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NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
1
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
2
Sumário
Conceito de Biossegurança...........................................................................................02
Risco e Perigo no Ambiente Hospitalar.........................................................................02
Acidentes.......................................................................................................................02
Acidentes de Trabalho...................................................................................................03
Obrigações da Empresa................................................................................................04
Estabilidade Provisória do Acidentado..........................................................................05
Exposição a Material Biológico......................................................................................05
Precaução Padrão.........................................................................................................05
Equipamentos de Proteção Individual – EPI.................................................................06
Isolamentos e Precauções............................................................................................09
Riscos Biológicos..........................................................................................................14
Infecção Hospitalar ou Infecção Nosocomial................................................................15
Técnica de Limpeza......................................................................................................16
Saúde Ocupacional.......................................................................................................16
Microbiota Normal.........................................................................................................16
Conceito de Assepsia, Antissepsia, Esterilização.........................................................17
Sistema Único de Saúde (SUS)....................................................................................18
Saúde da Mulher...........................................................................................................19
O Programa de Saúde do Adolescente.........................................................................20
Saúde do Idoso..............................................................................................................21
Saúde da Família (PSF).................................................................................................21
Programa Nacional de Imunizações (PNI).....................................................................23
A Cadeia de Frio............................................................................................................28
Forma de Conservação de Vacinas..............................................................................29
Calendário de Vacinação do PNI..................................................................................30
Doenças Sexualmente Transmissíveis.........................................................................31
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
3
CONCEITO DE BIOSSEGURANÇA
Biossegurança, que significa Vida + Segurança, em sentido amplo é conceituada.
como a vida livre de perigos. Genericamente, medidas de biossegurança são ações
que contribuem para a segurança da vida, no dia-a-dia das pessoas (ex.: cinto de
segurança, faixa de pedestres). Assim, normas de biossegurança englobam todas as
medidas que visam evitar riscos físicos (radiação ou temperatura), ergonômicos
(posturais), químicos (substâncias tóxicas), biológicos (agentes infecciosos) e
psicológicos, (como o estresse). No ambiente hospitalar encontram-se exemplos de
todos estes tipos de riscos ocupacionais para o trabalhador de saúde (p.ex., radiações,
alguns medicamentos etc.)
Risco e Perigo no Ambiente Hospitalar
RISCO é o perigo mediado pelo conhecimento que se tem da situação. É o que temos
como prevenir.
PERIGO existe enquanto não se conhece a situação. É o desconhecido ou mal
conhecido.
No ambiente hospitalar há RISCOS FÍSICOS, QUÍMICOS e BIOLÓGICOS e para cada
um deles há NORMAS específicas disponíveis visando proteger a CLIENTELA dos
estabelecimentos á saber: o PACIENTE, o TRABALHADOR DA SAÚDE e o
ACOMPANHANTE.
Além disso, e por definição, há ainda a PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE.
ACIDENTES
- 98% DOS ACIDENTES PODEM SER PREVENIDOS PORQUE ELES TÊM CAUSA
QUE NÃO É ÚNICA.
- UMA CAUSA É COMUM A TODOS OS ACIDENTES: “SOCIAL”.
- GRANDES CAUSAS DE ACIDENTES:
- Instrução inadequada
- Supervisão ineficiente
- Práticas inadequadas
- Mal uso de E.P.I.
- Higiene Pessoal
- Fatores sociais
- Planejamento falho
- Não observar normas
- Manutenção falha
- Layout incorreto
- Jornada excessiva de trabalho
- Motivação
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
4
ACIDENTE DE TRABALHO
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,
com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o
segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou
permanente, da capacidade para o trabalho. O acidente do trabalho será caracterizado
tecnicamente pela perícia médica do INSS, mediante a identificação do nexo entre o
trabalho e o agravo.
Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo
técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora
da incapacidade, elencada na Classificação Internacional de Doenças
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
5
(CID). Considera-se agravo para fins de caracterização técnica pela perícia médica do
INSS a lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de
evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive
morte, independentemente do tempo de latência.
Reconhecidos pela perícia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e o nexo
entre o trabalho e o agravo, serão devidas as prestações acidentárias a que o
beneficiário tenha direito, caso contrário, não serão devidas as prestações.
OBRIGAÇÕES DA EMPRESA
A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de
proteção e segurança da saúde do trabalhador, sendo também seu dever prestar
informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a
manipular.
- Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as
normas de segurança e higiene do trabalho.
- Nos casos de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho
indicadas para a proteção individual e coletiva, a previdência social proporá ação
regressiva contra os responsáveis.
- O pagamento pela Previdência Social das prestações decorrentes do acidente do
trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de terceiros.
- Por intermédio dos estabelecimentos de ensino, sindicatos, associações de classe,
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, órgãos
públicos e outros meios, serão promovidos regularmente instrução e formação com
vistas a incrementar costumes e atitudes prevencionistas em matéria de acidentes,
especialmente os acidentes de trabalho. A empresa deverá comunicar o acidente do
trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em
caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa variável entre
o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição, sucessivamente
aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social. Desta
comunicação receberão cópia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o
sindicato a que corresponda a sua categoria. Deverá sercomunicado os acidentes
ocorridos com o segurado empregado (exceto o doméstico), o trabalhador avulso, o
segurado especial e o médico-residente.
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu
ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo de apenas um
dia útil. Nesta hipótese, a empresa permanecerá responsável pela falta de
cumprimento da legislação. Caberá ao setor de benefícios do INSS comunicar a
ocorrência ao setor de fiscalização, para a aplicação e cobrança da multa devida. Os
sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela
Previdência Social, das multas previstas para o descumprimento desta obrigatoriedade.
desta obrigatoriedade. Considera-se como dia do acidente, no caso de doença
profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade labor ativa para o exercício
da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for
realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro.
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
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ESTABILIDADE PROVISÓRIA DO ACIDENTADO
O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantido, pelo prazo mínimo de 12
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do
auxílio-doença acidentário, independentemente da percepção de auxílio-acidente.
EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO
Sangue, fluidos orgânicos potencialmente infectantes (sêmen, secreção vaginal, liquor,
líquido sinovial, líquido pleural, peritoneal, pericárdico, amniótico), fluidos orgânicos
potencialmente não infectantes (suor, lágrima, fezes, urina e saliva), exceto se
contaminado com sangue.
PÚBLICO-ALVO
Todos profissionais e trabalhadores que atuam, direta ou indiretamente em atividades
onde há risco de exposição ao sangue e a outros materiais biológicos incluindo aqueles
profissionais que prestam assistência domiciliar e atendimento pré-hospitalar (ex.
bombeiros, socorristas, etc.)
OBJETIVO
Estabelecer sistemática de atendimento nos diferentes níveis de complexidade que
permita diagnóstico, condutas, medidas preventivas e notificação da exposição a
material biológico, prioritariamente na transmissão do vírus da imunodeficiência
humana (HIV), do vírus da hepatite B (HBV) e do vírus da hepatite C (HCV).
Precaução Padrão
Destinada a todo e qualquer doente e/ou manipulação de equipamentos ou artigos
contaminados ou suspeitos de contaminação.
Constam de:
Lavagem das mãos com água e sabão antes e após contato; uso de equipamento de
proteção individual:
Luvas,
Avental,
Máscara e protetor ocular – quando houver possibilidade de aspergir, borrifar ou
respingar sangue, fluidos corporais, secreções e excreções. Estes materiais não são
estéreis.
Outras medidas importantes:
Manipular com cautela material perfuro cortante;
Usar curativo protetor em feridas exsudativas.
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
7
Precauções adicionais
Indicação – pacientes infectados, colonizados ou com suspeita de infecção por
microrganismos de importância epidemiológica.
Objetivo – evitar a transmissão direta ou indireta do agente infeccioso.
Categorias baseadas na via de transmissão - existem 3 tipos:
Precauções com o ar – em infecções transmitidas por via aerógena, através da
inalação de partículas suspensas no ar, iguais ou menores que 5 micra e que podem
ser dispersadas a longas distancias. Ex.: varicela, herpes disseminado, tuberculose
pulmonar, sarampo.
Observar: precauções-padrão e quarto privativo, se possível com sistema de ventilação
especial.
Proteção respiratória. Precauções com perdigotos. - utilizadas em pacientes infectados
por microrganismos transmitidos por gotículas (partículas maiores que 5 micra), as
quais podem ser produzidas pelo paciente durante tosse, espirro , conversa ou
realização de procedimentos (por ex.: aspiração traqueal, broncoscopia) Ex. de
infecção: meningite por meningococo e por Haemophilus, caxumba, rubéola,
coqueluche. A transmissão requer contato próximo entre conjuntivas, mucosas nasais e
orais de um hospedeiro susceptível e o paciente infectado.
Observar: precauções-padrão e quarto privativo.
Precauções de contato – é a mais importante e a mais frequente via de transmissão
das infecções hospitalares. Ex. bactérias multirresistentes, Sida, herpes disseminado,
etc.
A transmissão pode ocorrer por :
Contato direto com o paciente, através das mãos, contato cutâneo (mobilização no
leito, banho) ou contato indireto com superfícies inanimadas ou artigos utilizados por ou
no paciente, estetoscópios, termômetros, etc.
Observar: precauções-padrão e quarto privativo, acrescida de controle ambiental.
