Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 I- FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO: 1 – Constituição Federal: ela quem define a competência e quem pode fazer o que, bem como tutela as garantias individuais. 2- Emenda à Constituição: prevista no artigo 60 da CF, com exceção das clausulas pétreas do direito tributário (artigo 5º, 6º, 7º, 60, § 4º e 150), as quais são imutáveis, devendo ser modificadas somente por uma nova CF e não por EC. 3- Lei Complementar: tem por finalidade explicitar a norma constitucional de eficácia limitada. Vem prevista no artigo 69 da CF, e para sua aprovação é necessário um quórum privilegiado de 50% + 1. O CTN é uma lei complementar que foi recepcionado pela CF de 88. Em relação ao direito tributário, a lei complementar trata, principalmente, das matérias previstas no art. 146, 148, 154, 155 XII e 195 § 4º da CF/88. 4- Lei Ordinária: é a fonte da obrigação de tributar, pois somente mediante lei surge o tributo e as suas respectivas modificações (97 do CTN). Entretanto, tem se exceção do artigo 153, §1 da CF. 5- Medida Provisória: ocorre mediante relevância e urgência, de competência do Presidente da República, devendo em 60 dias (prorrogáveis por mais 60) ser convertida em lei, o que se não ocorrer a MP perde sua eficácia, na prorrogação passados 45 dias a MP tranca a pauta do congresso. 6- Tratados Internacionais : relativos a direitos alfandegários ou que visam evitar a bitributação – previsto no artigo 98 do CTN. O tratado sempre é celebrado pelo Presidente, mas depende do referendo do Congresso Nacional. 7- Decreto Legislativo : servem para aprovar tratados internacionais – previsto no artigo 49, I da CF. 8 – Convênios: os Estados tem a competência para celebrar convênios para dispor sobre concessão de isenção e benefícios fiscais relativos ao ICMS. 9- Decretos, Regulamentos e Atos Administrativos: tem a função de regrar a aplicabilidade da lei – artigo 99 do CTN. II- VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Vigência e aplicação: Vigência é a aptidão para incidir, para dar significação jurídica aos fatos. Se a lei é vigente e ocorre a situação nela prevista (hipótese de incidência), a mesma, automaticamente, incidirá. A aplicação depende sempre de alguém e, sendo assim, poderá ocorrer ou não. Vigência da legislação tributária no espaço: A legislação tributária vigora nos limites do território da pessoa jurídica que edita a norma. Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 Vigência da legislação tributária no tempo: A lei passa a produzir efeitos a partir da data mencionada no seu próprio texto, observado, em relação a exigência ou aumento de tributos, o princípio da anterioridade. Se não constar nenhuma disposição sobre o termo inicial de vigência, a lei entra em vigor 45 após a publicação, conforme a Lei de Introdução ao Código Civil. Retroatividade Benigna: Em princípio a lei não retroage, mas o art. 106 do CTN trata da situação excepcional que consiste na aplicação de uma lei em relação a fatos já ocorridos, quando deixe de tratá-lo como infração ou quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista pela lei vigente quando de sua prática. (Extinção ou redução de penalidades). Esta norma, entretanto, não gera direito à restituição de valores já pagos. Assim, pode-se aplicar normas revogadas, pois a norma aplicada e aquela do momento do fato. Quando a norma tratar de penalidade e for mais benéfica haverá retroatividade. Se o contribuinte já pagou ou já transitou em julgado não haverá retroatividade, o que impede da cobrança ao Estado pela diferença. III- INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA A interpretação sobre determinado dispositivo legal não é única, podendo acarretar em diferentes interpretações, desde que estejam em consonância com a legislação vigente e com os princípios constitucionais. Assim, no momento da interpretação ou até mesmo no caso de ausência de legislação, a mesma será interpretada com base no artigo 108 do CTN. 1 – Métodos de interpretação Gramatical ou literal: interpretação da palavra/ significado da palavra com base em definições trazidas pelo dicionário. Histórico: leva-se em consideração o momento histórico em que a norma foi editada. Sistemático: analisa-se todo o sistema, sendo a forma mais adequada existente. Toda e qualquer interpretação é sistêmica. Teleológica: leva em consideração a vontade do legislador. 