	
  TRT	
  6ª.	
  Região	
  -­‐	
  2012)	
  Compete	
  privativamente	
  ao	
  Presidente	
  da	
  
República	
  	
  
(A) nomear,	
  após	
  a	
  aprovação	
  do	
  Congresso	
  Nacional,	
  Ministros	
  do	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal.	
  
(B) celebrar	
  a	
  paz,	
  autorizado	
  ou	
  com	
  o	
  referendo	
  do	
  Congresso	
  Nacional.	
  
(C) exercer,	
   com	
  o	
   auxílio	
   dos	
  Deputados	
   e	
   Senadores,	
   a	
   direção	
   superior	
   da	
   administração	
  
federal.	
  
(D) nomear	
  e	
  exonerar	
  Ministros	
  de	
  Estado	
  com	
  a	
  anuência	
  do	
  Congresso	
  Nacional.	
  
(E) prestar,	
   trimestralmente,	
   ao	
   Senado	
   Federal,	
   as	
   contas	
   referentes	
   ao	
   exercício	
   de	
   seu	
  
mandato.	
  
	
  
6) (Analista	
  Judiciário-­‐	
  TRT	
  6ª.	
  Região	
  -­‐	
  2012)	
  Nas	
  infrações	
  penais	
  comuns,	
  o	
  Presidente	
  
da	
  República	
  será	
  submetido	
  a	
  julgamento	
  perante	
  o	
  	
  
(A) Supremo	
   Tribunal	
   Federal,	
   não	
   sendo	
   necessária	
   prévia	
   autorização	
   da	
   Câmara	
   dos	
  
Deputados.	
  
(B) Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  desde	
  que	
  a	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  admita	
  a	
  acusação	
  contra	
  
ele,	
  por	
  dois	
  terços	
  de	
  seus	
  membros.	
  
(C) Senado	
  Federal,	
   desde	
  que	
  a	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  admita	
  a	
  acusação	
   contra	
  ele,	
  por	
  
dois	
  terços	
  de	
  seus	
  membros.	
  
(D) Senado	
  Federal,	
  não	
  sendo	
  necessária	
  prévia	
  autorização	
  da	
  Câmara	
  dos	
  Deputados.	
  
(E) Senado	
  Federal,	
   desde	
  que	
  a	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  admita	
  a	
  acusação	
   contra	
  ele,	
  por	
  
três	
  quintos	
  de	
  seus	
  membros.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  96	
  
	
  
	
  
	
  
7) (MP/GO	
  –	
  2012)	
  O	
  Poder	
  Executivo	
  é	
  exercido	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República,	
  auxiliado	
  
pelos	
  Ministros	
  de	
  Estado.	
  Acerca	
  do	
  tema,	
  assinale	
  as	
  alternativas	
  abaixo:	
  	
  
 
I-­‐ Compete	
  privativamente	
  ao	
  Presidente	
  da	
  República	
  conceder	
  indulto	
  e	
  comutar	
  
penas,	
   com	
   audiência,	
   se	
   necessário,	
   dos	
   órgãos	
   instituídos	
   em	
   lei,	
   sendo-­‐lhe	
  
vedado	
  delegar	
  referida	
  atribuição	
  aos	
  Ministros	
  de	
  Estado.	
  

 
II-­‐ São	
  crimes	
  de	
  responsabilidade	
  os	
  atos	
  do	
  Presidente	
  da	
  República	
  que	
  atentem	
  
contra	
   a	
   Constituição	
   Federal	
   e,	
   especialmente,	
   contra	
   a	
   probidade	
   na	
  
administração.	
  

	
  
III-­‐ Admitida	
   a	
   acusação	
   contra	
   o	
   Presidente	
   da	
   República,	
   por	
   dois	
   terços	
   da	
  
Câmara	
   dos	
   Deputados,	
   será	
   ele	
   submetido	
   a	
   julgamento	
   perante	
   o	
   Supremo	
  
Tribunal	
  Federal,	
  nas	
  infrações	
  penais	
  comuns,	
  ou	
  perante	
  o	
  Senado	
  Federal,	
  nos	
  
crimes	
  de	
  responsabilidade.	
  

	
  
IV-­‐ 	
  O	
  Presidente	
   ficará	
   suspenso	
  de	
   suas	
   funções	
  nas	
   infrações	
  penais	
   comuns,	
   se	
  
recebida	
   a	
   denúncia	
   ou	
   queixa-­‐crime	
   pelo	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal,	
   estando	
  
sujeito	
  à	
  prisão	
  apenas	
  com	
  o	
  trânsito	
  em	
  julgado	
  da	
  sentença	
  condenatória.	
  
(A) Apenas	
  as	
  alternativas	
  I	
  e	
  IV	
  estão	
  incorretas.	
  
(B) Todas	
  as	
  alternativas	
  estão	
  corretas.	
  
(C) Todas	
  as	
  alternativas	
  estão	
  incorretas.	
  
(D) Apenas	
  a	
  alternativa	
  I	
  está	
  incorreta.	
  
	
  
	
  
8) (Analista	
   Judiciário	
   TRF	
   2ª	
   Região	
   –	
   2012)	
   Raimundo,	
   Presidente	
   da	
   República,	
   está	
  
sendo	
   acusado	
   pela	
   prática	
   de	
   homicídio	
   doloso	
   em	
   face	
   de	
   sua	
   ex-­‐esposa	
   Bárbara.	
  
Admitida	
  a	
  acusação	
  contra	
  o	
  Raimundo,	
  por	
  	
  
(A) dois	
   terços	
   da	
   Câmara	
   dos	
   Deputados,	
   será	
   elesubmetido	
   a	
   julgamento	
   perante	
   o	
  
Supremo	
  Tribunal	
  Federal.	
  
(B) dois	
   terços	
   da	
   Câmara	
   dos	
   Deputados,	
   será	
   ele	
   submetido	
   a	
   julgamento	
   perante	
   o	
  
Congresso	
  Nacional.	
  
(C) um	
   terço	
   da	
   Câmara	
   dos	
   Deputados,	
   será	
   ele	
   submetido	
   a	
   julgamento	
   perante	
   o	
  
Supremo	
  Tribunal	
  Federal.	
  
(D) dois	
   terços	
  do	
   Senado	
   Federal,	
   será	
   ele	
   submetido	
   a	
   julgamento	
  perante	
  o	
  Congresso	
  
Nacional.	
  
(E) um	
   terço	
   do	
   Senado	
   Federal,	
   será	
   ele	
   submetido	
   a	
   julgamento	
   perante	
   o	
   Supremo	
  
Tribunal	
  Federal.	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  97	
  
9) (Analista	
  Judiciário	
  –	
  TRE/CE	
  –	
  2012)	
  	
  Atos	
  do	
  Presidente	
  da	
  República	
  que	
  contrariem	
  
a	
   probidade	
   na	
   administração	
   e	
   o	
   descumprimento	
   das	
   decisões	
   judiciais,	
   dentre	
  
outros,	
  são	
  considerados	
  	
  
(A) respectivamente	
  crimes	
  de	
  responsabilidade	
  e	
  infrações	
  penais	
  comuns.	
  
(B) infrações	
  penais	
  comuns,	
  apenas.	
  
(C) respectivamente	
  infrações	
  penais	
  comuns	
  e	
  crimes	
  de	
  responsabilidade.	
  
(D) crimes	
  de	
  responsabilidade,	
  apenas.	
  
(E) infrações	
  penais	
  comuns	
  e	
  crimes	
  políticos.	
  
	
  
10)	
   (TFC	
   –	
   2008)	
   Sobre	
   a	
   responsabilização	
   do	
   Presidente	
   da	
   República	
   é	
   correto	
   afirmar,	
  
EXCETO:	
  
(A) Enquanto	
   não	
   sobrevier	
   sentença	
   condenatória,	
   nas	
   infrações	
   comuns,	
   o	
   Presidente	
   da	
  
República	
  não	
  estará	
  sujeito	
  à	
  prisão.	
  
(B) O	
  Presidente	
  ficará	
  suspenso	
  de	
  suas	
  funções	
  nas	
  infrações	
  penais	
  comuns,	
  se	
  recebida	
  a	
  
denúncia	
  ou	
  queixa-­‐crime	
  pelo	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal.	
  
(C) O	
   Presidente	
   ficará	
   suspenso	
   de	
   suas	
   funções	
   nos	
   crimes	
   de	
   responsabilidade,	
   após	
   a	
  
instauração	
  do	
  processo	
  pelo	
  Senado	
  Federal.	
  
(D) Se,	
  decorrido	
  o	
  prazo	
  de	
  trezentos	
  e	
  sessenta	
  e	
  cinco	
  dias,	
  o	
  julgamento	
  do	
  Presidente	
  não	
  
tiver	
  sido	
  concluído,	
  cessará	
  o	
  seu	
  afastamento,	
  sem	
  prejuízo	
  do	
  regular	
  prosseguimento	
  
do	
  processo.	
  
(E) O	
  Presidente	
  da	
  República,	
  na	
  vigência	
  de	
  seu	
  mandato,	
  não	
  pode	
  ser	
  responsabilizado	
  por	
  
atos	
  estranhos	
  ao	
  exercício	
  de	
  suas	
  funções.	
  
	
  
	
  
	
  
GABARITO	
  
1	
   A	
   6	
   B	
  
2	
   D	
   7	
   D	
  
3	
   D	
   8	
   A	
  
4	
   D	
   9	
   D	
  
5	
   B	
   10	
   D	
  
	
  
	
   	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  98	
  
Capítulo	
  11	
  
PODER	
  JUDICIÁRIO	
  
	
  
Nos	
  termos	
  do	
  art.	
  92,	
  são	
  órgãos	
  do	
  Poder	
  Judiciário:	
  
I	
  -­‐	
  o	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal;	
  
I-­‐A	
  o	
  Conselho	
  Nacional	
  de	
  Justiça;	
  	
  
II	
  -­‐	
  o	
  Superior	
  Tribunal	
  de	
  Justiça;	
  
III	
  -­‐	
  os	
  Tribunais	
  Regionais	
  Federais	
  e	
  Juízes	
  Federais;	
  
IV	
  -­‐	
  os	
  Tribunais	
  e	
  Juízes	
  do	
  Trabalho;	
  
V	
  -­‐	
  os	
  Tribunais	
  e	
  Juízes	
  Eleitorais;	
  
VI	
  -­‐	
  os	
  Tribunais	
  e	
  Juízes	
  Militares;	
  
VII	
  -­‐	
  os	
  Tribunais	
  e	
  Juízes	
  dos	
  Estados	
  e	
  do	
  Distrito	
  Federal	
  e	
  Territórios.	
  
	
  
Todavia,	
   não	
   se	
   infira	
   que	
   o	
   art.	
   92	
   tenha	
   listado	
   todos	
   os	
   órgãos	
   do	
   Poder	
  
Judiciário,	
  pela	
  simples	
  razão	
  de	
  que	
  o	
  rol	
  desse	
  artigo	
  nunca	
  teve	
  a	
  pretensão	
  de	
  ser	
  
exaustivo,	
  mas	
  meramente	
  exemplificativo	
  (MOTA,	
  2008).	
  
Assim,	
   outros	
   órgãos	
   que	
   indiscutivelmente	
   integram	
   o	
   Poder	
   Judiciário	
  
brasileiro,	
   de	
   igual	
   forma,	
   não	
   foram	
   listados	
   no	
   art.	
   92:	
   Tribunal	
   do	
   Júri	
   (art.	
   5.º,	
  
XXXVIII),	
  Juizados	
  Especiais	
  (art.	
  98,	
  I),	
  Justiça	
  de	
  Paz	
  (art.	
  98,	
  II)	
  e	
  Juntas	
  Eleitorais	
  (art.	
  
118).	
  
	
  
11.1	
  A	
  instituição	
  do	
  Conselho	
  Nacional	
  de	
  Justiça	
  -­‐	
  Emenda	
  Constitucional	
  n.º	
  45/04	
  
Com	
  o	
  advento	
  da	
  Emenda	
  Constitucional	
  n.º	
  45/04,	
   foi	
   instituído	
  o	
  Conselho	
  
Nacional	
   de	
   Justiça,	
   nos	
   termos	
   do	
   art.	
   103-­‐B,	
   §	
   4.º,	
   da	
   Constituição	
   Federal,	
   que	
  
exerceria	
  a	
  função	
  de	
  controle	
  externo	
  das	
  atividades	
  do	
  Poder	
  Judiciário.	
  
Anote-­‐se,	
   inicialmente,	
   que	
   é	
   duvidosa	
   a	
   alçada	
   desse	
   órgão	
   como	
   “controle	
  
externo”,	
  na	
  medida	
  em	
  que	
   se	
  encontra	
   integrado	
  na	
  estrutura	
  do	
  Poder	
   Judiciário	
  
(art.	
  92,	
  I-­‐A).	
  
Ademais,	
  as	
  funções	
  do	
  Conselho	
  são	
  tipicamente	
  administrativas,	
  mesmo	
  que,	
  
em	
   alguns	
   casos,	
   assumam	
   semelhança	
   com	
   atividades	
   judicantes,	
   com	
   esclarece	
  
abalizada	
   doutrina	
   (GRAMSTRUMP,	
   2005).	
   	
   Outra	
   situação	
   que,	
   evidentemente,	
  
conduz	
   à	
   natureza	
   puramente	
   administrativa	
   do	
   Conselho	
  Nacional	
   de	
   Justiça	
   é	
   que	
  
suas	
   decisões	
   não	
   fazem	
   coisa	
   julgada,	
   podendo	
   ser,	
   inclusive,	
   objeto	
   de	
   controle	
  
jurisdicional,	
  conforme	
  prescreve	
  o	
  art.	
  102,	
  I,	
  r,	
  da	
  CF/88.	
  
Em	
  que	
  pese	
   toda	
  a	
   controvérsia	
  gerada	
  pela	
   implantação	
  do	
  órgão,	
  assumiu	
  
relevo	
  a	
  discussão	
  sobre	
  a	
  possível	
  violação	
  do	
  art.	
  2.º	
  da	
  Constituição	
  Federal,	
  	
  dada	
  a	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  99	
  
natureza	
  híbrida	
  de	
  sua	
  composição	
  e	
  pelo	
  fato	
  de	
  que	
  a	
  nomeação	
  dos	
  integrantes	
  é	
  
realizada	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República.	
  	
  
Com	
  esse	
  argumento,	
  acrescido	
  de	
  que	
  o	
  Conselho	
  Nacional	
  de	
  Justiça	
  também	
  
viola	
  o	
   “pacto	
   federativo”,	
   pois	
   impõe	
  uma	
   subordinação	
  hierárquica	
   administrativa,	
  
orçamentária,	
   financeira	
   e	
   disciplinar	
   ao	
   Poder	
   Judiciário	
   dos	
   Estados,	
   compeliu	
   a	
  
Associação	
   dos	
   Magistrados	
   Brasileiros	
   impetrar	
   com	
   Ação	
   Direta	
   de	
  
Inconstitucionalidade	
   (ADI	
   3367),	
   para	
   que	
   se	
   reconheça	
   a	
   inconstitucionalidade	
   do	
  
órgão	
  de	
  “controle	
  externo”.	
  
