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DIREITO CONSTITUCIONAL CAPÍTULO 1 3o período 2016.2

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PROF. ALESSANDRA MARA
Capítulo 1 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 INTRODUÇÃO
 1. Direito Constitucional
	
 2. Teoria Geral da Constituição	
 3. Teoria Geral do Estado	
 4. Poder Constituinte	
CONSTITUCIONALISMO
 A origem formal do constitucionalismo está ligada às Constituições escritas e rígidas dos Estados Unidos da América, em 1787, após a Independência das 13 colônias, e da França, em 1791, a partir da Revolução Francesa, apresentando dois traços marcantes: organização do Estado e limitação do poder estatal, por meio da previsão de direitos e garantias fundamentais. 
CONCEITOS
 
 O Direito Constitucional é um dos ramos do Direito público, se diferenciando dos demais pela natureza específica de seus objetivos e de seus princípios. Refere-se diretamente à organização e funcionamento do Estado, à articulação dos seus elementos primários e ao estabelecimento das bases da estrutura política. 
CONCEITO
 
 José Afonso (2002:34) o define como “o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza os princípios e normas fundamentais do Estado”. É a ciência positiva das Constituições.
TEORIA GERAL DA CONSTITUIÇÃO
 Conceito de Constituição
  
 A palavra Constituição deriva do verbo latino constituere que significa estabelecer definitivamente. Ela deve ser entendida como a lei fundamental do Estado, organizando seus elementos essenciais como:
Forma de governo;
Forma de Estado;
Direitos e garantias fundamentais;
Forma de aquisição e o exercício do poder político.
Classificação das Constituições 
Quanto ao conteúdo:
 
Constituição formal: 
 
 Refere-se às Constituições que, além das normas materiais, tem no seu bojo normas que necessariamente não precisariam estar em seu texto, mas que ali foram inseridas em virtude de interesses políticos, sociais, etc, tais como o Sistema Tributário Nacional.
 
Constituição material: 
 É a Constituição cujo texto traz normas que determinam a forma do Estado, a forma de governo, os órgãos que dirigem a matéria de que são formados, as competências de que são investidos e os direitos dos cidadãos, significando portanto, matérias que necessariamente devem ali estarem contidas, visto serem fundamentais para a existência do Estado.
QUANTO AO CONTEÚDO
 
 Assim, nem todas as matérias que estão em uma Constituição, são materialmente constitucionais. Pelo simples fato de estarem na Constituição, elas são formalmente constitucionais. As regras formalmente constitucionais são chamadas por alguns autores de lei constitucional.
CLASSIFICAÇÃO:
Quanto à forma: 
 
Escrita: É o conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento, para fixar a organização fundamental do Estado.
 
Não escrita: é a Constituição cujas normas não constam de um único e solene documento, mas se baseiam principalmente nos costumes, na jurisprudência, em convenções e em textos constitucionais esparsos, como a Constituição Inglesa. 
 A É importante notar que, com o advento da Emenda Constitucional nº. 45, foi introduzido o § 3º, no art. 5º, possibilitando que tratado internacional sobre direitos humanos possa ter força de norma constitucional, ainda que não esteja inserido formalmente na CF/88. Esse fato novo parece ter suavizado a condição de Constituição escrita da atual Carta brasileira.
 Assim, o novo parágrafo 3º do art. 5º: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”.
Quanto à sua extensão e finalidade:
 
 a) Sintéticas (negativas,garantias): são aquelas que prevêem somente os princípios e as normas gerais de regência do Estado, organizando-o e limitando o seu poder por meio de estipulações de direitos e garantias fundamentais (por exemplo: Constituição dos Estados Unidos).
 b) Analíticas (ou dirigentes) são as que examinam e regulamentam todos os assuntos que entendem relevantes à formação, destinação e funcionamento do Estado (também denominadas expansivas, como, por exemplo, a Constituição Brasileira).
CLASSIFICAÇÃO:
Quanto ao modo de elaboração: 
 
a) Dogmática: 
 
 É a Constituição sistematizada em um texto único, consolidado, ou seja, é escrita. Consagra certos dogmas da ciência política e do Direito dominantes no momento. Esta consolidação pode ser elaborada por uma pessoa ou por um pequeno grupo sem qualquer participação da sociedade, portanto outorgada, ou por uma Assembléia Constituinte, sendo assim, democrática, promulgada.
 
