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Teoria geral do direito empresarial

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Teoria geral do Direito Empresarial 
Brendha Ariadne Cruz – 3º Termo (Toledo Prudente) 1 
27/04/2021 
Conceito de Empresa 
• No linguajar comum “empresa” possui o sentido de local, pessoa ou conjunto de bens, 
contudo, para o Direito Empresarial, empresa é atividade. 
EMPRESA = ATIVIDADE. 
• Mas, o que é atividade? Atividade é um fazer, um realizar. 
Por exemplo, a atividade do padeiro é fazer pães e a atividade da hamburgueria é produzir 
hamburgueres. 
• Poderia ter usado a palavra empresa no lugar da atividade. 
Por exemplo, A empresa das Casas Bahia é vender produtos no varejo; A empresa dos 
Hetais Ibis é prestar serviços de hospedagem. 
• Dessa forma, conclui-se que Empresa é algo que se faz, é algo que se EXERCE. 
• Empresa é um conceito abstrato, pois é algo que se realiza. Portanto, por exemplo, não é 
possível ir até uma empresa, pois é impossível ir até o VENDER PASTEIS. É impossível, portanto, 
vender uma empresa, pois o que se vende é outra coisa. 
• A empresa é exercida pelo empresário. Ou seja, o empresário exerce a atividade = 
empresa. O nosso Código Civil NÃO TRAZ o conceito de empresa, mas ele é retirado por 
inferência. 
 
Conceito de Empresário 
• O conceito de empresário é trazido pelo art. 966, caput, do Código Civil/2002, que inaugura 
o Livro II, do Direito de Empresa. 
Art. 966 Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para 
a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, 
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa. 
Conceitos retirados do artigo: 
QUEM 
• Quem: podem ser empresários tanto pessoa física (natural) quanto pessoa jurídica 
Empresário é o que exerce empresa. 
Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada 
para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
• Mas, quem é o empresário? 
O empresário é: 
1) Alguém; 
2) Que exerce profissionalmente: 
a) Atividade econômica organizada; 
b) Para produção ou circulação de bens ou de serviços. 
Observação: é possível exercer atividade empresarial sozinho ou em conjunto com outras pessoas 
(física ou jurídica). 
o De modo solitário, exerce-se atividade empresarial por meio da figura do empresário 
individual (um sua subespécie MEI = micro empreendedor individual). 
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Também é possível, exercer atividade empresarial sozinho por meio de pessoa jurídica 
interposta, que dão origem às figuras da EIRELI (empresa individual de responsabilidade 
limitada) e a SLU (sociedade limitada unipessoal). 
o De modo coletivo, exerce-se a atividade empresarial por meio das sociedades, as quais 
podem ser: 
- sociedade limitada; 
- sociedade anônima ou companhia; 
- sociedade em nome coletivo; 
- sociedade em comandita simples; 
- sociedade em comandita por ações e; 
- sociedade cooperativa. 
04/05/2021 
EXERCÍCIO PROFISSIONAL DE UMA ATIVIDADE 
O legislador foi muito bem a inserir a expressão "profissionalmente", isso porque ela indica uma 
habitualidade qualificada: não basta a reiteração dos atos, mesmo que diariamente, é necessária 
que essa repetição se dê com a intenção de lucro e a capacidade de tornar aquilo uma profissão 
(categoria de função remuneratória). 
Obs.: efetiva obtenção de lucro não é requisito do conceito de empresário, basta a INTENÇÃO de 
lucro 
 
ATIVIDADE ECONÔMICA ORGANIZADA 
Será uma atividade econômica organizada se reunir os seguintes elementos: 
1) Capital – está relacionado algum valor/destinação econômica. 
2) Mão de obra – trata-se da contratação de empregados (no entanto, isso não corresponde 
com a realidade fática). Ou até mesmo refere-se a questão de algo a ser feito por alguém 
– próprio empresário, não sendo necessária a contratação. 
3) Insumos: trata-se da matéria prima utilizada para desenvolver a atividade. 
4) Tecnologia: é necessário alguma técnica; 
5) Atividade econômica organizada exercida profissionalmente deve servir para colocar em 
circulação bens e/ou serviços. 
 
