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Tiristores Introdução e componentes: PUT, SCR, DIAC, TRIAC, Professor Lucas Tenório de Souza Silva TIRISTORES # FAMÍLIA TIRISTOR Tiristor é uma família de dispositivos semicondutores que operam em regime de chaveamento (on-off), e tem em comum uma estrutura com 4 camadas de material semicondutor (pnpn). O tiristor de uso mais difundido é o SCR (Retificador Controlado de Silício), usualmente chamado simplesmente de tiristor. Outros tiristores são: PUT (tiristor com disparo programável); DIAC (tiristor diodo bidirecional); TRIAC (tiristor triodo bidirecional); GTO (tiristor comutável pela porta); e MCT (Tiristor controlado por MOS). TIRISTORES Uma série da família de tiristores bastante comercializada é a série TIC. Cuidado para não confundir com família de transistores TIP. Para série TIC tem-se a seguinte convenção: O primeiro número após o TIC: 1: significa que o tiristor é unidirecional 2: significa que o tiristor é bidirecional O segundo número indica o grau de corrente anódica: Quanto maior, maior será a corrente, ou seja: IAmax(TIC126) > I Amax(TIC106) A letra indica a máxima tensão reversa que o componente pode suporta; TIRISTORES Todo circuito contendo tiristores pode ser dividido em duas malhas (etapas): Malha de Potência ou de Força: é a malha que circula a corrente de maior intensidade e onde é aplicada maior tensão. Malha de Disparo, Acionamento ou de Controle: é a malha por onde circula a corrente do gate, uma corrente bem inferior comparada com a corrente principal. PUT – Transistor de Unijunção Programável , TIRISTORES I. PUT (Transistor de Unijunção Programável) O PUT é a evolução do Transistor de Unijunção UJT e seu termo “programável” é dado por conta do controle dos parâmetros RBB, η e Vp. O controle destes parâmetros é feito por resistores de polarização externo. O PUT é um dispositivo da família dos tiristores comumente destinado para disparo de SCRs e TRIAC. TIRISTORES II. ESTRUTURA E SIMBOLOGIA DO PUT O PUT um componente formado por quatro camadas pnpn, e que possui apenas três terminais chamados de: anodo (A), catodo (K) e gate (G). O gate (porta - G) é terminal de disparo do PUT e esta conectado a camada N próximo do anodo. O estrutura interna dele por ser vista logo abaixo, junto ao seu símbolo. TIRISTORES III.CIRCUITO EQUIVALENTE DO PUT Para facilitar o entendimento do funcionamento do circuito com o PUT, utilizam-se didaticamente dois tipos de circuitos equivalentes, um baseado em circuitos com diodos e outro baseado em circuitos com transistores. TIRISTORES IV. IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS A identificação dos terminais do PUT pode ser feita analisando os valores de resistência entre seus terminais (tabela abaixo), medidas com um multímetro. O menor valor de resistência será identificado quando polarizar a junção gate-anodo de forma direta, ou seja, ponteira positiva(+) no anodo(A) e negativa(-) no Gate (G). Se encontrar duas resistência baixas (A-G e A-K), o PUT provavelmente estará disparando por ruído. Deve-se então conectar o terminal aberto a um dos dois terminais medidos para evitar o disparo e encontrar a resistência mais baixa RG-A. TIRISTORES V. POLARIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO O circuito básico de polarização do PUT é mostrado logo abaixo de duas maneiras(PUT e Equivalente). Analisando o circuito equivalente, sabe-se que a condução do PUT só será possível quando o transistor T1 conduzir. Para isto