CLASSIFICAÇÃO:
Quanto ao modo de elaboração: 
 
Podem se dividir em: 
1) Ortodoxas: quando ela segue uma só linha de raciocínio, tem um único pensamento.
2) Ecléticas: não há um fio condutor, são dispositivos muitas vezes antagônicos em razão das divergências entre seus elaboradores, já que cada um visava os seus próprios interesses. A Constituição do Brasil, por exemplo, ao mesmo tempo em que reconhece a propriedade privada exige que ela cumpra uma função social (art. 170, incisos II e III).
 
CLASSIFICAÇÃO:
 
b) Histórica: 
 É sempre não escrita e resultante de lenta evolução da sociedade, ou seja, do lento evoluir das tradições, dos fatos sócio-políticos, que se cristalizam como normas fundamentais da organização de determinado Estado. Como exemplo de Constituição não escrita e histórica temos a Constituição Inglesa. Portanto, a Constituição não escrita é, em parte escrita, tendo como característica diferenciadora que os seus textos escritos não estão reunidos, não são codificados, são textos esparsos e se eternizam no tempo.
 
CLASSIFICAÇÃO:
Quanto a sua origem ou processo de positivação: 
 
a) Promulgadas: também denominadas de populares ou democráticas, sendo aquelas em que o processo de positivação decorre de convenção, são votadas, originam de um órgão constituinte composto de representantes eleitos pelo povo, que obtiveram a delegação do Poder Constituinte Originário, para o fim de as elaborar, concluindo-se, portanto, que há a participação da sociedade em seu processo de elaboração. 
Ex.: Constituição de 1891, 1934, 1946, 1988.
 
CLASSIFICAÇÃO:
Quanto a sua origem ou processo de positivação: 
 
 b) Outorgada: aquela em que o processo de positivação decorre de um ato de força, são impostas, decorrem do sistema autoritário. São aquelas elaboradas sem a participação do povo.
 Ex.: Constituição de 1824, 1937, 1967. Variantes das Constituições outorgadas, nas Cesaristas ou Plebiscitárias há participação popular somente para referendar, ou não o Texto que lhe é submetido à apreciação. No processo de elaboração do Texto não há participação do povo nem de seus legítimos representantes. Ex: Napoleônicas do Séc. XIX e a Francesa de 1958.
 
CLASSIFICAÇÃO:
CLASSIFICAÇÃO
Quanto à estabilidade ou mutabilidade: 
 
a) Rígida: permite que a Constituição seja alterada, mas, depende de um procedimento solene. No Brasil, segundo o artigo 60, § 2º, para se emendar a Constituição, a proposta deverá ser discutida e votada por cada uma das Casas do Congresso Nacional, portanto separadamente, em dois turnos, sendo considerada aprovada se obtiver no mínimo 3/5 dos votos dos membros de cada em cada votação. Claro portanto, que a rigidez decorre exatamente do procedimento mais complexo, solene do que o processo legislativo ordinário.
 
b) Flexível: neste modelo, o procedimento de modificação da Constituição não tem qualquer diferença do procedimento legislativo ordinário. 
 
