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Introdução a Linguística

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Prévia do material em texto

Linguística
Introdução a Linguística
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Sandra Regina Fonseca Moreira
Revisão Textual:
Profa. Ms Silvia Augusta Barros Albert 
5
• Histórico
• Linguagem Verbal e Não-Verbal
• O que é a Linguística?
Para obter um bom desempenho, você deve percorrer todos os espaços, materiais e atividades 
disponibilizadas na unidade.
Comece seus estudos pela leitura do Conteúdo Teórico: nele você encontrará o material 
principal de estudos na forma de texto escrito. Depois, assista à Apresentação Narrada e à 
Videoaula que sintetizam e ampliam conceitos importantes sobre o tema da unidade.
Esta é a primeira unidade da disciplina de Linguística e 
nela apresentaremos um panorama dos estudos sobre a 
linguagem que levaram a sua organização como ciência, para 
tanto, estudaremos o Estruturalismo e os princípios teóricos 
desenvolvidos por Saussure. 
Introdução a Linguística
• Linguística e Gramática
• O Estruturalismo
• O Objeto de Estudo de Saussure
• Signo – Significado – Significante
• Propriedades do Signo Linguístico
• A Língua como Sistema
• A Materialidade da Linguagem
6
Unidade: Introdução a Linguística
Contextualização
Caro aluno,
Antes de iniciarmos nossos estudos sobre a disciplina de Linguística, convidamos você a 
acessar o link abaixo. Nele você encontrará a canção “Construção”, escrita por Chico Buarque 
em 1971.
http://www.vagalume.com.br/chico-buarque/construcao.html
Ouça a música e, caso não a conheça, acompanhe a letra. Observe como o autor brinca com 
as palavras e com a ordem em que elas aparecem nos diversos versos e estrofes. Não é à toa 
que a música recebeu o título de “Construção”, não é mesmo?
De certa forma, a estruturação que Chico dá à sua canção tem muita relação com um dos 
temas de nossa unidade: os estudos estruturalistas. Tente observar essas relações no decorrer 
de seus estudos!
Por enquanto, aproveite esse clássico da MPB!
7
Histórico
O interesse pela linguagem é muito antigo, expresso por mitos, lendas, 
cantos, rituais ou por trabalhos eruditos que buscam conhecer essa 
capacidade humana (FIORIN, 2005, p.12).
Inicialmente, os primeiros estudiosos da linguagem, como os hindus, gregos e latinos, tiveram 
preocupações que visavam estabelecer as regras de uso de uma determinada língua, buscando 
enumerar as categorias gramaticais.
Na Idade Média, acreditava-se que a estrutura gramatical das línguas era una e universal, o 
que levava à concepção de que as regras da gramática seriam independentes das línguas que 
as realizavam.
Em 1660 surge a Gramática de Port Royal, de Lancelot e Arnaud, que serviu de modelo para 
um grande número de gramáticas do século XVII. Nela se estabelece que a linguagem se funda 
na razão, sendo a imagem do pensamento e que, assim, os princípios de análise podem servir 
a qualquer língua.
A partir do século XIX, observa-se o interesse pelas línguas vivas, pelo estudo dos diversos 
falares, o que contribui para o desenvolvimento das gramáticas comparadas, bem como da 
Linguística Histórica. 
Dessa forma, as pesquisas em linguagem deixam de ser tão abstratas, passando a considerar 
os fatores históricos, sociais e culturais como influenciadores das manifestações linguísticas.
É no início do século XX, com a divulgação dos trabalhos de Ferdinand de Saussure que os 
estudos sobre a linguagem adquirem caráter científico.
 
Linguagem Verbal e Não-Verbal
A linguagem é algo que acompanha o homem em todos os momentos de sua vida, pois é 
o instrumento essencial da comunicação, podendo concretizar-se pelo uso de palavras, ou por 
outros elementos não-verbais.
Chamamos de linguagem verbal aquela que faz uso de palavras, tanto na modalidade oral, 
quanto na escrita. Assim, quando lemos um livro, quando conversamos com alguém ou quando 
ouvimos um discurso, temos contato com palavras, ou seja, com a linguagem verbal.
