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C M Y CM MY CY CMY K capa_curvas.pdf 1 26/10/12 11:25 Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2012 Planejamento, Programação e Controle da Produção Disciplina na modalidade a distância Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina | Campus UnisulVirtual | Educação Superior a Distância Reitor Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Corrêa Máximo Pró-Reitor de Ensino e Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitora de Administração Acadêmica Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Desenvolvimento e Inovação Institucional Valter Alves Schmitz Neto Diretora do Campus Universitário de Tubarão Milene Pacheco Kindermann Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis Hércules Nunes de Araújo Secretária-Geral de Ensino Solange Antunes de Souza Diretora do Campus Universitário UnisulVirtual Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Diretor Adjunto Moacir Heerdt Secretaria Executiva e Cerimonial Jackson Schuelter Wiggers (Coord.) Marcelo Fraiberg Machado Tenille Catarina Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendonça Assessoria de Relação com Poder Público e Forças Armadas Adenir Siqueira Viana Walter Félix Cardoso Junior Assessoria DAD - Disciplinas a Distância Patrícia da Silva Meneghel (Coord.) Carlos Alberto Areias Cláudia Berh V. da Silva Conceição Aparecida Kindermann Luiz Fernando Meneghel Renata Souza de A. Subtil Assessoria de Inovação e Qualidade de EAD Denia Falcão de Bittencourt (Coord.) Andrea Ouriques Balbinot Carmen Maria Cipriani Pandini Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Felipe Fernandes Felipe Jacson de Freitas Jefferson Amorin Oliveira Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Tamara Bruna Ferreira da Silva Coordenação Cursos Coordenadores de UNA Diva Marília Flemming Marciel Evangelista Catâneo Roberto Iunskovski Auxiliares de Coordenação Ana Denise Goularte de Souza Camile Martinelli Silveira Fabiana Lange Patricio Tânia Regina Goularte Waltemann Coordenadores Graduação Aloísio José Rodrigues Ana Luísa Mülbert Ana Paula R.Pacheco Artur Beck Neto Bernardino José da Silva Charles Odair Cesconetto da Silva Dilsa Mondardo Diva Marília Flemming Horácio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janaína Baeta Neves Jorge Alexandre Nogared Cardoso José Carlos da Silva Junior José Gabriel da Silva José Humberto Dias de Toledo Joseane Borges de Miranda Luiz G. Buchmann Figueiredo Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina Schweitzer Veit Maria da Graça Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Fontanella Roberto Iunskovski Rose Clér Estivalete Beche Vice-Coordenadores Graduação Adriana Santos Rammê Bernardino José da Silva Catia Melissa Silveira Rodrigues Horácio Dutra Mello Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn José Carlos Noronha de Oliveira José Gabriel da Silva José Humberto Dias de Toledo Luciana Manfroi Rogério Santos da Costa Rosa Beatriz Madruga Pinheiro Sergio Sell Tatiana Lee Marques Valnei Carlos Denardin Sâmia Mônica Fortunato (Adjunta) Coordenadores Pós-Graduação Aloísio José Rodrigues Anelise Leal Vieira Cubas Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani de Paula Karla Leonora Dayse Nunes Letícia Cristina Bizarro Barbosa Luiz Otávio Botelho Lento Roberto Iunskovski Rodrigo Nunes Lunardelli Rogério Santos da Costa Thiago Coelho Soares Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher Gerência Administração Acadêmica Angelita Marçal Flores (Gerente) Fernanda Farias Secretaria de Ensino a Distância Samara Josten Flores (Secretária de Ensino) Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Adenir Soares Júnior Alessandro Alves da Silva Andréa Luci Mandira Cristina Mara Schauffert Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Evilym Melo Livramento Fabiano Silva Michels Fabricio Botelho Espíndola Felipe Wronski Henrique Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Indyanara Ramos Janaina Conceição Jorge Luiz Vilhar Malaquias Juliana Broering Martins Luana Borges da Silva Luana Tarsila Hellmann Luíza Koing Zumblick Maria José Rossetti Marilene de Fátima Capeleto Patricia A. Pereira de Carvalho Paulo Lisboa Cordeiro Paulo Mauricio Silveira Bubalo Rosângela Mara Siegel Simone Torres de Oliveira Vanessa Pereira Santos Metzker Vanilda Liordina Heerdt Gestão Documental Lamuniê Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Daniel Lucas de Medeiros Jaliza Thizon de Bona Guilherme Henrique Koerich Josiane Leal Marília Locks Fernandes Gerência Administrativa e Financeira Renato André Luz (Gerente) Ana Luise Wehrle Anderson Zandré Prudêncio Daniel Contessa Lisboa Naiara Jeremias da Rocha Rafael Bourdot Back Thais Helena Bonetti Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Janaína Baeta Neves (Gerente) Aracelli Araldi Elaboração de Projeto Carolina Hoeller da Silva Boing Vanderlei Brasil Francielle Arruda Rampelotte Reconhecimento de Curso Maria de Fátima Martins Extensão Maria Cristina Veit (Coord.) Pesquisa Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem) Pós-Graduação Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.) Biblioteca Salete Cecília e Souza (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Marília Ignacio de Espíndola Renan Felipe Cascaes Gestão Docente e Discente Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Capacitação e Assessoria ao Docente Alessandra de Oliveira (Assessoria) Adriana Silveira Alexandre Wagner da Rocha Elaine Cristiane Surian (Capacitação) Elizete De Marco Fabiana Pereira Iris de Souza Barros Juliana Cardoso Esmeraldino Maria Lina Moratelli Prado Simone Zigunovas Tutoria e Suporte Anderson da Silveira (Núcleo Comunicação) Claudia N. Nascimento (Núcleo Norte- Nordeste) Maria Eugênia F. Celeghin (Núcleo Pólos) Andreza Talles Cascais Daniela Cassol Peres Débora Cristina Silveira Ednéia Araujo Alberto (Núcleo Sudeste) Francine Cardoso da Silva Janaina Conceição (Núcleo Sul) Joice de Castro Peres Karla F. Wisniewski Desengrini Kelin Buss Liana Ferreira Luiz Antônio Pires Maria Aparecida Teixeira Mayara de Oliveira Bastos Michael Mattar Patrícia de Souza Amorim Poliana Simao Schenon Souza Preto Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais Didáticos Márcia Loch (Gerente) Desenho Educacional Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD) Roseli A. Rocha Moterle (Coord. Pós/Ext.) Aline Cassol Daga Aline Pimentel Carmelita Schulze Daniela Siqueira de Menezes Delma Cristiane Morari Eliete de Oliveira Costa Eloísa Machado Seemann Flavia Lumi Matuzawa Geovania Japiassu Martins Isabel Zoldan da Veiga Rambo João Marcos de Souza Alves Leandro Romanó Bamberg Lygia Pereira Lis Airê Fogolari Luiz Henrique Milani Queriquelli Marcelo Tavares de Souza Campos Mariana Aparecida dos Santos Marina Melhado Gomes da Silva Marina Cabeda Egger Moellwald Mirian Elizabet Hahmeyer Collares Elpo Pâmella Rocha Flores da Silva Rafael da Cunha Lara Roberta de Fátima Martins Roseli Aparecida Rocha Moterle Sabrina Bleicher Verônica Ribas Cúrcio Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Letícia Regiane Da Silva Tobal Mariella Gloria Rodrigues Vanesa Montagna Avaliação da aprendizagem Claudia Gabriela Dreher Jaqueline Cardozo Polla Nágila Cristina Hinckel Sabrina Paula Soares Scaranto Thayanny Aparecida B. da Conceição Gerência de Logística Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente) Logísitca de Materiais Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraao do Nascimento Germano Bruna Maciel Fernando Sardão da Silva Fylippy Margino dos Santos Guilherme Lentz Marlon Eliseu Pereira Pablo Varelada Silveira Rubens Amorim Yslann David Melo Cordeiro Avaliações Presenciais Graciele M. Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Angelica Cristina Gollo Cristilaine Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Delano Pinheiro Gomes Edson Martins Rosa Junior Fernando Steimbach Fernando Oliveira Santos Lisdeise Nunes Felipe Marcelo Ramos Marcio Ventura Osni Jose Seidler Junior Thais Bortolotti Gerência de Marketing Eliza B. Dallanhol Locks (Gerente) Relacionamento com o Mercado Alvaro José Souto Relacionamento com Polos Presenciais Alex Fabiano Wehrle (Coord.) Jeferson Pandolfo Karine Augusta Zanoni Marcia Luz de Oliveira Mayara Pereira Rosa Luciana Tomadão Borguetti Assuntos Jurídicos Bruno Lucion Roso Sheila Cristina Martins Marketing Estratégico Rafael Bavaresco Bongiolo Portal e Comunicação Catia Melissa Silveira Rodrigues Andreia Drewes Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Rafael Pessi Gerência de Produção Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Design Visual Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Alberto Regis Elias Alex Sandro Xavier Anne Cristyne Pereira Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Daiana Ferreira Cassanego Davi Pieper Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Fernanda Fernandes Frederico Trilha Jordana Paula Schulka Marcelo Neri da Silva Nelson Rosa Noemia Souza Mesquita Oberdan Porto Leal Piantino Multimídia Sérgio Giron (Coord.) Dandara Lemos Reynaldo Cleber Magri Fernando Gustav Soares Lima Josué Lange Conferência (e-OLA) Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.) Bruno Augusto Zunino Gabriel Barbosa Produção Industrial Marcelo Bittencourt (Coord.) Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico Maria Isabel Aragon (Gerente) Ana Paula Batista Detóni André Luiz Portes Carolina Dias Damasceno Cleide Inácio Goulart Seeman Denise Fernandes Francielle Fernandes Holdrin Milet Brandão Jenniffer Camargo Jessica da Silva Bruchado Jonatas Collaço de Souza Juliana Cardoso da Silva Juliana Elen Tizian Kamilla Rosa Mariana Souza Marilene Fátima Capeleto Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Monique Napoli Ribeiro Priscilla Geovana Pagani Sabrina Mari Kawano Gonçalves Scheila Cristina Martins Taize Muller Tatiane Crestani Trentin Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: cursovirtual@unisul.br | Site: www.unisul.br/unisulvirtual Palhoça UnisulVirtual 2012 Design instrucional Marina Cabeda Egger Moellwald Álvaro Paz Graziani Planejamento, Programação e Controle da Produção Livro didático Edição – Livro Didático Professor Conteudista Álvaro Paz Graziani Design Instrucional Marina Cabeda Egger Moellwald Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramação Fernanda Fernandes Revisão Amaline Boulus Issa Mussi ISBN 978-85-7817-420-0 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Copyright © UnisulVirtual 2012 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 658.56 G81 Graziani, Álvaro Paz Planejamento, programação e controle da produção : livro didático / Álvaro Paz Graziani ; design instrucional Marina Cabeda Egger Moellwald. – Palhoça : UnisulVirtual, 2012. 318 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7817-420-0 1. Administração de produção. 2. Planejamento da produção. I. Moellwald, Marina Cabeda Egger. II. Título. Sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Palavras do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 - Gestão de sistemas produtivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 UNIDADE 2 - Planejamento agregado de produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 UNIDADE 3 - Planejamento-mestre de produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 UNIDADE 4 - Programação e controle da produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 UNIDADE 5 - Planejamento de Recursos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209 UNIDADE 6 - Produção puxada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 309 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 311 Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 313 Respostas e comentários das atividades de autoavaliação . . . . . . . . . . . . . 315 Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 317 7 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Planejamento, Programação e Controle da Produção. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma e aborda conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo a distância, proporcionando condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz. Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual, por isso a “distância” fica caracterizada somente na modalidade de ensino que você optou para sua formação, pois na relação de aprendizagem professores e instituição estarão sempre conectados com você. Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem à disposição diversas ferramentas e canais de acesso tais como: telefone, e-mail e o Espaço Unisul Virtual de Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual. Palavras do professor A natureza competitiva do mundo globalizado evidenciou a importância de profissionais altamente capacitados no gerenciamento dos processos internos das organizações mais bem sucedidas. Um dos processos mais importantes para o sucesso dessas organizações é o do planejamento, programação e controle da produção. Este processo se desdobra em atividades realizadas no curto, médio e longo prazo, envolvendo um grande número de variáveis e situações. Nosso trabalho será compreender quais decisões são necessárias para permitir que o gerenciamento do sistema produtivo alcance os níveis de desempenho almejados. Para isso, você estudará os tópicos: Gestão de Sistemas Produtivos Planejamento Agregado de Produção Planejamento-Mestre de Produção Programação e Controle da Produção Planejamento de Recursos Produção Puxada A forma de apresentação, o ritmo de estudo e os exercícios propostos o/a conduzirão à compreensão do processo de planejamento, programação e controle da produção e ao uso do conhecimento necessário para implementá-lo. Um ótimo aprendizado! Plano de estudo O plano de estudos visa a orientá-lo no desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam,portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: o livro didático; o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA); as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de autoavaliação); o Sistema Tutorial. Ementa Caracterização do problema de planejamento, programação e controle da produção e estoques (PCP), gestão da demanda, gestão de estoques, planejamento agregado da produção, programação da produção intermitente (repetitivos e em lotes), planejamento e programação da produção unitária (grandes projetos), planejamento e programação da produção contínua, principais técnicas utilizadas no PCP. Sistemas de informações para PCP. 12 Universidade do Sul de Santa Catarina Objetivos Geral: Ensinar a função do Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP) dentro do contexto organizacional e a forma mais adequada de gerenciá-lo para alcançar os resultados planejados pela organização. Específicos: Abordar as principais atividades gerenciais do PPCP. Relacionar as filosofias de gestão de operações com as necessidades dos diferentes sistemas de produção. Apresentar as ferramentas do PPCP. Analisar um sistema de PPCP. Discutir as principais características e diferenças entre os sistemas de PPCP puxado e empurrado. Carga Horária A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula. Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. Unidades de estudo: 6 13 Nome da disciplina Unidade 1 – Gestão de sistemas produtivos Esta unidade contém os seguintes assuntos: definição de PCP, classificação dos sistemas de produção e sua importância para o PCP, hierarquia do processo de planejamento, gestão da demanda, gestão de estoques e gestão da capacidade. Unidade 2 – Planejamento agregado de produção Esta unidade aborda o conceito de planejamento e trata da hierarquia do planejamento estratégico e da formulação do plano agregado de produção. Unidade 3 – Planejamento-mestre de produção Esta unidade trata da dinâmica do processo de planejamento- mestre de produção (PMP), análise e validação da capacidade, e registro básico do PMP. Unidade 4 – Programação e controle da produção Nesta unidade, são descritas as atividades de curto prazo do PCP: carregamento, sequenciamento, programação e controle da produção. Unidade 5 – Planejamento de recursos Nesta unidade, é abordada a evolução do planejamento de recursos e as características dos sistemas empurrados de PCP: MRP II e OPT. Unidade 6 – Produção puxada Esta unidade trata da abordagem criada pela Toyota para tratar dos processos puxados de PPCP: o Just-In-Time (JIT) e a programação kanban. 14 Universidade do Sul de Santa Catarina Agenda de atividades/Cronograma Verifique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e professor. Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina. Atividades obrigatórias Demais atividades (registro pessoal) 1UNIDADE 1Gestão de sistemas produtivos Objetivos de aprendizagem Saber caracterizar os sistemas de gestão de produção e suas diferentes abordagens. Entender o que é planejamento e controle da produção (PCP) e sua relação com os sistemas de produção. Conhecer a hierarquia do processo de planejamento. Analisar os princípios básicos da gestão de estoques. Compreender como a capacidade e a demanda são tratadas pelo PCP. Seções de estudo Seção 1 Sistemas de gestão de produção Seção 2 Planejamento e controle da produção Seção 3 Classificação dos sistemas de produção Seção 4 Gestão da demanda Seção 5 Gestão de estoques Seção 6 Gestão da capacidade 16 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo Nessa primeira unidade, você se familiarizará com os conceitos básicos envolvidos no planejamento e controle da produção. Após caracterizarmos os sistemas de gestão de produção e definirmos os objetivos do PCP, conheceremos a hierarquia do processo de planejamento. Veremos qual é a importância da classificação dos sistemas de produção para o PCP. Estudaremos, também, introdutoriamente, gestão da demanda, gestão da capacidade e gestão de estoques. Seção 1 – Sistemas de gestão de produção Nesta seção, veremos o que são os sistemas de gestão de produção e introduziremos as principais abordagens mais extensivamente usadas pelas organizações. As diferentes abordagens, com origem e natureza distintas, tratam de forma quase antagônica o gerenciamento dos sistemas de produção, para que sejam cumpridos os objetivos estratégicos da organização. Esta seção servirá, posteriormente, para ajudá-lo/a a compreender a função do planejamento e controle da produção (PCP), tema da seção 2. Os sistemas de gestão (ou administração) da produção devem planejar a produção e controlar o seu desempenho para que sejam atingidos os objetivos estratégicos da organização. 