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TEORIA DO CRIMETEORIA DO CRIME
Noções Fundamentais – Segundo Zaffaroni:
“teoria do delito é a parte da ciência do
direito penal que se ocupa de explicar o que é
delito em geral, quer dizer, quais são as
características que devem ter qualquer
delito.”
Embora o crime seja insuscetível de
fragmentação , pois que é um todo unitário,
para efeito de estudos faz-se necessário a
análise de cada uma de suas carcterísticas ou
elementos fundamentais, isto é, o fato
típico,antijuridicidade e a culpabilidade.
Conceito de Crime – o Código Penal não nos
fornece um conceito de crime, somente dizendo,
em sua Lei de Introdução, que ao crime é
reservada uma pena de reclusão ou de detenção,
quer alternativa ou cumulativamente a pena de
multa.
Não foram poucos os doutrinadores que, durante
anos, tentaram fornecer esse conceito de delito.
Interessa-nos refletir somente sobre os conceitos
mais difundidos, como:
a) Formal – crime seria toda conduta que
atentasse, que colidisse frontalmente contra a
lei penal editada pelo Estado.
b) Material – crime seria a conduta que viola os
bens jurídicos mais importantes.
c) Analítico – crime é ação típica, ilícita e culpável.
Fato TípicoFato Típico
Conduta Conduta –– Dolosa / Dolosa / 
Culposa Culposa –– Comissiva / Comissiva / 
OmissivaOmissiva
ResultadoResultado
Nexo de causalidadeNexo de causalidade
Tipicidade Tipicidade –– Formal / Formal / 
ConglobanteConglobante
AntijurídicoAntijurídico
Quando o agente não atua Quando o agente não atua 
em:em:
Estado de NecessidadeEstado de Necessidade
Legítima DefesaLegítima Defesa
Estrito Cumprimento do Estrito Cumprimento do 
Dever Legal Dever Legal 
Exercício Regular do Exercício Regular do 
DireitoDireito
Quando não houver o Quando não houver o 
consentimento do consentimento do 
ofendido como causa ofendido como causa 
supralegalsupralegal de exclusão da de exclusão da 
ilicitude. ilicitude. 
Culpável Culpável 
ImputabilidadeImputabilidade
Potencial conhecimento Potencial conhecimento 
da ilicitude da ilicitude 
Exigibilidade de conduta Exigibilidade de conduta 
diversadiversa
• Conceito Analítico – Crime é conduta típica, ilícita e
culpável.
Alguns autores, como Mezger e Basileu Garcia,
sustentavam que a punibilidade também integrava tal
conceito, sendo o crime, pois, uma ação típica, ilícita,
culpável e punível.
Porém concordamos com Juares Tavares que assevera
que a punibilidade não faz parte do delito, sendo
somente a sua consequência.
A função do conceito analítico é de analisar todos os
elementos ou características que integram o conceito
de infração penal, sem que com isso se queira
fragmentá-lo. O crime é, certamente, um todo unitário
e indivisível. Ou o agente comete o delito ou o fato por
ele praticado será considerado um indiferente penal.
Conceito de Crime Adotado por Damásio,
Dotti, Mirabete e Delmanto – crime ´sob o
aspecto formal, é um fato típico e antijurídico,
sendo que a culpabilidade é um pressuposto
para a aplicação da pena.
Entendemos que não é só a culpabilidade, mas
também o fato típico e a antijuridicidade são
pressupostos para aplicação da pena.
CONDUTACONDUTA
Temos conduta como primeiro elemento integrante do fato típico. Conduta
é sinonimo de ação e de comportamento.
A ação ou conduta compreende qualquer comportamento humano
comissivo ou omissivo, podendo ser ainda dolosa ou culposa.
Conceito de Ação – Causal, Final e Social –
1. O sistema causal-naturalista, criado por Liszt e Beling, diz ser a ação o
movimento humano voluntário produtor de uma modificação no mundo
exterior.
2. Com o finalismo de Welzel, a ação passou a ser concebida como o
exercício de uma atividade final. É a ação, portanto, um comportamento
humano voluntário, dirigido a uma finalidade qualquer.
3. Já a teoria Social, de Daniela de Freitas Marques, o conceito jurídico de
comportamento humano é toda atividade humana social e
juridicamente relevante, segundo os padrões axiológicos de uma
determinada ou dominável vontade.
Condutas Dolosas e Culposas – ou o agente atua com dolo, quando quer diretamente
o resultado ou assumi o risco de produzi-lo; ou age com culpa, quando dá causa ao
resultado em virtude de sua imprudência, imperícia ou negligência.
A regra do Código Penal, é de que todo crime seja doloso, somente sendo punida a
conduta culposa quando houver previsão legal expressa nesse sentido, conforme
art. 18 CP.
Condutas Comissivas e Omissivas – o agente pode praticar a infração penal fazendo
ou deixando de fazer alguma coisa que estava obrigado.
A conduta comissiva o agente direciona sua conduta a uma finalidade ilícita. A
conduta é positiva.
A conduta omissiva há uma abstenção de uma atividade que era imposta pela lei ao
agente .
Existe dois tipos de crimes omissivos:
1. próprios – são os que objetivamente são descritos com uma conduta negativa,
de não fazer o que a lei determina, consistindo a omissão na transgreção da
norma jurídica e não sendo necessário qualquer resultado naturalistico
2. impróprios – somente as pessoas referidas no §2° do art. 13 CP podem praticá-
los, uma vez que para elas existe um dever especial de proteção. O agente se
encontra na posição de garantidor, isto é, ele tem a obrigação legal de cuidado,
proteção ou vigilância; de outra forma, assuma a responsabilidade de impedir o
resultado; ou, com o seu comportamento anterior, tenha criado o risco da
ocorrência do resultado.
Ausência de Conduta – A ação regida pela
vontade é sempre uma ação final, isto é,
dirigida à consecução de um fim. Se não
houver vontade dirigida a uma finalidade
qualquer, não se pode falar em conduta.
Se o agente não atua dolosamente ou
culposamente, não há ação. Isso pode
acontecer quando o sujeito se vir impedido de
atuar, como nos casos de:
a) Força irresistível;
b) Movimento reflexo;
c) Estados de inconsciência;
TIPO PENALTIPO PENAL
NULLUM CRIMEN SINE LEGE – O Legislador quando quer impor ou
proibir condutas sob a ameaça de sanção, deve, obrigatoriamente,
valer-se de uma lei. Quando a lei em sentido estrito descreve a
conduta, com o fim de proteger determinados bens cuja tutela
mostrou-se insuficiente pelos demais ramos do direito, surge o
chamado TIPO PENAL..
Tipo como a própria denominação nos está a induzir, é o modelo, o
padrão de conduta que o Estado, por meio da lei, visa impedir que
seja praticado.
O Estado descreve, precisamente, o modelo de conduta que quer
proibir, sob pena de quem lhe desobedecer ser punido de acordo
com as sanções previstas em seu preceito secundário. Quando a
conduta do agente se adapta perfeitamente ao modelo em abstrato
criado pela lei, surgirá outro fenômeno, chamado TIPICIDADE.
TIPICIDADE PENAL = TIPICIDADE FORMAL +
TIPICIDADE CONGLOBANTE.
TIPICIDADE é a subsunção perfeita da conduta
pratica pelo agente ao modelo abstrato
previsto na lei penal, isto é, ao tipo penal. É a
adequação de um fato cometido à descrição
que dele se fez na lei penal.