2- Meios de integração – na dúvida a lei deve ser favorável ao contribuinte. Analogia: aplicação de determinada lei quando existir uma lacuna. Serve para solucionar caso semelhantes em que não exista um regramento para um deles. Entretanto, não pode ser utilizada a analogia para justificar o pagamento de determinado tributo que não tenha legislação especifica para aquele caso análogo. (108, §1 do CTN) Princípios Gerais do Direito: é a utilização dos princípios constitucionais para suprir determinada lacuna legal. (108, II e III) 3- Institutos, conceitos e formas de Direito Privado: a lei tributária não pode alterar e/ou modificar as definições trazidas pelo direito privado, muito menos as da CF - Artigo 110 do CTN. Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 4 – Interpretação benigna A lei sempre que definir infrações/ penalidades deverá ser interpretada da forma mais benigna ao infrator – artigo 112 do CTN. IV- OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 1- Conceito - É a relação jurídica em virtude da qual o sujeito passivo tem o dever de prestar dinheiro ao Estado, ou de fazer, não fazer ou tolerar algo no interesse da fiscalização de tributos e o Estado tem o direito de constituir contra o particular um crédito. 2- Obrigação principal: consiste no pagamento do tributo em moeda em decorrência de determinado fato gerador. (113, § 1 do CTN) 3- Obrigação Acessória: obrigação de fazer, não fazer ou tolerar algo no interesse da fiscalização. A obrigação tributária sempre está relacionada a um “dar”, por exemplo emitir nota fiscal. O desrespeito de uma obrigação acessória geralmente acarreta em uma obrigação principal. As isenções vem geralmente vinculadas a uma obrigação acessória. * É possível de um fato gerador nascer uma obrigação principal e uma acessória, como por exemplo, o caso de venda de mercadorias, onde paga-se imposto e emite-se uma nota fiscal. 4- Fato Gerador: é o momento que enseja o nascimento da obrigação tributária. Sempre será definido em lei e irá contemplar algo que seja economicamente relevante. (artigo 114 do CTN) 5- Fato gerador e hipótese de incidência: a hipótese de incidência é a simples descrição, simples previsão; enquanto o fato é a concretização da hipótese, é o acontecimento do que fora previsto. 6- Momento da ocorrência do fato gerador Negócios jurídicos condicionais: (contrato sujeito a uma condição): a) se suspensiva: quando ocorrer o evento previsto como condição; b) se resolutiva: desde da prática do ato. 7- Desconsideração de atos ou negócios jurídicos: A norma que visa combater a elisão fiscal (art. 116 Par. Único, com redação da LC 104/2001) 8- Atos ilícitos e tributação: um ato ilícito não pode acarretar o surgimento de um fato gerador, como por exemplo nos casos de jogos proibidos e drogas. (Artigo 118 do CTN) V- SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA Sujeito Ativo: é a pessoa que tem competência para exigir tributos – U, E e M. (artigo 119) Sujeito Passivo: é o contribuinteou o responsável obrigado a pagar o tributo (artigo 121) Contribuinte e Responsável: Contribuinte é quem pratica o verbo do artigo (Ex. Importar mercadoria – nasce o fato gerador). Já o responsável não pratica o fato gerador, mas paga Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 imposto para facilitar a cobrança de tributo. Possuem previsão legal no artigo 121, paragrafo único do CNT. Convenções particulares: impossibilidade de serem opostas a fazenda pública (artigo 123 do CTN) Solidariedade: é a ocorrência de mais de um credor ou mais de um devedor, na mesma relação obrigacional, cada qual com direito ou obrigado a dívida toda. Para o direito tributário importa a solidariedade passiva, a qual não comporta benefício de ordem (o direito à observância de uma ordem, de uma seqüência, quanto a cobrança da dívida. (art. 124. Parág. Único). Capacidade Tributária Passiva. (art. 