Buscar

RESUMO Psicodiagnostico2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO DO PSICODIAGNÓSTICO- CAPÍTULOS 15, 17 E 18- PARA B2
CAPÍTULO 15
A ENTREVISTA FAMILIAR DIAGNÓSTICA: IMPORTÂNCIA DA SUA INCLUSÃO NO PSICODIAGNÓSTICO DE CRIANÇAS.
A entrevista familiar tem sido uma técnica ou método reservado, durante muito tempo, aos terapeutas formados para trabalhar com o grupo familiar como ponto de partida ou nível de análise na investigação diagnóstica e na psicoterapia. Posteriormente psicólogos e psicanalistas começaram a usar essa forma de abordagem.
Quais os fundamentos para sua inclusão no psicodiagnóstico?
O sintoma da criança é o emergente de um sistema intrapsíquico que está, por sua vez, inserido no esquema familiar também doente, com a sua própria economia e dinâmica. O que significa dizer que a entrevista familiar é constituída por dois sistemas em convívio estável que modelam entre si uma relação continente-conteúdo. O continente está constituído pelo casal parental e o conteúdo está representado pelos filhos. Quando a trama familiar não abriga, não metaboliza, não transforma adequadamente, a atmosfera familiar torna-se rarefeita, intoxicada e começa a aparecer a doença.
Uma criança psicótica é a depositária da loucura de todo o grupo familiar, que permitirá que ela se recupere ou não, dependendo de até que ponto cada um dos membros da família estiver disposto a assumir o grau de doença pelo qual é responsável.
Soifer indica a entrevista familiar quando surgirem dúvidas no estudo diagnóstico da criança em todos os casos, a não ser que exista contra indicação.
As hipóteses originadas nas entrevistas com o casal e naquela com o filho(a) devem ser consideradas provisórias até serem comparadas com as que aparecerem na entrevista familiar.
Quanto menor a criança, mais importante será considerar esta recomendação, pois ela está em pleno processo de formação e em estreita e direta dependência emocional de seus pais.
 Detectar o modelo que os pais estão apresentando e ajuda-los a retificá-lo, se necessário, pode constituir-se em ajuda para todo o grupo familiar.
Quanto mais grave for a hipótese diagnóstica, mais necessária será a entrevista familiar, por exemplo, nos casos de psicose, quadros borderline, perversão, psicopatas ou hipocondrias graves,ou, quando há suspeita de uma psicose simbiótica, ou simbiose não resolvida.
Outro motivo importante para realizar uma entrevista familiar é que ela propicia condutas observáveis para os pais, a criança e o profissional que podem ser tomadas como ponto de referência na devolução do diagnóstico.
Além do mais, oferece elementos muito valiosos para decidir qual a estratégia terapêutica que será recomendada na entrevista de devolução de informação final.
 Em certos casos a entrevista familiar pode dar indicadores para contra indicar o tratamento analítico individual, a saber:
a-) Quando não se vislumbra a possibilidade de modificação da patologia familiar e principalmente se esta for severa. Começar um tratamento individual do filho seria fazê-lo o único responsável pela doença familiar. O tratamento modificaria as defesas que teria desenvolvido para sobreviver nesse meio patológico. O tratamento poderia ser inócuo ou interrompido.
b-) Quando a melhora do filho trazer associada a descompensação de outro membro do grupo familiar, que se for um dos pais, todo o clima familiar sentiria os efeitos ficando sem continente.
c-) Quando o filho atravessar uma crise evolutiva que obrigue os pais a reviverem essa etapa.
d-) Quando os pais mantêm e reforçam inconscientemente a sintomatologia do filho, porque isso lhes proporciona um importante benefício secundário.Ex: criança adotada.
Quais são os indicadores na observação da entrevista familiar diagnóstica?
Se os papéis pais-filhos, continente-contido, pai-mãe, feminino-masculino, etc. aparecem e estão bem discriminados ou se estão confusos ou inclusive invertidos.
Se esses papéis permanecem fixos ou se são intercambiáveis.