O	
   STF	
   (ADI	
   3367),	
   por	
   sua	
   vez,	
  por	
  maioria,	
   com	
   votos	
   vencidos	
   do	
  Ministro	
  
Marco	
  Aurélio,	
  que	
  julgava	
  a	
  ação	
  integralmente	
  procedente;	
  da	
  Ministra	
  Ellen	
  Gracie	
  
e	
   do	
   Ministro	
   Carlos	
   Velloso,	
   que	
   julgavam	
   parcialmente	
   procedente	
   a	
   açãopara	
  
declarar	
   a	
   inconstitucionalidade	
   dos	
   incisos	
   X,	
   XI,	
   XII	
   e	
   XIII	
   do	
   artigo	
   103-­‐B,	
  
acrescentado	
  pela	
  emenda	
  constitucional	
  referida;	
  e	
  do	
  Ministro	
  Sepúlveda	
  Pertence,	
  
que	
   a	
   julgava	
   procedente,	
   em	
   menor	
   extensão,	
   	
   decidiu,	
   no	
   mérito,	
   	
   pela	
  
constitucionalidade	
  do	
  Conselho,	
  aduzindo	
  que	
  a	
  EC	
  45/04	
  não	
  afetou	
  a	
  subsistência	
  
do	
  núcleo	
  político	
  do	
  princípio	
  da	
  separação	
  dos	
  poderes,	
  pois	
  houve	
  preservação	
  da	
  
função	
   jurisdicional,	
   típica	
   do	
   Judiciário,	
   e	
   das	
   condições	
  materiais	
   do	
   seu	
   exercício	
  
imparcial	
  e	
  independente.	
  Entendeu	
  a	
  Corte	
  Suprema,	
  ainda,	
  que	
  a	
  Súmula	
  649	
  do	
  STF	
  
não	
  seria	
  aplicável	
  ao	
  caso.	
  
	
  
11.2 Competências	
  para	
  julgamentos	
  previstas	
  na	
  Constituição	
  Federal	
  
Nos	
  termos	
  da	
  Constituição,	
  existem	
  autoridades	
  com	
  garantia	
  de	
   julgamento	
  
em	
  Órgãos	
  alheios	
  à	
  estrutura	
  do	
  Poder	
  Judiciário	
  e,	
  outras,	
  fazem	
  jus	
  ao	
  denominado	
  
“foro	
  privilegiado”.	
  	
  
Essa	
  garantia	
  de	
  julgamento	
  em	
  órgãos	
  diversos	
  da	
  “Justiça	
  comum”	
  insere-­‐se	
  
no	
  âmbito	
  das	
  imunidades	
  constitucionais,	
  cujo	
  objetivo	
  é	
  assegurar	
  a	
  independência	
  
em	
   relação	
   aos	
   demais	
   Poderes	
   da	
   República,	
   permitindo	
   a	
   plena	
   atuação	
   da	
  
autoridade,	
   impedindo	
  constranger	
  o	
  pleno	
  desenvolvimento	
  de	
  suas	
  atribuições	
  por	
  
qualquer	
  sorte	
  de	
  ameaças,	
  inclusive	
  quanto	
  a	
  processos	
  judiciais	
  que	
  poderiam	
  ser	
  de	
  
motivação	
  puramente	
  política.	
  
Assim,	
   o	
   Juiz	
   Natural,	
   para	
   essas	
   autoridades,	
   é	
   aquele	
   originariamente	
  
determinado	
  pela	
  própria	
  Constituição.	
  Exemplificativamente,	
  apresentam-­‐se	
  algumas	
  
competências:	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  100	
  
	
  
	
  
AUTORIDADE	
   ESPÉCIE	
  DE	
  INFRAÇÃO	
  
PREVISÃO	
  
CONSTITUCIONAL	
   JUIZ	
  NATURAL	
  PARA	
  JULGAMENTO	
  
Presidente	
  da	
  República	
  
Crime	
  comum	
   Art.	
  102,	
  I,	
  b	
   STF	
  
Crime	
  de	
  
responsabilidade	
  
Art.	
  52,	
  I	
  	
   Senado	
  Federal	
  
Vice-­‐Presidente	
  
Crime	
  comum	
   Art.	
  102,	
  I,	
  b	
   STF	
  
Crime	
  de	
  
responsabilidade	
  
Art.	
  52,	
  I	
   Senado	
  Federal	
  
Ministros	
  de	
  Estado	
  
Crime	
  comum	
   Art.	
  102,	
  I,	
  c	
   STF	
  
Crime	
  de	
  
responsabilidade	
  
conexo	
  
Art.	
  52,	
  I	
   Senado	
  Federal	
  
Crime	
  de	
  
responsabilidade	
  
não	
  conexo	
  
Art.	
  102,	
  I,	
  c	
   STF	
  
Ministros	
  do	
  STF	
  
Crime	
  comum	
   Art.102,	
  I,	
  b	
   STF	
  
Crime	
  de	
  
responsabilidade	
   Art.	
  52,	
  II	
   Senado	
  Federal	
  
Procurador-­‐Geral	
  da	
  
República	
  
Crime	
  comum	
   Art.	
  102,	
  I,	
  b	
   STF	
  
Crime	
  de	
  
responsabilidade	
   Art.	
  52,	
  II	
   Senado	
  Federal	
  
Membros	
  do	
  CNJ	
  e	
  CNMP	
  
Crime	
  comum	
   De	
  acordo	
  com	
  a	
  cargo	
  de	
  origem	
  
Crime	
  de	
  
responsabilidade	
   Art.	
  52,	
  II	
   Senado	
  Federal	
  
Advogado-­‐Geral	
  da	
  União	
  
Crime	
  comum	
   Art.	
  102,	
  I,	
  b	
   STF	
  
Crime	
  de	
  
responsabilidade	
   Art.	
  52,	
  II	
   Senado	
  Federal	
  
Governador	
  de	
  Estado	
  
Crime	
  comum	
   Art.105,	
  I,	
  a	
   STJ	
  
Crime	
  de	
  
responsabilidade	
   De	
  acordo	
  com	
  a	
  Constituição	
  Estadual	
  
Desembargadores	
  Federais	
  e	
  
Estaduais	
  
Crime	
  comum	
   Art.	
  105,	
  I,	
  a	
   STJ	
  
Crime	
  de	
  
responsabilidade	
  
Art.	
  105,	
  I,	
  a	
   STJ	
  
	
  
	
  
11.3 Principais	
  inovações	
  trazidas	
  pela	
  Emenda	
  Constitucional	
  n.º	
  45/04	
  (Reforma	
  
do	
  Judiciário)	
  
A	
   estrutura	
   e	
   o	
   funcionamento	
   do	
   Poder	
   Judiciário	
   sofreram	
   sensível	
  	
  
modificação	
  através	
  da	
  Emenda	
  Constitucional	
  n.º	
  45,	
  publicada	
  em	
  31	
  de	
  dezembro	
  
de	
  2004.	
  	
  Alguns	
  dos	
  pontos	
  alterados	
  dizem	
  respeito	
  à:	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  101	
  
a) inclusão	
  do	
  Princípio	
  da	
  celeridade	
  processual	
  (art.	
  5.º,	
  LXXVIII);	
  
b) previsão	
   de	
   que	
   tratados	
   de	
   Direitos	
   Humanos	
   podem	
   ser	
   equiparados	
   às	
   emendas	
  
constitucionais	
  (art.	
  5.º,	
  §	
  3.º);	
  
c) reconhecimento	
  da	
  jurisdição	
  do	
  Tribunal	
  Penal	
  Internacional	
  (art.	
  5.º,	
  §	
  4.º);	
  
d) instituição	
   do	
   Conselho	
  Nacional	
   de	
   Justiça	
   (art.	
   92,	
   I-­‐A)	
   e	
   do	
   Conselho	
  Nacional	
   do	
  
Ministério	
  Público	
  (art.	
  130-­‐A);	
  
e) exigência	
  de	
  três	
  anos	
  de	
  atividade	
  jurídica	
  para	
   ingresso	
  na	
  carreira	
  da	
  magistratura	
  
(art.	
  93,	
  I)	
  e	
  do	
  ministério	
  público	
  (art.	
  129,	
  §	
  3.º);	
  
f) previsão	
   de	
   cursos	
   oficiais	
   de	
   preparação,	
   aperfeiçoamento	
   e	
   promoção	
   de	
  
magistrados	
  (art.	
  93,	
  IV);	
  
g) obrigatoriedade	
  de	
  o	
  juiz	
  titular	
  residir	
  na	
  respectiva	
  comarca	
  (art.	
  93,	
  VII);	
  
h) extinção	
  dos	
  Tribunais	
  de	
  Alçada	
  (art.	
  4.º	
  da	
  EC	
  45/04);	
  
i) previsão	
  de	
  “quarentena”	
  para	
  os	
  juízes	
  aposentados	
  (art.	
  95,	
  parágrafo	
  único,	
  V);	
  
j) criação	
  de	
  Justiça	
  itinerante,	
  no	
  âmbito	
  da	
  Justiça	
  Federal	
  (art.	
  107,	
  	
  §	
  2.º),	
  da	
  Justiça	
  
do	
  Trabalho	
  (art.	
  115,	
  §	
  1.º)	
  e	
  da	
  Justiça	
  Estadual	
  (art.	
  125,	
  §	
  7.º);	
  
k) permissão	
   para	
   que	
   os	
   Tribunais	
   Regionais	
   Federais	
   (art.	
   107,	
   §	
   3.º),	
   os	
   Tribunais	
  
Regionais	
  do	
  Trabalho	
  (art.	
  115,	
  §	
  2.º)	
  e	
  os	
  Tribunais	
  de	
  Justiça	
  (art.	
  125,	
  §	
  6.º),	
  possam	
  
atuar	
  descentralizadamente	
  por	
  meio	
  de	
  Câmaras	
  Regionais.	
  
	
  
11.4 A	
  regra	
  do	
  “Quinto	
  Constitucional”	
  (art.	
  94	
  da	
  CF/88)	
  
	
   Determina	
  a	
  Constituição	
  que	
  1/5	
  da	
  composição	
  total	
  dos	
  Tribunais	
  Regionais	
  
Federais	
   e	
   dos	
   Tribunais	
   de	
   Justiça	
   dos	
   Estados,	
   Distrito	
   Federal	
   e	
   Territórios	
   seja	
  
preenchida	
  por	
  membros	
  do	
  Ministério	
  Público	
  com	
  mais	
  de	
  dez	
  anos	
  de	
  carreira	
  e	
  por	
  
advogados	
   com	
   notório	
   saber	
   jurídico,	
   reputação,	
   com	
  mais	
   de	
   dez	
   anos	
   de	
   efetiva	
  
atividade	
  profissional.	
  O	
  método	
  de	
  escolha	
  é	
  o	
  seguinte:	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
   Além	
  dos	
  TRF	
  e	
  dos	
  Tribunais	
  de	
  Justiça,	
  como	
  expressamente	
  prevê	
  o	
  art.	
  94	
  
da	
  CF/88,	
  com	
  o	
  advento	
  da	
  Reforma	
  do	
  Poder	
   Judiciário	
   (EC	
  n.º	
  45/04),	
   também	
  os	
  
Tribunais	
  do	
  Trabalho	
  (STF,	
  ADI	
  3490)	
  (art.	
  111-­‐A	
  e	
  art.	
  115,	
  I),passaram	
  a	
  ter	
  	
  1/5	
  de	
  
sua	
  composição	
  originária	
  da	
  advocacia	
  e	
  do	
  Ministério	
  Público.	
  
	
   	
  
Lista sêxtupla dos 
órgãos de 
representação de 
classe 
Lista tríplice por 
escolha do 
Tribunal que tem a 
vaga a preencher 
Presidente da 
República ou 
Governador de 
Estado para 
escolha do nome 
que ocupará a 
vaga 
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  102	
  
	
   Lembre,	
  ainda,	
  que	
  1/3	
  da	
  composição	
  do	
  Superior	
  Tribunal	
  de	
   Justiça	
   (art.	
  
104,	
   parágrafo	
   único,	
   II),	
   será	
   composta	
   por	
   advogados	
   e	
   membros	
   do	
   Ministério	
  
Público,	
  indicados	
  na	
  forma	
  do	
  art.	
  94.	
  
	
  
11.5	
  Acesso	
  aos	
  cargos	
  da	
  magistratura	
  e	
  regras	
  de	
  promoção	
  
Dispõe	
  o	
  art.	
  93,	
  I,	
  	
  da	
  CF/88,	
  que	
  o	
  ingresso	
  na	
  carreira,	
  cujo	
  cargo	
  inicial	
  será	
  o	
  
de	
   juiz	
  substituto,	
  mediante	
  concurso	
  público	
  de	
  provas	
  e	
  títulos,	
  com	
  a	
  participação	
  
da	
   Ordem	
   dos	
   Advogados	
   do	
   Brasil	
   em	
   todas	
   as	
   fases,	
   exigindo-­‐se	
   do	
   bacharel	
   em	
  
direito,	
  no	
  mínimo,	
  três	
  anos	
  de	
  atividade	
  jurídica	
  e	
  obedecendo-­‐se,	
  nas	
  nomeações,	
  
à	
  ordem	
  de	
  classificação.	
  
Ressalte-­‐se	
   que	
   a	
   questão	
   da	
   exigência	
   de	
   três	
   anos	
   de	
   atividade	
   jurídica	
   foi	
  
disciplinada	
  pela	
  Resolução	
  nº	
  75/2009,	
  do	
  Conselho	
  Nacional	
  de	
  Justiça:	
  
Art.	
  59.	
  Considera-­‐se	
  atividade	
  jurídica,	
  para	
  os	
  efeitos	
  do	
  art.	
  58,	
  §	
  1º,	
  alínea	
  “i”:	
  	
  
I	
  –	
  aquela	
  exercida	
  com	
  exclusividade	
  por	
  bacharel	
  em	
  Direito;	
  
II	
   –	
   o	
   efetivo	
   exercício	
   de	
   advocacia,	
   inclusive	
   voluntária,	
   mediante	
   a	
  
participação	
   anual	
   mínima	
   em	
   5	
   (cinco)	
   atos	
   privativos	
   de	
   advogado	
   (Lei	
   no	
  
8.906,	
  4	
  de	
  julho	
  de	
  1994,	
  art.	
  1o)	
  em	
  causas	
  ou	
  questões	
  distintas;	
  	
  
III	
   –	
   o	
   exercício	
   de	
   cargos,	
   empregos	
   ou	
   funções,	
   inclusive	
   de	
   magistério	
  
superior,	
  que	
  exija	
  a	
  utilização	
  preponderante	
  de	
  conhecimento	
  jurídico;	
  
IV	
   –	
   o	
   exercício	
   da	
   função	
   de	
   conciliador	
   junto	
   a	
   tribunais	
   judiciais,	
   juizados	
  
especiais,	
  varas	
  especiais,	
  anexos	
  de	
  juizados	
  especiais	
  ou	
  de	
  varas	
  judiciais,	
  no	
  
mínimo	
  por	
  16	
  (dezesseis)	
  horas	
  mensais	
  e	
  durante	
  1	
  (um)	
  ano;	
  
V	
   –	
   o	
   exercício	
  da	
   atividade	
  de	
  mediação	
  ou	
  de	
   arbitragem	
  na	
   composição	
  de	
  
litígios.	
  
