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Aula 03 – Interpretação da lei processual civil.  A lei processual no espaço e no tempo. 
Fontes do processo civil (analogia, costumes e princípios gerais do direito).
Interpretação da lei processual civil.  
Espécies de Interpretação
Sob o critério da natureza, ou meios de fazê-la, temos as seguintes espécies de interpretação:
a) gramatical: busca o significado literal da linguagem, aplicando regras de sistematização da língua;
b) lógica: busca contextualizar a norma, visando o seu alcance, e tem por base as normas anteriores e posteriores e o sistema em que está incluída;
c) histórica: busca a intenção do legislador tanto no momento da feitura da norma quanto na origem do seu instituto, preponderando a análise da situação fática existente quando da edição do texto legal;
d) teleológica (sociológica): busca a adaptação da norma ao contexto social existente ao tempo de sua aplicação, alcançando a denominada interpretação evolutiva;
e) sistemática: busca a interpretação contextual da norma, sua colocação nos textos positivos, suas subordinações a outros textos, sua ordem na espécie legislativa que a prevê e sua conseqüente seara de aplicação.
Sistemas de Interpretação
São três os sistemas de interpretação existentes:
a) Sistema da livre pesquisa: o intérprete deve buscar a finalidade social da norma, ou seja, deve buscar o bem comum. A livre pesquisa é o sistema utilizado no Brasil (artigo 5.º da Lei de Introdução ao Código Civil).
b) Sistema dogmático: o Direito só pode ser interpretado com base na lei. É inoperante no sistema brasileiro.
c) Sistema histórico-evolutivo (Savigny): é aquele que procura abrandar o sistema dogmático. Como o anterior, também é inoperante no sistema brasileiro.
Passos na Interpretação e Integração da lei:
São cinco os passos utilizados na interpretação da lei:
1) primeiro passo: interpretação literal (gramatical);
2) segundo passo: verificação dos quatro outros critérios (lógica + histórica + teleológica + sistemática);
3) terceiro passo: utilização da analogia, e no tocante a esta aplicação, cumpre informar a existência de regra básica de hermenêutica apta a informar a aplicação do meio integrativo analógico, traduzida na expressão latinaubi idem ratio, ibi eadem dispositio (onde há a mesma razão, aplica-se a mesma disposição);
4) quarto passo: uso das fontes secundárias (costumes + doutrina + jurisprudência);
5) quinto passo: utilização dos princípios gerais do Direito.
Resultados da Hermenêutica Jurídica
Por fim, quanto aos resultados encontrados na aplicação dos meios de interpretação das leis, a doutrina nos aponta três hipóteses de resultados, de acordo com a extensão da mensagem legal:
1) declarativo: hipótese prevista quando o intérprete entende ter a lei dito exatamente o que pretendia em seu texto, sem restrições ou ampliações (também chamado resultado próprio); 
2) restritivo: assim denominado quando, na interpretação, o exegeta crê ter a lei dito mais do que precisaria dizer, restringindo, portanto, o alcance da norma interpretada; 
2) extensivo: é o resultado encontrado quando se considera que o texto legal determina menos do que queria, sendo necessária ampliação de seu campo de atuação para regulação normativa de determinados casos concretos.
A lei processual no espaço e no tempo.
Noções Iniciais:
Eficácia é a produção dos efeitos jurídicos, ou seja, a aptidão ou idoneidade para produzir fatos jurídicos. Toda norma jurídica tem eficácia limitada no espaço e no tempo, isto é, aplica-se apenas dentro de dado território e por um certo período de tempo. Tais limitações aplicam-se inclusive à norma processual.
Lei Processual no Espaço:
O princípio que regula a eficácia espacial das normas de processo é o da territorialidade, limitando-se o juiz a aplicar a lei local (aplicação da lex fori). Sendo, porém, necessária a colheita de provas no exterior, poderá ser utilizada a lei processual de outro país (art. 13, LICC).
A sentença estrangeira poderá ser executada no Brasil, atendidos os requisitos do art. 15 da LICC, entre os quais a homologação pelo STF. O autor que residir fora do Brasil ou dele se ausentar, terá de prestar caução, se aqui não tiver bens imóveis que assegurem o pagamento das custas e honorários advocatícios (cautio judicatum solvi) (art. 835 do CPC).
Lei Processual no Tempo:
Estando as normas processuais limitadas também no tempo como as normas jurídicas em geral, são como a seguir as regras que compõem o direito processual intertemporal:
1) As leis processuais brasileiras estão sujeitas às normas relativas à eficácia temporal das leis, constantes da Lei de Introdução ao Código Civil.
2) Dada a sucessão de leis no tempo, incidindo sobre situações idênticas, surge o problema de estabelecer qual das leis - se a anterior ou a posterior - deve regular uma determinada situação concreta.
