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Texto 6 A ordem social

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TEXTO 6 - A ORDEM SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
A Constituição brasileira estabeleceu como base o primado do trabalho sobre o capital, e, como objetivo, o bem-estar e a justiça sociais, afinado com um dos seus princípios fundamentais, o da dignidade humana. 
Esse objetivo foi traduzido nas questões de seguridade social, saúde pública, previdência e assistência sociais, educação, cultura, desporto, ciência e tecnologia, comunicação social, meio ambiente, família, criança, adolescente, idoso, e dos índios, tudo isso estabelecido no Título VIII, da Ordem Social, enquanto que os direitos dos trabalhadores foram objeto do Título II, Capítulo II, da Constituição Federal. 
Trata-se, portanto, de norma de forte conteúdo sócio-ideológico, que marca alguns Títulos da nossa Constituição. 
SEGURIDADE SOCIAL:
A Constituição brasileira de 1988, sob o título a “Ordem Social”, define a seguridade social como um conjunto de ações destinados a assegurar os direitos referentes à saúde, à previdência, e à assistência social. Essas ações, de iniciativa do poder público, envolvem, ainda, a sociedade (empresas, organizações não-governamentais, associações) para a realização dos objetivos pretendidos, que são aqueles constantes do art. 194, parágrafo único. 
Esses objetivos configuram-se verdadeiros princípios que o Poder Público deve respeitar: I – universalidade da cobertura e do atendimento; II – uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III – seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV – irredutibilidade do valor dos benefícios; V – eqüidade na forma de participação no custeio; VI – diversidade da base de financiamento; VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados. 
Importante é observar que as ações de seguridade social são custeadas com recursos orçamentários de todos os entes federativos e contribuições sociais dos empregadores – incidentes sobre a folha de salários dos trabalhadores, o faturamento e o lucro –, dos trabalhadores e demais segurados da previdência social, da receita de concursos de prognósticos (loterias), e, por fim, do importador de bens e/ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar (CF, art. 195, I a IV). 
DA SAÚDE:
A Constituição Federal, no seu art. 6º, incluiu a saúde como um direito social, integrante, portanto, dos assim chamados Direitos e Garantias Fundamentais, previstos no seu Título II. 
Consoante preceito constitucional (art. 196), a saúde é direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, constituindo um sistema único, financiado com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, além de outras fontes, e estão organizadas de acordo com as seguintes diretrizes: I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III – participação da comunidade (através dos Conselhos de Saúde, em todos os níveis) – art. 198, I ao III. 
Prevê a Carta Constitucional, ainda, que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, a qual, contudo, somente pode participar do sistema único de saúde através de instituições de caráter filantrópico ou sem fins lucrativos, mediante contrato de direito público ou de convênio firmado com essa finalidade (CF, art. 199, caput e §1º). 
As atribuições do sistema único de saúde – SUS são as constantes do artigo 200 da Constituição Federal: I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV – participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V – incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL:
É organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo (observados os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial) e de filiação obrigatória, vale dizer, “todos estão obrigados ao ingresso à Previdência Social, que obtém os seus recursos através da contribuição forçada dos trabalhadores em atividade”. 
A Previdência Social, nos termos do art. 201 da Constituição Federal, destina-se ao atendimento dos seguintes direitos: I – cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II – proteção à maternidade, especialmente à gestante; III – proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário (através do programa do seguro-desemprego); IV – salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V – pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. 
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL:
A assistência social, ao contrário da Previdência Social que é geral e obrigatória, destina-se a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. 
Consoante dispõe o artigo 203, incisos I a V, a assistência social tem por objetivos: 
I – a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II – ao amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III – a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV – a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; 
V – a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria subsistência ou de tê-la provido por sua família, conforme dispuser a lei. 
As ações governamentais que visam à assistência social são realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, e organizadas de forma descentralizada político-administrativamente, cabendo à coordenação e as normas gerais à esfera federal, e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social. 
A Constituição Federal assegura, ainda, a participação da população, nas áreas de assistência social, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis, através de organizações representativas. 
DA EDUCAÇÃO: 
A educação é tratada, de forma minuciosa, pela Constituição Federal, como direito de todos e dever do estado, sendo promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
O ensino, consoante dispõe o artigo 206, deve ser ministrado com base nos seguintes princípios: 
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 
III – pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
V – valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planosde carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos aos das redes públicas; 
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei; 
VII – garantia de padrão de qualidade; 
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. 
O art. 208 dispõe que a educação enquanto dever do estado, e direito de todos, se efetiva mediante a garantia de: 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009) 
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; 
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) 
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; 
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; 
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) 
A Constituição Federal admite, expressamente (art. 209), a atuação da iniciativa privada na educação, desde que atendidas as condições de cumprimento das normas gerais da educação nacional e autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. A atuação da iniciativa privada na educação, portanto, ocorre a partir de autorização do Poder Público. 