126) – independe: a) da capacidade civil; b) da pessoa estar impedida para o exercício das atividades; c) da pessoa jurídica estar regularmente constituída. Domicílio Tributário – é o local onde a obrigação será cumprida. Em relação ao domicílio deverão ser observadas as seguintes regras: a) existem tributos (IPI/ICMS) cuja legislação específica exclui e a faculdade de escolha. b) nos demais tributos há a liberdade de escolha. c) a liberdade de escolha não pode impedir ou dificultar a fiscalização. d) ocorrendo esta hipótese, o domicílio poderá ser recusado e será aquele do lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem a obrigação. VI – RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Substituição tributária – Trata-se de imputação de responsabilidade por obrigação tributária a terceiro que não praticou o fato gerador, mas tem vinculação indireta com o real contribuinte. Sucessores – (art. 129 a 133) – A obrigação tributária se transfere para outro devedor em virtude de venda de imóveis, demais aquisições, morte do contribuinte e alienações societárias. Fusão, transformação, incorporação e cisão (art. 132): A responsabilidade em relação aos tributos devidos anteriormente a ocorrência de uma destas operações é transferida para a nova pessoa jurídica ou para a remanescente. Aquisições de quotas: não se trata de uma hipótese de responsabilidade tributária, vez que apenas mudam os sócios da pessoa jurídica, permanecendo inalterada a situação patrimonial da mesma. Responsabilidade Tributária dos sócios das pessoas jurídicas – art. 135:atos praticados com excesso de poderes ou infração a lei. É necessário, portanto, que o sócio tenha poderes de gerência ou, no caso de S/A, o acionista seja diretor e que este pratique uma ilegalidade. O Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 simples atraso no recolhimento de tributos não dá ensejo a responsabilidade pessoal dos sócios/diretores, o encerramento irregular da sociedade, sim. O sócio será responsável se ocorrer o inadimplemento e a inobservância da lei. Denúncia espontânea da infração – art. 138: É o procedimento pelo qual o sujeito passivo se antecipa a ação do fisco e comunica que cometeu uma infração. Antes mesmo de ser notificado ele se antecipa e paga o tributo sonegado – isso exime o mesmo do pagamento de multa. Entretanto, se ocorrer o pagamento após um processo ou notificação do fisco, isso não exime o contribuinte de pagamento de multa punitiva. Conseqüência – se efetuar o pagamento do tributo e dos juros respectivos está exonerado da multa. Multa de mora – a jurisprudência entende que inclusive a multa de mora (multa pelo atraso) não necessita ser recolhida, porque o art. 138 não faz qualquer distinção em multa de mora e multa punitiva. Parcelamento – na denúncia espontânea, acompanhada de pedido de parcelamento do crédito tributário, segundo o STJ não seria exigível a multa. Todavia, a redação do § 1º do art. 155-A do CTN (LC. 104/2001) estabelece a incidência de juros e multa. VII – CRÉDITO TRIBUTÁRIO Conceito: é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito passivo), o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional). Constituição do crédito tributário: O crédito tributário é constituído através do lançamento. (Artigo 142 do CTN – quem deve? Quanto deve? Pq deve?) Lançamento: é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, identificar o seu sujeito passivo, determinar a matéria tributária e calcular ou por outra forma definir o montante do crédito tributário, aplicando, se for o caso, a penalidade cabível (art. 142 do CTN) Legislação aplicável – a) no que diz respeito a parte substancial (alíquota, base de cálculo e fato gerador) a legislação vigente quando da ocorrência do fato gerador; b) em relação as penalidades – a lei mais favorável ao sujeito passivo; c) quanto aos aspectos formais/procedimentais : a lei em vigor na data do lançamento. Modalidades de lançamento – a) De ofício – é feito por iniciativa da autoridade administrativa, independentemente de qualquer colaboração do sujeito passivo; b) Por declaração – é feito em face de declaração prestada pelo contribuinte ou por terceiro, quanto a matéria de fato indispensável a sua efetivação (art. 147 CTN). c) Por homologação – é aquele feito quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem o prévio exame da autoridade administrativa. (art. 150 CTN). Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 Suspensão da exigibilidade do crédito tributário: O crédito tributário, uma vez constituído, é exigível, pois o sujeito ativo pode compelir o sujeito passivo a satisfazê-lo, através dos meios legais. Todavia, existem determinadas circunstâncias legais que suspendem esta exigibilidade. (art. 151 CTN), isto é, enquanto se verificarem o sujeito ativo está impedido de exigir o crédito tributário. * a lei aplicada é a vigente a época do fato gerador – a época vigente. Então, correto afirmar que ocorre a aplicação inclusive de leis revogadas. Entretanto, a única exceção existente é em relação as multas, pois aplica-se a menos severa. ** CND – Certidão Negativa de Débitos – contribuinte diante de uma das circunstâncias do artigo 151 do CTN tem direito que o Estado faça uma CND para que a empresa participe de licitações. Hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário previsto no artigo 151 do CTN: Moratória – significa prorrogação concedida pelo credor ao devedor do prazo para pagamento da dívida, de uma só vez ou através de parcelamento. Depósito - o sujeito passivo pode depositar o valor do crédito tributário, quando entender o mesmo indevido, optando por discutir sua exigibilidade administrativa ou judicialmente. Não é necessária autorização judicial para tanto. Findado o processo (administrativo ou judicial), se a decisão for favorável, ao contribuinte, o montante depositado será levantado pelo mesmo, ao contrário, o montante depositado será convertido em renda do sujeito passivo. Reclamações e recursos – as impugnações e os recursos administrativos enquanto não julgados impedem o sujeito passivo de exigir o crédito contestado. Medida liminar em mandado de segurança – o mandado de segurança é um processo atravésdo qual os cidadãos buscam proteção de direito líquido e certo, lesado ou ameaçado por ato de autoridade administrativa. Tal ação é muito utilizada no direito tributário, sempre que uma lei inconstitucional determinar a exigência de um tributo e sempre que a autoridade fiscal comete uma ilegalidade. Neste processo é possível requerer a concessão de uma liminar (antecipação da decisão final) se os argumentos forem plausíveis e se existir risco de prejuízos em vista da demora natural para julgamento do processo. Concessão de liminar em qualquer espécie de ação judicial (LC 104/2001). Parcelamento (LC 104/2001). Extinção do crédito tributário: é o desaparecimento deste. Como nas obrigações, em geral, sua forma mais comum de extinção é o pagamento, que significa a satisfação do direito creditório. Hipóteses de extinção do crédito tributário – Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 a) pagamento – principal meio de extinção do crédito tributário. Na hipótese de pagamento indevido, resta ao contribuinte a possibilidade de buscar a restituição através da ação de repetição de indébito (art. 165 e 166). b) compensação – tendo o contribuinte crédito contra o sujeito ativo decorrente de pgto. indevido é possível extinguir o crédito tributário mediante a compensação com tais valores a receber. (Lei 8.383, art. 66 e art. 170 do CTN). Se o direito à compensação for decorrente de decisão judicial, o mesmo não poderá ser usufruído antes do trânsito em julgado (art. 170 – A – LC 104/2001) c) transação – (art. 171) – Negociação visando a extinção do C.T.. Não é muito adotado, pois o direito tributário é algo indisponível o que impossibilita transação, não permitindo acordos. d) remissão – (art. 172) – perdão do crédito tributário. Deve ocorrer para todos, mediante uma norma geral e abstrata. (Ex. desconto no pagamento antecipado de IPVA) e) decadência – (art. 173) – é a extinção do direito de constituir o crédito tributário em visto do transcurso do tempo (cinco anos). f) prescrição – (art. 174) – é a perda do direito de ação em relação a cobrança do crédito tributário (cinco anos). g) Conversão