c) Semi-rígida ou semiflexível: aquela em que o processo de modificação só é rígido na parte materialmente constitucional e flexível na parte formalmente constitucional.
d) Imutáveis: Não admitem qualquer alteração.
Constituição Garantia: 
 Aquela que visa assegurar as liberdades individuais e coletivas, limitando
o poder do Estado. É um tipo clássico de constituição pois protege aqueles direitos surgidos na primeira geração ou dimensão de direitos fundamentais, podendo-se destacar: a Magna Carta de 1215, a constituição Norte Americana de 1787 e a francesa de 1791, que teve como preâmbulo a Declaração Universal do Direito do Homem e do Cidadão, de 1789.
Constituição balanço: é a nomenclatura utilizada para a constituição que descreve e registra a organização política estabelecida (Lenza, 2009). Recebe este nome pois registra um estágio das relações de poder e, conforme estas relações se modificam ou evoluem, efetua-se um balanço, uma análise da nova situação política para então, com fundamento nesta avaliação, adotar uma nova constituição adaptada à nova realidade. Este tipo de Carta Magna foi adotado pelos países europeus enquanto socialistas.
Constituição dirigente: é a que estabelece um plano de direção objetivando uma evolução política. Traça diretrizes para a utilização do poder e progresso social, econômico e política a serem seguidas pelos órgãos estatais. Possui normas programáticas que, via de regra, quando não cumpridas ensejam a inconstitucionalidade por omissão.
Podemos afirmar que a nossa Constituição Federal é uma constituição  garantia , pois prevê diversas normas garantidoras de direitos individuais e coletivos e também dirigente , visto que possui normas programáticas e estabelece diretrizes a serem cumpridas pelo Poder Público visando a evolução política.
 * A Constituição brasileira pode ser resumida como sendo: 
 formal, 
 escrita, 
 analítica, 
 dogmática, 
 eclética,
 promulgada, 
 rígida;
 garantia e dirigente;
TEORIA GERAL DO ESTADO 
ELEMENTOS DO ESTADO
Povo: é o elemento humano constitutivo do Estado, só existindo em função deste. Consiste em uma comunidade de pessoas. É o sujeito e o destinatário do poder político que se institucionaliza. Não se confunde com população, que envolve conceito demográfico sendo o conjunto de residentes no Brasil, nacionais e estrangeiros.
 Neste ponto, vamos fazer uma distinção entre cidadania e nacionalidade. 
 - POVO OU NACIONAIS são todos os indivíduos que se vinculam juridicamente a determinado Estado, sujeitando-se em caráter permanente às suas leis e ao seu poder político, possuindo portanto, nacionalidade. 
  
 - POPULAÇÃO = POVO (conjunto dos nacionais) + ESTRANGEIROS. 
 - CIDADÃO = é a parcela do povo que participa do Poder Político votando, sendo votado e fiscalizando os atos dos detentores do poder.
  
TEORIA GERAL DO ESTADO 
Território: elemento constitutivo do Estado, sua base físico-geográfica, figurando como ponto de referência à fixação dos contornos do Estado e como limite de validade de sua ordem jurídica, ou seja, os limites em que as normas podem ser aplicadas.
Poder: o poder é inerente à própria estrutura social, em cuja formação se acha implícita a disciplina. O grupo social só se mantém e se conserva mediante o poder. Tal poder, que ora nos referimos, é o que preside, integra e harmoniza todos os grupos sociais, possibilitando a convivência entre os membros dos mesmos, mediante um conjunto de regras que compõe o direito comum a todos eles.
 É uno e indivisível quanto à sua titularidade, que é do povo, pois a divisão só se faz quanto ao exercício do poder, quanto às formas básicas da atividade estatal. 
FORMA DE ESTADO 
O exame da forma de Estado importa em se saber a maneira como o mesmo se estrutura, a organização do Povo e do Território, e também, consequentemente, do Poder.
Se um Estado é homogêneo e não divide sua soberania com outro, diz-se que é um Estado simples ou unitário. ( Japão, Coréia do Sul, Suécia).
Se, ao contrário, o Estado soberano surge pelo conjunto de outros Estados também dotados de soberania, diz-se que se trata de um Estado composto.
 
FORMA DE ESTADO
São conhecidas duas espécies de Estados compostos: a Federação e a Confederação. A FEDERAÇÃO é a união de várias unidades territoriais, chamadas de ESTADOS MEMBROS (Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Pará, etc.) que perdem a soberania em favor de uma nova pessoa jurídica formada pela união de todos, denominada UNIÃO FEDERAL.
 A CONFEDERAÇÃO é formada por Estados Soberanos, através de tratados internacionais, que visam a defesa do território, assegurando a paz interior, além de outras finalidades que podem fazer parte do acordo. Tem vida passageira e um Estado que dela faz parte poderá se retirar quando julgar oportuno.
 