§	
  1º	
  -­‐	
   	
  É	
  vedada,	
  para	
  efeito	
  de	
  comprovação	
  de	
  atividade	
  jurídica,	
  a	
  contagem	
  
do	
  estágio	
  acadêmico	
  ou	
  qualquer	
  outra	
  atividade	
  anterior	
  à	
  obtenção	
  do	
  grau	
  
de	
  bacharel	
  em	
  Direito.	
  	
  
§	
   2º	
   -­‐	
   A	
   comprovação	
   do	
   tempo	
   de	
   atividade	
   jurídica	
   relativamente	
   a	
   cargos,	
  
empregos	
   ou	
   funções	
   não	
   privativos	
   de	
   bacharel	
   em	
   Direito	
   será	
   realizada	
  
mediante	
  certidão	
  circunstanciada,	
  expedida	
  pelo	
  órgão	
  competente,	
  indicando	
  
as	
  respectivas	
  atribuições	
  e	
  a	
  prática	
  reiterada	
  de	
  atos	
  que	
  exijam	
  a	
  utilização	
  
preponderante	
  de	
  conhecimento	
  jurídico,	
  cabendo	
  à	
  Comissão	
  de	
  Concurso,	
  em	
  
decisão	
  fundamentada,	
  analisar	
  a	
  validade	
  do	
  documento.	
  
	
  
Relativamente	
   à	
   promoção	
   dos	
   magistrados,	
   está	
   se	
   dará	
   de	
   entrância	
   para	
  
entrância,	
  alternadamente,	
  por	
  antigüidade	
  e	
  merecimento,	
  nos	
  termos	
  do	
  art.	
  93,	
  II,	
  
da	
  a	
  CF/88,	
  o	
  qual	
  estabeleceu	
  uma	
  série	
  de	
  normas	
  a	
  saber:	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  103	
  
a. é	
  obrigatória	
  a	
  promoção	
  do	
  juiz	
  que	
  figure	
  por	
  três	
  vezes	
  consecutivas	
  
ou	
  cinco	
  alternadas	
  em	
  lista	
  de	
  merecimento;	
  
b. a	
   promoção	
   por	
   merecimento	
   pressupõe	
   dois	
   anos	
   de	
   exercício	
   na	
  
respectiva	
  entrância	
  e	
  integrar	
  o	
  juiz	
  a	
  primeira	
  quinta	
  parte	
  da	
  lista	
  de	
  
antigüidade	
  desta,	
  salvo	
  se	
  não	
  houver	
  com	
  tais	
  requisitos	
  quem	
  aceite	
  
o	
  lugar	
  vago;	
  
c. aferição	
   do	
   merecimento	
   conforme	
   o	
   desempenho	
   e	
   pelos	
   critérios	
  
objetivos	
  de	
  produtividade	
  e	
  presteza	
  no	
  exercício	
  da	
   jurisdição	
  e	
  pela	
  
freqüência	
   e	
   aproveitamento	
   em	
   cursos	
   oficiais	
   ou	
   reconhecidos	
   de	
  
aperfeiçoamento;	
  	
  
d. na	
  apuração	
  de	
  antigüidade,	
  o	
   tribunal	
   somente	
  poderá	
   recusar	
  o	
   juiz	
  
mais	
  antigo	
  pelo	
  voto	
  fundamentado	
  de	
  dois	
  terços	
  de	
  seus	
  membros,	
  
conforme	
  procedimento	
  próprio,	
  e	
  assegurada	
  ampla	
  defesa,	
  repetindo-­‐
se	
  a	
  votação	
  até	
  fixar-­‐se	
  a	
  indicação;	
  	
  
e. não	
  será	
  promovido	
  o	
  juiz	
  que,	
  injustificadamente,	
  retiver	
  autos	
  em	
  seu	
  
poder	
  além	
  do	
  prazo	
  legal,	
  não	
  podendo	
  devolvê-­‐los	
  ao	
  cartório	
  sem	
  o	
  
devido	
  despacho	
  ou	
  decisão;	
  	
  
	
  
	
  
11.6	
  	
  Garantias	
  de	
  independência	
  do	
  Poder	
  Judiciário	
  
Ensina	
   Alexandre	
   de	
   Moraes	
   (2008,	
   p.	
   499),	
   que	
   ao	
   Poder	
   Judiciário	
   foram	
  
destinadas	
   garantias	
   institucionais,	
   pois	
   dizem	
   respeito	
   à	
   instituição	
   como	
   um	
   todo,	
  
assegurando	
  a	
   independência	
  do	
  Poder	
   Judiciário	
  no	
   relacionamento	
  com	
  os	
  demais	
  
Poderes.	
  	
  Essas	
  garantias	
  seriam	
  a	
  liberdade	
  de	
  escolha	
  dos	
  dirigentes	
  dos	
  Tribunais	
  
(art.	
  96)	
  e	
  a	
  autonomia	
  funcional,	
  administrativa	
  e	
  financeira	
  (art.	
  99):	
  
	
  
Art.	
  96.	
  Compete	
  privativamente:	
  
I	
  -­‐	
  aos	
  tribunais:	
  
c) eleger	
  seus	
  órgãos	
  diretivos	
  e	
  elaborar	
  seus	
  regimentos	
  internos,	
  
com	
  observância	
  das	
  normas	
  de	
  processo	
  e	
  das	
  garantias	
  processuais	
  
das	
   partes,	
   dispondo	
   sobre	
   a	
   competência	
   e	
   o	
   funcionamento	
   dos	
  
respectivos	
  órgãos	
  jurisdicionais	
  e	
  administrativos;	
  
(...)	
  
	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  104	
  
Art.	
   99.	
   Ao	
   Poder	
   Judiciário	
   é	
   assegurada	
  autonomia	
   administrativa	
   e	
  
financeira.	
  
§	
   1º	
   -­‐	
   Os	
   tribunais	
   elaborarão	
   suas	
   propostas	
   orçamentárias	
   dentro	
   dos	
  
limites	
   estipulados	
   conjuntamente	
   com	
   os	
   demais	
   Poderes	
   na	
   lei	
   de	
  
diretrizes	
  orçamentárias.	
  
§	
   2º-­‐	
   O	
   encaminhamento	
   da	
   proposta,	
   ouvidos	
   os	
   outros	
   tribunais	
  
interessados,	
  compete:	
  
I	
  -­‐	
  no	
  âmbito	
  da	
  União,	
  aos	
  Presidentes	
  do	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal	
  e	
  dos	
  
Tribunais	
  Superiores,	
  com	
  a	
  aprovação	
  dos	
  respectivos	
  tribunais;	
  
II	
   -­‐	
   no	
   âmbito	
   dos	
   Estados	
   e	
   no	
   do	
   Distrito	
   Federal	
   e	
   Territórios,	
   aos	
  
Presidentes	
   dos	
   Tribunais	
   de	
   Justiça,	
   com	
   a	
   aprovação	
   dos	
   respectivos	
  
tribunais.	
  
§	
   3º	
   -­‐	
   Se	
   os	
   órgãos	
   referidos	
   no	
   §	
   2º	
   não	
   encaminharem	
   as	
   respectivas	
  
propostas	
  orçamentárias	
  dentro	
  do	
  prazo	
  estabelecido	
  na	
  lei	
  de	
  diretrizes	
  
orçamentárias,	
   o	
   Poder	
   Executivo	
   considerará,	
   para	
   fins	
   de	
   consolidação	
  
da	
  proposta	
  orçamentária	
  anual,	
  os	
  valores	
  aprovados	
  na	
  lei	
  orçamentária	
  
vigente,	
  ajustados	
  de	
  acordo	
  com	
  os	
   limites	
  estipulados	
  na	
  forma	
  do	
  §	
  1º	
  
deste	
  artigo.	
  	
  
§	
   4º	
   -­‐	
   Se	
   as	
   propostas	
   orçamentárias	
   de	
   que	
   trata	
   este	
   artigo	
   forem	
  
encaminhadas	
  em	
  desacordo	
  com	
  os	
  limites	
  estipulados	
  na	
  forma	
  do	
  §	
  1º,	
  
o	
   Poder	
   Executivo	
   procederá	
   aos	
   ajustes	
   necessários	
   para	
   fins	
   de	
  
consolidação	
  da	
  proposta	
  orçamentária	
  anual.	
  	
  
§	
  5º	
  -­‐	
  Durante	
  a	
  execução	
  orçamentária	
  do	
  exercício,	
  não	
  poderá	
  haver	
  a	
  
realização	
   de	
   despesas	
   ou	
   a	
   assunção	
   de	
   obrigações	
   que	
   extrapolem	
   os	
  
limites	
   estabelecidos	
   na	
   lei	
   de	
   diretrizes	
   orçamentárias,	
   exceto	
   se	
  
previamente	
  autorizadas,	
  mediante	
  a	
  abertura	
  de	
  créditos	
  suplementares	
  
ou	
  especiais.	
  	
  
	
  
	
  
11.4 Garantias	
  dos	
  membros	
  do	
  Poder	
  Judiciário	
  
	
  
11.4.1 Garantias	
  de	
  liberdade	
  (art.	
  95)	
  
	
  
Os	
  juízes	
  gozam	
  das	
  seguintes	
  garantias:	
  
I	
   -­‐	
   vitaliciedade,	
   que,	
   no	
   primeiro	
   grau,	
   só	
   será	
   adquirida	
   após	
   dois	
   anos	
   de	
  
exercício,	
   dependendo	
   a	
   perda	
   do	
   cargo,	
   nesse	
   período,	
   de	
   deliberação	
   do	
  
tribunal	
  a	
  que	
  o	
  juiz	
  estiver	
  vinculado,	
  e,	
  nos	
  demais	
  casos,	
  de	
  sentença	
  judicial	
  
transitada	
  em	
  julgado;	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  105	
  
II	
  -­‐	
  inamovibilidade,	
  salvo	
  por	
  motivo	
  de	
  interesse	
  público,	
  na	
  forma	
  do	
  art.	
  93,	
  
VIII;	
  
III	
  -­‐	
  irredutibilidade	
  de	
  subsídio,	
  ressalvado	
  o	
  disposto	
  nos	
  arts.	
  37,	
  X	
  e	
  XI,	
  39,	
  §	
  
4º,	
  150,	
  II,	
  153,	
  III,	
  e	
  153,	
  §	
  2º,	
  I.	
  	
  
	
  
	
   	
  
11.7.2	
  	
  Garantias	
  de	
  imparcialidade	
  (art.	
  95,	
  parágrafo	
  único)	
  
	
  
Aos	
  juízes	
  é	
  vedado:	
  
I	
  -­‐	
  exercer,	
  ainda	
  que	
  em	
  disponibilidade,	
  outro	
  cargo	
  ou	
  função,	
  salvo	
  uma	
  de	
  
magistério;	
  
II	
  -­‐	
  receber,	
  a	
  qualquer	
  título	
  ou	
  pretexto,	
  custas	
  ou	
  participação	
  em	
  processo;	
  
III	
  -­‐	
  dedicar-­‐se	
  à	
  atividade	
  político-­‐partidária.	
  
IV	
  -­‐	
  receber,	
  a	
  qualquer	
  título	
  ou	
  pretexto,	
  auxílios	
  ou	
  contribuições	
  de	
  pessoas	
  
físicas,	
  entidades	
  públicas	
  ou	
  privadas,	
  ressalvadas	
  as	
  exceções	
  previstas	
  em	
  lei;	
  	
  
V	
   -­‐	
   exercer	
   a	
   advocacia	
   no	
   juízo	
   ou	
   tribunal	
   do	
   qual	
   se	
   afastou,	
   antes	
   de	
  
decorridos	
   três	
   anos	
   do	
   afastamento	
   do	
   cargo	
   por	
   aposentadoria	
   ou	
  
exoneração.	
  	
  
	
   	
  
	
  
11.8	
  	
  Estrutura	
  dos	
  Tribunais	
  do	
  Poder	
  Judiciário	
  (nos	
  limites	
  do	
  Edital	
  nº	
  01/2010)	
  
	
  
	
  
	
  
SUPREMO	
  TRIBUNAL	
  FEDERAL	
  
	
  
	
  
Previsão	
  constitucional	
  
	
  
Art.	
  101	
  
	
  
N.º	
  de	
  integrantes	
  
	
  
Onze	
  Ministros	
  
	
  
Requisitos	
  para	
  o	
  cargo	
  
	
  
Idade	
  entre	
  35	
  e	
  65	
  anos	
  
Brasileiro	
  nato	
  
Gozo	
  dos	
  direitos	
  políticos	
  (MORAES,	
  2008)	
  
Notável	
  saber	
  jurídico	
  e	
  reputação	
  ilibada	
  
Aprovação	
  por	
  maioria	
  absoluta	
  do	
  Senado	
  Federal	
  
	
  
	
  
Origem	
  dos	
  integrantes	
  
	
  
Livre	
  nomeação	
  do	
  Presidente	
  da	
  República	
  
	
  
	
  
Competências	
  
	
  
Art.	
  102	
  
	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  106	
  
	
  
	
  
SUPERIOR	
  TRIBUNAL	
  DE	
  JUSTIÇA	
  
	
  
Previsão	
  constitucional	
   Art.	
  104	
  
	
  
N.º	
  de	
  integrantes	
   No	
  mínimo,	
  33	
  Ministros	
  
	
  
Requisitos	
  para	
  o	
  cargo	
  
	
  
Idade	
  entre	
  35	
  e	
  65	
  anos	
  
Brasileiro	
  nato	
  ou	
  naturalizado	
  
Notável	
  saber	
  jurídico	
  e	
  reputação	
  ilibada	
  
Aprovação	
  por	
  maioria	
  absoluta	
  do	
  Senado	
  Federal	
  
	
  
Origem	
  dos	
  integrantes	
  
	
  
Nomeação	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República,	
  da	
  seguinte	
  
forma:	
  
	
  
1/3	
  de	
  juízes	
  dos	
  TRF	
  
	
  
1/3	
  de	
  desembargadores	
  dos	
  TJ	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
1/3	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Competências	
  
	
  
Art.	
  105	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
TRIBUNAL	
  SUPERIOR	
  DO	
  TRABALHO	
  
	
  
	
  
N.º	
  de	
  integrantes	
   27	
  Ministros	
  
 
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
Requisitos	
  para	
  o	
  cargo	
  
