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Aula 1 Orçamento Público e Gestão Orçamentária

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Prévia do material em texto

Contabilidade Pública e 
Responsabilidade Fiscal 
 
 
Orçamento Público e 
Gestão Orçamentária 
 
 
Aula 1 
 
Profa. Cleuci Terezinha Zuber 
 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
| Aula 1 
2 
 
Assista ao vídeo a seguir antes de iniciar sua leitura e conheça os temas 
que serão trabalhados nesta primeira aula. 
 
Introdução 
Iniciamos a aula de hoje destacando a Lei de Responsabilidade Fiscal 
(LRF). Essa lei veio revolucionar as ações dos gestores na Administração 
Pública, buscando o controle de despesas, a transparência e o equilíbrio fiscal. 
Nesta aula vamos falar sobre o conceito de responsabilidade fiscal, 
objetivos da lei e sua abragência, bem como dos princípios que passam a 
nortear a ação administrativa. Evidenciaremos também a importância do texto 
legal e serão indicados materiais para consulta que ajudarão a ampliar o seu 
conhecimento sobre esses temas. 
Bons estudos! 
A Lei de Responsabilidade Fiscal 
 
 
 
Essa lei estabelece normas para as finanças públicas visando à 
responsabiidade fiscal e regulando a atuação do gestor público com o objetivo 
de proporcionar maior eficiência na Administração Pública. 
A principal finalidade dessa lei é a redução do déficit público, o equilíbrio 
entre receitas e despesas, estabilizando assim a economia e primando pela 
transparência das ações administrativas e da participação popular. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ou a Lei 101, foi sancionada pelo 
então presidente Fernando Henrique Cardoso, no dia 4 de maio de 2000 e 
publicada no Diário Oficial em 5 de maio de 2000. 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
| Aula 1 
 
3 
 
Um regime democrático de governo tem como característica principal a 
garantia de legitimar as ações administrativas, e a LRF em diversos pontos do 
seu texto vem enfatizar a ação planejada e transparente. Entende-se como 
ação planejada aquela que se baseia em planos previamente traçados, 
avaliados e apreciados pelo poder legislativo. 
 
 
 
 
Veja mais sobre esses instrumentos de planejamento no vídeo a seguir. 
 
Conceito de responsabilidade fiscal 
O conceito de responsabilidade fiscal é inovador no ordenamento 
jurídico, pois remete a um parâmetro comportamental que busca estabelecer 
um novo modelo de gestão fiscal, onde a ação governamental seja planejada e 
transparente, baseada em princípios norteadores e que impõe o cumprimento 
de limites e condições referente à renúncia de receita, com despesas de 
pessoal, limites constitucionais relativos à educação e à saúde, e fixação de 
limite de endividamento, entre outros. 
Mais do que punir administradores públicos, esse conceito veio para 
corrigir e aperfeiçoar a Administração Pública, seja no âmbito federal, estadual 
ou municipal. Também ajudou a limitar os gastos, mediante a adoção de 
técnicas de planejamento governamental, organização, controle, transparência 
e responsabilidade do gestor. 
Mas afinal, quais são os instrumentos utilizados para o planejamento 
da Administração Pública? 
Os instrumentos são o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
| Aula 1 
4 
 
Conheça mais sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal assistindo ao vídeo 
a seguir. Confira! 
<www.youtube.com/watch?v=s9207x-3gpg> 
 
 
 
 
Objetivos da LRF 
A LRF é um novo código de regras para a gestão fiscal da Administração 
Pública brasileira. Possui um caráter inovador e complementar. 
Inovador ao criar uma nova condição para a implantação de uma 
mudança cultural no gerenciamento e gestão dos recursos públicos, visando o 
equilíbrio fiscal e a apresentação transparente do resultado para que a 
população possa exercer o controle social das ações desenvolvidas pelo gestor 
público. E complementar, pois se destina a regulamentar a Constituição 
Federal, no que diz respeito à Tributação e ao Orçamento, no seu Título VI, 
cujo Capítulo II estabelece as normas gerais das finanças públicas. 
Mais do que o objetivo legal de estabelecer princípios norteadores para 
administradores públicos, ela vem fortalecer o planejamento das ações e a 
instituição de mecanismos prévios para garantir o cumprimento das metas 
fiscais. 
A partir dessa premissa, também busca o equilíbrio entre receitas e 
despesas, ficando o gestor proibido de realizar despesas que não possam ser 
quitadas no exercício corrente, evitando assim a transferência de despesas 
para o seu sucessor. 
 
