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Resumo BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 7 ed. São Paulo LTR, 2011

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Resumo do capítulo "Tendências Atuais do Direito do Trabalho. Flexibilização e Garantias Mínimas."
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 7 ed. São Paulo: LTR, 2011.
	O surgimento do Direito do Trabalho se deu em momento histórico de crise, como resposta aos problemas sociais advindos do capitalismo, no século XIX, após a Revolução Industrial. A utilização das máquinas facilitou a exploração do trabalho das mulheres e crianças, considerados “meias-forças”, ficando o trabalho do homem adulto num plano secundário. Os acidentes mecânicos, os baixos salários e as jornadas excessivas exigiram uma legislação mais adequada do que o Direito Civil. O contrato de trabalho disciplinado pela liberdade assegurada às partes no direito clássico somente intensificava a desigualdade entre seus interlocutores.
	Com os movimentos e lutas sociais dos trabalhadores no continente europeu, o Estado interviu na regulamentação do trabalho através de normas com critérios peculiares, não encontrados em outros ramos do Direito. São os princípios do Direito do Trabalho: proteção, garantia de condições mínimas de trabalho e irrenunciabilidade. A proteção devia vir do Estado e não dos sindicatos, estes eram hostilizados pois não eram controlados pelo poder público. Por outro lado, visando fomentar a indústria, o Estado forneceu proteção econômica ao empregador.
	A concepção política reflete-se no ordenamento jurídico, a doutrina social cristã, o socialismo e as convenções internacionais da OIT também influenciaram essa legislação garantista. As relações individuais de trabalho foram modificando-se ao longo do tempo devido a conjugação de diversos fatores, como a crise econômica desencadeada pelo alto preço do petróleo no início de 1970; as constantes inovações tecnológicas; as mudanças na organização da produção; a competitividade com países orientais e a necessidade de combate ao desemprego.
	Dessas mudanças decorre a discussão sobre a flexibilização do emprego, que toma significação diversa a depender do sistema legal e grau de desenvolvimento do país. Para muitos, a rigidez das normas imperativas impede a competitividade das empresas e é fato gerador de crises. Outros atribuem à estrutura e métodos de produção fordista a culpa pelas crises econômicas, sendo a rigidez dos institutos jurídicos sua consequência. 
	O Estado de Bem Estar Social, do século XX, que protegia o empregado, tendo o trabalho como instrumento assecuratório da inserção cultural, econômica e política do ser humano, começou a entrar em crise nos anos 60. Como consequência, no Brasil, em 1967, a estabilidade no emprego começou a ser substituída pelo FGTS (Lei 5107). 
	A partir dos anos 90, prevalecem os grandes grupos econômicos e as pequenas e médias empresas quebram em decorrência da preponderância da política econômica neoliberal. A flexibilização tem sido uma reivindicação empresarial por menores custos sociais e maior governabilidade do fator trabalho através de uma flexibilidade normativa. 
	O primeiro momento histórico da flexibilização foi o chamado “direito do trabalho da emergência” correspondente a um processo temporário; o segundo coincide com a “instalação da crise” correspondente a reivindicações permanentes. 
	Destacam-se dois tipos de flexibilização: a interna, atinente a ordenação do trabalho na empresa, modificação das condições de trabalho, da suspensão do contrato e da remuneração, enquadram-se nessa forma de flexibilização o trabalho em regime de tempo parcial (art. 58-A, CLT) e a suspensão do contrato (art. 476-A); já a externa diz respeito ao ingresso do trabalhador na empresa, às modalidades de contratação, de duração e dissolução do contrato, empresa de trabalho temporário e etc. Como imposição do ''direito do trabalho da emergência” o trabalhador foi inserido no regime do FGTS excluindo-o da possibilidade de adquirir estabilidade no emprego.
	A flexibilização pode ser vista sob o ângulo, muito criticado, da desregulamentação normativa, na qual o Estado (flexibilização heterônoma) derroga vantagens de cunho trabalhista. Em contrapartida, há a substituição das garantias legais pelas garantias convencionais (flexibilização autônoma), com primazia da negociação coletiva, exemplificado pela hipótese de redução salarial, mediante convenção ou acordo coletivo, prevista no art.7º, VI da Constituição. A flexibilização é observada como forma de adaptação das normas trabalhistas às grandes modificações verificadas no mercado de trabalho, respeitados os limites mínimos impostos pela Constituição e pelo tratados internacionais. 
	O Direito do Trabalho possui um sentido político-econômico mas também tem objetivos de ordem político-social que visam corrigir diferenças e elevar o nível social da classe trabalhadora.

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