	
  
Idade	
  entre	
  35	
  e	
  65	
  anos	
  
Brasileiro	
  nato	
  ou	
  naturalizado	
  
Aprovação	
  por	
  maioria	
  absoluta	
  do	
  Senado	
  Federal	
  
	
  
	
  
Origem	
  dos	
  integrantes	
  
	
  
Nomeação	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República,	
  da	
  seguinte	
  forma:	
  
	
  
1/5	
  dentre	
  advogados	
  e	
  membros	
  do	
  MPT	
  (art.	
  94)	
  
	
  
Os	
  demais	
  dentre	
  juízes	
  dos	
  TRT,	
  oriundos	
  da	
  magistratura	
  de	
  carreira,	
  
indicados	
  pelo	
  próprio	
  Tribunal	
  Superior	
  
	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Competências	
  
	
  
Art.	
  114	
  
	
  
1/6	
  de	
  advogados	
  
	
  
1/6	
   de	
   membros	
   do	
   Ministério	
  
Público	
   Federal,	
   Estaduais	
   e	
  
Distrital	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  107	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
TRIBUNAIS	
  REGIONAIS	
  DO	
  TRABALHO	
  
	
  
	
  
N.º	
  de	
  integrantes	
   No	
  mínimo,	
  7	
  Juízes	
  	
  
 
	
  
	
  
Requisitos	
  para	
  o	
  cargo	
  
	
  
Idade	
  entre	
  30	
  e	
  65	
  anos	
  
Recrutados,	
  quando	
  possível,	
  na	
  respectiva	
  região	
  
Brasileiro	
  nato	
  ou	
  naturalizado	
  
	
  
	
  
Origem	
  dos	
  integrantes	
  
	
  
Nomeação	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República,	
  da	
  seguinte	
  forma:	
  
	
  
1/5	
  dentre	
  advogados	
  e	
  membros	
  do	
  MPT	
  (art.	
  94)	
  
	
  
Os	
  demais	
  mediante	
  promoção	
  dos	
  Juízes	
  do	
  Trabalhopor	
  antiguidade	
  
e	
  merecimento,	
  alternadamente	
  
	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Competências	
  
	
  
Art.	
  114	
  
	
  
	
  
TRIBUNAIS	
  REGIONAIS	
  FEDERAIS	
  
	
  
	
  
N.º	
  de	
  integrantes	
   No	
  mínimo,	
  7	
  Juízes	
  	
  
 
	
  
	
  
Requisitos	
  para	
  o	
  cargo	
  
	
  
Idade	
  entre	
  30	
  e	
  65	
  anos	
  
Recrutados,	
  quando	
  possível,	
  na	
  respectiva	
  região	
  
Brasileiro	
  nato	
  ou	
  naturalizado	
  
	
  
	
  
Origem	
  dos	
  integrantes	
  
	
  
Nomeação	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República,	
  da	
  seguinte	
  forma:	
  
	
  
1/5	
  dentre	
  advogados	
  e	
  membros	
  do	
  MPF	
  (art.	
  94)	
  
	
  
Os	
  demais	
  mediante	
  promoção	
  dos	
  Juízes	
  Federais	
  com	
  mais	
  de	
  cinco	
  
anos	
  de	
  exercício,	
  	
  por	
  antiguidade	
  e	
  merecimento,	
  alternadamente	
  
	
  	
  	
  	
  	
  
	
  
Competências	
  
	
  
Art.	
  108	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  108	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
10.8.1	
  –	
  Competências	
  dos	
  Juízes	
  Federais.	
  
	
  
	
   As	
  competências	
  dos	
  juízes	
  federais	
  estão	
  disciplinas	
  no	
  art.	
  109	
  da	
  CF/88:	
  
	
  
I	
   -­‐	
  as	
  causas	
  em	
  que	
  a	
  União,	
  entidade	
  autárquica	
  ou	
  empresa	
  pública	
  federal	
   forem	
  
interessadas	
   na	
   condição	
   de	
   autoras,	
   rés,	
   assistentes	
   ou	
   oponentes,	
   exceto	
   as	
   de	
  
falência,	
   as	
   de	
   acidentes	
   de	
   trabalho	
   e	
   as	
   sujeitas	
   à	
   Justiça	
   Eleitoral	
   e	
   à	
   Justiça	
   do	
  
Trabalho;	
  
II	
   -­‐	
   as	
   causas	
   entre	
   Estado	
   estrangeiro	
   ou	
   organismo	
   internacional	
   e	
   Município	
   ou	
  
pessoa	
  domiciliada	
  ou	
  residente	
  no	
  País;	
  
III	
   -­‐	
  as	
  causas	
   fundadas	
  em	
  tratado	
  ou	
  contrato	
  da	
  União	
  com	
  Estado	
  estrangeiro	
  ou	
  
organismo	
  internacional;	
  
IV	
   -­‐	
   os	
   crimes	
   políticos	
   e	
   as	
   infrações	
   penais	
   praticadas	
   em	
   detrimento	
   de	
   bens,	
  
serviços	
  ou	
  interesse	
  da	
  União	
  ou	
  de	
  suas	
  entidades	
  autárquicas	
  ou	
  empresas	
  públicas,	
  
excluídas	
  as	
  contravenções	
  e	
  ressalvada	
  a	
  competência	
  da	
  Justiça	
  Militar	
  e	
  da	
  Justiça	
  
Eleitoral;	
  
V	
   -­‐	
   os	
   crimes	
   previstos	
   em	
   tratado	
   ou	
   convenção	
   internacional,	
   quando,	
   iniciada	
   a	
  
execução	
   no	
   País,	
   o	
   resultado	
   tenha	
   ou	
   devesse	
   ter	
   ocorrido	
   no	
   estrangeiro,	
   ou	
  
reciprocamente;	
  
V-­‐A	
  -­‐	
  as	
  causas	
  relativas	
  a	
  direitos	
  humanos	
  a	
  que	
  se	
  refere	
  o	
  §	
  5º	
  deste	
  artigo;	
  
VI	
   -­‐	
   os	
   crimes	
   contra	
   a	
   organização	
   do	
   trabalho	
   e,	
   nos	
   casos	
   determinados	
   por	
   lei,	
  
contra	
  o	
  sistema	
  financeiro	
  e	
  a	
  ordem	
  econômico-­‐financeira;	
  
VII	
   -­‐	
   os	
   "habeas-­‐corpus",	
   em	
   matéria	
   criminal	
   de	
   sua	
   competência	
   ou	
   quando	
   o	
  
constrangimento	
  provier	
  de	
  autoridade	
  cujos	
  atos	
  não	
  estejam	
  diretamente	
  sujeitos	
  a	
  
outra	
  jurisdição;	
  
VIII	
  -­‐	
  os	
  mandados	
  de	
  segurança	
  e	
  os	
  "habeas-­‐data"	
  contra	
  ato	
  de	
  autoridade	
  federal,	
  
excetuados	
  os	
  casos	
  de	
  competência	
  dos	
  tribunais	
  federais;	
  
IX	
  -­‐	
  os	
  crimes	
  cometidos	
  a	
  bordo	
  de	
  navios	
  ou	
  aeronaves,	
  ressalvada	
  a	
  competência	
  da	
  
Justiça	
  Militar;	
  
X	
  -­‐	
  os	
  crimes	
  de	
  ingresso	
  ou	
  permanência	
  irregular	
  de	
  estrangeiro,	
  a	
  execução	
  de	
  carta	
  
rogatória,	
   após	
   o	
   "exequatur",	
   e	
   de	
   sentença	
   estrangeira,	
   após	
   a	
   homologação,	
   as	
  
causas	
  referentes	
  à	
  nacionalidade,	
  inclusive	
  a	
  respectiva	
  opção,	
  e	
  à	
  naturalização;	
  
XI	
  -­‐	
  a	
  disputa	
  sobre	
  direitos	
  indígenas	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  109	
  
	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
	
  
1)	
  (AFC/CGU	
  –	
  2008)	
  Assinale	
  a	
  única	
  opção	
  incorreta	
  relativa	
  ao	
  Poder	
  Judiciário.	
  
(A) São	
  órgãos	
  do	
  Poder	
  Judiciário	
  os	
  Tribunais	
  e	
  Juízes	
  Eleitorais,	
  inclusive	
  as	
  Juntas	
  Eleitorais.	
  
(B) São	
   órgãos	
   do	
   Poder	
   Judiciário	
   os	
   Tribunais	
   e	
   Juízes	
   Militares,	
   inclusive	
   o	
   Tribunal	
  
Marítimo.	
  
(C) A	
   participação	
   em	
   curso	
   oficial	
   ou	
   reconhecido	
   por	
   escola	
   nacional	
   de	
   formação	
   e	
  
aperfeiçoamento	
  de	
  magistrados	
  constitui	
  etapa	
  obrigatória	
  do	
  processo	
  de	
  vitaliciamento	
  
do	
  juiz.	
  
(D) A	
   lei	
   pode	
   limitar	
   a	
   presença,	
   em	
   determinados	
   atos	
   dos	
   órgãos	
   do	
   Poder	
   Judiciário,	
  
inclusive	
  julgamentos,	
  às	
  próprias	
  partes	
  e	
  a	
  seus	
  advogados,	
  ou	
  somente	
  a	
  estes.	
  
(E) As	
  decisões	
  administrativas	
  dos	
  tribunais	
  serão	
  motivadas	
  e	
  em	
  sessão	
  pública,	
  inclusive	
  as	
  
disciplinares,	
   que	
   também	
   devem	
   ser	
   tomadas	
   pelo	
   voto	
   da	
   maioria	
   absoluta	
   de	
   seus	
  
membros.	
  
	
  
2)	
   (ANA	
   –	
   2009)	
   Assinale	
   a	
   opção	
   correta	
   relativa	
   à	
   organização	
   dos	
   Poderes,	
   ao	
   Poder	
  
Legislativo	
  e	
  ao	
  Poder	
  Executivo.	
  	
  
(A) O	
   Conselho	
   da	
   República	
   é	
   órgão	
   de	
   consulta	
   do	
   Presidente	
   da	
   República	
   nos	
   assuntos	
  
relacionados	
  com	
  a	
  soberania	
  nacional	
  e	
  a	
  defesa	
  do	
  Estado	
  democrático.	
  
(B) No	
   exercício	
   do	
   controle	
   externo,	
   ao	
   Congresso	
   Nacional	
   compete	
   julgar	
   as	
   contas	
   dos	
  
administradores	
   e	
   demais	
   responsáveis	
   por	
   dinheiros,	
   bens	
   e	
   valores	
   públicos	
   da	
  
administração	
  direta	
  e	
  indireta,	
  incluídas	
  as	
  fundações	
  e	
  sociedades	
  instituídas	
  e	
  mantidas	
  
pelo	
   poder	
   público	
   federal,	
   e	
   as	
   contas	
   daqueles	
   que	
   derem	
   causa	
   a	
   perda,	
   extravio	
   ou	
  
outra	
  irregularidade	
  de	
  que	
  resulte	
  prejuízo	
  ao	
  erário	
  público.	
  
(C) Admitida	
   a	
   acusação	
   contra	
   o	
   Presidente	
   da	
   República,	
   por	
   dois	
   terços	
   do	
   Supremo	
  
Tribunal	
  Federal,	
  será	
  ele	
  submetido	
  a	
  julgamento	
  perante	
  o	
  Senado	
  Federal,	
  nas	
  infrações	
  
penais	
  comuns,	
  ou	
  perante	
  a	
  Câmara	
  dos	
  Deputados,	
  nos	
  crimes	
  de	
  responsabilidade.	
  
(D) Os	
  Ministros	
   de	
   Estado	
   serão	
   escolhidos	
   entre	
   brasileiros	
   natos	
   maiores	
   de	
   vinte	
   e	
   um	
  
anos	
  e	
  no	
  exercício	
  dos	
  direitos	
  políticos.	
  
(E) A	
  fiscalização	
  contábil,	
  financeira,	
  orçamentária,	
  operacional	
  e	
  patrimonial	
  da	
  União	
  e	
  das	
  
entidades	
   da	
   administração	
   direta	
   e	
   indireta,	
   quanto	
   à	
   legalidade,	
   legitimidade,	
  
economicidade,	
   aplicação	
   das	
   subvenções	
   e	
   renúncia	
   de	
   receitas,	
   será	
   exercida	
   pelo	
  
CongressoNacional,	
   mediante	
   controle	
   externo,	
   e	
   pelo	
   sistema	
   de	
   controle	
   interno	
   de	
  
cada	
  Poder.	
  
	
  
3)	
   (ANA	
   –	
   2009)	
   Assinale	
   a	
   opção	
   correta	
   relativa	
   à	
   organização	
   dos	
   Poderes,	
   ao	
   Poder	
  
Judiciário.	
  
(A) A	
  justiça	
  de	
  paz,	
  composta	
  de	
  cidadãos	
  eleitos	
  pelo	
  voto	
  direto,	
  universal	
  e	
  secreto,	
  possui	
  
competência	
   privativa	
  para,	
   na	
   forma	
  da	
   lei,	
   celebrar	
   casamentos,	
   verificar,	
   de	
  ofício	
  ou	
  
em	
   face	
   de	
   impugnação	
   apresentada,	
   o	
   processo	
   de	
   habilitação	
   e	
   exercer	
   atribuições	
  
conciliatórias,	
  sem	
  caráter	
  jurisdicional,	
  além	
  de	
  outras	
  previstas	
  na	
  legislação.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
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  110	
  
(B) Compete	
   ao	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal,	
   precipuamente,	
   a	
   guarda	
   da	
   Constituição,	
  
cabendo-­‐lhe,	
  entre	
  outras	
  funções,	
  processar	
  e	
  julgar,	
  originariamente	
  a	
  homologação	
  de	
  
sentenças	
  estrangeiras	
  e	
  a	
  concessão	
  de	
  exequatur	
  às	
  cartas	
  rogatórias.	
  
(C) As	
  causas	
   intentadas	
  contra	
  a	
  União	
  poderão	
  ser	
  aforadas	
  na	
  seção	
  judiciária	
  em	
  que	
  for	
  
domiciliado	
   o	
   autor,	
   naquela	
   onde	
   houver	
   ocorrido	
   o	
   ato	
   ou	
   fato	
   que	
   deu	
   origem	
   à	
  
demanda	
  ou	
  onde	
  esteja	
  situada	
  a	
  coisa,	
  ou	
  ainda,	
  no	
  Distrito	
  Federal,	
  mas	
  as	
  causas	
  em	
  
que	
   a	
   União	
   for	
   autora	
   serão	
   aforadas	
   na	
   seção	
   judiciária	
   onde	
   tiver	
   domicílio	
   a	
   outra	
  
parte.	
  
