Buscar

teoria da constituição

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONSTITUIÇÃO (CAP. 2) – LENZA 
SENTIDOS DAS CONSTITUIÇÕES 
 
Sentido SOCIOLÓGICO – Ferdinand 
Lassalle 
As Constituições somente seriam legítimas 
se refletissem os fatores reais de poder. 
Caso contrário, não passariam de uma 
descartável “folha de papel”. 
 
 
 
 
Sentido POLÍTICO – Carl Schmitt 
Distingue Constituição de lei 
constitucional, sendo que aquela somente 
se refere às decisões políticas 
fundamentais (estrutura e órgãos do 
Estado, direitos fundamentais, democracia e 
etc.), e estas dizem com os dispositivos 
despidos de fundamentalidade material. 
Do pensamento de Schmitt, criou-se a 
classificação das Constituições materiais 
(=Constituição) e Constituições formais 
(=leis constitucionais). 
 
Sentido JURÍDICO – Hans Kelsen A Constituição é norma pura, puro dever-
ser, sem qualquer pretensão filosófica, 
sociológica ou política. A Constituição possui 
dois aspectos: 1) lógico-jurídico, 
significando norma fundamental hipotética, 
que serve de fundamento lógico 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
transcendental para a validade da 
Constituição jurídico-positivo (2), que 
equivale ao conjunto positivado de normas 
constitucionais que repousa no mais alto grau 
da pirâmide normativa. A primeira norma é 
suposta; as segundas, postas. 
 De Carl Schmitt, formulou-se a célebre distinção entre Constituição 
formal e material. O autor distingue Constituição de leis constitucionais, 
sendo aquela correspondente apenas a um conjunto de normas especialmente 
fundamentais ao Estado, também denominadas de “decisões políticas 
fundamentais”. A CF formal, a seu turno, refere-se às normas cujo texto está 
contido formalmente no corpo da Lei Maior (Dirley da Cunha Jr). 
 O modelo de Constituição dogmática coincide com as Constituições 
escritas. Ser dogmática pressupõe seja a CF escrita, eis que o diploma deve 
consolidar os dogmas e princípios vigentes no momento em que elaborada. A 
pontualidade histórica de uma CF dogmática não poderia ser observada em uma 
CF consuetudinária. 
 
 É de Karl Loewestein a classificação ontológica das constituições, que 
podem ser: 1) normativas, quando tenham efetivamente valor jurídico; 2) 
nominais, cujas normas não têm eficácia jurídica; são tomadas como 
constituições fechadas, pois não se “abrem” à realidade social; 3) semânticas, 
que, por sua vez, servem apenas para justificar juridicamente o exercício 
autoritário do poder (Dirley da Cunha Jr). 
 
 
 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
Classificação ontológica (Karl 
Loewestein) 
Características 
Constituições normativas 
Constituições com efetivo valor jurídico. É 
normativa porque a Constituição é reputada 
norma jurídica cogente. 
 
Constituições nominais 
Constituições sem valor jurídico. São 
“fechadas”, porque não espelham os 
anseios e valores da sociedade. 
 
Constituições semânticas 
Constituições como documento destinado 
apenas a justificar juridicamente o 
exercício do poder autoritário. 
 
 
 
 
 MUITO CUIDADO: Expressão “Constituição Semântica” é utilizada por 
Alexandre de Moraes, para designar, quanto à hermenêutica constitucional, 
aquelas constituições cuja interpretação de suas normas dependa da 
averiguação de seu conteúdo significativo. Em outras palavras, dependa da 
análise de seu conteúdo sociológico, ideológico e metodológico, 
possibilitando uma maior aplicabilidade político-normativa-social do texto 
constitucional (Caiu em prova: BACEN/2009!). 
 
 
 
 
 
 
 
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
Elementos orgânicos 
Cuidam da estrutura do Estado e do Poder. 
São os títulos: “Da Organização do Estado”; 
“Da organização dos Poderes e do Sistema 
de Governo”; “Das Forças Armadas e Da 
Segurança Pública”; “Da Tributação e do 
Orçamento”. 
 
Elementos limitativos 
Normas que compõem o acervo de direitos 
e garantias fundamentais negativos ou de 
1ª dimensão, que limitam o Poder do 
Estado. 
 
