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Resenha critica de TGE: A teoria democrática de Noberto Bobbio uma defesa das regras do jogo

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Autor: Antonio Kevan Brandão Pereira
Título: A teoria democrática de Noberto Bobbio: uma defesa das “regras do jogo”.
Revista: ANTONIO KEVAN BRANDÃO PEREIRA. A teoria democrática de Noberto Bobbio: uma defesa das “regras do jogo”. Disponível em:< http://www.cienciapolitica.org.br/?s=Bobbio>.	
Regime democrático caracteriza-se primeiramente pela necessidade de um conjunto de regras de procedimento, regulamentadas anteriormente em Lei limitando o poder das mãos de quem esta representando os interesses coletivos. Bobbio defendia regras constitutivas e as chamou de “procedimentos universais”, estas estarão presentes em todo regime que se adota a democracia.
Estas regras consistem em que todas as pessoas de maioridade e sendo cidadão, sem distinção, devem apresentar suas opiniões por si próprias ou por meio de representantes. Representantes nos quais são votados por livre escolha, por meio de uma livre concorrência entre partidos políticos, tendo esses diferentes soluções propostas, valendo-se da regra da maioria, onde o representante com maior número de votos ganha, sem que isso restrinja os direitos da minoria.
Tal pensador também acreditava que nenhum regime de governo seguiria este modelo ideal na sua integridade, por isso se faz menção em regimes mais ou menos democráticos, levando em conta o grau de utilização dessas ideias. O poder emana do povo, ideia base de ambas as democracias (representativa e direta). Bobbio afirma “democracia representativa e democracia direta não são dois sistemas alternativos (no sentido de que onde exista uma não pode existir a outra), mas são dois sistemas que se podem integrar reciprocamente.” (BOBBIO, 2009, p. 65).
A evolução desta representação aflorou-se de revoluções que visavam à ampliação dos direitos políticos para uma maior parcela da população, já que todo poder emanava da figura absolutista do rei. A ideia da escolha de representantes surgiu dos problemas populacionais, territoriais, heterogeneidade das sociedades, peculiaridades e necessidades de cada região, sendo assim era totalmente inviável a implementação de uma democracia utilizada na Grécia Antiga, onde cada cidadão se auto representava em praça publica discutindo seus interesses.
Porém os representantes eleitos pela maioria (representantes gerais) podem não atender as necessidades de grupos específicos (minorias), sendo essa uma das dificuldades de tal regime. Por isso em alguns países existem possibilidades previstas em lei para que o povo aja de forma direta e são estas: referendo, plesbicito e assembleias populares, ampliando assim o processo de democratização.
O liberalismo é o autor dos “direitos fundamentais do homem”, ou seja, proteção do individuo em relação ao poder estatal, reconhecimento formal, com base em um registro – a lei, da igualdade entre os cidadãos. E a democracia é uma forma de assegurar esses direitos batalhados, não somente essa liberdade, mas a igualdade entre todos levando em conta suas diferentes necessidades.
Aristóteles, já dizia: “Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade”.
A análise feita por Bobbio consiste na avaliação entre o que se foi prometido (idealizado) e o que se foi executado. Razões pelas quais essas promessas não foram cumpridas citaram-se: a pluralização da sociedade; interesses de grupos particulares prenominarem interesses gerais da sociedade; corporações privadas de grande porte influenciando decisões politicas; divisão entre o poder de decisão politica entre diversos setores da sociedade e grupos privados, burocracia do Estado, etc.; a não transparência das tomadas de decisões para a população, na sua maioria e a falta de interesse da população, sobressaindo somente alguns grupos deste contexto.
Essas razões se devem aos fatos de que o Estado é burocrático, encontra dificuldades para sanar a demanda da sociedade com seus serviços e que há a presença de pessoas especializadas, com conhecimento para exercer funções, descartando assim a participação do “homem comum”.
Bobbio, porém não desiste desta forma de governo, por mais problemas e corrompido que possa ser, dizendo por seguinte: “a mais perfeita das formas de governo, mas justamente porque é a mais perfeita é também a mais difícil” (BOBBIO, 2010, p.35).
Conclui-se, portanto, que a democracia sem falhas é quase impossível que possa ser implantada, já que o próprio homem a corrompe. Porém por mais deficiente que seja a democracia, ainda sim ela é tida melhor que qualquer poder autoritário, restringindo todas as formas de expressões da população nas decisões finais. Bobbio também mostra caminhos a serem seguidos a fim de sanar certas lacunas que existem na realidade para assim chegar a democracia tão desejada por todos.
O artigo é indicado para acadêmicos do curso de Direito, alunos e profissionais da área e para a própria população que buscam uma forma de conhecimento de fácil linguagem e de forma resumida.
Gabriela Schvarcz Pereira, acadêmica do primeiro semestre da faculdade de Direito do Centro Universitário da Grande Dourados.

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