QUEM NÃO É EMPRESÁRIO 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, 
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento de empresa 
o Não é considerado empresário aquele que exerce profissão intelectual. Logo, analisa-se as 
seguintes situações: 
i. Todos os profissionais liberais, ou seja, aqueles que tiveram de fazer um curso de nível 
superior, seja, técnico, seja tecnólogo, seja bacharelado, seja licenciatura. 
ii. Incluem todos os prestadores de serviços autônomos que, embora não tenham feito algum 
curso de nível superior, prestam serviços de maneira não empresarial; 
iii. Os corretores em geral, sejam os de imóveis, sejam os de seguros, investimentos etc. 
iv. Os leiloeiros e tradutores juramentados. 
 
o Exemplos de profissões intelectuais: 
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1- De natureza científica: advocacia, engenharia, arquitetura, medicina, contabilidade, etc 
2- De natureza literária: jornalismo, comunicação social, escritor (de peças, novelas, livros, 
colunas, revistas etc), poeta, etc 
3- De natureza artística: músico, dançarino, intérprete, ator, artista de circo, youtuber, etc. 
 Obs.: 
✓ É importante ressaltar que mesmo não sendo empresário tais situações ainda exigirão: 
i. Cumprimento de diversas obrigações. 
ii. Inscrição de órgãos governamentais. 
iii. Pagamento de tributos. 
 
✓ Não é a contratação de empregados, prestadores de serviços ou outro tipo de colaborar, 
que será suficiente para a descaracterização do não empresário, classificando-o como 
empresário. É possível, uma complexa atividade intelectual ser realizada com uma 
infinidade de colaboradores, sem que isso, por si só, seja suficiente para o 
desenquadramento. 
 
✓ É importante notar que a INTENÇÃO DE LUCRO não é algo que desqualifica o não 
empresário. 
 
✓ O legislador, no mesmo dispositivo que apresenta o conceito de NÃO EMPRESÁRIO, traz 
uma hipótese em que este NÃO EMPRESÁRIO será tratado como empresário: se o exercício 
da profissão intelectual se constituir em ELEMENTO DE EMPRESA. 
 
A expressão elemento de empresa tem a conotação de: situação de fato, em que há o 
exercício concomitante de uma atividade intelectual e uma atividade empresarial. 
Nestes casos, o legislador não quer impedir que o não empresário exerça uma atividade 
empresarial, na verdade, deseja o legislador, apenas, que ele se REGULARIZE como 
empresário, cumprindo todas as obrigações destes regime, sob pena de concorrência 
desleal. 
 
11/05/2021 
o Sociedade simples: assim como os empresários podem exercer uma atividade empresarial 
de modo coletivo (por meio de sociedades empresárias), de mesmo modo os não 
empresários podem agir coletivamente (por meio de sociedade simples). 
 
➔ Reunião de vários não empresários para exercer uma atividade intelectual. 
Ex: clínica médica, clínica veterinária (esta vende alguns produtos, logo pode se transformar em 
sociedade empresaria - se não vende é sociedade simples) 
Obs.: Importante lembrar que, do mesmo modo que o profissional intelectual (individualmente 
considerado) pode se transmutar em empresário - desde que o exercício da profissão constitua 
elemento de empresa -, assim também as sociedades simples podem se transformar em 
sociedade empresárias (ex: clínica veterinária). 
Sociedade simples = antigamente chamada de sociedade civil 
As regras das sociedades simples são extremamente importantes para as sociedades empresárias, 
pois se posicionam como a REGRA GERAL do Direito Societário. 
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o Sociedade de advogados: Há um detalhe muito importante que diferencia a sociedade 
simples de advogados das demais sociedades simples (de médicos, de agrônomos, etc.) é 
a IMPOSSIBILIDADE de se tornar empresária, por expressa vedação do Estatuto da Ordem e 
do respectivo Código de Ética. 
 
o Produtor rural: Conforme disposição legal, o produtor rural empresário, não está obrigado a 
se inscrever na Junta Comercial. 
 
➔ Este registro é, em verdade, facultativo e, uma vez fazendo-o, o produtor rural passa a 
ser empresário para todos os fins. 
Obs.: Recentemente, convém mencionar, que a Lei de Recuperação Judicial e Falência foi 
atualizada, permitindo expressamente que o produtor rural não inscrito (desde que 
comprove por meio de Escrituração Fiscal) possa exercer o direito de pedido de 
recuperação judicial. 
 
o Sociedades cooperativas: Segundo o Código Civil, as cooperativas serão sempre sociedade 
simples (ART. 982, PARÁGRAFO ÚNICO). Entretanto, as cooperativas poderão ter objetos 
empresariais. 
Em relação a isso, cresceu na doutrina a posição de que as cooperativas deverias se registrar 
nas Juntas Comerciais. Isso foi ficando forte, a ponto da Lei de Registro de Empresas 
Mercantis prever expressamente essa possibilidade. 
Em conclusão, por mais que não sejam empresárias, as cooperativas possuem inscrição na 
Junta Comercial (órgão no qual se registram as sociedades empresárias). 
 