Chamamos de linguagens não-verbais todas as outras formas de comunicação que não 
fazem uso de palavras, considerando dessa forma a pintura, a escultura, o desenho, a linguagem 
musical, gestual etc.
8
Unidade: Introdução a Linguística
Como você já deve ter percebido, nos vários processos de comunicação pode-se ter, 
simultaneamente, elementos verbais e não-verbais. Isso quer dizer que eles não são excludentes, 
mas podem complementar-se durante os atos comunicativos.
Observe a figura abaixo:
Temos uma imagem não-verbal (a figura da mão) e uma palavra 
(stop). Os dois elementos colaboram para nos informar de que se 
deve parar.
Conforme apresentado em nosso resumo histórico, apesar do interesse que vários povos 
demonstraram pela linguagem, foi somente no final do século XIX que se passou a estudá-la 
como uma ciência. Foi também necessário distinguir-se os objetos de estudo, pois conforme 
vimos, o termo linguagem abrange um grande número de conceitos.
O que é a Linguística?
A Linguística é a porção dos estudos científicos que se ocupa da linguagem verbal, ou seja, 
ela pretende descrever e explicar os usos que os sujeitos fazem da língua escrita e da língua 
falada. 
Entendamos o significado de tal definição pela observação de alguns itens presentes nela:
• O objeto de estudo da linguística é a linguagem verbal, tanto na modalidade escrita 
quanto na falada.
• A Linguística é descritiva, ou seja, ela descreve os usos que os sujeitos em interação fazem 
da língua e, nesse sentido, possui preocupações diferentes das da Gramática.
Linguística e Gramática
Segundo Travaglia (1995, p.30) a Gramática – conhecida também como Gramática 
Normativa – apresenta e dita normas do bem falar e do bem escrever, defendendo uma correta 
utilização da fala e da escrita a partir de uma variedade da língua considerada como válida 
para todos os falantes. Isso quer dizer que apenas uma forma de uso é considerada correta em 
qualquer circunstância.
9
A Gramática Normativa é prescritiva, ou seja, ela prescreve, determina as regras de uso 
da língua.
Embora gramáticos e linguistas ocupem-se de um elemento comum (a língua), seus objetivos 
e métodos são bastante diferentes. 
Mas atenção! 
Isso não significa que para o linguista qualquer forma utilizada é correta. Para a Linguística, 
qualquer forma que se torne um obstáculo à comunicação será considerada como erro. 
Em contrapartida, é objeto de estudo da Linguística a adequação de determinado uso em 
cada situação de comunicação. 
Vejamos um exemplo do professor Sírio Possenti:
Tem-se aqui uma distinção entre o conceito de erro e inadequação: é 
considerado erro o que não ocorre sistematicamente na língua, em 
nenhuma de suas variedades, como, por exemplo, “uma menino”. 
Por outro lado, construções como “a gente vamos” são consideradas 
inadequações (POSSENTI, 1996).
Por tal exemplo, podemos entender que a maior parte dos chamados “erros gramaticais” são, 
para a Linguística, inadequações, ou seja, são expressões utilizadas por certos grupos sociais 
que destoam da norma padrão da língua.
Voltaremos a este assunto quando falarmos de algumas correntes da Linguística, como a 
Sociolinguística. 
O Estruturalismo
A concepção que temos de linguística hoje surgiu no início do século XX, em 1916, com 
a publicação de um livro intitulado Curso de Lingüística Geral. Essa obra foi atribuída ao 
suíço Ferdinand de Saussure, apesar de ter sido escrita por seus alunos, a partir de anotações 
de aulas do mestre.
Para Saussure, a Linguística se situa dentro de uma outra ciência: a Semiologia. 
A Semiologia é definida como a ciência geral dos signos, ou seja, todos os estudos que 
envolvam linguagem (a verbal e as não-verbais) pertencem à Semiologia.
Pela importância que a linguagem verbal tem para o ser humano, foi criada uma ciência só 
para ela: a Linguística.