17 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 Conforme Corrêa, Gianesi e Caon (2001), trata-se de sistemas de informação para apoio à tomada de decisões táticas e operacionais referentes às seguintes questões logísticas básicas: O que produzir e comprar? Quanto produzir e comprar? Quando produzir e comprar? Com quais recursos produzir e comprar? A gestão de processos na manufatura evoluiu rapidamente, desde a publicação da obra escrita por Frederick Taylor, Princípios da Administração Científica, em 1911. A rápida evolução dos sistemas de gestão de produção nesses últimos 100 (cem) anos foi provocada, principalmente, pela indústria automobilística, ao promover duas grandes transformações na forma como são produzidos bens de consumo, quais sejam: a transformação da produção artesanal em produção em massa, realizada por Henry Ford em 1913; e a criação da produção enxuta, idealizada pela Toyota após a II Guerra Mundial. O fordismo foi forjado a partir do taylorismo e, incrementado pela tecnologia de informação, deu origem aos sistemas integrados de gestão, ou Planejamento de Recursos Empresariais (Enterprise Resources Planning ou ERP), fortemente apoiados na tecnologia de informação. Você já ouviu falar do MRP (Material Requirements Planning ou planejamento de necessidades de materiais) e do MRP II (Manufacturing Resources Planning ou planejamento dos recursos de manufatura)? Estes foram sistemas que deram origem ao ERP e que são utilizados para o planejamento e controle da produção. O MRP II é um sistema computadorizado que permite o cálculo das quantidades necessárias dos recursos de manufatura e dos momentos em que estes são necessários. Com isso, pode-se atender a demanda, prevenindo-se a formação de estoques desnecessários. 18 Universidade do Sul de Santa Catarina Por outro lado, o Japão pós-guerra foi o ambiente propício para o desenvolvimento do toyotismo, sistema criado como alternativa aos métodos fordistas. O Sistema Toyota de Produção (STPou TPS – Toyota Production System) é conhecido no Ocidente também como Manufatura Enxuta (Lean Manufacturing) ou Mentalidade Enxuta (Lean Thinking). Enquanto o MRP II empurra a manufatura através da emissão de ordens de compra e produção, o sistema just-in-time (JIT) utiliza kanbans para puxar a produção em ambientes enxutos. Além dos sistemas MRP II e JIT, existem outras abordagens que, embora não tão abrangentes nem tão amplamente utilizadas, são empregadas setorialmente ou em situações específicas: APS (Advanced Planning and Scheduling ou programação e planejamento avançado): são sistemas de programação avançada de produção, utilizados em situações complexas, quando as limitações do MRP II tornam o sistema insuficiente para gerar programas viáveis de produção. PERT/ CPM (Programme Evaluation and Review Technique/ Critical Path Method ou técnica de revisão e avaliação de programa/ método do caminho crítico): são sistemas de gerenciamento de redes de atividades utilizados no sequenciamento de projetos. OPT (Optimized Production Technology ou tecnologia de produção otimizada): é um sistema computadorizado de gestão de produção que, ampliado posteriormente, originou a Teoria das Restrições. Como nenhuma abordagem ou sistema específico oferece uma solução perfeita para todos os males, muitas organizações constituídas por subunidades com características diferentes optaram por utilizar sistemas híbridos que contemplem duas ou mais abordagens diferentes. 19 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 Seção 2 – Planejamento e controle da produção Nesta seção, estudaremos os principais conceitos, objetivos e funções básicas relacionados ao planejamento e controle da produção. Também precisamos entender a hierarquia do processo de planejamento e qual a sua importância para o PCP. Como o seu próprio nome sugere, o PCP é uma área de decisão da empresa que objetiva planejar e controlar os recursos alocados ao processo produtivo, visando a atender a demanda dos clientes. Mas o que significam os termos planejar e controlar? O PCP é a função da administração que integra a produção às demais funções da empresa através da informação. Planejar significa projetar o futuro diferentemente do passado, por causas sob nosso controle. Controlar, por sua vez, é lidar com variações e desvios que implicam o redesenho dos planos ou intervenção na operação. O PCP é um setor de apoio e, conforme Tubino (2007), responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos, da melhor maneira possível, aos planos estabelecidos nos níveis: estratégico; tático; e operacional. Martins e Laugeni (2007) afirmam que o PCP deve informar corretamente a situação corrente dos recursos – o que envolve pessoas, equipamentos, instalações, materiais – e, das ordens – de compra e de produção –, além de ser capaz de reagir de forma eficaz. 20 Universidade do Sul de Santa Catarina Corrêa, Gianesi e Caon (2001) afirmam que, como sistema de transformação de informações da manufatura, o PCP deve ser capaz de apoiar o tomador de decisões. Entre as suas funções básicas, estão: planejar necessidades futuras de capacidade; planejar o suprimento de materiais (momento e quantidade certos); planejar níveis adequados de estoque nos pontos corretos; priorizar as atividades de produção; saber da situação corrente das ordens e dos recursos para comunicar-se com clientes e fornecedores; prover informações das operações a outras funções; prometer prazos e fazer cumprir; e reagir eficazmente. Estas funções básicas do planejamento e controle dos recursos do processo produtivo servem para que os objetivos básicos do PCP sejam atingidos, quais sejam: manter o nível mínimo desejável de estoque de matérias- primas; manter o nível mínimo desejável de estoque de produtos em processo; manter o nível mínimo desejável de estoque de produtos acabados; atingir o nível adequado de utilização da capacidade produtiva; manter um nível adequado de variação da capacidade produtiva; atingir o nível adequado de atendimento à demanda; e 21 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 reprogramar a produção na ocorrência de mudanças não previstas nos recursos produtivos ou na demanda, considerando o timing adequado e a consistência em relação aos demais objetivos de desempenho do sistema. 2.1 – Hierarquia das decisões de planejamento Corrêa, Gianesi e Caon (Ibid.) afirmam que planejar é entender como as considerações conjuntas da situação presente e da visão de futuro influenciam as decisões tomadas no presente para que se atinjam determinados objetivos no futuro. Para tanto, são considerados, geralmente, três horizontes de planejamento: 1. longo; 2. médio; e 3. curto prazo. O longo prazo, em geral, possui um horizonte de meses ou anos; o médio prazo possui um horizonte de semanas ou meses; e o curto prazo possui um horizonte de horas, dias ou semanas. As decisões que envolvem maiores recursos necessitam de maiores prazos, e o nível de incerteza é maior. Por outro lado, decisões que envolvem poucos recursos, geralmente necessitam de menores prazos, mas o nível de incerteza é menor. A hierarquia do processo de planejamento de produção estabelece que cada prazo adotado necessita de um nível diferente de agregação de dados: Planejamento estratégico: no longo prazo, as empresas desenvolvem um plano agregado de produção, baseado na previsão de vendas agregadas, em que consideram as famílias de produtos. Planejamento tático: no médio prazo, as empresas desagregam as informações contidas no plano agregado e desenvolvem um plano-mestre de produção onde consideram quais produtos finais serão produzidos, 22 Universidade do Sul de Santa Catarina período a período, até o final do horizonte de planejamento, com base nos pedidos em carteira e na previsão de vendas detalhada. Planejamento operacional: no curto prazo, as empresas executam a programação de produção, onde consideram quais componentes e atividades são necessários até a entrega de produtos aos clientes. O Quadro 1.1 mostra a hierarquia do processo de planejamento de produção em termos de prazo, horizonte de planejamento, nível decisório, plano formulado, nível de agregação de dados e previsão de vendas. Prazo Horizonte Nível Decisório Plano Nível de agregação Previsão de vendas Longo Meses Anos Estratégico Plano Agregado Famílias de produtos Agregada Médio Semanas Meses Tático Plano-Mestre Produtos finais Detalhada Curto Horas Dias Semanas Operacional Programação Componentes e operações Detalhada ou real Quadro 1.1 – Hierarquia do processo de planejamento de produção Fonte: Elaboração do autor (2012). Os dados são desagregados (ou detalhados) nível a nível, do longo para o curto prazo. Quando necessário, pode ser definido um quarto nível de desagregação de dados, chamado de curtíssimo prazo, separando os componentes das operações. Evidentemente, estes prazos dependem da flexibilidade em se montar, manobrar e operar o sistema produtivo. A fabricação de aviões, por exemplo, terá prazos muito maiores do que os processos de injeção e extrusão de plásticos. A Figura 1.1 ilustra o processo de desagregação de dados em cada horizonte de planejamento. Horizonte de planejamento é o tamanho do tempo futuro sobre o qual se tenha interesse em desenvolver uma visão. 