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direito constitucional I aulas 4 UPF

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Princípios fundamentais são as regras informadoras de todo um sistema de normas, as diretrizes básicas do ordenamento constitucional brasileiro.
 
Possuem os mais importantes valores que informam a elaboração da Constituição da República Federativa do Brasil, sendo dotados de normatividade, ou seja, possuem efeito vinculante e constituem regras jurídicas efetivas. CERNE DA CONSTITUIÇÃO.
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* Teoria jurídica tradicional traçava distinções entre princípios e normas;
 
* Canotilho propõe uma nova distinção, afirmando que normas e princípios constituem duas espécies de normas jurídicas: normas-princípio e normas-disposição.
 
A primeira teria um GRAU DE ABSTRAÇÃO infinitamente maior se comparado com as normas disposições. Com relação ao GRAU DE DETERMINABILIDADE na aplicação ao caso concreto, as normas gerais seriam suscetíveis de aplicação imediata, enquanto que os princípios, em virtude de sua indeterminação, carecem de mediações concretizadoras. Outro ponto de distinção é o CARÁTER DE FUNDAMENTABILIDADE, pois os princípios fundamentam o ordenamento constitucional, possuindo posição hierárquica superior, sendo que neste sentindo, possui natureza normogenética fundamentante.
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a) Fundamentadora: quando se estabelecem as regras básicas, as diretrizes de todo o sistema de normas constitucionais;
 
b) Interpretativa: permite o alcance da verdadeira finalidade da lei no momento de sua aplicação;
 
c) Supletiva: onde se realiza a tarefa de integração do ordenamento jurídico. Art. 4º LICC “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.”
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* São hierarquicamente superiores (natureza normogenética e caráter de superconstitucionalidade);
 
* A violação de um princípio é mais grave do que de uma norma;
 
*Não podem ser mudados/alterados/revisados (cláusulas pétreas).
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* Princípios político-constitucionais: derivados de decisões políticas fundamentais concretizadas em normas conformadoras do sistema constitucional positivo (arts. 1º a 4º CF).
 
* Princípios jurídico-constitucionais: são princípios constitucionais gerais informadores da ordem jurídica nacional, decorrentes de certas normas constitucionais e, algumas vezes, resultantes de desdobramentos dos princípios fundamentais. Constituem a teoria geral do direito constitucional (arts. 5º, 6º e 7º da CF).
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Segundo Otto Bachof, o problema da suscitação de inconstitucionalidade de norma constitucional é rara, ocorrendo em períodos de mudança política radical, ou se não for por mudança política, é ao menos por mudança axiológica (mudança dos valores intrínsecos ou fundamentais).
 
Pode parecer paradoxal que a norma máxima do direito positivo de um Estado viole a si mesma, contudo pode ocorrer que alguma norma, formalmente constitucional, tenha um significado secundário e contrarie preceitos fundamentais.
 
Dessa forma, é possível a existência de norma constitucional eivada de inconstitucionalidade, contudo, no direito pátrio, tais fatos devem ser sanados através de técnicas que não envolvam a pronúncia de nulidade, tendo em vista o princípio da unidade hierárquico-normativa da Constituição.
 
O princípio da Unidade da Constituição rejeita qualquer tese de normas constitucionais inconstitucionais. Tendo em vista que a Constituição deve ser interpretada de forma a evitar confrontos entre as suas normas (antinomias).
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Conflito entre princípios e normas: sempre haverá prevalência dos princípios.
Conflito entre princípios: aplicação da proporcionalidade e razoabilidade.
Conflito entre normas: idem acima.
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República: constata-se no caput do artigo 1º o termo república, que significa uma forma de governo em que os exercentes das funções Executiva e Legislativa representam o povo, decidindo em seu nome, à luz dos princípios da responsabilidade, eletividade e temporariedade. A responsabilidade é o penhor da idoneidade da representação popular. A eletividade é o meio em que se delineia tal representação. A temporariedade, também chamada de periodicidade, garante a fidelidade do mandato, permitindo a alternância no poder num lapso temporal rigorosamente estabelecido.
 
