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ACONSELHAMENTO BÍBLICO

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1 
 
ACONSELHAMENTO BÍBLICO 1 
 
DEFINIÇÃO DE ACONSELHAMENTO BÍBLICO 
I. O que não é aconselhamento bíblico. 
O aconselhamento bíblico não é função de um especialista. O aconselhamento 
bíblico é uma obrigação de todos os membros que estão bem solidificados, uma 
preocupação não apenas dos pastores, mas de toda a igreja de Deus em prover base sólida 
para o crescimento cristão. 
Já que várias distorções da verdade têm surgido com o nome de aconselhamento 
bíblico, antes de definirmos com precisão o que é aconselhamento bíblico precisamos 
saber o que não é aconselhamento bíblico. 
 
Em primeiro lugar, o aconselhamento bíblico não é uma atividade reservada para os 
especialistas. Paulo, em Rm 15, nos diz que o que um conselheiro cristão precisa é estar 
em comunhão com Cristo, nos versos de 1 a 13 ele mostra o que Cristo fez por nós e no 
14, como consequência disso diz: “E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso 
respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para 
vos admoestardes uns aos outros”. Deixando claro que o que precisamos para sermos bons 
conselheiros é sermos salvos. 
 
Em segundo lugar devemos notar que o aconselhamento bíblico não é uma atividade 
opcional para a Igreja. Podemos ver na atitude de Paulo que ele dava grande ênfase ao 
aconselhamento. Em At 20.31 ele nos mostra a intensidade com a qual ele realizava este 
serviço dizendo que o fazia dia e noite, e o fazia até o ponto de chorar por eles. Em Cl 1.28 
ele nos mostra a amplitude desta obra quando diz que anunciou a todo homem. 
Por último devemos notar que o propósito do aconselhamento bíblico não é o bem-estar do 
homem, mas a glória de Deus. Numa época em que a felicidade do homem esta acima de 
tudo, devemos notar que, ao contrário do que faz a psicologia, que se preocupa em como o 
homem pode alcançar o bem-estar, o aconselhamento noutético tem o propósito de 
glorificar a Deus. Paulo nos Adverte quanto a isso em Cl 1.28,29 dizendo: O qual nós 
anunciamos, advertindo (νουθετοῦντες - nouthetountes)2 a todo homem e ensinando a todo 
homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; 
para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua 
eficácia que opera eficientemente em mim. 
 
1 ALMEIDA, Marcos Emanoel P. de. O ACONSELHAMENTO BÍBLICO. 
2 νουθετέω. Admoestar,instruir, aconselhar At 20.31; Rm15.14; 1Co4.14; Cl1.28; 3.16;1Ts5.12,14;2Ts3.15; Tt 1.11, v.l. 
2 
 
Podemos notar aqui o propósito de suas admoestações era “apresentar todo homem 
perfeito em Cristo” e não que todo homem alcance felicidade aqui na terra, isto poderia até 
acontecer, mas é apenas a consequência de uma vida vivida dentro dos padrões que 
agradam a Deus. 
 
II. O que é aconselhamento bíblico. 
O verbo “aconselhar”, em Cl 3.16, no grego, é nouthetéō e significa, 
especificamente, admoestar, advertir e exortar. Com base em tal palavra, surgiu o conceito 
de aconselhamento noutético, isto é, de que os cristãos devem se ajudar mutuamente, não 
apenas os ministros, a fim de que possamos nos desenvolver espiritualmente. 
Duas palavras gregas são usadas na bíblia para o aconselhamento bíblico νουθετέω 
(nouthetéō) e παρακαλέω (parakaleō). Baseados nos usos destes dois termos tentaremos 
formular nossa definição de aconselhamento bíblico. 
O primeiro deste termo (nouthetéō)3 tem três significados básicos: admoestar (At 
20.31; Rm 15.14; 1 Co 4.14; 1 Ts 5.12,14), aconselhar (Cl 3.16) e advertir (Cl 1.28; 2 Ts 
3.15) e sempre da a ideia de mostrar ao irmão o seu erro através da Palavra de Deus e 
auxiliá-lo na correção deste. 
O segundo termo (parakaleō), de acordo com Walter Bauer, tem cinco significados. 
O primeiro deles é chamar alguém ao lado (At 28.20). O segundo dá a ideia de convidar 
(Lc 8.41; At 8.31; 13.42; 28.20). Um terceiro significado é o de requerer, apelar para, 
rogar (Mt 8.31,34; Lc 7.4; Rm 12.1; 1 Co 15.16). O quarto significado é o de confortar, 
encorajar, incentivar (Lc 16.25; At 16.40; 2 Co 1.4; Cl 2.2). O último significado é o de 
consolar, conciliar, falar de maneira amigável (Mt 5;4; Lc 15;28; 1 Co 4;13; 14;31; Ef 
6;22). 
Baseados nestes usos podemos dizer que o verdadeiro aconselhamento bíblico 
envolve ensinar ao irmão a viver de maneira a agradar a Deus aqui na terra, confortando-o 
em suas dificuldades, incentivando-o a permanecer firme em Cristo, visando o pleno 
desenvolvimento do irmão e a glória de Deus através deste. 
 