23 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 Longo Prazo Médio Prazo Curto Prazo Curtíssimo Prazo mês 1 mês 2 mês 3 mês 12 sem 1 sem 2 sem 3 sem 4 sem 5 sem 12 sem 1 sem 2 sem 3 sem 4 seg ter qua qui sex sabFamílias Produtos Componentes Operações desagregação Figura 1.1 – Hierarquia do processo de planejamento de produção Fonte: Corrêa, Gianesi e Caon (2001, p. 42). É importante entender a hierarquia do processo do planejamento para que possamos compreender como as decisões são tomadas em um ambiente de negócios. Tubino (2007) afirma que, para transformar insumos em produtos, o sistema produtivo deve ser pensado em termos das inércias decisórias envolvidas, onde planos são feitos e ações são disparadas com base nestes próprios planos, de modo que, dentro destes horizontes, os eventos planejados pelas empresas venham a se tornar realidade. Os prazos, atividades e objetivos na tomada de decisão nas empresas ao longo dos horizontes de planejamento estratégico, tático e operacional podem ser visualizados na Figura 1.2. Prazos Longo prazo Médio prazo Curto prazo Atividades Plano agregado (estratégico) Plano-mestre (tático) Programação (operacional) Objetivos Previsão de vendas de LP Previsão de vendas de MP e pedidos de carteira Vendas Previsão de capacidade de produção Planejamento da capacidade Produção Figura 1.2 – Prazos, atividades e objetivos na tomada de decisão nas empresas Fonte: Adaptado de Tubino (2007, p.1). Inércia decisória é o tempo que decorre do momento da tomada de decisão até o momento que esta decisão toma efeito. 24 Universidade do Sul de Santa Catarina 2.2 – O fluxo de informações e o PCP É necessário que planos sejam formulados para atingir as metas e estratégias definidas de uma empresa, bem como administrar os recursos humanos e físicos baseados nestes planos, direcionar a ação dos recursos humanos sobre os físicos e acompanhar esta ação, permitindo a correção de prováveis desvios. Como departamento de apoio, o PCP é responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a atender, da melhor maneira possível, os planos estabelecidos nos níveis estratégico, tático e operacional. (TUBINO, 2007). Muitas áreas da empresa precisam fornecer diversas informações, para que os objetivos do PCP sejam atingidos: Marketing ou comercial: pedidos firmes em carteira e previsões de vendas; Engenharia de produto: listas de materiais e desenhos técnicos (estrutura de produto); Engenharia de processo: roteiros de fabricação com os lead times padrões; Compras ou suprimentos: entradas e saídas de materiais em estoque; Manutenção: planos de manutenção preventiva; Financeiro: plano de investimentos e fluxo de caixa; Recursos humanos: planos de recrutamento de treinamento da mão de obra. Uma visão geral do fluxo de informações das atividades do PCP é apresentada na Figura 1.3. Lead time, ou tempo de atravessamento ou fluxo, é uma medida do tempo gasto pelo sistema produtivo para transformar matérias-primas em produtos acabados. 25 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 Marketing Previsão de Vendas Pedidos em Carteira Engenharia Estrutura do Produto Roteiro de Fabricação Planejamento Estratégico da Produção Planejamento-Mestre da Produção Planejamento da Produção Gestão de Estoques Sequenciamento de Operações Emissão e Liberação Plano Agregado de Produção Plano-Mestre de Produção Fornecedores Compras Pedidos de Compras Ordens de Compras Ordens de Fabricação Ordens de Montagem Estoques Fabricação e Montagem Clientes Av al ia çã o de D es em pe nh o Ac om pa nh am en to e C on tr ol e da P ro du çã o Figura 1.3 – Fluxo de informações e PCP Fonte: Adaptado de Tubino (2007, p.3). Seção 3 – Classificação dos sistemas de produção Estudaremos, nesta seção, os principais conceitos associados aos sistemas de produção e sua relação com as funções de planejamento e controle da produção. Será apresentada a classificação dos sistemas de produção de acordo com: a natureza do produto (bem ou serviço); o grau de padronização do produto; e os tipos de processo envolvido em sua transformação. Um sistema de produção é constituído por um ou mais processos que transformam insumos (entradas) em produtos (saídas). De acordo com Slack et al.(2007), as entradas são constituídas pelos 26 Universidade do Sul de Santa Catarina recursos a serem transformados, tais como materiais, informações e consumidores, e os recursos de transformação, formados por equipamentos e pessoas. Os produtos são as saídas do sistema de produção e podem abranger tanto a manufatura de bens quanto a prestação de serviços. Um processo é uma ou mais atividades que transformam um ou mais insumos (entradas) em um ou mais resultados (saídas) a seus clientes. Conforme Tubino (2000), deve-se garantir as entradas adequadas e o bom funcionamento do processo de transformação para que se obtenham as saídas pretendidas na forma de bens e serviços. Os sistemas de produção podem ser configurados de diversas maneiras, de acordo com a natureza e o grau de padronização do produto ou pelo tipo de processos envolvidos em sua transformação. Os processos devem ser projetados em função dos objetivos de desempenho desejados por uma organização em termos de: qualidade (produzir com desempenho de qualidade melhor que a concorrência); custo (produzir a um custo mais baixo que a concorrência); velocidade (produzir mais rápido que a concorrência); confiabilidade (ser mais confiável nos prazos de entrega que a concorrência); e flexibilidade (ser capaz de reagir de forma rápida a eventos repentinos e inesperados). Porém, mesmo que as operações sejam similares entre si na forma de transformar recursos de entrada em saída de bens e serviços, Krajewski, Ritzman e Malhotra (2009) afirmam que, ao selecionarem as técnicas e estratégias apropriadas, os administradores podem projetar processos que dão vantagem competitiva às empresas. 27 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 A Figura 1.4 ilustra, de forma simplificada, o diagrama de um sistema produtivo constituído por recursos de entrada, processos de transformação e saídas na forma de bens e serviços. • Instalações • Funcionários Recursos de entrada de transformação • Materiais • Informações • Consumidores Recursos de entrada a serem transformados Recursos de entrada Bens e serviços Planejamento e controle Projeto Melhoria PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO Consumidores Papel e posição competitiva da produção Estratégia da produção Objetivos estratégicos da produção Figura 1.4 – Diagrama do sistema produtivo Fonte: Adaptado de Slack et al. (2007, p. 25). A classificação dos sistemas produtivos, conforme Tubino (1999), tem por finalidade facilitar o entendimento das características inerentes a cada sistema de produção e sua relação com a complexidade do planejamento e execução das atividades produtivas. Uma empresa pode conviver com mais de um tipo de sistema de produção e um produto pode ser feito em diferentes processos produtivos. De maneira geral, afirma Tubino (2007), as funções de planejamento e controle da produção se tornam mais complexas à medida que a demanda se torna mais diversificada, e os lotes, como consequência, diminuem. Os sistemas de produção podem ser configurados de diversas maneiras, de acordo com a natureza e o grau de padronização do produto ou pelo tipo de processos envolvidos em sua transformação. Assim, analisaremos cada uma dessas classificações nas próximas seções. 28 Universidade do Sul de Santa Catarina 3.1 – Natureza do produto Em relação à natureza do produto, os sistemas de produção podem estar voltadospara a manufatura de bens ou para a prestação de serviços. (TUBINO, 1999). O sistema de produção é dito uma manufatura de bens, quando o produto fabricado é algo tangível, como um avião, um refrigerador ou uma máquina, podendo ser tocado e visto. O sistema de produção é dito um prestador de serviços, quando o produto gerado é intangível, podendo apenas ser sentido, por exemplo, uma terapia, uma música ou uma consultoria. Conforme ilustra o Quadro 1.2, diferenciam-se quanto à tangibilidade, estocabilidade, transportabilidade, simultaneidade, contato com o consumidor e qualidade: BENS SERVIÇOS Tangibilidade Geralmente tangíveis Geralmente intangíveis Estocabilidade Estocáveis (pelo menos parcialmente) Não estocáveis Transportabilidade Transportáveis Intransportáveis Simultaneidade Geralmente produzidos antes do recebimento pelo consumidor Com frequência, produzidos simultaneamente ao seu consumo Contato com o consumidor Baixo nível de contato Nível mais alto de contato Qualidade A qualidade da operação é julgada com base nos próprios bens O consumidor, que muitas vezes participa da operação, julga o resultado e aspectos de sua produção Quadro 1.2 – Diferenças entre bens e serviços Fonte: Adaptado de Slack et al. (2007). A dicotomia entre prestação de serviços e manufatura de bens, no entanto, pode levar a decisões e encaminhamentos equivocados, se levarmos em consideração que, de acordo com Slack et al. (2007) e Corrêa & Corrêa (2004), a maioria das empresas oferece um pacote de valor composto de bens e serviços. 