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Magistratura e Ministério Público CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Ambiental Professor: Luiz Antônio Aula: 03 | Data: 15/05/2015 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO 1. Instrumentos 1. Instrumentos Artigo 9º, lei 6938/81 e artigo 4º do estatuto da cidade (lei 10.257/01). 1) Licenciamento ambiental: Artigo 1º, I, resolução 237/97 e artigo 2º da LC 140/11. É um procedimento administrativo que corre na Administração pública ambiental (federal, estadual ou municipal) que tem por objetivo o licenciamento e a renovação de licenças ambientais para empreendimentos que são poluidores, efetivo ou potencialmente, ou capazes de qualquer forma de causar degradação ambiental. a) Natureza jurídica: instrumento da política nacional do meio ambiente. b) Normas: - resolução Conama 237/97, a lei 6938/81 no artigo 8º diz que cabe ao Conama estabelecer normas para o meio ambiente; - LC 140/11 foi editada para regular a competência fiscalizatória comum, essa lei distribuiu a competência. A LC 140/11 somente tratou do que a resolução Conama não podia fazer (tratar de competência), não revogou a resolução Conama; - Em São Paulo há a resolução da secretaria do meio ambiente nº 49/2014 que dispõe sobre o licenciamento ambiental; - na esfera municipal de São Paulo há a resolução CADES nº 170/2014. c) Quando fazer o licenciamento? Não é sempre, deve ser feito nas hipóteses do artigo 10 de lei 6938/81 e artigo 2º, I da LC 140/11. Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. Além disso, são hipóteses em que deve haver licenciamento as previstas na Resolução Conama 237/97 – anexo I (este anexo é meramente exemplificativo, pode haver ampliação dessas hipóteses) e artigo 2º e seus parágrafos. Artigo 60, lei dos crimes ambientais 9605/98. Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos Página 2 de 5 órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. Ação de tutela de inibição do ilícito/da continuação do ilícito/da repetição do ilícito é a ação para combater o ilícito quanto ao licenciamento ambiental. d) Onde deve ser feito o licenciamento? Qual é o órgão que tem atribuição/competência para fazer o licenciamento ambiental? - A resolução Conama 237/97 regrou nos artigos 4º, 5º, 6º e 7º a competência para licenciar (União, Estado, município, e no artigo 7º diz que só cabe um licenciamento no Brasil). Art. 7º - Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência, conforme estabelecido nos artigos anteriores. - LC 140/11 regulou a competência fiscalizatória comum. Até o dia 07/12/11 os licenciamentos que foram feitos de acordo com a resolução Conama continuam do mesmo jeito, a partir de 08/12/11 (que foi quando a LC 140/11 entrou em vigor) os licenciamentos ocorrem de acordo com essa LC. Artigo 7º, XIV e todas as alíneas da LC 140/11 são as hipóteses de licenciamento federal. Licenciamento municipal: artigo 9º, XIV, LC 140/11 – quando houver impacto local. Cada Estado brasileiro pelo seu Conselho Estadual (CONSEMA) editará norma estadual dizendo o que é impacto local naquele Estado. - Deliberação normativa CONSEMA 01/2014. Licenciamento estadual: o Estado licencia o resto (se na norma não for licenciamento federal nem municipal) e por isso sua competência é residual. Artigo 15, II, LC 140/11 – além de competência residual, o Estado tem competência supletiva, ou seja, o Estado é obrigado a licenciar se o município não tiver estrutura, não estiver capacitado. II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no Município, o Estado deve desempenhar as ações administrativas municipais até a sua criação. Artigo 3º, deliberação normativa CONSEMA 01/2014. d) Como fazer o licenciamento? Artigo 10, Resolução Conama 237/97 traz as 8 etapas. Página 3 de 5 Algumas etapas: 1ª etapa: projeto, documentos dos estudos ambientais. Ler artigo 10, §1º (documentos obrigatórios). Ler lei de política nacional de recursos hídricos (lei 9433/97 – artigos 1º, 2º, 3º, 11 a 18). I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida. § 1º - No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes. Estudos ambientais: artigo 1º, III, resolução Conama (rol exemplificativo), além do EIA/RIMA que não está disposto. III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. 5ª etapa: análise da audiência pública, afinal a audiência pública não é obrigatória, cabe ao órgão verificar se é cabível ou não, é uma etapa necessária a análise dela e não sua obrigatoriedade. Resolução Conama 009/87, artigo 2º. V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente Art. 2º - Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado pôr entidade civil, pelo Ministério Público, ou por 50 (cinquenta) ou mais cidadãos, o Órgão do Meio Ambiente promoverá a realização de Audiência Pública. CONSEMA, deliberação normativa 01/2011 (em SP), ler do artigo 1º ao 4º. 7ª etapa: parecer técnico e jurídico. O parecer técnico poderá ser discutido em juízo. VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico Página 4 de 5 8ª etapa: Deferimento ou indeferimento do pedido de licença ambiental. VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade. Existem três licenças ambientais, no mínimo. Ler artigos 8º, 9º, 14, 18 e 19 da resolução Conama 237/97. São elas: - licença prévia: somente diz que se é viável ou não a licença ambiental. Pode ser prorrogada, desde que não ultrapasse o prazo máximo. - licença de instalação; - licença de operação. Artigo 8º, I – licença prévia. Esta não pode passar de 5 anos. Artigo 8º, II – define o que é licença de instalação, esta não pode passar de 6 anos. Artigo 8º, III, define licença de operação e esta não pode ultrapassar de 4 a 10 anos. Se as licenças prévia, de instalação e de operação funcionarem sem licença aplica-se o artigo 60 da lei de crimes ambientais. Este prazo máximo das licenças é federal, desta forma, nunca pode ser aumentado. Artigo 19 – o Poder Público, mediante decisão motivada poderá modificar, suspender e cancelar umalicença ambiental em vigor se ocorrer uma dessas hipóteses: 1º descumprimento de lei ou licença; 2º falsidade do licenciamento; 3º superveniência de graves riscos ambientais ou de saúde. Ler artigos 66 e 69-A da lei dos crimes ambientais (lei 9605/98). Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão: Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. § 1o Se o crime é culposo Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. Página 5 de 5 § 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa.
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