Determinar quem exerce a liderança executiva no cargo familiar. Se é um dos pais, é importante que o terapeuta possa discriminar o seu espírito de colaboração ou ver o grau de aliança terapêutica com a qual poderá contar.
O nível de desenvolvimento obtido por esse progenitor líder para permitir ao filho que consiga um desenvolvimento completo ou refreá-lo, se ele não consegue crescer junto com os filhos.
As identificações que predominam: o que é ser como o pai ou como a mãe para essa família; o que é ser bobo ou legal; o que significa ser inteligente, agressivo, estranho, bom, caprichoso ou não.
Tentar extrair a fantasia de doença e cura no nível do grupo familiar. Saber se predomina o depósito da doença em um dos membros, ou se cada um assume a sua parte. No caso do depositário, observar se ele se opõe ou se aceita passivamente o papel.
Outro elemento importante é verificar se na família os pais exercem a função fundamental de transmitir conhecimentos e estabelecer limites, ajudando assim a delimitar a fantasia de realidade. Este é um fator decisivo para evitar a instalação de uma psicose. Isso quer dizer que, o modo como os pais transmitem os diferentes ensinamentos aos filhos depende de: a-) a possibilidade de regredir parcial e inconscientemente; b-) a possibilidade de retornar da regressão voltando a sua condição de adultos.
Trata-se de algo que funciona também como requisito dos pais, para ser um bom educador e um bom e terapeuta de crianças: a capacidade de fazer uma regressão para compreender o filho e, ao mesmo tempo, retornar da regressão voltando à sua condição de adulto.
Mitos familiares encobertos pela rotina do funcionamento familiar: crenças sistematizadas e compartilhadas por todos os membros da família em relação aos seus papéis respectivos e sobre a natureza da relação entre eles.
A capacidade de proceder espontaneamente durante essa entrevista e depois ter insight do ocorrido.
Quais são as Contra-indicações para a entrevista familiar ?
Quando os pais estão separados; quando resistem reiteradamente; quando estima-se que isso elevará o nível de angústia da criança até um limite extremo com o que poderá ser destruído o bom rapport que conseguiria com o profissional, deixando-o com uma predisposição negativa para uma futura terapia.
Alguns aspectos técnicos da Entrevista Familiar
A primeira entrevista diagnóstica deve ter como finalidade chegar a um diagnóstico inicial, após o qual será decidido quando a criança será entrevistada individualmente, com seus pais ou com toda a família.
O número de entrevistas vai depender da clareza com que seja possível extrair material significativo, porém não deve se estender, pois os pacientes não suportam a falta de interpretações.
Quando a família chegar será repetida a orientação após ter cumprimentado cada um pelo seu próprio nome.
No que se refere ao registro do material é aconselhável limitar-se ao mínimo possível, para evitar o sentimento de persecutoriedade. Tem famílias que tentam envolver o profissional para diminuir a angústia persecutória, impedindo-o de ser um observador não-participante. Ficar atento para saber se é recurso de distração ou um pedido para servir de ego- auxiliar para ocupar um papel vazio no grupo familiar. Em outros casos a intenção é eliminar a dicotomia persecutória observador-observado e, então, aceitar certas intervenções inócuas poderá baixar o nível de persecução e aliviar o clima emocional.
Pode ocorrer que um ou alguns dos membros do grupo tentem estabelecer uma aliança com o profissional deixando outro ou outros excluídos.
A entrevista familiar diagnóstica é um meio, e não um fim em si mesma.
No que se refere ao lugar é conveniente realizar a entrevista familiar num meio apropriado. Para isso deve-se levar em conta o número e a idade dos integrantes do grupo familiar. O lugar deve permitir o deslocamento confortável da família para que possa haver interação lúdica e não somente verbal, especialmente se as crianças forempequenas. A idade dos membros do grupo deve ser levada em consideração para selecionar o tipo de jogo ou material que supostamente preferirão usar. Se for fazer sujeira o local também deve ser apropriado.