29 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 Alguns negócios, como a produção de petróleo ou a extração de minérios, podem ser considerados 100% manufatura de bens. Outros, no entanto, tais como clínicas de psicoterapia ou consultórios de psicanálise, são considerados 100% prestação de serviço. Entre esses dois extremos, situam-se diversas organizações que oferecem produtos compostos de bens e serviços. Existem casos em que serviços são agregados ao fornecimento de bens como estratégia de diferenciação, principalmente nas situações em que o produto é similar ao da concorrência. Conforme ilustra a Figura 1.5, a parcela do valor referente aos bens e aos serviços varia de acordo com o negócio analisado. BENS PUROS Tangíveis Podem ser estocados A produção precede o consumo Baixo nível de contato com o consumidor Podem ser transportados A qualidade é evidente SERVIÇOS PUROS Intangíveis Não podem ser estocados A produção e o consumo são simultâneos Alto nível de contato com o consumidor Não podem ser transportados É difícil julgar a qualidade Pr od uç ão d e pe tr ól eo Fu nd iç ão d e al um ín io Fá br ic an te d e m áq ui na s es pe ci ai s Re st au ra nt e Se rv iç os d e si st em as d e in fo rm át ic a Co ns ul or ia g er en ci al Cl ín ic a ps ic ot er áp ic a Figura 1.5 – Compostos de bens e serviços Fonte: Adaptado de Corrêa e Corrêa (2004). 3.2 – Grau de padronização do produto De acordo com Tubino (1999), produtos padronizados são aqueles bens ou serviços que apresentam alto grau de uniformidade, enquanto que produtos sob medida são bens ou serviços desenvolvidos para um cliente específico. 30 Universidade do Sul de Santa Catarina O grau de padronização do produto está relacionado com o volume de produção demandado pelo mercado. Quanto mais padronizados forem os recursos produtivos e os métodos de trabalho e controles de um sistema produtivo, maior será a eficiência do sistema, com a consequente redução dos custos. Por outro lado, os sistemas de produção sob medida possuem, normalmente, grande capacidade ociosa, pois o prazo de entrega consta como um fator determinante no atendimento ao cliente. Além disso, a dificuldade em padronizar os métodos de trabalho e os recursos produtivos gera produtos mais caros do que os padronizados. A formação de estoques de matérias-primas e produtos acabados, a existência de ganhos de escala, a padronização de métodos de trabalho, a automação de processos, o tamanho dos tempos de conclusão (lead times), o nível de ociosidade dos recursos, entre outras variáveis, dependem do grau de padronização do produto. As principais características e diferenças relacionadas ao grau de padronização do produto podem ser visualizadas no Quadro 1.3. Produtos Padronizados Produtos Sob Medida Definição do produto Os produtos são definidos previamente – os clientes esperam encontrá-los à sua disposição no mercado Espera-se a manifestação dos clientes para definir os produtos Estoque Frequentemente são produzidos para estoque Não são produzidos para estoque Escala Produzidos em grande escala Os lotes normalmente são unitários Padronização dos métodos de trabalho Alta Baixa Automação Mais aplicável Menos aplicável Ociosidade Baixa Alta Exemplos Eletrodomésticos, roupas, combustíveis, automóveis, alimentos industrializados, linhas aéreas, serviços bancários, fastfoods etc. Máquinas-ferramenta, alta costura, construção civil, estaleiros, restaurantes, projetos arquitetônicos, clínicas médicas, táxis etc. Quadro 1.3 – Grau de padronização do produto Fonte: Adaptado de Tubino (1999). 31 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 3. 3 – Tipos de processo Os sistemas de produção podem ser classificados, segundo seu tipo de operação, em dois grandes grupos: processos contínuos e discretos. (TUBINO, 2007). Os processos contínuos envolvem a produção de bens ou serviços que não podem ser identificados individualmente. Os processos discretos envolvem a produção de bens ou serviços que podem ser identificados em lotes ou unidades, cada lote ou produto podendo ser identificado individualmente, em relação aos demais. Os processos discretos, por sua vez, se dividem em processos em massa ou linha, processos em lote ou batelada (batch) e processos sob encomenda (divididos em processos de projeto e processos por tarefa), como pode ser visualizado na Figura 1.6. Produção de bens Contínuos Discretos Em massa Em lotes Sob encomenda Projetos Tarefas (jobbing) Figura 1.6 –Tipos de processo Fonte: Adaptado de Tubino (2007). Os processos em massa ou linha são caracterizados, de acordo com Corrêa & Corrêa (2004), pela produção em grande escala de produtos discretos, altamente padronizados, fluindo de maneira sincronizada de estação de trabalho a estação de trabalho, numa taxa pré-estabelecida. As linhas de montagem existentes na fabricação de carros e eletrodomésticos são alguns exemplos de processos em massa. De acordo com Tubino (1999), nesse sistema produtivo a variação entre os produtos acabados ocorre, geralmente, apenas no nível de montagem final, sendo seus componentes padronizados de 32 Universidade do Sul de Santa Catarina forma a permitir a produção em grande escala. A sincronização e padronização das atividades no arranjo físico linear diminuem o lead time produtivo, porém tornam o processo relativamente inflexível. Os processos em lotes ou bateladas (batch) se caracterizam pela produção de um volume médio de bens ou serviços padronizados em lotes, sendo que cada lote segue uma série de operações que devem ser programadas à medida que operações anteriores forem sendo realizadas. (TUBINO, 1999). Para atender a diferentes pedidos dos clientes e flutuações da demanda, esses processos devem ser relativamente flexíveis e empregar mão de obra mais polivalente e, geralmente, agrupar equipamentos pouco especializados em arranjos físicos funcionais oucelulares. Exemplos desses processos são as indústrias de autopeças, embalagem, estamparias, entre outros. Os processos sob encomenda têm como finalidade o atendimento de necessidades específicas dos clientes, com demandas baixas, tendendo para a unidade. (TUBINO, 1999). São compostos pelos processos de projeto e processos por tarefa. São caracterizados pelo baixo volume de produção de uma grande variedade de produtos discretos. Nos processos de projeto, os recursos transformadores são dedicados para cada produto, como acontece, por exemplo, na construção de navios, aviões e outros bens. Nos processos por tarefa ( jobbing), os recursos transformadores são compartilhados com diversos produtos. Alguns exemplos: construção de máquinas especiais, fábricas de móveis por encomenda e ferramentarias. Os produtos são concebidos em estreita ligação com os clientes e possuem datas específicas para serem concluídos, previamente negociadas com o cliente. O arranjo físico é geralmente do tipo funcional para permitir variados roteiros de fabricação. A dificuldade de gerar supermercados de estoques intermediários aumenta o leadtime produtivo. 33 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 O Quadro 1.4 resume as características de cada um dos diferentes tipos de processos. PROCESSO Contínuo Em Massa Em Lotes Sob Encomenda Volume de produção Alto Alto Médio Baixo Variedade de produtos Pequena Média Grande Grande Flexibilidade Baixa Média Alta Alta Qualificação da MOD Baixa Média Alta Alta Arranjo físico Linear Linear Funcional/ Celular Funcional Capacidade ociosa Baixa Baixa Média Alta Lead times Baixo Baixo Médio Alto Fluxo de informações Baixo Médio Alto Alto Produtos Contínuos Em lotes Em lotes Unitário Quadro 1.4 – Grau de padronização do produto Fonte: Adaptado de Tubino (2000). 3. 