TIPICIDADE FORMAL – é a adequação perfeita
da conduta do agente ao modelo abstrato
previsto na lei penal (tipo). (Encaixe perfeito)
TIPICIDADE CONGLOBANTE = CONDUTA ANTINORMATIVA +
TIPICIDADE MATERIAL
CONDUTA ANTINORMATIVA – a conduta praticada pelo agente é
contrária a norma penal, e não imposta ou fomentada por ela.
TIPICIDADE MATERIAL – os bens ofendidos tem que ter relevância para
o direito penal (tem que ser importantes) (princípio da
insignificância e da intervenção mínima).
A Tipicidade Conglobante surge quando comprovado, no caso
concreto, que a conduta praticada pelo agente é considerada
antinormativa, isto é, contrária à norma penal, e não imposta ou
fomentada por ela, bem como ofensiva a bens de relevo para o
direito penal (tipicidade material).
PARA QUE POSSAMOS FALAR EM TIPICIDADE PENAL É PRECISO
HAVER A FUSÃODA TIPICIDADE FORMAL OU LEGAL COM A
TIPICIDADE CONGLOBANTE . SÓ ASSIM O FATO PODERÁ SER
CONSIDERADO PENALMENTE TÍPICO.
Adequação Típica (tipicidade formal) – ocorre quando a conduta do
agente se amolda perfeitamente a um tipo legal de crime.
• Adequação Típica de Subordinação Imediata ou Direta – Ocorrerá
quando houver perfeita adequação entre a conduta do agente e o
tipo penal incriminador.
• Adequação Típica de Subordinação Mediata – embora o agente
atue com vontade de praticar a conduta proibitiva por determinado
tipo incriminador, seu comportamento não consiga se adequar
diretamente a essa figura típica. É o caso da TENTATIVA. Assim para
que possamos falar deste caso precisamos nos valer de normas de
extenção.
• Teoria dos Elementos Negativos do Tipo – Toda vez que não for
ilícita a conduta do agente não haverá o próprio fato típico. É que,
para ela, estando a antijuridicidade fazendo parte do tipo penal, se
a conduta do agente for lícita, em virtude da existência de uma
causa de justificação. O fato deixa de ser típico.
INJUSTO PENAL – Fato Típico e Antijurídico.
Tipo Básico e Tipo Derivado –
• Tipo básico – a forma mais simples da descrição da conduta proibida ou
imposta pela lei.
• Tipo derivado – ocorrem em virtude de determinadas circunstâncias,
podem diminuir ou aumentar a pena.
Tipos Fechados e Tipos Abertos.
• Fechados – são aqueles que possuem a descrição completa da conduta
proibida pela lei penal.
• Abertos – não descrição completa e precisa do conduta proibida. Nesses
casos, faz-se necessária a sua complementação pelo intérprete.
Tipos Congruentes e Incongruentes –
• Congruentes – a parte subjetiva da ação se corresponde com a parte
objetiva (Tipos Dolosos onde a vontade alcança a realização objetiva do
tipo).
• Incongruentes – quando a parte subjetiva da ação se corresponde com a
parte objetiva
Tipo Complexo – quando no tipo penal há o encontro de elementos subjetivos
com elementos de natureza subjetiva.
Atipicidade Absoluta – quando faltar uma elementar indispensável ao tipo, o
fato praticado pelo agente torna-se um indiferente penal.
Atipicidade Relativa – quando pela ausência de uma elementar , ocorre a
desclassificação do fato para uma outra figura típica.
Elementos que Integram o Tipo –
• Elemento Objetivo – tem a finalidade de descrever “a ação, o objeto da
ação, e em sendo o caso, o resultado, as circunstâncias externas do fato e
a pessoa do autor”.
• Elemento Subjetivo – elemento anímico, que diz respeito à vontade do
agente. É o dolo.
Elementos Específico do Tipo Penal –
1. Núcleo do Tipo – é o verbo que descreve a conduta proibida pela lei
penal.
2. Sujeito Ativo – é aquele que pode praticar a conduta descrita no tipo.
(Crime Comum ou Próprio)
3. Sujeito Passivo – pode ser considerado formal ou material. Sujeito
passivo formal será sempre o Estado, que sofre toda vez que suas lei são
desobedecidas. Sujeito passivo material é o titular do bem ou interesse
juridicamente tutelado sobre o qual recai a conduta criminosa.
4. Objeto Material – é a pessoa ou a coisa contra a qual recai a conduta
criminosa do agente.
TIPO DOLOSOTIPO DOLOSO
Dolo é a vontade livre e consciente dirigida a realizar a conduta
prevista no tipo penal incriminador
O agente deve ter consciencia, isto é, deve saber exatamente aquilo
que faz, para que se lhe possa atribuir o resultado lesivo a título de
dolo.
A vontade é outro elemento sem o qual se desestrutura o crime
doloso. Aquele que é coagido fisicamente a acabar com a vida de
outra pessoa não atua com vontade de matá-la.
Enfim , faltando um desses elementos – consciência ou vontade –
descaracterizado estará o crime doloso.
O Dolo no Código Penal - Todo crime é doloso, somente havendo a
possibilidade de punição pela prática de conduta culposa se a lei
assim o previr expressamente. Em síntese, o dolo é a regra; a culpa,
a exceção.
Teorias do Dolo –
1. Teoria da Vontade- dolo seria tão somente a vontade livre e consciente
de querer praticar a infração penal.
2. Teoria do Assentimento – atua com dolo aquele que, antevendo como
possível o resultado lesivo com a pratica de sua conduta, mesmo não
querendo de forma direta, não se importa com a sua ocorrência,
assumindo o risco de vir a produzi-lo. Aqui o agente não quer o resultado
diretamente, mas o entende como possível e o aceita.
3. Teoria da Representação – podemos falar em dolo toda vez que o agente
tiver tão somente a previsão do resultado como possível e, ainda assim,
decidir pela continuidade de sua conduta.
4. Teoria da Probabilidade – se o sujeito considerava provável a produção
do resultado estaremos diante do dolo eventual.
Teorias Adotadas pelo Código Penal – pela redação do art. 18 I, podemos
concluir, ao contrário de Damasio e na esteira de Cezar Bitencourt, que o
Código Penal adotou as teorias da vontade e do assentimento.
Espécie de Dolo –Dolo Direto e Indireto.
• Diz-se direto o dolo quando o agente quer, efetivamente, cometer a
conduta descrita no tipo, conforme preceitua a primeira parte do art. 18 I
CP. PRATICA SUA CONDUTA DIRIGINDO-A FINALISTICAMENTE À PRODUÇÃO
DO RESULTADO POR ELE PRETENDIDO INICIALMENTE.
• Dolo Indireto pode ser dividido em alternativo e eventual.
 Dolo indireto alternativo – apresenta-se quando o aspecto volitivo do
agente se encontra direcionado, de maneira alternativa, seja em relação ao
resultado ou em relação à pessoa contra qual o crime é cometido. Quando
a alternatividade do dolo disser respeito ao resultado, fala-se em
alternatividade objetiva (quando o agente efetua disparos contra a vítima,
querendo feri-la ou matá-la); quando a alternatividade se referir à pessoa
contra a qual o agente dirige a conduta, a alternatividade será subjetiva
(aquele em que um agente, a certa distância, efetua disparos com a sua
arma de fogo contra duas pessoas, querendo matar uma ou outra.
 Dolo Indireto Eventual – quando o agente, embora não querendo
diretamente praticar a infração penal, não se abstém de agir e, com isso,
assume o risco de produzir o resultado que por ele já havia sido previsto e
aceito.