Seria aconselhável dispor de uma mesa de altura padrão, outra mais baixa, algum lugar onde sentar da altura padrão para um adulto e almofadas no piso e tapete para os pequenos. É importante registrar onde se localiza cada um e qual o lugar que tenta escolher. É muito significativo quando a mãe senta diretamente no chão e sua filha mais velha numa cadeira, e também se o pai não sai da cadeira para ajudar o filho mais moço que pede ajuda de longe. Isso tem relação com a possibilidade de fazer uma regressão útil para compreender as crianças mas, também, de recuperar o nível de adulto que deve funcionar como continente deles.
CAPÍTULO 17
CONSIDERAÇÕES ATUAIS SOBRE A ENTREVISTA DE DEVOLUÇÃO DOS RESULTADOS DO PSICODIAGNÓSTICO.
O psicodiagnóstico clínico acaba com uma entrevista (ou com o número de entrevistas que for necessário) na qual o profissional explica ao entrevistado, ou aos pais, ou ainda a um adulto responsável como nos casos de psicose, as conclusões extraídas e conversa sobre isso.
Serve para suprir:
a curiosidade do sujeito e de sua família para saber o que pensamos que ocorre depois de fazer os estudos;
a necessidade do profissional de transmitir esses resultados e o fato de que as reações que forem registradas nessa entrevista final poderão ratificar o nosso diagnóstico ou modificá-lo substancialmente. Podem surgir lembranças que não tenham sido transmitidas antes ou associações úteis ao diagnóstico.
A reação emocional diante das nossas mensagens é tão importante quanto às reações verbais. Ex: falta de um dos pais.
A importância da presença de ambos os pais ou dos adultos tutores ou responsáveis é importante para que escutem as conclusões diagnósticas e a recomendação terapêutica (se houver), já que ambos deverão concordar e dividir responsabilidades.
Se o profissional passar a ocupar o lugar de um dos membros ausente, estará distorcendo a realidade, prestando, a uma certa cumplicidade negativa e dando por certo o acordo do ausente sem que isso tenha ocorrido na realidade.
...“é necessário devolver-lhes uma imagem do filho, deles e do grupo familiar, corrigida, atualizada, ampliada ou diminuída, que nem sempre coincide com aquela que eles trazem na primeira consulta, dando-lhes consciência da verdadeira identidade dele, das mudanças que deverão aceitar no filho, neles e no grupo familiar como um todo, se, estiverem realmente dispostos a modificar o status quo. 
É preciso contar com as resistências, observar quem é o porta-voz delas. As reações dos pais e dos filhos perante a comunicação das conclusões, se repetirão durante um tratamento psicoterápico ou durante a atividade no trabalho, na escola, etc., e servem para propiciar uma orientação mais segura sobre o caso.
A família é um sistema constituído por diversos subsistemas ou uma estrutura com as suas próprias leis de funcionamento.
A teoria psicanalítica sobre a família adverte-nos sobre a presença de mitos familiares imprescindíveis, que podem ser patológicos e que agirão contra qualquer tentativa de inovação. E de papéis complementares ou não, as resistências e os mecanismos de defesa em nível familiar.
A tarefa do psicólogo é mobilizar as resistências e obter um pouco de insight, e, nesses momentos ele trabalha com um alto risco de cometer erros devido ao nosso narcisismo ferido e com um alto grau de responsabilidade profissional.
Se os pais não vieram por iniciativa própria, mas enviados por um terceiro, a entrevista de devolução funcionará como uma oportunidade para fazer com que todos tenham um certo insight da situação real. Estes pais não são os que erram o sintoma, mas os que não percebem nenhum. O psicólogo funciona como o segundo detector do conflito e como o encarregado de fazer os pais perceberem o que ocorre...Contratransferencialmente são esses os casos nos quais a devolução se torna mais difícil, devido à dose de frustração que supõe para o psicólogo e a carga de angústia que nele depostam.
O volume de informações fica enriquecido porque o psicólogo traz uma idéia e age como observador receptivo para uma resposta que pode não ser a esperada. Conforme a resposta que receber poderá optar por um caminho ou outro. É um jogo dialético entre introduzir certos elementos e esperar que o sujeito estruture o campo, como dizia Bleger. 