4 – Implicações das classificações para o PCP Tubino (1999) afirma que o grau de padronização dos produtos, o tipo de operações necessárias e a natureza dos produtos são fatores determinantes para a definição das atividades de planejamento e controle da produção, e essas diferentes formas de classificação ajudam a entender o nível de complexidade necessário para a execução do PCP. Itens padronizados para estoque e produtos sob encomenda são fabricados, planejados e controlados de maneiras diferentes. A produção de itens padronizados pode ser iniciada com base em uma previsão de vendas, e o nível de estoque pode ser empregado para regular as taxas de produção com a demanda de mercado. Por outro lado, aguarda-se a manifestação dos clientes no processo sob encomenda para iniciar-se a produção. Também é muito mais fácil controlar a produção de itens em processos repetitivos do que sob encomenda. O tipo de processo produtivo define a complexidade do planejamento e controle das atividades. As atividades de planejamento e controle da produção são simplificadas na medida 34 Universidade do Sul de Santa Catarina em que se reduz a variedade de produtos concorrentes por uma mesma gama de recursos. (TUBINO, 1999). Neste sentido, os processos contínuos e os processos intermitentes em massa são mais fáceis de se administrar do que os processos repetitivos em lote e sob encomenda, pois a variedade de produtos é pequena e o fluxo produtivo uniforme. Nos processos intermitentes em lote e sob encomenda, uma alteração na composição da demanda exige o replanejamento de todos os recursos produtivos. A complexidade do sistema de PCP também depende da natureza do produto. O planejamento e controle na produção de bens são mais consistentes do que na prestação de serviços. Os padrões de processo são mais previsíveis na transformação de insumos em produtos tangíveis por meio de máquinas. De acordo com Tubino (1999), a prestação de serviços envolve uma maior participação das pessoas, por natureza mais difíceis de serem padronizadas, e a necessidade da presença dos clientes no momento da produção, tornando a colocação de estoques amortecedores entre os processos uma tarefa complicada de difícil administração. Seção 4 – Gestão da demanda Nesta seção, estudaremos os dois componentes da gestão da demanda: a carteira de pedidos; e a previsão de vendas. A gestão da demanda é importante na medida em que o PCP precisa conhecer os volumes demandados pelo mercado para poder determinar a capacidade efetiva da operação produtiva e, assim, atender seus clientes. 35 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 A gestão da demanda engloba um conjunto de processos que fazem a interface da empresa com seu mercado consumidor e consiste na administração conjunta da carteira de pedidos e da previsão de vendas. Dependendo do negócio, esses processos podem incluir: o cadastramento de pedidos; a previsão de vendas; a promessa de entrega; o serviço ao cliente; e a distribuição física dos produtos. 4.1 – Tipos de demanda A natureza da demanda ao longo do tempo influencia fortemente o modo como controlamos os níveis de estoque e a previsão de vendas. Os recursos materiais ou estoques podem ser classificados, basicamente, de acordo com a natureza de sua demanda: em demanda independente; e em demanda dependente. A demanda independente é aquela que deve ser prevista, porque não está relacionada com nenhum outro item, enquanto que a demanda dependente é aquela que deve ser calculada, porque está relacionada ou depende de algum outro item. Mas o que significam esses termos? Demanda independente diz respeito aos itens cuja demanda decorre, em sua maioria, dos pedidos dos clientes externos, como produtos acabados que são vendidos diretamente aos clientes externos e itens de manutenção de uso interno requisitados por clientes internos, por exemplo, material de escritório. 36 Universidade do Sul de Santa Catarina A demanda dependente diz respeito aos itens cuja quantidade a ser utilizada depende da demanda de um item de demanda independente. Os componentes de um produto acabado podem ter suas quantidades calculadas a partir de algum evento sob controle do planejador. A demanda independente é a demanda futura por um item que, pela impossibilidade de ser calculado, tem obrigatoriamente de ser previsto, para que ele possa ser gerado. A maioria dos produtos acabados, afirmam Slack et al. (2007), tem a sua demanda futura amarrada a uma quantidade enorme de variáveis alheias ao controle do planejador, como: ofertas concorrentes e seu preço; condições climáticas; condições de moda; “humores” do mercado; condições macroeconômicas locais e globais, entre outras. A demanda dependente é a que pode ser calculada a partir da demanda de um produto acabado. Em relação ao tratamento que deve ser dado ao ressuprimento, o estoque também é dependente – quanto e quando comprar ou produzir pode ser determinado com precisão a partir da demanda por produtos acabados: vertical: componente necessário à produção de uma submontagem ou produto; horizontal: no caso de um acessório expedido junto com o produto. É importante salientar que um mesmo item, conforme a situação, pode ter demanda dependente ou independente. 37 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 É o caso, por exemplo, de uma autopeça fabricada por uma montadora de carros. As autopeças que serão incorporadas aos veículos comercializados pela montadora terão sua demanda tratada como dependente e aquelas que forem vendidas para oficinas, ou lojas de autopeças, terão sua demanda tratada como independente. A montadora terá de considerar as duas demandas conjuntamente para programar a produção dessas autopeças. Existe também a possibilidade de um item serde demanda independente para uma empresa e de demanda dependente para outra. Para que uma montadora de carros possa calcular a sua necessidade de pneus em um dia, por exemplo, basta multiplicar a quantidade de carros que serão montados por 5 (cada carro tem 5 pneus). Por outro lado, uma empresa que presta serviço de venda e troca de pneus precisa estabelecer uma quantidade de pneus a serem estocados com base em uma previsão de vendas. A Figura 1.7 ilustra como a demanda de pneus pode ser tratada como demanda dependente por uma montadora de carros e como demanda independente por uma revenda que presta serviço de troca de pneus. Revenda de pneus Montadora de carros A demanda por pneus é comandada pelo número planejado de carros a serem fabricados. A demanda por pneus é largamente comandada por fatores aleatórios. Demanda dependente Exemplo: entrada da loja de pneus na fábrica de carros. Demanda independente Exemplo: serviço de troca de pneus. Figura 1.7 – Demanda dependente e demanda independente Fonte: Slack et al. (2007, p. 288). 38 Universidade do Sul de Santa Catarina 4.2 – Carteira de pedidos Na maioria das empresas, a função de vendas (ou marketing) normalmente gerencia uma carteira de pedidos dinâmica e que muda o tempo todo com a entrada de novos pedidos e, eventualmente, com o cancelamento de alguns. Desta maneira, interessa para o PCP a parte da carteira de pedidos composta por pedidos confirmados pelos clientes. Essa carteira de pedidos pode ser um registro em papel ou um arquivo informatizado em diversas empresas. Normalmente, conterá informações sobre cada pedido, incluindo os registros do pedido exato de cada cliente, a quantidade e o momento do pedido. 4.3 – Previsão de vendas Uma previsão é uma afirmativa ou inferência sobre o futuro, usualmente baseada em informação histórica. Embora seja, provavelmente, o mais importante processo da gestão de demanda, normalmente os erros de previsão de vendas são consideráveis, afetando o processo de planejamento. As previsões têm uma função muito importante nos processos de planejamento dos sistemas de produção, pois permitem que os administradores desses sistemas antevejam o futuro e planejem suas ações adequadamente. São usadas pelo PCP em dois momentos distintos, para planejar: o sistema produtivo; e o uso deste sistema produtivo. Normalmente a responsabilidade pela preparação da previsão da demanda é do setor de marketing ou vendas, no entanto, aponta Tubino (2007), existem duas razões que a tornam importante para o planejamento e controle da produção, quais sejam: a previsão da demanda é a principal informação empregada pelo PCP na elaboração de suas atividades; 39 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 em empresas de pequeno e médio porte, cabe ao pessoal do PCP (geralmente o mesmo de vendas) elaborar estas previsões. O Quadro 1.5 mostra que existem basicamente duas abordagens principais para os métodos de previsão de vendas: qualitativa e quantitativa. Métodos qualitativos Métodos quantitativos Em que se baseiam Baseados na opinião de especialistas, privilegiam, principalmente, dados subjetivos, difíceis de serem representados numericamente Envolvem a análise numérica dos dados passados, com isenção de opiniões pessoais ou palpites Aplicação Quando não há tempo para coletar e analisar os dados da demanda passada Na introdução de um produto novo (sem dados passados para se apoiar) Quando o panorama político e o panorama econômico forem muito instáveis Quando há tempo e recursos para coletar e analisar os dados da demanda passada Quando o panorama político e o panorama econômico forem estáveis (não afetam o mercado de forma significativa) Técnicas Senso comum Pesquisa de mercado Consenso de painel Analogia histórica Método Delphi Média móvel simples Média móvel ponderada Média móvel exponencial Análise de regressão Técnica de Box Jenkins Quadro 1.5 – Métodos de previsão de vendas Fonte: Adaptado de Tubino (2007). Slack et al. (2007) apontam que, embora nenhuma abordagem ou técnica resulte em previsão exata, uma combinação dessas duas abordagens pode ser usada com grande efeito para integrar julgamentos especialistas e modelos numéricos. Além disso, não é conveniente, nas questões estratégicas para a empresa, que os rumos do negócio sejam decididos apenas com base em um modelo matemático. Corrêa, Gianesi e Caon (2001) apresentam um modelo, representado na Figura 1.8, que ilustra uma configuração genérica de um sistema de previsão de vendas. 