é necessário que a tensão Anodo-Catodo (VAC) seja 0,7V maior que a tensão VCG. Ou seja: VVV GCAC TIRISTORES Após a condução de T1, este transistor polarizará automaticamente o transistor T2, que também conduzirá logo em seguida. Como a tensão Gate-Catodo (VGC) do PUT é a mesma tensão de VR1(resistor do divisor de tensão), a tensão de disparo pode ser controlada pelo circuito divisor de tensão VCC, R1e R2. Assim: VVV GCAC Divisor de Tensão 7,01 RAC VV 7,0 21 1 CCAC V RR R V TIRISTORES Após a condução de T1, este transistor polarizará automaticamente o transistor T2, que também conduzirá logo em seguida. Como a tensão Gate-Catodo (VGC) do PUT é a mesma tensão de VR1(resistor do divisor de tensão), a tensão de disparo pode ser controlada pelo circuito divisor de tensão VCC, R1e R2. # Obs.: Após o PUT entrar em condução, ele pode continuar conduzindo mesmo retirando o sinal do Gate, pois: quando T1 conduz, T2 entra em condução e este garante passagem de corrente e a polarização de T1. Assim, o PUT dependerá da corrente IA ou da tensão VAC (VAK) para continuar conduzindo ou não. VVV GCAC Divisor de Tensão 7,01 RAC VV 7,0 21 1 CCAC V RR R V TIRISTORES VI. COMPARATIVO PUT x UJT Fazendo um analogia com UJT, o PUT pode “programar” RBB, η e Vp através dos resistores R1 e R2. Enquanto o UJT tinha esses parâmetros predefinidos pelo fabricante VV RR R VPUT CCACCONDUZ 21 1: VV RR R VUJT BB BB B ECONDUZ 21 1: VVV BBp 21 11 BB B BB B RR R R R 21 1 RR R PUT VVV CCPUTp VVV CCPUTp TIRISTORES VII. CURVA CARACTERISTICA DO PUT A curva característica é dada pela relação IAC x VAC e é dividida em três regiões, assim como o UJT: Região de Corte, até Ip – PUT não esta conduzindo Região de Resistência Negativa, entre Ip e Iv – o PUT conduz e tem o valor de resistência RAC reduzido. O aumento de corrente IAC é acompanhada pela redução da tensão entre o anodo e o catodo. Região de Saturação, entre Iv e Imax - PUT conduz e tem o valor de resistência RAC constante, fazendo com o aumento de corrente IAC seja acompanhada pelo aumento da tensão VAC. A curva caracteristica é traçada para um determinado valor de tensão de disparo Vp (VR1). TIRISTORES A curva característica é traçada para um determinado valor de tensão do divisor VR1. Região de Bloqueio Região de Resistência negativa Região de Saturação TIRISTORES VIII. PARÂMETROS DO PUT IG – corrente contínua do gate IA (IT) – corrente direta de anodo IF – pico de corrente direta. VF - tensão do PUT durante a condução. VGKF – Tensão direta do gate para o catodo. Vp- Tensão de pico de disparo o PUT Vv – Tensão de Vale ou tensão de bloqueio do PUT Ip- Corrente mínima para efetuar o disparo após o tensão VAC atingir Vp. Iv – Corrente de vale – é o valor máximo de corrente na região de resistência negativa VGC ou Vs – tensão entregue pelo divisor de tensão. RG – resistência vista pelo terminal do gate, ou seja, resistência equivalente do divisor com a fonte curto-circuitada (R1//R2) TIRISTORES IX. OSCILADOR DE RELAXAÇÃO COM O PUT Assim como o UJT, o PUT é utilizado com frequência para construir osciladores de relaxação para efetuar o disparo de outros componentes (transistores e tiristores). O circuito do Oscilador de Relaxação utilizando o PUT é visto na figura abaixo. Observe que o circuito de carregamento do capacitor esta ligado no Anodo do PUT e VR3 é a saída do oscilador. Para o PUT conduzir é necessário que a tensão do capacitor seja maior que a tensão de pico, então: Vcc RP P V entãoVV C PAC 22 27,0 : TIRISTORES O oscilador