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AULA 8 - FUNDAMENTOS DE ECONOMIA POLÍTICAS MACROECONÔMICA: MONETÁRIA E FISCAL Introdução A todo o momento lemos nos jornais, ouvimos nos debates sobre e inflação brasileira, vemos o “dragão inflacionário” estampado nas revistas... Mas o que é inflação? Bom, como a inflação é um fenômeno monetário, é importante esclarecer o que é moeda e quais suas funções. Nesta aula, vamos definir moeda e suas funções dentro da economia. Com essas definições, poderemos compreender os principais tipos de inflação, ou seja, inflação de demanda, inflação de custos e inflação inercial, e os impactos da inflação nos agregados macroeconômicos. Objetivos: Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos: - Reconhecer como os instrumentos de Política Monetária podem ser utilizados para o controle do processo inflacionário; - Analisar os instrumentos da Política Fiscal em busca do equilíbrio fiscal. Política Monetária e seus Instrumentos A política monetária refere-se à atuação do governo no sentido de controlar as condições de liquidez do país. Com esse objetivo, o governo atua sobre a quantidade de moeda na economia, sobre a capacidade de concessão de empréstimos por parte dos bancos e, por consequência, sobre os níveis das taxas de juros. Na realidade, o mercado monetário é como outro qualquer, onde existe demanda, oferta e preços de equilíbrio. ATENÇÃO: A política monetária é a maneira pela qual o governo atua, de uma maneira geral, sobre a quantidade de moeda, de crédito e das taxas de juros. Mas, antes de começarmos, umas considerações importantes: Conceito de Moeda na Política Monetária Muitas coisas são usadas como dinheiro, inclusive o cartão de crédito. Mas o conceito de moeda que é usado na Política Monetária é o M1. M1 = papel-moeda em poder da sociedade + depósitos em conta corrente bancária Obs.: Quando se fala “sociedade”, não contabilizamos as moedas que estão em poder do governo. Demanda por Moeda (M1) É a quantidade de moeda (M1) que a coletividade deseja deter em um determinado momento. As pessoas demandam moeda (M1): - para Transações (compras/vendas); - por Precaução (contra a incerteza na economia) e - por Especulação (guardar provisão de moedas para quando aparecer um investimento interessante). Oferta de Moeda (M1) Quantidade de moeda disponível para a sociedade em um determinado momento; o Banco Central é o órgão do governo encarregado por controlar a oferta de moeda. Como o Banco Central controla a Oferta de Moeda (M1)? Por meio dos instrumentos monetários, que são quatro, vamos ver cada um deles: A emissão de papel moeda Percentual de depósito compulsório (ou reservas bancárias) Linhas de redesconto Operações de mercado aberto Comentários importantes sobre a dívida pública interna É gerada quando o governo vende títulos ao público, para captar dinheiro rápido, e oferecendo, em troca, um rendimento deste dinheiro em certo prazo. Os bancos comerciais são compradores habituais. A dívida surge de uma necessidade de gasto do Estado, que não quer financiá-la diretamente por um aumento de tributos. Além disso, a dívida é um dos instrumentos de política monetária. A oferta de moeda permite que o Banco Central determine a taxa de juros, que resulta da relação entre oferta e demanda de moeda. Supondo constante a demanda por moeda, a sua oferta passa a ser a maneira de influenciar a taxa de juros. Quem decide qual será o melhor nível desta taxa é o COPOM (Comitê de Política Monetária). A cada 45 dias, o COPOM se reúne para decidir qual será a meta desejada. Nessa decisão, são consideradas as metas de inflação para o ano e o nível de atividade da economia, entre outros. Política fiscal e seus instrumentos A política fiscal é realizada pelo governo ao administrar seus gastos e ao decidir como vai financiá-los. Para dar conta de suas tarefas de forma sustentável, o governo deve cobrir seus gastos com sua receita, ou seja, por meio da cobrança de impostos e tarifas. Tipos de Política Monetária A política fiscal pode ser contracionista (= recessiva) ou expansionista. Diz-se contracionista quando reduz a demanda agregada, e expansionista, quando expande a demanda agregada. Política