40 Universidade do Sul de Santa Catarina Dados de variáveis que expliquem as vendas. Dados históricos de vendas. Informações que expliquem comportamento atípico. Tratamento estatístico dos dados de vendas e outras variáveis. Informações da conjuntura econômica Decisões da área comercial Outras informações do mercado Informações de clientes Informações de concorrentes Outras informações do mercado Tratamento das informações disponíveis Reunião de Previsão Comprometimento das áreas envolvidas Previsão de vendas Figura 1.8 – Sistema genérico de previsão de vendas Fonte: Corrêa, Gianesi e Caon (2001, p. 224). De acordo com esse modelo, os dados históricos de vendas e outras variáveis que ajudem a explicar o comportamento das vendas no passado são tratados estatisticamente, geralmente por meio de ferramentas computacionais. Planilhas eletrônicas ou aplicativos simples de bancos de dados podem ser utilizados nessa etapa. A informação gerada pelo tratamento estatístico dos dados não pode ser considerada como a previsão definitiva, pois outros fatores precisam ser avaliados, por exemplo: conjuntura econômica; informações de clientes; decisões comerciais; e outras informações do mercado. 41 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 A previsão de vendas definitiva é gerada em um evento denominado “reunião de previsão”, com a participação de representantes das principais áreas envolvidas no processo de planejamento. O modelo de previsão a ser adotado por uma empresa depende dos seguintes fatores: horizonte de planejamento; disponibilidade de dados; precisão necessária; orçamento disponível para a previsão; e disponibilidade de pessoal qualificado. Tubino (2007) afirma que itens pouco significativos podem ser previstos com maior margem de erro, no emprego de técnicas simples, assim como é admitida margem de erro maior para previsões de longo prazo, no emprego de dados agregados de famílias de produtos. Seção 5 – Gestão de estoques Nesta seção, veremos a importância da gestão de estoques para o PCP. Abordaremos os custos de administração de estoque, a classificação ABC e os modelos de gestão de estoques. Apresentaremos os conceitos necessários para definição do tamanho do lote de reposição e do estoque de segurança. Os estoques funcionam como reguladores do fluxo de negócios: se fosse possível uma perfeita sincronia entre oferta e demanda, os estoques seriam desnecessários. A velocidade com que os materiais são recebidos (unidades recebidas por unidade de tempo ou entradas) é normalmente diferente da velocidade com que são consumidos (unidades consumidas por unidade de tempo ou saídas), devido à presença de uma série de incertezas. A agregação dos dados reduz as incertezas da previsão. Neste sentido, a previsão para grupos de produtos é mais precisa do que para os produtos individualmente, visto que, no grupo, os erros individuais de previsão se minimizam. Definido em um sistema de produção como a acumulação de recursos materiais,mas pode também ser aplicado a estoques de informação e a estoques de pessoas, geralmente chamados de filas. 42 Universidade do Sul de Santa Catarina Existem as incertezas relativas ao fornecimento, como as seguintes: fornecedores não confiáveis; problemas de qualidade; atrasos por quebra de máquinas; e falta de controle na produção. E as incertezas relativas à demanda: demanda imprevisível; previsão ruim; mudanças no plano de produção; e falta de coordenação. A gestão do fluxo de entrada é função de compras, e a gestão do fluxo de saídas é função de vendas e distribuição. A harmonização dos dois fluxos dentro da fábrica é função do planejamento e controle da produção (PCP). Segundo Slack et al. (2007), não somente há diversas razões para o desequilíbrio entre fornecimento e demanda, mas também pode haver pontos nos quais esse desequilíbrio existe entre diferentes estágios na produção. As empresas mantêm uma atitude ambivalente em relação aos estoques. Não obstante o fato de empatarem uma quantidade considerável de capital, os estoques proporcionam certa segurança em ambientes incertos e complexos. Ou seja, apesar dos custos associados à manutenção de algum nível de estoque, eles facilitam a harmonização entre fornecimento e demanda, evitando problemas, como por exemplo, atrasos na produção por falta de matérias-primas, perda de clientes por falta de produto acabado, parada de equipamentos por falta de sobressalentes e outras perdas diversas. 43 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 Ballou (2007) enumera seis razões, para que os estoques sejam mantidos: melhorar o nível de serviço; incentivar economias na produção; permitir economias de escala nas compras e no transporte; agir como proteção contra aumento de preços; proteger a empresa de incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento; e servir como segurança contra contingências. No entanto, apesar de serem recursos produtivos que armazenam valor e serem necessários para compensar a imprevisibilidade dos processos organizacionais e ambientais, existe uma série de argumentos contra a manutenção de estoques, quais sejam: os estoques são considerados um desperdício, pois o capital investido neles poderia ser mais bem empregado em melhorar a produtividade e a competitividade da empresa; a manutenção de estoques não contribui com qualquer valor direto para os produtos das empresas; estoques, às vezes, acabam desviando a atenção da existência de problemas no canal de suprimento, pois possibilitam evitar o planejamento e a coordenação ao longo dos vários elos do canal; e níveis elevados de estoque tendem a gerar conformidade com o erro e as causas dos problemas não são atacadas. A gestão de estoques equilibra a necessidade de disponibilidade de produtos com os custos de abastecimento associados a determinado nível de estoque. Procura-se, portanto, balancear os objetivos de custo, de um lado, com o nível de serviço prestado aos clientes, de outro lado. 44 Universidade do Sul de Santa Catarina 5.1 – Teoria do lote econômico Tubino (2007) enumera três categorias diferentes de custos associados ao processo de reposição e armazenagem dos itens: custo direto; custo de preparação; e custo de manutenção de estoque. São custos conflitantes ou em compensação entre si, e uma questão crítica é balancear os estoques para obtenção de maior equilíbrio possível entre a produção e o custo total do estoque. A fabricação de lotes grandes de produção, por exemplo, minimiza o custo de preparação (menos set- ups), mas aumenta o custo de manutenção de estoque (e vice-versa). O Quadro 1.6 sumariza as características de cada uma das categorias de custos de reposição e armazenagem dos itens. 45 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 Categorias de custos de administração de estoque Custo direto É aquele incorrido diretamente com a compra ou fabricação do item; É proporcional à demanda para o período e aos custos unitários do item (de fabricação ou de compra): CD = D × C Onde: CD = custo direto do período; D = demanda do item para o período; C = custo unitário de compra ou fabricação do item. Custo de preparação São todos aqueles custos referentes ao processo de reposição do item pela compra ou fabricação do lote de itens: Mão de obra para emissão e processamento das ordens de compra ou de fabricação; Materiais e equipamentos utilizados para a confecção das ordens; Custos indiretos dos departamentos de Compras ou do PCP para a confecção das ordens, como luz, telefone, aluguéis etc.; e Custos de preparação dos equipamentos produtivos, quando for o caso de fabricação dos itens. C P = N × A = D Q × A Onde: CP = custo de preparação do período; N = número de pedidos de compra ou fabricação do período; A = custo unitário de preparação; D = demanda do item para o período; Q = tamanho do lote de reposição. Custo de manutenção de estoque Decorrentes do fato do sistema produtivo necessitar manter itens em estoques para o seu funcionamento: Mão de obra para armazenagem e movimentação dos itens; Aluguel, luz, seguro e telefone; Sistemas computacionais e equipamentos do almoxarifado; Custos de deterioração e obsolescência dos estoques; e, principalmente, Custo do capital investido relacionado com a taxa de mínima atratividade (TMA) da empresa. C T = Q 2 × C × I Onde: CT = custo de manutenção de estoque; N = número de pedidos de compra ou fabricação do período; Q = tamanho do lote de reposição; C = custo unitário de compra ou fabricação do item; I = taxa de encargos financeiros sobre os estoques. Quadro 1.6 – Categorias de custos de reposição e armazenagem Fonte: Adaptado de Tubino (2007). 