Limpeza diária dos artigos/equipamentos utilizados nos cuidados ao paciente e das
superfícies que sejam frequentemente tocadas.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
O objetivo do uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) não se restringe
somente à proteção dos profissionais de saúde, mas também se destina à redução do
risco de transmissão de microrganismos. Seu emprego relaciona-se ao risco potencial
de exposição à sangue, fluidos corpóreos, secreções e excretas, contato com lesões
de pele, membranas mucosas e durante cuidados envolvendo procedimentos
invasivos.
USE AVENTAL de mangas longas preferencialmente durante o inverno, pois ele
protegerá suas vestes, podendo ter punhos ajustáveis.
o AVENTAL poderá ser de mangas curtas, o que facilita a lavagem das
mãos e do antebraço.
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
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Obs.: A região frontal é a que oferece maior possibilidade de exposição .
passeio retorna a outro estabelecimento ou
ao ir para casa, nas compras, bancos, lanchonetes e bares.
Não abrace pessoas ou carregue crianças com seu avental de uso diário, ele poderá
estar contaminado.
-o quantas vezes for necessário pelo avental descartável ou de tecido, de
acordo com o procedimento a ser realizado.
-se ao refeitório, copa, ou sair da unidade de saúde, retire o avental
protetor.
-o em saco
impermeável. Pode ser utilizado posteriormente, desde que em boas condições de uso.
vezes por semana.
Gorro
contaminação por aerossóis, impedindo que o profissional leve para outros locais os
microrganismos que colonizaram seus cabelos.
a queda de cabelo em material e campo cirúrgico.
Deve ser descartável e de uso único.
Uso de Luvas
É importante:
Usar luvas de procedimentos ao desenvolver atividades com o cliente quando
necessário. Trocar as luvas após contato com materiais que possam conter maior
concentração de microrganismos. Ex.: matéria fecal ou de drenagem.
Entre um procedimento e outro com o mesmo cliente, deve-se também trocar as luvas.
Remover as luvas prontamente ao término da atividade ou procedimento, deixar o.
Ambiente do cliente e lavar as mãos imediatamente com água, sabão e antisséptico, se
necessário.
Após remoção das luvas e lavagem das mãos, certificar-se de que as mãos não o
quem artigos e superfícies contaminadas, evitando a transferência de microrganismos
para outros clientes ou ambientes.
Uso de Máscaras Cirúrgicas
Deve ser usada quando houver risco de contaminação da face com sangue, fluidos
corpóreos, secreções e excretas. Deve ser usada para evitar contaminação do
ambiente (precaução contra gotículas) ou em procedimentos em que se utilize material
estéril: instalação de cateter venoso central, punção liquórica, sondagem vesical,
aspiração traqueal, dissecação venosa, etc.
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
9
Deve ser utilizada:
situações.
Uso de Máscaras com filtro ou respirador
Deve ser colocada antes de entrar no quarto do cliente portador ou sob suspeita de
tuberculose pulmonar bacilífera ou outras patologias transmitidas por patógenos
menores que 5 micra (N95), comosarampo e varicela, devendo ser retirada após saída
(precaução contra aerossóis).
Deve ser utilizada em áreas de alta contaminação com produtos biológicos e/ou na
manipulação de substâncias químicas com alto teor de evaporação, mesmo quando
manipuladas em capela de exaustão externa.
Deve ser utilizada: durante necropsia de clientes suspeitos de tuberculose, sarampo,
varicela, herpes zoster disseminado e outras. Obs.: A máscara está adequada quando
se adapta bem ao rosto do usuário e filtra partículas de tamanho correto, de acordo
com sua indicação.
Respiradores N95 para a Proteção Respiratória do Profissional
1. Este EPI deve ser colocado antes de entrar no quarto e retirado após a saída do
local, podendo ser reutilizado pelo mesmo profissional desde que se mantenha íntegro,
seco e limpo, que não gere desconforto durante o uso. Utilizar: Em locais onde
ocorram procedimentos indutores de tosse e geradores de aerossóis (salas de
broncoscopia, inalação com pentamidina, salas de indução de escarro, laboratórios de
mico bacteriologia, consultório de odontologia).
2. Os respiradores não têm um prazo limitado de uso, podendo ser utilizados por um
longo período pelo mesmo profissional.
3. Para garantir a utilização de uma máscara segura para tal finalidade, é importante
que ela possua o (Certificado de Aprovação) emitido pelo Ministério do Trabalho.
do é medida a passagem das partículas pela trama do
tecido da máscara.
Protetor Ocular e/ou Facial
1. Deve ser usado quando houver risco de contaminação dos OLHOS E/OU FACE
com sangue, fluidos corpóreos, secreções e excretas, não sendo de uso individual.
2. É imprescindível o uso de protetor ocular e/ou protetor facial em todo atendimento a
cliente que possa produzir respingo de sangue em maior quantidade em momentos
previsíveis, tais como: punção venosa para coleta de sangue, sondagens, aspiração
traqueal ou oral, durante a realização de curativos que apresentem secreções, no pós
-operatório de clientes que apresentem sangramento pela incisão.
3. O protetor ocular e/ou facial é fabricado com materiais rígidos (acrílico ou
polietileno) e deve limitar entradas de respingos pelas porções superiores e laterais
dos olhos.
4. A limpeza dos protetores é realizada com água, sabão e hipoclorito de sódio. Não é
indicado o uso de álcool 70% para desinfecção deste EPI.
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
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ISOLAMENTO E PRECAUÇÕES
INTRODUÇÃO
Um dos grandes riscos do hospital é a transmissão de bactérias e outros
microrganismos entre pacientes colonizados/infectados para pacientes
suscetíveis e para os profissionais de saúde.
O isolamento de pacientes com doenças infectocontagiosas é já bastante
antigo, (séc., XVIII). Os pacientes eram isolados em hospitais próprios (Ex.
hospitais de doenças infecciosas, hospitais para tuberculose).
As recomendações relativas a isolamento e precauções são dinâmicas,
uma vez que novas doenças e agentes infecciosos são continuamente
descobertos.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
A propagação de uma infecção requer três elementos:
1. Fonte de microrganismos (agente infectante)
2. Hospedeiro suscetível
3. Meios de transmissão do microrganismo.
Como não é possível, maioria das vezes, interferir nos dois primeiros
fatores, cabe então atuar nos mecanismos de transmissão.
FONTES
* Pacientes profissionais de saúde e, ocasionalmente, visitantes. Incluem
pessoas com doença aguda, no período de incubação de uma doença,
portadores crônicos de um agente infeccioso e pessoas colonizadas por
um agente infeccioso, mas sem doença aparente.
HOSPEDEIROS
A resistência a microrganismos patogênicos varia de pessoa a pessoa.
Fatores como: idade, doença de base, usa de antibióticos, corticosteróides
e imunossupressores e procedimentos invasivos, entre outros, podem
tornar os hospedeiros mais suscetíveis a infecções.
TRANSMISSÃO:
CONTATO
Direto: superfície corporal (transferência física inter-humana)
Indireto: objetos contaminados (instrumentos, agulhas, curativos, luvas)
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
11
GOTÍCULAS (PERDIGOTOS)
Ocorre quando perdigotos contaminados são impelidos a uma distância de
até 1 metro através do ar e são depositados na conjuntiva, mucosa nasal,
boca ou pele íntegra, produzindo colonização.
Os perdigotos são gerados através da fala, espirro, tosse e na realização de
procedimentos como aspiração e broncoscopia.
AEROSSÓIS
Ocorre pela disseminação de pequenas partículas (5 micra ou menos) que
contém um agente infeccioso e que ficam suspensas no ar, podendo ser
amplamente dispersas por correntes aéreas e inaladas pelos indivíduos
susceptíveis.
VEÍCULO COMUM
Ocorre por itens contaminados: comida, água, medicamentos, aparelhos e
equipamentos.
VETOR
Ocorre quando vetores como mosquitos, moscas, ratos ou outros insetos
transmitem microrganismos.
DEFINIÇÕES
ISOLAMENTO: Técnica utilizada para prevenir a transmissão de
microrganismos a partir de pacientes infectados ou colonizados para outros
pacientes, profissionais de saúde e visitantes. Os tipos de isolamento são
baseados no conhecimento da forma de transmissão do microrganismo.
PRECAUÇÕES: Aplicação de técnicas em qualquer paciente
hospitalizado, independente do isolamento físico ou como complemento
deste, visando especificamente bloquear a transmissão de
microrganismos.
PRECAUÇÃO PADRÃO
É a mais importante e está designada para o cuidado de todos os pacientes. São
planejadas para, qualquer que seja o diagnóstico do paciente, reduzir
o risco de transmissão de microrganismos através do sangue e de outros
fluídos corpóreos, secreções e excreções, exceto suor, independente de
haver sangue visível ou não.
PARAMENTAÇÃO:
LUVAS: todas às vezes que houver manipulação de sangue, fluídos
corpóreos, secreções e excreções (exceto suor).
Deve ser considerada como barreira protetora auxiliar, não substituindo a
necessidade da lavagem das mãos.
AVENTAL: quando possibilidade de contaminação através de respingo de
fluidos corpóreos. Deve ser preferencialmente impermeável.
MÁSCARA/ÓCULOS: para proteger mucosas em caso de respingo de
fluidos corpóreos.
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
12
LAVAGEM DAS MÃOS:
Obrigatório antes e após a manipulação de pacientes e imediatamente
após a retirada de luvas. Entre procedimentos no mesmo paciente quando
houver risco de infecção cruzada de diferentes sítios anatômicos.