 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
DICA 
Quando o art. 1º fala em “união indissolúvel dos Estados e Municípios”, quer dizer que não existe a União?
Não. A interpretação que se faz deste artigo é que ele só se referiu aos entes da Federação que existem fisicamente, ou seja, aqueles que ocupam um espaço físico. No art. 18, ao tratar da organização político-administrativa, a CF fala claramente que “A organização político-adminsitrativa da República Federativa do Brasil compreende a União,os Estados, o DF e os Municípios, todos autônomos , nos termos daCF.
A União, Estados, DF e Municípios detêm competência. 
E quem detém a soberania? 
Quem detém a soberania, é a REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º - Brasília é a Capital Federal.
§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
Forma de governo: 
 
Define o modo de organização política e de regência do corpo estatal, ou seja, o modo pelo qual se exerce o poder. Pode ser:
a) República: quando o poder for exercido pelo povo, através de mandatários eleitos temporariamente; surge então a forma republicana.
b) Monarquia: quando o poder é exercido por quem o detém naturalmente, sem representar o povo através de mandato, surge assim a forma monárquica de governo.
 
 Numa  monarquia absoluta o monarca governa como um autocrata, com poder absoluto sobre o Estado e governo – por exemplo, o direito para governar por decreto, promulgar leis, e impor punições. As monarquias absolutas não são necessariamente autoritárias; os absolutistas esclarecidos do Iluminismo ( como Frederico Grande) eram monarcas que permitiam diversas liberdades e foram conhecidos por grandes eficiência e feitos durante seus reinados.
Forma de governo: 
 Numa monarquia constitucional, o monarca é totalmente uma figura representativa sujeita à Constituição. A soberania reside formalmente e é aplicada em nome da Coroa, mas politicamente reside no povo (eleitorado), representado pelo parlamento ou outra legislatura. Os Monarcas constitucionais possuem pouco poder político real, e são constituídos pela tradição, opinião popular, ou por códigos legais e estatutos.
Forma de governo: 
 Das quarenta e quatro monarquias existentes no mundo atualmente, a maioria são monarquias constitucionais, existindo atualmente apenas, e oficialmente, cinco monarquias absolutas no mundo (Arábia Saudita, Brunei, Omã, Suazilândia, Vaticano), ainda que o Qatar, sendo oficialmente uma monarquia constitucional, possua propriedades de absoluta.
Forma de governo: 
REGIME DE GOVERNO
 
Refere-se ao modo pelo qual se relacionam os Poderes Executivo e Legislativo. Pode ser:
a) Parlamentarismo: a função de Chefe de Estado é exercida pelo Presidente ou pelo Monarca, que representa o Estado em suas relações internacionais, e a de Chefe de Governo pelo Primeiro Ministro, que chefia o Gabinete e é responsável pela administração interna do Estado. Parte da atividade do Executivo é deslocada para o Legislativo.
b) Presidencialismo:
o Presidente concentra as funções de 
 Chefe de Estado e de Chefe de Governo.
 
EXEMPLOS ESTADOS PARLAMENTARISTAS
 Países parlamentaristas na atualidade: Canadá, Inglaterra, Suécia, Itália, Alemanha, Portugal, Holanda, Noruega, Finlândia, Bélgica, Armênia, Espanha, Japão, Austrália, Índia, Tailândia, República Popular da China, Grécia, Estônia, Egito, Israel, Polônia, Sérvia e Turquia.
REGIME POLÍTICO
 Refere-se à acessibilidade do povo e dos governantes ao processo de formação da vontade estatal. A participação do Povo no processo decisório e a capacidade dos governados de influenciar na gestão dos negócios estatais comportam gradação variável em função do regime adotado. Dentro deste critério, temos dois tipos de regime:
 
1) DEMOCRACIA
 
- Direta: aquele em que o Povo exerce, por si, os poderes governamentais, fazendo leis, administrando e julgando. Atualmente é praticada em pouquíssimos lugares, como em sub-cantões suíços.
 