do depósito em renda – o valor depositado para suspender a exigibilidade (art. 151, III), quando o contribuinte perde o processo é convertido em renda, extinguindo o crédito tributário. Quando quer discutir o correto é depositar o valor devido desde o inicio e ai entrar na discussão. h) Pagamento antecipado e homologação – nos tributos submetidos ao lançamento por homologação (ICMS, IPI, COFINS) o contribuinte apura o montante devido e faz o recolhimento. (art. 150 § 4o). A homologação ocorre quando a autoridade administrativa ratifica o agir do contribuinte (expressa) ou em vista do transcurso do tempo sem que a autoridade tenha ratificado (tácita). i) consignação em pagamento – quando existe discussão em relação ao montante devido. O sujeito passivo consigna o valor judicialmente (art. 164 CTN) e se vencer o processo o valor consignado considera-se como pagamento, extinguindo o crédito tributário. Ex. Fisco fala que o montante devido é 10 e o devedor fala que é 5. Deve-se realizar a consignação em pagamento dos 5 que o devedor entende como devido e os outros 5 discutir judicialmente a diferença. j) decisão administrativa – a decisão administrativa definitiva e favorável ao contribuinte extingue o crédito tributário, não podendo mais ser discutido na justiça. Discussão acerca do Recurso Hierárquico. Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 l) decisão judicial - a decisão judicial definitiva e favorável ao contribuinte extingue o crédito tributário. m) dação em pagamento de bens imóveis: entregar bem móvel ou imóvel em nome do pagamento da dívida. TRABALHO 1 – Em relação à lei complementar em matéria tributária, questiona-se: a) É possível que uma lei estadual ou municipal, relativamente ao ICMS e ISS, contrarie dispositivo de Lei Complementar Federal sobre a matéria? Não, pois a lei complementar tem como objetivo explicar a norma constitucional de eficácia limitada, que serve de fundamento à legislação federal, conforme o Art. 146, III, "a", da CF. + artigo 155 e 156 da CF. b) Matéria a ela reservada, poderá ser disciplinada por medida provisória? Não, nos termos do artigo 62, §1º, III da CF. Isto é, são vedadas medidas provisórias sobre a matéria reservada à lei complementar. c) É hierarquicamente superior a uma lei ordinária? Não existe hierarquia. O que ocorre na verdade é que ambas atuam em campos distintos uma da outra, com atuação diferenciada, mas jamais uma poderá revogar outra. * Quando uma lei complementar tratar de matéria que não é especifica de lei complementar acaba ela sendo ordinária. 2 – Em relação aos tratados internacionais em matéria tributária questiona-se: a) A partir de quando passam a produzir efeitos no direito interno? Os decretos internacionais em matéria tributária passam a produzir efeitos no direito interno a partir da publicação do Decreto Legislativo que promulga o tratado, sendo que após a publicação o tratado terá a mesma hierarquia de uma lei ordinária interna. b) Poderão ser modificados por leis posteriormente editadas? Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 Conforme Luciano Amaro (2010) o STF revendo o seu posicionamento, “concluiu pela possibilidade de a lei interna superveniente poder dispor em sentido contrário ao de norma de tratado”., prossegue o autor afirmando que, devido a atual posição jurisprudencial, equipara-se hierarquicamente a lei ordinária Federal e, assim sendo, a lei posterior que contrariar tratado internacional implicaria a revogação deste. * Os tratado que versem sobre direitos humanos equiparam-se a dispositivos da CF e por isso não podem ser modificados por lei. + artigo 4 IX da CF. c) Poderão conceder isenções tributárias relativamente a tributos estaduais? De plano faz-se oportuno referir que a questão não é pacífica, ao passo que alguns doutrinares entendem, com base no art. 151, III da CF, que não é possível conceder isenções relativas a tributos estaduais com base em tratados internacionais, pois o tratado só passa a vigorar no ordenamento jurídico interno após a publicação do Decreto de Competência da União, sendo assim é expresso o artigo susografado ao impedir que a União institua isenção tributária relativa a tributos estaduais. No entanto, outra parcela da doutrina entende que ao firmar um tratado internacional o Presidente da República está representando todo o Estado, inclusive seus entes federados, sendo assim, a vedação imposta pelo art. 151, II da CF refere-se apenas a normas internas, não podendo se aplicar a normas decorrentes da relação externa, com é o caso dos tratados internacionais. 