 
 
A Lei de Responsabilidade Fiscal, na sua função legal, institui a gestão 
fiscal responsável, com ênfase no controle do gasto continuado e do 
endividamento, na prevenção de desvios e no estabelecimento de mecanismos 
de correção. 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
| Aula 1 
 
5 
 
Acesse o link da Lei de Responsabilidade Fiscal e conheça os parágrafos 
1º, 2º e 3º do artigo 1º da lei. 
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm> 
Será que possuímos um exemplo de mecanismo de correção, baseado no 
texto da LRF? 
No artigo 22, estão previstas medidas corretivas no caso de se exceder 
95% do limite da despesa total com pessoal. Nesse caso, baseados no texto 
legal, ficam vedados, por exemplo, a concessão de vantagem, aumento ou 
reajuste de remuneração, criação de cargos, alteração de estrutura de carreira 
que implique em aumento de despesa, admissão ou contratação de pessoal, 
horas extras etc. 
Já o artigo 23 prevê que o percentual excedente terá o prazo dos dois 
quadrimestres seguintes para ser eliminado. Inclusive, o parágrafo 1º desse 
artigo cita que para se alcançar tal objetivo poderão ser extinguidos cargos e 
funções e reduzidos valores a eles atribuídos. Já no parágrafo 2º, faculta ao 
gestor a redução temporária da jornada do trabalho, com diminuição dos 
vencimentos para compatibilizar com a carga horária. 
Abrangência da Lei de Responsabilidade Fiscal 
A pretensão da Lei de Responsabilidade Fiscal é atingir toda a amplitude 
de intervenções do gestor público, abrangendo o planejamento de suas ações, 
a execução e o controle das contas públicas. E o principal: a garantia da 
transparência, quando do conhecimento e da participação da sociedade, a 
partir da ampla publicidade dos atos referentes à arrecadação e às despesas 
do ente público. Abrange os poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, bem 
como todas as esferas governamentais: União, estados, Distrito Federal e 
município. A abrangência também se estende aos Fundos e à Administração 
Indireta. 
 
 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
| Aula 1 
6 
 
Alguns Tópicos da Lei de Responsabilidade Fiscal 
Gastos com pessoal 
De acordo com o artigo 18, entende-se como despesas de pessoal: 
 O somatório dos gastos do ente da federação com os ativos, os inativos e os 
pensionistas; 
 Mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de 
membros de poder, com quaisquer espécies remuneratórias; 
 Vencimentos e vantagens fixas e variáveis; 
 Subsídios e proventos da aposentadoria; 
 Reformas e pensões, inclusive adicionais; 
 Gratificações, horas extras e vantagens pessoais; 
 Encargos sociais; 
 Contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. 
Pela lei, na esfera estadual as despesas com pessoal ficam limitadas a 
60%, sendo 2%para o Ministério Público; 3% para o Legislativo, incluindo o 
Tribunal de Contas do Estado; 6% para o Judiciário; e 49% para o Executivo, 
da receita corrente líquida. 
Na esfera municipal o limite também é de 60%, sendo 6% para o 
Legislativo, 54% para o Executivo. 
Na esfera federal, essas despesas têm o limite de 50% da receita 
corrente líquida, devendo ser 40,9% para o Executivo; 6% para o Judiciário; 
2,5% para o Legislativo; e 0,6% para o Ministério Público. 
Dívida pública 
Com relação às dívidas e aos endividamentos, os administradores 
deverão respeitar a capacidade de endividamento da instituição, isto é, o 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
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governante não poderá aumentar a dívida para o pagamento de despesas 
diárias. 
O governante, verificando que ultrapassou o limite estabelecido para o 
endividamento, deverá providenciar o seu enquadramento, dentro do prazo de 
doze meses, reduzindo o excesso em pelo menos 25%, nos primeiros quatro 
meses. Entretanto, se ainda persistirem os excessos, a Administração Pública 
ficará impedida de contratar novas operações de crédito. 
 