46 Universidade do Sul de Santa Catarina Pode-se obter uma equação para o custo total do sistema, a partir da definição das três categorias de custos de reposição e armazenagem: CT=CD+CP+CM=D×C+ DQ× A+ Q 2 ×C× I Onde CT é o custo total do sistema. Se derivarmos a equação do custo total em relação à quantidade, igualarmos a zero e isolarmos a variável desejada (Q ), vamos obter o valor do lote econômico: Q∗= 2× D× AC× I Como N= DQ , a periodicidade econômica fica sendo: N∗= D×C× I2× A Vejamos o seguinte exemplo: Um item possui demanda anual de 12.000 unidades, taxa de encargos financeiros sobre os estoques de 12% ao ano, custo de $ 10,00 por unidade, custos de preparação de máquina de $ 100,00 por ordem e a taxa de produção da máquina que fabrica este item, da ordem de 100 unidades por dia. Definir o tamanho dos lotes de fabricação e o custo total do sistema, considerando 300 dias úteis no ano. D = 12.000 unidades; I = 0,12 ao ano; C = $ 10,00 por unidade; A = $ 100,00 por ordem; m = 100 unidades por dia; d = 12.000 unidades por ano / 300 dias por ano = 40 unidades por dia. Tamanho do lote de fabricação: Q∗= 2× D× AC× I = 2×12000×100 10× 0,12 = 1.414,2 unidades ≈ 1.415 unidades 47 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 Custo total do sistema: CT= D×C+ DQ× A+ Q 2 ×C× I CT=12000×10+ 120001415 ×100+ 1415 2 ×10× 0,12 = 120.957,48 O valor determinado para o lote econômico deve ser entendido como um indicativo do valor em torno do qual será feita a reposição. Em outras palavras, a teoria do lote econômico serve para estabelecer uma faixa econômica que reduza os custos do sistema, e não para determinar um valor que os minimize. Tubino (2007) afirma que o PCP encontrará uma série de problemas práticos que tornará difícil programar exatamente o valor encontrado, quais sejam: o levantamento preciso dos valores das variáveisque entrarão na fórmula de cálculo do lote econômico (A, I, D, C) é difícil; a logística de movimentação e armazenagem do item (embalagem, meio de transporte ou forma de armazenagem) impede o uso do valor exato; e a proporcionalidade de uso do item no produto acabado não se encaixa no valor exato do lote. A manufatura enxuta, por outro lado, procura operar com lotes de programação cada vez menores, de preferência unitários, para flexibilizar os sistema de produção e reduzir os níveis de estoque. 5.2 – Estoques de segurança Os estoques de segurança são projetados para absorver as variações existentes tanto na demanda durante o tempo de ressuprimento, quanto as existentes no próprio tempo de ressuprimento, único período em que os estoques podem acabar e causar problemas ao fluxo produtivo. Ou seja, o tamanho dos estoques de segurança deve ser proporcional às variações na demanda prevista e/ ou nos tempos previstos de ressuprimento. 48 Universidade do Sul de Santa Catarina A Figura 1.9 ilustra a aplicação do estoque de segurança nessas duas situações. Tempo Q uantidade d t Qs d´ t ´ Figura 1.9 – Aplicação do estoque de segurança Fonte: Tubino (2007, p. 81). Tubino (2007) afirma que os estoques de segurança agem como amortecedores para os erros associados ao abastecimento interno ou externo dos itens do sistema produtivo. Na abordagem enxuta, a ênfase é na prevenção dos erros, e não na correção e convivência com eles através dos estoques de segurança. Na prática, enquanto os problemas não forem tratados e eliminados, as empresas tendem a conviver com esses problemas e empregar estoques de segurança nos modelos de controle de estoques para amortecer os erros. Nem todos os itens, no entanto, precisam de estoques de segurança. Em geral, quantidades adicionais de segurança são colocadas na ponta da cadeia produtiva e onde houver recursos gargalos. No primeiro caso, a montagem de produtos acabados cobre as possíveis variações de demanda dos componentes. No segundo caso, a programação dos recursos gargalos é protegida com um estoque de segurança para evitar paradas. 49 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 Ballou (2004) afirma que a probabilidade de atendimento do pedido com um produto de estoque atual é denominada nível de serviço ou índice de atendimento e é representada por um valor entre 0 e 1. Para apenas um item, pode ser definida como: NS= 1− NFDA Onde: NS = nível de serviço; NF = número esperado de unidades faltantes por ano; DA = demanda anual total. Considerando que a demanda durante o tempo de ressuprimento segue uma distribuição normal, o estoque de segurança (Qs) é a parcela adicional (Z) expressa em termos de desvios padrões (σ) associado a determinado risco, que se deve manter, de itens em estoque para suportar uma demanda máxima (dmax) superior à demanda média, conforme ilustrado na Figura 1.10. d d máx Z . Figura 1.10 – Dimensionamento do estoque de segurança Fonte: Tubino (ibid., p. 82). Logo: Qs = Z x σ Onde: Qs = estoque de segurança; Z = número de desvios padrões; σ = desvio padrão. 50 Universidade do Sul de Santa Catarina Em lugar do desvio padrão, pode-se também utilizar o desvio médio absoluto (MAD), cujo valor é aproximadamente 1,25 desvios padrões (1,25 x σ). Em ambos os casos, obtêm-se os níveis de serviço desejados da tabela de distribuição normal para o item em termos de um número de desvios padrões, conforme apresentado no Quadro 1.7. Nível de Serviço Z 80% 0,84 85% 1,03 90% 1,28 95% 1,64 99% 2,32 99,99% 3,09 Quadro 1.7 – Nível de serviço relacionado ao número de desvios padrões Fonte: Tubino (ibid., p. 83). Pretende-se dar um nível de serviço de 90% para um item de segurança que apresenta um MAD de 120 unidades. Qs = Z x σ = Z x 1,25 x σ = 1,28 x 1,25 x 120 = 192 unidades Os estoques de segurança também podem ser calculados de forma mais simples. Podem ser considerados como uma porcentagem da demanda durante o tempo de ressuprimento ou considerados como tempo, planejando o recebimento do item com um tempo de segurança para garantir que o item chegará a tempo para seu consumo. 5.3 – Classificação ABC Nem todos os materiais armazenados merecem a mesma atenção por parte do controle de estoques ou precisam manter a mesma disponibilidade para satisfazer os clientes. Alguns são mais rentáveis ou competitivos que outros, ou possuem clientes mais exigentes em relação ao nível de serviço. Como nem todos os itens têm a mesma importância, a atenção deve ser dada para os mais significativos. 51 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 Tubino (2007) afirma que uma ferramenta útil para diagnosticar as características de demanda que se tem para gerenciar e a decisão dos tipos de modelos a serem empregados é a classificação ABC, baseada na Lei de Pareto, segundo a qual poucos itens são responsáveis pela maioria dos eventos analisados. Essa relação pode ser utilizada para classificar diferentes tipos de materiais mantidos em estoque por sua movimentação de valor, permitindo que os gerentes de estoque foquem seus esforços no controle dos itens mais significativos do estoque. Com essa finalidade, os itens podem ser classificados em 3 classes: 1. Classe A: de grande importância, valor ou quantidade; 2. Classe B: de média importância, quantidade ou valor; 3. Classe C: de pouca importância, valor ou quantidade. A Figura 1.11 ilustra uma curva ABC, onde os itens classe A representam 80% do valor da demanda (poucos itens importantes), enquanto os itens classe B (importância média) e C (muitos itens de menor importância), somados, apesar de serem constituídos por uma quantidade muito maior de peças, representam apenas 20% do valor da demanda. Figura 1.11 – Curva ABC Fonte: Tubino (ibid., p. 86). 52 Universidade do Sul de Santa Catarina O Quadro 1.8 relaciona os principais pontos que devem ser considerados na análise dos itens tidos como de grande importância, em comparação com aqueles itens considerados de pouca importância (os itens de média importância ficam em uma situação intermediária nessa abordagem). Itens de análise Itens de grande importância Itens de pouca importância Número de itens estocados Poucos Muitos Valor envolvido Grande Pequeno Profundidade na análise Maior Menor Margem de erro Menor Maior Benefício relativo Maior Menor Atenção da administração Maior Menor Quadro 1.8 – Itens de análise para a classificação ABC Fonte: Gurgel e Francischini (2001, p. 98). Não existe uma regra matemática que estabeleça rigidamente a divisão dos itens em estoque em 3 classes. O julgamento e a experiência servem como principais guias para determinar quais materiais da lista são designados como de classe A, B e C. Entretanto, como afirma Ching (2001), uma separação em 20- 30-50% dos itens em estoque que representam 80-15-5% do valor do estoque pode ser usada como fronteira dos grupos A, B e C, respectivamente. Dessa maneira, por exemplo, podemos decidir que a empresa terá níveis diferenciados de serviço aos clientes para cada grupo: 99% para os itens A, 95% para os itens B e 85% para os itens C, reduzindo o capital total empatado em estoque. 53 Planejamento, Programação e Controle de Produção Unidade 1 5.4 – Modelos de gestão de estoque Ao longo do tempo, foram desenvolvidas várias formas de controlar a quantidade de materiais em estoque. Há conceitos e técnicas que servem para atender aos requisitos de nível de serviço e, simultaneamente, minimizar o custo de manutenção do estoque. Existem, no entanto, duas filosofias básicas de gerenciamento: empurrar; e puxar
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