3 – Em relação às Medidas Provisórias em matéria tributária, questiona-se: a) Podem instituir ou majorar tributos? Medida Provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos artigos 153, I, II, IV, V e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. (Artigo 62, §2º CF) b) Qual é o prazo de validade? As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável,nos termos do § 7º, uma vez por igual período, Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Artigo 62, §3º CF) c) O que ocorre na hipótese de não-conversão em lei? As Medidas Provisórias perderão a eficácia, desde a edição, caso não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias prorrogáveis por igual período. 4 - As emendas constitucionais podem instituir novas exceções, relativamente à observância de princípios constitucionais tributários? A constituição poderá ser modificada mediante “Emendas Constitucionais”. Isso ocorre para que a mesma não se transforme num diploma jurídico estático e permanente divorciado da vontade popular. O processo de reforma, todavia, deve observar o disposto no artigo 60 da C, o qual estabelece votação em dois turnos com aprovação de 3/5 dos membros de cada Casa (Câmara e Senado). Entretanto, algumas matérias, sequer por Emendas poderão ser modificadas. São as denominadas “Clausulas Pétreas”, previstas no §4º dp artigo 60, 5º, 6ºe 7º da CF bem como a Clausula Pétrea para o Direito Tributário, qual seja o artigo 15º. Assim, determinadas Clausulas Pétreas só poderão ser modificadas por uma nova constituição e não por Emendas. 5 – Explicar e exemplificar a aplicabilidade do art. 123 do Código Tributário Nacional. O Art. 123 do Código Tributário Nacional veda a possibilidade de o sujeito passivo da obrigação tributária (contribuinte) se eximir de pagar tributo sob a alegação de ter estabelecido a transferência da responsabilidade a um terceiro pela via contratual. Assim sendo, perante o fisco o acordo entre as partes será invalida e o responsável continua sendo o contribuinte. Como exemplo de tal situação temos o caso da transferência da responsabilidade pelo pagamento do IPTU nos contratos de locação, pois na celebração do contrato de locação de um imóvel a responsabilidade de pagar o IPTU, usualmente é estipulada como do inquilino. Todavia, perante o Fisco, tal cláusula do contrato de locação com a transferência de responsabilidade será inválida. 6 – Diferenciar obrigação tributária principal em relação à acessória, citando exemplos. Obrigação principal – Obrigação de dar (moeda). Corresponde ao dever jurídico de efetuar o pagamento do tributo devido em decorrência da concretização da hipótese Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 de incidência tributária, ou seja, da ocorrência do fato gerador. Ex: Pagar I.R retido na fonte, ISSQN (ou qualquer outro tributo) e também multa. Obrigação acessória – decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Pressupõe a realização de atos que auxiliem a Administração Tributária na fiscalização dos tributos.7 – Explicar e exemplificar a figura do responsável tributário (art. 121, Par. único do CTN). – Ex: Emissão de NF e Declaração de I.R A obrigação tributária principal necessariamente deve estar prevista em lei, enquanto que a obrigação tributária acessória estará prevista na legislação tributária. 