Em locais em que o acesso a pias é limitado à lavagem pode ser
substituída por fricção com álcool 70% glicerinado (2%) por 30 segundos.
Em áreas/unidades com altas taxas de microrganismos resistentes a
antibióticos (Gram negativos multiresistentes e enterococos resistentes à
vancomicina) recomenda-se o uso de antissépticos (clorexidina).
OBJETIVOS:
Impedir a contaminação de profissionais de saúde por patógenos (bactérias,
vírus, fungos) que possam estar presentes em sangue, fluídos corpóreos e
secreções, diminuindo assim o risco de infecção para estes profissionais e
para os pacientes por eles assistidos.
DURAÇÃO
Todo o período da hospitalização.
OBSERVAÇÕES:
São considerados fluídos corpóreos – liquor, líquido pleural, líquido
amniótico, líquido sinovial, sêmen, secreção vaginal, etc.
São consideradas secreções/excreções – urina, fezes, pus, escarro, feridas
exsudativas, secreções de dreno, etc.
PRECAUÇÃO RESPIRATÓRIA - POR AEROSSÓIS
Além das medidas de PRECAUÇÃO PADRÃO, recomenda-se:
QUARTO PRIVATIVO:
Internação quarto privativo com pressão negativa em relação à área
adjacente, manter portas fechadas. Filtragem de ar do quarto de alta
eficiência – filtro HEPA (“high-efficiency particulate air”).
MÁSCARA:
Com capacidade de filtragem e vedação lateral adequada (N95), de uso.
obrigatório toda vez que entrar no quarto.
Quando o paciente tiver que sair do quarto (para exames complementares,
por exemplo) deverá usar máscara cirúrgica.
OBJETIVO:
Impedira propagação de doenças transmissíveis por secreções
aerossolizadas (partículas < 5 μm).
INDICAÇÕES:
- manter o
isolamento até todas as lesões estejam em fase de crosta.
- durante toda a internação.
2Indivíduos susceptíveis a sarampo e varicela não devem entrar no quarto
de pacientes com suspeita destas infecções. Indivíduos susceptíveis à
varicela também apresentam risco de desenvolver varicela quando
expostos a pacientes com lesões por H. zoster devendo evitar contato.
onfirmada ou suspeita)
O isolamento pode ser suspenso quando o paciente estiver recebendo
terapêutica adequada, com três (3) baciloscopias consecutivamente
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
13
negativas, desde que coletadas em dias diferentes ou se a tuberculose
for excluída do diagnóstico.
PRECAUÇÃO RESPIRATÓRIA – PERDIGOTOS
Além das medidas de PRECAUÇÃO PADRÃO, recomenda-se:
QUARTO PRIVATIVO:
Quando não houver disponibilidade, internar em mesmo quarto de
paciente com infecção pelo mesmo microrganismo, observando distância
mínima de um metro entre os pacientes.
Não é necessária circulação de ar ou ventilação especial.
Manter fechada a porta do quarto.
MÁSCARA: cirúrgica padrão
Deve ser usada, tanto pelo profissional de saúde quanto pelos visitantes,
sempre que a proximidade com o paciente for menor do que um metro.
Paciente deve usar máscara ao ser transportado.
OBJETIVO: impedir a propagação de doenças transmitidas por gotículas
de tamanho maior que 5μm eliminados durante a fala, tose,
espirros,conversação e realização de diversos procedimentos.
- até completar antibioticoterapia e cultura negativa.
- até 5 dias após o início da terapêutica específica.
béola - até 7 dias após o início da exantema.
– até 9 dias após início do edema da parótida.
escarlatina) em crianças pequenas – por 24 horas.
por Haemophylus
Influenzae (suspeita ou confirmada) em crianças – até 24 horas
após o início da terapêutica antibiótica específica.
horas após o início da terapêutica especifica.
ões virais: adenovirus, influenza, parvovirus B19 –
durante internação.
PRECAUÇÕES DE CONTATO
São indicadas para pacientes com infecção ou colonização por
microrganismos epidemiologicamente importantes, transmitidos por contato
direto (pele a pele) ou indireto (contato com superfícies ambientais ou itens
de uso do paciente).
LUVAS – devem ser usadas ao entrar no quarto do paciente e removidas
antes de sair. Imediatamente após a retirada das luvas as mãos devem ser
rigorosamente lavadas, evitando recontaminação antes de deixar o quarto.
AVENTAL – limpo, não estéril, deve ser usado quando houver risco
aumentado de contato com material potencialmente infeccioso, por exemplo:
pacientes com diarreia, incontinência fecal, ileostomia, colostomia, feridas
com drenagem não contida de secreção.
O avental deve ser retirado entes da saída do quarto, evitando contaminação
da própria roupa.
LAVAGEM DAS MÂOS
Obrigatória antes e após a manipulação do paciente. Uso de antissépticos
quando indicado.
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
14
OBSERVAÇÕES:
rte do paciente para fora do quarto deve ser reduzido ao
mínimo possível. As precauções devem ser mantidas quando o paciente
for transportado.
submetidas à limpeza diária.
ntos de cuidado ao paciente como termômetro, estetoscópio e
esfigmomanômetro, sempre que possível, devem ser de uso exclusivo.
Quando não for possível, é recomendada a desinfecção após o uso ente
um paciente e outro.
INDICAÇÕES
- sempre que a criança for internada durante
o primeiro ano de vida, exceto se cultura urina e nasofaringe
negativa após os 3 meses de idade.
- durante internação.
cuja drenagem não pode ser contida - durante internação.
-resistentes em
trato GI, respiratório e tegumento (pele, feridas, queimaduras) -
até término da antibioticoterapia e cultura negativa.
ocócica) em crianças pequenas - durante
internação
incontinentes ou em uso de fralda – durante internação.
internação.
-cutâneo disseminado - durante
- apenas quando RN de mãe com
lesões ativas e bolsa rota >4-6 horas, durante internação.
disseminado - durante internação
- até 24h após início tratamento eficaz.
- até 24h após início
tratamento eficaz.
por S. aureus - durante internação.
queimaduras) causadas
por Estreptococos beta hemolíticos do grupo A - até 24h após
início de antibioticoterapia eficaz.
-traqueíte e
bronquiolite, em lactentes e crianças pequenas - durante
internação.
varicela for grande – manter precauções até que todas as lesões
estejam em fase de crosta.
1- Paciente vindo de outra Instituição com sete ou mais dias internação e
que vai para a UTI – adotam-se precauções de contato até os
resultados de swabs de vigilância mostrarem-se negativos.
RECOMENDAÇÕES DE PRECAUÇÃO PARA O PESSOAL HOSPITALAR
No caso de um dos funcionários apresentar alguma doença infecciosa ou ser
exposto a alguma delas devem ser observadas algumas precauções para
que ele não seja o transmissor da doença.
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
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1- Se estiver com diarréia:
manuseio e pacientes ou equipamentos.
2- Se estiver com resfriado:
anos.
cardiopatias congênitas.
to com crianças menores de (2)
-nascidos, imunodeficientes e portadores de
3- Se estiver com herpes labial:
-nascidos, queimados e imunodeficientes.
4- Se for exposto a sangue através de contato com mucosas, olho e pele:
a necessidade de profilaxia para Hepatite B e HIV.
Riscos Biológicos
São considerados riscos biológicos: vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos e
bacilos.
Os riscos biológicos ocorrem por meio de microrganismos que, em contato com o
homem, podem provocar inúmeras doenças. Muitas atividades profissionais favorecem
o contato com tais riscos. É o caso das indústrias de alimentação, hospitais, limpeza
pública (coleta de lixo), laboratórios, etc.
Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por microrganismos incluem-se:
tuberculose, brucelose, malária, febre amarela.
Para que essas doenças possam ser consideradas doenças profissionais, é preciso
que haja exposição do funcionário a estes microrganismos.
São necessárias medidas preventivas para que as condições de higiene e segurança
nos diversos setores de trabalho sejam adequadas.
Os riscos biológicos em laboratórios podem estar relacionados com a manipulação de:
- Agentes patogênicos selvagens;
- Agentes patogênicos atenuados;
- Agentes patogênicos que sofreram processo de recombinação;
- Amostras biológicas;
- Culturas e manipulações celulares (transfecção, infecção);
- Animais.
Todos os itens citados acima podem tornar-se fonte de contaminação para os
manipuladores. As principais vias envolvidas num processo de contaminação biológica
são a via cutânea ou percutânea (com ou sem lesões - por acidente com agulhas e
vidraria, na experimentação animal - arranhões e mordidas), a via respiratória
(aerossóis), a via conjuntiva e a via oral.
Há uma classificação dos agentes patogênicos selvagens que leva em consideração os
riscos para o manipulador, para a comunidade e para o meio ambiente. Esses riscos
são avaliados em função do poder patogênico do agente infeccioso, da sua resistência
no meio ambiente, do modo de contaminação, da importância da contaminação (dose),
do estado de imunidade do manipulador e da possibilidade de tratamento preventivo e
curativo eficazes.