Metas fiscais 
A Lei determina que sejam estabelecidas metas, as quais objetivam um 
planejamento responsável das ações governamentais, bem como das receitas 
e despesas públicas, além de possíveis riscos fiscais ao longo do exercício. 
Dessa forma, observa-se a priorização da ação planejada, prevenindo 
riscos e desvios da coisa pública, visando à correção para a não afetação do 
equilíbrio financeiro. 
Quer ver mais sobre os gastos com pessoal e a dívida pública? Então 
assista ao vídeo a seguir. 
 
Renúncia fiscal 
A administração, ao conceder ou ampliar incentivo ou benefício de 
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita, deverá apresentar 
estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício vigente e nos dois 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
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seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo 
menos uma das seguintes condições: 
 Demonstrar que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei 
orçamentária e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas 
no Anexo de Metas Fiscais; 
 Apresentar medidas de compensação, no exercício e nos dois seguintes, por 
meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, 
ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou 
contribuição. 
Princípios da LRF 
O que são princípios? 
Você já pensou sobre o que são princípios? Descubra assistindo ao 
vídeo! 
 
Podemos elencar alguns princípios básicos da responsabilidade fiscal na 
gestão financeira pública. Observe. 
 Trabalhar com um sistema integrado de planejamento e execução 
orçamentária, visando ao cumprimento das metas fiscais estabelecidas 
pelas peças orçamentárias, primando pela eficiência e dentro dos prazos 
estabelecidos. 
 Manter o equilíbrio entre receitas e despesas. 
 Realizar uma gestão responsável e eficaz, controlando as receitas, cobrando 
todos os tributos e combatendo a renúncia fiscal. 
 Observar as condições e os limites na alocação e execução das despesas. 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
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 Reduzir a Dívida Pública e prevenir déficits, mantendo assim o equilíbrio das 
contas públicas. 
 Utilizar a transparência no planejamento, garantindo a participação popular 
na sua elaboração, na administração, disponibilizando as contas públicas 
para a consulta e a apreciação do cidadão. 
Observe a imagem a seguir. 
 
Fonte: THOMÉ, 2008. 
A responsabilidade na gestão fiscal demanda ações embasadas na 
legislação vigente, e atualmente a Lei de Responsabilidade Fiscal ganha 
importância e deve ser reconhecida como de extrema valia por todo gestor da 
coisa pública, dando-lhe segurança de ação e impedindo atos de corrupção, 
impunidade, desonestidade e falta de ética. 
Com o advento da LRF, princípios norteadores da Administração 
Pública são cada vez mais relevantes. Além dos princípios de planejamento, 
equilíbrio fiscal e transparência, ficam revigorados os princípios orçamentários 
e financeiros, bem como os constantes no texto da nossa Constituição Federal. 
Vamos relembrar alguns princípios que devem imperar nas ações dos 
gestores e servidores da Administração Pública? Veja a seguir. 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
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Equilíbrio 
O princípio do equilíbrio, na definição de Sanches (2004, p. 141), é o 
“princípio orçamentário, de natureza complementar, segundo o qual, no 
orçamento público, deve haver equilíbrio financeiro entre receita e despesa”. 
Planejamento 
O planejamento é um instrumento essencial para a formulação de 
políticas, organização e execução dos serviços públicos. 
Com o planejamento são definidas as ações da administração através 
das políticas públicas, tornando as ações mais precisas e transparentes para 
toda a sociedade, para que esta participe das definições através das 
audiências públicas. Ele também organiza o que será executado, pois 
possibilita a identificação das ações a serem desenvolvidas e o levantamento 
dos recursos necessários. Além disso, fixa parâmetros para o controle e a 
avaliação das ações empreendidas e dos resultados. 
Impessoabilidade 
O princípio da impessoabilidade nos remete ao entendimento de que os 
atos administrativos devem ser realizados sem vícios, sem a contaminação 
pelos interesses pessoais, pois devem ter finalidade pública. Todos devem ser 
tratados sem discriminação, sem benefícios, pois a finalidade deve ser sempre 
o interesse público. 
Moralidade 
Ao seguir esse princípio, deve o gestor público, seguir a determinação 
legal, pautando sua conduta na moral, realizando aquilo que for melhor e, 
principalmente, mais útil ao interesse público. Também, torna-se necessário 
separar o bem do mal, o legal do ilegal, o justo do injusto e o honesto do 
desonesto. 
 
