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Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal Orçamento Público e Gestão Orçamentária Aula 1 Profa. Cleuci Terezinha Zuber Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 2 Assista ao vídeo a seguir antes de iniciar sua leitura e conheça os temas que serão trabalhados nesta primeira aula. Introdução Iniciamos a aula de hoje destacando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Essa lei veio revolucionar as ações dos gestores na Administração Pública, buscando o controle de despesas, a transparência e o equilíbrio fiscal. Nesta aula vamos falar sobre o conceito de responsabilidade fiscal, objetivos da lei e sua abragência, bem como dos princípios que passam a nortear a ação administrativa. Evidenciaremos também a importância do texto legal e serão indicados materiais para consulta que ajudarão a ampliar o seu conhecimento sobre esses temas. Bons estudos! A Lei de Responsabilidade Fiscal Essa lei estabelece normas para as finanças públicas visando à responsabiidade fiscal e regulando a atuação do gestor público com o objetivo de proporcionar maior eficiência na Administração Pública. A principal finalidade dessa lei é a redução do déficit público, o equilíbrio entre receitas e despesas, estabilizando assim a economia e primando pela transparência das ações administrativas e da participação popular. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ou a Lei 101, foi sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, no dia 4 de maio de 2000 e publicada no Diário Oficial em 5 de maio de 2000. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 3 Um regime democrático de governo tem como característica principal a garantia de legitimar as ações administrativas, e a LRF em diversos pontos do seu texto vem enfatizar a ação planejada e transparente. Entende-se como ação planejada aquela que se baseia em planos previamente traçados, avaliados e apreciados pelo poder legislativo. Veja mais sobre esses instrumentos de planejamento no vídeo a seguir. Conceito de responsabilidade fiscal O conceito de responsabilidade fiscal é inovador no ordenamento jurídico, pois remete a um parâmetro comportamental que busca estabelecer um novo modelo de gestão fiscal, onde a ação governamental seja planejada e transparente, baseada em princípios norteadores e que impõe o cumprimento de limites e condições referente à renúncia de receita, com despesas de pessoal, limites constitucionais relativos à educação e à saúde, e fixação de limite de endividamento, entre outros. Mais do que punir administradores públicos, esse conceito veio para corrigir e aperfeiçoar a Administração Pública, seja no âmbito federal, estadual ou municipal. Também ajudou a limitar os gastos, mediante a adoção de técnicas de planejamento governamental, organização, controle, transparência e responsabilidade do gestor. Mas afinal, quais são os instrumentos utilizados para o planejamento da Administração Pública? Os instrumentos são o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 4 Conheça mais sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal assistindo ao vídeo a seguir. Confira! <www.youtube.com/watch?v=s9207x-3gpg> Objetivos da LRF A LRF é um novo código de regras para a gestão fiscal da Administração Pública brasileira. Possui um caráter inovador e complementar. Inovador ao criar uma nova condição para a implantação de uma mudança cultural no gerenciamento e gestão dos recursos públicos, visando o equilíbrio fiscal e a apresentação transparente do resultado para que a população possa exercer o controle social das ações desenvolvidas pelo gestor público. E complementar, pois se destina a regulamentar a Constituição Federal, no que diz respeito à Tributação e ao Orçamento, no seu Título VI, cujo Capítulo II estabelece as normas gerais das finanças públicas. Mais do que o objetivo legal de estabelecer princípios norteadores para administradores públicos, ela vem fortalecer o planejamento das ações e a instituição de mecanismos prévios para garantir o cumprimento das metas fiscais. A partir dessa premissa, também busca o equilíbrio entre receitas e despesas, ficando o gestor proibido de realizar despesas que não possam ser quitadas no exercício corrente, evitando assim a transferência de despesas para o seu sucessor. A Lei de Responsabilidade Fiscal, na sua função legal, institui a gestão fiscal responsável, com ênfase no controle do gasto continuado e do endividamento, na prevenção de desvios e no estabelecimento de mecanismos de correção. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 5 Acesse o link da Lei de Responsabilidade Fiscal e conheça os parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 1º da lei. <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm> Será que possuímos um exemplo de mecanismo de correção, baseado no texto da LRF? No artigo 22, estão previstas medidas corretivas no caso de se exceder 95% do limite da despesa total com pessoal. Nesse caso, baseados no texto legal, ficam vedados, por exemplo, a concessão de vantagem, aumento ou reajuste de remuneração, criação de cargos, alteração de estrutura de carreira que implique em aumento de despesa, admissão ou contratação de pessoal, horas extras etc. Já o artigo 23 prevê que o percentual excedente terá o prazo dos dois quadrimestres seguintes para ser eliminado. Inclusive, o parágrafo 1º desse artigo cita que