III. Aconselhamento noutético4 
Noutético vem da palavra de origem grega “nouthesia”, que literalmente significa 
“O ato de pôr em mente” (formado de nous (νοῦς), “mente”, e tithemi (τιθημι), “pôr”). O 
termo nouthesia é “O treinamento pela palavra”, quer por incentivo, ou, se necessário, por 
reprovação ou reclamação. Em contraste com isso, o sinônimo “Paideia” enfatiza treinar 
por ação, embora as palavras sejam usadas em cada aspecto. 
O aconselhamento Noutético é um tipo de admoestação cujo objetivo é proporcionar 
orientação para uma vida correta diante de Deus. O que subentende também correção e a 
denúncia a qualquer padrão que seja incoerente com o viver cristão. A atividade noutética 
conforme ensina o Novo Testamento, indica que todos os cristãos, e não somente os 
pastores, devem ocupar-se no ensino e confrontar-se mutuamente (Rm 15.14). Porém, a 
 
3 Nouthetéō (νουθετέω). νουθετῶν, νουθετεῖν, νουθετοῦντας, νουθετεῖτε, νουθετοῦντες. admoestar, advertir, exortar. 
4 http://exposicaoteologica.blogspot.com.br/2009/11/aconselhamento-noutetico-noutetico-vem.html. 
3 
 
atividade noutética caracteriza-se principalmente como parte integrante do ministério 
pastoral. Ao se despedir dos presbíteros de Éfeso, Paulo descreve, em (Atos 20.31), a 
atividade que desenvolvera enquanto estivera com eles, e os exortou a continuarem a 
mesma obra entre o povo. 
Paulo foi um missionário, e onde quer que demorasse um pouco mais, atirava-se à 
sólida obra pastoral necessária para a edificação das pessoas na fé, sendo a atividade 
noutética parte proeminente dessa obra, razão porque suas cartas estão cheias de nomes de 
pessoas específicas, com as quais se envolvera muito intimamente. Ele não se limitava a 
pregar nas praças, mas lidava com as pessoas como indivíduos, grupos e famílias, 
confrontando-as nouteticamente. Existem três elementos da confrontação noutética que 
precisamos considerar aqui. Quais sejam: 
1 – A atividade noutética e a sua conjunção com “didaskō. Didaskō é uma palavra 
grega e significa “Dar instrução” “Ensino” (Cl 3.16). Em outros textos, contudo, o termo 
vai além do conceito de “ensino”. A confrontação noutética sempre envolve um problema 
e pressupõe um obstáculo que tem que ser vencido. A palavra didaskō não envolve, 
necessariamente, um problema. Sugere, simplesmente, a comunicação de informação. Não 
inclui coisa alguma que diga respeito ao ouvinte, mas se refere exclusivamente à atividade 
do instrutor. A pessoa que está sendo ensinada pode estar ansiosa ou não por receber a 
instrução. Pode ter gastado razoável quantia ou ter percorrido longas distâncias para 
recebê-las ou então pode reagir como o típico aluno recalcitrante. 
A noutese localiza aquele que faz a confrontação e aquele que a sofre, pressupondo, 
especificamente, a necessidade que se verifique mudança na pessoa confrontada, a qual 
pode opor ou não alguma resistência. A ideia de alguma coisa errada, algum pecado, 
alguma obstrução, algum problema, alguma necessidade que precise ser reconhecida e 
tratada, é uma ideia fundamental. O propósito básico da noutese é o de efetuar mudança de 
conduta e de personalidade. 
2 - A atividade noutética e a sua conjunção com a “palavra”. O segundo elemento 
inerente ao conceito de confrontaçãonoutética é que os problemas são resolvidos por 
meios verbais. É o treinamento mediante a palavra de encorajamento, quando isso basta, 
ou de admoestação, de reprovação, de censura, quando estas se fazem necessárias. Assim, 
ao conceito de noutese deve-se acrescentar a dimensão adicional de confrontação verbal 
pessoa a pessoa, cujo objetivo é realizar mudança de comportamento e de caráter no 
consulente. No seu uso cristão, visa pôr em ordem o indivíduo, mediante a mudança de 
seus esquemas de conduta, de modo que estes se enquadrem nos padrões bíblicos. A 
mudança de personalidade, segundo as Escrituras, envolve confissão, arrependimento e o 
desenvolvimento de novos padrões de conduta. Tudo entendido como obra do Espírito 
Santo, pois tudo o que constitui esse ministério é por Ele tornado eficaz. Os métodos 
comuns de aconselhamento recomendam longas “excursões” retrospectivas rumo às 
confusões dos porquês e para-quês da conduta. O aconselhamento noutético aplica-se 
intensamente à discussão do o quê. O que foi feito? O que precisa ser feito para corrigi-lo? 
O que deverá constituir as futuras reações e respostas? A ênfase é no o quê, visto que já se 
sabe o “porquê’, antes de iniciar-se o aconselhamento. A razão pela qual as pessoas se 
4 
 
envolvem em problemas em suas relações com Deus e com o próximo está em sua 
natureza pecaminosa. 
3 - A atividade noutética e a sua conjunção com o “benefício ou ajuda”. O motivo 
subjacente à atividade noutética é que sempre se tem em mente que a correção verbal visa 
beneficiar o interessado. Esse terceiro elemento implica em mudar aquilo que, na vida do 
consulente, o está ferindo. A meta deve ser a de enfrentar diretamente os obstáculos e 
vencê-los verbalmente, não com o fim de puni-lo, mas sim o de ajudá-lo. A ideia de 
castigo, mesmo o de cunho disciplinar, não é contemplada no conceito de confrontação 
noutética. A noutese é motivada pelo amor e profundo interesse, sendo que os consulentes 
são aconselhados e corrigidos por meios verbais para seu bem. O objetivo final é que Deus 
seja glorificado. 
IV. QUAIS COMPROMISSOS TEOLÓGICOS SÃO ESSENCIAIS PARA O 
MÉTODO NOUTÉTICO DE ACONSELHAMENTO BÍBLICO?5 
Em geral, o conselheiro bíblico procura afirmar as doutrinas fundamentais da fé na 
tradição da Reforma Protestante. Há três compromissos doutrinários básicos para um 
conselheiro cristão: a doutrina da Autoridade e Suficiência das Escrituras, a soberania de 
Deus e a doutrina do pecado. Vamos explicá-las melhor: 
1 – Autoridade e Suficiência das Escrituras: Essa verdade mais do que qualquer 
outra, distingue o aconselhamento bíblico. Ela entende que a Palavra de Deus, usada pelo 
Espírito de Deus, é suficiente para resolver todos os problemas espirituais, psicológicos e 
relacionais do cristão (2 Tm 3.16,17). Nenhum outro ramo de conhecimento deve ser 
integrado com a Bíblia – ela é única e fala com autoridade absoluta e final. 
2 – A soberania de Deus: Todo problema de aconselhamento pode ser tratado a 
partir de um pensamento errado acerca do caráter e vontade de Deus (Is 55.8,9). Portanto, 
todos os pesares do coração, tragédias, provações, e sofrimentos devem ser colocados em 
um prumo de relacionamento correto com a pessoa gloriosa e majestosa de Deus. Já que 
só Ele é Deus, e não existe outro além dEle, todo tipo de dificuldade precisa ser 
relacionada com o plano soberano dEle (Rm 1.25). 
3 – A doutrina do pecado: Só o método noutético trata com a devida seriedade a 
natureza radicalmente deficiente do homem. O dilema mais fundamental não é que as 
pessoas estão com dores, ou que carecem de auto-estima, ou que vêm de uma família 
disfuncional, ao contrário, o problema básico é que eles são pecadores caídos, são rebeldes 
(Rm 5.10) e idólatras (Rm 1.25). 
Embora a abordagem noutética não seja integracionista, há uma diversidade 
teológica e denominacional entre os seus defensores. Por exemplo, há conselheiros 
dispensacionalistas, aliancistas, episcopais, presbiterianos, batistas, etc. O aconselhamento 
bíblico não é sectário e é interdenominacional. Mas as doutrinas acima apresentadas são o 
marco distintivo daqueles que se intitulam conselheiros bíblicos. 
 