- Indireta (representativa): o Povo, titular do Poder, não podendo dirigir os negócios do Estado diretamente em face da extensão territorial, da densidade demográfica e da complexidade dos problemas sociais, assim, delega as funções de governo aos seus Representantes, que são eleitos periodicamente.
 
- Semi-direta ou Mista: é a democracia representativa, com alguns institutos de participação direta do Povo nas funções do governo, os quais integram a chamada democracia participativa, tais como a iniciativa popular, o plebiscito, o referendo e a ação popular.
DEMOCRACIA SEMI DIRETA
- Iniciativa Popular: é o direito do Povo apresentar projeto de lei ao Poder Legislativo subscrito por um determinado número de eleitores fixados constitucionalmente.
Das Leis
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação, estruturação e atribuições dos Ministérios e órgãos da administração pública.
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
 § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
DEMOCRACIA SEMI DIRETA
Plebiscito: consulta prévia aos cidadãos sobre determinada norma ou medida a ser tomada pelos governantes.
- Referendo: consulta a posteriori aos cidadãos sobre uma lei ou uma medida já decidida ou votada pelos representantes do Povo, a qual somente se tornará exeqüível se houver aprovação popular.
O QUE É O REFERENDO?
 
 O artigo 14 da Constituição Federal determina que "a soberania popular será exercida pelo voto direto e secreto, e também, nos termos da lei, pelo plebiscito, referendo e pela iniciativa popular".
 O referendo é uma consulta popular. Porém, é importante destacar que o referendo é a consulta ao povo feita DEPOIS da aprovação de uma lei, seja ela complementar, ordinária ou emenda à Constituição. No plebiscito, ao contrário, a consulta é feita ANTES da elaboração da lei.
 No Brasil, uma das experiências de referendo aconteceu no governo de João Goulart, em 1961. Nesse período, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional nº 4, que garantiu a posse do Presidente Goulart, mas instituiu o Parlamentarismo no País. Dois anos depois, a população foi consultada sobre a manutenção do regime parlamentarista ou o retorno do regime presidencialista. Assim, em janeiro de 1963, foi realizado um referendo, no qual os eleitores responderam pelo retorno ao Presidencialismo.
REFERENDO SOBRE COMÉRCIO DE ARMAS E MUNIÇÕES NO BRASIL
No dia 23 de outubro de 2005, o eleitorado brasileiro respondeu, através da urna eletrônica, se o comércio de armas e munições deve continuar existindo no País ou, ao contrário, se esse comércio deve acabar.
Este foi o segundo referendo realizado no Brasil e o primeiro do mundo em que a população foi consultada sobre o desarmamento.
A proibição do comércio de armas já consta no Estatuto do Desarmamento (lei 10.826/2003), mas somente com o referendo esse ponto da lei terá validade.
Um estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostrou que 104 pessoas são vítimas de armas de fogo por dia no Brasil. Entre 1979 e 2003, o número de mortes por armas alcançou 550 mil pessoas, e, destas, quase a metade tinha entre 15 e 24 anos.
A aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Decreto Legislativo sobre o referendo (por 258 votos a favor e 48 contra) ocorreu no dia 6 de julho de 2005, e a promulgação, pelo Congresso Nacional, foi feita no dia 7 de julho de 2005.
Como, no País, 59.109.265 eleitores (63,94%) decidiram pelo NÃO, a comercialização de armas e munições continuará. O SIM obteve a preferência de 33.333.045 eleitores (36,06%).
 
