Buscar

Fichamento Leviatã

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fichamento “LEVIATÔ
HOBBES, Thomas. Leviatã. 2ª edição, Editora Martin Claret, 2012. 
INTRODUÇÃO
Leviatã – República ou Estado: “Homem artificial” instituído para proteção e defesa do homem natural.
Considerações:
- Homem como matéria e artífice;
- como e por que pactos se institui;
- o que é um Estado cristão;
- o que é o Reino das Trevas.
PARTE I
DO HOMEM
CAPÍTULO I
DAS SENSAÇÕES
Pensamentos do homem, individualmente: representação de um objeto.
Origem: sensação – meras fantasias originais causadas pelos movimentos de coisas externas sobre nosso corpo.
Causa das sensações: corpo externo ou objeto que age sobre o órgão apropriado a cada sentido, direta (ex: tato) ou indiretamente (ex: audição).
CAPÍTULO II
DA IMAGINAÇÃO
Imaginação: Aquilo que é criado pela imagem da visão, aplicando-se aos demais sentidos.
Para os gregos: fantasia.
Quando afastamos nossa visão de um objeto apesar de a impressão provocada por ele continuar, outros objetos estarem mais presentes faz com que a memória dele fique obscurecida. Quanto mais longo tempo transcorrido desde a visão ou sensação de um objeto, mais fraca é a imaginação. A imagem do passado se enfraquece.
Imaginação = memória
Memória de muitas coisas: experiência.
Imaginação simples: quando se imagina uma ou outra coisa específica;
Imaginação composta: quando se imagina duas ou mais coisas concomitantemente, misturando-as (ex: se imaginar como um herói).
Imaginação dos que dormem: sonho.
“Nossos sonhos são o inverso de nossas imagens no estado de vigília; quando estamos despertos, o movimento se inicia num extremo, e, quando dormimos, em outro.” 
Pela possível dificuldade de se distinguir sonhos e outras fantasias das visões e sensações surgem crenças como faunos, ninfas, fadas, fantasmas, gnomos, bruxas...
Para Hobbes as escolas deveriam fugir de ensinar isso que conhecem como tradição. Pensamentos bons: inspirados por Deus; pensamentos maus: inspirados pelo demônio.
Entendimento: imaginação produzida no homem por meio de palavras e outros signos voluntários, proveniente da compreensão da vontade, das concepções e dos pensamentos do homem.
CAPÍTULO III
DA CONSEQUÊNCIA OU SÉRIE DE IMAGINAÇÕES
Discurso mental, sucessão de um pensamento a outro.
Um pensamento posterior não surge tão casualmente quanto parece. Igualmente a imaginação.
“Todas as fantasias são ações verificadas dentro de nós, relíquias que operaram em nossa sensação.”
Esse discurso mental é de duas espécies:
A primeira é desorientada, sem destino e inconstante. Pensamentos dos seres humanos, sem qualquer preocupação.
A segunda é mais constante, regulada por algum desejo ou finalidade. Pode ser de dois tipos: um em que procuramos descobrir as causas e os meios que produzem um efeito imaginado (comum ao homem e ao animal); o outro em que imaginando uma coisa qualquer, procuramos determinar os efeitos que possa causar, isto é, imaginar o que podemos fazer com uma coisa quando a possuímos (restrita ao homem).
Prudência: presunção do futuro, baseada numa experiência do passado.
Dizer que algo é infinito significa que não somos capazes de conceber seus limites.
CAPÍTULO IV
DA LINGUAGEM
Uso da linguagem: transformar discurso mental em verbal, ou a série de pensamentos em série de palavras, com dois objetivos: Imprimir em nossa memória marcas ou notas; uso, por várias pessoas, de idênticas palavras para traduzir o que elas concebem ou pensam sobre determinada matéria, e também o que desejam.