(D) Compete	
   ao	
   Superior	
   Tribunal	
   de	
   Justiça,	
   entre	
   outras	
   funções,	
   processar	
   e	
   julgar,	
  
originariamente,	
   nas	
   infrações	
   penais	
   comuns	
   e	
   nos	
   crimes	
   de	
   responsabilidade,	
   os	
  
Ministros	
  de	
  Estado	
  e	
  os	
  Comandantes	
  da	
  Marinha,	
  do	
  Exército	
  e	
  da	
  Aeronáutica.	
  
(E) Serão	
  processadas	
  e	
   julgadas	
  na	
   justiça	
  estadual,	
  no	
   foro	
  do	
  domicílio	
  dos	
   segurados	
  ou	
  
beneficiários,	
  as	
  causas	
  em	
  que	
  forem	
  parte	
   instituição	
  de	
  previdência	
  social	
  e	
  segurado,	
  
sempre	
  que	
  a	
  comarca	
  não	
  seja	
  sede	
  de	
  vara	
  do	
  juízo	
  federal,	
  hipótese	
  em	
  que	
  o	
  recurso	
  
cabível	
   também	
   será	
   para	
   o	
   tribunal	
   estadual	
   da	
   área	
   de	
   jurisdição	
   do	
   juiz	
   de	
   primeiro	
  	
  
grau.	
  
	
  
4)	
  (Analista	
  Judiciário	
  –	
  TRF/4ª	
  Região	
  –	
  2004)	
  No	
  que	
  se	
  refere	
  ao	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  
é	
  certo	
  que	
  	
  
(A) Seus	
   Ministros	
   serão	
   eleitos	
   pelo	
   respectivo	
   Plenário	
   e	
   nomeados	
   pelo	
   respectivo	
  
Presidente,	
  após	
  aprovação	
  da	
  lista	
  tríplice	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República.	
  
(B) Compõe-­‐se	
  de	
  onze	
  Ministros	
  escolhidos	
  dentre	
  cidadãos	
  com	
  mais	
  de	
  trinta	
  anos	
  e	
  menos	
  
de	
  sessenta	
  anos	
  de	
  idade.	
  
(C) Seus	
   Ministros	
   serão	
   nomeados	
   pelo	
   Presidente	
   da	
   República,	
   depois	
   de	
   aprovada	
   a	
  
escolha	
  pela	
  maioria	
  absoluta	
  do	
  Senado	
  Federal.	
  
(D) Sua	
   composição	
   terá	
   vinte	
   e	
   um	
   Ministros,	
   escolhidos	
   dentre	
   juízes	
   dos	
   Tribunais	
  
inferiores,	
  que	
  contem,	
  no	
  mínimo,	
  com	
  quinze	
  anos	
  de	
  carreira.	
  
(E) Compõe	
  de	
  onze	
  Ministros	
  indicados	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República,	
  depois	
  de	
  aprovada	
  a	
  
escolha	
  pela	
  maioria	
  dos	
  integrantes	
  do	
  Congresso	
  Nacional.	
  
	
  
5)	
  (AFC/SFN–	
  2008)	
  Assinale	
  a	
  opção	
  correta	
  relativa	
  à	
  organização	
  dos	
  Poderes.	
  
	
  
(A) Os	
  Ministros	
  do	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal	
  serão	
  nomeados	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República,	
  
entre	
  cidadãos	
  com	
  mais	
  de	
  trinta	
  e	
  cinco	
  e	
  menos	
  de	
  sessenta	
  e	
  cinco	
  anos	
  de	
  idade,	
  de	
  
notável	
   saber	
   jurídico	
   e	
   reputação	
   ilibada	
   depois	
   de	
   aprovada	
   a	
   escolha	
   pela	
   maioria	
  
absoluta	
  do	
  Senado	
  Federal,	
  entre	
  advogados,	
  promotores	
  de	
  justiça	
  e	
  membros	
  do	
  Poder	
  
Judiciário.	
  
(B) Os	
   Ministros	
   do	
   Superior	
   Tribunal	
   de	
   Justiça	
   serão	
   nomeados	
   pelo	
   Presidente	
   da	
  
República,	
  entre	
  brasileiros	
  com	
  mais	
  de	
  trinta	
  e	
  cinco	
  e	
  menos	
  de	
  sessenta	
  e	
  cinco	
  anos	
  
de	
  idade,	
  de	
  notável	
  saber	
  jurídico	
  e	
  reputação	
  ilibada,	
  depois	
  de	
  aprovada	
  a	
  escolha	
  pela	
  
maioria	
  absoluta	
  do	
  Senado	
  Federal,	
  sendo	
  um	
  terço	
  entre	
  juízes	
  dos	
  Tribunais	
  Regionais	
  
Federais	
   e	
   um	
   terço	
   entre	
  desembargadores	
  dos	
   Tribunais	
   de	
   Justiça,	
   indicados	
   em	
   lista	
  
tríplice	
  elaborada	
  pelo	
  Conselho	
  Nacional	
  de	
  Justiça.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  111	
  
(C) Um	
  quinto	
  dos	
   juízes	
  dos	
  Tribunais	
  Regionais	
  do	
  Trabalho,	
  composto	
  por	
  brasileiros	
  com	
  
mais	
   de	
   trinta	
   e	
   menos	
   de	
   sessenta	
   e	
   cinco	
   anos,	
   será	
   nomeado	
   pelo	
   Presidente	
   da	
  
República,	
   no	
   prazo	
   de	
   vinte	
   dias	
   a	
   partir	
   do	
   recebimento	
   de	
   lista	
   tríplice	
   formada	
   pelo	
  
respectivo	
   tribunal,	
   tendo	
   como	
   base	
   lista	
   sêxtupla	
   elaborada	
   pelos	
   órgãos	
   de	
  
representação	
   das	
   respectivas	
   classes	
   de	
   advogados	
   com	
   mais	
   de	
   dez	
   anos	
   de	
   efetiva	
  
atividade	
  profissional	
  e	
  de	
  membros	
  do	
  Ministério	
  Público	
  do	
  Trabalho	
  com	
  mais	
  de	
  dez	
  
anos	
  de	
  efetivo	
  exercício.	
  
(D) Um	
  quinto	
  dos	
  juízes	
  dos	
  Tribunais	
  Regionais	
  Federais,	
  composto	
  por	
  brasileiros	
  com	
  mais	
  
de	
   trinta	
   e	
   cinco	
   e	
  menos	
   de	
   sessenta	
   e	
   cinco	
   anos,	
   será	
   nomeado	
   pelo	
   Presidente	
   da	
  
República,	
   no	
   prazo	
   de	
   vinte	
   dias	
   a	
   partir	
   do	
   recebimento	
   de	
   lista	
   tríplice	
   formada	
   pelo	
  
respectivo	
   tribunal,	
   tendo	
   como	
   base	
   lista	
   sêxtupla	
   elaborada	
   pelos	
   órgãos	
   de	
  
representação	
   das	
   respectivas	
   classes	
   de	
   advogados	
   com	
   mais	
   de	
   dez	
   anos	
   de	
   efetiva	
  
atividade	
  profissional	
  e	
  de	
  membros	
  do	
  Ministério	
  Público	
  Federal	
  com	
  mais	
  de	
  dez	
  anos	
  
de	
  carreira.	
  
(E) Um	
  quinto	
  dos	
  Desembargadores	
  dos	
  Tribunais	
  de	
  Justiça	
  dos	
  Estados	
  e	
  do	
  Distrito	
  Federal	
  
será	
  nomeado	
  pelo	
  respectivo	
  Governador,	
  no	
  prazo	
  de	
  vinte	
  dias	
  a	
  partir	
  do	
  recebimento	
  
de	
  lista	
  tríplice	
  formada	
  pelo	
  respectivo	
  tribunal,	
  tendo	
  como	
  base	
  lista	
  sêxtupla	
  elaborada	
  
pelos	
  órgãos	
  de	
  representaçãodas	
  respectivas	
  classes	
  de	
  membros	
  do	
  Ministério	
  Público,	
  
com	
  mais	
  de	
  dez	
  anos	
  de	
  carreira,	
  e	
  de	
  advogados	
  de	
  notório	
  saber	
  jurídico	
  e	
  de	
  reputação	
  
ilibada,	
  com	
  mais	
  de	
  dez	
  anos	
  de	
  efetiva	
  atividade	
  profissional.	
  
	
  
6)	
  (AFC/CGU	
  –	
  2008)	
  Assinale	
  a	
  única	
  opção	
  incorreta	
  relativa	
  ao	
  Poder	
  Judiciário.	
  
(A) São	
  órgãos	
  do	
  Poder	
  Judiciário	
  os	
  Tribunais	
  e	
  Juízes	
  Eleitorais,	
  inclusive	
  as	
  Juntas	
  Eleitorais.	
  
(B) São	
   órgãos	
   do	
   Poder	
   Judiciário	
   os	
   Tribunais	
   e	
   Juízes	
   Militares,	
   inclusive	
   o	
   Tribunal	
  
Marítimo.	
  
(C) A	
   participação	
   em	
   curso	
   oficial	
   ou	
   reconhecido	
   por	
   escola	
   nacional	
   de	
   formação	
   e	
  
aperfeiçoamento	
  de	
  magistrados	
  constitui	
  etapa	
  obrigatória	
  do	
  processo	
  de	
  vitaliciamento	
  
do	
  juiz.	
  
(D) A	
   lei	
   pode	
   limitar	
   a	
   presença,	
   em	
   determinados	
   atos	
   dos	
   órgãos	
   do	
   Poder	
   Judiciário,	
  
inclusive	
  julgamentos,	
  às	
  próprias	
  partes	
  e	
  a	
  seus	
  advogados,	
  ou	
  somente	
  a	
  estes.	
  
(E) As	
  decisões	
  administrativas	
  dos	
  tribunais	
  serão	
  motivadas	
  e	
  em	
  sessão	
  pública,	
  inclusive	
  as	
  
disciplinares,	
   que	
   também	
   devem	
   ser	
   tomadas	
   pelo	
   voto	
   da	
   maioria	
   absoluta	
   de	
   seus	
  
membros.	
  
	
  
7) (Analista	
   Judiciário	
   –	
   TRF/1ª	
   Região	
   –2001)	
   Para	
   a	
   composição	
   dos	
   Tribunais	
   Regionais	
  
Federais	
   são	
   nomeados	
   juízes	
   federais,	
   advogados	
   e	
   membros	
   do	
   Ministério	
   Público	
  
Federal.	
  Os	
  	
  
(A) nomeados,	
  de	
  qualquer	
  origem,	
  devem	
  portar	
  notável	
  saber	
  jurídico	
  e	
  contar	
  com	
  mais	
  de	
  
cinco	
  anos	
  de	
  atividade	
  profissional.	
  
(B) membros	
  do	
  Ministério	
  Público	
  Federal	
  devem	
  contar	
  com	
  mais	
  de	
  dez	
  anos	
  de	
  carreira.	
  
(C) advogados	
  devem	
  contar	
  com	
  mais	
  de	
  quinze	
  anos	
  de	
  efetiva	
  atividade	
  profissional.	
  
(D) nomeados,	
   de	
   qualquer	
   origem,	
   devem	
   contar	
   com	
  mais	
   de	
   trinta	
   e	
  menos	
   de	
   sessenta	
  
anos	
  de	
  idade.	
  
(E) juízes	
  só	
  podem	
  ascender	
  ao	
  Tribunal	
  pelo	
  critério	
  do	
  merecimento.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  112	
  
	
  
	
  
8) (Delegado	
  de	
  Polícia/AP	
  –	
  2010)	
  Compete	
  ao	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  precipuamente,	
  a	
  
guarda	
  da	
  Constituição,	
  não	
  lhe	
  cabendo	
  processar	
  e	
  julgar,	
  originariamente:	
  
(A) a	
  ação	
  direta	
  de	
  inconstitucionalidade	
  de	
  lei	
  ou	
  ato	
  normativo	
  federal.	
  
(B) o	
  Presidente	
  da	
  República,	
  nas	
  infrações	
  penais	
  comuns.	
  
(C) o	
  litígio	
  entre	
  Estado	
  estrangeiro	
  ou	
  organismo	
  internacional	
  e	
  a	
  União,	
  o	
  Estado,	
  o	
  Distrito	
  
Federal	
  ou	
  o	
  Território.	
  
(D) a	
  extradição	
  solicitada	
  por	
  Estado	
  estrangeiro.	
  
(E) a	
  homologação	
  de	
  sentenças	
  estrangeiras	
  e	
  a	
  concessão	
  de	
  exequatur	
  às	
  cartas	
  rogatórias.	
  
	
  
9)	
  (Fiscal	
  de	
  Rendas/RJ	
  –	
  2010) Com	
  relação	
  às	
  competências	
  do	
  STF,	
  analise	
  as	
  afirmativas	
  a	
  
seguir. 
I.	
  O	
  STF	
  processa	
  e	
  julga	
  originariamente	
  as	
  causas	
  e	
  os	
  conflitos	
  entre	
  Estados	
  Federados.	
  
II.	
   O	
   STF	
   processa	
   e	
   julga	
   originariamente	
   os	
   litígios	
   entre	
   Estado	
   estrangeiro	
   e	
   Estado	
  
Federado.	
  
III.	
   O	
   STF	
   processa	
   e	
   julga	
   originariamente	
   os	
   conflitos	
   de	
   atribuições	
   entre	
   autoridades	
  
judiciárias	
  de	
  um	
  Estado	
  e	
  administrativas	
  de	
  outro.	
  
Assinale:	
  
(A) se	
  somente	
  a	
  afirmativa	
  I	
  estiver	
  correta.	
  
(B) se	
  somente	
  a	
  afirmativa	
  II	
  estiver	
  correta.	
  
(C) se	
  somente	
  a	
  afirmativa	
  III	
  estiver	
  correta.	
  
(D) se	
  somente	
  as	
  afirmativas	
  I	
  e	
  II	
  estiverem	
  corretas.	
  
(E) se	
  todas	
  as	
  afirmativas	
  estiverem	
  corretas.	
  
	
  
10)	
   (Delegado	
   de	
   Polícia/AP	
   –	
   2010)	
   Relativamente	
   às	
   vedações	
   e	
   garantias	
   dos	
   juízes,	
  
assinale	
  a	
  afirmativa	
  incorreta.	
  
(A) Os	
  juízes	
  gozam	
  da	
  garantia	
  da	
  inamovibilidade,	
  salvo	
  por	
  motivo	
  de	
  interesse	
  público,	
  na	
  
forma	
  da	
  Constituição.	
  
(B) Aos	
  juízes	
  é	
  vedado	
  exercer	
  a	
  advocacia	
  no	
  juízo	
  ou	
  tribunal	
  do	
  qual	
  se	
  afastou,	
  antes	
  de	
  
decorridos	
  cinco	
  anos	
  do	
  afastamento	
  do	
  cargo	
  por	
  aposentadoria	
  ou	
  exoneração.	
  
(C) Aos	
   juízes	
  é	
  vedado	
  exercer,	
  ainda	
  que	
  em	
  disponibilidade,	
  outro	
  cargo	
  ou	
   função,	
   salvo	
  
uma	
  de	
  magistério.	
  