Dolo Geral (Hipótese de Erro Sucessivo) – ocorre quando o autor
acredita haver consumado o delito quando na realidade o resultado
somente se produz por uma ação posterior , com a qual buscava
encobrir o fato.
Dessa forma, se o agente atuou com animus necandi ao efetuar os
golpes na vítima, deverá responder por homicídio doloso, mesmo
que o resultado morte advenha de um outro modo que não aquele
pretendido pelo agente, quer dizer, o dolo acompanhará todos os
seus atos até a produção do resultado, respondendo o agente,
portanto, por um único homicídio doloso, independentemente da
ocorrência do resultado aberrante.
Dolo Genérico – é aquele em que no tipo penal não havia indicativo
algum do elemento subjetivo do agente ou, melhor dizendo, não
havia indicação alguma da finalidade da conduta do agente (art.
121 CP).
Dolo Específico – aquele em que no tipo penal podia ser identificado o
que denominamos de especial fim de agir (art. 159 CP).
Erro de Tipo – afasta o dolo.
TIPO CULPOSOTIPO CULPOSO
ART. 18 II CP – ATO HUMANO VOLUNTÁRIO DIRIGIDO, EM GERAL, À
REALIZAÇÃO DE UM FIM LÍCITO, MAS QUE POR IMPRUDÊNCIA,
IMPERÍCIA OU NEGLIGÊNCIA, ISTO É, POR NÃO TER O AGENTE
OBSERVADO O SEU DEVER DE CUIDADO, DÁ CAUSA A UM
RESULTADO NÃO QUERIDO, NEM MESMO ASSUMIDO TIPIFICADO
PREVIAMENTE NA LEI PENAL.
IMPRUDÊNCIA – A conduta positiva praticada pelo agente que, por não
observar o seu dever de cuidado , casasse o resultado lesivo que lhe
era previsível. É um fazer alguma coisa.
NEGLIGÊNCIA – É deixar de fazer aquilo que a diligência normal
impunha.
IMPERÍCIA – Quando ocorre uma inaptidão, momentânea ou não, do
agente para o exercício de arte ou profissão. Diz-se que a imperícia
está ligada, basicamente, à atividade profissionaldo agente
Crime Culposo e Tipo Aberto – o julgador, no caso apontado, é que
deverá, depois de analisar todos os elementos que compõem o
crime culposo, amoldar a conduta do agente ao mencionado artigo.
Assim, por não haver a descrição completa e perfeita da figura
típica, é que se fala que os crimes culposos são considerados tipos
penais abertos.
Culpa Inconsciente (culpa comum) – quando o agente deixa de prever
o resultado que lhe era previsível.
Culpa Consciente – é aquela em que o agente, embora prevendo o
resultado, não deixa de praticar a conduta acreditando,
sinceramente, que este resultado não venha a ocorrer. O resultado,
embora previsto, não é assumido ou aceito pelo agente, que confia
na sua não ocorrencia.
A culpa inconsciente distingue-se da culpa consciente justamente no
que diz respeito à previsão do resultado; naquela, o resultado,
embora previsível, não foi previsto pelo agente; nesta, o resultado é
previsto, mas o agente, confiando em si mesmo, nas suas
habilidades pessoais, acredita sinceramente que este não venha a
ocorrer. A culpa inconsciente é a culpa sem previsão, e a culpa
consciente é a culpa com previsão.
Diferença Entre Culpa Consciente e Dolo Eventual – na
culpa consciente, o agente, embora prevendo o
resultado, acredita sinceramente na sua não
ocorrência; o resultado previsto não é querido ou
mesmo assumido pelo agente. Já no dolo eventual,
embora o agente não queira diretamente o resultado,
assume o risco de vir a produzi-lo; não se importa e
aceita o resultado; tanto faz; danice. Na culpa
consciente, o agente sinceramente acredita que pode
evitar o resultado; no dolo eventual, o agente não quer
diretamente produzir o resultado, mas, se este vier a
acontecer, pouco importa.
Culpa Imprópria – ocorre nas hipóteses das chamadas
descriminantes putativas em que o agente, em virtude
de erro evitável pelas circunstâncias, dá causa
dolosamente a um resultado, mas responde como se
tivesse praticado um delito culposo. §1° do art. 20 CP.
Excepcionalidade do crime culposo – todo crime é doloso,
somente podendo-se falar em crime culposo quando
houver previsão expressa na lei nesse sentido. O dolo,
portanto, é a regra; a culpa, a exceção.
Culpa Presumida – não se pode falar, ainda, em
presunção de culpa em Direito Penal.
Tentativa nos Delitos Culposos – não se pode falar em
tentativa quando o agente não dá início aos atos de
execução dirigidos à consumação de determinada
infração penal por ele finalisticamente pretendida.
A doutrina, contudo, aceita a possibilidade de tentativa
nos crimes culposos, quando da ocorrência da
chamada culpa imprópria, quando o agente, nos casos
de erro evitável nas descriminantes putativas, atua
com dolo, mas responde pelo resultado causado com
as penas correspondentes ao delito culposo.
Culpa Imprópria – São as hipóteses das chamadas
descriminantes putativas em que o agente, em virtude
de erro evitável pelas circunstâncias, dá causa
dolosamente a um resultado, mas responde como se
estivesse praticado um delito culposo. Art. 20 §1° CP
Excepcionalidade do Crime Culposo – art. 18 CP
Culpa Presumida – NÃO SE PODE FALAR EM
PRESUNÇÃO DA CULPA NO DIREITO PENAL.
Tentativa nos Delitos Culposos – Não se pode falar em
tentativa quando o agente não dá início aos atos de
execução dirigidos a consumação de determinada
infração penal por ele finalisticamente pretendida. O
Iter criminis é um instituto jurídico destinado aos
crimes dolosos e não aos crimes culposos. Não se
cogita, não se prepara e não se executa um crime
culposo, mas tão-somente um delito doloso.
RELAÇÃO DE CAUSALIDADERELAÇÃO DE CAUSALIDADE
ART. 13 CP – O fato típico é composto pela conduta, de um resultado, do nexo
causal entre a conduta e o resultado, e pela tipicidade penal.
Nexo causal, ou relação de causalidade, é aquele elo necessário que une a
conduta praticada pelo agente ao resultado por ela produzido.
Haverá nexo de Causalidade – nas infrações que tenham um resultado
naturalístico, materiais e omissívos impróprios.
Não haverá nexo de causalidade – crimes formais, de mera conduta e
omissivos próprios.
Espécies de Causas – podem ser absoluta ou relativamente independentes
Causas Absolutamente Independente – é aquela causa que teria
acontecido, vindo a produzir o resultado, mesmo se não tivesse havido
qualquer conduta por parte do agente. Podendo ser:
• Preexistentes – é aquela que ocorreu anteriormente a conduta do agente.
Quando a causa é absolutamente independente e em virtude dela ocorre o
resultado, não devemos imputá-lo ao agente. EX.: Paulo, com intuito de
matar Alfredo, contra este defere um tiro, acertando-o na região do tórax.
Embora atingido em uma região letal, Alfredo vem a falecer, não por causa
do tiro, mas porque com intenção suicida, havia feito a ingestão de veneno
momentos antes da agressão sofrida. Alfredo morre envenenado e não
pelo tiro.
• Causa Concominante Absolutamente Independente – é aquela que ocorre
numa relação de simultaneidade com a conduta do agente. Acontece no
mesmo instante e paralelamente ao comportamento do agente. Ex.: Se A
e B com armas de qualibre diferentes, atiram contra C e ficar provado que
o projétil de B é que, atingindo o coração da vítima, a matou, ao passo que
o de A, atingiu apenas o braço. Somente B responde por homicídio
consumado. A vai responder pelo seu dolo.
