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ESTUDO DE CASO 2a CP

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ESTUDO DE CASO
Júlia chega ao consultório para o primeiro encontro, após ter marcado por duas vezes e não ter comparecido. Parece ansiosa e, ao mesmo tempo, desconfiada... seu olhar vagueia pela sala... Enfim, começa a falar.
Tenho dois problemas. O primeiro deles é o medo de casar e ter filhos. E o outro é o processo de envelhecimento. Tem sido muito difícil olhar para o futuro, pois é para mim aterrorizador.
Penso que o problema imediato é o da idade e prefiro começar por ele. Se você puder me ajudar ficarei imensamente grata.
Ás vezes me sinto em situação pânico. Tenho 35 anos de idade e só disponho de mais cinco até os 40. É muito difícil de explicar, pois fico confusa e quero evitar isso. Já está afetando minha confiança em mim como pessoa. E isso começou a acontecer nos últimos 18 meses ou nos últimos dois anos, quando de repente concluí: “Que droga! Tudo está me atrapalhando. Por que me sinto assim? (pausa de silêncio)
Minha mãe morreu com 53 anos e ela era muito nova e, sobretudo, uma mulher muito inteligente. Não sei por que isso me ocorreu agora. Será que tem alguma coisa a ver com o que está acontecendo comigo?
Quando olho para a vida de minha mãe, penso que ela tinha muitos talentos, mas infelizmente, mais para o final de sua vida, ela se tornou uma mulher muito amargurada. Era como se o mundo lhe devesse um estilo de vida que ela não teve. Agora eu não quero nunca estar nessa situação e, nesse momento, não estou vendo isso. Tenho tido uma vida muito completa, às vezes muito interessante e às vezes muito triste. Aprendi muito e tenho muito ainda a aprender. Mas sinto que o que aconteceu com minha mãe, de uma certa forma, está acontecendo comigo. (longa pausa)
Dirigindo-se ao terapeuta diz: você pode me fazer mais perguntas, pois acho que me ajudará a tirar mais coisas de dentro de mim. Tenho receio de ficar rodando em círculos quanto ao que estou a lhe falar. Minha cabeça parece um redemoinho de vento... 
Quanto mais velha fico, mais forte me sinto a respeito daquela situação de casamento. Agora, se uma coisa tem a ver com outra ou não, eu não sei. Mas o medo de casar, estar comprometida e ter filhos... eu percebo ser muito, muito aterrorizador. E isso está se tornando mais forte à medida que envelheço...
Não tenho medo de me comprometer, por exemplo, quando se trata de trabalho, de amizade ou de fazer certas coisas. Mas, para mim, casamento é muito... 
(Depois de um longo silêncio e se dirigindo mais uma vez ao terapeuta) Você não quer me perguntar algo? (mexe com as mãos... mexe com os pés... olha novamente em volta da sala...)
Eu realmente não pensei que viria aqui hoje. Faltei por duas vezes que havia agendado com você. (Parece não saber o que dizer ou como continuar o que estava falando).
Meu problema seria... meu amor pelas artes, certo? Estou muito envolvida com dança e música. Gostaria de poder jogar tudo para o alto e dedicar minha vida à dança e à música, mas infelizmente, hoje, a sociedade em que vivemos força a pessoa a trabalhar e a viver de acordo com certos padrões sociais. Não é alguma coisa da qual eu me arrependa, mas é algo de que sinto falta, algo que realmente quero fazer. Mas como posso fazer isso? Isso tem alguma coisa a ver com, como eu disse, estou ficando velha? Continuo dando voltas e voltando ao mesmo lugar.
Nos últimos 18 meses, tudo é muito estranho, mas a situação está se tornando vital... Eu fui induzida a acreditar que, quando uma pessoa fica velha, ela se torna mais paciente, mais tolerante. Nunca tive realmente um cuidado com este mundo. Só que agora tenho um problema real e eu não sei como lidar com ele.
Dirige-se ao terapeuta: Você pode responder uma pergunta para mim, doutor? Você pode ver ou não os dois relacionados: o problema do casamento e o processo de envelhecimento?
Mas quero deixar claro que em relação ao casamento não tem nada a ver com se comprometer. É apenas o medo de entrar numa enrascada, assim como estou numa enrascada agora, com meu problema de idade.
... Mesmo assim as pessoas dizem para mim: “Júlia, você está na sua plenitude. Você tem tudo acontecendo para você”! E mal sabem eles do que eu sinto por dentro...
Diz para o terapeuta: Você quer que eu diga alguma coisa a mais?
Eu realmente não sei como lidar com isso. Essas questões fazem parte do meu dia-a-dia, desde o momento em que acordo, até o momento em que vou para a cama... Obviamente que eu não discuto isso com muitas pessoas, penso, realmente, que pelo medo da reação.
(Depois de uma pausa) Eu não posso pensar em nada mais para dizer, a não ser em: como superar isto? ... Sinto, nesse momento, que é um problema muito solitário. Estou certa de que muitas pessoas já passaram por isso, e outras não. E elas, provavelmente, pensam: “Qual é o problema”? Eu, às vezes, até zombo do problema.
Este primeiro encontro se encerra. O contrato terapêutico foi estabelecido e Júlia se compromete a retornar na semana seguinte.
QUESTÕES:
CONSIDERANDO O CASO ACIMA RELATADO E TOMANDO COMO REFERÊNCIA TEÓRICA A PERSPECTIVA EXISTENCIAL FENOMENOLÓGIA EM PSICOTERAPIA PARA FUNDAMENTAR SUAS PONTUAÇÕES:
QUAL A SUA COMPREENSÃO DO CASO? 
QUE INTERVENÇÕES VOCÊ FARIA? COM QUE PROPÓSITO?
QUAIS OS ASPECTOS QUE VOCÊ CONSIDERA RELEVANTES NO DISCURSO DA CLIENTE PARA SEREM TRABALHADOS AO LONGO DO PROCESSO TERAPÊUTICO? POR QUE?
COMO VOCÊ SE SENTIU DIANTE DO CASO? E DE SUAS RESPOSTAS ÀS QUESTÕES ANTERIORES?

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