5 http://prcarlosmendes.blogspot.com.br/2009/10/quais-compromissos-teologicos-sao.html. 
5 
 
V. A teologia no aconselhamento bíblico. 
O aconselhamento bíblico, por definição, tem como base as Escrituras, e uma vez 
que a Teologia é a ciência que busca sistematizar o conteúdo bíblico em tópicos, faz-se 
claro que o aconselhamento bíblico e a Teologia Sistemática devem andar lado a lado. 
Devemos notar que as duas se completam. A Teologia é a fonte de conteúdo para o 
aconselhamento bíblico, e o aconselhamento bíblico é onde a Teologia Sistemática entra 
em prática. Esta seção visa demonstrar a ligação entre as várias doutrinas e o 
aconselhamento bíblico. 
No estudo da Teologia Sistemática há um fio de prata. Ele liga todos os módulos da 
Teologia Sistemática: Bibliologia, Teontologia, Cristologia, Antropologia, Angelologia, 
Hamartiologia, Soteriologia, Eclesiologia, Pneumatologia e Escatologia. O fio de prata da 
Teologia Sistemática é a doutrina da Redenção, doutrina esta balizada na Pessoa 
Teantrópica do Redentor – Go’el - לאג - O Parente Remidor. 
Rompendo-se o fio de prata da Teologia da Sistemática esta morre. O fio de prata da 
teologia é o Plano da Redenção alicerçado na Doutrina do Parente Remidor – O Go’el - 
Jesus Cristo, o Resgatador dos Judeus, dos Gentios, da Igreja e do Cosmos. 
Os três grandes atos da Santa Trindade na recuperação da humanidade perdida são: 
eleição por parte do Pai, redenção por parte do Filho, chamada por parte do Espírito Santo 
- como sendo dirigidos às mesmas pessoas, garantindo infalivelmente a salvação delas. 
A Cosmovisão Cristã é a base profunda sobre a qual as outras doutrinas da redenção 
estão alicerçadas. E a tríade da Cosmovisão Cristã: Criação, Queda e Redenção é a pedra 
angular da doutrina da redenção. 
A redenção, portanto, foi designada para cumprir o propósito divino da eleição. Esta 
eleição envolve os três povos (Judeus, Gentios e Igreja). 
Esta Redenção é eterna: Cl 1.14: “Em quem temos a redenção, a saber, a remissão 
dos pecados”; Hb 9.12: “e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio 
sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção”. 
O plano da redenção é o âmago da teologia. Deus veio para remir: o homem, o 
planeta Terra, Israel e o Cosmos. 
 
A. Bibliologia. 
De nosso estudo de bibliologia descobrimos que a Bíblia é a Palavra inspirada de 
Deus, inerrante em seu conteúdo, a revelação da vontade de Deus para o homem. Conclui-
se que, como fonte de nosso aconselhamento devemos recorrer a ela para sabermos como 
fazer a vontade de Deus, que é o propósito do aconselhamento. E que podemos Ter a 
certeza de que encontraremos nela tudo o que precisamos para um aconselhamento eficaz. 
 
B. Teontologia. 
A Teontologia nos leva a reconhecer que só existe um Deus que merece todo o 
nosso louvor, pois Ele é o criador e mantenedor de todo o universo. Logo, devemos Ter 
em mente que nosso aconselhamento deve levar o homem a conhecer e se relacionar de 
forma harmônica com este Deus. 
6 
 
C. Cristologia. 
Na doutrina de Cristo entramos em contato com o plano redentor de Deus para o 
homem, e com a solução proposta por Deus para o mal que se enraizou no ser humano a 
partir de sua queda. Concluímos que a única solução possível para o mal do homem se 
encontra na pessoa e obra do nosso Senhor Jesus Cristo e não em nada de bom que o 
homem possa fazer. 
 
D. Pneumatologia. 
Estudando acerca do Espírito Santo vemos que é ele quem convence o mundo do 
pecado, que é o real problema da humanidade, inferimos daí que não se não estivermos na 
dependência doEspírito Santo nada do nosso esforço terá resultado. 
 
E. Antropologia. 
A doutrina do homem nos fala acerca do homem criado por Deus em estado de 
perfeição, e da ansiedade do homem por não mais poder desfrutar de um relacionamento 
aberto com Deus. Então nosso aconselhamento deve levá-lo a desejar a restauração deste 
dois elementos. 
 