Dentro do contexto geral do processo psicodiagnóstico, a devolução de informação é o passo que manifesta mais a experiência clínica do profissional e o grau em que ele pode analisar os seus próprios conteúdos inconscientes e a sua história pessoal.
Se não for bem elaborado, entra em ação o mecanismo de contra-identificação projetiva, que dá ao trabalho validade duvidosa.
“O psicólogo funciona dentro do grupo, como um aspecto egóico que possui numa maior medida que os demais a capacidade de percepção, discriminação, integração e síntese. Ele percebe com um maior senso da realidade o que está ocorrendo e o que pode ocorrer e está em condições de sentir uma angústia menor diante dessa percepção. Mas se ele só percebesse a sua função seria limitada demais e ineficiente. Se concebermos o psicólogo como um agente que promove mudanças devemos também dar-lhe um papel mais ativo e direito, o de transmitir aquilo que percebe e perceber novamente para avaliar o resultado da sua mensagem.”
Como um observador participante, em alguns momentos deverá colocar uma distância prudente e silenciosa para aceitar a dinâmica do que está ocorrendo e o seu significado profundo. Em outros, participar ativamente e recorrendo a diversos meios técnicos para alcançar o objetivo principal que é a tomada de insight em relação ao conflito central. O psicólogo pode agir identificado com um Superego exigente que não contempla as possibilidades reais de insight, atitude contraproducente, que coloca em risco a entrevista d devolução, transformando numa situação traumática que gera condutas negativas no que se refere a um bom final do processo diagnóstico. 
Como fazer o planejamento da entrevista de devolução:
Uma vez concluídas todas as entrevistas prévias, deveremos estudar detalhadamente todo o material diagnóstico. Fazer o estudo mais profundo do material projetivo. E após a interpretação dinâmica, psicanalítica, evolutiva e sócio-cultural de cada entrevista, de cada teste, encontrar recorrências e convergências para chegar à conclusão final, ou seja, ao diagnóstico situacional da família e o da patologia do filho, e à indicação terapêutica mais adequada. Recorrências, diz respeito à repetição da mesma fantasia, conflito ou problema, expresso através de elementos semelhantes, ou de significado simbólico equivalente. Convergência leva a reunir material que informa sobre fantasias, conflitos ou problemas diferentes, mas complementares.
Podem aparecer pseudos contra-indicações que nos deixam desorientados. No entanto, podemos superar a confusão se entendermos que se trata de diferentes aspectos de uma personalidade dissociada, ou de aspectos mais conscientes e outros mais profundos ou inconscientes; também podem ser diferentes aspectos produto de identificações com diferentes figuras significativas do meio, podendo alguns estar relacionados com ansiedades mais profundas e outros com as defesas diante delas; ou então com diferentes métodos defensivos usados conforme as circunstâncias vitais. Quando aparecem aspectos totalmente fragmentados estaremos diante das patologias mais graves: as psicoses.
Uma vez elaborada a hipótese que melhor explica a situação, é importante resumir o ou os motivos da consulta trazidos pelo sujeito e seus familiares, coloca-los numa ordem de patologia crescente, ou seja, começar com o mais trivial avançando até o mais patológico. Mas é muito importante que na entrevista de devolução se fale primeiro dos aspectos sadios e positivospara depois entrar naqueles que não “estão bem” na ordem exposta anteriormente.
Nem tudo o que aparecer no material do psicodiagnóstico deve ser dito, devemos pesar em cada caso, até onde poderemos chegar sem que existam leis precisas para isso. Por prudência algumas afirmações não deveriam ser feitas durante uma entrevista diagnóstica, mas uma situação limite é aquela em que a pessoa corre sérios riscos de loucura ou de morte, de cair na marginalidade, prostituição, abortos reiterados, abuso de droga, etc.
Deve-se apelar progressivamente para todos os meios para que o sujeito e ou seus pais tomem consciência da gravidade do caso e da necessidade de um tratamento. Se o resultado for negativo, incluo o prognóstico reservado da forma mais acessível ao caso.