• Causa Superveniente Absolutamente Independente – Causa ocorrida
posteriormente à conduta do agente e que com ela não possui relação de
dependência alguma. Augusto e Bento discutem dentro de uma loja,
oportunidade em que Augusto saca o revolver que trazia consigo e atira
em Bento, causando um ferimento grave, que certamente o levará a
morte. Logo após ter efetuado o disparo, o prédio no qual ambos se
encontravam desaba e, posteriormente, comprova-se que Bento não
morrera em virtude do disparo recebido, mas sim por ter sido soterrado.
Se caso Augusto não tivesse atirado Bento morreria? A resposta é sim.
Assim podemos concluir que a conduta de Augusto não foi a causadora da
morte. Então ele responde por tentativa de homicídio.
Causa Relativamente Independente – somente tem a possibilidade de produzir o
resultado se for conjugada com a conduta do agente . Existe uma relação de
dependência entre a conduta do agente e a causa que também influência na
produção do resultado. A ausência de qualquer uma delas faz com que o resultado
seja modificado.
• Preexistentes – é aquela que já existia antes mesmo do comportamento do agente
e, quando com ela conjugada numa relação de complexidade, produz o resultado.
Exemplo.: Hemofílica.
• Causas Concomitante – Numa relação de somultaniedade com a condura do
agente e com ela conjulgada, também é considerada produtora do resultado. Ex. A
atira em B, no exato instante em que este está sofrendo um colapso cardíaco,
provando-se que a lesão contribuiu para a eclosão do êxito letal. Responde pelo
Homicídio, porque o susto causou o infarto.
• Causa Superveniente – aquela ocorrida posteriormente à conduta do agente, e
que com ela tenha ligação.
Crimes Omissivos Próprios ou Impróprios –
Omissivos Próprios – conduta de não fazer o que a lei determina, consistindo a
omissão na transgressão da norma jurídica e não sendo necessário qualquer
resultado naturalistico.
Omissivos Impróprios – para sua configuração é preciso que o agente possua um
dever de agir para evitar o resultado, pois gozam do status de garantidores da não
ocorrência do resultado. Faça alguma coisa porque você está obrigado a isto
A lei quando elenca as situações nas quais
surge o dever de agir, fazendo nascer daí a
posição de garantidor, não exige que o garante
evite, a qualquer custo, o resultado. O que a
lei faz é despertar o agente para a sua
obrigação, e se ele realiza tudo o que estava
ao seu alcance, a fim de evitar o resultado
lesivo, mas, mesmo com seu esforço,este vem
a se produzir, não poderemos a ele imputá-lo.
Teoria da Imputação Objetiva -
CONSUMAÇÃO E TENTATIVACONSUMAÇÃO E TENTATIVA
ITER CRIMINIS – até que se opere a consumação do delito, existe um processo. Conhecido, também,
como caminho do crime, que significa o conjunto de etapas que se sucedem, cronologicamente, no
desenvolvimento do delito.
O iter criminis é composto pelas seguintes fase:
a) Cogitação – passa na mente do agente.
b) Preparação – o agente se prepara para cometer o crime.
c) Execução – efetivamente, ingressa na fase dos atos de execução.
d) Consumação – art. 14 I CP
Ocorre a consumação nos crimes -
1. Materiais, omissivos impróprios e culposos: quando se verifica a produção do resultado
naturalistico, ou seja, quando há a modificação no mundo exterior. Ex.: Homicídio.
2. Omissivos próprios – com a abstenção do comportamento imposto ao agente.
3. Mera conduta – como o simples comportamento previsto no tipo, não se exigindo qualquer
resultado naturalistico. Ex.: Violação de Domicílio.
4. Formais – com a prática da conduta descrita no núcleo do tipo, independentemente da obtenção
do resultado esperado pelo agente, que caso aconteça será considerado como mero exurimento
do crime. EX.: Extorsão mediante sequestro. Art. 159 CP.
5. Qualificados pelo resultado – com a ocorrência do resultado agravador. Ex.: art. 129 §2°, V CP.
6. Permanentes – enquanto durar a permanência , uma vez que o crime permanente é aquele cuja
consumação se prolonga, perpetuando no tempo. Ex.: art. 148 CP.
Tentativa – art. 14 II CP.
Limitou a punição dos atos praticados pelo agente a partir de sua execução, deixando
de lado a cogitação e os atos preparatórios.
Tentativa Perfeita (crime falho) – quando o agente esgota todos os meios que tinha ao
seu alcance a fim de alcançar a consumação da infração penal , que somente não
ocorre por circunstâncias alheias à sua vontade.
Tentativa Imperfeita (inacabada) - o agente é interrompido durante a prática dos atos
de execução, não chegando, assim, a fazer tudo aquilo que intencionava, visando a
consumar o delito.
Contravenção Penal – Não há tentativa. Art. 4° decreto- lei 3688.
Crimes que não admitem tentativa – crimes habituais, preterdolosos, culposos, crimes
nos quais a simples prática da tentativa é punida com as mesmas penas do crime
continuado, unissubsistentes, omissivos próprios.
Tentativa Branca (incruenta) – quando o agente, não obstante ter-se utilizado dos
meios que tinha ao seu alcance, não consegue atingir a pessoa ou a coisa contra a
qual deveria recair o resultado. EX. atira e não acerta.
Teoria Sobre A Punibilidade do Crime Tentado –
• Teoria subjetiva – aplica a mesma pena do crime consumado.
• Teoria Objetiva – aplica uma pena reduzida.
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIADESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
ART. 15 CP – ainda durante a prática dos atos de execução, mas sem
esgotar todos os meios que tinha à sua disposição para chegar à
consumação do crime, o agente desiste, voluntariamente, de nele
prosseguir.
OBS. Tem que ter iniciado os atos de execução.
O agente que desiste de prosseguir na execução do crime somente
responde pelos atos já praticados, ficando afastada a sua punição
pela tentativa da infração penal por ele pretendida inicialmente.
A desistência deve ser voluntária e não espontânea.
Formula de Frank – na analise do fato, e de maneira hipotética, se o
agente disser posso prosseguir, mas não quero, será caso de
desistência voluntária.
Responsabilidade – responde apenas pelos atos já praticados
ARREPENDIMENTO EFICAZARREPENDIMENTO EFICAZ
Quando o agente , depois de esgotar todos os meios de
que dispunha para chegar à consumação da infração
penal, arrepende-se e atua em sentido contrário,
evitando a produção do resultado inicialmente por ele
pretendido. Com isso, se a vítima sair ilesa do ataque, o
agente não responderá por absolutamente nada; se,
entretanto, sofrer alguma lesão, esta será atribuída ao
agente.
Não Impedimento da Produção do Resultado – Se mesmo
desistindo ou se arrependendo o resultado vier a
ocorrer o agente não será beneficiado com estes
institutos.
Natureza Jurídica de Ambos - Causas de Extinção da
Punibilidade.
ERRO DE TIPOERRO DE TIPO
ART. 20 parágrafos CP.
Entende-se por erro de tipo aquele que recai sobre as elementares,
circunstâncias ou qualquer dado que se agregue a uma determinada figura
típica, ou ainda aquele, segundo Damásio, incidente sobre os
“pressupostos de fato de uma causa de justificação ou dados secundários
da norma penal incriminadora.”
Quando alguém não conhece, ao cometer o fato, uma circunstância que
pertence ao tipo legal.