de relaxação com o PUT funcionada seguinte forma: Inicialmente o capacitor C1 esta descarregado, e desta forma VAC<VGC, ou seja, PUT não conduz. Quando o circuito é ligado, o capacitor começa a carregar, mas o PUT ainda continua bloqueado (cortado). Após certo tempo, a tensão do capacitor atinge a tensão de condução do PUT: VC > Vp. Ao atingir, o PUT conduz e o capacitor descarrega por R3. Quando VC atingir a tensão de Vale (Vv) do PUT, o componente volta a bloquear e reinicia outro ciclo de carregamento do capacitor Vcc RP P VC 22 27,0 TIRISTORES Exemplo de dimensionamento dos componentes do circuito oscilador com o PUT: Um Oscilador de Relaxação com o PUT foi projetado para acionar um SCR. Este oscilador possui os seguintes dados: R2 e P2 – Este valores dependerão da relação do divisor de tensão (hput) e da resistência vista pelo gate (Rg): ]51[4 2150 108,0 )(15,0 :60272 12 KHzkHzfAI VVAI KR PUTVVAI NUJTDados VV P VV GPUT conduzindoFF CC 22 2 RP P 22 22 22 //; RP RP RPRG 224 PR 2 2 2 5 4 10 R R K K K R 5,12 4 50 2 KPKR 505,12 22 TIRISTORES Vp – É dado pela seguinte fórmula: Limites para R1 e P1 – Este limite é relacionado com a corrente de pico e de vale, pois o PUT deve ficar na região de resistência negativa. Dimensionar a Resistência Máxima para garantir o disparo: Corrente minima(Ip): Dimensionar a Resistência Mínima para garantir a interrupção: Corrente máxima(Iv): Então o limite da resistência equivalente RA (R1+P1) deve ser: Vcc RP P VP 22 27,0 VVP 3,10128,07,0 P P C I VVcc PRR )( 11max V V C I VVcc RR 1min KPR 0,425 104 3,1012 611 KR 7,66 10150 212 61 kRk A 0,4257,66 TIRISTORES Vp – É dado pela seguinte fórmula: R3 – O cálculo de R3 depende é dado com a tensão de pico, a tensão de condução do PUT (IF) e a corrente de pico de condução do PUT. A escolha de R3 pode alterar o tempo de condução do PUT. O valor de R3 geralmente é baixo, menor que 100Ω: Período T – O cálculo do período considera que o resistor R3 é baixo e assim o capacitor descarrega rapidamente. Desta maneira, o período é calculado apenas com o tempo de carregamento dado pela constante de tempo RC, sendo R=R1+P1: Vcc RP P VP 22 27,0 VVP 3,10128,07,0 F FP I VV R min3 6,18 5,0 0,13,10 min3R P V VVcc VVcc RCT ln TIRISTORES Como o período é entregue pela frequência, então a formula do perioo será necessária para calcular o capacitor C, a resistência equivalente R, o resistor R1 e o valor do potenciômetro P1: :ln então VVcc VVcc RCT P V (min) (max) (max) (min) 1 1 f T f T PCC VCC PRC PCC VCC RC VV VV RCT VV VV RCT ln ln )11max((max) )1min((min) kR kRnFCCom 223,376 772,1105,11000 1 244,7515,1 9(max) kkkP PRRComo 979,300244,75223,3761 11(max) kR nFCdoConsideran 244,75 772,1105,15000 1 :5,1 91 sT sT 3 (max) 3 (min) 1000,1 1000 1 1020,0 5000 1 SCR – Retificador Controlador de Silício , SCR - RCS ÍNDICE Introdução Estrutura e Simbologia Circuito Equivalente Identificação dos Terminais Polarização e Funcionamento Curva Característica Parâmetros Importantes Cálculo de Polarização do SCR Métodos de Disparo do SCR SCR de Potência Aplicações do SCR com Corrente Contínua Aplicações do SCR com Corrente Alternada TIRISTORES I. SCR – RETIFICADOR CONTROLADOR DE SILÍCIO O SCR foi fabricado pela primeira vez em 1957 e foi batizado de Thyratron Sólido (funcionamento semelhança com a válvula Thyratron). O SCR é o componente mais popular da família de tiristores por conseguir controlar grandes potências, sendo deste modo bem aceito em aplicações industriais. O SCR é um tiristor unidirecional, ou