F. Hamartiologia. 
É no estudo da doutrina do pecado que encontramos a descrição perfeita do estado 
do homem e de suas necessidades. Um aconselhamento que leva em conta o fator pecado, 
e todo o mal que ele causou, na vida do homem está mais apto para conseguir a solução 
para o problema do homem. 
 
G. Soteriologia. 
Um aconselhamento que já mostrou ao homem a sua condição, através da doutrina 
do pecado, mostra também a grandiosidade da transformação que precisa sofrer. É na 
doutrina da salvação que está a cura para o mal do homem, a esperança para a sua vida. 
 
H. Eclesiologia. 
A doutrina da igreja nos mostra a necessidade que o homem tem de participar do 
corpo de Cristo, e crescer junto com este corpo, o aconselhamento cristão levará o homem 
a reconhecer a necessidade de comunhão com outros que, como ele, buscam a glória de 
Deus em suas vidas. 
 
I. Escatologia. 
A doutrina das ultimas coisas dá ao fiel a certeza da restauração que ele precisa e 
que irá acontecer um dia, quando Cristo voltar. 
 
7 
 
VI. O valor do aconselhamento bíblico. 
O valor do aconselhamento bíblico reside exatamente no que ele discorda da 
psicologia moderna, suas concepções acerca da natureza do homem, do problema que ele 
enfrenta e da solução para este. 
Enquanto a psicologia vê o homem como inerentemente bom, que só precisa de bons 
estímulos, e de que o mal da sociedade que o cerca seja afastado para não influenciar seu 
comportamento. A Bíblia o descreve como um ser inteiramente corrompido, que só busca 
o que é mal aos olhos de Deus e incapaz de fazer o bem. Partindo de uma perspectiva 
correta, uma vez que é dada por Deus, ela pode ajudar melhor o homem e não torná-lo 
cada vez mais desesperado, como podemos ver no príncipe do existencialismo, Jean Paul 
Sartre: “O homem está condenado a liberdade”. A Bíblia oferece a solução para o homem 
sim, mas não para um “homem bom” mas para um homem totalmente depravado. 
Para a psicologia o problema do homem está em sua falta de auto-afirmação, ou no 
meio ambiente corrompido em que ele habita. A Bíblia apresenta o pecado como problema 
maior do homem e isto é que gera sua falta de auto-afirmação e um meio ambiente 
pervertido pelo próprio homem. 
A cura para o mal do homem está na reestruturação do meio ambiente, como nos diz 
a psicologia moderna, ou em qualquer outro fator que esteja ao alcance do homem. Mas a 
Bíblia nos fala de uma transformação radical que não pode ser feita pelo próprio homem, 
mas tem que ser operada por Deus, onde ele vai se despojar do velho homem e se revestir 
de um novo homem, uma transformação total, não uma mera correção de atitudes mas 
uma transformação de essência. 
 
ASPECTOS FÍSICOS E ESPIRITUAIS DO ACONSELHAMENTO 
 
Para podermos auxiliar alguém em seus problemas é necessária uma perspectiva 
correta acerca da natureza do problema que aquela pessoa esta enfrentando. 
Nossa posição acerca da natureza do próprio homem influi diretamente em nossa atitude 
ao tratar dos problemas do homem. 
Se nós cremos que o homem é moralmente bom, com o desejo de fazer as coisas 
certas e que o atrapalha é uma sociedade corrompida, um meio ambiente desfavorável ou 
falta de recursos para que possa agir do modo correto, nosso esforço deve ser empregado 
em corrigir os defeitos e falhas da sociedade, melhorar o meio ambiente em que o homem 
vive e dar-lhe recursos para que ele consiga agir de modo correto. 
Mas se cremos que o homem é inerentemente mau, que o seu coração está 
totalmente revoltado contra Deus e que ele não quer e não pode fazer nada de bom, nosso 
esforço será em levar o homem a reconhecer a sua incapacidade e colocar sua vida aos pés 
dAquele que pode fazer uma transformação total na sua vida. 
Se nós cremos que por trás de todo mau comportamento do homem há algum fator 
biológico que o esteja pressionando a agir de determinada maneira, nossa atitude deve ser 
a de curar o corpo físico do indivíduo para que ele possa voltar a agir dentro dos padrões 
corretos. 
8 
 
Mas se, por outro lado, não aceitamos o que os psicólogos chamam de “doença 
mental”, mas vemos por trás de atitudes como depressão maníaca, esquizofrenia e outros 
pecados encobertos na vida das pessoas, nosso alvo deve ser o de levar estas pessoas a 
confrontarem os seus pecados com o auxílio do nosso Senhor Jesus Cristo. 
Vamos analisar os dois lados do problema (físico e espiritual), com episódios ocorridos na 
vida do nosso Senhor para podermos buscar o discernimento necessário para reconhecer o 
que é doença verdadeiramente e o que vem como resultado e até pecado direto na vida da 
pessoa. 
O primeiro caso é o do cego de nascença curado pelo Senhor (Jo 9). É importante 
para o nosso estudo aqui a pergunta inicial feita pelos discípulos ao Mestre: “Mestre, quem 
pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” podemos inferir daqui uma 
pressuposição importante para nossa análise, os discípulos criam que havia doenças que 
eram resultados de pecados. E devemos notar também que Cristo não combateu esta ideia 
deles, o que era de se esperar se ela não fosse verdadeira, então podemos inferir que Cristo 
também acreditava que havia doenças que eram decorrentes do pecado, mas aquele não o 
caso e o próprio Cristo não o recriminou por pecado algum, apenas efetuou a sua cura 
física, sem colocar no cego mais sofrimento, afirmando que ele estava sofrendo por causa 
de seu pecado quando não era. 
O segundo caso que nós vamos analisar é o caso do paralítico do tanque de Betesda 
(Jo 5). Neste caso podemos ver de novo a crença de Jesus de que havia doenças que eram 
decorrentes de pecado, e que neste caso, o paralítico, provavelmente estava naquela 
situação exatamente por causa de seu pecado, pois Cristo o advertiu a não pecar mais para 
que não sucedesse a ele coisa pior. Note que Cristo não ousou confrontar o pecado do 
pecador quando foi o caso, mas ele não o fez na outra ocasião. Logo, nós, como 
conselheiros devemos estar em constante dependência de Deus para não nos tornarmos 
como os amigos de Jó que só aumentaram ainda mais seu sofrimento, acusando-o de um 
pecado que ele não tinha cometido, mas também não devemos tratar tudo como causas 
naturais, pois é nosso dever guiar as pessoas em pecado a restauração com Deus. 
 