10
Unidade: Introdução a LinguísticaObserve a ilustração:
Semiologia e Linguística
Linguagens 
não-verbais Linguagens 
verbais 
Semiologia
Linguística
O Objeto de Estudo de Saussure
É imprescindível aos estudos científicos a existencia de um objeto e de um método. Assim, 
Saussure definiu a língua como objeto da Linguística e o estruturalismo como método de 
investigação.
Para ele, a linguagem verbal se compõe de duas faces, opostas e complementares: a língua 
e a fala.
A língua é definida como um sistema de signos, ou seja, um conjunto de unidades 
organizadas que formam um todo (ORLANDI, 1986, p.23). 
Para Saussure, a língua é um sistema abstrato, social, geral e coletivo. 
Isso significa que, como sistema de signos, a língua não é a realidade, mas sim uma 
representação abstrata da realidade, que se insere numa sociedade e que é compartilhada por 
um determinado grupo para cumprir seu papel de comunicação.
A fala – que não deve ser confundida com a oralidade – é a realização concreta da língua 
pelo sujeito, sendo variável, circunstancial, individual.
Vejamos então como se constitui a linguagem verbal:
Linguagem verbal
FalaLíngua
11
Assim, quando nos comunicamos utilizando a linguagem verbal, seja por meio de 
conversações ou da escrita, apropriamo-nos de uma língua – o português, o italiano, o alemão 
– e a concretizamos na fala, no momento em que interagimos com o outro.
Pelo fato de a fala ser variável e circunstancial, ou seja, em cada situação comunicativa termos 
sujeitos diferentes, empregando a língua de formas diferentes, Saussure opta por não considerar 
a fala como seu principal objeto de estudo naquele momento, elegendo assim a língua:
Sem dúvida, esses dois objetos estão estreitamente ligados e se implicam 
mutuamente; a língua é necessária para que a fala seja inteligível e 
produza todos os seus efeitos; mas esta é necessária para que a língua se 
estabeleça (SAUSSURE, 2006, p.27).
Signo – Significado – Significante
Ao definir a língua como sistema de signos, o pai da Linguística estabeleceu o signo 
linguístico com uma dicotomia, quer dizer, como sendo composto por duas partes opostas e 
complementares: o significado e o significante.
SIGNO=
SIGNIFICADO
SIGNIFICANTE
O significado é também chamado de conceito e o significante, de imagem acústica.
Isto quer dizer que, considerando o signo “livro”, em língua portuguesa, temos:
livro =
obra cultural - literária, 
científica ou artística
/livro/
Em outras palavras, o signo “livro” é composto pelo significado (ou conceito) obra cultural – 
literária, científica ou artística e pelo significante (ou imagem acústica) /livro/.
12
Unidade: Introdução a Linguística
Saussure estabelece assim que o signo linguístico não irá unir um nome a uma coisa, mas 
um conceito a uma imagem acústica, e que esta não é o som material, físico, mas a impressão 
psíquica dos sons, perceptível até quando pensamos numa palavra, sem sequer a pronunciarmos.
Assim em:
Temos dois significantes: /pare/ e /stop/, porém ambos correspondem teoricamente a um 
mesmo significado: há uma ordem para que as pessoas não continuem.
pare =
não continue
/pare/
stop =
não continue
/stop/
É importante ressaltar, como vemos em Evaristo (2006, p.169):
Devemos lembrar que os signos não se confundem necessariamente com 
as palavras. Podemos pensar, nesse sentido, na constituição, em língua 
portuguesa, do termo “incompreensíveis”. Sabemos que a palavra pode 
ser decomposta em unidades menores, portadoras de significado: in- 
(prefixo de negação); compreens- (radical); -(i)vel (sufixo); -is (desinência 
de plural). Temos nesse caso não apenas o signo “incompreensíveis”, 
mas a presença combinada de várias formas significativas ou morfemas, 
constituindo-se, cada uma delas, como um signo também.
Cada língua carrega os valores e convenções de um povo; representa, portanto, a cultura e a 
visão de mundo daquele grupo de pessoas. Dessa forma, os conceitos que compõem os signos 
de cada língua podem variar, pois refletem a forma como a realidade é recortada diferentemente 
em cada cultura.