 
 
EIRELI (EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA) 
Único titular exerce a atividade, por meio de pessoa jurídica e com responsabilidade limitada ( 
empresa é exercida pelo empresário, pois empresa é sinônimo de atividade). 
➢ Não é uma sociedade (mesmo que unipessoal), mas sim classificada como uma PESSOA 
JURÍDICA empresária. 
 
➢ Trata-se de um modo muito interessante de se exercer uma atividade econômica SOZINHO 
com a respectiva limitação da responsabilidade, algo não existente na figura do 
empresário individual. 
 
➢ A pessoa jurídica EIRELI serve como barreira para que credores da atividade alcancem o 
patrimônio pessoal do titular. 
➔ Por esta razão se diz "responsabilidade limitada", uma vez que é limitada àquilo que se 
destinou à exploração da atividade, estando resguardado o patrimônio particular do 
titular (salvo algumas exceções como a desconsideração da personalidade jurídica). 
O empresário individual, de outra forma, não possui essa limitação, sendo fácil até, de que 
o credor proveniente da atividade alcance o seu patrimônio pessoal. 
 
➢ A pessoa jurídica é empresária e não o seu titular. Inclusive, o titular é um elemento móvel – 
pode ser trocado a qualquer momento. 
Nem mesmo podemos chamar de empresário o titular da EIRELI, ele possui somente esta 
função, a de ser titular. 
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EX: João não é empresário. EIRELI É EMPRESÁRIA. João é apenas titular da EIRELI. 
 
➢ O legislador impôs que para exercício da EIRELI houvesse um capital mínimo integralizado 
correspondente a 100 salários mínimos. De todos os tipos empresariais, somente a EIRELI 
possui esse tipo de previsão. 
 
➢ Segundo o Código Civil, a pessoa natural só pode ser titular de única EIRELI. Pode ser titular 
de EIRELI e outros tipos empresariais. 
 
➢ Importante registrar que, hoje (após a revogação da IN 177 do DNRC - atual DREI) é 
permitido que pessoa jurídica seja titular de EIRELI. Sendo assim, admite-se, inclusive que 
uma EIRELI seja titular de outra EIRELI, lembrando que titular e a pessoa jurídica EIRELI 
possuem patrimônios independentes entre si. 
 
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL 
O empresário individual é a única modalidade em nosso sistema de pessoa física empresária. 
➔ Importante se atentar a isso, pois, embora ele seja inscrito no CNPJ (que é o Cadastro 
Nacional das Pessoas Jurídicas) isso só acontece para fins tributários, o que não o 
transforma em pessoa jurídica. 
➢ O mesmo ocorre com o fenômeno conhecido como Pejotização, que seria uma 
burla do sistema justrabalhista para fins de não pagar os diretos celetistas. 
Pejotização, vem de PJ, que é pessoa jurídica, no entanto, este fenômeno, pelo 
menos até a criação da SLU, era, em sua maioria, realizado por meio de 
empresário individual. 
 
➔ Tanto empresário individual NÃO É pessoa jurídica que, para alcançar o patrimônio 
pessoal do titular NÃO PRECISA de desconsideração da pessoa jurídica. 
 
➔ Importante registrar que as figuras do empresário (e dos sócios) não se confundem com 
a figuro do administrador, embora possam se sobrepor. O empresário pode ou não ser 
administrador. Ocorre que é muito comum, em especial em atividades de menor 
porte, que o empresário seja o administrador da atividade. No entanto, ainda aqui, nesta 
figura, o empresário poderia terceirizar esta administração. 
 
➔ Causas de impedimento: sujeito pode ser até capaz (capacidade civil), entretanto, 
pode estar incluído em uma situação de impedimento. 
Não existe rol taxativo das hipóteses de impedimento, entretanto, em sua maioria, se 
aplicam as servidores públicos ou aos exercentes de função pública. 
Em geral, os servidores públicos federais e estaduais estão impedidos de serem 
empresários individuais (em especial, pela dificuldade da separação patrimonial). 
No entanto, em diversos estatutos encontramos impedimentos dirigidos a figura do sócio 
administrador. Até porque, a administração de uma empresa exige dedicação diária ou 
quase diária. 
Com relação à figuro do sócio puro e simples (sem poder de administração), em geral, 
não há impedimento, a não em hipóteses específicas. 
Em resumo, há um grande número de impedimentos para ser empresário individual, mas 
quase não há impedimento para ser sócio sem poder de administração. 
 