Usos especiais da linguagem:
“Registrar aquilo que, por meditação, achamos ser a causa de todas as coisas, presentes ou passadas e, segundo nosso parecer, o que essa coisa pode produzir e quais os resultados. Essa é a origem das artes”;
Aconselhar e ensinar uns aos outros;
Dar a conhecer aos outros nossas vontades e propósitos, para que possamos nos ajudar mutuamente;
Agradar e deleitar a nós mesmos e aos outros, jogando com nossas palavras, por prazer.
A isso correspondem quatro abusos:
Primeiro: quando os homens registram de maneira equívoca o seu pensamento, enganando a si próprios;
Segundo: quando usam as palavras de forma metafórica para enganar aos outros;
Terceiro: quando declaram ser sua vontade aquilo que não é;
Quarto: quando utilizam as palavras para agredir uns aos outros.
Onde não há linguagem, não há também verdade ou falsidade.
Nomes de matéria, nomes abstratos, nomes de imagens, nomes positivos, nomes negativos.
Os demais não passam de sons: novos, cujo significado ainda não está bem explicado por definição; a outra é a classe que passa a existir quando criamos um nome baseado em dois outros.
Os nomes se estabelecem para dar significado a nossas concepções.
CAPÍTULO V
DA RAZÃO E DA CIÊNCIA
Razão: consideração das consequências dos nomes gerais ajustados para a caracterização e a significação de nossos pensamentos.
“A luz da mente humana é constituída por palavras claras e perspicazes, mas livres e depuradas da ambiguidade mediante definições exatas; a razão é o passo; o incremento da ciência, o caminho; e o benefício do gênero humano, o fim. Ao contrário, as metáforas e as palavras sem sentido ou ambíguas são como fogos-fátuos; raciocinar tomando-as por base equivale a perambular entre absurdos incontáveis; seu fim será o litígio, a sedição e o desdém.”
CAPÍTULO VI
DA ORIGEM INTERNA DAS MOÇÕES VOLUNTÁRIAS, COMUMENTE CHAMADAS PAIXÕES, E DAS PALAVRAS QUE AS EXPRESSAM
Moções vitais: respiração, digestão. Não precisam da ajuda da imaginação.
Moções voluntárias: andar, falar. Mover um de nossos membros da forma como foi imaginado por nossa mente.
Hobbes destaca que desejo e amor são a mesma coisa, só que, com desejo, significamos sempre a ausência do objeto e, com amor, sua presença. Além disso, segundo ele, o homem denomina bom aquilo que é objeto de algum desejo seu, e chama de mau o que lhe causa aversão. E conclui que todo apetite, desejo e amor estão acompanhados por gozo mais ou menos intenso; o ódio e a aversão, por maior ou menor desagrado e ofensa.
CAPÍTULO VII
DOS FINS OU RESOLUÇÃO DO DISCURSO
Todo discurso tem uma finalidade de anunciar ou renunciar.
 No discurso puramente mental, quanto se interrompe o fluxo de pensamentos fica a dúvida se será ou não será; e se chama opinião.
Já o discurso verbal consiste na conexão das palavras; e se chama conclusão. 
Quando o discurso verbal começa:
 - por definição: se chama silogismo; 
- por alguma contemplação: denomina-se opinião; 
- em concernir mais à pessoa do que ao fato: é chamada crença ou fé (nas palavras do homem, ou na sua verdade).
CAPÍTULO VIII
DAS VIRTUDES COMUMENTE CHAMADAS INTELECTUAIS E DE SUAS FALHAS OPOSTAS
Virtudes – comparação.
Virtudes intelectuais – aquelas atitudes da mente que os homens apreciam, valorizam e que gostariam de possuir.
Naturais – adquiridas através da experiência
Adquiridas – razão
Destaca-se o discernimento em um discurso qualquer; caso haja, neste, uma falha, mesmo existindo uma incrível capacidade de imaginação, será considerado falta de talento; assim como o discernimento jamais será tão evidente quando a imaginação for corriqueira.
De acordo com Hobbes a diferenciação de talento dos indivíduos é reflexo das paixões. Tal distinção deriva em parte, da diferente constituição do corpo, e em parte das diferenças de educação e costumes.