Elementos socioideológicos 
Normas que veiculam o compromisso da 
Constituição com o Estado Social, 
ponderando os valores liberais com a 
necessidade do bem comum. Constituem o 
rol de direitos fundamentais de 2ª geração. 
 
 
 
Elementos de estabilização 
constitucional 
Conjunto de normas destinadas a assegurar 
a solução de conflitos constitucionais, a 
defesa da Constituição, do Estado e das 
instituições democráticas. São exemplos, as 
Ações Diretas de Inconstitucionalidade; a 
intervenção federal; os processos de 
emenda a CF; a jurisdição constitucional*; 
estado de defesa e de sítio. 
*ATENÇÃO: para fins de prova, embora seja 
função de um Poder, a Jurisdição 
Constitucional não é elemento orgânico, mas 
sim de estabilização constitucional. 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
Elementos formais de aplicabilidade 
Regras de aplicação da Constituição, tais 
como preâmbulo; ADCT; art. 5, §1º, que 
estabelece ser de aplicabilidade imediata as 
normas de direitos fundamentais. 
 
 
_______________________________________________________________ 
 
EVOLUÇÃO CONSTITUCIONAL NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Constituição de 1824 
 Consagrou ideias do constitucionalismo liberal, 
identificadas com um importante rol de direitos civis 
e políticos. Todavia, esta lista de direitos era 
deficitária, haja vista a manutenção da escravidão e 
do voto censitário; 
 Forma Unitária de Estado; 
 Constituição semirrígida (único exemplo na 
história das Constituições brasileiras), isto é, o 
processo de alteração era mais dificultoso apenas 
para parte do texto constitucional. 
 Eleições indiretas para o Legislativo; 
 Sufrágio censitário, ou seja, para votar e ser 
votado, era necessário ser atingida determinadas 
condições econômicas. 
 Religião oficial católica; 
 Poder Moderador; 
ATENÇÃO: A CF Imperial, embora tenha tutelado a 
garantia da livre locomoção, não trouxe em seu texto o 
instituto do habeas corpus, que surgiu somente em 1830, 
e no plano infraconstitucional, com o Código Criminal. A 
primeira Constituição a tratar sobre o HC foi a de 1891. 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Constituição de 1891 
Influenciada pela Constituição dos EUA, de 1787, 
a CF/1891 foi marcada pelo (a): 
 
 Sistema de governo presidencialista; 
 Forma de Estado Federal; 
 Forma de governo republicana; 
 Constituição rígida; 
 Aprimoramento da declaração de direitos, 
consagrando-se, no plano constitucional, a garantia 
do habeas corpus; 
 Consagração pela primeira vez do Estado laico: não 
há mais religião oficial; 
 Tripartição de Poderes clássica e extinção do Poder 
Moderador; 
 Poder Legislativo bicameral, tanto na esfera federal 
quanto na estadual; 
 Voto direto. Todavia, é bom que se atente que a 
primeira eleição para Presidente da República foi 
indireta, nos termos das disposições transitórias da 
CF/1891; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Influenciada pela Constituição de Weimar, de 
1919, a CF/1934 foi marcada pelo(a): 
 
 Democracia Social ou Estado Social de Direito, 
com a consagração de direitos fundamentais de 2ª 
dimensão; 
 Constituiçãorígida; 
 Garantia do voto feminino com igual peso ao 
masculino e do voto secreto; 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
 
 
Constituição de 1934 
 Surgimento do Mandado de Segurança e da Ação 
Popular; 
 Poder legislativo permanece bicameral, mas as 
casas passam a desempenhar funções distintas 
(bicameralismo desigual), em contrapartida ao 
paradigma anterior, marcado pela identidade das 
funções básicas das duas casas (bicameralismo 
rígido ou paritário). O Senado Federal passa a 
colaborar com a Câmara dos Deputados, motivo por 
que José Afonso da Silva afirma tratar-se de 
unicameralismo imperfeito, já que o SF era mero 
colaborador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Constituição de 1937 
Influenciada pela Constituição Polonesa de 1935, 
a outorgada CF/1937 recebeu o apelido de 
Constituição Polaca e foi marcada pelo(a): 
 