As classificações existentes (OMS, CEE, CDC-NIH) são bastante similares, dividindo
os agentes em quatro classes:
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16
- Classe 1 - onde se classificam os agentes que não apresentam riscos para o
manipulador, nem para a comunidade (ex.: E. coli, B. subtilis);
Classes 2 - apresentam risco moderado para o manipulador e fraco para a comunidade
e há sempre um tratamento preventivo (ex.: bactérias - Clostridium tetani, Klebsiella
pneumoniae, Staphylococcus aureus;vírus - EBV, herpes; fungos - Candida albicans;
parasitas - Plasmodium, Schistosoma);
Classe 3 - são os agentes que apresentam risco grave para o manipulador e moderado
para a comunidade, sendo que as lesões ou sinais clínicos são graves e nem sempre
há tratamento (ex.: bactérias - Bacillus anthracis, Brucella, Chlamydia psittaci,
Mycobacterium tuberculosis; vírus - hepatites B e C, HTLV 1 e 2, HIV, febre amarela,
dengue; fungos - Blastomyces dermatiolis, Histoplasma; parasitos - Echinococcus,
Leishmania, Toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi);
Classe 4 - os agentes desta classe apresentam risco grave para o manipulador e para
a comunidade, não existe tratamento e os riscos em caso de propagação são bastante
graves (ex.: vírus de febres hemorrágicas).
Em relação às manipulações genéticas, não existem regras pré-determinadas, mas
sabe-se que pesquisadores foram capazes de induzir a produção de anticorpos contra
o vírus da imunodeficiência simiana em macacos que foram inoculados com o DNA
proviral inserido num bacteriófago. Assim, é importante que medidas gerais de
segurança sejam adotadas na manipulação de DNA recombinante, principalmente
quando se tratar de vetores virais (adenovírus, retrovírus, vaccínia). Os plasmídeos
bacterianos apresentam menor risco que os vetores virais, embora seja importante
considerar os genes inseridos nesses vetores (em especial, quando se manipula
oncogenes).
De maneira geral, as medidas de segurança para os riscos biológicos envolvem:
- Conhecimento da Legislação Brasileira de Biossegurança, especialmente das
Normas de Biossegurança emitidas pela Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança;
- O conhecimento dos riscos pelo manipulador;
- A formação e informação das pessoas envolvidas, principalmente no que se refere à
maneira como essa contaminação pode ocorrer, o que implica no conhecimento amplo
do microrganismo ou vetor com o qual se trabalha;
- O respeito das Regras Gerais de Segurança e ainda a realização das medidas de
proteção individual;
- Uso do avental, luvas descartáveis (e/ou lavagem das mãos antes e após a
manipulação), máscara e óculos de proteção (para evitar aerossóis ou projeções nos
olhos) e demais Equipamentos de Proteção Individual necessário,
- Utilização da capela de fluxo laminar corretamente, mantendo-a limpa após o uso;
- Autolavagem de material biológico patogênico, antes de eliminá-lo no lixo comum;
- Utilização de desinfetante apropriado para inativação de um agente específico.
Infecção hospitalar ou infecção nosocomial.
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17
É qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou
após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação
ou procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia.
Há mais de vinte anos, a infecção hospitalar era um fantasma que pairava nos quartos
e corredores dos hospitais, assombrando apenas os médicos e enfermeiros.
Prevenção
A prevenção de infecções hospitalares por todo o mundo depende muito mais da
instituição hospitalar e de seus trabalhadores do que dos pacientes, já que ninguém se
interna com intenção de contrair doenças dentro do hospital.
Os cuidados para não ocorrer elevados número de infecções e sua prevenção e
controle envolvem medidas de qualificação da assistência hospitalar, de vigilância
sanitária e outras, tomadas no âmbito do município e estado e também do antigo e
simples costume de lavar as mãos, já que grandes partes das pessoas não o fazem
nos hospitais.
Técnica de Limpeza
Concorrente
◦ Limpeza diária: superfícies horizontais, mobílias, equipamentos, piso, banheiros...
◦ Repor materiais de consumo diário
◦ Recolher resíduos
Terminal
◦ Limpeza mais completa: pisos, paredes, teto, mobília, banheiro...
◦ Ocorre na alta, óbito ou internações de longa duração (15 dias para áreas críticas, 30
dias para áreas não críticas).
◦ Preparação segura do ambiente para receber novo paciente.
Saúde Ocupacional
Saúde Ocupacional é uma divisão da medicina preventiva que trata da saúde do
trabalhador no ambiente do trabalho. Mudar o panorama atual relativo às condições de
segurança e saúde do trabalhador brasileiro não é só um desafio de governo, mas da
sociedade de uma forma geral, exigindo o envolvimento dos trabalhadores e
empresários. A melhoria nas condições do ambiente e do exercício do trabalho tem
como objetivo principal diminuir o custo social com os acidentes de trabalho, valorizar a
autoestima e proporcionar a melhoria contínua da qualidade de vida dos trabalhadores.
Os riscos de acidentes variam para cada ramo de atividade econômica, em função de
tecnologias utilizadas, condições de trabalho, mão-de-obra empregada, medidas de
segurança, dentre outros fatores.
MICROBIOTA NORMAL
Função da microbiota residente
 Impedir a colonização por patógenos do meio externo e o possível
desenvolvimento de doença por meio de interferência bacteriana
 Ajudar na absorção de nutrientes
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18
OBS: Os membros da microbiota normal são inócuos e podem ser benéficos ao
hospedeiro em sua localização normal e na ausência de anormalidades
concomitantes.
OBS: Quando os microrganismos da microbiota residente são introduzidos em locais
estranhos e em grande quantidade, e na presença de fatores predisponentes, podem
provocar doença.
Microbiota normal da pele
 Os microrganismos residentes predominantes são: bacilos difteróides aeróbios
e anaeróbios; estafilococos aeróbios e anaeróbios não hemolíticos; bacilos gram
(+) aeróbios, estreptococos alfa-hemolíticos e enterococos; bacilos coliformes
gram(-) e Acinetobacter; fungos e leveduras nas pregas cutâneas; micobactérias
não patogênicas em áreas ricas em secreções sebáceas
 O pH baixo, os ácidos graxos nas secreções sebáceas e a lisozima podem ser
fatores importantes para eliminação da flora não residente da pele
 A sudorese profusa, a lavagem e o banho não conseguem eliminar ou modificar
significativamente a flora residente normal.
Conceito de Assepsia, Antissepsia, esterilização.
Antissepsia: é a eliminação das formas vegetativas de bactérias patogênicas e grande
parte da flora residente da pele ou mucosa, através da ação de substâncias químicas
(antissépticos).
Antisséptico: substância ou produto capaz de deter ou inibir a proliferação de
microrganismos patogênicos, à temperatura ambiente, em tecidos vivos.
Assepsia: Método empregado para impedir que um determinado meio seja
contaminado. Quando este meio for isento de bactérias chamamos de meio asséptico.
Bactérias: forma vegetativa; quando estão realizando todas as suas atividades
metabólicas, como respiração, multiplicação e absorção. Os microrganismos, na
cavidade bucal, estão na forma vegetativa.
Contaminação cruzada: é quando há interposição nos ciclos de contaminação entre
um ou mais pacientes. As barreiras contra a contaminação, BEDA, são os meios
indispensáveis para se evitar a contaminação cruzada, dentro de um consultório.
Degermação: é a remoção de detritos, impurezas, sujeira e microrganismos da flora
transitória e alguns da flora residente depositado sobre a pele do paciente ou das mãos
da equipe odontológica através da ação mecânica de detergente, sabão ou pela
utilização de substâncias químicas (antissépticos).
Descontaminação: tem por objetivo a função dos microrganismos sem eliminação
completa devido à presença de matéria orgânica, realizado em instrumentais e
superfícies.
Desinfecção: é a eliminação de microrganismos patogênicos na forma vegetativa de
consultório e demais ambientes da clínica, geralmente é feita por meio químicos
(desinfetantes).
Desinfestação: exterminação ou destruição de insetos, roedores e outros seres, que
possam transmitir infecções ao homem.
Desinfetantes: substância ou produto capaz de deter ou inibir a proliferação de
microrganismos patogênicos em ambientes esuperfícies do consultório, à temperatura
ambiente.
Detergente: substância ou preparação química que produz limpeza; possui uma ou
mais propriedades: tensa atividade, solubilização, dispersão, emulsificação e
umectação.
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19
Equipamento de proteção individual (EPI'S): são equipamentos de proteção
utilizados pelo profissional, pessoal auxiliar, paciente e equipamentos, a fim de evitar
contaminação e acidentes (gorro, máscara, avental, luvas, óculos de proteção...)
Esporos: os esporos nada mais são que a forma mais resistente dos microrganismos,
sendo mais difícil de serem eliminados.
Esterilização: é a destruição dos microrganismos nas formas vegetativas e
esporuladas. A esterilização pode ser por meio físico (calor) ou químico (soluções
esterilizantes).
Esterilizante: agente físico (estufa, autoclave) ou químico (glutaraldeído 2%,
formaldeído 38%) capaz de destruir todas as formas de microrganismos, inclusive as
esporuladas.
Infecção cruzada: é a infecção ocasionada pela transmissão de um microrganismo de
um paciente para outro, geralmente pelo pessoal, ambiente ou um instrumento
contaminado.
Infecção endógena: é um processo infeccioso decorrente da ação de microrganismos
já existentes, naquela região ou tecido, de um paciente. Medidas terapêuticas que
reduzem a resistência do indivíduo facilitam a multiplicação de bactéria em seu interior,
por isso é muito importante, a antissepsia pré-cirúrgica.