CAPÍTULO IX 
DAS DIVERSAS MATÉRIAS DO CONHECIMENTO
Hobbes indica a existência de duas espécies de conhecimento: o conhecimento do fato (sensação e memória) e o conhecimento da consequência de uma afirmação para outra (ciência).
Registro do conhecimento dos fatos é a história que pode ser:
História natural: independe da interferência humana (ex: dos animais, das plantas);
História civil: refere-se à história das ações voluntárias dos homens constituídos em Estados.
CAPÍTULO X
DO PODER, DO VALOR, DA DIGNIDADE, DA HONRA E DA EXCELÊNCIA
Poder: meios de que um homem dispõe para alcançar algum bem evidente.
Poder natural: força, aparência, prudência, habilidade, eloquência, liberalidadee nobreza extraordinárias.
Poder instrumental: adquiridos por meio dessas faculdades ou sorte, e servem como instrumentos para alcançar a reputação, riquezas, amigos e os desígnios de Deus.
Maior de todos os poderes: poder do Estado; união de forças (ter servos, assim como, ter amigos).
Honra: manifestação de valores atribuídos mutuamente. Quanto maior valor atribuído a um indivíduo, maior a sua honra.
Dignidade: Valor do homem concebido e conferido pelo Estado.
Sinais de honra para com outrem: elogiar a alguém, obedecer, dar grandes presentes a um homem, dar atenção, ceder lugar ou passagem ou qualquer outra comodidade, apreciar, exaltar ou felicitar, falar com alguém com consideração, crer, confiar, apoiar-se, solicitar conselho ou prestar atenção à palavra de um homem, concordar com a opinião de alguém, imitar, pedir conselhos ou utilizá-los em momentos difíceis.
Excelência: poder especial ou capacidade para qual alguém se sobressai.
CAPÍTULO XI
DA DIFERENÇA DE MODOS
Refere-se às qualidades que a humanidade precisa ter para poder conviver pacífica e harmoniosamente.
Inclinação da humanidade ao poder.
Quanto aos diferentes modos de homens, temos: os que desconfiam de sua própria perspicácia estão, nos tumultos e nas revoltas, mais inclinados à vitória que aqueles que se; os presunçosos, que deleitam-se em se supor galan¬tes e tendem à vanglória e não ao empreendimento; os vaidosos, que estão propensos a lançar-se em empreitadas sem pensar e, com a dificuldade ou o perigo, a fugir, quando isto se mostra possível; os que têm uma firme opinião da própria sabedoria em matéria de governo, que estão propensos à ambição.
A curiosidade ou amor ao conhecimento das causas leva um homem a investigar a causa a partir de seu efeito, e assim por diante até chegar a conclusão de que existe uma causa primeira, sem outra que a tenha precedido.
CAPÍTULO XII 
DAS RELIGIÕES
Religião é própria do homem.
Primeiro: é da natureza humana perguntar as causas dos acontecimentos.
Segundo: é próprio dos homens considerar que todas as coisas tiveram um começo e pensar nas causas que determinaram esse começo.
Terceiro: o homem observa como se produziu um acontecimento e seus antecedentes e consequências.
A humanidade sempre foi acompanhada por um perpétuo temor na ignorância das causas. Os deuses foram criados pelo temor humano.
Quanto aos deuses, tudo foi divinizado: o céu, o oceano, os planetas, o fogo, a terra, os ventos, o homem, os pássaros, crocodilos, vacas, cachorros, cobras. Além de estarem todos os lugares infestados de espíritos: as planícies, os bosques, o mar, os rios, as casas. O tempo, a noite, o dia, a paz, a concórdia, o amor, o ódio, a verdade, a honra, a saúde, a sagacidade, a febre e coisas semelhantes também foram qualificadas como divindades. Já o infortúnio da guerra, as enfermidades contagiosas, os terremotos e todas as demais misérias humanas deviam-se a ira dos deuses, e com isso os legisladores conseguira que a população considerasse que a causa de seus infortúnios eram a negligência ou sua desobediência às leis, reduzindo, dessa forma, a possibilidade de movimentos de rebelião contra os governantes.