 Retrocesso de direitos e garantias fundamentais: foi 
instituída a censura; extinguidos o MS e a ação 
popular; proibidos a greve e o lock-out; elastecidas 
as hipóteses de pena de morte, para alcançar crimes 
políticos e homicídio cruel; 
 Avanços na economia e conquistas de direitos 
trabalhistas; 
 Forma federal de Estado apenas nominal, ou seja, 
sem correspondência com a realidade, já que os 
Estados-membros tiveram sua autonomia reduzida, 
havendo, por exemplo, a constante assunção de 
governos estaduais por interventores federais; 
 O Senado Federal deixou de existir durante o 
chamado Estado Novo; foi substituído pela figura 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
do Conselho Federal, que atuava ao lado da Câmara 
dos Deputados; 
 Sufrágio indireto nas eleições para Câmara dos 
Deputados e Presidência da República; 
 Posterior dissolvição do Parlamento federal, 
estadual e municipal; 
ATENÇÃO: embora com a CF/1937 tenham sido 
garantidos diversos direitos trabalhistas, a greve era 
vedada. 
 
 
 
 
 
 
Constituição de 1946 
 Inspirando-se nas ideias liberais da CF/1891 e nas 
ideias sociais da CF/1934, a CF/1946 buscou 
harmonizar a livre-iniciativa com a justiça social; 
 Retorno do voto direito, do MS e da Ação Popular; 
 Reconhecimento do direito de greve; 
ATENÇÃO: durante a vigência da CF/1946, em 1961 foi 
instaurado o sistema de governo parlamentarista, cuja 
principal novidade foi a dualidade das funções do 
Executivo, as quais passaram a ser exercidas pelo PR e 
por um Conselho de Ministros, a quem incumbiu a 
responsabilidade pelo Governo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Outorgada. Obs.: há quem entenda, todavia, que do 
ponto de vista formal, a CF/64 tenha sido 
promulgada, já que votada e aprovada pelo 
Congresso Nacional, o que não prevalece para fins 
de concurso. 
 Forma de governo republicana; 
 Forma de Estado federal, conforme o texto 
constitucional. Entretanto, tal dispositivo é apenas 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
Constituição de 1964 nominal, já que, a bem da verdade, o modelo de 
Estado brasileiro mais se aproximava de um Estado 
unitário, com forte concentração de poder da esfera 
federal. 
 Voto indireto para Presidência da República e direto 
para o Parlamento; 
 AI-5 trouxe, dentre outras restrições, a 
impossibilidade de apreciação judicial dos atos 
praticados de acordo com o seu texto, bem como 
a suspensão da garantia do HC para crimes 
políticos, contra a economia popular ou contra a 
ordem econômica e social. 
 
Constituição de 1967 – EC 
1/69 
 Destaca-se que, embora editada sob a forma de 
Emenda Constitucional, a doutrina considera que 
tal emenda é, a bem da verdade, manifestação do 
Poder Constituinte Originário, dado o seu caráter 
revolucionário. 
Constituição de 1988 
 
 Constituição Cidadã ora vigente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
HERMENÊUTICA (cap. 3) – Lenza 
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL 
 
 
Método jurídico, hermenêutico 
clássico, ou de Forsthoff 
 
 
1 
A interpretação da Constituição não se distingue da 
interpretação de uma lei e, por isso, para se 
interpretar o sentido da lei constitucional, devem-se 
utilizar as regras tradicionais da interpretação. Em 
suma: lei e CF se equivalem do ponto de vista 
hermenêutico. Em suma: deve se aplicar às 
normas constitucionais os métodos clássicos 
utilizados para interpretação das leis. 
 
 
Método tópico-problemático 
 
2 
Parte-se de um problema para norma, já que as 
normas da CF são abertas, o que dificultaria tomá-
las como ponto de partida. 
 
CASONORMA 
 
Método hermenêutico- 
concretizador 
 
3 
Parte da norma para o caso. Funda-se em um 
“círculo hermenêutico” condizente com 
“movimento de ir e vir” das pré-compreensões do 
intérprete (pressuposto subjetivo) e de sua 
consideração da realidade externa (pressuposto 
objetivo). 
 
