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* * * Jean-Jacques Rousseau (1712-1778 ) Profa. Dra. Patrícia R. C. da Cunha * * * Biografia Nascido em Genebra (Suíça) é filho de relojoeiro. No final da adolescência foi morar em Paris e, na fase adulta, começou a ter contatos com a elite intelectual da cidade, sendo convidado por Diderot para escrever alguns verbetes para a Enciclopédia Aos 37 anos, participando de um concurso da academia de Dijon cujo o tema era: "O restabelecimento das ciências e das artes terá favorecido o aprimoramento dos costumes?", torna-se famoso ao escrever respondendo ele foi um artista de forma negativa o Discurso Sobre as Ciências e as Artes, ganhando o prêmio em 1750. Tem como grande crítico e rival Voltaire (François-Marie Arouet) respondendo a muitas de suas acusações na obra Confissões No ano de 1762, Rousseau começou a ser perseguido na França, pois suas obras foram consideradas uma afronta aos costumes morais e religiosos Sua obra principal é Do Contrato Social, publicada em 1762 . Em 1765, foi morar na Inglaterra a convide do filósofo David Hume, fenomenista e cético. É considerado um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo Naturalista, criticava aqueles que elevavam a razão à categoria de uma verdadeira deusa. Rousseau representou o pensamento das camadas populares da sua época Falece aos 66 anos * * * Contexto: O Iluminismo surge em uma época de grandes transformações tecnológicas, com a invenção do tear mecânico, da máquina a vapor, entre outras. É o período que marca o fim da transição entre feudalismo e capitalismo. O iluminismo acredita na presença de Deus na natureza e no homem e no seu entendimento através da razão. É anticlerical, pois nega a necessidade de intermediação da Igreja entre o homem e Deus e prega a separação entre Igreja e Estado. Para os teóricos do Iluminismo o homem é naturalmente bom e todos nascem iguais. É corrompido pela sociedade, em conseqüência das injustiças, opressão e escravidão. A solução é transformar a sociedade, garantindo a todos a liberdade de expressão e culto e fornecendo mecanismos de defesa contra o arbítrio e a prepotência. A organização da sociedade deve ser norteada pelo princípio da busca da felicidade. Cabe ao governo garantir os “direitos naturais”: liberdade individual, direito de posse, tolerância, igualdade perante a lei. A doutrina do liberalismo político substitui a noção de poder divino pela concepção do Estado como criação do homem e entregue ao soberano mediante um contrato, o contrato social. Como a idéia de contrato implica sua revogabilidade, abre as portas para diversas formas de governo. Rousseau, prefere uma república com fundamentos éticos. É escolhido patrono da Revolução Francesa de 1789. * * * Contratualista ou Jusnaturalista O contrato social defende um Estado voltado para o bem comum e a vontade geral, estabelecido em bases democráticas. O contrato social tem de estabelecer as condições de possibilidade de um pacto legítimo, onde a humanidade após perder sua liberdade natural ganha em troca a liberdade civil e a propriedade de tudo que possui; Dessa forma a condição de igualdade entre os contratantes é fundamental para garantir a legitimidade do pacto social * * * Legitimidade a legitimidade da ação política é o princípio defendido por Rousseau; O corpo soberano após o contrato é o único a determinar o modo de funcionamento da máquina política; podendo determinar inclusive a forma de distribuição da propriedade; O povo soberano é parte ativa e passiva do contrato, pois ele é agente no processo de elaboração das leis e é quem obedece as leis. É necessário que ela permaneça ou se refaça a cada instante. * * * A origem da desigualdade: É a posse privada; Quando foi colocada a primeira cerca em um pedaço de terra e dito esse pedaço é meu, teve início a desigualdade entre os homens; A condição de igualdade natural não poderá ser recuperada; mas a igualdade civil pode ser estabelecida através de um pacto legitimo * * * Estado de natureza É um mito fundador; ele pode ser reconstruído hipoteticamente; o homem nasce bom e sem vícios – o bom selvagem – mas depois é pervertido pela sociedade civilizada; o homem nasce livre, mas depois é aprisionado. Isso só é possível através da legitimação da desigualdade, quando o rico apresenta a proposta do pacto. * * * LIBERDADE A liberdade natural só conhece limite na força dos indivíduos; jamais será recuperada, em seu lugar resta buscar a liberdade civil; limitada pela vontade geral; A Liberdade consiste em obedecer as leis que se prescreve a si mesmo. Um povo só será livre quando tiver condições de elaborar suas leis num clima de igualdade; A liberdade será uma submissão a vontade geral; Ela esta sempre ameaçada e exige defesa constante A liberdade moral pode ser somada ao estado civil, pois é a única forma do ser humano ser verdadeiramente senhor de si mesmo; * * * Posse ≠ Propriedade A posse é efeito da força ou o direito do primeiro ocupante; A propriedade se funda em um título positivo ou contrato; A propriedade pode e deve, então ser limitada pois o contrato limita a posse de qualquer propriedade que não seja contratada e instituindo assim a posse legitima; * * * A vontade Para que o corpo político se desenvolva, não basta o ato de vontade fundador da associação é preciso que essa vontade se realize; a vontade não pode ser representada; A vontade geral não é a soma das vontades particulares, mas um outra gerada pelo conjunto de cidadãos. * * * Governo Corpo intermediário estabelecido entre os súditos e o soberano para sua mútua correspondência, encarregado da execução das leis e da manutenção da liberdade, tanto civil como política Mecanismo que permite realizar os fins da constituição da comunidade política, ou seja, a realização da vontade geral; Corpo administrativo do Estado; funcionário do soberano; órgão limitado pelo poder do povo; Monarquia, aristocracia e a democracia podem ser implementadas ou combinadas de acordo com as características do país desde que o povo seja o soberano e o governante seja um funcionário do povo; * * * Representação política Há a necessidade de representantes no governo; A representação da soberania não é possível; porque a vontade geral não é representável; A soberania é inalienável; e indivisível Ela exige vigilância constante porque os representantes tendem a abusar de suas prerrogativas e agir contra a autoridade soberana; * * * A lei As leis que regulamentam a relação do soberano com o Estado recebem o nome de leis políticas e chamam-se leis fundamentais; são elas que constituem a forma do Governo O povo é sempre soberano para mudar suas leis; Da relação dos membros soberanos entre si, que garante autonomia para as partes e coesão e força para o todo, nasce as leis civis; A relação de desobediência dos homens para com as leis, que gera a pena, dá origem as leis criminais; Os usos, costumes e à opinião constituiriam uma quarta lei onde se dá a verdadeira constituição do Estado, pois conserva no povo o espírito de sua instituição e insensivelmente substitui a força da autoridade pela do hábito. * * * A morte do corpo político: O corpo político começa a morrer assim que nasce, e traz em si as causas de sua destruição, depende do homem prolongar a vida do Estado. O pode legislativo é o coração do Estado, o poder executivo é o cérebro que dá movimento a todas as partes. O princípio da vida política reside na autoridade soberana; Não sendo a lei mais do que a declaração da vontade geral, claro está que, no poder legislativo, o povo não possa ser representado, mas tal coisa pode e deve acontecer no poder executivo, que não passa da força aplicada à lei * * * A tarefa do legislador é conhecer muito bem o povo para o qual irá redigir al leis. Não existe uma ação política boa em si mesma em termos absolutos
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