Infecção exógena: é aquela causada por microrganismos estranhos a paciente. Para
impedir essa infecção, que pode ser gravíssima, os instrumentos e demais elementos
que são colocados na boca do paciente, devem estar estéreis. È importante, que
barreiras sejam colocadas para impedir que instrumentos estéreis sejam contaminados,
pois não basta um determinado instrumento ter sido esterilizado, é importante que em
seu manuseio até o uso ele não se contamine. A infecção exógena significa um
rompimento da cadeia asséptica, o que é muito grave, pois, dependendo da natureza
dos microrganismos envolvidos, a infecção exógena pode ser fatal, como é o caso da
AIDS, Hepatite B e C.
Procedimento crítico: é todo procedimento em que existe a presença de sangue, pus
ou matéria contaminada pela perda de continuidade.
Procedimento semicrítico: todo procedimento em que existe a presença de secreção
orgânica (saliva) sem perda de continuidade do tecido.
Procedimento não crítico: todo procedimento onde não há presença de sangue, pus
ou outra secreção orgânica (saliva). Em Odontologia não existe este tipo de
procedimento.
Sistema Único de Saúde (SUS)
O Sistema Único de Saúde, criado no Brasil em 1988 com a promulgação da nova
Constituição Federal, tornou o acesso gratuito à saúde direito de todo cidadão.
Até então, o modelo de atendimento era dividido em três categorias: os que podiam
pagar por serviços de saúde privados, os que tinham direito à saúde pública por serem
segurados pela previdência social (trabalhadores com carteira assinada) e os que não
possuíam direito algum.
Com a implantação do sistema, o número de beneficiados passou de 30 milhões de
pessoas para 190 milhões. Atualmente, 80% desse total dependem exclusivamente do
SUS para ter acesso aos serviços de saúde.
A implantação do SUS unificou o sistema, já que antes de 1988 a saúde era
responsabilidade de vários ministérios, e descentralizou sua gestão. Ela deixou de ser
exclusiva do Poder Executivo Federal e passou a ser administrada por Estados e
municípios.
Segundo o Ministério da Saúde, o SUS tem 6,1 mil hospitais credenciados, 45 mil
unidades de atenção primária e 30,3 mil Equipes de Saúde da Família (ESF). O
sistema realiza 2,8 bilhões de procedimentos ambulatoriais anuais, 19 mil transplantes,
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
20
236 mil cirurgias cardíacas, 9,7 milhões de procedimentos de quimioterapia e
radioterapia e 11 milhões de internações.
Entre as ações mais reconhecidas do SUS estão a criação do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU), Políticas Nacionais de Atenção Integral à Saúde da
Mulher, de Humanização do SUS e de Saúde do Trabalhador, além de programas de
vacinação em massa de crianças e idosos em todo o País e da realização de
transplantes pela rede pública.
Saúde da mulher
Políticas de assistência à mulher
Desde 1983, com a criação do Programa Assistência Integral à Saúde da Mulher
(PAISM), a atenção federal à saúde da mulher deixou de ser unicamente voltada para a
relação materno-infantil para incorporar a assistência em todas as etapas da vida. O
programa deu ênfase a preocupações com doenças ginecológicas prevalentes,
prevenção e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e Aids, além de
assistência às mulheres vítimas de violência.
Plano Nacional de Políticas para as Mulheres propõe políticas de igualdade e
justiça social para as brasileiras
Nos últimos 20 anos, o Brasil também apresentou grande avanço na redução da
mortalidade materna e infantil, de acordo com dados da Secretaria dos Direitos
Humanos (SDH). Em 1990, a razão de morte infantil era de 47,1 por mil nascidos vivos,
e a mortalidade materna era de 140 por mil nascidos vivos. Na última análise, feita em
2011, a razão de mortalidade infantil foi de 16 por mil nascidos vivos. As mortes
maternas estão estimadas em 69 por mil nascidos vivos.
Em 2008, a preocupação com a saúde da mulher ganhou força com a implantação do II
Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (II PNPM). Ele ampliou e aprofundou a
atuação do governo na promoção de políticas de igualdade e justiça social com a
inclusão de novos eixos estratégicos, que foram somados aos já existentes no I Plano,
como a participação das mulheres nos espaços de poder e decisão; desenvolvimento
sustentável no meio rural, na cidade e na floresta, com garantia de justiça ambiental,
inclusão social, soberania e segurança alimentar; e direito à terra, moradia digna e
infraestrutura social nos meios rural e urbano.
Entre outras metas para o período de 2008 a 2011, o II PNPM propôs a redução em
15% da mortalidade materna, o aumento em 15% do número de mamografias na
população feminina, a disponibilização de métodos anticoncepcionais em 100% dos
serviços de saúde e o aumento em 60% do número de exames citopatológicos
(estudos das células) em mulheres com idade entre 25 e 29 anos.
Os principais problemas de saúde enfrentados atualmente pelas brasileiras foram
apontados no Painel de Indicadores do SUS (Sistema Único de Saúde), publicado em
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
21
2007. No ano 2005, 63.542 mulheres de 10 a 49 anos morreram no Brasil. Destas,
1.619 tiveram óbitos relacionados a complicações na gravidez, parto e pós-parto. De
acordo com o SUS, são exemplos de mortes que podem ser evitadas em sua quase
totalidade, e seu enfrentamento tem sido prioridade para o Ministério da Saúde.
Outro dado importante do estudo mostra que o câncer continua sendo uma das
principais causas de falecimento entre as mulheres do País. Ao todo, em 2005, 67.833
mulheres morreram em consequência da doença, das quais 10.208 por câncer de
mama e 4.506 por câncer de colo de útero. No entanto, a taxa de mortalidade por
câncer de mama, que cresceu da década de 80 até a virada do milênio, estabilizou-se
nos cinco anos seguintes. Segundo o relatório, isso se explica pelo maior acesso aos
exames de detecção precoce, e mostra como a prevenção é fundamental no combate à
doença.
O governo continua promovendo ações para avançar na luta pelos direitos humanos e
na melhoria da saúde pública para a mulher. Em dezembro de 2011, a capital Brasília
foi palco da 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que teve como
objetivo a atualização e a definição de prioridades para o próximo período, tendo por
base as ações propostas no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.
O PROGRAMA DE SAÚDE DO ADOLESCENTE
O Programade Saúde do Adolescente visa a implantação e implementação de uma
política publica universalizada de juventude na área da saúde, com atendimento
integral para jovens de ambos os sexos de 10 a 20anos de idade.
A adolescência é uma etapa da vida de grande criatividade e o adolescente deve ter
seu potencial criador apoiado e estimulado.
O projeto de vida na adolescência poderá ser facilitado ou dificultado pelas
possibilidades que o meio possa oferecer.
O atendimento integral desenvolvido pelo Programa de Saúde Integral do Adolescente
de São Paulo baseia-se em políticas modernas de saúde publica.
HISTÓRICO
O Programa de Saúde do Adolescente iniciou sua estruturação em 1985, na gestão do
Excelentíssimo Secretário da Saúde o Professor, Doutor João Yunes. O primeiro
encontro Inter setorial sobre adolescência da Secretaria de Estado da Saúde, foi
realizado em Dezembro de 1985, no Centro de Convenções Rebouças, com
a participação de 1113 profissionais.
Foi firmado um compromisso oficial com o Governo do Estado de São Paulo, através
do Secretário da Saúde para a implantação de um projeto de atenção a saúde integral
do adolescente.
O primeiro serviço de adolescente na rede pública foi inaugurado em 7 de março de
1986, em homenagem ao
Dia Internacional da Mulher, no PAM da Várzea do Carmo, no município de São Paulo.
Em 1987 foi constituído o GEPRO (Grupo Executor do Programa), quando técnicos e
especialistas juntaram-se na proposta binômio Universidade e Rede Pública para
elaborar e por em prática planos de ação. Em 8 de março de 1991 foi assinada a
resolução SS-69 que aprovou as diretrizes para a implantação do Programa de
Saúde do Adolescente em todo o Estado de São Paulo. Em 18 de novembro, foi
apresentado o projeto de lei 679 na Assembleia Legislativa de São Paulo que decreta
no Artigo 1º "Fica criado o Programa Saúde do Adolescente na rede pública de saúde
de Estado de São Paulo" por iniciativa do Deputado Estadual Arnaldo Jardim, e
transformado em Lei n.° 11.976 de 25/08/2055.
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
22
O Programa de Atenção Integral à Saúde do Adolescente atende adolescente através
de agenda diferenciada, com equipe multiprofissional composta de médicos,
psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais,
nutricionistas, odontologistas e educadores, entre outros.
O Programa tem uma Comissão Executiva Multiprofissional e Interinstitucional e uma
Comissão de Assessoria Científica composta por especialistas em adolescência
ligados a várias Faculdades.
A universalização do atendimento físico, psicológico e social, para adolescentes de 10
a 20 anos, envolveu Prefeituras, Secretarias e Comunidades.
Saúde do Idoso
O trabalho é baseado na promoção do envelhecimento ativo e saudável; manutenção e
reabilitação da capacidade funcional; apoio ao desenvolvimento de cuidados informais.
A proposta de envelhecimento ativo e saudável busca oferecer qualidade de vida por
meio da alimentação adequada e balanceada, prática regular de exercícios físicos,
convivência social estimulante, busca de atividades prazerosas e/ou que reduzam o
estresse, diminuição dos danos decorrentes do consumo de álcool e tabaco e
diminuição significativa da automedicação.