NORMACASO 
 
 
 
Reputa a norma como fenômeno cultural. A 
análise da norma não pode ater-se à leitura fria da 
lei, mas deverá avançar ao substrato sócio-político 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
Método científico-espiritual 
 
4 
a ela inerente. Relaciona-se com a realidade social 
e com o movimento dinâmico de renovação 
constante dos sentidos normativos, em 
compasso com as modificações da vida em 
sociedade. 
 
ATENÇÃO: Foi considerada CORRETA a assertiva 
formulada pelo CESPE, segundo a qual “de acordo 
com o método de interpretação constitucional 
denominado científico-espiritual, a Constituição é 
um instrumento de integração, não apenas sob o 
ponto de vista jurídico-formal, mas também, e 
principalmente, em perspectiva política e 
sociológica, como instrumento de solução de 
conflitos, de construção e de preservação da 
unidade social”. 
Portanto, é bom se ter em mente que alguns 
elementos do PRINCÍPIO do efeito integrador 
estão presentes também no MÉTODO científico-
espiritual. 
Método normativo-estruturante 
ou de Müller 
 
5 
 
Texto é diferente de norma. 
 
TEXTOCONTEXTONORMA 
Método da comparação 
constitucional 
 
6 
 
Relaciona-se com o Direito Comparado. A 
interpretação dos institutos se implementa mediante 
a comparação nas várias Constituições. 
 
 
 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL – LENZA 
 
Princípio da Unidade da CF 
 
1 
Refere-se à interpretação sistemática da CF. 
Obriga o intérprete a considerar a CF em sua 
globalidade e a procurar harmonizar os 
espaços de tensão existentes entre as normas 
constitucionais a concretizar (Canotilho) 
 
 
 
 
Princípio do Efeito integrador 
 
 
2 
As soluções extraídas pelo intérprete devem ser 
pluralisticamente integradoras (Canotilho); 
unidade política e integração social devem ser 
os objetivos desse princípio. 
 
CUIDADO: “unidade política” é expressão-
chave do princípio do efeito integrador e NÃO 
do princípio da unidade da CF. 
 
Princípio da Máxima efetividade 
 
3 
 
Deve-se preferir a interpretação que reconheça 
maior eficácia às normas constitucionais, 
especialmente as de DF. 
Princípio da Justeza ou 
conformidade/exatidão/ 
Diz com a adequação ao esquema 
organizatório-funcional,entendido como o 
 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
correção funcional 
 
 
4 
modelo de Estado concebido pela CF. Ou seja, 
não pode o intérprete subverter a organização do 
Estado, alterando, por exemplo, as funções 
constitucionalmente estabelecidas. Protege-se, 
sobretudo, a Separação de Poderes. 
 
Princípio da Concordância 
prática/harmonização 
 
5 
Equivale à ponderação de interesses 
constitucionais. Busca-se evitar o sacrifício total 
de um princípio em relação a outro que lhe 
conflite com maior peso. Fundamenta-se na 
inexistência de hierarquia entre os princípios. 
 
 
 
Princípio da Força normativa 
(Konrad Hesse) 
 
 
 
 
 
 
6 
Como princípio hermenêutico, relaciona-se, 
sobremaneira, à necessidade de atualização 
das normas constitucionais, para adequá-las à 
realidade social vivenciada pelo povo. Confere-
se, dessa forma, máxima efetividade às normas 
constitucionais, já que afetas ao pensamento 
constitucional vigente na sociedade. 
 
Já no que concerne à busca da força normativa 
quando da elaboração de uma CF, tem-se que 
as normas jurídicas e a realidade devem ser 
consideradas em condicionamento recíproco. A 
norma constitucional não tem existência 
autônoma em face da realidade. Para ser 
aplicável, a Constituição deve ser conexa à 
realidade jurídica, social e política, não sendo 
apenas determinada pela realidade social, mas 
determinante em relação a ela (TRF/2009). 
 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
A força normativa de uma CF depende da 
chamada “vontade de constituição”, entendida 
como a disposição do povo de orientar sua 
própria conduta segundo a ordem constitucional 
vigente. Esta vontade será tão mais intensa, 
quanto a Constituição espelhar os valores 
essenciais da comunidade política, captando 
seu espírito. É importante ressaltar que, para 
Hesse, no eventual conflito entre os fatores 
reais de poder de Lassalle e a Constituição 
escrita, esta nem sempre haverá de sucumbir, 
pois não se deve desprezar seu valor normativo 
e sua força para mudar a realidade. (Leo Van 
Holthe). 
 