Propriedades do Signo Linguístico
O signo linguístico tem duas propriedades essenciais: a arbitrariedade do signo e a linearidade 
do significante.
13
A) Arbitrariedade do signo
Saussure afirma que o a relação entre o significado e o significante não se estabelece por 
haver alguma semelhança entre ambos: essa união é arbitrária. 
Se pensarmos novamente no signo “livro”, podemos observar que o conceito obra cultural – 
literária, científica ou artística e a imagem acústica /livro/ se unem sem nenhuma motivação ou 
relação de semelhança entre a sequencia sonora (e psíquica) e o significado expresso. 
Assim, o significado obra cultural – literária, científica ou artística poderia corresponder ao 
significante inventado /sone/, por exemplo.
È isso que explica o fato de que o conceito apresenta significantes diferentes em línguas 
diversas, como /book/, em inglês.
Segundo Fiorin (2002, p.60):
Para Saussure, o signo lingüístico é arbitrário e, portanto, cultural. Arbitrário 
é o contrário de motivado, o que significa que, quando ele afirma que o 
signo lingüístico é arbitrário, está querendo dizer que ele não é motivado, 
ou seja, que não há nenhuma relação necessária entre o som e o sentido, 
que não há nada no significante que lembre o significado, que não há 
qualquer necessidade natural que determine a união de um significante 
e de um significado. Isso é comprovado pela diversidade das línguas. A 
palavra mar é sea em inglês; a palavra boi é ox em inglês. Verifica-se, 
portanto, que, nos sons mar ou sea, não há nada que lembre o significado 
“massas de águas salgadas do globo terrestre”. Mar poderia ser chamado 
estunque, se os homens convencionassem que esse deveria ser seu nome.
B) Linearidade do significante
O significante ou imagem acústica – a sequencia sonora que apreendemos ao pensarmos no 
signo “livro” – caracteriza-se por se apresentar em uma cadeia linear, ou seja, os elementos – os 
sons da língua – apresentam-se uns após os outros, em linha:
l + i + v + r + o
A linearidade é uma característica das línguas naturais, segundo a qual 
os signos, uma vez produzidos, dispõem-se uns depois dos outros numa 
sucessão temporal ou espacial. Por causa dessa característica, não se 
pode produzir mais de um elemento lingüístico de cada vez: um som tem 
de vir depois do outro, uma palavra depois da outra, e não se podem 
produzir dois sons ao mesmo tempo ou duas palavras ao mesmo tempo 
(FIORIN, 2002, p.65).
14
Unidade: Introdução a Linguística
A Língua como Sistema
Para entendermos o que Saussure propõe quando afirma que a língua é um sistema de 
signos, vejamos com Borba (1998, p.29) apresenta os conceitos de sistema e estrutura:
Dizemos que um conjunto de objetos constitui um sistema quando esses 
mesmos objetos se aproximam por terem alguns traços em comum e se 
organizam seguindo determinados princípios de tal modo que o resultado 
seja um todo coerente. (...) O que caracteriza o sistema é o arranjo de seus 
componentes e, depois, os princípios que determinam tal arranjo. Digamos 
que a esse arranjo se dê o nome de estrutura; então, uma estrutura vem a 
ser a disposição dos elementos dentro do sistema, o que vale dizer que ela 
é fundamental para a existência do sistema.
Podemos perceber que a língua é definida como um sistema por ser composta por elementos 
que se organizam de acordo com determinados princípios e regras de funcionamento, ou seja, 
ela possui uma estrutura material.
A Materialidade da Linguagem
Um exemplo clássico para compreender a língua como 
uma estrutura é sua comparação com o jogo de xadrez. 
Nele, cada peça constrói sua identidade, adquire um valor, 
a partir da relação que estabelece com as outras peças. Na 
língua, as unidades linguísticastambém se definem a partir 
das relações que estabelecem com as outras unidades.
Na língua, podemos pensar, por exemplo, que, para 
formarmos frases, sempre recorremos às mesmas regras e 
procedimentos: escolhemos palavras e as combinamos em 
determinada sequencia. 