CAPÍTULO XIII 
 DA CONDIÇÃO NATIRAL DO GÊNERO HUMANO NO QUE CONCERNE A SUA FELICIDADE E A SUA DESGRAÇA
Os homens fora criados igualmente pela natureza em faculdade e espírito, sendo possível fortalecer-se.
A perspicácia de um indivíduo está ao alcance da sua mão, enquanto a dos outros está mais distanciada.
Três causas principais de disputa existente na natureza humana:
Competição – os homens são levados a utilizarem de violência para conseguirem algum benefício.
Desconfiança- os homens são conduzidos a prática da violência para garantir a sua segurança, para defesa de seus bens.
Glória – os homens são impulsionados a se atacarem para garantir a sua reputação. Recorrem a violência por motivos insignificantes (elogios de outrem, por exemplo).
Quando não existe um poder capaz de unir as pessoas, numa atitude de respeito, tem-se uma condição de guerra de todos contra todos onde não há as noções de bem e de mal, de justiça e injustiça; não há lei onde não há poder comum e, onde não há lei, não há injustiça; e, não há propriedade e domínio.
Esse estado pode ser superado contando-se com as paixões e a razão.
Paixão: existem aquelas que levam o homem a querer a paz - medo da morte, o desejo de possuir coisas que lhe dão conforto e a esperança de obtê-las por meio do seu trabalho.
Razão: Sugere normas de paz adequadas possíveis de serem alcanças por meio de um acordo entre as partes.
CAPÍTULO XIV 
DA PRIMEIRA E DA SEGUNDA LEIS NATURAIS, E DOS CONTRATOS
Direito Natural: liberdade que cada homem tem de utilizar seu poder como bem lhe convém para preservar sua vida; é a liberdade de fazer tudo aquilo que achar adequado para atingir esse fim.
Lei Natural: norma estabelecida pela razão que proíbe o homem de agir de forma a acabar com sua vida ou privar-se dos meios necessários para sua sobrevivência.
O direito natural é a liberdade de agir ou de omitir, enquanto a lei obriga a agir ou omitir.
Primeira lei fundamental da natureza : ordena aos homens que procurem a paz;
Segunda lei fundamental da natureza: o homem deve concordar com a renúncia a seus direitos sobre todas as coisas, satisfazendo-se com a mesma liberdade que permite aos demais, na medida em que considerar tal decisão necessária à manutenção da paz e de sua própria defesa.
Um direito é abandonado mediante a simples renúncia ou por sua transferência a outrem. Por simples renúncia quando não importa a quem o ato beneficiará; transferido, quando pretende-se beneficiar determinada pessoa.
Todo homem pratica um ato voluntário esperando alcançar algum benefício, assim quando um homem transfere ou renuncia a um direito tem a esperança de ser beneficiado.
O motivo e a finalidade pelo qual se apresenta a transferência e a renúncia do direito são a certeza da segurança pessoal do homem, quanto a sua vida e aos meios de preservá-la.
Contrato: designa a transferência MÚTUA de direitos.
Sinais do contrato podem ser reconhecidos por inferência.
Um sinal reconhecido por inferência, de qualquer contrato, geralmente revela a vontade do contratante.
Quando as palavras se referem ao que estão por vir (darei, concederei), por si só não são suficientes de doação ou transferência, uma vez que significam que meu direito ainda não foi transferido, continuando a ser meu. Contudo, se as palavras se referem ao presente (deu, concedo) ou ao passado (dei, concedi), são suficientes de doação ou transferência, pois o direito já foi transferido no ato do negócio.
Nos contratos, o direito não é transmitido apenas quando as palavras estão no presente ou no passado, mas também quando estão no futuro, visto que, todo contrato é uma translação de troca mútua.