Quando o agente tem essa “falsa representação da realidade”, falta-lhe, na
verdade, a consciência de que pratica uma infração penal e, dessa forma,
resta afastado o dolo que, como vimos, é a vontade livre e consciente de
praticar a conduta incriminadora.
Consequências do Erro de Tipo – o erro de tipo, afastando a vontade e a
consciência do agente, exclui sempre o dolo. Entretanto, há situações em
que se permite a punição do agente em virtude de sua conduta culposa,
se houver previsão legal. Podemos falar, assim, em erro de tipo invencível
(escusável, justificável, invitável) e erro de tipo vencível (inescusável,
injustificável e evitável)
Erro de tipo invencível – quando o agente, nas circunstância em que se
encontrava, não tinha como evitá-lo, mesmo tomando todas as cautelas
necessárias. É o erro em que qualquer um incorreria se estivesse diante
das circunstâncias em que se encontrava o agente. Afasta o dolo e a culpa.
erro de tipo evitável – nos casos que ele seja considerado inescusável, isto é,
naquelas situações em que, se o agente tivesse atuado com diligência
exigida, poderia ter evitado o resultado. Afasta o dolo mas não a culpa.
Erro de Tipo Essencial – quando o erro do agente recai sobre as elementares,
circunstâncias ou qualquer outro dado que se agregue à figura típica.
Erro de Tipo Acidental – não tem o condão de afastar o dolo do agente. Ele
age com a consciência da antijuridicidade do seu comportamento, apenas
se engana quanto a um elemento não essencial do fato ou erra no seu
movimento de execução. Poderá acontecer nas seguintes hipóteses:
1. Erro sobre o objeto – quando o agente com dolo pratica uma conduta
que sabe ser penalmente ilícita. Agente que furta uma pulseira achando
que era de ouro, mas descobre ser bijuteria.
2. Erro sobre a pessoa – art. 20 §3º CP – é acidental o erro sobre a pessoa
porque o agente não erra sobre qualquer elementar, circunstância ou
outro dado que se agregue à figura típica. O seu erro cingi-se,
especificamente, a identificação da vítima, que em nada modifica a
classificação do crime cometido.
3. Erro na Execução – art. 73 CP
4. Resultado diverso do pretendido – art. 74 CP
5. Aberratio Causae
Descriminantes Putativas – o agente atua supondo encontrar-se numa situação de
legitima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal ou
de exercício regular do direito. Al.
Descriminar quer dizer transformar o fato em um indiferente penais.
Putativas quer dizer aquelas situações imaginárias que só existem na mente do
agente. Somente o agente acredita, por erro, que aquela situação existe.
Efeitos das Descriminantes Putativas – como qualquer erro, aqueles ocorridos numa
situação de putatividade podem ser considerados escusáveis ou inescusáveis.
Erro Escusável - Erro plenamente justificável pelas circunstâncias. Afasta dolo e culpa.
Art. 20 §1º CP. Ex. João ameaçado de morte por um assassino.
Erro Inescusável – embora agido com dolo, será ele responsabilizado com culpa, art.
20 §1º segunda parte CP. Ex. João sentado próximo de um banheiro em um
restaurante, se assusta com Pedro levantando bruscamente e indo em sua
direção de forma violenta. João pensando que seria agredido, saca o revolver e
atira. Sendoque Pedro só iria ao banheiro.
Hipótese de Erro nas Descriminantes Putativas – somente quando o agente
tiver uma falsa percepção da realidade no que diz respeito à situação de
fato que o envolvia, levando-o a crer que poderia agir amparado por uma
causa de exclusão da ilicitude, é que estaremos diante de um erro de tipo.
Quando o erro do agente recair sobre a existência ou mesmo sobre os
limites de uma causa de justificação, o problema não se resolve como erro
de tipo, mas sim como erro de proibição, previsto no art. 21 do CP.
As Descriminantes Putativas e as Teorias Extremada (estrita) e Limitada da
Culpabilidade –
• Teoria Extremada – todo e qualquer erro que recaia sobre uma causa de
justificação é erro de proibição, não importando, aqui, distinguir se o erro
incide sobre uma situação de fato, sobre a existência ou mesmo sobre os
limites de uma causa de justificação.
• Teoria Limitada da Culpabilidade – se o erro do agente vier a recair sobre
uma situação fática, estaremos diante de um erro de tipo, que passa a ser
denominado de erro de tipo permissivo; caso o erro do agente não recaia
sobre uma situação de fato , mas sim sobre os limites ou a própria
existência de uma causa de justificação, o erro passa a ser, agora, o de
proibição. ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL.
Conclusão – com a teoria limitada da culpabilidade, se o erro sobre a causa de
justificação recair sobre uma situação de fato, o erro é de tipo (art. 20 §1º
CP); se incidir sobre a existência ou sobre os limites dessa causa de
justificação, o erro é de proibição (art. 21 CP).
ILICITUDE
É aquela relação de antagonismo, de contrariedade entre a
conduta do agente e o ordenamento jurídico.
Quando o agente pratica uma conduta típica a regra será que
essa conduta também seja antijurídica. Contudo, há ações
típicas que se apresentam em face do direito como lícitas.
Essas condições especiais em que o agente atua impedem
que elas venham a ser antijurídicas. Essas condições são
conhecidas como causas de exclusão da ilicitude.
Elementos Objetivos e Subjetivos nas Causas de Exclusão da
Ilicitude –
• Elementos Objetivos – são aqueles expressos, ou implícitos,
mas sempre determinados pela lei penal.
• Elementos Subjetivo – vontade de agir com as causas de
exclusão da ilicitude. Vontade de defender terceiro. O
elementos subjetivo do agente é indispensável.
Causas Legais de Exclusão da Ilicitude – art. 23 a 25 CP.
ESTADO DE NECESSIDADE – art. 24 CP
A regra é de que ambos os bens em conflito estejam amparados pelo ordenamento
jurídico. Contudo, em determinadas situações, somente um deles prevalecerá em
detrimento do outro.
Para que se caracterize o estado de necessidade é preciso a presença de todos os
elementos objetivos previstos no tipo do art. 24 CP, bem como o elemento de
natureza subjetiva, que se configura no fato de saber ou pelo menos acreditar que
atua nessa condição.
ESTADO DE NECESSIDADE JUSTIFICANTE E ESTADO DE NECESSIDADE EXCULPANTE -
Para a Teoria Unitária, adotada pelo Código Penal, todo o estado de necessidade é
justificante, ou seja, tem a finalidade de eliminar a ilicitude do fato típico
praticado. Para essa teoria não importa se o bem protegido pelo agente é de valor
superior ou igual aquele que está sofrendo a ofensa. Todo Estado de Necessidade
é justificante.
Teoria Diferenciadora - existe uma divisão interna quanto a ponderação dos bens em
conflito. Para uma corrente haverá estado de necessidade justificante somente nas
hipóteses em que o bem afetado foi de valor inferior àquele que se defende.
Quando o bem salvaguardado fosse de valor igual ou inferior àquele que se agride,
o estado de necessidade seria exculpante.
PRATICA DE FATO PARA SALVAR DE PERIGO ATUAL – é a probabilidade do
dano, que desencadeia a ação violentadora do bem jurídico alheio. Este
perigo deve estar presente no momento da ação ou na iminência de
produzir-se.
PERIGO PROVOCADO PELO AGENTE – a possibilidade de ser arguido o estado
de necessidade, desde que a situação de perigo não tenha sido provocada
pelo agente, quer dizer não ter provocado dolosamente a situação de
perigo.