Na entrevista de devolução, como em todas, estamos trabalhando constantemente com a transferência e a contratransferência. A técnica da devolução deve incluir este fato integrando conhecimentos e experiências provenientes da clínica e da sua própria análise.
A escolha do método verbal e/ ou não verbal para obter uma melhor devolução. Geralmente é mais fácil comunicar as nossas conclusões aos adultos, as crianças compreendem melhor as metáforas, algum jogo, ou então se lhes mostrarmos suas respostas aos testes ou à hora de jogo. Importante escolher uma terminologia acessível. Com o adulto com características obsessivas, asseado e cordial, usar uma linguagem mais formal. Ser menos formal com aqueles que são mais soltos e com adolescentes usar termos da moda.
A linguagem técnica é totalmente descartada nessas entrevistas, mesmo quando algum dos consultantes for colega. Os outros sentir-se-iam excluídos, fica parecendo um intercâmbio intelectual . Os registros dos testes são mostrados somente a quem os fez, isso quer dizer que de forma alguma deve ser mostrado aos pais, com raras exceções, onde é positivo usá-los.
Acontecem também as resistências para escutar e entender, por isso é recomendável agir repetindo o que foi dito no início e acrescentando cada vez um elemento novo até completar tudo aquilo que desejamos transmitir. Também é importante provocar respostas do sujeito para certificar-nos de que nos compreendeu. O uso de metáforas pode ser muito útil assim como o conto de fadas e lendas populares. 
A técnica da Devolução de Informação
É impossível de ser padronizada e em conseqüência é impossível elaborar um modelo válido para todos os casos. São a experiência e a intuição clínicas, que indicarão o caminho mais apropriado, além é claro do bom senso.
Com o próprio sujeito da consulta a tarefa é mais fácil já que trabalharemos com todo o material projetivo. Mas não devemos confundi-lo com um colega a quem mostramos a produção de um paciente.
Nosso papel tem mais semelhança com o de um intérprete do inconsciente.
Em alguns casos administra-se novamente algum teste para eliminar dúvidas antes da devolução ou na própria entrevista.
As entrevistas familiares fornecem um material muito ilustrativo e útil especialmente com pais ou filhos resistentes em aceitar o seu grau de comprometimento com os conflitos pelos quais consultam. Nesses casos é conveniente selecionar algumas passagens eloqüentes e propor que nesse momento digam o que isso os leva a pensar, não como protagonistas, mas como observadores.
Algumas vezes a devolução será feita para toda família, principalmente quando o conflito envolve a todos, e fracionar o grupo em entrevistas sucessivas pode favorecer a tendência a evitar o compromisso de cada um ou reações paranóicas difíceis de corrigir posteriormente.
O ponto de partida da devolução deve ser o que o consultante mencionou como motivo da solicitação de psicodiagnóstico.
Estas entrevistas de devolução costumam ser mais prolongadas e requerem uma maior concentração.
Em certos casos a melhor forma de obter uma boa comunicação e insight com os resultados do psicodiagnóstico é apelar para a dramatização, comum com crianças pequenas.
Alguns critérios da linha sistêmica podem ser incorporados como técnica de devolução, como por exemplo, o intercâmbio de papéis entre os membros do casal ou da família; a sugestão de troca de papéis a alguns deles; a adoção de algum papel ausente pelo psicólogo, etc.
Geralmente a devolução é feita em primeiro lugar para a pessoa ou as pessoas
Que consultaram em primeiro lugar. Se a consulta for por uma criança ou por um jovem adolescente, é recomendável chamar primeiro os pais para incluir na devolução ao filho as decisões tomadas pelos pais. 
Para devolução, especialmente se ficar confirmada a existência de uma patologia grave, é conveniente falar primeiro com quem procurou a consulta, pois pode acontecer que nem todos da família estejam preparados para falar sobre o assunto.
Se o estudo foi feito com um adulto neurótico (ou predominantemente neurótico) a entrevista final será feita com ele e ele tomará as decisões do caso.