O PROCESSO BÍBLICO DE MUDANÇA 
 
Para entendermos o processo bíblico de mudança faz-se necessário Ter uma visão 
correta do que a Bíblia diz ser a condição do homem. 
Para isso vamos passar pela história do homem desde a sua criação. 
Deus criou um homem perfeito, com capacidades de se relacionar com outros seres, com 
capacidade para dominar sobre a criação e com a necessidade de se relacionar com Ele. 
Neste relacionamento homem Deus, havia papéis definidos que deveriam ser 
respeitados para um relacionamento saudável. Deus como criador tinha muito a ensinar ao 
homem, era seu conselheiro por excelência, um dos conselhos mais importantes era, você 
não deve comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Mas o homem não gostou de 
receber conselhos apenas de Deus e buscou outro conselheiro, como um ser livre, ele teria 
responsabilidades sobre suas ações e colheria as consequências delas, e a consequência 
9 
 
desta escolha do homem foi a perda de vários dos privilégios que o homem tinha com 
Deus. 
Algumas delas são: ele ganhou o conhecimento do bem e do mal, mas não podia 
mas escolher entre eles pois seu desejo agora só se voltaria para o mal; ele sofreu 
consequências físicas, a partir dalio homem começara a morrer física e espiritualmente; O 
homem também perdera o relacionamento tão precioso que tinha com Deus, para se tornar 
seu inimigo, e devemos notar que esta é uma das maiores consequências para um ser que 
foi criado para se relacionar com Deus, isto trouxe frustração profunda ao homem, mesmo 
que ele não saiba disso, pois uma de suas necessidades básicas não estava mais sendo 
atendidas. 
Desde então o homem tem se degenerado cada dia mais e o que podemos ver é 
sociedade totalmente frustrada por não se relacionar com Deus, voltando-se para práticas 
místicas, pois estão descobrindo que eles têm sede de algo espiritual, o ateísmo não 
resolveu o problema do homem, agora ele se volta ao misticismo, que também falhará. 
A mudança que o homem precisa, de acordo com a Bíblia, não é uma restauração 
das estruturas sociais, Cristo não pregou um evangelho de igualdade social, mas pregou 
um evangelho de transformação radical. 
O homem não precisa de um pequeno retoque para se tornar aceitável diante de 
Deus, ele precisa ser totalmente transformado, precisa que o seu coração de pedra seja 
arrancado e seja colocado um coração de carne. 
A tarefa de transformar vidas não é algo fácil que o próprio homem pode conseguir, 
nem mesmo os melhores métodos de transformação já desenvolvidos pelo homem pode 
levá-lo a transformação que ele precisa, nem a maior força de vontade que já foi vista 
sobre a terra é útil na restauração que o homem precisa sofrer. Jeremias nos mostra a 
grandeza de tal tarefa quando afirma: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o 
leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumado a fazer o 
mal”. Esta é a situação do homem, totalmente acostumado a fazer o mal, com o seu 
coração totalmente corrompido de forma que não pode mais escolher entre o bem e o mal. 
Mas no meio de todo este quadro há uma esperança para o homem, uma transformação tão 
radical quanto a que ele precisa, uma transformação que vai mudar toda a sua essência, 
que vai trocar todos os seus valores. 
Cristo descreve esta transformação em Jo 3, quando fala de um novo nascimento, 
nada dessa velha vida serve para ser reaproveitado então o homem tem que nascer de 
novo. O processo de mudança também é bem explicado pelo apóstolo Paulo, dizendo: 
no sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se 
corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso 
entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão 
procedentes da verdade. 
Podemos ver descrito aqui o que cremos ser o processo correto para a transformação 
na vida daquele que é tocado por Deus. Podemos ver que ele tem que abandonar as velhas 
práticas que antes faziam parte de seu viver diário, o que nós podemos chamar, usando a 
terminologia bíblica, de despojar. E uma vez despojado, ou seja, retirado tudo aquilo que 
10 
 
estava contaminado no homem, toda a sua velha natureza, ele pode agora ser revestido de 
uma nova natureza, uma natureza agora capaz de novo de se relacionar com Deus, e 
auxiliada pelo Espírito Santo a poder de novo escolher a fazer o bem. 
Assim o homem consegue esta transformação, primeiro sendo transformado pelo 
Espírito Santo, dando a ele nova vida e depois agindo em cooperação com Espírito Santo 
buscando uma vida de santificação, ou seja, sendo de novo restaurado a imagem de Cristo, 
como fora criado. A melhor definição de santificação dada é a do apóstolo Paulo, quando 
ele afirma: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a 
glória do Senhor, somos transformados [µεταµορφούµεθα - µεταµορφόοµαι]6, de glória 
em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”. Podemos notar aqui 
todos os passos da transformação. Primeiro nosso rosto foi desvendado, foi restaurada a 
nossa visão, ocorreu a nossa regeneração. E em seguida nós somos auxiliados pelo 
Espírito Santo a nos tornarmos a imagem de Cristo de forma gradual (2 Co 3.18). 
Só o processo bíblico de despojar / revestir pode realmente provocar a mudança que 
o homem precisa, e nós podemos ver isto desde a conversão onde o pecador é despojado 
da velha natureza e revestido de uma nova natureza. Temos também o apoio do próprio 
Senhor Jesus Cristo, no episódio da expulsão dos demônios quando ele explica que: 
Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando 
repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, tendo voltado, a 
encontra varrida e ornamentada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do 
que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o 
primeiro. 
Note que ali havia apenas transformação exterior, mas não havia revestimento, então 
a sua situação se tornara pior, mas a verdadeira transformação não deixa a casa vazia, mas 
a enche com o Espírito Santo, dando assim condições de haver mudança real. 
 