Princípio da Interpretação conforme 
a CF 
 
 
 
7 
Diante de normas polissêmicas, deve-se dar a 
elas o sentido que mais se aproxime da CF. A 
interpretação conforme a CF somente pode ser 
operada quando a norma tenha espaço para 
várias interpretações (plurissignificativa ou 
polissêmica), pois o intérprete não pode atuar 
como legislador positivo, mesmo que a 
pretexto de adequar uma norma 
inconstitucional ao texto Maior. Nesse caso, a 
solução deve ser pela declaração de 
inconstitucionalidade. 
 
 
 
 
 
Pauta de natureza axiológica que emana 
diretamente das ideias de justiça, equidade, 
bom-senso, prudência, moderação, justa 
medida, proibição de excesso e de insuficiência, 
direito justo e valores afins (Karl Larenz e 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
Princípio da Proporcionalidade ou 
razoabilidade 
 
 
 
 
8 
Inocêncio Coelho). Preenche-se de três 
elementos: 1) necessidade ou exigibilidade: 
medida restritiva de direito só se legitima se 
indispensável; podendo-se substituí-la por outra 
menos gravosa, deve-se evitá-la; 2) adequação, 
pertinência ou idoneidade: o meio escolhido 
deve ser adequado ao fim buscado; 3) 
proporcionalidade em sentido estrito: refere-
se ao custo-benefício da medida, que deve ser 
positivo; busca-se a máxima efetividade com 
mínima restrição. 
 
 
 Na hermenêutica constitucional, a corrente interpretativista nega 
qualquer possibilidade de o juiz, na interpretação constitucional, criar o Direito, 
indo além do que o texto lhe permitir. De outra forma, a corrente não-
interpretativista defende um ativismo judicial na interpretação da Constituição, 
proclamando a possibilidade e até a necessidade de os juízes invocarem e 
aplicarem valores substantivos (Dirley da Cunha Jr). Filosoficamente, a corrente 
interpretativista é procedimentalista, ao passo que a não-interpretativista é 
substancialista (CUIDADO: caiu na AGU em 2007!). 
 
Corrente Características 
 
 
 
Interpretativista 
- Ostenta características próprias da 
Escola Exegética, que viveu seu auge 
nos tempos do Código de Napoleão: a 
atividade judicante é apenas para 
reproduzir o que a lei, clara, perfeita e 
completa, já diz. O juiz interpreta de 
forma procedimental, não podendo ir 
além do texto. 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
 
 
Não-interpretativista 
- Ostenta características próprias do 
Neoconstitucionalismo. O juiz deve, 
interpretando o Direito, criar normas 
para o caso concreto. A expressão 
que bem caracteriza esta corrente é 
ativismo judicial. O juiz interpreta de 
forma substancial. 
 
 
 Na hermenêutica constitucional, segundo o princípio do efeito 
integrador, a CF deve ser entendida como um projeto normativo global que se 
destine a assegurar a harmonia entre o social e o jurídico, com vistas à 
manutenção da ordem constitucional. Devem-se integrar os valores e anseios da 
Sociedade ao projeto de CF elaborado pelo Estado (Dirley da Cunha Jr). A 
interpretação constitucional deve prestigiar os sentidos que favoreçam a 
integração entre os setores da sociedade e a unidade política (Leo Van Holte). 
 
 Na hermenêutica constitucional, tem-se o método de Forsthoff, também 
conhecido como método jurídico ou hermenêutico-clássico, segundo o qual 
a interpretação da Constituição não se distingue da interpretação de uma lei e, 
por isso, para se interpretar o sentido da lei constitucional, devem-se utilizar as 
regras tradicionais da interpretação. Em suma: lei e CF se equivalem do ponto 
de vista hermenêutico. 
_______________________________________________________________ 
 