A entrevista de devolução é o momento do psicodiagnóstico que deixa manifesta mais do que nunca a experiência clínica do profissional, o grau em que conseguiu analisar os seus próprios conteúdos inconscientes e a sua história pessoal, como também os conhecimentos que possui sobre essa especialidade.
O papel do psicólogo nessa entrevista não é nem um pouco fácil. Não está somente transmitindo os seus resultados, mas também escutando a resposta do outro e observando as suas reações. 
Disso vai depender a possibilidade de seguir o plano que traçou previamente ou não, e essa modificação durante o andamento da entrevista exige uma grande perícia de forma a não aumentar ansiedades e resistências. 
É recomendável começar pelos aspectos positivos mostrados por cada paciente. Além disso, importante lembrar que nem tudo o que obtivermos como informação será necessariamente transmitido ao sujeito ou a seus pais. Pode ser necessário omitir certo material ou transmiti-lo a quem se fará responsável pelo caso ( o profissional responsável).
CAPÍTULO 18
O INFORME PSICODIAGNÓSTICO
O informe consiste no resumo das conclusões diagnósticas e prognósticas do caso estudado e inclui muitas vezes as recomendações terapêuticas adequadas ao mesmo.
O informe deve constar em cada conjunto de documentos, tanto no nosso trabalho particular como no institucional. Neste último ele é imprescindível devido à rotatividade permanente de profissionais, permitindo assim que o terapeuta que vier a se encarregar de um caso deixado por outro possa ter informação adequada sem precisar estudar teste por teste do material todo. E se numa interconsulta os resultados de estudo forem solicitados podemos oferecer o informe psicodiagnóstico e não uma cópia dos testes, que não serão entendidos por neurologistas, pediatras, cardiologistas, etc.
Caso o informe seja destinado a um outro terapeuta, a linguagem utilizada poderá ter termos técnicos, do contrário, deve ser escrito para que todos compreendam.
Para elaborar o informe exige-se muito conhecimento, muita experiência clínica e muita dedicação. É uma tarefa que compromete muito e por isso o profissional inseguro a evita.
A autora defende que tanto com os conflitos da mente, como com os do corpo, que afinal são de ambos, deveremos saber da forma mais clara possível o que ocorre antes de introduzir modificações tentando solucioná-los. Todos os cuidados serão necessários para evitar um procedimento iatrogênico, ou seja, prejudicial. Não é possível começar uma psicoterapia ou uma psicanálise sem saber, no mínimo, com que poderemos deparar-nos dentro de um curto prazo da decorrência do mesmo.
O. Menninger, afirma que, mesmo com a maior experiência clínica e uma intuição incomum para fazer um diagnóstico, a entrevista clínica era um instrumento válido mais insuficiente, e insistia no ponto de que com o surgimento dos testes mentais “a psiquiatria havia chegado à sua época de ouro”.
Diferentes Tipos de Informes
O informe é uma informação dada por escrito, quepode ser feita como uma breve síntese ou um trabalho mais detalhado. Pode ser solicitada atualmente por:
Um Colega
É o informe que relata em linguagem técnica, fazendo referência concreta ao material de teste do qual foi extraída esta ou aquela conclusão e com uma descrição minuciosa da estrutura básica da personalidade, das suas ansiedades mais primitivas, das suas defesas mais regressivas e das mais maduras. O diagnóstico e o prognóstico serão expressos nos termos comuns à psicopatologia e à psicoterapia, usados corretamente em nosso meio profissional.
Um Professor
Neste caso o informe será breve, referindo-se exclusivamente ao que o professor precisa saber, expresso em linguagem cotidiana, e serão tomadas precauções para que não transpareçam intimidades do caso que não se relacionam com o campo pedagógico.
Um Advogado
É nestes casos que deveremos ser mais cuidadosos com os termos utilizados e a informação que ofereceremos. Geralmente se refere a uma perícia que terá peso numa sentença e isso faz dele um trabalho difícil, principalmente no campo penal.
O informe para um advogado deve ser expresso em termos inequívocos e com afirmações que não deixem margem para que sejam usadas conforme convier à causa.
