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Ética a Nicômaco - Livro III - Esquema de estudo

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Livro III da Ética a Nicômacos
Capítulo 1 
O louvor e a censura se relacionam com as ações voluntárias, isto é, as ações que não são praticadas sob compulsão e que são praticadas com o conhecimento das circunstâncias respectivas.
“A excelência moral se relaciona com as emoções e ações, e somente as emoções e ações voluntárias são louvadas e censuradas, enquanto as involuntárias são perdoadas (...); logo, a distinção entre o voluntário e o involuntário parece necessária aos estudiosos da natureza da excelência moral...” (p. 49)
O Livro III trata do tema das ações voluntárias e involuntárias, ponderando sobre a liberdade de escolha. Essa distinção é fundamental para julgar sobre a responsabilidade dos atos de cada um, o que será abordado ao longo do capítulo. Somente as ações voluntárias (sejam boas ou más) podem ser julgadas, pois estas dependem das escolhas do indivíduo.
“Consideram-se involuntárias as ações praticadas sob compulsão [violência] ou por ignorância; um ato é forçado quando sua origem é externa ao agente...” (p. 49)
Caracteriza as ações involuntárias: não dependem da escolha do indivíduo. Este é forçado a praticá-las, não contribuindo para a sua prática.
“Tais ações [praticadas sob coação, violência ou chantagem], então, são mistas, mas se assemelham mais às voluntárias, pois são objeto de uma escolha no momento de serem praticadas, e a finalidade de uma ação varia de acordo com a oportunidade, de tal forma que as palavras ‘voluntário’ e ‘involuntário’ devem ser usadas com referência ao momento da ação...” (p. 49)
Toda ação está envolta nas circunstâncias: quem (com quem)? Quando? Como? Onde? Por quê? Para que? Estas determinam se a ação é voluntária ou involuntária, principalmente o “quando?”, pois caracteriza o momento da ação. Quando aplicado ao direito, envolve a questão de agravantes e atenuantes. 
A princípio, quando uma pessoa é coagida a praticar um ato ignóbil esta é uma ação voluntária; porém, se considerada a situação global, pode ser descrita como involuntária, pois, noutro momento, ninguém escolheria praticar tais ações.
“Em alguns casos esta submissão não é louvada, mas apenas perdoada, quando alguém pratica um ato ignóbil sob pressões que violentam demais a natureza humana e que ninguém pode suportar.” (p. 50)
A compulsão (pressão interna), a violência externa e a ignorância induzem a pessoa a fazer o que não quer. 
Problematizando: Qualquer paixão pode virar compulsão? Sim, se esta atingir um nível máximo, tornando-se obsessão. Se esta for constante, vira neurose. Exemplo: TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Contudo, uma pessoa que tem uma compulsão e a controla voluntariamente é mais digna de louvor do que outra que age moralmente sem ter compulsões. A primeira precisa praticar um esforço de autocontrole, a segunda não. Isso porque Aristóteles afirma que a virtude é atingível desde que a pessoa tenha liberdade de escolha.
“Porém, as ações involuntárias em si, mas cuja escolha em certas circunstâncias, com a compensação de certos resultados, pode ser justificada, e cujo princípio motor está no agente, são involuntárias em si, mas voluntárias nestas circunstâncias e com a compensação de certos resultados. Elas se assemelham mais a atos voluntários, pois as ações se enquadram na classe dos particulares, e os atos particulares aqui são voluntários.” (p. 50)
As virtudes são particulares (o que não significa dizer que Aristóteles é particularista), mas seu objetivo é o bem supremo da felicidade.
“Quem age sob compulsão [compelida de dentro para fora] e involuntariamente, age sofrendo...” (p. 50)
“Tudo que é feito por ignorância é não-voluntário; somente aquilo que produz sofrimento e pesar é involuntário. Com efeito, quem fez alguma coisa por ignorância e não sente o menor pesar pelo que fez, não agiu voluntariamente – pois no agente, sesultados, pode ser justificada, e cujo princsegunda nlsompulsivo).�����������������������������������������������não sabia o que estava fazendo –, nem involuntariamente – pois não sentiu pesar.” (p. 51)
Resumindo: 
	Voluntário: quer livremente;
	Involuntário: não quer (seja livremente, por compulsão ou coação);
	Não-voluntário: é contra a vontade; a pessoa quer, mas não pode.
“Todas as pessoas perversas, com efeito, ignoram o que devem fazer e aquilo de que devem abster-se, e o erro desta espécie torna as pessoas injustas e em geral más. Porém o termo ‘involuntário’ não se aplica na realidade às ações em que o agente ignora seus interesses, pois não é a ignorância na escolha de um objetivo que torna uma ação involuntária (ela torna os homens perversos), nem a ignorância em geral (ela é motivo de censura), mas a ignorância em particular, isto é, das circunstâncias da ação e dos objetivos contemplados.” (p. 51)
A pessoa perversa não ignora seus objetivos e os meios para atingi-los, mas a natureza de sua perversão. O fato de desconsiderar as circunstâncias não é, exatamente, um atenuante.