7 – Explicar e exemplificar a figura do responsável tributário (art. 121, Par. único do CTN). O responsável tributário é aquele que mesmo não sendo contribuinte, ou seja, sem ter relação pessoal e direta com o fato gerador, tem obrigação de pagar o tributo ou multa, sendo que tal obrigação de pagar decorre de dispositivo expresso em lei. Como exemplo de Responsável Tributário temos a obrigação da empresa (fonte pagadora) de recolher o imposto sobre renda (IRRF – imposto de renda retido na fonte) referente aos salários recebidos por seus funcionários (que são os verdadeiros contribuintes) e outro exemplo é o da indústria automobilística que ao vender seus veículos já antecipa o pagamento do ICMS, agindo como substituta tributária da verdadeira contribuinte que é a concessionária 8 - O fato de uma pessoa de plenamente incapaz, sob ponto de vista civil, influencia na sua capacidade tributária? Explicar O fato de uma pessoa ser plenamente incapaz não influência na sua capacidade tributária, consoante dispõe o Art. 126 do Código Tributário Nacional, in verbis: Art. 126. A capacidade tributária passiva independe: I - da capacidade civil das pessoas naturais Ademais, cabe ressaltar que a capacidade tributária consiste na capacidade para figurar no pólo passivo da relação jurídica tributária. Ex. Menos proprietário de terreno terá de pagar IPTU. 9 - João, administrador de sua empresa, autoriza venda de mercadoria cuja nota fiscal respectiva é preenchida com valores inferiores aqueles que a operação foi Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 realizada (“meia-nota”/subfaturamento) O fisco autua. João poderá ser acionado para efetuar o pagamento do crédito tributário? João poderá ser acionado para efetuar o pagamento do crédito tributário, visto que agiu com excesso de poderes, conforme dispõe o Art. 135 c/c o Art. 134 do CTN. 10 - Explicar e exemplificar a responsabilidade por sucessão? A responsabilidade por sucessão ocorre quando um terceiro subroga-se na posição de devedor da obrigação tributária, relativa a fatos geradores oriundos de “domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria” (Art 130 CTN). Ocorre, por exemplo, na aquisição de um estabelecimento comercial, em que todo o “ponto” faz parte do contrato, incluindo o imóvel em que se encontra, mesmo que seja alterada a pessoa jurídica que exercerá atividades. Também, para exemplificar, ocorre quando o “de cujus” deixa dividas e seus sucessores e cônjuge meeiro sub-rogam-se até o limite da herança. Ex2. O Comprador de imóvel assume as dívidas de IPTU. 11 – Determinada empresa explora a atividade de revenda de combustíveis e está inscrita em dívida ativa relativamente ao imposto de renda e contribuição social sobre lucro. Uma vez que o fundo de comércio relativamente a esta empresa foi vendido para um terceiro que se instalou no mesmo endereço e continuou a explorar a atividade, questiona-se: A empresa adquirente poderá vir a ser responsabilizada pelos tributos devidos pela empresa anterior? Sim, conforme determina o art 130 do CTN, no caso de fatos geradores relativos a propriedades, o adquirente subroga-se nos créditos tributários devidos, sendo que o art. 133 do CTN especifica o caso: Isto é, como a empresa adquirente do estabelecimento manteve a mesma atividade, mesmo que sobre outra razão social. Além disso, o inciso I e II do referido artigo estabelece que será de forma integral se o alienante cessar as atividades e subsidiariamente se o alienante manter ou depois de seis meses reiniciar atividade. 12 - Qual é legislação que a autoridade fiscal deve aplicar ao fazer o lançamento? De acordo com o artigo 144 do CTN no momento do lançamento deverá ser observada a data do fato gerador e assim aplicada a lei vigente na época, mesmo que modificada ou revogada. Mas no caso de penalidades deve se observada a lei mais benéfica ao sujeito passivo e quanto aos aspectos formais e procedimentais a lei da Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013data do lançamento, sendo que a lei da data do fato gerador aplicar-se-á na parte substancial, isto é ((alíquota, base de cálculo e fato gerador) 13 - Quais são as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário? A partir do lançamento o crédito tributário é constituído e, assim, exigível, pois é possível exigir o pagamento do credito tributario por parte do sujeito passivo. No entanto, nos casos elencados no art.151 o sujeito ativo não pode exigí-lo, são eles: Moratória(prorrogação do prazo para pagamento), Deposito(quando o devedor entende indevido e deposita o valor, para