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Seminário - Baudrillart e O Sistema de Objetos

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Universidade Federal de Ouro Preto
Departamento de Museologia
Componentes: Ana Carolina 			
		André Luis 
			Bruno Diniz
			Cristiane Xavier
			Lorena Marques
			Marília Geralda
			Nathália Moreira
			Rogéria Barbosa	
			Selma Souza
			Tamires Fernandes
			Tânia Maria
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O SISTEMA MARGINAL: A COLEÇÃO
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“Tudo aquilo que é a causa, o alvo de uma paixão. Figurado e por excelência: o objeto amado.”
							Littré
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Objeto segundo Littre é: “Tudo aquilo que é a causa, o alvo de uma paixão. Figurando por excelência: o objeto amado” 
Todo objeto tem duas funções: uma que é a de ser utilizado, a outra a de ser possuído;
E em última instância, o objeto torna-se um estatuto social: é a máquina.
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O objeto abstraído de sua função
A posse jamais é a de um utensílio, pois este me devolve ao mundo, é sempre a de um objeto abstraído de sua função e relacionado ao indivíduo. (p.94)
Usar um exemplo para mostrar quando o objeto é de posse (refrigerador , xícara, sapato,etc.).
UFOP - O objeto deixa de ser funcional para ser colecionável, exercendo uma função de relacionamento com o colecionador. Deixa de ter valor utilitário e passa a ser sentimental. Propocinando uma totalidade privada entre eles.
O fato de colecionar segue duas vertentes, tanto pode ser satisfatório como decepcinante. Se um objeto na sua singularidade é motivo de prazer, não há necessidade de procura. mas se dentro de sua particularidade houver outros exemplares, causará o desejo da busca.
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O objeto – paixão
Relação entre a construção da afetividade da coleção com seu colecionador baseado nas fases do desenvolvimento sexual, neste caso a fase anal. 
“O gosto pela coleção”, diz Maurice Rheims, “ é uma espécie de jogo passional” (La Vie étrange des objets, pag. 28). (p.95)
Criança Modo rudimentar de domínio do mundo exterior. (p.95)
Na puberdade o gosto pela coleção dá lugar a outras paixões. 
Após os quarenta anos ressurge nos homens o interesse por coleções. 
“Amador” x Colecionador. 
UFOP - A criança coleciona pelas possibilidades de organizar, embaralhar e nomear. ora vão pelas formas ora pelas cores e perpassam ainda pela espécies.
UFOP - Nesta fase o adolescente por estar num processo de transição precisa lidar com mudanças momentâneas que acarretam inquietações. é como a moda que muda rapidamente e ele não tem tempo para colecionar. Tá sempre em busca de novidades.
UFOP - Em uma demonstração de poder, até mesmo por sofrer críticas da evolução sexual o homem passa a buscar no passado as suas fontes de prazer; e passam a colecionar objetos na tentaiva de se revigorar deles. 
Empresa Junior de Museologia - Fase anal: 18 meses a 4 anos de idade. Controle ( Controlar as demandas fisiológicas, faz com que o individuo desenvolva para os demais campos da vida este controle).
Considerar as fezes tanto como “eu” quanto como não “eu”.
Amor x ódio das fezes, neste caso a transferência destes sentimentos para os objetos externos. 
Empresa Junior de Museologia - O Amador busca exclusividade naquilo que está colecionando, na maioria dos casos esta busca volta-se para objetos da mesma temática. Exemplo disso são colecionadores de Picasso e de grandes Artistas plásticos que de certa forma se tornaram mitológicos. 
O colecionador acumula peças, nem sempre estás são exclusivas e são de fácil acesso. Um exemplo desta relação são colecionadores de caixinha de fosforo. Objeto feito em massa e utilizados pela massa. 
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O mais belo animal doméstico
O objeto é o animal doméstico perfeito. É o único ser cujas qualidades exaltam minha pessoa ao invés de a restringir; (p.97)
O objeto é assim, no seu sentido estrito, realmente um espelho: as imagens que devolve podem apenas se suceder sem se contradizer;
É um espelho perfeito já que não emite 
imagens reais, mas aquelas desejadas.
UFOP - Tanto o objeto quanto o animal refletem a imagem de seu desejo, conferindo-lhe propiedade e poder. Qunanto maior for a beleza e o valor de ambos, maior é a importância do colecionador.
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O jogo serial
“A coleção é feita de uma sucessão de termos, mas seu termo final é a pessoa do colecionador” (99).