É conveniente justificar a conclusão do estudo usando como apoio alguns pontos do material, expressando-se em termos claros e de uso comum no âmbito forense. Ao falarmos de uma personalidade psicopática, é necessário esclarecer em seguida o que se entende por isso de forma a dar uma clara definição, pois o termo pode ser interpretado desde uma simples impulsividade até condutas delinqüentes. 
Um Empresário no Âmbito de Trabalho
Nestes casos trabalharemos também com a desconfiança e as resistências do indivíduo que aspira a obter um trabalho e vem fazer o psicodiagnóstico porque é obrigado a isso. O psicólogo também se vê pressionado quando é procurado por um diretor ou dono de empresa no sentido de darmos um informe favorável ao candidato que veio recomendado. E usado ainda na avaliação para demitir ou transferir a pessoa. 
Portanto, deve-se evitar expressar no sentido de que esse ou aquele indivíduo não está em condições de desempenhar tal tarefa, mas de que “estaria melhor colocado na função tal de forma a fazer um uso mais proveitoso das suas potencialidades”. A primeira formulação serve como fundamento para uma demissão inexorável e isto tem criado sérios problemas nas relações do psicólogo com os representantes sindicais. A segunda formulação, no entanto, deixa a porta aberta para uma forma, mais racional do pessoal, para um rendimento maior, e se, de qualquer forma, ocorrer a demissão, ela será de responsabilidade absoluta do chefe de recursos humanos, ou seja, da empresa.
O informe para fins profissionais deve partir da base das qualidades que devem apresentar os aspirantes a um cargo devidamente descrito e definido por aquele que está solicitando o estudo. O informe responderá se os traços de personalidade requeridos para a função estão presentes num nível excelente, adequado, aceitável ou se estão ausentes. Tudo deverá ser acompanhado de uma exaustiva fundamentação sempre no sentido de funções da personalidade sem unir isto de forma alguma com elementos inconscientes e muito íntimos que não têm porque aparecer num informe que poderá ser lido por um funcionário da administração. Deve dizer o necessário e de tal forma que sempre possa ser interpretado com objetividade e não possa ser usado em prejuízo do indivíduo em questão.
Pelo Pediatra, Neurologista, Fonoaudiólogo, etc.
Geralmente estes profissionais estão interessados em receber informação sobre a presença ou não de transtornos emocionais que expliquem certa sintomatologia cuja etiologia não pode ser atribuída à parte orgânica. O nosso informe fará referência simplesmente ao registro ou não de transtornos emocionais, à sua gravidade e à conveniência de um tratamento psicológico do sujeito, da sua família, etc.
Pelos Pais
É muito raro que ocorra, mas, pode surgir o caso de que os pais solicitem “algum relatório por escrito”. Se o motivo for apresentá-lo em algum lugar, perguntaremos onde e elaboraremos o informe pertinente, que será enviado diretamente ao destinatário. Se, querem o informe para guardar as informações por escrito, este deve ser redigido numa linguagem simples resumindo tudo o que foi falado de forma tal que possa ser lido também pelo próprio sujeito com quem foi realizado o estudo.
Algumas vezes os pais ou o próprio sujeito pedem o informe por escrito durante a entrevista de devolução por teme que a ansiedade os impeça de reter o que dizemos e entende-lo corretamente.
Em outros casos isso se deve mais a uma atitude intelectualizada e desligada de qualquer compromisso afetivo. Nesses casos é melhor explicitar a importância de concentração no que falaremos e reter o essencial para não favorecer uma escuta passiva do nosso discurso como se estivéssemos fazendo uma palestra, descansando sobre a promessa de que receberão o nosso informe e privando-nos de ter acesso ao registro emocional que nossas palavras provocam como efeito.
Tem pessoas que querem receber o informe pelo correio, ou, ainda por meio de uma secretária, isso jamais deve ser aceito e se necessário pedir a intervenção de um advogado para ajudar resolver o problema. Enfim é importante saber quem solicita o informe, o motivo do pedido, já que isso estará dando-nos a chave da forma como deveremos fazê-lo.

Continue navegando