EVITABILIDADE DO DANO – Para que se possa alegar o Estado de Necessidade
exige a lei que o agente, além de praticar fato para salvar de perigo atual,
que não provocou por sua vontade, não tenha tido possibilidade de, no
caso concreto, evitar o dano produzido para sua conduta. E sempre a
alternativa menos gravosa é a que deverá ser escolhida.
ESTADO DE NECESSIDADE DE TERCEIRO – é perfeitamente possível o estado
de necessidade de terceiro, desde que o bem em jogo não seja disponível,
cabendo a sua defesa somente ao seu titular que, diante do caso concreto,
pode optar em defendê-lo ou não. O titular do bem disponível pode,
contudo, aquiescer para que terceira pessoa atue afim de salvaguardar
seu bem, permitindo que esta última atue em estado de necessidade de
terceiro.
RAZOABILIDADE DO SACRIFÍCIO DO BEM – aqui sobreleva a
necessidade da ponderação dos bens em conflito, para se concluir
se o bem que é defendido pelo agente é de valor superior, igual ou
mesmo inferior àquele que é atacado.
Embora o CP tenha adotado a teoria unitária, se o bem que o agente
defende for de valor inferior ao daquele que agride, mesmo que,
nos termos da redação do art. 24, não se possa alegar o estado de
necessidade, porque não era razoável agir desta forma, abre-se-lhe,
contudo a possibilidade de ver discutido o fato em sede de
culpabilidade, mais precisamente quando da análise da exigência
de conduta diversa.
DEVER GERAL DE ENFRENTAR O PERIGO – art. 24 §1º CP – sendo
conhecedores do risco que tais profissões impõem, é que o
legislador criou a regra do §1º, esclarecendo que estes
profissionais, geralmente, não podem alegar o estado de
necessidade. Ex. se o bombeiro estiver tentando salvar patrimônio
alheio e a sua vida passar a correr perigo extremo, poderá optar em
salvar-se a preservar o patrimônio de outra pessoa.
ESTADO DE NECESSIDADE DEFENSIVO – quando a conduta
do agente dirige-se diretamente ao produtor da
situação de perigo, a fim de eliminá-la.
ESTADO DE NECESSIDADE AGRESSIVO – seria o estado de
necessidade em que a conduta do necessitado viesse a
sacrificar bens de um inocente, não provocador da
situação de perigo.
ELEMENTO SUBJETIVO DO ESTADO DE NECESSIDADE –
para que possa ser erigida uma causa de justificação, é
preciso que o agente tenha conhecimento de que atua
ou, no mínimo, acredita que atua, nessa condição.
Caso contrário, não poderá por ela ser beneficiado.
FURTO FAMÉLICO
LEGÍTIMA DEFESA – Para que se possa falar em legítima defesa , que
não pode jamais ser confundida com vingança privada, é preciso
que o agente se veja diante de uma situação de total
impossibilidade de recorrer ao Estado, responsável
constitucionalmente pela nossa segurança pública, e, só assim, uma
vez presente os requisitos legais de ordem objetiva e subjetiva, agir
em sua defesa ou na defesa de terceiros.
Art. 25 CP
BENS AMPARADOS PELA LEGITIMA DEFESA – tem-se entendido que o
instituto da legitima defesa tem aplicação na proteção de qualquer
bem juridicamente tutelado pela lei. Contudo, o bem somente será
passível de defesa se não for possível socorrer-se do Estado para a
sua proteção. Ex. ameaça não pode pois como o mal não é
iminente, tem como recorrer ao Estado.
LEGITIMA DEFESA AUTÊNTICA (real) – quando a situação de agressão
injusta está efetivamente ocorrendo no mundo concreto. Se o
agente nada fizer, o seu agressor, provavelmente, conseguirá o seu
intento, que era o de causar lesão à sua integridade física.
LEGITIMA DEFESA PUTATIVA – quando a situação de agressão é
imaginária, ou seja, só existe na mente do agente.
INJUSTA AGRESSÃO – agressão deve entender-se a ameaça humana de
lesão de um interesse juridicamente protegido.
Se entendermos como uma simples provocação, contra ela não
poderáser alegada a excludente em benefício do agente, e terá ele
que responder penalmente pela sua conduta.
Somente a agressão injusta abre a possibilidade ao agredido de se
defender legitimamente nos limites legais, o mesmo não
acontecendo com aquele que reage a uma provocação, pois que
responderá pelo seu dolo, não havendo exclusão da ilicitude de sua
conduta.
Pode ocorrer que o agente provocador, almejando produzir a morte
do provocado, crie uma situação na qual este último pratique um
ato de agressão para, somente após, sob o pretexto da legitima
defesa, levar adiante o seu propósito de matá-lo. A impunidade
buscada de propósito para matar ou lesionar alguém é uma
“perversão” do direito de defesa ou um abuso desse direito e não
pode ser coberta por esta causa de justificação.
Meios Necessários – são todos aqueles eficázes e e suficientes
à repulsa da agressão que está sendo praticada ou que está
prestes a acontecer. É aquele que o agente dispõe no
momento em que rechaça a agressão, podendo ser até
mesmo desproporcional com o utilizado no ataque, desde
que seja o único à sua disposição no momento, e
dependendo a forma que está sendo realizado o ataque,
pesando assim os bens jurídicos.
Porém não podemos deixar de destacar, que no momento do
uso da legitima defesa, temos que agir com
proporcionalidade e razoabilidade. A reação deve ser
proporcional ao ataque, bem como deve ser razoável.
Quando o agente tiver a sua disposição vários meios aptos a
ocasionar a repulsa à agressão, deverá sempre optar pelo
menos gravoso, sob pena de considerarmos como
desnecessário o meio por ele utilizado.
MODERAÇÃO NO USO DOS MEIOS NECESSÁRIOS – Além de o
agente selecionar o meio adequado à repulsa, é preciso
que, ao agir, o faça com moderação, sob pena de incorrer
no chamado excesso.
Não é o número de golpes ou disparos, que caracteriza a moderação, levando o
agente atuar em excesso. Pode acontecer que, para fazer cessar a agressão que
está sendo praticada contra a sua pessoa, o agente tenha de efetuar, por exemplo,
mais de 5 disparos, sem que isso possa conceituar-se como uso imoderado de um
meio necessário.
Assim para que possamos verificar se o uso do meio necessário foi moderado ou não,
é preciso que tenhamos um marco, qual seja, o momento em que o agente
consegue fazer cessar a agressão que contra ele era praticada. Tudo que fizer após
esse marco será considerado excesso.
ATUALIDADE E IMINÊNCIA DA AGRESSÃO – atual é a agressão que está acontecendo;
iminente é aquela que está prestes a acontecer, deve haver uma relação de
proximidade. Se a agressão é remota, futura, não se pode falar em legitima defesa.
DEFESA DO DIREITO PRÓPRIO OU DE TERCEIRO – o animus do agente é que deverá
sobressair, a fim de que possamos saber se, efetivamente, agia com a finalidade de
defender a sua pessoa ou de auxiliar na defesa de terceiros. Dessa forma destaca-
se o elemento subjetivo da legitima defesa.
Não cabe a legitima defesa de terceiro quando o bem for disponível, só podendo o
terceiro intervir para defendê-lo com a autorização do seu titular.