REFERENDO SOBRE COMÉRCIO DE ARMAS E MUNIÇÕES NO BRASIL
PLEBISCITO
Definição
A palavra plebiscito é originária do latim plebiscitu (decreto dos plebeus). Na Roma Antiga, os votos passados em comício eram obrigatórios para a classe dos plebeus.
Atualmente, plebiscito é a convocação dos cidadãos que, através do voto, podem aprovar ou rejeitar uma questão importante para o país. Ou seja, o plebiscito é um mecanismo democrático de consulta popular, antes da lei ser promulgada (passar a valer).
No Brasil, o último plebiscito ocorreu em 21 de abril de 1993. Nesta ocasião, o povo foi consultado sobre a forma e o sistema de governo (Monarquia, República, Presidencialismo, Parlamentarismo). Através da consulta popular, o povo brasileiro decidiu manter a República Presidencialista.
 - Ação Popular: ação judicial movida por cidadão visando a anular atos governamentais lesivos ao Patrimônio Público. 
	O veto popular, o “recall” também são formas de participação direta do povo no Poder Político, porém não são permitidas no Brasil:
- Veto popular: possibilidade conferida aos eleitores de se manifestarem contrariamente a uma medida ou lei já devidamente elaborada pelos poderes constituídos e em via de ser posta em execução.
- Recall: os cidadãos podem revogar mandatos eletivos conferidos a seus representantes, destituindo-os do poder.
b) Anti Democracia: que pode se apresentar como Totalitária e Autoritária.
 
Sistema Brasileiro:
 
Forma de Estado: Federação
Forma de Governo: República
Regime ou SISTEMA de Governo: Presidencialismo
Regime Político: Democracia semi-direta ou Mista.
 
PODER CONSTITUINTE
 
O Poder Constituinte :
Texto Constitucional vigente já não é condizente
com a realidade, com os anseios, com o caminhar da Sociedade.
Neste momento ele, cujo Titular é o Povo, se manifesta. 
Dá forma às regras jurídicas fundamentais que irão formar e conformar o Estado, através da elaboração de uma Constituição. 
 O exercício se dá através de uma Assembléia Constituinte ou por um movimento revolucionário ( outorga). 
ESPÉCIES
 
 
Poder Constituinte Originário - também chamado de “primeiro grau, genuíno ou de fato”, não deriva de nenhum outro, não sofre qualquer limite e não se subordina a nenhuma condição. É o Poder que edita uma nova Constituição substituindo uma anterior ou dando uma nova organização ao Estado. 
 
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
 
 Características: 
- inicial (não se fundamenta em nenhum outro);
- autônomo (não há nenhum condicionamento material posto pelo Direito positivo anterior) ;
- incondicionado (não está submisso a nenhum procedimento de ordem formal previamente fixado).
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO
 
Poder Constituinte Derivado - também chamado “instituído ou de segundo grau”, é secundário pois deriva do Poder Originário. Tem como características ser: 
 - derivado (deriva de outro Poder que o instituiu);
 - subordinado (está subordinado a regras materiais, ex. cláusula pétrea) ;
 - condicionado (há regras formais para sua manifestação). 
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO
d.1) Poder Constituinte Derivado de Revisão ou de Reforma: Poder de editar emendas à Constituição. O exercente deste poder é o Congresso Nacional que, quando vota uma emenda, não está no procedimento legislativo, mas no Poder Reformador. 
 
d.2) Poder Constituinte Derivado Decorrente: Poder dos Estados, unidades da federação, de elaborar as suas próprias constituições, conforme determinado pelo Poder Originário, no artigo 11 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT, in verbis:
 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO
“ Art. 11. Cada Assembléia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.”
 
Conforme se infere do artigo retro, a materialização deste Poder cabe às Assembléias Legislativas dos Estados, ressaltando ainda, que este Poder só se manifesta onde a Forma de Estado for Federativa. 
 
A Constituição de 1988 deu aos Municípios um status diferenciado do que antes era previsto, inserindo-o como Ente federado, com capacidade de se auto-organizar através de Leis Orgânicas, conforme previsto no § único do artigo 11 do ADCT, in verbis
 
“ Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, e dois turnos de discussão e votação, respeitado disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual.”. 
LIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO
 
Como posto anteriormente, o Constituinte Originário ao elaborar nossa atual Constituição, permitiu, e não poderia ser diferente, que a mesma possa ser modificada.
No entanto, tais modificações no texto constitucional, devem ser elaboradas respeitando limitações postas pelo Poder Originário, conforme se depreende do artigo 60 da Constituição da República.
 