Poder Constituinte – Lenza: 
 O Poder Constituinte é ilimitado juridicamente, ou seja, não há regra 
jurídica anterior que lhe imponha quaisquer modos de agir. Todavia, isso não 
significa garantir ao constituinte originário um poder supremo, arbitrário, pois 
existem limitações de ordem política que devem ser respeitadas, sob pena de 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
ser tornada ilegítima a sua atuação. É que a titularidade do Poder Constituinte 
Originário é do povo. Sendo assim, aquele que se propõe a representá-lo, deve 
levar em conta os valores morais, éticos, religiosos e sociais, que, de fato, 
constituem a vontade do povo. Do contrário, a pretensa revolução 
constitucional não passará de um delito penal (art. 5º, XLIV, CF), conforme 
acentua Gilmar Mendes. CUIDADO: esse desdobramento deve ser considerado 
em provas discursivas, devendo ser analisado com reservas nas objetivas. 
Nestas, deve-se assinalar como correta a assertiva segundo a qual o Poder 
Constituinte Originário é ilimitado. 
 Embora no DF a regência normativa se opere por Lei Orgânica, a bem 
da verdade, a natureza desse diploma é tipicamente constitucional, sendo, 
portanto, manifestação do Poder Constituinte Derivado. Assim, ato 
questionado em face da LODF enseja controle de constitucionalidade. 
CUIDADO: Ao contrário, Leis Orgânicas municipais, por deverem guardar 
sintonia tanto com a CF/88, como com a CE (dois graus), NÃO são manifestação 
do Poder Constituinte derivado, o qual deve decorrer direta e unicamente do 
Poder Constituinte Originário (CF/88). Essas leis são, pois, meros parâmetrosde legalidade, e não de constitucionalidade. 
 
LEI ORGÂNICA DO DF 
Diploma constitucional, 
decorrente do Poder Constituinte 
Derivado; 
Pode ser parâmetro de controle 
de constitucionalidade. 
LEIS ORGÂNICAS DOS 
MUNICÍPIOS 
 
Diplomas legais; 
Pode ser parâmetro de controle 
de legalidade (apenas). 
 
 ATENÇÃO – PODER CONSTITUINTE DIFUSO: Diz-se Poder 
Constituinte Difuso o poder de fato que alterna informalmente a CF, por meio 
da técnica denominada de “mutação constitucional”. É, pois, corolário da 
manifestação do povo, nas ordens econômica, social, cultural e política, em 
ordem a contemplar novo sentido às normas constitucionais, SEM que lhes 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
sejam impingidas modificações formais, ou seja, no próprio texto normativo. É 
difuso porque desorganizado e implícito, características que não lhe retiram a 
legitimidade. 
 O Direito brasileiro inadmite tanto a inconstitucionalidade superveniente 
(que, no caso de Direito pré-constitucional, resolve-se em juízo de revogação), 
como a constitucionalidade superveniente, já que vige o princípio da 
contemporaneidade do parâmetro de constitucionalidade. Assim, para que 
uma lei seja recepcionada, deve ela ser válida, formal e materialmente, em face 
da CF sob cuja regência fora editada, ainda que não tenha sido objeto de 
controle concentrado de constitucionalidade em momento pré-constitucional. 
Isso porque a nova CF não ressuscita ou revigora leis nulas, ainda quando tais 
leis sejam materialmente compatíveis com a nova ordem constitucional (caiu na 
PFN!). Vide quadro-resumo abaixo: 
 
CONSTITUIÇÃO REQUISITOS PARA RECEPÇÃO 
Antiga Constituição, sob cuja 
vigência foi editada a lei: 
Compatibilidade material e 
formal; 
Nova Constituição: Compatibilidade apenas material 
 
