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Produzam um texto sobre o desenvolvimento econômico do brasil, levando em conta as mudanças assistidas desde a colonização até a efetivação do modo de produção capitalista no pais, explicando-as. Também é essencial a comparação com os períodos anterior e posterior a 1930. 
	Para compreendermos como ocorreu o processo de desenvolvimento econômico no Brasil, principalmente após os anos 30, é importante contextualizar o período das primeiras décadas do século XX. O mundo havia passado por dois momentos muito marcantes e traumáticos na história, sendo eles, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e o período da Grande Depressão em 1929. O Brasil foi muito afetado por esses dois acontecimentos por ser uma economia essencialmente agroexportadora, que é fortemente marcada pela dependência em relação ao setor externo e pela baixa diversificação da produção. As exportações representavam o único componente autônomo de crescimento da renda e o setor externo era o centro dinâmico da economia, o que caracterizava um crescimento pra fora. Após a primeira grande guerra, o país perdeu mercado consumidor de café, pois a Europa fora completamente arrasada. A situação piorou com a crise de superprodução norte americana que afetou todo o mundo. Assim, a superprodução brasileira de café que já estava presente no cenário brasileiro nos últimos anos, não teve mais como se sustentar, mesmo com as políticas implementadas pelo governo- política de desvalorização e os programas de sustentação do café. Na primeira o Estado reduzia o valor da moeda nacional, deixando o café mais competitivo no setor externo. Na segunda, o governo comprava uma parte da produção de café para mantê-lo em preços sustentáveis. O resultado dessas políticas subsidiárias foi uma pressão inflacionária, colocada por Celso Furtado como fato normal frente a uma economia subdesenvolvida, grande aumento da dívida externa e com o agravante da enorme fuga de capitais ocorrida devido a grande crise em 1929.
	Nesse sentido, era essencial que houvesse uma reformulação da economia brasileira, no qual a recuperação dessa se desse de dentro para fora. Para isso, era necessário recuperar a economia internamente concedendo incentivos a produção nacional. É importante lembrar que o processo de industrialização começou desde a economia escravista e teve um grande impulso com a ampliação da demanda de manufaturados decorrente da remuneração monetária do trabalho. Nessa época esse setor era dependente do setor externo para a formação do mercado consumidor- capacidade de importar bens de capital. De uma maneira geral, para incentivar a produção nacional criaram-se fronteiras fechadas ao capital estrangeiro para que a recuperação econômica fosse possível de acordo com o modelo proposto. Foram tomadas medidas para reduzir as despesas e incentivar o desenvolvimento industrial brasileiro, como por exemplo, a suspensão do pagamento da dívida externa. Porém, dado o cenário no qual o mundo se encontrava havia uma grande dificuldade de conseguir empréstimos vindos do exterior. Assim, criou-se uma oportunidade para a burguesia industrial.
Com o preço do café desvalorizado e o elevado preço dos produtos importados, a indústria nacional ganhou papel de destaque na recuperação econômica brasileira. Assim, foram trazidos equipamentos de segunda mão para auxiliar o processo de industrialização tardio brasileiro, o que resultou em um aumento da diversificação no mercado nacional, no qual foram criados novos setores, como por exemplo mecânica, metalurgia e química. Como a burguesia industrial tinha um importante papel nesse processo, eles conseguiram obter um protecionismo e clara diversificação da indústria nacional. 
O ano de 1930 marcou também o fim da política do café com leite, ou seja, da República Velha na qual os estados de São Paulo e Minas Gerais se revezavam na presidência da República. Através de um golpe de estado, Getúlio Vargas assumiu o comando do país. Getúlio foi o grande responsável pelo desenvolvimento do setor industrial na época. O modelo adotado por ele buscava a redução da dependência brasileira de capital e produtos estrangeiros. Para que isso fosse viável era necessário o desenvolvimento da indústria de base e o aprimoramento da infraestrutura do país. 
Para Celso Furtado e posteriormente autores como Maria da Conceição Tavares, Paul Singer, Cardoso de Mello e Wilson Cano, existe uma forte mudança de sentido na condução da política econômica nesse período, no sentido de dar importância ao mercado interno. Para tal, foram implementadas diversas políticas anticíclicas que negavam as bases teóricas do liberalismo clássico, como, por exemplo, a austeridade fiscal. Os autores concordam ter havido: 1) Expansão do crédito para financiar a atividade cafeeira e proteger a renda nacional; 2) Desvalorização cambial a fim de manter o saldo na balança de pagamentos; 3) Gastos do governo para contrabalancear a queda no investimento. Tais medidas em conjunto foram responsáveis pela implementação do Modelo de Substituição de Importações. Furtado afirma:
Depreende-se facilmente a importância crescente que, como elemento dinâmico, irá logrando a procura interna nessa etapa de depressão. Ao manter-se a procura interna com maior firmeza que a externa, o setor que produzia para o mercado interno passa a oferecer melhores oportunidades de inversão que o setor exportador. Cria-se, em consequência, uma situação praticamente nova na economia brasileira, que era a preponderância do setor ligado ao mercado interno no processo de formação de capital. FURTADO, Celso (1977a, p. 195, 203, 197)
As medidas adotadas por Getúlio surtiram efeito rapidamente, diminuindo drasticamente a dependência de capital externo do país. Assim, em 1933 o Brasil já não apresentava mais tantos riscos como os outros países. Isso se deve a certas medidas adotadas, como a substituição de importações, que ocorreu devido à diversificação da produção interna. Outro ponto importante a ser destacado é o forte ritmo de crescimento da indústria, o que demonstra que havia inúmeras possibilidades de expansão na economia brasileira. 
São Paulo ganhou bastante destaque nessa época, sendo o principal centro econômico do país. Isso se deve ao transbordamento de capital na época do café, que foi direcionado para a introdução de novas indústrias na economia brasileira, o que fez com que o Estado tivesse a maior concentração de indústrias no país. Além disso, o São Paulo foi quem comportou as indústrias de base, pois possuía grande volume de capital necessário para esse tipo de indústria. Porém foi necessário que o Estado intervisse nesse processo, pois a burguesia industrial não tinha capital suficiente para isso. 
 
Porém a burguesia industrial não possuía capital suficiente para implementar esse tipo de indústria Daí, o Estado entra dividindo a responsabilidade tomando partido da indústria de bem pesado – apesar de não ter capital suficiente para isso - e deixando para o empresariado privado bens de consumo. Este lado da indústria que cabia ao Estado tinha como objetivo produzir a preços baixos para o setor privado, criando um ciclo em que a burguesia e o capitalismo em si, se beneficiavam desta relação. Entretanto, não se havia capital suficiente para toda a indústria de base ser implementada, portanto não havia autonomia em alguns setores, chegando a última característica da industrialização brasileira: a industrialização restringida. João Manuel Cardoso de Mello dá este nome a esse fenômeno de não totalidade da industrialização nacional, mesmo com taxações diferenciadas para com o setor agrícola, concessão de empréstimos industriais com taxas de juros menores para incentivo não fora possível a totalidade. Essa indústria revigorada agora mantinha uma massa operária muito grande, tendo que lidar agora com o problema de como controlar e remediar qualquer revolta de uma massa agora tão importante. Isto se da em partes com a regulamentação das leis trabalhistas. Este controle era com o intuito de desvirtuarqualquer caminho que se pudesse tomar ao comunismo, e cito “Os beneficiados pelas nossas leis sociais, vendo satisfeitas as suas mais justas aspirações, souberam responder ao amparo do Estado,

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