 
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| Aula 1 
 
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Continuidade 
Esse princípio relaciona-se diretamente com a ciência contábil. Para 
esse princípio, a Administração Pública deve ser considerada como uma 
organização em constante movimento e produção de bens e serviços públicos 
contínuos. Dessa forma, versa sobre a continuidade das ações e programas 
visando o bem comum. 
Efetividade 
A efetividade, na área pública, mede a extensão do resultado de uma 
ação, verificando a medida de benefício levado à população. Mostra se 
determinado objetivo causou melhorias para aquela população atendida. 
Conforme Torres (2004, p. 175), a preocupação central é a averiguação 
da real necessidade e oportunidade de determinadas ações governamentais, 
de forma democrática, transparente e responsável, sempre tentando sintonizar 
e sensibilizar a população para o desenvolvimento das políticas públicas. 
Legitimidade 
O princípio da legitimidade nos remete à presunção de que todos os atos 
administrativos são verdadeiros, pois são realizados sempre seguindo-se todas 
as normas legais e por esse motivo possuem legitimidade. A legitimidade 
refere-se ao desenvolvimento de determinadas atividades em consonância com 
as normas legais. 
Motivação 
O ato administrativo deve apresentar alguns requisitos, a saber: 
competência, forma, objeto, motivo e finalidade. O princípio da motivaçãodeixa 
claro que são necessárias as razões, isto é, os motivos para que determinada 
ação a ser tomada seja legal e apropriada para a situação concreta. 
Assim, a descrição dos motivos será determinante para verificar se a 
prática do ato administrativo possui legalidade. 
 
 
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Razoabilidade 
O princípio da razoabilidade nos remete ao uso da razão, promovendo a 
escolha da opção mais razoável para o problema concreto, dentro de todas as 
circunstâncias que envolvam a questão, sem perder de vista os parâmetros 
legais na solução, captando assim a riqueza de possibilidades nos diferentes 
conflitos sociais. 
Legalidade 
O princípio da legalidade limita o poder estatal. A ação do administrador 
deve sempre estar amparada por legislação específica, isto é, deve sempre 
existir uma lei que autorize essa ação. Também, toda ação governamental 
deve sempre estar revestida do interesse público e possuir autorização 
legislativa. 
Exemplo: 
 
 
 
 
 
 
 
Discricionariedade 
Atos discricionários são aqueles praticados pela Administração Pública 
com uma certa liberdade de avaliação para a tomada de decisão, seguindo 
critérios conforme a oportunidade e a conveniência. Isso quer dizer que a 
Administração Pública possui poder de agir livremente, sempre respeitados os 
limites legais e em defesa do interesse público, sem necessariamente estar 
vinculada a qualquer tipo de conduta. 
O gestor do município XYZ resolve firmar convênio com a ONG ABC para 
que esta desenvolva ações culturais junto aos alunos das escolas municipais. A 
primeira ação do administrador é verificar a existência de lei que autorize esse 
convênio. Após essa verificação o gestor se depara com a falta de lei que ampare 
essa ação. Como o gestor deve proceder? 
O gestor deve encaminhar projeto de lei para a Câmara Municipal para 
apreciação dos vereadores e aprovação da mesma. Sendo aprovada, a lei retorna 
ao executivo para ser sancionada. Somente a posteriori poderá ser realizado 
convênio. 
 