ELEMENTO SUBJETIVO NE LEGITIMA DEFESA – Além da presença dos elemento
objetivos descritos no tipo do art. 25 CP é necessário a presença do elemento
subjetivo, isto é, que o agente atue sabendo ou achando que está em legítima
defesa. ANIMUS DEFENDENDI
LEGÍTIMA DEFESA RECIPROCA – de acordo com a leitura do art. 25 CP
verificamos a total impossibilidade de ocorrer a LD Reciproca. Isto
porque as duas agressões são injustas, não se cogitando, nessa
hipótese, em legítima defesa, pois que ambas as condutas são
contrárias ao ordenamento jurídico. Somente poderá ser aventada
a hipótese de legítima defesa se somente um dos agentes agredir
injustamente o outro.
EXCESSO NA LEGÍTIMA DEFESA – quando falamos em excesso, o
primeiro raciocínio que devemos ter, posto que lógico, é que o
agente, inicialmente, agia amparado por uma causa de justificação,
ultrapassando, contudo, o limite permitido pela lei.
Incorrerá em excesso, quando o agente mesmo depois de ter feito
cessar a agressão que estava sendo praticada contra a sua pessoa, o
agente não interrompe seus atos e continua com a repulsa.
Toda conduta praticada em excesso é ilícita, devendo o agente
responder pelos resultados dela advindos, isto é, por aquilo que
ocasionar depois de ter feito cessar a agressão que estava sendo
praticada. Podendo responder por dolo ou culpa.
EXCESSO INTENSIVO – quando o autor, “por consternação,
medo ou susto excede a medida requerida para a defesa”.
EXCESSO EXTENSIVO – quando o agente, inicialmente,
fazendo cessar a agressão injusta que era praticada contra a
sua pessoa, dá continuidade ao ataque, quando este já não
mais se fazia necessário.
EXCESSO NA CAUSA – quando há “inferioridade do valor do
bem ou do interesse defendido, em confronto com o
atingido pela repulsa”. Em situações como essas ocorrerá o
excesso na causa , fazendo com que o agente responda
pelo resultado, tendo em vista a gritante desproporção
entre o bem ou interesse que se quer proteger em
confronto com aquele atingido pela repulsa.
EXCESSO EXCULPANTE – o pavor da situação em que se
encontra envolvido o agente é tão grande que não lhe
permite avaliá-la com perfeição, fazendo com que atue
além do necessário para fazer cessar a agressão.
LEGITIMA DEFESA SUCESSIVA – quando a agressão praticada pela o agente,
embora inicialmente legítima, transformou-se em agressão injusta, por
causa dos excessos. Nessa hipótese, quando a agressão praticada pelo
agente deixa de ser permitida e passa a ser injusta , é que podemos falar
em legítima defesa sucessiva, no que diz respeito ao agressor inicial.
OFENDÍCULOS – são aparelhos predispostos para a defesa da propriedade
(arame farpado, cacos de vidros em muro e etc) visíveis e a que estão
equiparados os meios mecânicos ocultos (eletrificação de fios, de
maçanetas de portas e etc). SÃO ARTEFATOS DE DEFESA.
Natureza Jurídica – Nelson Hungria – considera como uma situação de
legítima defesa preordenada. Isto porque os instrumentos só agiriam no
momento da agressão.
Anibal Bruno – considera que aqueles que usam os ofendículos agem no
exercício regular de um direito.
Porém independentemente de sua natureza jurídica os ofendículos são
aceitos pelo nosso ordenamento jurídico, sendo que tem que tomar as
precauções necessárias, sob pena de responder pelos resultados
advindos.
EFEITOS CIVIS DA LEGÍTIMA DEFESA – ART. 188 CC.
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL
ART. 23 III primeira parte CP
Possui elementos objetivos e subjetivos.
Primeiramente é preciso que haja um dever legal
imposto ao agente, dever este que, em geral, é
dirigido àqueles que fazem parte da
administração pública.
Em segundo lugar, é necessário que o cumprimento
a esse dever se dê nos exatos termos impostos
pela lei, não podendo em nada ultrapassá-los.
EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO
ART. 23 III segunda parte CP.
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO
É considerado causa supralegal, pois não encontra amparo
expresso no CP.
Para ocorrer tem que atender alguns requisitos:
• Que o ofendido tenha capacidade para consentir – tenha
18 anos completo;
• Que o bem sobre o qual recaia a conduta do agente seja
disponível – bem disponível é aquele exclusivamente de
interesse privado, exemplo o patrimônio ;
• Que o consentimento tenha sido dado anteriormente ou
pelo menos numa relação de simultaneidade à conduta do
agente.
Integridade Física – Greco e Fragoso entendem que é um bem
disponível desde que as lesões sofridas sejam consideradas
de natureza leve.
CULPABILIDADE
É o juízo de reprovação pessoal que se realização sobre a conduta
típica e ilícita praticada pelo agente.
ELEMENTOS DA CULPABILIDADE –
• Imputabilidade;
• Potencial Consciência Sobre a Ilicitude do Fato;
• Exigibilidade de Conduta Diversa;
INIMPUTABILIDADE – para queo agente possa ser responsabilizado
pelo fato típico e ilícito por ele cometido é preciso que seja
imputável. A imputabilidade é a possibilidade de se atribuir, imputar
o fato típico e ilícito ao agente.
A imputabilidade é constituída de dois elementos: um intelectual
(CAPACIDADE DE ENTENDER O CARÁTER ILÍCITO DO FATO) outro
volitivo (CAPACIDADE DE DETERMINAR-SE DE ACORDO COM ESSE
ENTENDIMENTO)
Hipóteses de INIMPUTABILIDADE:
I. INIMPUTABILIDADE POR DOENÇA MENTAL – doença mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, conforme o
art. 26 CP. (oligofrênicos, idiotas, imbecis, débeis mentais)
O Código Penal adotou o critério BIOPSICOLÓGICO, para aferição da
inimputabilidade do agente.
Temos também os SEMI-IMPUTÁVEIS – parágrafo único do art. 26 CP.
II. INIMPUTABILIDADE POR IMATURIDADE NATURAL – ocorre em
virtude de uma presunção legal, onde, entendeu o legislador que
os menores de 18 anos não gozam de plena capacidade de
entendimento que lhes permite imputar a prática de um fato
típico e ilícito.
Aqui o Código Penal adotou o critério biológico.
EMOÇÃO E PAIXÃO – ART. 28 I CP – não excluem a
imputabilidade penal
EMBRIAGUEZ – ART. 28 II CP – não exclui a imputabilidade
penal a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou
substância de efeitos analogos.
Existem duas formas de embriagues:
1. Voluntária – é aquela prevista no inciso II do art. 28, e,
mesmo sendo completa, permite a punição do agente, em
face da adoção da teoria da ACTIO LIBERA IN CAUSA.
ACTIO LIBERA IN CAUSA – os casos em que alguém, no estado
de não-imputabilidade, é causador, por ação ou omissão,
de algum resultado punível, tendo se colocado naquele
estado, ou propositalmente, com a intenção de produzir o
evento lesivo, ou sem essa intenção, mas tendo previsto a
possibilidade do resultado, ou, ainda, quando a podia ou
devia prever.
Na embriagues voluntária, temos dois tipos:
A de sentido estrito – com a intenção de se 
embriagar;
Culposa – não age observando o dever de cuidado.
Ambas o agente será punido.
Embriagues Preodernada – imputado a título de 
dolo. Art. 61, II, 1 CP.
Embriagues Involuntária – proveniente de caso 
fortuito (evento atribuído a natureza) e força 
maior (aquele produzido pelo homem).
Art. 28 II
POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE –
ERRO DE TIPO – incidirá sobre os elementos, circunstâncias ou qualquer outro dado
que se agregue à figura típica.