 ATENÇÃO: O STF não admite a modulação temporal dos efeitos de 
suas decisões que impliquem a não recepção de norma pré-constitucional 
(hipótese distinta da modulação em controle difuso, que é admitida pela Corte): 
 (...) 2. MODULAÇÃO TEMPORAL DOS EFEITOS DA DECISÃO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE: TÉCNICA INAPLICÁVEL QUANDO SE TRATAR 
DE JUÍZO NEGATIVO DE RECEPÇÃO DE ATOS PRÉ-CONSTITUCIONAIS. 
- O Supremo Tribunal Federal tem reconhecido, excepcionalmente, a possibilidade 
de proceder à modulação ou limitação temporal dos efeitos da declaração de 
inconstitucionalidade, mesmo quando proferida, por esta Corte, em sede de 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
controle difuso. Precedente: RE 197.917/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA 
(Pleno). 
- Revela-se inaplicável, no entanto, a teoria da limitação temporal dos efeitos, 
se e quando o Supremo Tribunal Federal, ao julgar determinada causa, nesta 
formular juízo negativo de recepção, por entender que certa lei pré-constitucional 
mostra-se materialmente incompatível com normas constitucionais a ela 
supervenientes. 
- A não-recepção de ato estatal pré-constitucional, por não implicar a declaração de 
sua inconstitucionalidade - mas o reconhecimento de sua pura e simples revogação 
(RTJ 143/355 – RTJ 145/339) -, descaracteriza um dos pressupostos 
indispensáveis à utilização da técnica da modulação temporal, que supõe, para 
incidir, dentre outros elementos, a necessária existência de um juízo de 
inconstitucionalidade. 
 
 No Brasil, o fenômeno da desconstitucionalização, ou seja, tornar, na 
vigência da nova CF, infraconstitucional uma norma constitucional, não é regra, 
devendo o Constituinte, caso repute necessário, consubstanciá-la em texto 
expresso. 
 Para o STF, em regra, a retroatividade da nova ordem constitucional 
é mínima, temperada ou mitigada, ou seja, aplica-se a fatos que venham a 
acontecer após a sua promulgação, referentes a negócios passados. Porém, o 
Constituinte Originário pode excepcionar tal regra por expressa previsão no 
texto constitucional. Tal possibilidade não é franqueada ao Poder Constituinte 
Derivado, que se limita a editar normas de retroatividade mínima, em razão da 
coisa julgada, direito adquirido e ato jurídico perfeito. 
 
 
 
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
Eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais (cap. 5) – Lenza 
 Normas de eficácia contida: o fator de restrição da eficácia dessas normas 
pode ser outra norma constitucional, lei infraconstitucional, ou mesmo 
circunstâncias de ordem pública, bons costumes e paz social, conceitos 
vagos cuja concretização é efetivada pela Administração Pública. 
 Mesmo as normas de eficácia limitada, para cuja realização plena é 
necessária a edição de norma (lei ou EC) integrativa, possuem um mínimo de 
eficácia imediata, pois: 1) impõem o dever de legislar às autoridades com 
iniciativa para tanto; 2) servem de parâmetro de constitucionalidade; 3) criam 
situações subjetivas de vantagem ou desvantagem; 4) conformam a 
interpretação das normas constitucionais ou infraconstitucionais. 
 Para José Afonso da Silva, o texto do art. 5º, §1º, da CF/88, ao estatuir 
que “as normas definidoras de direitos fundamentais têm APLICAÇÃO imediata”, 
não quer dizer que todos os direitos fundamentais são de APLICABILIDADE 
imediata. Aplicação é, portanto, diferente de aplicabilidade. O sentido que a 
referida norma constitucional pretende revelar é que: 1) os direitos e garantias 
individuais devem ser aplicados até onde existam possibilidades institucionais 
que assegurem a referida aplicação; 2) o Poder Judiciário está habilitado a 
prestar direitos fundamentais, ainda que garantidos em norma ressentida de 
plena eficácia, quando instado, no caso concreto, pelas vias do mandado de 
injunção. 
 ATENÇÃO – DIFERENÇA ENTRE NORMA DE EFICÁCIA CONTIDA E 
NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA: As normas referidas se diferenciam, 
principalmente, quanto ao início de sua eficácia jurídica. Isso porque as normas 
de eficácia contida nascem plenamente eficazes, com propensão, dessa 
maneira, para revelar-se no mundo dos fatos imediatamente. A lei posterior à 
norma constitucional apenas restringe essa eficácia, que nasceu plena. Por sua 
vez, a norma de eficácia limitada não nasce eficaz, pois necessita de uma 
norma posterior (“a lei instituirá...”) para espraiar seus efeitos no mundo real. A 
 
 
 
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/ 
 
lei posterior, portanto, não se destina a restringir a sua eficácia, mas sim a 
constituí-la. 
 
_______________________________________________________________

Continue navegando