 
 
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Economicidade 
O princípio da economicidade encontra-se expressamente previsto no 
artigo 70 da Constituição Federal de 1988. Esse princípio está por todo o 
ordenamento infraconstitucional e promove resultados com o menor custo 
possível. A economicidade busca diminuir ao máximo os custos, sem descuidar 
da qualidade, garantindo a eficiência nas aquisições de bens e serviços na 
Administração Pública. 
Eficácia 
O princípio da eficácia se refere diretamente ao alcance dos objetivos 
desejados quando da realização de determinada ação governamental, não 
sendo importante os meios e quais os mecanismos foram utilizados para atingi-
los. 
Eficiência 
O princípio da eficiência traduz-se na capacidade de realizar as coisas 
benfeitas. A atividade realizada é o meio para se atingir um resultado. Um 
administrador será eficiente quando conseguir reduzir, ao máximo, os custos e 
maximizar os resultados. 
 
 
 
Supremacia do interesse público 
Esse princípio é fundamental na Administração Pública, pois impõe o 
interesse coletivo sobre o interesse particular, não significando o desrespeito 
aos direitos deste. Há que prevalecer o interesse da coletividade, sempre 
quando necessário optar entre o interesse particular e ou privado e o interesse 
coletivo. 
Chiavenato (1994) oferece pitorescos exemplos para diferenciar os conceitos: 
eficiência é ir à igreja, enquanto eficácia é praticar os valores religiosos; 
eficiência é rezar, enquanto eficácia é ganhar o céu. 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
| Aula 1 
14 
 
Seguindo esse princípio e a lei, haverá sim a desapropriação, com a 
consequente indenização do particular (art. 5º, XXIV, CF/88). 
Os bens e serviços públicos devem alcançar o maior número de 
contribuintes possíveis. Como exemplo podemos citar uma desapropriação por 
utilidade pública. O imóvel em questão será desapropriado para ser 
disponibilizado para a construção de uma Unidade Básica de Saúde. Nesse 
caso, o interesse do particular se confronta com o interesse dos usuários que 
necessitam do serviço que será prestado pela unidade. 
 
 
 
Publicidade 
Todos os atos da Administração Pública devem ser conhecidos por 
todos os administrados, bem como pelos cidadãos. Como o nome já diz, o 
poder público deve ser de conhecimento de todos. O bom gestor é aquele que 
dá publicidade de todos os seus atos, garantindo a transparência da sua 
gestão. 
Transparência e participação 
O princípio da transparência torna mais efetiva a participação da 
sociedade nas decisões governamentais, através da participação nas 
audiências públicas. Dessa forma, o cidadão garante o seu papel fiscalizador e 
sua participação na decisão das ações governamentais baseadas no interesse 
público. 
Também permite à sociedade conhecer e compreender as contas 
públicas, realizando um controle social efetivo, além de dar condições ao 
cidadão de cobrar, fiscalizar e exigir dos seus governantes uma ação austera e 
responsável na gestão dos recursos públicos. 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
| Aula 1 
 
15 
 
Conheça mais sobre improbidade administrativa assistindo ao vídeo a 
seguir. 
<www.youtube.com/watch?v=WvEVqgUBfIc> 
Participação 
A construção de uma sociedade solidária e justa somente poderá se 
instalar com a participação popular. O cidadão precisa participar das tomadas 
de decisões do nosso país. 
O princípio da participação é fundamental na integração entre o Estado e 
a sociedade, promovendo uma mudança cultural, na aplicação dos recursos 
públicos na realidade existente e necessária. A abertura de visão da gestão 
administrativa pública facilita o diálogo entre governo e sociedade. 
Somente a participação popular poderá mudar os rumos do nosso país, 
buscando derrotar a corrupção instalada e que tanto nos entristece. É preciso 
que o cidadão exerça o seu direito e dever de participar. 
 