seja, o fluxo de corrente apenas flui em um sentido, similar ao diodo. TIRISTORES Vantagens de utilizar um SCR em relação ao relé: Inexistência de partes móveis: Não há contatos para serem limpos, nem trocados quando há corrosão. Sem os contatos, não existe centelhamento; Não possui mola para ser tocada O tiristor tem vida útil maior do que o relé; O tiristor tem chaveamento mais rápido do que o relé. Desvantagens de utilizar um SCR em relação ao relé: O tiristor não é uma chave ideal. Possui queda de tensão (VTM) entre 0,7V e 2V. Cada tiristor representa apenas um contato, enquanto em um relé pode haver mais de um. TIRISTORES II. ESTRUTURA E SIMBOLOGIA O SCR é composto por 4 camadas semicondutoras e possui três terminais: anodo, catodo e o gate. O SCR é um tiristor unidirecional e por conta da proximidade do gate com o catodo, seu símbolo é similar a de um diodo, mas com um terminal de disparo (gate) próximo do catodo. TIRISTORES III. CIRCUITO EQUIVALENTE DO SCR Assim como para o PUT, o SCR também possui dois circuitos equivalentes (didáticos) que facilitam a análise do seu funcionamento: um com diodos e outro com transistores. O circuito equivalente do SCR difere do PUT apenas no posicionamento do gate. TIRISTORES IV. IDENTIFICAÇÃO DOS TERMINAIS Assim com para o PUT, deve-se analisar a os valores de resistência (Tabela) entre os terminais SCR utilizando um multímetro em escala intermediária. A partir desta análise, será identificado apenas uma resistência baixa na junção gate-catodo, quando esta é polarizada diretamente (ponteira positiva(+) no gate(G) e negativa(-) no Catodo (C)). Caso encontre duas resistência baixas (G-C e A-C), deve-se conectar o terminal aberto a um dos terminais medidos para encontrar a resistência mais baixa RG-C., evitando o disparo por ruído. TIRISTORES Ainda com relação a identificação dos terminais: Alguns SCR’s possuem um resistor internamente entre o Gate e o Catodo (RGC) para evitar o disparo aleatório causado por ruído (interferência). Quando existe um resistor entre o Gate e o Catodo, existirá um valor de resistência baixa entre esses terminais independente da polarização das ponteiras do multímetro. TIRISTORES V. POLARIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO SCR A análise do comportamento do SCR será feita baseada em três diferentes polarizações: Polarização direta anodo-catodo e gate aberto; Polarização reversa anodo-catodo e gate aberto; Polarização direta anodo-catodo e polarização direta gate-catodo. Para facilitar o entendimento do funcionamento do SCR, utiliza-se o circuito equivalente a transistor. TIRISTORES 5.a) Polarização direta anodo-catodo e gate aberto: Com o gate aberto(sem conexão) e aumentando o valor de Vcc, o SCR poderá entrar em condução caso o valor de tensão Vcc ultrapassar a Tensão de Breakover (VBO=VDRM). A condução ocorre porque a corrente de fuga do SCR, que age como corrente de base e de coletor de T1, aumenta.O aumento da corrente de coletor de T1 faz o transistor T2 conduza, como se houvesse um disparo no gate. Com T2 conduzindo, ocorre o aumento da corrente da base de T1, que aumenta a corrente do coletor de T1 e realimenta positivamente a base de T2 (realimentação-positiva ou feed-back regenerativo), fazendo com que o SCR permaneça conduzindo. TIRISTORES 5.b) Polarização reversa anodo-catodo e gate aberto: Com o gate aberto e a fonte Vcc invertida, o SCR não entrará em condução, mesmo com a corrente de fuga entre o Anodo e o Catodo. Neste caso, quando a