O idoso saudável tem sua autonomia preservada, tanto a independência física, como a
psíquica.
Uma das metas é aumentar a qualidade dos serviços oferecidos pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) para trabalharem com os detalhes da vida da pessoa idosa. Entre eles,
estão: a identificação de situações de vulnerabilidade social; a realização de
diagnóstico precoce de processos demenciais; a avaliação da capacidade funcional,
entre outros.
A capacidade funcional é medida a partir do grau de preservação da condição do
indivíduo para realizar atividades de vida diária e do grau para desempenhar as
atividades instrumentais de vida diária. As atividades de vida diária são aquelas ligadas
ao cuidado próprio, ou seja, permitem aos idosos cuidar-se e responder por si só no
espaço limitado de seu lar, envolvendo, por exemplo: alimentar-se, ter continência,
locomover-se, tomar banho, vestir-se, usar o banheiro, andar nos arredores de casa,
subir e descer escadas e cortas as unhas.
O nosso trabalho busca garantir o acesso à medicação e a reabilitação funcional da
população idosa, prevenir a perda de capacidade funcional ou reduzir os efeitos
negativos de eventos que a ocasionem.
Cabe, portanto, aos gestores de saúde nas cidades desenvolver ações para a
construção de uma atenção integral à saúde dos idosos em sua comunidade.
É fundamental organizar as equipes de Saúde da Família e atenção básica, incluindo a
população idosa em suas ações. Atividades de grupo, promoção da saúde, controle da
hipertensão arterial e diabetes mellitus, temas relacionados à sexualidade, Doenças
Sexualmente Transmissíveis e aids.
Os profissionais que trabalham na área devem estar sensibilizados e capacitados a
identificar e atender às necessidades dessa população.
Saúde da Família (PSF)
Até o final do ano 2000, cerca de 3.100 municípios brasileiros tinham o PSF
implantado, com 10.400 equipes atuando junto a aproximadamente 35 milhões de
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
23
cidadãos. Para 2002, o Ministério da Saúde almeja que o PSF atenda às necessidades
de saúde de 69 milhões de brasileiros, com 20.000 equipes. Os governos e prefeituras
recebem incentivos financeiros para o desenvolvimento das atividades voltadas para a
atenção básica e, de acordo com a legislação mais recente, tornam-se os grandes
responsáveis pelo desenvolvimento das mesmas14.
As unidades de saúde da família devem caracterizar-se como porta de entrada dos
usuários para os serviços de saúde. Não devem servir apenas para a triagem e
encaminhamento dos clientes, mas sim desenvolver atividades de assistência que
atendam aos problemas mais comuns da população. Dessa forma, a unidade de saúde
funcionaria como um “funil”, dando conta de aproximadamente 85% da demanda
exigida pela clientela15. Uma etapa importante, que deve ser realizada, consiste na
abertura de espaços de discussão e negociação entre gestores e representantes da
comunidade (Conselhos de Saúde, associações de bairro, etc.) que se pretende
assistir, ocasião em que se debaterá a importância do programa, seus objetivos e
propostas. Além disso, a definição conjunta das prioridades reforça o objetivo do PSF
de promover o desenvolvimento integral da comunidade.
A implantação dessa estratégia já conseguiu, em muitos municípios, reduzir os índices
de mortalidade infantil e diminuir o número de mortes por doenças de cura simples e
conhecida, além de reduzir as filas nos hospitais da rede pública e conveniada com o
SUS.
Cada equipe de saúde da família deve atender entre 600 a 1.000 famílias ou, no
máximo, 4.500 habitantes. Cada agente comunitário de saúde deve atender entre 20 a
250 famílias.
Área territorial – é a extensão de região geográfica delimitada, podendo ser uma
comunidade, um bairro ou uma região administrativa, por exemplo.
População adstrita – é a po- pulação residente em uma área territorial, sob a
responsabilidade sanitária de deter- minada equipe do PSF. Deve ser definida pela
quantidade de pessoas por unidade de saúde, considerando-se as condições de vida e
saúde da população.
Assistida e permite o exercício do controle social - princípio do SUS que prevê a
participação da comunidade no planejamento das ações de saúde para ela
direcionadas. Tal estratégia torna mais fácil o acertar, uma vez que a programação das
ações elaboradas situa-se cada vez mais próxima das necessidades da população.
Dessa forma, o mecanismo de controle social é fortalecido pela inserção dos
representantes da comunidade nos Conselhos de Saúde (municipais e lo- cais),
estando em condições de contribuir mais efetivamente na formulação de políticas
nessa área. Depois de implantada, a equipe do PSF iniciasuas atividades com o
cadastramento da clientela, processo que permite a criação de vínculos entre as
equipes e as famílias, a identificação dos fatores relacionados às condições de saúde
local e do âmbito onde as suas ações e de outros setores - como habitação e
saneamento - serão necessárias. Assim, faz- se necessário utilizar, para cada família,
uma ficha de cadastro contendo as seguintes informações: – dados demográficos –
nome, data de nascimento, idade e sexo. No início da ficha encontram-se os campos
para preenchimento do endereço, fundamental para que a equipe se organize no
planejamento dos segmentos territoriais a assistir; – dados socioeconômicos -
escolaridade, ocupação, meios de transporte utilizados; – dados socioculturais -
religião, meios de comunicação utilizados, participação em grupos comunitários; –
dados sobre o meio ambiente - sistema de coleta de lixo, fonte de água para consumo,
tipo de casa, tratamento de água no domicílio, destino de dejetos; – dados de
morbidade - presença de indivíduos portadores de doenças ou condições especiais,
serviços utilizados em caso de doença, aquisição de plano de saúde. O resultado final
das informações coletadas no período de cadastramento é denominado diagnóstico de
vida e saúde das comunidades, pois permite conhecer os problemas que serão
prioridades. Esse diagnóstico deve ser construído por toda a equipe, em conjunto com
as famílias, permitindo a detecção de fatores de risco que determinarão a prioridade de
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
24
intervenção das equipes, através da elaboração de um plano local para seu
enfrentamento. Diante desse plano, a equipe elabora seu processo de trabalho
construído com objetivos acordes com as necessidades da comunidade e as
possibilidades da própria equipe. O cadastramento possibilitará a alimentação do
banco de dados criado exclusivamente para armazenar informações sobre a atenção
básica: o Sistema de Informações sobre Ações Básicas (SIAB) - utilizadas
Geralmente, estabelecem-se como prioridades alguns grupos populacionais, como
crianças com idade inferior a dois anos, gestantes, portado- res de tuberculose ou
hanseníase, indivíduos hipertensos e diabéticos.
A implantação dessa estratégia já conseguiu, em muitos municípios, reduzir os índices
de mortalidade infantil e diminuir o número de mortes por doenças de cura simples e
conhecida, além de reduzir as filas nos hospitais da rede pública e conveniada com o
SUS.
Quando não existe a unidade básica de saúde, muitas vezes as equipes de saúde da
família atuam em espaços alternativos da própria comunidade, como as associações
de moradores para avaliar os resultados obtidos com o desenvolvimento de atividades
das equipes do PSF e estudar as características das pessoas, dos domicílios e das
condições de saneamento em que vivem as famílias sob responsabilidade das equipes
(Ministério da Saúde, 2000). A avaliação das atividades do programa considera, ainda,
os indicadores de saúde produzidos, o alcance das metas programadas, a satisfação
da equipe de saúde da família e dos usuários e alterações efetivas no modelo
assistencial.
O papel dos profissionais do PSF
Geralmente, as equipes de saúde da família são constituídas por, no mínimo, um
médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e quatro a seis agentes
comunitários de saúde, sendo formadas por meio de processo de seleção variável em
cada município. No mais das vezes, a capacitação é promovida pelos polos de
capacitação, criados com o objetivo de preparar profissionais para trabalhar na
perspectiva da promoção da saúde, em equipe e com preocupações integrais, coletivas
e sociais. A capacitação dos mesmos é fundamental para que sejam desenvolvidas
“ações humanizadas, tecnicamente competentes e intersetorialmente articuladas”,
viabilizadas através do preparo dos profissionais em lidar com situações adversas
presentes no cotidiano das ações das equipes de saúde da família16. O médico (se
possível, generalista) e o enfermeiro, em equipe e individualmente, atendem às famílias
e desenvolvem atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças através da
consulta e do acompanhamento domiciliar, entre outros procedimentos. Suas ações de-
vem ser de caráter integral. Na unidade de saúde e no domicílio, o auxiliar de
enfermagem realiza procedimentos de sua competência, bem como fornece orientação
sanitária nos espaços comunitários.
Suas atribuições17 são: – participar do planejamento e organização das atividades a
se- rem desenvolvidas e discutir a forma como a equipe desenvolverá o trabalho;
Programa Nacional de Imunizações (PNI)
Para intervir sobre as doenças imunopreveníveis e promover a saúde da população
foram adotadas várias estratégias, norteadas pelas ações de vigilância epidemiológica,
formando uma complexa rede de atividades desenvolvidas pelos serviços de saúde. O
Programa Nacional de Imunizações (PNI), criado em 1973, disponibiliza um conjunto
NATASHA FRANCO VIEIRA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
25
ampliado de produtos imunizantes sob a forma de vacinas e soros. Sua implantação e
implementação permitiram consideráveis avanços sobre o controle das doenças
imunopreveníveis, mediante o desenvolvimento de ações coordenadas em nível
nacional pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), órgão executivo do Ministério
da Saúde - responsável pela aquisição, conservação e distribuição dos imunobiológicos
que integram o PNI e coordenação das ações de vacinação de caráter nacional do PNI.