para se alcançar tal objetivo poderão ser extinguidos cargos e funções e reduzidos valores a eles atribuídos. Já no parágrafo 2º, faculta ao gestor a redução temporária da jornada do trabalho, com diminuição dos vencimentos para compatibilizar com a carga horária. Abrangência da Lei de Responsabilidade Fiscal A pretensão da Lei de Responsabilidade Fiscal é atingir toda a amplitude de intervenções do gestor público, abrangendo o planejamento de suas ações, a execução e o controle das contas públicas. E o principal: a garantia da transparência, quando do conhecimento e da participação da sociedade, a partir da ampla publicidade dos atos referentes à arrecadação e às despesas do ente público. Abrange os poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, bem como todas as esferas governamentais: União, estados, Distrito Federal e município. A abrangência também se estende aos Fundos e à Administração Indireta. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 6 Alguns Tópicos da Lei de Responsabilidade Fiscal Gastos com pessoal De acordo com o artigo 18, entende-se como despesas de pessoal: O somatório dos gastos do ente da federação com os ativos, os inativos e os pensionistas; Mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de poder, com quaisquer espécies remuneratórias; Vencimentos e vantagens fixas e variáveis; Subsídios e proventos da aposentadoria; Reformas e pensões, inclusive adicionais; Gratificações, horas extras e vantagens pessoais; Encargos sociais; Contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. Pela lei, na esfera estadual as despesas com pessoal ficam limitadas a 60%, sendo 2%para o Ministério Público; 3% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Estado; 6% para o Judiciário; e 49% para o Executivo, da receita corrente líquida. Na esfera municipal o limite também é de 60%, sendo 6% para o Legislativo, 54% para o Executivo. Na esfera federal, essas despesas têm o limite de 50% da receita corrente líquida, devendo ser 40,9% para o Executivo; 6% para o Judiciário; 2,5% para o Legislativo; e 0,6% para o Ministério Público. Dívida pública Com relação às dívidas e aos endividamentos, os administradores deverão respeitar a capacidade de endividamento da instituição, isto é, o Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 7 governante não poderá aumentar a dívida para o pagamento de despesas diárias. O governante, verificando que ultrapassou o limite estabelecido para o endividamento, deverá providenciar o seu enquadramento, dentro do prazo de doze meses, reduzindo o excesso em pelo menos 25%, nos primeiros quatro meses. Entretanto, se ainda persistirem os excessos, a Administração Pública ficará impedida de contratar novas operações de crédito. Metas fiscais A Lei determina que sejam estabelecidas metas, as quais objetivam um planejamento responsável das ações governamentais, bem como das receitas e despesas públicas, além de possíveis riscos fiscais ao longo do exercício. Dessa forma, observa-se a priorização da ação planejada, prevenindo riscos e desvios da coisa pública, visando à correção para a não afetação do equilíbrio financeiro. Quer ver mais sobre os gastos com pessoal e a dívida pública? Então assista ao vídeo a seguir. Renúncia fiscal A administração, ao conceder ou ampliar incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita, deverá apresentar estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício vigente e nos dois Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 8 seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: Demonstrar que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no Anexo de Metas Fiscais; Apresentar medidas de compensação, no exercício e nos dois seguintes, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. Princípios da LRF O que são princípios? Você já pensou sobre o que são princípios? Descubra assistindo ao vídeo! Podemos elencar alguns princípios básicos da responsabilidade fiscal na gestão financeira pública. Observe. Trabalhar com um sistema integrado de planejamento e execução orçamentária, visando ao cumprimento das metas fiscais estabelecidas pelas peças orçamentárias, primando pela eficiência e dentro dos prazos estabelecidos. Manter o equilíbrio entre receitas e despesas. Realizar uma gestão responsável e eficaz, controlando as receitas, cobrando todos os tributos e combatendo a renúncia fiscal. Observar as condições e os limites na alocação e execução das despesas. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 9 Reduzir a Dívida Pública e prevenir déficits, mantendo assim o equilíbrio das contas públicas. Utilizar a transparência no planejamento, garantindo a participação popular na sua elaboração, na administração, disponibilizando as contas públicas para a consulta e a apreciação do cidadão. Observe a imagem a seguir. Fonte: THOMÉ, 2008. A responsabilidade na gestão fiscal demanda ações embasadas na legislação vigente, e atualmente a Lei de Responsabilidade Fiscal ganha importância e deve ser reconhecida como de extrema valia por todo gestor da coisa pública, dando-lhe segurança de ação e impedindo atos de corrupção, impunidade, desonestidade e falta de ética. Com o advento da LRF, princípios norteadores da Administração Pública são cada vez mais relevantes. Além dos princípios de planejamento, equilíbrio fiscal e transparência, ficam revigorados os princípios orçamentários e financeiros, bem como os constantes no texto da nossa Constituição Federal. Vamos relembrar alguns princípios que devem imperar nas ações dos gestores e servidores da Administração Pública? Veja a seguir. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 10 Equilíbrio O princípio do equilíbrio, na definição de Sanches (2004, p. 141), é o “princípio orçamentário, de natureza complementar, segundo o qual, no orçamento público, deve haver equilíbrio financeiro entre receita e despesa”. Planejamento O planejamento é um instrumento essencial para a formulação de políticas, organização e execução dos serviços públicos. Com o planejamento são definidas as ações da administração através das políticas públicas, tornando as ações mais precisas e transparentes para toda a sociedade, para que esta participe das definições através das audiências públicas. Ele também organiza o que será executado, pois possibilita a identificação das ações a serem desenvolvidas e o levantamento dos recursos necessários. Além disso, fixa parâmetros para o controle e a avaliação das ações empreendidas e dos resultados. Impessoabilidade O princípio da impessoabilidade nos remete ao entendimento de que os atos administrativos devem ser realizados sem vícios, sem a contaminação pelos interesses pessoais, pois devem ter finalidade pública. Todos devem ser tratados sem discriminação, sem benefícios, pois a finalidade deve ser sempre o interesse público. Moralidade Ao seguir esse princípio, deve o gestor público, seguir a determinação legal, pautando sua conduta na moral, realizando aquilo que for melhor e, principalmente, mais útil ao interesse público. Também, torna-se necessário separar o bem do mal, o legal do ilegal, o justo do injusto e o honesto do desonesto. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 11 Continuidade Esse princípio relaciona-se diretamente com a ciência contábil. Para esse princípio, a Administração Pública deve ser considerada como uma organização em constante movimento e produção de bens e serviços públicos contínuos. Dessa forma, versa sobre a continuidade das ações e programas visando o bem comum. Efetividade A efetividade, na área pública, mede a extensão do resultado de uma ação, verificando a medida de benefício levado à população. Mostra se determinado objetivo causou melhorias para aquela população atendida. Conforme Torres (2004, p. 175), a preocupação central é a averiguação da real necessidade e oportunidade de determinadas ações governamentais, de forma democrática, transparente e responsável, sempre tentando sintonizar e sensibilizar a população para o desenvolvimento das políticas públicas. Legitimidade O princípio da legitimidade nos remete à presunção de que todos os atos administrativos são verdadeiros, pois são realizados sempre seguindo-se todas as normas legais e por esse motivo possuem legitimidade. A legitimidade refere-se ao desenvolvimento de determinadas atividades em consonância com as normas legais. Motivação O ato administrativo deve apresentar alguns requisitos, a saber: competência, forma, objeto, motivo e finalidade. O princípio da motivaçãodeixa claro que são necessárias as razões, isto é, os motivos para que determinada ação a ser tomada seja legal e apropriada para a situação concreta. Assim, a descrição dos motivos será determinante para verificar se a prática do ato administrativo possui legalidade. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 12 Razoabilidade O princípio da razoabilidade nos remete ao uso da razão, promovendo a escolha da opção mais razoável para o problema concreto, dentro de todas as circunstâncias que envolvam a questão, sem perder de vista os parâmetros legais na solução, captando assim a riqueza de possibilidades nos diferentes conflitos sociais. Legalidade O princípio da legalidade limita o poder estatal. A ação do administrador deve sempre estar amparada por legislação específica, isto é, deve sempre existir uma lei que autorize essa ação. Também, toda ação governamental deve sempre estar revestida do interesse público e possuir autorização legislativa. Exemplo: Discricionariedade Atos discricionários são aqueles praticados pela Administração Pública com uma certa liberdade de avaliação para a tomada de decisão, seguindo critérios conforme a oportunidade e a conveniência. Isso quer dizer que a Administração Pública possui poder de agir livremente, sempre respeitados os limites legais e em defesa do interesse público, sem necessariamente estar vinculada a qualquer tipo de conduta. O gestor do município XYZ resolve firmar convênio com a ONG ABC para que esta desenvolva ações culturais junto aos alunos das escolas municipais. A primeira ação do administrador é verificar a existência de lei que autorize esse convênio. Após essa verificação o gestor se depara com a falta de lei que ampare essa ação. Como o gestor deve proceder? O gestor deve encaminhar projeto de lei para a Câmara Municipal para apreciação dos vereadores e aprovação da mesma. Sendo aprovada, a lei retorna ao executivo para ser sancionada. Somente a posteriori poderá ser realizado convênio. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 13 Economicidade O princípio da economicidade encontra-se expressamente previsto no artigo 70 da Constituição Federal de 1988. Esse princípio está por todo o ordenamento infraconstitucional e promove resultados com o menor custo possível. A economicidade busca diminuir ao máximo os custos, sem descuidar da qualidade, garantindo a eficiência nas aquisições de bens e serviços na Administração Pública. Eficácia O princípio da eficácia se refere diretamente ao alcance dos objetivos desejados quando da realização de determinada ação governamental, não sendo importante os meios e quais os mecanismos foram utilizados para atingi- los. Eficiência O princípio da eficiência traduz-se na capacidade de realizar as coisas benfeitas. A atividade realizada é o meio para se atingir um resultado. Um administrador será eficiente quando conseguir reduzir, ao máximo, os custos e maximizar os resultados. Supremacia do interesse público Esse princípio é fundamental na Administração Pública, pois impõe o interesse coletivo sobre o interesse particular, não significando o desrespeito aos direitos deste. Há que prevalecer o interesse da coletividade, sempre quando necessário optar entre o interesse particular e ou privado e o interesse coletivo. Chiavenato (1994) oferece pitorescos exemplos para diferenciar os conceitos: eficiência é ir à igreja, enquanto eficácia é praticar os valores religiosos; eficiência é rezar, enquanto eficácia é ganhar o céu. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 14 Seguindo esse princípio e a lei, haverá sim a desapropriação, com a consequente indenização do particular (art. 5º, XXIV, CF/88). Os bens e serviços públicos devem alcançar o maior número de contribuintes possíveis. Como exemplo podemos citar uma desapropriação por utilidade pública. O imóvel em questão será desapropriado para ser disponibilizado para a construção de uma Unidade Básica de Saúde. Nesse caso, o interesse do particular se confronta com o interesse dos usuários que necessitam do serviço que será prestado pela unidade. Publicidade Todos os atos da Administração Pública devem ser conhecidos por todos os administrados, bem como pelos cidadãos. Como o nome já diz, o poder público deve ser de conhecimento de todos. O bom gestor é aquele que dá publicidade de todos os seus atos, garantindo a transparência da sua gestão. Transparência e participação O princípio da transparência torna mais efetiva a participação da sociedade nas decisões governamentais, através da participação nas audiências públicas. Dessa forma, o cidadão garante o seu papel fiscalizador e sua participação na decisão das ações governamentais baseadas no interesse público. Também permite à sociedade conhecer e compreender as contas públicas, realizando um controle social efetivo, além de dar condições ao cidadão de cobrar, fiscalizar e exigir dos seus governantes uma ação austera e responsável na gestão dos recursos públicos. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 15 Conheça mais sobre improbidade administrativa assistindo ao vídeo a seguir. <www.youtube.com/watch?v=WvEVqgUBfIc> Participação A construção de uma sociedade solidária e justa somente poderá se instalar com a participação popular. O cidadão precisa participar das tomadas de decisões do nosso país. O princípio da participação é fundamental na integração entre o Estado e a sociedade, promovendo uma mudança cultural, na aplicação dos recursos públicos na realidade existente e necessária. A abertura de visão da gestão administrativa pública facilita o diálogo entre governo e sociedade. Somente a participação popular poderá mudar os rumos do nosso país, buscando derrotar a corrupção instalada e que tanto nos entristece. É preciso que o cidadão exerça o seu direito e dever de participar. Síntese Vamos revisar os temas que foram estudados nesta aula? Confira no vídeo a seguir. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 16 1. O artigo 17 e parágrafos da Lei de Responsabilidade Fiscal versam sobre as “Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado”. Esse dispositivo visa atender ao programa de estabilidade fiscal criado pelo governo federal. Considerando essas informações, assinale a alternativa correta em relação à realização de novas despesas que se enquadrem nesse artigo. a. O artigo 17 possui a intenção de impedir novos empenhos e licitações para reduzir gastos. b. As despesas de caráter continuado são despesas somente referente às obras e aos investimentos, e estas podem aguardar a arrecadação melhorar. c. Essas despesas são consideradas lesivas ao patrimônio público, por isso a LRF as proíbe terminantemente. d. As despesas obrigatórias de caráter continuado, para que possam ser implementadas, devem indicar a fonte de receita e o respectivo fluxo financeiro necessário para a viabilidade das ações. 2. Considerando a definição da Lei de Responsabilidade Fiscal, assinale a alternativa correta. a. Uma Lei que veio para regulamentar o artigo 163 da CF e modificar profundamente o regime fiscal brasileiro, promovendo o controle dos gastospúblicos e a transparência no setor público. b. Uma Lei que trata de registro de códigos financeiros. c. Uma Lei que rege o planejamento municipal. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 17 d. Uma Lei que permite a realização de despesas públicas e endividamento do órgão público. Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária | Aula 1 18 Referências ARAUJO, I. da P. S. Contabilidade pública: da teoria à prática. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. BRASIL. Senado Federal. Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). Brasília: Centro Gráfico, 2000. CHIAVENATO, I. 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