(D) Os	
   juízes	
   gozam	
   da	
   garantia	
   da	
   vitaliciedade.	
   A	
   vitaliciedade	
   no	
   primeiro	
   grau	
   só	
   será	
  
adquirida	
  após	
  dois	
  anos	
  de	
  exercício.	
  
(E) Aos	
  juízes	
  é	
  vedado	
  dedicar-­‐se	
  à	
  atividade	
  político-­‐partidária.	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  113	
  
	
  
	
  
GABARITO	
  
1	
   B	
   6	
   B	
  
2	
   E	
   7	
   B	
  
3	
   C	
   8	
   E	
  
4	
   C	
   9	
   D	
  
5	
   E	
   10	
   B	
  
	
   	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  114	
  
Capítulo	
  12	
  
Processo	
  Legislativo	
  constitucional	
  
	
  
12.1	
  	
  EMENDAS	
  À	
  CONSTITUIÇÃO	
  	
  
Sabe-­‐se	
   que,	
   ao	
   contrário	
   do	
   Poder	
   Constituinte	
   ORIGINÁRIO,	
   o	
   Poder	
  
Constituinte	
  DERIVADO	
  (ou	
   instituído,	
  ou	
  constituído,	
  ou	
  reformador,	
  ou	
  de	
  segundo	
  
grau)	
  é	
  aquele	
  que	
  está	
  inserido	
  na	
  própria	
  Constituição.	
  Permite	
  ao	
  legislador	
  realizar	
  
certas	
  modificações	
  no	
  texto	
  original	
  da	
  Constituição.	
  Possui	
  como	
  características	
  ser	
  
derivado,	
  subordinado	
  e	
  condicionado.	
  É,	
  em	
  última	
  análise,	
  limitado.	
  
Da	
   análise	
   do	
   vigente	
   texto	
   constitucional,	
   verifica-­‐se	
   a	
   existência	
   de	
   três	
  
ordens	
   de	
   limitações	
   expressas	
   ao	
   poder	
   de	
   emendar	
   a	
   Constituição,	
   além	
   das	
  
implícitas:	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
12.2	
  LEIS	
  COMPLEMENTARES	
  	
  
São	
  leis	
  de	
  elaboração	
  já	
  prevista	
  no	
  próprio	
  texto	
  constitucional.	
  Servem	
  para	
  
regulamentar	
   assunto	
   que	
   o	
   constituinte	
   originário	
   entendeu	
   não	
   devessem	
   ser	
  
regulados	
  pela	
  própria	
  Constituição	
  e,	
  ao	
  mesmo	
  tempo,	
  entendeu	
  que	
  essas	
  matérias	
  
não	
  poderiam	
  ficar	
  sujeitas	
  a	
  um	
  procedimentosimplificado,	
  possibilitando	
  constantes	
  
mudanças.	
  	
  
Limitações ao 
Poder de Reforma 
Expressas 
Implícitas 
Procedimentais: art. 60, I, II e III; § 
2.º; § 3.º e § 5.º 
 
Circunstanciais: art. 60, § 1.º 
 
Materiais: art. 60, § 4.º 
(1) concernentes ao titular do poder constituinte’, pois 
uma reforma constitucional não pode mudar o titular do 
poder que cria o próprio poder reformador; 
(2) referentes ao titular do poder reformador’, pois 
seria despautério que o legislador ordinário estabelecesse 
novo titular de um poder derivado só da vontade do 
constituinte originário; 
(3) relativas ao processo da própria emenda’, 
distinguindo-se quanto à natureza da reforma, para admiti-
la quando se tratar de tornar mais difícil seu processo, não 
a aceitando quando vise atenuá-lo. 
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  115	
  
As	
   leis	
   complementares	
   são	
   aprovadas,	
   assim,	
   por	
   maioria	
   absoluta,	
   nos	
  
termos	
   do	
   art.	
   69	
   da	
   Constituição	
   Federal.	
   	
   	
   Finalmente,	
   esclareça-­‐se	
   que	
   o	
   STF	
   (RE	
  
377457/PR,	
   17.09.2008)	
   julgou	
   que,	
   entre	
   lei	
   complementar	
   e	
   lei	
   ordinária	
   não	
   há	
  
hierarquia.	
  
	
  
12.3	
  LEIS	
  ORDINÁRIAS	
  
A	
  elaboração	
  de	
  lei	
  é	
  típico	
  ato	
  legislativo,	
  de	
  natureza	
  complexa,	
  traduzindo-­‐se	
  
em	
  ato	
  normativo	
  primário	
  com	
  fins	
  de	
  edição	
  de	
  normas	
  gerais	
  e	
  abstratas.	
  	
  
	
  
12.3.1	
  Processo	
  legislativo	
  das	
  leis	
  ordinárias	
  
I. A	
  1.ª	
  fase	
  do	
  processo	
  legislativo	
  é	
  a	
  “FASE	
  INTRODUTÓRIA”,	
  ou	
  seja,	
  a	
  “iniciativa”	
  
(CF,	
  art.	
  61,	
  §§	
  1.ºe	
  2.º;	
  art.	
  64);	
  	
  
II. A	
   próxima	
   fase	
   do	
   processo	
   legislativo	
   é	
   chamada	
   de	
   “FASE	
   CONSTITUTIVA”.	
  
Apresentado,	
  o	
  projeto	
  de	
  lei	
  seguirá,	
  na	
  respectiva	
  Casa	
  Legislativa	
  (INICIADORA),	
  
para	
   a	
   fase	
   de	
   instrução	
   nas	
   Comissões	
   (Comissão	
   de	
   Constituição	
   e	
   Justiça	
   e	
  
Comissões	
   Permanentes),	
   onde	
   será	
   analisada,	
   inicialmente,	
   sua	
  
constitucionalidade,	
  e	
  posteriormente	
  seu	
  mérito;	
  	
  
III. Aprovado	
  nas	
  Comissões,	
   seguirá	
  o	
  projeto	
  de	
   lei	
  para	
  o	
  Plenário	
  que	
  deliberará	
  
sobre	
  ele	
  por	
  maioria	
  simples	
  de	
  votos,	
  desde	
  que	
  presentes	
  a	
  maioria	
  absoluta	
  de	
  
seus	
  membros	
  (CF,	
  art.	
  47);	
  
IV. Se	
  aprovado	
  o	
  projeto	
  de	
  lei	
  por	
  uma	
  das	
  Casas,	
  seguirá	
  para	
  a	
  outra,	
  que	
  será	
  a	
  
CASA	
   REVISORA.	
   Essa	
   revisão	
   será	
   feita	
   em	
  um	
   só	
   turno	
   de	
   discussão	
   e	
   votação	
  
(CF,	
   art.	
   65).	
   Na	
   Casa	
   Revisora,	
   será	
   novamente	
   o	
   projeto	
   analisado	
   pelas	
  
Comissões,	
   discutido	
   e	
   votado.	
   Se	
   aprovado	
   nos	
   mesmos	
   termos	
   da	
   Casa	
  
Iniciadora,	
  seguirá	
  para	
  o	
  Presidente	
  da	
  República.	
  Se,	
  contudo,	
  for	
  rejeitado,	
  será	
  
ARQUIVADO;	
  	
  
V. Ao	
  contrário,	
  se	
  o	
  projeto	
  de	
   lei	
   for	
  aprovado	
  pela	
  Casa	
  Revisora	
  com	
  EMENDAS,	
  
haverá	
   o	
   retorno	
   à	
   Casa	
   Legislativa	
   inicial,	
   para	
   análise	
   e	
   votação	
   em	
   um	
  único	
  
turno;	
  	
  
VI. A	
  Casa,	
  na	
  qual	
  tenha	
  sido	
  concluída	
  a	
  votação,	
  enviará	
  o	
  projeto	
  ao	
  Presidente	
  da	
  
República,	
  que	
  terá	
  quinze	
  dias	
  úteis	
  (do	
  recebimento)	
  para	
  exercer	
  seu	
  direito	
  de	
  
VETO.	
  Ultrapassado	
  o	
  prazo	
  sem	
  manifestação	
  do	
  Chefe	
  do	
  Executivo,	
  ocorrerá	
  a	
  
chamada	
  SANÇÃO	
  TÁCITA.	
  Se	
  entender,	
  contudo,	
  que	
  o	
  projeto	
  de	
  lei	
  é	
  “contrário	
  
ao	
   interesse	
   público”	
   (VETO	
   POLÍTICO)	
   ou	
   “inconstitucional”	
   (VETO	
   JURÍDICO)	
  
poderá	
  o	
  Presidente	
  vetá-­‐lo	
  TOTAL	
  ou	
  PARCIALMENTE,	
  justificando	
  os	
  motivos	
  do	
  
veto	
  ao	
  Presidente	
  do	
  Senado	
  Federal,	
  no	
  prazo	
  de	
  48	
  horas	
  (CF,	
  art.	
  66,	
  §§	
  1.º	
  a	
  
6.º);	
  	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  116	
  
	
  
VII. O	
  veto	
  será	
  apreciado	
  pelo	
  Congresso	
  Nacional,	
  em	
  sessão	
  CONJUNTA,	
  dentro	
  de	
  
trinta	
  dias,	
  a	
  contar	
  de	
  seu	
  recebimento,	
  só	
  podendo	
  o	
  veto	
  ser	
  rejeitado	
  pelo	
  voto	
  
da	
  maioria	
  absoluta	
  dos	
  Deputados	
  e	
  Senadores	
   (sessão	
  conjunta),	
  em	
  escrutínio	
  
secreto,	
  manifestando-­‐se,	
  separadamente,	
  cada	
  uma	
  das	
  Casas;	
  	
  
VIII. Finalmente,	
   caberá	
  ao	
  Presidente	
  da	
  República	
  a	
  PROMULGAÇÃO	
  e	
  PUBLICAÇÃO	
  
da	
  lei;	
  	
  
IX. Se	
  a	
   lei	
  não	
   for	
  promulgada	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República,	
  no	
  prazo	
  de	
  48	
  horas,	
  
nos	
   casos	
   de	
   SANÇÃO	
   TÁCITA	
   ou	
   de	
   DERRUBADA	
   DO	
   VETO,	
   o	
   Presidente	
   do	
  
Senado	
   a	
   promulgará	
   e,	
   se	
   este	
   não	
   o	
   fizer	
   em	
   igual	
   prazo,	
   caberá	
   ao	
   Vice-­‐
Presidente	
  do	
  Senado	
  fazê-­‐lo	
  (CF,	
  art.	
  66,	
  §	
  7.º);	
  	
  
X. Os	
  projetos	
  de	
   lei	
  de	
   iniciativa	
  do	
  Presidente	
  da	
  República,	
  do	
  Supremo	
  Tribunal	
  
Federal,	
  dos	
  Tribunais	
  Superiores,	
  bem	
  como	
  os	
  de	
   iniciativa	
  popular,	
  devem	
  ser	
  
apresentados,	
  obrigatoriamente,	
  à	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  (CF,	
  arts.	
  61,	
  §	
  2.º	
  e	
  art.	
  
64);	
  	
  
	
  
OBSERVAÇÕES	
  
F O	
  Presidente	
  da	
  República	
  possui	
  matérias	
  de	
  iniciativa	
  PRIVATIVA	
  (CF,	
  art.	
  
61,	
  §	
  1.º):	
  
F O	
  Presidente	
   da	
   República	
   poderá	
   solicitar	
   URGÊNCIA	
   para	
   apreciação	
   de	
  
seus	
  projetos	
  de	
  lei.	
  No	
  caso,	
  a	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  e	
  o	
  Senado	
  Federal	
  
deverão	
  manifestar-­‐se	
  sobre	
  a	
  proposição	
  em	
  prazo	
  de	
  45	
  dias	
   (para	
  cada	
  
Casa).	
  Não	
  obedecido	
  o	
  prazo,	
  será	
  a	
  proposição	
  incluída	
  na	
  ordem	
  do	
  dia,	
  
sobrestando-­‐se	
   a	
   deliberação	
   quanto	
   aos	
   demais	
   assuntos,	
   para	
   que	
   se	
  
ultime	
  a	
  votação;	
  	
  
F Há	
  possibilidade	
  de	
  as	
  “comissões”	
  da	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  e	
  do	
  Senado	
  
Federal	
   discutirem	
   e	
   votarem	
   projetos	
   de	
   lei	
   de	
   forma	
   definitiva,	
   sem	
  
necessidade	
  de	
  ir	
  ao	
  Plenário	
  (CF,	
  art.	
  58,	
  §	
  2.º,	
  I);	
  	
  
F Um	
   projeto	
   de	
   lei	
   REJEITADO	
   poderá	
   ser	
   revisto	
   na	
   mesma	
   sessão	
  
legislativa,	
   desde	
   que	
   por	
   proposta	
   da	
  maioria	
   absoluta	
   dos	
  membros	
   de	
  
qualquer	
  das	
  Casas	
  do	
  Congresso	
  Nacional	
  (CF,	
  art.	
  67	
  =	
  Iniciativa	
  Coletiva).	
  	
  
	
  
12.4	
  LEIS	
  DELEGADAS	
  
São	
  atos	
  normativos	
  primários,	
  cuja	
  elaboração	
  e	
  edição	
  cabe	
  ao	
  Presidente	
  da	
  
República,	
  devendo	
  haver	
  a	
  delegação	
  do	
  Congresso	
  Nacional	
  (CF,	
  art.	
  68).Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  117	
  
A	
  elaboração	
  das	
  leis	
  delegadas	
  está	
  sujeita	
  a	
  limitações:	
  	
  
	
  
F O	
   pedido	
   de	
   delegação	
   (iniciativa	
   solicitadora),	
   encaminhado	
   pelo	
  
Presidente	
   da	
   República	
   ao	
   Congresso	
   Nacional,	
   deverá	
   especificar	
   o	
  
assunto	
  a	
  ser	
  tratado	
  pela	
  lei	
  delegada	
  (CF,	
  art.	
  68);	
  
F Algumas	
   matérias	
   não	
   podem	
   ser	
   objeto	
   de	
   delegação	
   ao	
   Presidente	
   da	
  
República	
  (CF,	
  art.	
  68,	
  §	
  1.º);	
  	
  
F A	
  delegação,	
  que	
   terá	
  a	
   forma	
  de	
  uma	
  resolução	
  do	
  Congresso	
   (aprovada	
  
em	
   sessão	
   bicameral,	
   conjunta	
   ou	
   separadamente,	
   pelo	
   voto	
   da	
   maioria	
  
simples	
   de	
   seus	
   integrantes),	
   será	
   sempre	
   temporária,	
   não	
   podendo	
  
ultrapassar	
  o	
  período	
  de	
  uma	
  legislatura	
  (CF,	
  art.	
  68,	
  §	
  2.º);	
  	
  
F A	
   resolução	
   do	
   Congresso	
   poderá	
   estabelecer	
   que,	
   após	
   elaborada	
   pelo	
  
Presidente,	
   a	
   lei	
   retorne	
   ao	
   Poder	
   Legislativo	
   para	
   que	
   este	
   a	
   aprecie	
   em	
  
votação	
   única,	
   vedada	
   qualquer	
   emenda.	
   É	
   o	
   que	
   Manoel	
   Gonçalves	
  
Ferreira	
   Filho	
   entende	
   como	
   sendo	
   uma	
   lei	
   delegada	
   atípica,	
   pois	
   ocorre	
  
“[...]	
   uma	
   inversão	
   do	
   processo	
   legislativo	
   das	
   leis	
   ordinárias	
   [...]”,	
   na	
  
medida	
  em	
  que,	
  no	
  caso	
  das	
  leis	
  delegadas,	
  é	
  o	
  Presidente	
  da	
  República	
  que	
  
legisla	
  e	
  o	
  Congresso	
  que	
  “sanciona”.	
  