▪ Incapacidade do empresário individual: 
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NÃO É PERMITIDO que o incapaz INICIE uma atividade empresarial, somente é permito que 
ele CONTINUE. 
 
✓ São duas as hipóteses nas quais o incapaz pode continuar uma atividade 
empresarial: 
1. quando era capaz e se tornou incapaz após o início da atividade; 
2. quando ele sucede (recebem herda etc) uma empresa, estando incapaz, de 
alguém que era capaz e veio a falecer. 
 
Relevante anotar que a incapacidade descrita no caput do art. 974, do Código Civil, se 
refere somente à figura do empresário individual, cujo incapaz somente poderá continuar 
a atividade, nunca podendo iniciá-la. 
Entretanto, por interpretação reversa, verificamos que não há qualquer impedimento do 
incapaz ser SÓCIO, figura diversa da de empresário individual. 
 
Em outras palavras, o ordenamento jurídico permite que um incapaz inicie uma atividade 
como sócio. Para isso, deverá respeitar as regras do parágrafo terceiro, do art. 974, CC. 
 
➢ Empresário individual casado: Via de regra, é irrelevante o estado civil do empresário, 
podendo ele praticar todos os atos empresariais independentes disso. Entretanto, como 
sabemos, entre os bens que podem integrar uma atividade empresarial, estão os bens 
imóveis. 
Também sabemos que, estando casado, o sujeito necessidade de autorização judicial para 
alienação dos mencionados bens imóveis (art. 1647, CC, salvo se casado em regime de 
separação absoluta). 
Registre-se que o ato de destinar um imóvel para uma atividade empresarial é um ato de 
ALIENAÇÃO, ou seja, que exige a outorga conjugal. 
Sendo assim, como equalizar tais situações com a regra do art. 978, CC? Em sendo casado 
o empresário, haverá necessidade da outorga conjugal quando da destinação do 
patrimônio particular para a atividade. No entanto, estando ali transferido, ou seja, sendo 
um patrimônio DA ATIVIDADE, a outorga passa a ser dispensável, uma vez que já foi 
realizada anteriormente. 
 
MEI – MICRO EMPREENDEDORINDIVIDUAL 
O MEI é uma espécie de empresário individual (tem CNPJ mas é pessoa física empresária). 
Passa se enquadrar como MEI existem algumas condições, as mais conhecidas são as seguintes: 
- limite de faturalmente anual (atualmente de 81 mil reais); 
- possibilidade de contratar somente um empregado; 
- necessidade que esse empregado ganhe, no máximo, o salário mínimo ou o salário da categoria. 
→ O MEI desenquadrado vira um empresário individual comum e deixa de ter os benefícios 
tributários. 
 
REGISTRO DO EMPRESÁRIO E ESCRITURAÇÃO 
• A primeira obrigação do empresário é se inscrever na Junta Comercial (empresários 
individuais, as EIRELIs, as sociedade empresárias e até as cooperativas). Existe uma JC para 
cada estado da federação. 
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• Somente o MEI, que é uma espécie de empresário individual, pelas suas características e 
pelo tratamento favorecido da legislação, tem a permissão de se registrar diretamente no 
site da Receita Federal, a qual, por sua vez, quem comunicará a Junta Comercial. 
• Importante mencionar que a ausência de registro na Junta Comercial não descaracteriza 
a qualidade de empresário, tratando-se de uma irregularidade. 
• A empresa que instituir estabelecimento secundário (sucursal, filia ou agência) em outra 
unidade da federação diversa da unidade da sede, deverá se inscrever na Junta Comercial 
respectiva, informando a Junta Comercial da sede, após essa inscrição. 
• SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis) é formado pelo DREI (antigo 
DNRC - órgão vinculado ao Ministério da Economia) e pelas Juntas Comerciais de cada 
estado. O DREI tem funções normativas e consultivas, enquanto as Juntas Comerciais 
possuem funções executivas ou operacionais. 
 
Funções das juntas comerciais 
a) matrícula de algumas profissões; 
b) autenticação de livros e documentos empresariais; 
c) arquivamento de atos empresariais. 
 