tensão Vcc atingir o limite da tensão reversa do componente, o SCR poderá ser danificado permanentemente. O limite de tensão reversa do SCR é chamada de Tensão de Breakdown (VBR=VRRM). Deve-se ficar atento a este parâmetro quando o SCR for utilizado em aplicações com corrente alternada. TIRISTORES 5.c) Polarizações diretas: anodo-catodo e gate-catodo Com a tensão Vcc com valor abaixo da tensão de Breakover, e um circuito básico de acionamento (Rg e Vg) conectado no gate como mostra a figura abaixo, o SCR só conduzirá quando o valor de corrente IB2 (IRG+Ifuga) for suficiente para polarizar o transistor T2. Quando o SCR conduz, ele apresenta uma queda de tensão entre anodo-catodo entre 0,7V e 2V. TIRISTORES Após iniciar a condução, o sinal do Gate (IRG) poderá ser retirado e o SCR continuará em condução caso sua corrente anódica seja suficiente (SCR engatou). Para que o SCR continue conduzindo após a retirada do sinal gate, a corrente anódica (IA) deverá ser maior que a corrente de retenção ou engatamento (IL – Latching Current) especificada pelo fabricante. Se a corrente anódica for menor que a corrente de retenção (IA<IL), o SCR pode conduzir mas não engatar. Nesta situação a corrente anódica deve ser maior que a corrente mínima de disparo, a corrente de manutenção (IH<IA<IL). TIRISTORES VI. CURVA CARACTERÍSTICA E PARÂMENTROS A curva característica do SCR (VAK x IA) pode ser dividida em três distintas: 1 – Polarização reversa anodo-catodo e gate aberto (VM); 2 – Polarização direta anodo-catodo e gate aberto (VD+AM); 3 – Polarização direta anodo-catodo com disparo do gate(VD+AZ); Os parâmetros do SCR que também que podem ser vistos na curva caracteristica são: VDRM ou VBO – Tensão de ruptura direta máxima de VAK (tensão de Breakover). VRRM ou VBR– Tensão de ruptura reversa máxima de VAK (tensão de Breakdown). VTO ou VF - tensão de anodo-catodo, para iniciar a condução. VTM - tensão de anodo-catodo máxima em condução (0,7V e 2V). IL – Corrente anódica de retenção (disparo) mínima para que o SCR continue funcionando sem a presença do sinal do gate. IH – Corrente anódica de manutenção (sustentação) – limiar entre o corte e a condução do SCR. Geralmente IH=IL/2; TIRISTORES TIRISTORES IAmax – Corrente anódica máxima. IT(AV) – é a máxima corrente média no anodo; ITrms – é a máxima corrente repetitiva eficaz no anodo; VGT – tensão de disparo do gate (aproximadamente: 0,7V) IGT – corrente de disparo do gate (Min e Max) Quanto maior o valor de corrente IGT, menor será a tensão VAK para realizar o disparo. 21 21 AKAK GTGT VV II TIRISTORES VII. DIMENSINAMENTO DO CIRCUITO COM SCR O dimensionamento do circuito com SCR baseia-se no calculo resistores para limita as duas correntes: a corrente de gate (IGT) e a corrente anódica (IA). Assim, cada malha (potência e disparo) do circuito contendo SCR deve ser analisada cuidadosamente para que ele funcione de forma correta. TIRISTORES 7.a) Malha de disparo Para ocorrer o disparo, corrente do gate (IGT) deve ser suficiente para polarizar o gate do SCR. Então deve-se dimensionar a resistência do gate (RG) para que a corrente de gate fique entre IGTmax e IGTmín (dados do fabricante), então RG ficará dentro da faixa: Deve-se escolher IGT entre IGTmax e IGTmín. VGT é aproximadamente 0,7V (tensão da junção). IGT GT GT RG RG G I VVcc I V R MAXGTGTMINGT III __ TIRISTORES IA 7.b) Malha de Potência O dimensionamento desta malha limita a corrente anódica para fazer o SCR conduzir e reter ou apenas conduzir sem engatar. Então, para: Conduzir e reter: a corrente IA deve ser limitada para que esteja entre: IL e IAmax (IL<IA<IAmax). Conduzir e não reter: a corrente IA deve ser limitada para esteja dentro do intervalo: IH e IL (IH<IA<IL) Assim, o cálculo da resistência de carga é dado por: VTM: é a queda de tensão do SCR quando esta conduzindo; )(escolhidaA TM RL RL RL I VVcc I V R TIRISTORES 7.c) Exemplo de Dimensionamento: Conhecendo os parâmetros do SCR, pretende-se conhecer a faixa de valores do resistor de gate e também as faixas da resistência de carga para que o SCR conduz-retenha e conduza-sem-reter. Dados: Cálculo de RG: IGT IA VVVV mAIVV mAIAI mAIAI GTCC HGT LMAXGT MAXAMINGT 5,110 47,0 8200 50030 _ )(_ GT GT G I VVcc R kRk G 0,3105,46 kR MING 5,46 10200 7,010 6 kR MAXG 0,310 1030 7,010 6 TIRISTORES Cálculo do limite de carga RL para conduzir e reter: Cálculo do limite de carga RL para conduzir e não reter: Fazer o mesmo para o TIC 126 5,106217 LR A TM RL I VVcc R 17 10500 5,110 3MINRL R 5,1062 108 5,110 3MAXRL R 0,21255,1062 LR A TM RL I VVcc R 5,1062 108 5,110 3MINRL R 0,2125 104 5,110 3MAXRL R TIRISTORES VIII. Calculo do Valor de Corrente RMS e Média (avg) A corrente do SCR é limitada pela temperatura máxima das junções (Tj). A maior contribuinte para essa temperatura é a corrente repetitiva RMS no estado ligado: ITrms. A corrente Itrms é a corrente nominal do dispositivo. Entretanto, a corrente média (ITavg - Valor DC) é mais importante, pois é o valor que é fornecido para a carga, e é o máximo suportado pelo SCR no estado ligado. Em um circuito DC puro, o valor corrente média é igual à RMS. Mas, geralmente o valor ITavg é menor que o RMS. TIRISTORES Determinar o valor de corrente RMS de uma forma de onda não é simples, mas é possível aproximá-lo proporcionando um fator de segurança pequeno. O valor RMS é dado por: O valor médio é dado por: A relação entre o valor RMS e o Valor médio é conhecida como fator de forma, e é dada por: T tI I onRMS 2 max T tI I onDCAVG max)( )(DCAVG RMS o I I F TIRISTORES Na tabela abaixo, o fator de forma da função seno é dado em função do ângulo de condução (teta – Q). O ângulo de condução é o tempo que o SCR permanece no estado ligado. Ângulo de Condução Fator de Forma 20° 5,0 40° 3,5 60° 2,7 80° 2,3 100° 2,0 120° 1,8 140° 1,6 160° 1,4 180° 1,3 TIRISTORES Exemplo: Determinar o fator de forma da onda abaixo e achar o valor aproximado do ângulo de condução usando a tabela: O ângulo de condução é aproximadamente: Ângulo de Condução Fator de Forma 20° 5,0 40° 3,560° 2,7 80° 2,3 100° 2,0 120° 1,8 140° 1,6 160° 1,4 180° 1,3 T tI I onRMS 2 max T tI I onDCAVG max)( 7,1 3,3 8,5 oF AIRMS 8,5 6 2102 AI DCAVG 3,3 6 210 )( )(DCAVG RMS o I I F 7,1oF 140120 TIRISTORES IX. DISPAROS DO SCR O SCR pode ser acionado de forma intencional ou não. Para evitar os disparo indesejável, é necessário utilizar circuitos de proteção. O SCR pode ser disparado das seguintes maneiras: Disparo por pulso no gate (desejável): ocorre quando a corrente do gate IGT é suficiente fazer o SCR entrar em condução. # Observação: o SCR só reterá o disparo quando a corrente anódica (IA) for maior que a corrente de retenção (IL). Disparo por tensão de Breakover (VBO): ocorre quando a tensão anodo-catodo é alta suficiente para provocar o disparo do SCR sem que o exista o pulso de disparo no gate. TIRISTORES Disparo por ruído: ocorre quando o SRC é disparado por um sinal externo, indesejável e imprevisível denominado ruído (interferência). Geralmente ocorre em SCRs mais