Buscar

Direito Civil I - personalidade, capacidade e maioridade

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL
PERSONALIDADE JURÍDICA
É a possibilidade de um determinado indivíduo poder atuar no cenário jurídico. É o sujeito na figura de sujeito de direitos e obrigações, conferida também as pessoas jurídicas. Os direitos da personalidade jurídica estão expressamente reconhecidos nos artigos 11 a 21 do CC.
NASCITURO
 Segundo o artigo 2° do CC, a personalidade se inicia com o nascimento com vida, sendo este o marco que torna possível a aquisição e perda de direitos subjetivos pelo indivíduo. A segunda parte do artigo, portanto, diz que estarão a salvo, desde a concepção os direitos do nascituro. O problema que surge, então, decorre do fato da legislação reconhecer proteção jurídica aos interesses do nascituro, sem, no entanto reconhecê-los como pessoa, acarretando dúvidas quanto ao início da personalidade, se no nascimento ou na concepção. 
As 3 teorias do nascituro:
Teoria Natalista: Sustenta que o nascituro goza de mera expectativa de direito, não sendo considerado pessoa. A personalidade jurídica só é adquirida com o nascimento em vida. É a adotada pelo Brasil (cfe artigo 2°-CC)
Teoria Concepcionalista: Para eles, o nascituro tem personalidade jurídica desde a concepção. Entendem que o nascimento com vida dá eficácia retroativa, para confirmar a personalidade que foi adquirida no momento da concepção. Assim, o nascituro não tem mera expectativas de direitos, sendo uma pessoa de direitos, inclusive na ordem patrimonial.
Teoria da Personalidade Condicional: Sustenta a teoria que o nascituro teria personalidade desde a concepção apenas para direitos de ordem não patrimonial, sedo a personalidade completa, inclusive para direitos patrimoniais, condicionada ao nascimento com vida. Ou seja, o nascituro teria uma “semi-personalidade”, possuindo direitos não patrimoniais desde a concepção e direitos patrimoniais apenas com o nascimento com vida.
OBS: Natimorto: Iniciando-se a personalidade no momento do nascimento com vida, somente a partir de então existe pessoa e possibilidade de ser titular de direitos e obrigações. Nascendo com vida, mesmo morrendo em seguida, ocorre a aquisição da personalidade e conseqüentemente a possibilidade de ser titular de direitos que, com a morte, serão transmitidos aos seus herdeiros.
A EXTINÇÃO DA PERSONALIDADE: MORTE
De acordo com o artigo 6º, a personalidade termina com a morte. Com ela, expira-se a aptidão para figurar como titular de direitos e deveres, extinguindo-se as relações jurídicas personalíssimas das quais o falecido era titular, transmitindo-se as demais pela sucessão (artigo 1.784). O fim da personalidade: extingue a sociedade conjugal (art 1571, 2), abre o fenômeno da sucessão (art 1784), extingue o poder familiar (art 1635, 2) e cessam contratos personalíssimos (art 607).
Obs: Morte de ausente: artigos 37 e 38/ Morte presumida: artigo 7º
COMORIÊNCIA: art 8º
No artigo 8º, estabelece-se que se dois ou mais indivíduos falecerem em uma mesma ocasião, não sendo possível determinar aquele que faleceu primeiro, presumem-se simultaneamente mortos
A morte simultânea de pessoas com direito sucessório recíproco implica a extinção, também simultânea, de suas personalidades não havendo possibilidade de um suceder ao outro. A repercussão prática se transmite de bens entre os comorientes (primeiro para os descendentes –filhos-, depois para os ascendentes –pais- e por ultimo para os colaterais-irmãos, tios).
As mortes tenham sido produzidas no mesmo evento ou ocasião, sem que haja meios técnicos para a determinação daquele que primeiro morreu. Não há, por outro lado, a necessidade de que as mortes tenham ocorrido em decorrência da mesma causa.
CAPACIDADE
-Capacidade de Direito ou de Gozo: Conforme artigo 1º, a capacidade de direito é atribuída a todas as pessoas naturais ou físicas, por força do principio da igualdade. É a aptidão da pessoa para ser titular de direitos e obrigações, tendo por termo inicial o nascimento e perdurando até a morte.
-Capacidade de Fato ou de Exercício: É agir juridicamente, através de atos próprios ou mediante procurador, exercendo direitos e cumprindo obrigações, ou seja, praticar atos da vida civil. Tal capacidade pressupõe que o sujeito esteja apto a manifestar livre e conscientemente sua vontade. Há, porém, situações em que o sujeito, mesmo tendo capacidade de exercício, se acha inibido para praticar determinado ato jurídico, em razão de sua posição em relação a certos bens, certas pessoas ou certos interesses. (art 496)
INCAPACIDADE
Incapacidade Absoluta: São totalmente inaptos à prática dos atos da vida civil, decorrentes da idade e da saúde. Conforme artigo 3º, são absolutamente incapazes: 
Os menores de 16 anos;
Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiveram o necessário discernimento para a prática desses atos (art 1.177 CPC);
Os que, mesmo por causa transitória, não puderam exprimir sua vontade;
Os atos praticados por pessoas absolutamente incapazes são considerados nulos e os incapazes absolutos são representados por seus pais/tutores/curadores.
Incapacidade Relativa: São aqueles que não são totalmente desprovidos de capacidade de exercício ou de fato. Conforme artigo 4º, são relativamente incapazes:
Os maiores de 16 e menores de 18;
Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido (art 1767 CC);
Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
Os pródigos (art 1782 CC)
Os relativamente incapazes são assistidos por seus pais/tutores/curadores; e seus atos são considerados anuláveis (arts 171 e 180 CC)
MAIORIDADE E EMANCIPAÇÃO	
A incapacidade relativa do menor termina ao completar 18 anos de idade, conforme artigo 5º do CC.
Entretanto, o menor relativamente incapaz pode torna-se plenamente capaz antes de atingir a maioridade, conforme parágrafo único do art 5º, que diz que a incapacidade cessará para os menores:
Pela concessão dos pais, mediante instrumento público, independente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menos tiver 16 anos completos;
Pelo casamento;
Pelo exercício do emprego público;
Pela colação de grau em curso de ensino superior;
Pelo estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria;
A emancipação pode ser de duas espécies: voluntária (art 5º, I) ou legal (art 5º, II a V).
O menor sob tutela será emancipado mediante decisão judicial.
Os pais continuam respondendo pelos atos ilícitos praticados pelo filho, desde que, comprovada a sua dependência econômica.
OBS: O casamento válido, é irreversível, mesmo com a separação, o filho permanece emancipado; Já o casamento nulo, retorna a incapacidade.

Continue navegando