 
 
 
 
Síntese 
Vamos revisar os temas que foram estudados nesta aula? Confira no 
vídeo a seguir. 
 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
| Aula 1 
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1. O artigo 17 e parágrafos da Lei de Responsabilidade Fiscal versam sobre 
as “Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado”. Esse dispositivo visa 
atender ao programa de estabilidade fiscal criado pelo governo federal. 
Considerando essas informações, assinale a alternativa correta em relação 
à realização de novas despesas que se enquadrem nesse artigo. 
a. O artigo 17 possui a intenção de impedir novos empenhos e licitações 
para reduzir gastos. 
b. As despesas de caráter continuado são despesas somente referente às 
obras e aos investimentos, e estas podem aguardar a arrecadação 
melhorar. 
c. Essas despesas são consideradas lesivas ao patrimônio público, por isso 
a LRF as proíbe terminantemente. 
d. As despesas obrigatórias de caráter continuado, para que possam ser 
implementadas, devem indicar a fonte de receita e o respectivo fluxo 
financeiro necessário para a viabilidade das ações. 
2. Considerando a definição da Lei de Responsabilidade Fiscal, assinale a 
alternativa correta. 
a. Uma Lei que veio para regulamentar o artigo 163 da CF e modificar 
profundamente o regime fiscal brasileiro, promovendo o controle dos 
gastospúblicos e a transparência no setor público. 
b. Uma Lei que trata de registro de códigos financeiros. 
c. Uma Lei que rege o planejamento municipal. 
 
 
Contabilidade Pública e Responsabilidade Fiscal | Orçamento Público e Gestão Orçamentária 
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d. Uma Lei que permite a realização de despesas públicas e endividamento 
do órgão público. 
 
 
 
 
 
 
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Referências 
ARAUJO, I. da P. S. Contabilidade pública: da teoria à prática. 4. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2004. 
BRASIL. Senado Federal. Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000 (Lei 
de Responsabilidade Fiscal). Brasília: Centro Gráfico, 2000. 
CHIAVENATO, I. Recursos humanos na empresa: pessoas, organizações e 
sistemas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1994. 
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE (CFC). Lei de 
Responsabilidade Fiscal LRFácil – Guia contábil da Lei de Responsabilidade 
Fiscal. Brasília: CFC, 2000. 
CRUZ, F. da. (Coord.). Lei de Responsabilidade Fiscal comentada. São 
Paulo: Atlas, 2001. 
FIGUEIRÊDO, C. M. C. Comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Recife: Nossa Livraria, 2000. 
LIMA, G. A ascendência monetária da Lei de Responsabilidade Fiscal. Revista 
dos Tribunais, São Paulo, ano 90, v. 784, p. 104, fev. 2001. 
MACHADO JUNIOR, J. T.; REIS, H. A lei 4.320 comentada e a Lei de 
responsabilidade fiscal. 31. ed. Rio de Janeiro: Ibam, 2003. 
MARTINS, I. G. da S. Os fundamentos constitucionais da Lei de 
Responsabilidade Fiscal n. 101/2000. In: ROCHA, V. de O. (Org.). Aspectos 
relevantes da Lei de Responsabilidade Fiscal. São Paulo: Dialética, 2001. 
MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 28. ed. atual. São Paulo: 
Malheiros, 2003. 
PAZZAGLINI FILHO, M. Crimes de responsabilidade fiscal. São Paulo: Atlas 
2006. 
 
 
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SANCHES, O. M. Dicionário de orçamento, planejamento e áreas afins. 2. 
ed. atual. e ampl. Brasília: OMS, 2004. 
SLOMSKI, V. Controladoria e governança na gestão pública. São Paulo: 
Atlas, 2007. 
THOMÉ, V. A. Palestra “Gestão por resultados”. Prefeitura Municipal da 
Lapa, 2008. 
TORRES, M. D. de F. Estado, democracia e administração pública no 
Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004.

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