Tais limitações se apresentam como:
LIMITAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO
1) LIMITAÇÕES MATERIAIS
 
Trata-se de um conteúdo material que não pode ser abolido do texto constitucional vigente, o que não significa que não possa sofrer a ação de emenda constitucional, pois poderá ser emendado desde que referida emenda busque aumentar, por exemplo, os Direitos e Garantias Individuais constantes do Texto Maior, como procedeu a Emenda Constitucional nº 45, ao acrescer o inciso LXXVIII e os §§ 3º e 4º ao artigo 5º.
Tais limitações se encontram previstas no § 4º, do artigo 60, in verbis
 
“ Art. 60. (omissis)
...
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais.”
 
Estas matérias, também denominadas “cláusulas pétreas”, não admitem nem a propositura de proposta de emenda constitucional, o que, em ocorrendo, poderá levar à propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o Guardião do Texto Maior, qual seja, o Supremo Tribunal Federal, matéria esta que será analisada em outra parte do estudo.
2) LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS
  
 Neste ponto, o Constituinte Originário elegeu momentos da vida política, que em se materializando, impedem a discussão de propostas de emendas constitucionais, tendo em vista tratar-se de momentos caracterizados pela anormalidade política e institucional.
 Encontram-se tais circunstâncias, previstas § 1º, do artigo 60, sendo as mesmas o Estado de Defesa ,o Estado de Sítio, e a Intervenção Federal. 
 
 Art. 60§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
 
3)LIMITAÇÕES FORMAIS OU PROCEDIMENTAIS
  
  
Estas limitações se referem à forma, ao procedimento de elaboração das emendas à Constituição, ou seja, aqui o Constituinte Originário entendeu, acompanhando uma tendência do Direito Constitucional, em permitir que se altere o Texto, no entanto, impôs um processo diferente do processo legislativo ordinário para tal elaboração, logo, estatuiu um procedimento solene.
 
É de se frisar, que cabe ao Congresso Nacional o exercício do Poder Constituinte Derivado de Revisão e, enquanto tal, estará subordinado a referidas limitações. 
 
LIMITAÇÕES FORMAIS OU PROCEDIMENTAIS
  
   
Referido procedimento, previsto no § 2º do artigo 60, assim dispõe:
 
“§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.”. 
 
PREÂMBULO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
 “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinados a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil”.
PREÂMBULO
Preâmbulo, do latim, praembulu, consiste numa declaração de propósitos que antecede o texto normativo da Constituição. 
É a certidão de nascimento da Constituição, onde está se dizendo de quem ela é filha legítima e como surgiu. 
Constitui-se de uma carta de intenções,, indicam e informam em que termos Ela constituir-se-á, que direitos serão resguardados, e quais os deveres serão observados.
PREÂMBULO
É de se observar, que a inserção de “DEUS” no preâmbulo de nossa Constituição, não contraria a regra normativa da separação Igreja - Estado, pois representa o reconhecimento de que o Estado brasileiro, embora Laico, aceita a irradiação, em seus segmentos, do humanismo cristão.
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
 
 
República:
 
Forma de Governo na qual o exercício do poder é realizado por indivíduos que receberam delegação do povo, já que o Poder emana deste.Não há hereditariedade no Poder, sendo este exercido temporariamente. 
 