A república é a oposição as outras duas formas de governo que foram concebidas por Aristóteles (monarquia e aristocracia), sendo que a república (res publica) é a forma mais democrática de todas, abrindo uma gama enorme de direitos aos cidadãos.
 
Se qualquer das três formas de governo não atingirem o fim a que se propõem, surgirão degenerações, a monarquia se transformará em tirania; a aristocracia em oligarquia e a democracia em demagogia.
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Federação: ao lado da forma republicana de governo, prevê a Constituição a forma federativa de estado, ou seja, a interação de coletividades parciais autônomas. Revela-se, pois, pelo pacto de ordens jurídicas regionais, as quais são conhecidas como estados federados, estados-membros ou, simplesmente, estados. Esta forma de composição evidencia a repartição regional de poderes autônomos, distinguindo-se da forma unitária de estado, como ocorre no Paraguai.
 
A entidade federativa (ou estado membro) deve exteriorizar quatro aspectos essenciais: capacidade de auto-organização (a entidade federativa deve possuir constituição própria); capacidade de autogoverno (eletividade de representantes políticos); capacidade de autolegislação (consiste na edição de normas gerais e abstratas); capacidade de auto-administração (prestação e manutenção de serviços próprios).
 
Alguns jusconstitucionalistas tecem ferrenhas críticas ao fato de o município ter sido incluído na conformação da República Federativa do Brasil, juntamente com os Estados e o Distrito Federal, eis que é uma opção anômala por divergir tecnicamente do modelo norte-americano (precursor dessa forma de Estado). O absurdo da questão (Federação de Municípios) se dá porque o município é divisão política do Estado Federado, não possuindo cadeira no Senado Federal.
 
Assim, mesmo que anomalamente, passamos a ter, com o advento da Constituição de 1988, uma “Federação de Municípios e de Estados”.
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Estado Democrático de Direito: a afirmação constante no final do caput do artigo 1º de que o Brasil “constitui-se em Estado Democrático de Direito” é uma inspiração do art. 2º da Constituição portuguesa e tem como objetivo reforçar a idéia de que Estado de Direito e democracia são indissolúveis, não havendo redundância ou tautologia na expressão.
 
Referida expressão vem em oposição ao Estado de Polícia, o qual possui uma carga de autoridade extrema, com o repúdio às liberdades públicas.
 
A Constituição, portanto, reconhece o Brasil como uma ordenação estatal justa, mantenedora dos direito individuais e metaindividuais, garantindo os direitos adquiridos, a independência e imparcialidade dos juízes e tribunais, a responsabilidade dos governantes para com os governados, a prevalência do princípio representativo (todo poder emana do povo e em seu nome será exercido).
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É o primeiro fundamento da RFB, é a exteriorização máxima do poder, que ao lado do povo e do território não admite gradações. Ou um Estado é soberano, ou não é, a soberania possui uma caráter absoluto, insuscetível de aumento ou diminuição.
 
Um Estado soberano é aquele que tem o pleno controle de todos os seus atos dentro de seu território e fora dele, dentro de suas embaixadas, não podendo permitir que qualquer outro Estado venha a alterar suas decisões.
 
Não se deve confundir a soberania com a autonomia dos estados-membros.
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A cidadania nos termos do inciso II denota capacidade política, idoneidade para o gozo do direito de eleger (direito ativo) e ser eleito ou, ao menos, candidatar-se em eleições (direito passivo). Credencia o cidadão a participar da vida democrática do estado Brasileiro como partícipe da sociedade política.
 
É em termos simplistas, a inclusão do indivíduo na sociedade,
propiciando sua plena participação na “vida” do país, visando assegurar seu status activae civitatis, possibilitando-lhe o exercício concreto da liberdade-participação.
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É o valor constitucional supremo, que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, expressos na Constituição.
 