As vacinas do PNI são rotineiramente encontradas nas unidades básicas de saúde e os
imunobiológicos especiais, nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais
- CRIEs (Anexo I). Para que a qualidade dos imunobiológicos seja efetivamente
garantida, faz-se necessário que suas características e propriedades sejam
preservadas, principalmente através de cuidados tanto na sua conservação como
durante o seu preparo para administração.
– fases em que devem ser rigorosamente seguidas as orientações técnicas oriundas do
PNI, pois qualquer oscilação na temperatura de conservação ou a ação da luz solar
sob os mesmos são fatores suficientes para alterar o produto. Considerando-se que a
aplicação das vacinas é majoritariamente feita por via parenteral, chamamos a atenção
para o estrito uso de técnica asséptica quando da manipulação de materiais
esterilizados e imunobiológicos, e a aplicação, sempre que necessária, das técnicas de
lavagem das mãos, limpeza e desinfecção de materiais (como caixa térmica, balcão de
preparo, ampolas/frasco-ampola), antissepsia da pele do cliente e descarte de
materiais perfuro cortantes. No tocante ao atendimento, é fundamental que o cliente e
seu acompanhante sejam tratados com a devida atenção e respeito, cuidando para que
todas as orientações lhes sejam dadas e suas dúvidas elucidadas; além disso, é
fundamental que se registre, em seu cartão, as vacinas aplicadas e o aprazamento
(data de retorno para receber a nova dose). Outro aspecto importante é a correta
organização dos registros da unidade de saúde, o que possibilita a realização de busca
de faltosos, emissão de boletim mensal das doses aplicadas, cálculo do percentual de
utilização e perda de imunobiológicos e avaliação das coberturas vacinais da área de
abrangência.
As vacinas do PNI 6.3.1 BCG-ID Conforme preconizado pelo Programa Nacional de
Imunizações, esta vacina é indicada para prevenir as formas graves de tuberculose.
Apresenta-se sob a forma liofilizada, em ampola multidose, de vidro acastanhado para
protegê-la da ação direta da luz solar, acompanhada de diluente específico para sua
reconstituição. No momento da reconstituição, o diluente deve estar em temperatura
idêntica à da vacina (entre +2ºC e +8ºC), e esta, uma vez reconstituída, deve ser
utiliza- da em, no máximo, até 6 horas. A vacina BCG-ID é indicada preferencialmente
ao nascer ou no primeiro mês de vida. A precocidade da indicação justifica-sepelo fato
de a criança, logo ao nascer, estar exposta a indivíduos potencialmente infectados com
o bacilo de Koch. O volume correspondente a cada dose é de 0,1ml, administrada por
via rigorosamente intradérmica na região da inserção inferior do músculo deltoide, na
face superior do braço direito - sua aplicação deve ser realizada por auxiliar de
enfermagem com treinamento específico para tal. Ressalte-se que na ocorrência de
afecções dermatológicas na área de aplicação da vacina, o caso deve ser levado à
avaliação da enfermeira e/ou médico.
A vacina BCG-ID é preparada com os bacilos vivos atenuados de Calmett Guérin.
Ressal- tee que os mesmos não são virulentos, ou seja, não são capazes de causar
adoecimento, como o de Koch. Sua ação baseia-se no aumento da resistência do
indivíduo, simulando uma infecção.
Ao aplicar a vacina, o auxiliar de enfermagem deve informar aos pais da criança que no
período de até seis meses pode ocorrer uma reação, observando-se as seguintes
etapas: nódulo local, pústula, crosta, úlcera e cicatriz. Durante todo o processo,
recomenda-se não cobrir a lesão ou realizar curativos; e durante a fase ulcerativa,
evitar banhar-se em piscina, rio ou mar, para que não ocorra entrada de
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microrganismos na lesão e, consequentemente, o desenvolvimento de infecção. Após
sua aplicação, os efeitos adversos mais comuns são a for- mação de abcesso e/ou
ulceração no local de aplicação, ou linfadenite regional. As contraindicações
específicas são baixo peso da criança (inferior a 2.000 gramas), afecções
dermatológicas extensas em atividade e imunodeficiência adquirida ou congênita,
mesmo sem a presença de sinais clínicos.
Vacina contra a hepatite B No Brasil, esta vacina é preparada por método de
engenharia genética e apresenta-se sob forma líquida, em frasco-ampola de dose
única ou multidose, que deverá ser conservada em temperatura entre + 2ºC e + 8ºC.
Após a abertura do frasco-ampola multidose, desde que respeita- das às condições de
assepsia e conservação, a vacina pode ser utilizada até o término de seu prazo de
validade. Sempre que possível, a vacina deve ser aplicada nas primeiras doze horas
após o nascimento. O volume a ser administrado é 0,5ml para neonatos, lactentes,
crianças e adultos menores de 20 anos - a partir desta idade, de 1,0 ml - dosagem esta
que pode ser alterada de acordo com as especificações do laboratório produtor.
Considerando-se que nos grupos de risco (renais crônicos, politrans fundidos,
hemofílicos, etc.) ocorre menor produção de anticorpos, indica-se a administração do
dobro da dose, ou seja, 2,0ml para adultos e 1,0ml para crianças. A via de
administração é intramuscular. Nos menores de 2 anos, na face lateral da coxa. Em
crianças maiores e adultas, na região do deltoide, na face externa superior do braço -
neste grupo deve-se evitar a administração na região glútea, pois, muitas vezes, a
vacina não é inoculada no interior do músculo, mas sim no tecido adiposo, o que
diminui a resposta imunológica. Após sua aplicação, nas primeiras 48 a 72 horas os
efeitos adversos mais comuns são mal-estar, cefaleia, febre baixa e fadiga.
Linfadenite regional – é a inflamação dos gânglios linfáticos; neste caso, os da região
axilar.
A vacina BCG-ID não deve ser aplicada em gestantes, por ser constituída de vírus vivo
atenuado.
A vacina oral contra a poliomielite (VOP) é também conhecida como vacina Sabin, em
homenagem a seu cria- dor, Albert Sabin.
Vacina oral contra a poliomielite (VOP) A vacina oral contra a poliomielite é
preparada com os poli vírus tipos I, II e III, atenuados. Apresenta-se sob forma líquida,
em frasco multidose, geralmente em bisnagas conta-gotas de plástico, e pode ser
congelada sem prejuízo de suas propriedades. Após a abertura do frasco, pode ser
utilizada em até, no máximo, 5 dias, desde que mantida sob temperatura adequada
(entre + 2ºC e +8ºC) e cuidados que evitem sua contaminação. Para um efetivo
controle deste prazo, recomenda-se registrar a hora e data da abertura da bisnaga.
Para evitar sua contaminação e consequente inutilização, preconiza-se não encostar o
conta-gotas na boca da criança, durante o momento de aplicação. Por ocasião das
campanhas anuais de vacinação, a criança pode ser vacinada mesmo que não tenha
completado dois meses de vida ou esteja com o esquema de vacinação em dia. O
volume correspondente a cada dose é de duas gotas administradas por via oral, e o
profissional deve certificar-se de que a criança realmente engoliu a dose aplicada. Não
há efeitos adversos associados à sua aplicação, nem contraindicação específica. Sua
aplicação deve ser adiada se a criança apresentar diarreia grave e/ou vômitos intensos,
pois se ingerida nessas condições a vacina será eliminada antes do efeito esperado.
6.3.4 Vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP) A vacina DTP, também
denominada tríplice bacteriana, é preparada com os toxidez diftérico e tetânico e com
B. pertussis inativada, sendo indicada para a prevenção de difteria, tétano e
coqueluche. Apresenta-se sob forma líquida, em ampola ou frasco-ampola com dose
única ou multidose, e deve ser conservada em temperatura entre +2ºC e +8ºC. Não
deve ser congelada, pois isto a inativará. Após a abertura do frasco-ampola, pode ser
utilizada até o vencimento do prazo de validade, desde que mantida sob temperatura
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adequada e cuida- dos que evitem sua contaminação. O volume correspondente a
cada dose é de 0,5ml, administrada por via intramuscular profunda. Nas crianças
menores de dois anos, a aplicação é feita no vasto-lateral da coxa; nos maiores, pode
ser utiliza- da a região do deltoide. Nas primeiras 24 a 48 horas após sua aplicação, os
efeitos adversos mais comuns são mal-estar, dor, hiperemia e enduração locais, febre
e irritabilidade. Com menor frequência, podem ocorrer sonolência, choro prolongado,
convulsão e síndrome hipotônico- hiporresponsiva. É importante orientar os pais para
que não
Síndrome hipotônica- hiporresponsiva - é caracterizada por hipotonia, sudorese fria e
diminuição da resposta a estímulos.
Coloquem compressas quentes no local de sua aplicação. As contraindicações
específicas são idade superior a sete anos, doença neurológica em atividade (evitando-
se, assim, que suas manifestações não sejam confundidas com uma possível reação à
vacina) e reação alérgica após aplicação da última dose (o que pode possibilitar nova
reação).
Vacina contra Haemophilus influenzae do tipo b (Hib) A vacina Hib é preparada
com fragmentos de proteínas da bactéria Haemophilus influenzae tipo b, sendo
indicada na prevenção de casos de infecção motivados por este agente infeccioso.