	
  
12.5	
  DECRETOS	
  LEGISLATIVOS	
  	
  
Decretos	
   legislativos	
   são	
   atos	
   normativos	
   primários	
   do	
   Congresso	
   Nacional,	
  
promulgados	
   pelo	
   Presidente	
   da	
   Mesa	
   do	
   Congresso	
   Nacional,	
   após	
   discussão	
   e	
  
votação	
   em	
   sistema	
   bicameral,	
   aprovados	
   por	
   maioria	
   simples,	
   sobre	
   assuntos	
   de	
  
competência	
   exclusiva	
   do	
   Poder	
   Legislativo,	
   previstos,	
   regra	
   geral,	
   no	
   art.	
   49	
   da	
  
Constituição	
  Federal.	
  	
  
Nessa	
  modalidade,	
  não	
  há	
   participação	
  do	
  Presidente	
  da	
  República	
  mediante	
  
sanção	
  ou	
  veto.	
  	
  
	
  
12.5.1	
  Decretos	
  legislativos	
  e	
  os	
  tratados	
  internacionais	
  (Dualismo	
  temperado)	
  	
  
Até	
  o	
  momento,	
  nos	
  termos	
  da	
  jurisprudência	
  do	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  os	
  
tratados	
  internacionais,	
  para	
  se	
  tornarem	
  eficazes,	
  exigem	
  a	
  ocorrência	
  de,	
  ao	
  menos,	
  
quatro	
  fases	
  (Informativo	
  nº	
  196	
  do	
  STF.	
  Acórdão	
  publicado	
  em	
  10/08/2000):	
  
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  118	
  
	
  
	
  
	
  
FASE	
   COMPETÊNCIA	
   MEIO	
  
	
  
CELEBRAÇÃO	
  
	
  
Presidente	
  da	
  República	
  –	
  art.	
  84,	
  
VIII	
   -­‐	
  
	
  
APROVAÇÃO	
  
(referendo	
  parlamentar)	
  
	
  
Congresso	
  Nacional	
  –	
  art.	
  49,	
  I	
  
Decreto	
  Legislativo	
  
(promulgado	
  pelo	
  
Presidente	
  do	
  Senado	
  
	
  
RATIFICAÇÃO	
  
	
  
Presidente	
  da	
  República	
   Depósito/Troca	
  de	
  Notas	
  
	
  
PROMULGAÇÃO	
  
	
  
Presidente	
  da	
  República	
   Decreto	
  
	
   	
  
Lembre-­‐se	
  de	
  que,	
  	
  com	
  o	
  advento	
  da	
  EC	
  n.º	
  45/04	
  que	
  acrescentou	
  ao	
  art.	
  5.º	
  
da	
  CF/88	
  o	
  §	
  3.º,	
  os	
  tratados	
  internacionais	
  de	
  direitos	
  humanos	
  que	
  forem	
  aprovados	
  
pelo	
  mesmo	
  processo	
   legislativo	
  das	
  emendas	
  constitucionais	
   (art.	
  60,	
  §	
  2.º),	
  serão	
  a	
  
estas	
  equiparadas.	
  
12.6	
  MEDIDAS	
  PROVISÓRIAS	
  	
  
12.6.1	
  Natureza	
  jurídica	
  
As	
   medidas	
   provisórias	
   podem	
   ser	
   definidas	
   como	
   espécies	
   normativas	
   de	
  
natureza	
   infraconstitucional,	
   dotadas	
   com	
   força	
   e	
   eficácia	
   legais.	
   	
   Assim,	
   a	
   cláusula	
  
“com	
   força	
   de	
   lei”	
   empresta	
   às	
   medidas	
   provisórias	
   o	
   sentido	
   de	
   equivalência	
  
constitucional	
  	
  às	
  leis.	
  
	
  
12.6.2	
  Pressupostos	
  	
  
	
  	
   Nos	
  termos	
  do	
  caput	
  do	
  art.	
  62	
  da	
  Constituição,	
  os	
  pressupostos	
  das	
  medidas	
  
provisórias	
  são	
  RELEVÂNCIA	
  E	
  URGÊNCIA.	
  	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  119	
  
Todavia,	
   não	
   há	
   definição	
   constitucional	
   expressa,	
   restando	
   à	
   doutrina	
   e	
   à	
  
jurisprudência	
  resolverem	
  a	
  questão.	
  	
  
Mesmo	
   havendo	
   discordâncias	
   por	
   parte	
   dos	
   analistas	
   (COELHO,	
   2007),	
   as	
  
decisões	
   do	
   STF	
   (ADI	
   1.754-­‐9/DF)	
   concluíram	
   que	
   ambos	
   os	
   pressupostos	
   possuem	
  
caráter	
  subjetivo	
  e	
   ficam	
  relegados	
  ao	
  discricionário	
  entendimento	
  do	
  Presidente	
  da	
  
República.	
  	
  
Em	
  outras	
  palavras,	
  somente	
  o	
  Presidente,	
  titular	
  único	
  da	
  edição	
  de	
  medidas	
  
provisórias,	
   tem	
   o	
   poder	
   de	
   julgar	
   se	
   os	
   pressupostos	
   de	
   relevância	
   e	
   urgência	
  
realmente	
  existem:	
  “Esses	
  dois	
  pressupostos	
  estão	
  submetidos	
  à	
  apreciação	
  política	
  do	
  
Presidente	
   da	
   República,	
   que	
   goza	
   de	
   larga	
   margem	
   de	
   apreciação	
   sobre	
   a	
   sua	
  
ocorrência”	
  (MENDES,	
  2007:	
  839).	
  
	
  
12.6.2.1	
  	
  Controle	
  judicial	
  dos	
  pressupostos	
  constitucionais	
  	
  
O	
  STF	
  (ADI	
  MC	
  1.753	
  –	
  DF),	
  em	
  diversos	
  precedentes,	
  decidiu	
  pela	
  excepcional	
  
possibilidade	
  de	
  controle	
  judicial	
  quando	
  a	
  ausência	
  de	
  qualquer	
  dos	
  pressupostos	
  se	
  
demonstra	
  evidente.	
  	
  
	
  
12.6.3	
  	
  Vigência	
  e	
  perda	
  de	
  eficácia	
  das	
  Medidas	
  Provisórias	
  
	
  
O	
  assunto	
  é	
  disciplinado,	
  após	
  a	
  EC	
  32/01,	
  da	
  seguinte	
  forma:	
  
	
  
	
  
	
  
Vigência	
  da	
  medida	
  provisória	
  (§§	
  3.º	
  e	
  
4.º)	
  
	
  
60	
  (sessenta	
  dias),	
  suspendendo-­‐se	
  a	
  contagem,	
  
contudo,	
  nos	
  períodos	
  de	
  recesso	
  (art.	
  57)	
  
	
  
Termo	
  inicial	
  da	
  contagem	
  	
  
do	
  prazo	
  (§	
  4.º)	
  
	
  
Publicação	
  no	
  Diário	
  Oficial	
  da	
  União	
  
	
  
Consequências	
  da	
  conversão	
  em	
  lei	
  da	
  
medida	
  provisória	
  (§§	
  3.º	
  e	
  7.º)	
  
Se,	
  em	
  60	
  dias,	
  contados	
  da	
  publicação,	
  não	
  houver	
  a	
  
conversão	
  em	
  lei	
  da	
  MP,	
  ela	
  será	
  reeditada	
  por	
  igual	
  
prazo.	
  Se,	
  mesmo	
  assim,	
  não	
  for	
  concluída	
  sua	
  
votação,	
  perderá	
  sua	
  eficácia	
  (ver	
  nota	
  abaixo),	
  
podendo	
  ocorrer	
  a	
  edição	
  de	
  DECRETO	
  LEGISLATIVO,	
  
nos	
  termos	
  do	
  art.	
  62,	
  §§	
  3.º	
  e	
  11.	
  
	
  
Consequência	
  da	
  não	
  edição	
  do	
  decreto	
  
legislativo	
  apósos	
  60	
  dias	
  previstos	
  na	
  
Constituição	
  (§	
  11)	
  
	
  
Caso	
  não	
  venha	
  a	
  ser	
  editado	
  o	
  decreto	
  legislativo,	
  as	
  
relações	
  jurídicas,	
  nascidas	
  na	
  vigência	
  da	
  MP,	
  
continuam	
  sendo	
  por	
  ela	
  regidas.	
  
	
  
	
  
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  Constitucional	
  
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  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  120	
  
Nota	
  sobre	
  a	
  perda	
  da	
  eficácia	
  da	
  MP:	
  o	
  posicionamento	
  originário	
  da	
  CF/88,	
  
efetivamente,	
  	
  levava	
  à	
  perda	
  de	
  eficácia	
  DESDE	
  A	
  EDIÇÃO	
  (EX	
  TUNC).	
  Todavia,	
  com	
  o	
  
advento	
  da	
  EC	
  32/01,	
  incorporou-­‐se	
  no	
  art.	
  62,	
  §	
  3.º,	
  a	
  ressalva	
  dos	
  §§	
  11	
  e	
  12.	
  
Assim,	
  talvez	
  se	
  tenha	
  o	
  reconhecimento	
  constitucional	
  que,	
  em	
  regra,	
  os	
  atos	
  
praticados	
   durante	
   a	
   vigência	
   da	
   MP,	
   com	
   ultra-­‐atividade,	
   ficarão	
   por	
   ela	
   regidos.	
  	
  
Atualmente,	
  em	
  sentido	
  inverso,	
  se	
  o	
  Congresso	
  Nacional	
  tiver	
  a	
  intenção	
  de	
  conferir	
  
eficácia	
  retroativa,	
  deverá	
  emitir	
  um	
  decreto	
  legislativo	
  regulando	
  as	
  relações	
  jurídicas	
  
decorrentes	
  do	
  período	
  em	
  que	
  a	
  MP	
  vigorou:	
  
	
  
[...]	
   Embora	
   o	
   §	
   3.º	
   do	
   art.	
   62,	
   novo,	
   continue	
   a	
   prever	
   que	
   as	
   medidas	
  
provisórias	
   não	
   convertidas	
   em	
   lei	
   perderão	
   eficácia	
   ex	
   tunc,	
   ele	
   ressalva	
   as	
  
situações	
  regidas	
  pelos	
  §§	
  11	
  e	
  12.	
  
Ora,	
   este	
   §	
   11	
   mantém	
   regidas	
   pela	
   medida	
   provisória	
   não	
   convertida	
   as	
  
situações	
   dela	
   decorrentes.	
   Entretanto,	
   nos	
   primeiros	
   sessenta	
   dias	
  
posteriores	
   à	
   perda	
   de	
   eficácia	
   da	
   media,	
   decreto	
   legislativo	
   poderá	
   dispor	
  
sobre	
  essas	
  relações	
  jurídicas,	
  consoante	
  prevê	
  o	
  §	
  3.º,	
  in	
  fine.	
  
Há	
  muito	
  nisto	
  uma	
  profunda	
  modificação	
  relativamente	
  ao	
  que	
  resultava	
  do	
  
texto	
   primitivo.	
   Neste,	
   os	
   efeitos	
   da	
   medida	
   provisória	
   não	
   convertida	
   se	
  
desconstituíam,	
  salvo	
  se	
  o	
  decreto	
  legislativo	
  dispuser	
  em	
  contrário.	
  Ao	
  invés,	
  
hoje,	
   eles	
   perduram	
   válidos,	
   salvo	
   se	
   o	
   decreto	
   legislativo	
   dispuser	
   em	
  
contrário.	
  E	
  isto	
  o	
  prazo	
  de	
  sessenta	
  dias	
  mencionado.	
  
Ocorre,	
   portanto,	
   uma	
   presunção	
   a	
   favor	
   da	
   permanência	
   do	
   regime	
  
aplicado	
  às	
  relações	
  jurídicas	
  pela	
  medida	
  provisória.	
  
(Manoel	
   Gonçalves	
   Ferreira	
   Filho,	
   apud	
   AMARAL	
   JÚNIOR,	
   José	
   Levi	
   Mello.	
  
Medida	
  Provisória	
  e	
  a	
  sua	
  Conversão	
  em	
  Lei:	
  a	
  emenda	
  constitucional	
  n.º	
  32	
  e	
  
o	
  papel	
  do	
  Congresso	
  Nacional.	
  São	
  Paulo:	
  RT,	
  2004,	
  p.	
  257).	
  [grifo	
  nosso]	
  
	
  
	
   Nada	
   obstante,	
   para	
   concursos	
   públicos,	
   recomenda-­‐se	
   a	
   utilização	
   da	
  
expressão	
  constitucional,	
  de	
  que	
  a	
  MP,	
  não	
  convertida	
  em	
  lei,	
  perde	
  eficácia	
  “DESDE	
  
A	
  EDIÇÃO”,	
  até	
  na	
  medida	
  em	
  que	
  esta	
  discussão	
  está	
  sub	
  judice	
  no	
  STF	
  na	
  ADPF	
  nº	
  
84.	
  
	
  
	
  
12.6.4	
   A	
   possibilidade	
   de	
   convocação	
   extraordinária	
   do	
   Congresso	
   Nacional	
   para	
  
apreciação	
  de	
  medidas	
  provisórias	
  editadas	
  durante	
  os	
  períodos	
  de	
  recesso	
  	
  
Antes	
   do	
   advento	
   da	
   EC	
   32/01,	
   no	
   caso	
   de	
   haver	
   a	
   edição	
   de	
  MP	
   durante	
   o	
  
período	
   de	
   recesso,	
   o	
   Congresso	
   Nacional	
   seria	
   convocado	
   a	
   se	
   reunir,	
  
extraordinariamente,	
  no	
  prazo	
  de	
  cinco	
  dias	
   (redação	
  anterior:	
  CF,	
  art.	
  62,	
  parágrafo	
  
único).	
  	
  
Hoje,	
  contudo,	
  não	
  mais	
  existe	
  tal	
  possibilidade	
  de	
  convocação	
  extraordinária	
  
para	
  apreciação	
  de	
  MP,	
  mesmo	
  porque,	
  durante	
  os	
  períodos	
  de	
   recesso,	
  o	
  prazo	
  de	
  
vigência	
  é	
  suspenso	
  (CF,	
  art.	
  62,	
  §	
  4.º).	
  	
