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Magistratura e Ministério Público CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Empresarial Professor: Marcello Iacomini Aula: 01 | Data: 10/02/2015 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO Teoria Geral 1. Empresário 2. Espécies de Empresários Teoria Geral 1. Empresário Artigo 966, CC. Considera-se empresário (empresário lato sensu – empresário, sociedade empresária e EIRELI) aquele que com profissionalismo exerça atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços. Elementos caracterizadores do empresário: 1) profissionalismo: é atividade exercida reiteradamente (habitualmente) e com em nome próprio, deve haver uma atividade constantemente (exemplo: vender meu carro para um terceira pessoa não é uma atividade habitual, não sou empresário por isso, é um caso isolado). A prática de atos isolados, como uma compra e venda, por exemplo, não qualifica o sujeito como empresário. Sócio não é empresário porque não age com profissionalismo, ou seja, não age em nome próprio, assim como os acionistas e administradores também não são empresários; Obs: sócio, acionista, administrador, funcionários da sociedade não são tecnicamente empresários. 2) econômico: toda atividade empresarial deve visar o lucro; 3) atividade: atividade empresarial é toda aquela que visar a produção ou circulação de bens ou serviços. Obs: prestador de serviços, hoje, é uma atividade empresarial. Empresa é atividade, é a produção ou circulação de bens ou serviços (esse é o significado utilizado no direito empresarial). De acordo com o jurista italiano Alberto Asquini o termo empresa comporta vários significados, ou seja, é pluriédrico. Empresa pode ser sinônimo de sociedade empresária (lei 8934/94); empresa também pode significar estabelecimento empresarial (termo utilizado pelo CPC); empresa para o direito empresarial significa atividade desenvolvida pelo empresário. 4) organização: atividade será organizada quando reunir quatro elementos: a) mão-de-obra; b) capital; c) tecnologia; Página 2 de 3 d) insumos. É empresário quem pratica atividade empresarial (artigo 966, CC). O registro na Junta tem natureza meramente declaratória. No entanto, se o empresário não se inscrever, ficará privado de obter os benefícios que a legislação lhe concede (artigo 967, CC, artigo 48 da lei 11.101/05). Não são empresários: 1) artigo 966, parágrafo único do CC: Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. O exercício da advocacia nunca é empresarial porque os serviços não podem ser cumulados com outros. Atividade intelectual não é empresarial. No entanto, quando a atividade intelectual (prestação de serviços médicos ou consultas) for oferecida juntamente com outros serviços, prevalecerá para fins jurídicos atividade empresarial (exemplo: o hospital oferece serviços intelectuais, mas também oferece serviços de natureza empresarial, como por exemplo venda de bens etc). 2) artigo 971 e 984 do CC – atividade rural: Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária. Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles tipos, o pedido de inscrição se subordinará, no que for aplicável, às normas que regem a transformação. A prática, o exercício da atividade rural não é empresarial, salvo se o exercente da atividade se registrar na Junta Comercial. Página 3 de 3 3) sociedade simples: artigo 997, CC. Sociedade simples não é empresarial, é uma espécie societária que abriga as atividades intelectuais, é utilizada de forma subsidiária nas sociedades empresariais. 4) cooperativas, artigo 1093, CC; artigo 32, II, a da lei 8934/94. Não é empresarial, mas o registro é feito na Junta Comercial. Embora os atos constitutivos da cooperativa devam ser registrados na Junta, ela é não empresarial. 5) todas atividades que não visam lucro: associação, fundação, organização religiosa, partido político etc. 2. Espécies de Empresários 1) empresário: artigos 972 e 974, CC – é pessoa física exercendo atividade em nome próprio. Aqui não se fala em sócio. O nome empresarial deve ser o nome civil. Seu patrimônio responde pelas dívidas empresariais e não empresariais (vida particular, afinal é pessoa física). O empresário é a pessoa física que exercerá atividade empresarial em nome próprio, respondendo com todos os seus bens pelas dívidas que vier a contrair, sejam estas de natureza empresarial ou não. O empresário, pessoa física, pode ter sua falência decretada e seus bens irão compor a chamada massa falida objetiva. Regras pertinentes ao empresário: a) artigo 972, CC – para ser empresário a pessoa deve estar de pleno gozo da capacidade civil e não pode haver impedimento legal (não pode ser doente mental, por exemplo). Para poder iniciar atividade como empresário a pessoa deve ter capacidade plena. Aqui não se admite representação ou assistência. Algumas pessoas estão impedidas de exercer atividade como empresário. Alguns estão impedidos em razão da função, como por exemplo, juiz de direito, promotor de justiça, funcionários públicos e militares na ativa; há também impedimentos em razão de sanção, como por exemplo, das pessoas declaradas falidas, enquanto não reabilitadas. b) artigo 973, CC – se o legalmente impedido de ser empresário exercer esta função responderá por suas obrigações; c) artigo 974, CC – o incapaz não tem total discernimento e não pode colocar em risco seu patrimônio, por isso não pode iniciar atividade como empresário. Pode ser que exista a incapacidade superveniente, ou seja, ele era plenamente capaz e com o passar do tempo se tornou incapaz, há possibilidade de continuidade da atividade, desde que o representante legal requeira para o juiz competente (que analisará os riscos para o incapaz) e o juiz dê uma autorização judicial e for registrada na Junta Comercial. Se o juiz autorizar ele deve proteger o patrimônio do incapaz. 2) sociedade empresária: artigo 981, CC; 3) EIRELI: artigo 980, a, CC.
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