Envolve uma gama enorme de direitos: o direito à vida; os direitos pessoais tradicionais; os direitos sociais; os direitos econômicos; educacionais, bem como as liberdades públicas em geral.
 
A dignidade da pessoa humana corrobora com o imperativo de justiça social, caracterizando-se como o carro-chefe dos direitos fundamentais na Constituição de 1988.
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“O trabalho dignifica o homem”, contudo, esta máxima nem sempre foi presente na evolução da humanidade, pois na antiguidade, o trabalho era um demérito, algo que somente servia a escravos, com o passar dos tempos, tal concepção sofreu enormes mudanças, sendo que hoje, não se pode imaginar um Estado onde não se privilegie a questão trabalho.
A Constituição, ao prescrever os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa aduziu que a ordem econômica funda-se nesse primado, valorizando o trabalho do homem em relação à economia de mercado, nitidamente capitalista. Este comando constitucional visa priorizar a intervenção do Estado na economia, para dar significação aos valores sociais do trabalho. Estes, ao lado da iniciativa privada, constituem um dos pilares da própria RFB.
 
A doutrina constitucional tradicional diz que a fórmula adotada pelo constituinte, no que respeita à caracterização da livre iniciativa como valor social, foi totalmente infeliz, pois demonstra a existência de concessões ideológicas e faz prevalecer o espírito antiliberal em termos de economia.
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Um dos pilares do Estado brasileiro, decorrendo da democracia. Pluralismo significa uma participação plural na sociedade, uma participação ampla, que envolva não apenas partidos políticos, mas toda a sociedade (sindicatos, associações, entidades representativas de classes, igrejas, escolas, universidades, etc.).
 
A sociedade pluralista já está prevista no preâmbulo da constituição, para evitar dúvidas e fazer o contraponto com a sociedade monista (Estado centralizador e ditatorial).
 
Em uma sociedade pluralista, um dos princípios básicos é aceitar as diversidades de idéias e opiniões, uma vez que o livre pensamento é cultuado e deve ser respeitado.
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Como o regime democrático é a base da RFB, evidente que o poder deve emanar do povo, para o povo, pelo povo e em benefício dele.
 
Referido poder deve ser exercido mediante representação, sendo que os mandatários ou representantes eleitos se obrigam politicamente a agir em benefício de seus eleitores (do povo), defendendo teses, fórmulas e propostas que pregaram, razão pela qual foram escolhidos em eleição popular.
 
Efetivamente, o poder de que trata este parágrafo, deve se ater aos termos da constituição, os representantes eleitos não podem, pelo simples fato de serem representantes do povo, exorbitarem seus mandatos e praticarem atos que venham a ferir os dispositivos da Constituição.
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Os três poderes são a espinha dorsal do Estado, é através deles que o Estado desempenha suas funções de administrar, organizar e manter a ordem.
A questão da harmonia entre os poderes, exterioriza-se pelas seguintes notas: cortesia e trato respeitoso entre os órgãos do poder, no que respeita à manutenção das prerrogativas. Isso não impede, de modo algum, a interferência de um órgão no outro, a fim de assegurar o mecanismo de freios e contrapesos, para garantir as liberdades públicas, evitando o arbítrio e o autoritarismo. Como exemplo, pode-se citar o fato de que, enquanto o legislativo cria normas gerais, impessoais e abstratas, o executivo participa pela iniciativa, sanção ou veto das leis.
 
A independência a que se refere o artigo em comento, delineia-se pela investidura e permanência das pessoas em um dos órgãos do governo, as quais, ao exercerem as atribuições que lhes foram conferidas, atuam num raio de competência próprio, sem a ingerência de outros órgãos, com total liberdade, organizando serviços e tomando decisões livremente, sem qualquer interferência alheia, mas permitindo colaboração quando a necessidade assim o exigir.

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