 
ESCRITURAÇÃO DO EMPRESÁRIO: 
Todo empresário (salvo o MEI) precisa realizar balanços e escriturar livros. 
➔ A escrituração é o ato de colocar por escrito informações de transferência de valores 
(entradas e saídas) de certa empresa em um sistema de regras contábeis. 
Hoje em dia, em sua maioria, a escrituração é realizada de maneira digital, por meio de softwares 
que se alimentam dos eventos contábeis e apresnetam relatórios, os quais são enviados, 
periodicamente, pelo Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). 
Apenas para registro, há um livro de obrigatória escrituração para todos os empresário (salvo MEI), 
é o livro DIÁRIO 
É claro que, dependendo do porte da atividade e de suas características, outros tantos livros 
podem se tornar obrigatórios. 
 
BALANÇO 
Com relação aos balanços, são pelo menos 2 que devem ser realizados anualmente: o patrimonial 
e o de resultados. 
• O balanço patrimonial visa apurar o patrimônio líquido da atividade, levantando o ativo e 
subtraindo o passivo. 
• O balanço de resultados, visa aferir a existência de lucros ou prejuízos. 
 
SIGILO EMPRESARIAL 
O sigilo empresarial é considerado um princípio do Direito Empresarial, uma vez que as 
informações contábeis e fiscais de certa atividade, revelam o verdadeiro coração do negócio. Ali 
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se encontram informações essencial ao desenvolvimento e muitas estratégias empresarias. Tal 
princípio é tão valioso que o próprio Poder Judiciário não pode violá-lo, a não ser em hipóteses 
específicas. O único que pode acessar, ainda assim de maneira específica é o próprio Fisco. 
O sigilo empresarial foi valorizado pelo Sistema Processual Civil, tanto que o juiz só poderá ordenar 
a exibição integral dos livros contábeis se houver requerimento da parte e em casos específicos; 
por sua vez, a exibição parcial é permitida que seja realizada de ofício (ou a requerimento da 
parte), conforme art. 421, do CPC. 
Por fim, importante mencionar que o Código de Processo Civil dá diferente tratamento a`eficácia 
probatória dos livros empresariais quando se trata de litígio entre empresários e entre não 
empresários. 
Quando se tratar de litígio entre empresários, em regra, o livro provará a favor; quando se tratar 
de litígio entra não empresários (ou seja, um empresário de um lado e um não empresá de outro, 
como um trabalhador, o fisco, o consumidor etc), em regra, os livros provam CONTRA, mas o 
empresário poderá, por meio de outro instrumento de prova, provar o contrário. 
 
NOME EMPRESARIAL 
• É o verdadeiro nome do empresário, da EIRELI ou da sociedade empresária. É aquele que 
encontramos nas notas e cupons fiscais, além disso é encontrado nos contratos, nos 
processos, na Carteira de Trabalho, etc. 
• Registrado na Junta Comercial e, a partir do registro, ele passa a ter proteção. 
Obs.: não se pode confundir o nome empresarial com o título do estabelecimento. 
➔ Nome empresarial: aquele registrado na Junta Comercial e identifica o empresário; 
➔ Título do estabelecimento: é aquele que consta na fachada do imóvel (ou do sítio virtual) 
e identifica o ponto. É sinônimo de nome fantasia. 
➔ Também não se pode confundir com marca - que é o elementos de identificação de um 
produto ou serviços, cujo registro é de âmbito nacional, no site do INPI. 
Pode ser que eles se coincidam! 
 
Espécies de nome empresarial 
Duas espécies: 
a) Firma ou razão social; 
b) Denominação; 
Existem dois tipos empresariais comuns em que é possível escolher entre firma e denominação: 
EIRELI e Sociedade Limitada (inclusive a unipessoal). 
São dois elementos possíveis constantes de um nome empresarial: 
1- nome de um ou mais sócios; 
2- nome de uma ou mais atividades exercidas. 
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Firma ou razão social: é obrigatório o nome de algum sócio e facultativo o nome de alguma 
atividade; 
Denominação: é facultativo o nome de algum sócio e obrigatório o nome de alguma 
atividade. Além disso, admite-se elemento fantasia (elemento fantasia é a expressão, 
normalmente de cunho mercadológico/publicitário, que é colocada no nome empresarial na 
modalidade denominação, sempre isso represente o nome de alguém ou mesmo uma 
atividade). 
 
Princípios do nome empresarial 
1) Novidade: não podem ter nomes iguais ou semelhantes no mesmo Estado da federação; 
2) Veracidade: exprime a verdade, ou seja, os elementos constantes do nome empresarial 
devem refletir a realidade do empresário ou da sociedade empresária. Em outras palavras, 
se for para constar o nome de alguém, esse alguém de fato deve ser sócio; se for para 
constar o nome de uma atividade, esta deve ser a atividade efetivamente desempenhada.

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