Lei Nova:
Não de encontra problemas com relação aos processos findos, onde a lei é irretroativa, como também aos processos a serem iniciados. A questão coloca-se, pois, apenas no tocante aos processos em curso por ocasião do início de vigência da lei nova. Diante do problema, três diferentes sistemas poderiam hipoteticamente ter aplicação:
a) sistema da unidade processual: o processo é um todo indivisível;
b) sistema das fases processuais: distinguem-se fases processuais autônomas, cada uma suscetível de per si, de ser disciplinada por uma lei diferente;
c) sistema do isolamento dos atos processuais: cada ato do processo é considerado unidade, onde a lei nova não atinge os atos processuais já praticados.
Fontes do processo civil (analogia, costumes e princípios gerais do direito).
1.   Formais
a) Princípios: podem entrar em conflito. Ex: caso de transfusão de sangue: religião x vida. O médico faz e a família se ofende, mas não surte efeito, pois a vida está acima de tudo. * art. 7º – CF.
b) Regras jurídicas: derrogação/ ab-rogação. 
derrogação = É a revogação parcial de uma lei, ou seja, parte dela continua em vigor, enquanto outra parte é extinta em decorrência da publicação de uma nova lei que expressamente declare revogado determinados dispositivos ou quando tratar da mesma matéria porém de forma diversa. Não se confunde com ab-rogação, que é a revogação de uma lei por completo.
Ab-rogação = É a revogação total de uma lei pela edição de uma nova. Lê-se lei em sentido amplo, abrangendo os decretos e demais regulamentos que também poderão sofrer ab-rogação. É também considerado o ato de tornar nulo ou sem efeito a norma jurídica anterior.
c) Tratados internacionais: para que seja válido tem que ser internalizado. Depois de assinado deve passar por uma votação na Câmara. Então é feito um decreto para validá-lo. O tratado vem como lei ordinária. Se o tratado internacional for sobre Direitos Humanos, ele entra no nosso ordenamento como emenda à Constituição.
 
d) Analogia, é possível afirmar que a sua utilização ocorre com a finalidade de integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional, a que se denomina anomia.
2.   Informais
a) Jurisprudência: conjunto de julgamentos iguais para causas semelhantes.
b) Doutrina
c) Costumes (respeitados os costumes regionais do país).
CASO CONCRETO
Sílvio promove ação de conhecimento em face de Francisco postular do réu indenização por dano material no valor de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais). Citado, o réu oferece contestação e alega a incapacidade do autor, por ser relativamente incapaz, bem como, no mérito que já ocorreu a prescrição, considerando que o prazo previsto na lei civil para cobrança do crédito já esgotou quando da propositura da ação. O juiz, ao examinar os autos constata que o autor já adquiriua maioridade e, então,  acolhe a defesa do réu, reconhecendo a prescrição, proferindo sentença de improcedência do pedido.
Indaga-se:
Foi correta a decisão do juiz, diante da forma como se deve interpretar a lei processual? Justifique.
Gabarito: A decisão judicial está correta, porque  entre as regras gerais de interpretação, que não diferem  das de  natureza processual, o juiz não pode perder de vista que o processo é mero instrumento criado para viabilizar a pretensão de direito material do jurisdicionado. Não pode interpretar as normas processuais de forma isolada e, sim, deforma sistemática. No caso concreto, seria inócua a postura judicial de determinar a regularização da representação, porque o vício desapareceu com a maioridade do autor e se pode decidir do mérito a favor da parte que se beneficiaria da eventual nulidade relativa não suprida, se fosse o caso. No art. 249, § 2º do CPC contem norma no sentido de que o juiz deve desconsiderar a eventual nulidade que se aproveitaria a parte se a decisão de mérito lhe é favorável, como se deu no caso.
Questão Objetiva
 Assinale a alternativa incorreta, que diga respeito a aplicação da lei no espaço:
a) a jurisdição civil, contenciosa e voluntária (não contenciosa), é exercida pelos juízes em todo o território nacional, conforme determina o CPC;
b) em todos os processos que correm no território nacional devem-se respeitar as normas do CPC;
c) a norma do art. 1º do CPC é válida mesmo que o direito material a ser aplicado seja oriundo do estrangeiro;
d) os processos que correm fora do território nacional tem eficácia no Brasil.
Gabarito: Letra “d”.  Os processos que correm no exterior e os atos processuais neles praticados não tem nenhuma eficácia em nosso território e são considerados inexistentes. Para alcançar eficácia no Brasil deverão as sentenças ser homologadas pelo STJ e desde que a competência seja concorrente, como estabelecido no art. 88 do CPC. Porém jamais seriam homologadas pelo STJ se o objeto da demanda envolvesse imóvel situado no Brasil (art. 89 do CPC), ou seja, quando a competência é exclusiva da justiça brasileira.

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