“A qualidade específica do objeto, seu valor de troca, depende do domínio cultural e social. Sua singularidade absoluta ao contrário lhe vem do fato de ser possuído por mim – o que me permite nele reconhecer-me como ser absolutamente singular” (98).
UFOP - Mais uma vez o objeto que está insrido em uma coleção vem inaltecer o seu proprietário, pois ainda que ele seja uma peça fundamental naquele conjunto, sua principal função é corroborar a importância do colecionador que por sua vez se vangloria de seus pertences.
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Da quantidade à qualidade: o objeto único
O objeto é símbolo não de qualquer instância ou valor exterior mas antes de tudo, da série completa de objetos da qual é o termo (ao mesmo tempo que da pessoa da qual é o objeto)”. (p.100)
Um desejo bastante singular de um colecionador é ser possuidor de um objeto único e para tanto, não se hesita em destruir similares.
O drama em finalizar uma coleção. 
UFOP - Para o colecionador a importância do obejeto é indiferente de quantidade ou qualidade, ele está sempre em busca do próximo exemplar. Mas esta busca representa dois pólos, positivo pelo fato de proporcionar o status de singularidade e negativo por significar o ponto final de uma trajetória na qual o principal objetivo é obter sempre mais .
Empresa Junior de Museologia - A ilusão por parte do colecionador em completar a sua coleção mostra-se conflitante, considerando-se que assim que completada a coleção de certa forma perde o seu apreço pelo fato do objetivo maior do colecionador já ter sido concretizado. De certa forma á poeticamente a morte daquele individuo que se dedicou por tanto tempo a uma única e exclusiva atividade. 
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Objetos e hábitos: O relógio de pulso
 Cada objeto está a meio caminho entre uma especificidade prática, sua função, que é como seu discurso manifesto, e a absorção em uma série/coleção, onde se torna termo de um discurso latente, repetitivo, o mais elementar e o mais tenaz dos discursos. (pag. 101) 
 O relógio de pulso enquanto objeto nos auxilia a nos apropriarmos do tempo. Assim como o veiculo “devora” os quilômetros, o objeto relógio devora o tempo.
Relação de domínio através dos objetos e suas funcionalidades. 
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O objeto e o tempo: o ciclo dirigido
O tempo da coleção deixa de ser o tempo real, pelo fato da própria organização da coleção substituir o tempo; (pag. 103)
O que o homem encontra nos objetos não é a garantia de sobreviver, é a de viver a partir de então continuamente em uma forma cíclica e controlada; (pag. 104)
Os objetos asseguram a continuidade da vida. (pag. 105)
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O objeto sequestrado: o ciúme
 O que representa o objeto sequestrado? 
	Seu valor objetivo é secundário, é sua reclusão que lhe dá encanto. No sistema do ciúme, não é raro que o individuo termine por destruir o objeto ou o ser sequestrado devido a um sentimento de impossibilidade em conjurar totalmente a adversidade do mundo e de sua própria sexualidade; 
O que o ciumento sequestra e guarda consigo é, sob a efígie de um objeto, sua própria libido que procura conjurar em um sistema de reclusão – o mesmo sistema graças ao qual a coleção resolve a angústia da morte. 
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O objeto desestruturado: a perversão
 A posse/paixão pelo objeto vem a ser digamos um modo atenuado de perversão sexual;
Qualquer sistema mental necessita com efeito uma “crença”, uma referência ao real, uma “razão” técnica, um álibi. 
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Da motivação serial à motivação real
A coleção emerge para a cultura: visa objetos diferenciados que têm frequentemente valor de troca, que são também “objetos” de conservação, de comércio, de ritual social, de exibição;
 Se a coleção se faz discurso aos outros é sempre o primeiro discursoa si mesma. A motivação serial é visível por toda a parte;
A diferença na serie basta para criar um interesse formal que substitui o real.
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Um discurso a si próprio
O colecionador procura reconstituir um discurso que lhe seja transparente, já que detém os seus significantes e que o ultimo significado de tal discurso vem a ser no fundo ele mesmo;
A coleção é sempre um processo limitado, recorrente, seu próprio material.
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Considerações finais
O texto nos apresenta como é complexa toda esta trama no mundo do colecionismo que perpassa o racional dos indivíduos. A principal palavra chave em todo este contexto sempre será o controle, todas as relações aqui apresentadas estão diretamente relacionadas com a necessidade de controlar que certos indivíduos desenvolvem ao logo de sua vida. 
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Referências
BAUDRILLARD, Jean, 1929-2007. O sistema dos objetos.

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