COMPARAÇÃO DE MODELOS DE ACONSELHAMENTO 
 
Quando defendemos o método do aconselhamento bíblico, pressupomos que em 
comparação com os outros métodos ele apresenta vantagens que vão realmente fazer uma 
grande diferença, que eles têm pressupostos diferentes e que os pressupostos do 
aconselhamento bíblico estão mais de acordo com a realidade do homem como o descreve 
a Bíblia. Esta seção visa fazer uma comparação entre o aconselhamento bíblico e os outros 
tipos de aconselhamento. 
 
I. Comparando a epistemologia dos conselheiros. 
A maioria absoluta dos conselheiros de hoje vivem em uma cosmovisão totalmente 
ateísta que não pretende levar Deus a sério, eles estão tão secularizados que não 
conseguem enxergar nada que vá além deste mundo algo que não esteja ligado apenas com 
o físico, mas algo que nos una a um Deus, que é transcendente e imanente ao mesmo 
 
6 µεταµορφόοµαι – metamorfóomai. Μεταμορφοω – metamorfoō: mudar de forma, transformar, transfigurar. 
11 
 
tempo, ao Deus real. Logo, sua fonte de epistemologia esta totalmente ligada aos seus 
estudos, ao que eles podem descobrir através dos sentidos, ou teorias produzidas pela 
razão humana, ou ainda, algo ligado a suas intuições, mas descartam completamente 
qualquer fonte de revelação exterior. 
Os conselheiros bíblicos, ao contrário, têm ao seu dispor, além da verdadeira 
ciência, a verdadeira fonte de informação acerca dos homens, e assim podem fazer uma 
melhor análise de sua situação real. Esta fonte pode ser dividida em duas áreas, que nós 
chamamos geral e especial. 
A fonte de revelação geral é o que Deus colocou a disposição de todos os homens de 
todas as épocas e lugares para que eles possam saber como viver uma vida que agrada a 
Deus, mesmo sem conhecer a este Deus. Como agentes dessa revelação nós temos a 
natureza, o salmista nos mostra todas as pessoas da terra têm acesso a este conhecimento: 
“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. 
Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há 
linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra 
se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda 
para o sol, o qual, como noivo que sai dos seus aposentos, se regozija como herói, a 
percorrer o seu caminho. Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu 
percurso; e nada refoge ao seu calor”. 
Deus se revelou a todos os homens para que todos pudessem ter o direito de 
conhecê-lo, mas o homem não valorizou este conhecimento trocando-o por várias outras 
fontes de sabedoria mundana, o apóstolo Paulo nos mostra o que o homem fez com esta 
revelação de Deus: 
“A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que 
detêm a verdade pelainjustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto 
entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o 
seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde 
o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais 
homens são, por isso, indesculpáveis”. 
Aqui o apóstolo deixa claro que Deus deixou ao homem a verdadeira fonte de 
conhecimento, mas ele perverteu esta fonte com a sua injustiça, e por isso eles não têm 
desculpas a apresentar diante de Deus, como se não conhecessem a verdade, porque foram 
eles que apagaram a verdade divina de suas vidas. 
Há ainda a segunda área de revelação, que é a revelação geral. Que a manifestação 
de Deus a homens específicos em tempos e lugares específicos, esta revelação tem o 
propósito salvífico de restaurar a comunhão entre Deus e o homem fazendo com que o 
homem conheça a salvação providenciada por Deus para ele. Esta é a mais completa fonte 
de conhecimento do homem, pois nela encontramos tudo para que possamos viver uma 
vida agradável a Deus, enquanto a primeira nos leva a reconhecer que estamos perdidos 
sem Deus, esta nos apresenta o Deus que pode nos salvar. Paulo descreve assim seu valor: 
12 
 
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a 
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e 
perfeitamente habilitado para toda boa obra”. 
Neste texto podemos ver seu alto valor para o aconselhamento bíblico, ela é útil 
para: ensinar, repreender, corrigir e educar. E ainda tem o mesmo propósito do 
aconselhamento bíblico que é o de levar todo homem a maturidade em Cristo visando a 
glória de Deus. 
 