sensíveis (TIC 106). Para evitá-lo, conecta-se o gate e o catodo com um resistor para desviar parte do ruído. Os SCRs TIC116 e TIC126 já possuem internamente este resistor. Disparo por temperatura: com o aumento da temperatura, a corrente de fuga aumenta, a tensão de VBO e a corrente de manutenção IH reduzem. Isto facilita o disparo não intencional do SCR. Para evitar, utiliza-se dissipadores conectado ao SCR e sistema de resfriamento forçado. TIRISTORES Disparo por alta frequência (efeito dV/dt): ocorre quando a frequência da tensão da malha de potência é suficientemente alta para fazer o disparo do SRC. Este disparo indesejado é proporcionado pela característica da capacitiva da junção PN polarizada reversamente. Como o capacitor se comporta como um curto circuito para frequências mais altas, uma pequena corrente é injetada no gate do SCR fazendo com que o mesmo entre em condução. Para evitá-lo coloca-se um circuito amortecedor em paralelo com o SCR conhecido como SNUBBER . max dtdi V R DRMS max dtdvR V C L DRM S TIRISTORES Disparo pela luz: a incidência de luz diretamente nas junções do SCR pode fazer surgir elétrons livre e, assim, dispará-lo com a luz. Estes componentes são chamados de LASCR (SCR ativados com Luz). TIRISTORES X. CALCULO DAS PERDAS DO SCR Durante o ciclo de chaveamento o SCR apresenta as senhiges perdas de potência: Perda por Condução (Estado Ligado), é dada pela perda causa da pela corrente principal e pelo acionamento da porta: Perda por Não Condução (Estado Desligado), que é dada por: T t IVP onRMSTTMON )( T t IVP off RRMRRMOFF T t IVP onGGTgate TIRISTORES Perda por Chaveamento, é dada pela perda causa da pela transição de estados Energia de ligar (Ws): energia dissipada para sair do estado desligado para o ligado: Energia de desligar (Wd): energia dissipada para sair do estado desligado para o ligado: Perda por transição de chaveamento: td IV W RMSTRRM OffOn 6 )( s RMSTRRM OnOff t IV W 6 )( frequênciaWWP OffOnOnOffoChaveament TIRISTORES XI. CLASSIFICAÇÃO DO SCR DE ACORDO COM A FREQUÊNCIA E VELOCIDADE DE CHAVEAMENTO Quando se refere a valores nominais de frequência e velocidade de chaveamento, os SCR pode se classificados como: SCR de chaveamento Lento ou controle de fase: que levam bastante tempo para passar para o estado desligado e assim deve utilizar frequências baixas; SCR de chaveamento Rápido ou Inversor: que devem ser usados com altas frequências de operação, com pequeno tempo de desligamento. TIRISTORES SCRs com frequência de chaveamento mais alta, a dissipação de potência aumenta, pois a potência de chaveamento se torna um fator significativo. Desta forma a frequência de chaveamento deve se limitada à: OffOnOnOff OFFON LIMITE WW PP f TIRISTORES Exemplo: Determine as perdas totais de potência para um chaveamento de 100Hz se o SCR controlar uma carga de 25KW, com ciclo de trabalho igual a 50% Potência no estado Ligado: Período e Potência no estado desligado: stst VVmAI VVAI mAIVV CircuitodoDados DS GTGT TMRMST FUGARRM 255 7,040 5,150 5500 : )( T t IVP onRMSTTMON )( T t IVP onGGTgate WPON 5,375,0505,1 mWPgate 4,15,01047,0 3 T t IVP off RRMRRMOFF WPOFF 25,15,0105500 3 onoff tTt f T 1 msousT 1001,0 100 1 TdtON msmstON 5105,0 mstoff 5510 TIRISTORES Perdas por chaveamento: Frequência de chaveamento limite: stst VVmAI VVAI mAIVV CircuitodoDados DS GTGT TMRMST FUGARRM 255 7,040 5,150 5500 : )( td IV W RMSTRRM OffOn 6 )( s RMSTRRM OnOff t IV W 6 )( JW OffOn 104,01025 6 50500 6 JW OnOff 021,0105 6 50500 6 WP oChaveament 