Entretanto, o perverso não consegue amarrar todos os fios soltos das circunstâncias e cai em contradição.
Esquematizando
	As circunstâncias citadas abaixo revestem o ato humano:
								Razão
								 (
Quem						 Vontade
Onde							 (
Quando		 Ato ( 5 Sensações ( 11 Paixões da alma 
O que							 (
Como						 Instintos
Para que / por que
Todo esse conjunto corrobora para que um ato seja praticado.
“Ninguém, a não ser que se trate de um louco, poderia ignorar estas circunstâncias (...) Mas um homem pode ignorar o que está fazendo (...) Além disto, a execução de um ato qualificado de involuntário por causa de ignorância desta espécie deve ser penosa e deve provocar pesar.” (p. 52) 
“Sendo voluntária uma ação executada sob compulsão ou por ignorância, um ato voluntário é presumivelmente aquele cuja origem está no próprio agente, quando este conhece as circunstâncias particulares em que está agindo.” (p. 52)
Erros cometidos por causa de cólera ou desejo não caracterizam atos involuntários, pois as emoções irracionais são tão humanas quanto as racionais. Caso contrário, o homem estaria no mesmo nível que outros animais inferiores ou que as crianças. 
Esquema do texto:
	1. Introdução: a proposta de estudar o voluntário e o involuntário e as consequências disso;
	2. Definição de termos:
		a) Voluntário
		b) Involuntário
		c) Não-voluntário
	3. Problematização: as circunstâncias
Capítulo 2
A excelência moral pressupõe que a ação seja praticada mediante escolha: 
o objeto da escolha é o resultado de uma deliberação prévia.
“A escolha, então, parece voluntária, mas não é a mesma coisa que o voluntário, pois o âmbito deste é mais amplo. De fato, tanto as crianças quanto os animais inferiores são capazes de ações voluntárias, mas não de escolha.” (p. 52)
A escolha é uma parte da vontade. Esta é um leque de opções de ação possíveis. Pode-se querer muitas coisas, mas escolher uma só. Para que um ato seja voluntário é preciso ter a intenção e a liberdade. (O involuntário é o contrário. O não-voluntário é aquele que age contra a própria vontade).
O termo “ações voluntárias” indica inclinações; ações direcionadas; tendência a...
“Aqueles que identificam a escolha com o desejo, ou a paixão, ou a aspiração, ou uma espécie de opinião, não parecem estar falando acertadamente (...) o desejo é contrário à escolha, mas o desejo não é contrário ao próprio desejo; mais ainda: o desejo se relaciona com o agradável e o penoso, mas a escolha não se relaciona nem com o penoso nem com o agradável.” (p. 53)
Escolha não é desejo. Este é contrário à escolha, pois se relaciona com o agradável e o penoso.
“A escolha se identifica ainda menos com a paixão, pois os atos motivados pela paixão são provavelmente menos passíveis de escolha que quaisquer outros.” (p. 53)
Escolha não é paixão, pois quem age movido por uma paixão não faz escolhas.
“Ela tampoucose identifica com a aspiração (...) a escolha não pode ter por objetivo impossibilidades (...) mas se pode aspirar até coisas impossíveis (...) Ademais, a aspiração se relaciona mais com os fins, enquanto a escolha se relaciona com os meios; por exemplo, ‘aspiramos’ a ser saudáveis, mas ‘escolhemos’ atos que nos tornarão saudáveis (...) [por isso] a escolha parece relacionar-se com as coisas ao nosso alcance.” (p. 53)
A escolha não é o mesmo que aspiração, pois é possível aspirar a coisas impossíveis ou que não dependem só de nós realizarmos. A aspiração objetiva os fins; a escolha, os meios e apenas os que conseguimos com nosso esforço.
“Também por esta razão a escolha não pode ser opinião (...) a opinião se distingue por sua falsidade ou verdade, e não por sua maldade ou bondade, ao passo que a escolha se distingue mais por estas últimas características.” (p. 53)
A opinião pode ser verdadeira ou falsa. A escolha é boa ou má.
“...é nossa escolha do bem e do mal que nos faz homens de um certo caráter, e não nossa opinião (...) e a opinião é louvada por ser verdadeira.” (p. 53)
O caráter é forjado pelas escolhas. Este não é temperamento, mas uma disposição às virtudes ou vícios.
“...a escolha requer o uso da razão e do pensamento. Seu próprio nome, aliás, parece sugerir que ela é aquilo que é escolhido de preferência a outras coisas.” (p. 54)
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