  	
  Todavia,	
  a	
  EC	
  32/01,	
  corretamente,	
  alterou	
  a	
  
redação	
  do	
  art.	
  57,	
  §	
  7.º,	
  e	
  incluiu	
  o	
  parágrafo	
  8.º.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Página	
  121	
  
12.6.5	
  A	
  possibilidade	
  da	
  apreciação	
  (conversão/rejeição)	
  de	
  medidas	
  provisórias	
  por	
  
parte	
   das	
   Comissões	
   permanentes	
   das	
   Casas	
   do	
   Congresso	
   Nacional	
   (“delegação	
  
interna	
  corporis”)	
  	
  
Existe,	
  no	
  art.	
  58,	
  §	
  2.º,	
  I,	
  da	
  Constituição	
  Federal,	
  autorização	
  para	
  que	
  as	
  Casas	
  
legislativas	
   deleguem	
   às	
   Comissões	
   matérias	
   que,	
   na	
   forma	
   do	
   Regimento	
   Interno,	
  
dispensem	
  a	
  aprovação	
  pelo	
  Plenário.	
  	
  
É	
  a	
  chamada	
  “delegação	
  interna	
  corporis”	
  que,	
  em	
  outras	
  palavras,	
  permite	
  que	
  
projetos	
   de	
   lei	
   sejam	
   aprovados,	
   em	
   definitivo,	
   no	
   diminuto	
   âmbito	
   das	
   Comissões,	
  
sem	
  a	
  necessidade	
  de	
  discussão	
  e	
  votação	
  pelo	
  Plenário	
  da	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  e	
  
do	
  Senado	
  Federal.	
  	
  
Nada	
   obstante	
   a	
   essa	
   possibilidade	
   constitucional	
   de	
   atividade	
   legislativa,	
   tal	
  
procedimento	
   –	
   aprovação/rejeição	
   de	
   MP	
   apenas	
   no	
   seio	
   das	
   Comissões	
   –	
   não	
   é	
  
autorizado	
   para	
   a	
   disciplina	
   das	
   medidas	
   provisórias,	
   considerando	
   a	
   expressada	
  
determinação	
  do	
  art.	
  62,	
  §	
  9.º,	
  da	
  CF.	
  	
  
	
  
12.6.6	
  Medidas	
  provisórias	
  estaduais	
  e	
  municipais	
  	
  
O	
  assunto	
  resta	
  incontroverso	
  no	
  âmbito	
  do	
  STF	
  (ADI	
  2391/SC	
  –	
  Info.	
  436)	
  que	
  
entende	
   serem	
   as	
   disposições	
   relativas	
   ao	
   processo	
   legislativo,	
   constantes	
   na	
  
Constituição	
   Federal,	
  modelos	
   a	
   serem	
  utilizados	
   também	
  pelos	
   Estados-­‐Membros	
   e	
  
pelos	
  Municípios	
  brasileiros.	
  	
  Assim,	
  é	
  perfeitamente	
  possível	
  a	
  existência	
  de	
  Medidas	
  
Provisórias	
   Estaduais	
   e	
   Municipais,	
   desde	
   que	
   expressamente	
   previstas	
   na	
  
Constituição	
  Estadual	
  e	
  na	
  respectiva	
  Lei	
  Orgânica	
  Municipal.	
  
Esse	
  é	
  o	
  caso,	
  por	
  exemplo,	
  do	
  Estado	
  de	
  Santa	
  Catarina:	
  
	
  
Art.	
  51—	
  Em	
  caso	
  de	
   relevância	
  e	
  urgência,	
  o	
  Governador	
  do	
  Estado	
  poderá	
  
adotar	
   medidas	
   provisórias,	
   com	
   força	
   de	
   lei,	
   devendo	
   submetê-­‐las	
   de	
  
imediato	
  à	
  Assembleia	
  Legislativa.	
  
§	
  1º	
  —	
  As	
  medidas	
  provisórias,	
  ressalvado	
  o	
  disposto	
  nos	
  §§	
  7º	
  e	
  8º,	
  perderão	
  
eficácia,	
  desde	
  a	
  edição,	
  se	
  não	
  forem	
  convertidas	
  em	
  lei	
  no	
  prazo	
  de	
  sessenta	
  
dias,	
  prorrogável,	
  nos	
   termos	
  do	
  §	
  6º,	
  uma	
  vez	
  por	
   igual	
  período,	
  devendo	
  a	
  
Assembleia	
  Legislativa	
  disciplinar,	
  pordecreto	
  legislativo,	
  as	
  relações	
  jurídicas	
  
delas	
  decorrentes.	
  
§	
  2º	
  —	
  É	
  vedada	
  a	
  edição	
  de	
  medida	
  provisória	
  sobre	
  matéria	
  que	
  não	
  possa	
  
ser	
  objeto	
  de	
  lei	
  delegada.	
  
§	
  3º	
  —	
  É	
  vedada	
  a	
  reedição,	
  na	
  mesma	
  sessão	
  legislativa,	
  de	
  medida	
  
provisória	
  não	
  deliberada	
  ou	
  rejeitada	
  pela	
  Assembleia	
  Legislativa.	
  
(...)
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
www.acasadoconcurseiro.com.br Prof.	
  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  122	
  
QUESTÕES	
  SOBRE	
  A	
  MATÉRIA	
  
	
  
1)	
   (Juiz	
   de	
   Direito	
   Substituto-­‐	
   RS	
   –2009)	
   Considere	
   as	
   assertivas	
   abaixo	
   a	
   respeito	
   do	
  
processo	
  legislativo	
  segundo	
  a	
  Constituição	
  Federal	
  de	
  1988	
  e	
  suas	
  alterações	
  posteriores	
  	
  
I	
  -­‐	
  O	
  Presidente	
  da	
  República,	
  em	
  caso	
  de	
  relevância	
  e	
  urgência,	
  pode	
  editar	
  medida	
  provisória	
  
sobre	
  matéria	
  relativa	
  a	
  processo	
  civil.	
  
II	
  -­‐	
  A	
  rejeição	
  de	
  medida	
  provisória	
  pelo	
  Poder	
  Legislativo	
  não	
  produz	
  a	
  automática	
  ineficácia	
  
das	
  relações	
  jurídicas	
  constituídas	
  sob	
  sua	
  égide.	
  
III	
  -­‐	
  Emenda	
  constitucional	
  não	
  é	
  submetida	
  à	
  sanção	
  do	
  Presidente	
  da	
  República.	
  
Quais	
  são	
  corretas?	
  
(A)	
  Apenas	
  I	
  
(B)	
  Apenas	
  II	
  
(C)	
  Apenas	
  III	
  
(D)	
  Apenas	
  II	
  e	
  III	
  
(E)	
  I,	
  II	
  e	
  III	
  
	
  
2)	
   (Promotor	
   de	
   Justiça	
   –	
  MG	
   –	
   2008)	
   Analise	
   as	
   seguintes	
   assertivas	
   quanto	
   ao	
   processo	
  
legislativo	
  previsto	
  na	
  Constituição	
  de	
  1988	
  	
  
I	
  –	
  A	
  iniciativa	
  legislativa	
  para	
  a	
  proposição	
  de	
  emenda	
  constitucional	
  é	
  concorrente.	
  
II	
   –	
   Em	
   regra,	
  o	
  processo	
   legislativo	
   inicia-­‐se	
  na	
  Câmara	
  dos	
  Deputados,	
   em	
  homenagem	
  ao	
  
princípio	
  democrático.	
  
III	
  –	
  Não	
  poderá	
  haver	
  emendas	
  parlamentares	
  em	
  projeto	
  de	
  lei	
  cuja	
  iniciativa	
  seja	
  exclusiva	
  
do	
  chefe	
  do	
  Poder	
  Executivo.	
  
IV	
   –	
   A	
   medida	
   provisória	
   e	
   o	
   decreto	
   presidencial	
   são	
   exemplos	
   de	
   espécies	
   normativas	
  
previstas	
  na	
  Constituição	
  de	
  1988.	
  
(A) As	
  opções	
  I	
  e	
  IV	
  estão	
  corretas.	
  
(B) As	
  opções	
  I	
  e	
  II	
  estão	
  corretas.	
  
(C) As	
  opções	
  II	
  e	
  III	
  estão	
  corretas.	
  
(D) As	
  opções	
  III	
  e	
  IV	
  estão	
  corretas.	
  
(E) As	
  opções	
  I,	
  II	
  e	
  IV	
  estão	
  corretas.	
  
	
  
3)	
   	
   (Defensor	
  Público	
  –	
  SP	
  –	
  2009)	
  Em	
   relação	
  às	
   cláusulas	
  pétreas,	
   considere	
  as	
   seguintes	
  
afirmações:	
  
I.	
  Tem	
  como	
  significado	
  último	
  prevenir	
  a	
  erosão	
  da	
  Constituição	
  Federal,	
  inibindo	
  a	
  tentativa	
  
de	
  abolir	
  o	
  projeto	
  constitucional	
  deixado	
  pelo	
  constituinte.	
  
II.	
   A	
   Emenda	
   Constitucional	
   45,	
   na	
   parte	
   que	
   criou	
   o	
   Conselho	
   Nacional	
   de	
   Justiça,	
   violou,	
  
segundo	
  julgamento	
  proferido	
  pelo	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  a	
  cláusula	
  pétrea	
  da	
  separação	
  
dos	
  poderes.	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
  Piva	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  Página	
  123	
  
III.	
  Ao	
  petrificar	
  o	
  voto	
  cristalizou-­‐se	
  a	
  impossibilidade	
  do	
  poder	
  constituinte	
  derivado	
  excluir	
  o	
  
voto	
  do	
  analfabeto	
  ou	
  do	
  menor	
  entre	
  16	
  e	
  18	
  anos.	
  
IV.	
   É	
   possível	
   que	
   uma	
   reforma	
   constitucional	
   crie	
   novas	
   cláusulas	
   pétreas	
   segundo	
  
entendimento	
  pacífico	
  da	
  doutrina	
  constitucional.	
  
V.	
   A	
   mera	
   alteração	
   redacional	
   de	
   uma	
   norma	
   originária	
   componente	
   do	
   rol	
   de	
   cláusulas	
  
pétreas	
  não	
  importa	
  em	
  inconstitucionalidade.	
  
Estão	
  corretas	
  SOMENTE	
  
(A) I,	
  III	
  e	
  IV.	
  
(B)	
  I,	
  III	
  e	
  V.	
  
(C)	
  I,	
  IV	
  e	
  V.	
  
(D)	
  II,	
  III	
  e	
  IV.	
  
(E)	
  III,	
  IV	
  e	
  V.	
  
	
  
4)	
   (MP/MG	
  –	
  2005)	
  Em	
  se	
   tratando	
  de	
  Medidas	
  Provisórias,	
   com	
  relação	
  aos	
   requisitos	
  da	
  
relevância	
  e	
  urgência,	
  é	
  CORRETO	
  afirmar	
  que	
  	
  
(A) se	
  houver	
  desvirtuamento	
  dos	
  requisitos	
  é	
  cabível	
  o	
  controle	
  judicial.	
  	
  
(B) o	
   presidente	
   da	
   Câmara	
   dos	
   Deputados	
   pode	
   rejeitar	
   a	
   medida,	
   sempre	
   que	
   entender	
  
ausentes	
  tais	
  requisitos.	
  	
  
(C) somente	
   o	
   presidente	
   do	
   Senado	
   Federal	
   poderá	
   recusar	
   o	
   recebimento	
   da	
  medida	
   por	
  
motivo	
   de	
   relevante	
   interesse	
   público	
   e	
   deixar	
   de	
   enviá-­‐la	
   à	
   Câmara	
   dos	
   Deputados,	
  
utilizando	
  seu	
  poder	
  de	
  presidente	
  do	
  Congresso	
  Nacional.	
  	
  
(D) uma	
  vez	
  reconhecido	
  aqueles	
  requisitos	
  pela	
  Câmara	
  dos	
  Deputados	
  a	
  Casa	
  revisora,	
  neste	
  
aspecto,	
  permanece	
  vinculada.	
  	
  
(E) em	
   nenhuma	
   hipótese	
   é	
   cabível	
   o	
   controle	
   judicial,	
   em	
   prestígio	
   ao	
   poder	
   de	
   iniciativa	
  
privativa	
  do	
  Presidente	
  da	
  República.	
  
	
  
5)	
  (Juiz	
  de	
  Direito	
  –	
  MG	
  -­‐	
  2008)	
  A	
  Constituição	
  da	
  República	
  discrimina	
  as	
  regras	
  mediante	
  as	
  
quais	
   se	
   desenvolve	
   o	
   processo	
   legislativo	
   e	
   que	
   irão	
   propiciar	
   a	
   formação	
   dos	
   atos	
  
normativos	
  nela	
  declinados	
  (art.	
  59).	
  Assinale	
  a	
  alternativa	
  correta.	
  
(A) O	
  texto	
  constitucional	
  admite	
  a	
  aprovação	
  de	
  projeto	
  de	
   lei	
  ou	
  de	
  medida	
  provisória	
  por	
  
decurso	
  de	
  prazo.	
  
(B) É	
   de	
   iniciativa	
   privativa	
   do	
   Presidente	
   da	
   República	
   a	
   lei	
   que	
   disponha	
   sobre	
   criação	
   de	
  
cargos,	
   funções	
  ou	
  empregos	
  públicos	
  na	
  administração	
  direta	
  e	
  autárquica	
  ou	
  aumento	
  
de	
  sua	
  remuneração.	
  
(C) No	
   projeto	
   de	
   iniciativa	
   exclusiva	
   do	
   Chefe	
   do	
   Poder	
   Executivo	
   sempre	
   é	
   lícito	
   aos	
  
membros	
  do	
  Poder	
  Legislativo	
  emendá-­‐lo	
  de	
  modo	
  a	
  aumentar	
  a	
  despesa	
  nele	
  prevista.	
  
(D) Não	
  é	
  admissível	
  a	
  iniciativa	
  popular.	
  
	
  
	
  
Prof. Otávio Piva Direito	
  Constitucional	
  
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  Otávio	
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  Página	
  124	
  
6)	
   (Juiz	
   de	
   Direito	
   –	
  MG	
   –	
   2008)	
   A	
  medida	
   provisória	
   constitui	
   espécie	
   de	
   ato	
   normativo	
  
excepcional	
   e	
   tem	
   características	
   estabelecidas	
   no	
   texto	
   constitucional.	
   Assinale	
   a	
  
alternativa	
  correta.	
  
(A) É	
  vedada	
  a	
  edição	
  de	
  medida	
  provisória	
  sobre	
  matéria	
  reservada	
  à	
  lei	
  complementar.	
  
(B) O	
  período	
   de	
   vigência	
   da	
  medida	
   provisória	
   poderá	
   ser	
   prorrogado	
   indefinidamente

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