No contrato, o mérito resulta do próprio poder e da necessidade do contratante.
Na doação, o merecimento é fruto da benevolência do doado.
Os homens ficam livres dos pactos efetuados por dois caminhos: pelo cumprimento ou sendo perdoados.
Um pacto anterior anula outro posterior.
Sendo a força das palavras muito fraca para obrigar os homens a cumprirem seus pactos, é possível, pela própria natureza destes, reforça-las de duas maneiras: por medo das consequências advindas do não cumprimento da palavra ou por orgulho de não ser necessário faltar a ela.
CAPÍTULO XV 
 DE OUTRAS LEIS NATURAIS
Terceira lei natural: que os homens cumpram os pactos que celebrarem. Indispensável para que os pactos tenham força e não sejam meras palavras.
A validade dos pactos se dá com a instituição de um poder civil (Estado) que obrigue aos homens cumpri-los, pois não existe promessa mútua quando não há garantia de cumprimento por ambas as partes.
Com relação à justiça e injustiça, quando atribuída a ações, indica conformidade ou compatibilidade entre a razão e determinadas ações.
Justiça: comutativa – igualdade de valor das coisas, objeto do contrato; distributiva – distribuição de benefíciosiguais a pessoas de méritos iguais.
Quarta lei natural: quem recebeu um benefício de outra pessoa, por simples graça, deve esforçar-se para não dar ao doador motivo razoável de arrependimento por sua boa vontade. A desobediência a essa lei é chamada ingratidão.
Quinta lei natural: complacência. Significa que cada indivíduo deve se esforçar para conviver com os outros. Os que respeitam essa lei são chamados sociáveis, os que desrespeitam são os insociáveis, obstinados, refratários e intratáveis.
Sexta lei natural: perdão, que se mostra como uma garantia de paz.
Sétima lei natural: que nas vinganças, os homens não deem importância à grandeza do mal passado, mas à grandeza do bem futuro. Proibição de outra forma de castigos que não sejam aplicados com o intuito da correção do ofensor ou de exemplo para os outros homens. O descumprimento desta lei dá-se o nome de crueldade.
Oitava lei natural: nenhum homem, por meio de palavras ou atos, demonstre ódio ou desprezo pelo outro. A contrariedade a essa lei é chamada de injúria ou insulto.
Nona lei natural: Proposta por Hobbes – indica que cada homem reconheça os demais como seus iguais por natureza. A partir dessa lei cria-se outra, que depende desta nona lei, e prega que ao se iniciarem as condições de paz, ninguém deve pretender reservar apenas para si um direito que não aceitaria que fosse privilégio de qualquer outro. Quem respeita tal lei é denominado modesto e quem a contraria de arrogante.
Um preceito da lei natural que se destaca é o de que se um homem foi eleito juiz para julgar dois homens, deve trata-los com equidade (justiça distributiva). Desta lei deriva uma outra de que a coisas que não podem ser divididas sejam desfrutadas por todos ou que a coisa seja desfrutada igualitariamente entre aqueles que a ela tem direito.
É lei natural também que se outorgue salvo-conduto a todos os homens que servem de mediadores para a paz.
CAPÍTULO XVI 
DAS PESSOAS, DOS AUTORES E DAS COISAS PERSONIFICADAS
Denomina-se pessoa aquele cujas palavras ou ações são consideradas suas ou representação das palavras ou ações de outro homem, ou de algum outro ser ao qual são atribuídas seja como verdade, seja como ficção.
Pessoa natural: as palavras e ações lhe são próprias.
Pessoa artificial ou imaginária: as palavras e ações representam as palavras e ações de outro homem.
Personificam-se as coisas que não podem ser representadas em imagens. Por exemplo: igreja, hospital ou uma ponte, que podem ser personificados na figura de um pároco, diretor ou um superintendente.
Ator: os representantes são donos das palavras e atos.
Autor: o dono de suas palavras e ações.

Outros materiais