poder discutir), Reclamações e recursos (na esfera administrativa enquanto não julgados) e Medida liminar em mandado de segurança, além de a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial ( caso de ação para analise de possível inconstitucionalidade de lei ou ilegalidade ato, sendo deferida antecipação de tutela que suspende a exigência até o julgamento) e o parcelamento. * Consequência da suspensão – certidão positiva com efeitos negativos (vide questão 16) 14 - A empresa “X” recebe a visita da Fiscalização da Receita Federal, a qual lavra um termo de inicio de fiscalização. No dia seguinte esta mesma empresa comparece, espontaneamente, perante a Receita Federal para efetuar o recolhimento do imposto de renda que havia sido pago a menor em vista do lançamento contábil de despesas inexistentes. Paga o valor do imposto mais e juros, sendo que não efetua o recolhimento da multa em vista do art. 138 do CTN. Está correto o procedimento da empresa? Explicar. Considerando que ocorreu o início de uma fiscalização, aplica-se o parágrafo único do art. 138 que não considera espontâneo a informação de infração pelo sujeito passivo após iniciado qualquer procedimento administrativo ou fiscalizatório, sendo incorreto o procedimento da empresa devendo pagar multa. 15 - O simples atraso no cumprimento da obrigação tributária principal (não recolhimento dentro do prazo de tributos contabilmente registrados) dá ensejo à responsabilidade pessoal dos administradores da pessoa jurídica? Não, conforme entendimento STJ é necessário “a prática de atos que configurem a ocorrência de confusão patrimonial ou desvio de finalidade da sociedade empresarial”, configurando um abuso da personalidade jurídica. Isto é, deve-se aplicar o que estabelece o artigo 50 do CC, além dos princípios constitucionais atinentes ao tema.Ou seja, o simples inadimplemento não enseja descumprimento da função da Resumo aulas GB de direito tributário I a partir do material de apoio fornecido e feito pelo professor Marciano Buffon. Nov/2013 empresa, bem como não é caso de uso fraudulento, abuso de direito objetivando atingir atos ilegítimos e ilegais ou confusão patrimonial. * Só pode quando for encerramento irregular da atividade. 16 - Quais as conseqüências da suspensão da exigibilidade do crédito tributário? Impede o sujeito ativo de exigir, enquanto se verificarem as hipóteses arroladas pela lei, o crédito tributário, sendo que após cessarem é possível a exigência, desde que não ocorra hipótese de extinção. No entanto, deve-se observar o cumnprimento das obrigações acessórias que mesmo nos casos de suepnsão expressas no artigo 151 do CTN, conforme parágrafo único, devem ser cumpridas. * + certidão positiva com efeitos de negativa. 17 – Citar as hipóteses de extinção do crédito tributário. As hipóteses estão elencadas a apartir do artigo 156 do CTN, são elas: Pagamento, compensação, transação, remissão, decadência, prescrição, conversão do deposito em renda, pagamento antecipado e homologação, consignação em pagamento, decisão administrativa, decisão judicial e dação em pagamento de bens imóveis. (Art. 156 CTN) 18 – Explicar como ocorre a extinção do crédito tributário, relativamente aos tributos submetidos ao lançamento por homologação. Nesses tributos é o sujeito passivo quem verifica o valor devido e assim o recolhe, ex ICMS, IPI, COFINS. Ocorre a homologação quando a autoridade administrativa toma conhecimento, ou pelo tempo presume-se a ratificação de forma tácita. O lançamento desses tributos submetidos a homologação ocorrerá o momento em que a autoridade por um ato administrativo homologa o agir do contribuinte. Ou seja, sem prévio exame, ou ato do sujeito ativo, o contribuinte, com o fato gerador, deve informar apurar e pagar a obrigação tributária, podendo a autoridade verificar a regularidade do recolhimento. Assim, como não há o prévio exame, o lançamento será feito depois do contribuinte efetuar o recolhimento de sua obrigação, com a homologação dos valores recolhidos. (Art.150) A extinção ocorre pelo pagamento antecipado, isto é, antes de ser lançado o crédito já há o pagamento e a homologação o extingue.
Compartilhar