Apresenta-se sob as formas liofilizada (acompanhada do diluente) ou líquida, em frasco
de dose única ou multidose. Deve ser conservada entre +2ºC e +8ºC e, se congelada,
perde suas propriedades. Após a reconstituição, a vacina liofilizada tem a validade de
cinco dias e a vacina Hib líquida, uma vez aberta, pode ser utilizada até o vencimento
do prazo de validade. O volume correspondente a cada dose é de 0,5ml, administrada
via intramuscular profunda, no músculo vasto-lateral da coxa - alternando-se a coxa
nos casos em que a aplicação coincida com a vacinação contra hepatite B. A título de
informação, o estado de São Paulo normatizou sua aplicação no músculo vasto-lateral
da coxa esquerda, visando facilitar o controle de prováveis reações adversas. Após a
aplicação, os efeitos adversos mais comuns nas primeiras 24 horas são dor, eritema,
enduração local, febre, irritabilidade e sonolência.
Vacina anti-sarampo (VAS) Preparada com vírus vivos atenuados, esta vacina
apresenta-se sob forma liofilizada, em frasco-ampola com uma ou múltiplas doses,
acompanhada do diluente específico para sua reconstituição. Seu frasco, dependendo
do fabricante, pode ser acastanhado ou translúcido. Após a aberturado frasco-ampola,
deve ser utilizada em até no máxi- mo 8 horas. Sua aplicação deve ocorrer até, no
máximo, o primeiro ano de vida da criança; preferencialmente, aos nove meses de
idade. Caso a criança não tenha recebido a vacina até esta faixa etária, indica-se o uso
da vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola). O volume correspondente
a cada dose é de 0,5ml, administrada via subcutânea, na região do músculo deltoide ou
glúteo. Após sua aplicação, habitualmente entre o 5o e o 12o dia, os efeitos adversos
mais comuns são febre e erupção cutânea de curta duração (chamado de
“sarampinho”).
As contraindicações específicas são gravidez, reação anafilática após ingestão de ovo
de galinha e administração de hemoderivados ou gamaglobulina nos últimos três
meses.
Vacina contra a febre amarela Preparada com vírus vivos atenuados, apresenta-se
sob forma liofilizada, em frasco-ampola multidose, acompanhado do diluente
específico para sua reconstituição. Após a diluição, deve ser utilizada em até quatro
horas. Não deve ser congelada. O volume correspondente a cada dose é de 0,5ml,
administrada por via subcutânea, na região do músculo deltoide ou glúteo. Após sua
aplicação, os efeitos adversos mais comuns são dor local, cefaleia e febre de baixa
intensidade. As contraindicações específicas são gravidez e aquelas comuns às
vacinas de vírus vivos atenuados (VOP, contra a gripe, contra o sarampo).
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6.3.8 Vacina contra sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral) A vacina tríplice viral é
preparada com vírus vivos atenuados, sendo indicada para prevenir o sarampo, a
caxumba e a rubéola. Apresenta-se sob forma liofilizada, em frasco-ampola de dose
única ou multidose, acompanhada do diluente para sua reconstituição. Normal- mente,
é apresentada em frasco-ampola acastanhado, e deve ser conservada entre +2ºC e
+8ºC de temperatura. Após a abertura, pode ser utilizada em até 8 horas desde que
respeitadas às condições de assepsia e conservação. É utilizada como dose de reforço
da vacina anti-sarampo, aos 15 meses, mas pode ser substituída pela vacina dupla
viral, que protege da rubéola e sarampo. O volume correspondente a cada dose é de
0,5ml, administrada por via subcutânea, preferencialmente na região do músculo
deltoide. Após sua aplicação, os efeitos adversos mais comuns são ardência, eritema,
hiperestesia, enduração local e linfadenopatia regional; entre o 7o e o 12o segundo dia
pode ocorrer irritabilidade, tumefação da parótida, febre e descamação discreta na
face. As contraindicações específicas são gravidez, reação anafilática após ingestão de
ovo de galinha e administração de hemoderivados ou gamaglobulina nos últimos três
meses. Após serem vacinadas, as mulheres em idade fértil devem ser orientadas para
evitar a gravidez no período de 30 dias.
6.3.9 Vacina contra a difteria e o tétano: dupla bacteriana (DT e dT) Esta vacina é
apresentada sob duas formas: a dupla do tipo infantil (DT) e a dupla do tipo adulto (dT).
A DT contém a mesma concentração de toxóide diftérico e toxóide tetânico presentes
na vacina tríplice (DTP); a dT contém menor quantidade de toxóide diftérico. A vacina
dupla do tipo infantil (DT) é indicada para crianças com menos de sete anos e com
contraindicação para receber a vacina contra a coqueluche (que contém o componente
pertussis). Nesses casos, entretanto, recomenda-se sua aplicação somente quando a
vacina DTP acelular não estiver disponível. Nos casos de acidente grave ou gestação,
a dose de reforço pode ser antecipada para cinco anos. Nesse último caso, a aplicação
ocorre em diferentes idades gestacionais, de acordo com a operacionalização dos
programas de assistência pré-natal de cada região do país. O aumento do intervalo
entre as doses não invalida o esquema, devendo-se considerar as doses aplicadas até
10 anos atrás, conforme comprovação. As vacinas duplas (DT e dT) são apresentadas
sob forma líquida, em frasco de dose única ou multidoses. Devem ser conservadas em
temperatura entre +2ºC e +8ºC, e não devem ser congeladas. Uma vez abertas, podem
ser utilizadas até o término de seu conteúdo e/ou prazo de validade, desde que desde
que mantidas as condições de conservação e esterilidade. O volume correspondente a
cada dose da vacina DT ou dT é de 0,5ml, administrada por via intramuscular profunda,
na região do deltoide. Após sua aplicação, os efeitos adversos mais comuns nas
primeiras 24 a 48 horas são dor, calor, hiperemia e enduração local e febre. A
contraindicação específica é a rara reação alérgica após aplicação da última dose.
Vacinas para populações especiais Embora constem no calendário de vacinação, seu
uso ainda está restrito a uma parcela específica da população - com prioridade para os
idosos e indivíduos que, por motivos clínicos, têm esse tipo de vacinação indicada por
serem mais propensos a desenvolver complicações decorrentes de gripe ou
pneumonia. a) Vacina contra a influenza (gripe) Esta vacina protege os indivíduos da
gripe e, consequentemente, de complicações respiratórias como pneumonia e derrame
pleural, que podem ocorrer após um episódio gripal, sendo os idosos o grupo mais
susceptível. Preparada com vírus influenza tipos A e B inativados, apresenta-se sob
forma líquida, em seringas já preparadas com 0,25ml e 0,5ml ou em frasco-ampola
multidose. Deve ser conservada em temperatura entre +2ºC e +8ºC e jamais
congelada. Após a abertura do frasco-ampola, pode ser utilizada até no máximo 8
horas e até o término de seu conteúdo desde que mantidas as condições de
conservação e esterilidade. A dose para crianças com nove anos ou mais e adultos
corresponde a 0,5ml, administrada via intramuscular, na região do deltoide. Para
crianças entre 6 a 35 meses, em casos especiais e havendo indicação, a dose é de
0,25 ml. Após sua aplicação, os efeitos adversos mais comuns são dor e edema locais
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nas 48 horas imediatas. As contraindicações específicas são reação anafilática após
ingestão de ovo de galinha e/ou após a última dose, e história de síndrome de Guillain-
Barré.
b) Vacina contra a infecção por pneumococo Fornece proteção contra a pneumonia e
bacteremia pneumocócicas. Preparada com 23 sorotipos de pneumococos, apresenta-
se sob forma líquida e, dependendo do laboratório produtor, em seringa individual
previamente embalada, não necessitando de reconstituição. Não deve ser congelada.
O esquema de vacinação consiste na administração de uma dose de 0,5ml, por via
intramuscular, de preferência na região do deltoide, podendo ser utilizada a via
subcutânea, e revacinação após cinco anos. Entre as primeiras 24 a 48 horas pós-
aplicação, os efeitos adversos mais comuns são dor, eritema ou edema local. As
contraindicações específicas são reação anafilática após a última dose e idade inferior
a dois anos.
Vacina anti-rábica (contra a raiva - uso humano) Indicada para a profilaxia da raiva
humana em pessoas que cor- rem o risco de adquirir a doença em decorrência de
exposição a um animal suposta ou comprovadamente raivoso, através de mordedura,
lambedura de mucosa ou arranhadura. Os animais transmissores da raiva são os
mamíferos, principalmente cães, gatos, morcegos, macacos, raposas, bovinos e
equinos. A vacina pode também ser utilizada na profilaxia pré-exposição ao vírus da
raiva, nos casos específicos de técnicos de biotérios, laboratoristas, treinadores, bió
logos ou médicos veterinários. A profilaxia da doença é complementada, quando
necessário, com a administração de soro anti-rábico, de acordo com os critérios
estabelecidos pelas Normas Técnicas de Tratamento Profilático Anti-Rábico Humano,
do Ministério da Saúde. Outro aspecto importante na profilaxia da raiva humana são os
cui- dados relacionados aos ferimentos causados pelo animal suposto ou
comprovadamente raivoso. O tratamento local deve ser iniciado o mais precocemente
possível, mesmo

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