ERRO DE PROIBIÇÃO – procura-se verificar se nas condições em que se encontrava o
agente tinha ele condição de compreender que o fato que praticava era ilícito. ART.
21 CP.
Dá-se quando o agente por ignorância ou por uma representação falsa ou imperfeita
da realidade supõe ser lícito o seu comportamento
ESPÉCIES DE ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO
• DIRETO – quando o erro do agente vem a recair sobre o conteúdo proibitivo de
uma norma penal. Ex. um turista Holandes, ao ver um filme promocional do Brasil,
percebe que um grupo de pessoas fumava um cigarro enrolado numa palha,
dando a entender que se tratava de maconha. Dando a entender que no Brasil era
permitido o uso da maconha. Logo ao chegar no Brasil acende um cigarro de
maconha e é preso em Flagrante Delito.
• INDIRETO – quando ocorre a suposição errônea de uma causa de justificação, se o
autor erra sobre a existência ou os limites da proposição permissiva (erro de
permissão). Para que possamos melhor apontar as hipóteses devemos apontar a
teoria limitada da culpabilidade e teoria extremada ou estrita da culpabilidade.
Teoria limitada da culpabilidade, se o erro do agente vier a recair sobre uma situação
fática que, se existisse, tornaria a ação legítima, será considerado erro de tipo;
agora, se incidir sobre a existência ou sobre os limites de uma causa de
justificação, o erro será de proibição.
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA - Trata-se de um pressuposto da
culpabilidade em que só devem ser punidos os comportamentos
que poderiam ser evitados. Assim, quando não se pode determinar
a conduta diversa por parte do agente, este é isento de crime, pois,
não há reprovabilidade se na situação em que se achava não lhe era
exigível comportamento diverso.
Possibilidade de agir nos ditames do ordenamento jurídico, isto vale
dizer que poderia ter atuado de maneira diversa da adotada
Conceito – A possibilidade que tinha o agente de, no momento da
ação ou omissão, agir de acordo com o direito, considerando-se a
particular condição de pessoa humana.
CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CULPABILIDADE POR INEXIGIBILIDADE DE
CONDUTA DIVERSA – coação irresistível, obediência hierárquica e o
aborto, quando a gravidez é causada por estupro (art. 128 II CP).
COAÇÃO IRRESISTÍVEL – art. 22 – coação moral e não física. Isso
porque a coação física afasta a própria conduta do agente. EM
VIRTUDE DA COAÇÃO A QUE FOI SUBMETIDO, NÃO SE LHE PODIA
EXIGIR UMA CONDUTA CONFORME O DIREITO.
OBEDIÊNCIA HIERARQUICA - ESTRITA OBEDIÊNCIA A
ORDEM NÃO MANIFESTAMENTE ILEGAL DE SUPERIOR
HIERARQUICO.
ART. 22 – requisitos:
1. Que a ordem seja proferida por superior hierárquico
(hierarquia é relação de direito público);
2. Que essa ordem não seja manifestamente ilegal (se
não for evidente a sua ilegalidade);
3. Que o cumpridor da ordem se atenha aos limites da
ordem.
CONCURSO DE PESSOASCONCURSO DE PESSOAS
ART. 29 CP – QUANDO DUAS OI MAIS PESSOAS CONCORREM
PARA A PRÁTICA DE UMA MESMA INFRAÇÃO PENAL.
REQUISITOS –
1. Pluralidade de agentes e de condutas;
2. Relevância causal de cada conduta; - se a conduta levada
a efeito por um dos agentes não possuir relevância para o
cometimento da infração penal, devemos desconsiderá-la
e concluir que o agente não concorreu para a sua prática.
3. Liame subjetivo entre os agentes – vínculo psicológico que
une os agentes para a prática da mesma infração penal.
4. Identidade de infração penal – quer dizer, que os agentes,
unidos pelo liame subjetivo, devem querer praticar a
mesma infração penal.
TEORIA SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS – com a finalidade
de distinguir e apontar a infração penal cometida por cada
dos seus participantes, surgiram três teorias que estão a
merecer destaque:
1. Teoria pluralista – haveria tantas infrações penais quantos
fossem o número de autores e participantes. A
pluralidade de agentes corresponde a pluralidade de
crimes.
2. Teoria dualista – distingue o crime praticado pelos autores
daquele cometidos pelos partícipes.
3. Teoria Monista - também conhecida como unitária, aduz
que todos aqueles que concorrem para o crime, incidem
nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade. Para esta teoria, existe um único crime,
atribuído a todos aqueles que para ele concorreram,
autores e partícipes. ADOTADA PELO NOSSO CÓDIGO
PENAL.
AUTORIA – somente aquele que praticasse a conduta descrita no núcleo do tipo penal.
Todos os demais que, de alguma forma, o auxiliassem, mas que não viessem a
realizar a conduta narrada pelo verbo do tipo penal seriam considerados
partícipes.
Para teoria objetivo-formal, o autor é aquele que pratica a conduta descrita no núcleo
do tipo; todos os demais que concorrerem para essa infração penal, mas que não
realizam a conduta expressada pelo verbo existente no tipo, serão considerados
partícipes.
A teoria objetivo-material, buscou suprir os defeitos da teoria objetivo-formal,
oferecendo um complemento mediante a perspectiva da maior perigosidade que
deve caracterizar a contribuição do autor ao fato em comparação com a do
cúmplice, ou, como assevera Damásio, a teoria objetivo-material distingue autor
de partícipe pela maior contribuição do primeiro na causação do resultado.
CONCEITO EXTENSIVO DE AUTOR – Todos aqueles que, de alguma forma, colaboram
para a prática do fato, são considerados autores.
Somente temos como distinguir autoria e participação em um critério subjetivo. Por
essa razão, o conceito extensivode autor segue atrelado à teoria subjetiva da
participação.
TEORIA SUBJETIVA procura traçar um critério de distinção entre autores e partícipes,
valorando o elemento anímico dos agentes.
Para esta teoria, o autor estaria realizando a conduta como o protagonista da história;
já o partícipe, não querendo o fato como próprio, mas sim como alheio, exerce um
papel secundário
TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO – para Welzel, a característica
geral do autor é o domínio final sobre o fato. “Senhor do
fato é aquele que o realiza em forma final, em razão de sua
decisão volitiva. A conformação do fato mediante a vontade
de realização que dirige em forma planificada é o que
transforma o autor em senhor do fato”.
A teoria do domínio do fato é considerada objetivo-subjetiva.
Aquele que realiza a conduta descrita no núcleo do tipo
penal tem o poder de decidir se irá até o fim com o plano
criminoso, ou, em virtude de seu domínio sobre o fato, isto
é, em razão de ser o senhor de sua conduta, pode deixar de
lado a empreitada criminosa.
A teoria do domínio funcional do fato, adotada por um
grande número de doutrinadores.
O domínio será, portanto, sobre as funções que lhe foram
confiadas e que têm uma importância fundamental no
cometimento da infração penal.
A teoria do domínio do fato tem aplicação nos
delitos dolosos, não sendo cabível, contudo,
quando a infração penal tiver a natureza
culposa, pois, conforme destacou José Cerezo
Mir, a teoria em estudo “tropeça nos delitos
imprudentes porque neles não se pode falar
de domínio do fato, já que o resultado se
produz de modo cego, causal, não finalista.
Nos delitos imprudentes é autor todo aquele
que contribui para a produção do resultado
com um conduta que corresponde ao cuidado
objetivamente devido. Nos delitos dolosos é
autor o que tem o domínio finalista do fato.
CO-AUTORIA -

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