fiscal contracionista: ocorre se o governo corta gastos com o setor privado, ou aumenta os impostos. Se o governo diminui gastos, também reduz a demanda agregada. Já se o governo aumenta os tributos, isto afeta indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. Afinal, pagando mais impostos, o consumidor poderá reduzir o consumo e as empresas, eventualmente, reduzem o investimento. Os preços dos exportados podem se tornar menos competitivos, devido aos impostos embutidos: Uma política fiscal expansionista: ocorre se o governo aumenta seus gastos com o setor privado, ou reduz os impostos. Se o governo aumenta gastos, também aumenta a demanda agregada. Já se o governo reduz os tributos, isto aumenta indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. A redução de impostos se reflete em mais capacidade de gasto, tanto para consumo quanto para investimento: Efeitos da Política Fiscal sobre a Inflação Como visto, uma política fiscal expansionista aquece a demanda agregada. Desta forma, as vendas aumentam, criando um ambiente mais propício à elevação de preços. Por isto, uma política fiscal expansionista pode contribuir para o aumento da inflação, mesmo que a economia não esteja próxima ao nível de pleno emprego. Já se a economia estiver operando próxima do nível máximo, com certeza haverá inflação, neste caso, inflação de demanda. ATENÇÃO: Quando o governo tem como meta estabilizar os preços, costuma aplicar política fiscal contracionista. A lógica é a seguinte: esta política reduz a demanda agregada, logo reduz o investimento produtivo e o emprego. O consumo cai, o que dificulta aumentos de preços. Um empresário pode manter seus preços altos, mas não os aumenta, se as vendas estão caindo. Resultados do Governo Para manter o equilíbrio fiscal, o governo pode se endividar junto à sociedade e também emitir moeda. Mas para que sua dívida não provoque pressão inflacionária, o governo não deve mais emitir dinheiro, seu endividamento deve ser financiado através da emissão de títulos da dívida publica. Os títulos são comprados por investidores institucionais, bancos etc. SAIBA MAIS: O governo paga os famosos juros da dívida pública, sendo que o total pago é fortemente influenciado pela taxa de juros dos títulos da dívida pública. Esta, por sua vez, está em grande parte vinculada à SELIC. São e 3 as formas de calcular o saldo entre receitas e gastos do Governo, em reais: Resultado Primário: Receitas menos gastos, sem incluir, nesta conta, pagamento de juros e correção monetária pelo governo, ou seja, a dívida pública. Normalmente, o governo brasileiro tem buscado superávit primário. Resultado Operacional: Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública. Neste conceito, o resultado mais comum é de déficit. Resultado Nominal: Receitas menos gastos, incluindo o pagamento de juros da dívida pública, mais a correção monetária ou cambial (alguns títulos têm rendimento correspondente à variação do câmbio). Este é o conceito mais completo; normalmente é um déficit. O financiamento do déficit nominal se dá através da colocação de mais títulos públicos no mercado, elevando, dessa maneira, a dívida pública. Dívida Bruta e Dívida Líquida Veja a evolução da nossa dívida pública em proporção ao PIB. A “dívida bruta” engloba todo tipo de débito do Estado brasileiro: - Títulos públicos vendidos ao “mercado”; - Empréstimos bancários; - Empréstimos feitos por organismos internacionais; - Débitos estaduais e municipais assumidos pelo governo federal. Já no cálculo da “dívida líquida”, desconta-se tudo o que o país já tem em caixa tanto em reais depositados aqui, como em dólares mantidos no exterior — ou vai receber no futuro. Inclusiveaquilo que vai receber do mesmo “mercado” de quem o Brasil é devedor. RESUMO: O governo paga os famosos juros da dívida pública, sendo que o total pago é fortemente influenciado pela taxa de juros dos títulos da dívida pública. Esta, por sua vez, está em grande parte vinculada à SELIC. RESUMO DO CONTEUDO Nesta aula, você: Reconheceu os instrumentos de política monetária e como alteram a economia. Analisou os conceitos importantes da política fiscal.
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