Federativa:
 
 Há descentralização do Poder Político marcado por dois princípios:
Autonomia: Os Estados Federados tem sua estrutura governamental e competências peculiares;
Participação: Os Estados Federados participam da formação
da vontade ou das leis nacionais, conforme o artigo 46 da CR/88 apresenta o Senado Federal como representante dos Estados e do Distrito Federal. 
Federativa:
 
 O Federalismo possibilita que as entidades locais se organizem mediante regras próprias, que levem em consideração suas peculiaridades econômicas, sociais, culturais e geográficas, sem, contudo, eliminar o sentimento nacional que mantém a unidade do Estado. 
Estado Democrático:
 
Regime Político onde impera a supremacia da vontade popular, buscando a preservação da liberdade e igualdade de direitos dentro da sociedade estatal.
Há participação de todo o povo na organização e no exercício do poder político, mediante intercomunicação e diálogo permanente entre governantes e governados, com respeito aos direitos e liberdades fundamentais dentro de uma justa estrutura social. 
 
 
Estado de Direto:
 
É o modelo de Estado que possui como objetivos a busca a materialização da Justiça Social em todas as suas vertentes. 
Prevalece a primazia da lei que regula todas as atividades do Estado, portanto fazendo surgir o Princípio da Legalidade.
Os Poderes do Estado atuam de maneira independente e harmoniosa, lembrando, no entanto, que esta independência não é absoluta, pois embora seja necessária como garantia da liberdade, são necessários freios que possam conter eventuais abusos. 
Assim, o Estado de Direito limita o arbítrio do poder político, garante a estabilidade jurídica dos direitos e garantias individuais, subordina todos, governantes e governados, à lei, concretizada no princípio da legalidade. Os valores fundamentais da pessoa humana são reconhecidos, e a lei é o principal instrumento de segurança e justiça. 
Prevê um sistema de defesa dos cidadãos contra os atos administrativos ilegais, propiciando a responsabilização da Administração, como também um controle de constitucionalidade que objetiva preservar a Constituição no ápice do ordenamento jurídico estatal. 
I - a soberania; 
 
 Existe um poder político superior que não está limitado a nenhum outro poder, quer na ordem interna ou externa, ou seja, a soberania representa a superioridade do Estado sobre as demais organizações.
 
II - a cidadania;
 
A Constituição de 1988 aumentou a participação popular no processo político, reafirmando, assim, a democracia e dando uma nova dimensão à cidadania.
 III - a dignidade da pessoa humana;
A dignidade é um valor espiritual e moral próprio da pessoa humana. 
Representa o respeito e o esforço incondicional que o próprio Estado deve e tem que despender para que seja reconhecida como valor fundamental.
Na ordem econômica, a dignidade da pessoa humana está em se valorizar o trabalho e o respeito aos direitos dos trabalhadores, como também a livre iniciativa.
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 
Neste ponto, buscou o Constituinte alicerçar a idéia de solidariedade dentro da sociedade, no momento em que, adotou o sistema capitalista, mas impôs um fim social para o trabalho e para a livre iniciativa, buscando romper com a visão individualista.
 A atividade econômica deve devolver em ações sociais, aquilo que adquire da sociedade.
 
 
V - o pluralismo político. 
 
Aqui, o Constituinte buscou afirmar uma sociedade pluralista, com várias ideologias que convivem harmoniosamente. 
É o direito do indivíduo enquanto pessoa humana individualmente ou em grupos, ter e manifestar sua ideologia, sem se preocupar com represálias do Estado ou de outros grupos.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Independência e autodeterminação dos povos, que compõe a concepção de soberania, sendo que o Estado não se sujeita a nenhum outro, podendo adotar a forma e o governo que atendam ao seu povo; em decorrência destes princípios, emerge o princípio da não intervenção. 
Prevalência dos direitos humanos, sendo o homem o destinatário do direito internacional. De se destacar, que como signatário da Declaração Universal dos Direitos dos Homens, o Estado Brasileiro não só tem que respeitar tais Direitos, como também adotar posição contrária aos Estados que os desrespeitam. 
Igualdade jurídica, que reconhece aos Estados, apesar de suas peculiaridades, sejam econômicas, políticas, sociais e culturais, a mesma igualdade de tratamento. 
- Direito de asilo político, no qual o Estado Brasileiro recebe aquele que esteja sendo perseguido por questões político-ideológicas.

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