II. Comparando os métodos dos conselheiros. 
 
Os métodos utilizados pelos conselheiros são contrastantes com o método bíblico, 
nesta seção iremos analisar os métodos utilizados a luz das Sagradas Escrituras. 
A. Psicologia profunda. 
Criado por Sigmund Freud, defende que o homem é um animal que age 
instintivamente, o homem é dividido em id, ego e superego. Como animal o homem não 
tem nenhuma responsabilidade sobre suas ações e o sentimento de culpa é apenas fruto de 
padrões impostos pelos outros homens. Freud defendia que a solução para o problema do 
homem era tornar todo o seu potencial real, fortalecendo o seu ego. Esta posição tem uma 
perspectiva errada acerca do homem, pois não o retrata como totalmente depravado, exalta 
o homem em si mesmo como alguém bom que só precisa de uma pequena reformulação de 
conceitos. 
B. Neo-Adlerianos. 
Criado por Alfred Adler, desenvolveu a psicologia individual. Para Adler o homem 
é um animal socialmente governado e seu problema é o complexo de inferioridade só que 
a responsabilidade deste problema não é individual, mas da sociedade. São erros nos 
pensamentos e valores da sociedade, e falta de confiança em si mesmo que fazem o 
homem se sentir culpado. Então o homem precisa buscar a superioridade e controlar o seu 
próprio destino, para isso ele tem que mudar a maneira de pensar para sentir-se e 
comportar-se melhor. Esta posição está totalmente baseada em princípios antibíblicos 
como o orgulho e a ideia de que o homem é uma vítima, quando a Bíblia afirma 
claramente que o homem não tem nada em que se gloriar, ele é um pecador desesperado e 
só pode ser transformado por Jesus Cristo, tem ainda uma visão errada da condição do 
homem achando que ele pode se curar apenas mudando seus pensamentos, quando o que 
ele precisa é de uma verdadeira regeneração. 
C. Comportamental. 
Desenvolvida por Burrhus Frederic Skinner, esta teoria vê o homem como um 
animal que pode ser condicionado para fazer tanto o bem como o mal, ele defende a ideia 
de “tabula rasa”, o grande problema do homem é a falha ambiental e, portanto ele não 
deve ser responsabilizado, na verdade Skinner vê o homem como um ser amoral. O 
tratamento indicado para Skinner é que o maio ambiente do homem seja mudado, uma vez 
que é ele que condiciona o homem. A culpa para Skinner não é real, uma vez que o 
homem é amoral e que não há mal absoluto então a solução para o problema da culpa é 
13 
 
modificar o padrão do homem de acordo com suas necessidades. Esta teoria esta em 
contraste gritante com o padrão bíblico, pois ela ignora o homem como um ser espiritual e 
tira do homem todo o senso de liberdade e responsabilidade que Deus atribuiu a ele, 
também cria no homem uma mentalidade de que o homem é vítima do que lhe acontece já 
que é o meio ambiente que é o responsável o que também contraria o ensino bíblico. E 
ainda defende uma teoria acerca do homem que o transforma em mero produto do meio 
ambiente, quando o que nós vemos na Bíblia é que é o homem que levou o meio ambiente 
para o mal quando caiu (Gn 3.17). 
D. Teoria racional-emotiva. 
Criada por Albert Ellis. Ellis Vê o homem como basicamente bom e com muito 
potencial interno. O problema do homem é que ele é vítima de crenças falhas e irracionais 
acerca de si mesmo que foram implantadas nele desde a sua infância, então a culpa não é 
do homem, mas do sistema de crenças deste, que é quem cria no homem um pensamento 
errôneo de que ele é culpado e este pensamento resulta em comportamento neurótico que 
prejudicam o homem, logo, o homem deve eliminar esta visão de errônea da vida e 
adquirir uma visão real, de acordo com a sua razão de sua vida, ele tem que mudar 
ativamente o seu conceito de vida para poder desfrutar todo o seu potencial interno. Esta 
cosmovisão é totalmente antibíblica e humanística, que engana o homem dando a ele a 
esperança de encontrar mudanças em conceitos dentro de si mesmo quando o único lugar 
que existe solução real é junto a Jesus Cristo. Também contradiz a declaração bíblica de 
que o homem está totalmente corrompido pelo pecado e não pode fazer nada, em si 
mesmo, para mudar este quadro, esta mudança que é muito mais radical do que a mera 
troca de conceitos só pode ser efetuada por Deus. 
E. Terceira força. 
Teoria desenvolvida por Carl Ransom Rogers. Rogers foi profundamente 
influenciado pela cosmovisão otimista de sua época e cria que o homem poderia 
transformar toda a sociedade em redor, via o homem como bom, com muito potencial 
interior e em estado de maturidade, pronto para dar novos frutos, o problema é que ele 
vivia em um meio ambiente que atrapalhava seu desenvolvimento, logo, a 
responsabilidade pelos problemas da sociedade não é do homem já que é apenas uma 
vítima do meio ambiente e em consequência disso a visão da culpa humana não era 
importante. O tratamento para o seu problema era uma buscar uma solução interna 
ajudando o homem a transformar todo o seu potencial em realidade, o homem não deveria 
sentir culpa já que tudo o que ele fizesse para estar confortável consigo mesmo era certo e 
até mesmo necessário. Esta teoria contradiz o padrão bíblico no que diz respeito a fonte da 
cura, não podemos encontrar cura para os nossos problemas em nós mesmos porque nós é 
que somos a fonte dos nossos problemas, nossa cura não é externa mas vem do Senhor 
Jesus Cristo, ainda não podemos fazer tudo o que quisermos para o nosso bem-estar pois 
nosso propósito aqui não é o de buscar prazeres mas buscar a glória de Deus. 
F. Sistemas de famílias. 
Desenvolvido por Ackerman, sua visão do homem é que ele é o produto de 
relacionamentos defeituosos e falhos, não só os relacionamentos do homem são falhos, 
14 
 
mas eles o soam porque todo o sistema é falho e o homem está apenas, casualmente, 
seguindo o círculo, cumprindo sua função dentro do sistema, logo, a culpa não é do 
homem, pois ele é apenas um peão do universo. O tratamento a ser seguido é descrito 
como alterar a maneira como os diversos relacionamentos são desenvolvidos. Esta 
cosmovisão não esta de acordo com os dados bíblicos porque, mais uma vez,ela troca os 
efeitos pela causa, os relacionamentos defeituosos são os efeitos do mal que existe no 
homem e não a causa deste, e a cura para estes relacionamentos defeituosos não se 
encontram no homem natural, mas só podem começar a serem experimentados por aqueles 
que foram regenerados. 
G. Bíblico. 
O modelo bíblico foi desenvolvido pela maior autoridade antropológica existente, o 
criador do próprio homem, e que por isso conhece o homem como mais ninguém. Neste 
modelo o homem é tido como um ser criado para glorificar a Deus e seu problema consiste 
em que ele se desviou de seu propósito original e agora é pecador por escolha própria e 
encontra-se em rebelião total contra Deus, como foi o homem se desviou por escolha 
própria ele é responsável por seus atos e a visão da culpa que ele tem é real e resulta de 
seus pecados. O tratamento oferecido não é encontrado no próprio homem, mas é uma 
justificação baseada na fé em Deus, seguida por uma santificação progressiva que irá 
gradativamente restaurando o homem a sua condição original, para resolver o seu 
problema o homem tem que admitir a sua culpar e buscar a resposta em Deus. 
 