5,12100104,0021,0 OffOnOnOff OFFON LIMITE WW PP f HzfLIMITE 310 125,0 25,15,37 TIRISTORES XI. SCR EM SÉRIE E EM PARALELO Quando se deseja maximizar o valor de corrente nominal direta (IT) ou a tensão de bloqueio direto (VBO - breakover) pode-se ligar respectivamente o SCR em paralelo ou em série, e em alguns casos de alta corrente e alta tensão pode-se combinar SCR em série-paralelo. SCR em Série: A ligação de SCR em série é necessária quando pretende-se aumentar a tensão de bloqueio direto (VBO). TIRISTORES Neste tipo de ligação, a mesma corrente de de fuga (Ifuga) flui por meio de ambos. Entretanto, a tensão em SCR1 (V1) é maior do que em SCR2 (V2) (Gráfico). Assim, eles não dividem igualmente a tensão de alimentação e apenas poderão fazer o bloqueio direto de V1+V2 e não de 2VBO (Gráfico). Para equilibrar a distribuição das tensões, coloca-se resistores em paralelo com o SCR. Esses resistores podem ser iguais e dimensionados com a seguinte fórmula: L SOMAMAIOR I VV R 2 TIRISTORES A distribuição desigual de tensão também pode ocorrer durante a transição do estado ligado para desligado, pois um SCR pode desligar antes do outro e este terá em seu terminal toda tensão da fonte. A colocação de capacitores em paralelo são eficazes na equalização de tensões durante o chaveamento. Um circuito snubber pode ser útil para esta equalização. Capacitor: evita que a tensão mude instantaneamente; Resistor: limita a corrente e a grande variação dela quando o capacitor descarrega; Diodo: é utilizados para tensão elevadas e propicia a derivação da corrente para tensão direta. TIRISTORES SCR em Série: A ligação de SCR em paralelo é necessária quando pretende-se alimentar uma carga com corrente nominal superior a de um único SCR (IA>ITrms). Quando os SCR em paralelo já estão ligados (conduzindo), o valor de tensão para ambos são iguais, mas, devido a características individuais, as correntes em cada SCR serão diferentes, tendo uma corrente nominal total igual I1+I2 e não 2xITrms.TIRISTORES A diminuir a diferença entre as correntes dos dois SCRs, acrescenta- se resistores em série com cada SCR, que podem ser dimensionados com a fórmula lógo abaixo. Desta forma, a diferença entre as correntes será no máximo de 20% da corrente total. A equalização com resistores é ineficiente por conta da perda extra de potência nos resistores. Para balancear com maior eficiência, geralmente se utiliza um reator com terminal central. Com o reator, a maior corrente induzirá uma tensão proporcional ao desbalanceamento. T TMTM I VV R 21 TIRISTORES XII. SCR DE GRANDE POTÊNCIA SCR tipo parafuso ou rosca: Possuem quatro terminais, sendo que possui dois catodos, um para o circuito de potência e outro para o circuito de disparo. 1)Anodo 2)Catodo(malha de potência) 3)Gate 4)Catodo (malha de disparo) TIRISTORES SCR tipo disco: Também possui quatro terminais, mas tem o formato de disco e permite a conexão de dois dissipadores, um de cada lado. Um lado do disco é o anodo e o outro lado o catodo da malha de potência. O gate e o catodo da malha de disparo estão localizados na lateral do disco TIRISTORES SCR tipo Thyodul: Este componente possui dois elementos de potência e, por este motivo, pode ser utilizador para otimizar a construção de conversores estáticos. Algumas alternativas de Thyodul são: 2 SCRs com comutação normal; 2 SCRs com comutação rápida; 1 diodo e 1 SCRs com comutação normal; 1 diodo e 1 SCRs com comutação rápida; 2 diodos.
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