O valor que cada palavra pode assumir varia de acordo com a posição que essa palavra ocupa 
em relação às demais. Entretanto, as estruturas essenciais da língua precisam ser respeitadas.
Observe os exemplos:
A palavra azul pode assumir diferentes funções como:
• O céu está azul. (A palavra azul caracteriza o céu, exercendo a função sintática de 
predicativo do sujeito).
15
• Já em: O azul não me cai bem. Fico pálida. (A palavra azul aparece substantivada, 
executando a função de um nome).
Nos dois casos, entretanto, apesar da observada variação com relação a função sintática da 
palavra azul, existe uma organização das sentenças que as identificam como pertencentes à língua 
portuguesa. Nelas encontramos inicialmente um sujeito, seguido de um verbo e posteriormente 
de um predicado. Temos, portanto, várias possibilidades dentro de uma mesma estrutura básica.
Devemos ainda observar que, os estudos de Saussure propiciaram quatro diferentes níveis 
de análise que abordam diferentes aspectos da materialidade da linguagem: a fonologia (estudo 
das unidades sonoras), a sintaxe (estudo da estrutura das frases), a morfologia (estudo da forma 
das palavras) e a semântica (estudo dos significados).
Concluindo, como observa Marcuschi (2008, p.32):
O estruturalismo saussuriano voltava-se para a análise do sistema da 
língua como um conjunto de regularidades que subjazem à língua 
enquanto interioridade e forma, sendo que a variação ficava por conta 
das realizações individuais. Saussure não nega que as línguas variam, mas 
a língua, sob o aspecto da variação, não é o objeto científico como tal.
Assim, observa-se que, ao se definir um objeto de estudo, como o fez Saussure, pode ser 
necessário deixar de estudar outros objetos igualmente importantes, como a fala. Isso não 
significa que Saussure tenha desconsiderado a fala como necessária à linguagem, antes, ele 
optou, naquele momento em que a Linguística formava-se como ciência, por dedicar-se ao 
estudo da língua.
A fala será estudada por outras correntes linguísticas que aparecerão posteriormente, e das 
quais falaremos nesta disciplina.
16
Unidade: Introdução a Linguística
Material Complementar
Para aprender mais a respeito das questões apresentadas nesta unidade faça as seguintes 
leituras:
• http://www.linguisticaelinguagem.cepad.net.br/EDICOES/09/Arquivos/07.pdf
No artigo a autora apresenta um breve histórico a respeito dos estudos da linguagem antes 
de Ferdinand de Saussure. 
• http://www.filologia.org.br/viisenefil/09.htm
Neste texto o autor resume alguns conceitos estudados, tais como: a Semiologia e a 
Linguística, o signo linguístico, a língua e a fala, além de outros tópicos dos quais trataremos 
nas próximas unidades.
Bons estudos!
17
Referências
BORBA, Francisco da S. Introdução aos estudos lingüísticos. Campinas: Pontes, 1998.
EVARISTO, Marcela C. “A Pragmática em foco: os sujeitos nos estudos da linguagem” In 
SPARANO, Magalí; Di Iório, Patrícia L.; LOMBARDI, Roseli (orgs.) A formação do professor 
de língua(s). São Paulo: Andross, 2006.
FIORIN, José Luiz (org.) Introdução à Lingüística: I. objetos teóricos. 4 ed. São Paulo: 
Contexto, 2005.
KRISTEVA, Julia. História da linguagem. Lisboa: Edições 70, s/d.
MARCUSCHI, Luiz A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: 
Parábola Editorial, 2008.
ORLANDI, Eni P. “Duas obras, um Saussure e nenhuma publicação” In O que é Lingüística. 
São Paulo: Ed.Brasiliense. (Coleção Primeiros Passos)
POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP: Mercado de 
Letras, Associação de Leitura do Brasil, 1996.
SAUSSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. São Paulo: Cultrix, 2006.
TRAVAGLIA, Luiz C. Gramática e Interação. São Paulo: Cortez, 1995.
18
Unidade: Introdução a Linguística
Anotações
www.cruzeirodosulvirtual.com.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
CEP 01506-000
São Paulo SP Brasil 
Tel: (55 11) 3385-3000

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