I. Comparando as pressuposições dos conselheiros. 
Uma das áreas em que nasce todas as diferenças entre os modelos de 
aconselhamento são as pressuposições. Podemos notar claramente que é tolice tentar unir 
estas correntes com o cristianismo porque suas diferenças não são apenas interpretações de 
fatos que não concordam, mas são pressuposições que são totalmente divergentes, logo, é 
impossível haver união entre elas. 
Os psicólogos, em geral, pressupõe que Deus não existe, que o homem deve se 
preocupar apenas com as causas naturais, defendem o reducionismo e o individualismo, 
são relativistas pragmáticos e buscam apenas os prazeres desta vida, se consideram vítimas 
da situação e tem tendências gnósticas. 
Nenhumas dessas pressuposições podem ser aceitas por cristãos que busca glorificar 
a Deus acima de tudo, pois elas tiram o homem de seu lugar apropriado, o inocenta de suas 
culpas e responsabilidades, despreza Deus a algo incerto e buscam encontrar realização 
penas nesta vida sem si importar com a vida porvir. 
 
II. Comparando as teorias de motivação dos conselheiros. 
Outra área contrastante entre o modelo de aconselhamento bíblico e os outros 
modelos são as teorias de motivação que eles usam com seus aconselhados. 
Os outros modelos de aconselhamento usam motivações puramente humanísticas 
para despertar os seus aconselhados a realizarem-se plenamente, entre estas motivações 
podemos notar que a vida do corpo é algo muito valorizado por eles enquanto que o 
15 
 
padrão bíblico é que devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus e ele cuidará de 
tudo o que necessitamos (Mt 6.33). Outra fonte de motivação muito usada é o sexo, mas o 
padrão bíblico é que devemos possuir nosso corpo em santificação, pois ele é santuário do 
Espírito Santo. Há ainda um apelo as posses materiais quando Deus ordena que nós 
devemos ser ricos para com Deus (Lc 12.20). Outra fonte de motivação são as causas 
sociais e mais uma vez a Bíblia nos ensina que nós devemos nos preocupar mais com a 
glória de Deus do que com a dos homens (Jo 12.43). Uma Quinta fonte de motivação é o 
poder para realizar coisas, mas de novo a Bíblia nos ensina que o maior no reino dos céus 
é o servo (Lc 22.26). A autoestima também é uma grande fonte de motivação, mas de 
novo podemos ver que a Bíblia diz que devemos nos colocar aos pés de Jesus para seguí-
lo (Lc 9.23). Também é utilizada a sede do homem de buscar significado para a vida e a 
Bíblia nos ensina que o significado da vida está em temer a Deus (Ec 12.13). O homem 
também busca, a todo custo, evitar a dor e conseguir prazer, mas o ensino bíblico é que 
passaremos por problemas enquanto estivermos aqui na terra, mas temos a certeza de que 
um dia não mais veremos a dor e o sofrimento (Ap 22.1-5). 
Logo, torna-se evidente que a motivação humana, por mais atraente que possa 
parecer aos nossos olhos, não é eficaz e nem pode ser alcançada enquanto nós vivermos 
aqui nesta terra, cabe, portanto, ao conselheiro bíblico desviar a visão do aconselhado do 
supostos benefícios que ele pode conseguir enquanto estiver aqui na terra para levá-lo a 
contemplar as recompensas dadas por Deus para aqueles que crêem nele. 
16 
 
BIBLIOGRAFIA 
1. ALMEIDA, Marcos Emanoel P. de. O ACONSELHAMENTO BÍBLICO. 
2. Dicionário Grego - Português e Portugûes - Greco - Isidro Pereira, S. J. 
3. Dicionário do Novo Testamento Grego - W. C. Taylor. 
4. Léxico do Novo Testamento Grego-Portugûes - F. Wilbur Gingrich, Frederick W. 
Danker. 
5. http://exposicaoteologica.blogspot.com.br/2009/11/aconselhamento-noutetico-
noutetico-vem.html. 
6. http://prcarlosmendes.blogspot.com.br/2009/10/quais-compromissos-teologicos-
sao.html. 
17 
 
 
Biografia do autor 
O pastor Antônio Carlos Gonçalves Bentes é capitão do Comando da Aeronáutica, 
Doutor em Teologia pela American Pontifical Catholic University (EUA), conferencista, 
filiado à ORMIBAN – Ordem dos Ministros Batistas Nacionais, professor dos seminários 
batistas: STEB, SEBEMGE e Koinonia e também das instituições: Seminário Teológico 
Hosana, UNITHEO e Escola Bíblica Central do Brasil, atuando nas áreas de Teologia 
Sistemática, Teologia Contemporânea, Apologética, Escatologia, Pneumatologia, Teologia 
Bíblica do Velho e Novo Testamento, Hermenêutica, e Homilética. Reside atualmente em 
Lagoa Santa, Minas Gerais. Exerce o ministério pastoral na Igreja Batista Getsêmani em 
Belo Horizonte - Minas Gerais. É casado com a pastora Rute Guimarães de Andrade 
Bentes, tem três filhos: Joelma, Telma e Charles Reuel, e duas netas: Eliza Bentes Zier e 
Ana Clara Bentes Rodrigues. 
 
Pedidos ao Pr. A. Carlos G. Bentes 
E-mail: pastorbentesgoel@gmail.com 
Os livros do Pr. Bentes estão disponíveis no SITE: 
www.klivros.com.br; 
 
 
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