A Emenda Constitucional nº 59, de 11/11/2009 alterando o caput do artigo 214 da CF, e, também, do seu inciso VI, determina que lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: 
I - erradicação do analfabetismo; 
II - universalização do atendimento escolar; 
III - melhoria da qualidade do ensino; 
IV - formação para o trabalho; 
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. 
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. 
DA CULTURA:
A Constituição Federal assegura, nos artigos 215 e 216 o direito à cultura e o acesso às suas fontes. 
Para tanto, estabelece o artigo 215 que o estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes de cultura nacional, e deve agir apoiando e incentivando a valorização e difundindo as diferentes manifestações culturais existentes no país. 
Assim, observa-se que a preocupação do legislador constituinte deu-se em dois níveis que se complementam: o primeiro, o de assegurar a todos o direito à cultura em suas diversas formas de manifestação, impondo limites à atuação do estado; o segundo, o de atribuir ao estado o dever de levar a cultura a todos, envolvendo o cidadão no contexto das manifestações culturais do seu país, e preservando as suas diferentes manifestações culturais. 
DO DESPORTO: 
A Constituição Federal, no seu artigo 217, estabelece o direito ao desporto como um dos direitos – vetores de promoção social – que dizem respeito ao resgate da dignidade humana. 
A esse direito corresponde o dever do estado de fomentar práticas desportivas formais – aquelas ministradas por meio do sistema de ensino e voltadas para o desenvolvimento pleno do indivíduo e a educação para a cidadania e o lazer – e não formais – o desporto praticado unicamente como forma de lazer e que objetiva integrar os seus adeptos na vida social, na promoção da saúde coletiva e na proteção ao meio ambiente. 
As práticas desportivas formais implicam em direito de cada um e dever do estado, como forma de promoção e integração dos indivíduos na sociedade. Nas práticas desportivas não formais o papel do Poder Público é o de criar e preservar áreas públicas de lazer, como parques e jardins públicos, como forma de favorecer a prática de esportes. 
As regras para o desporto nacional estão previstas em quatro incisos do artigo 217: 
I – autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento – isto quer dizer que as entidades desportivas têm liberdade para elaborar os seus estatutos, inclusive no que diz respeito à eleição dos seus dirigentes e aos recursos financeiros da entidade; 
II – a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento entendido este como o desporto que tem por finalidade a competição e a integração das diversas comunidades do país e deste com outras nações, como por exemplo, as Olimpíadas, os Jogos Pan-americanos, os campeonatos mundiais, etc.; 
III – o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não-profissional; 
IV – a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. 
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA: 
A Constituição Federal, no seu artigo 218, dispõe que compete ao estado a promoção e o incentivo ao desenvolvimento científico, à pesquisa e à capacitação tecnológica, facultando aos estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica. 
São, portanto, duas as espécies de pesquisa previstas na Constituição, a científica e a tecnológica. A pesquisa científica básica deve receber tratamento prioritário do estado, tendo em vista o bem público e o progresso das ciências (art. 218, §1º). A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional (§2º). 
Ao estado compete, ademais, apoiar a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tecnologia, concedendo aos que delas se ocupam meios e condições especiais de trabalho, além do que apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação tecnológica, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado uma participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade do seu trabalho, desvinculada do salário (§§3º e 4º). 
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL:
O capítulo V, do Título VIII, cuida da Comunicação Social assegurando liberdade para a manifestação do pensamento, da criação, da expressão e da informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, observado o disposto na Carta Constitucional. 
É o corolário da garantia constitucional insculpida no art. 5º, inciso IX, que assim dispõe: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. 
Consoante determina o artigo 220 da Constituição Federal, a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto na Constituição, é dizer, desde que atenda às determinações constitucionais. Assim, a Constituição Federal proíbe a edição de lei que tenha por objetivo criar embaraço à plena liberdade de informação jornalística, qualquer que seja o veículo empregado, proíbe toda e qualquer censura, seja de natureza política, ideológica, artística ou religiosa, e veda, também, a exigência de licença de autoridade pela publicação de mídia impressa. 
A liberdade de manifestaçãotem, contudo, os seus limites, e caso esses sejam ultrapassados os responsáveis responderão pelos excessos cometidos, por dolo ou culpa. É o que determina a Lei de Imprensa, norma infraconstitucional de 1967, e que foi recepcionada pela Constituição de 1988. 
Mas o que a Carta Constitucional visa a proteger, nesse Capítulo V, do Título VIII, é o meio pelo qual o direito individual constitucionalmente garantido será difundido, por intermédio dos meios de comunicação de massa. 
Por meio de comunicação entende-se toda e qualquer forma de desenvolvimento e divulgação de uma informação, através de mídia impressa, de áudio, de vídeo, de áudio e vídeo, etc, sendo certo que a interpretação constitucional deve voltar-se para o sentido mais restrito da noção de comunicação, vale dizer, jornal, revistas, rádio e televisão. 
DO MEIO AMBIENTE: 
Tema atualíssimo e contemporâneo, a proteção ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, considerado como bem de uso comum e essencial à sadia qualidade de vida, e que o Poder Público e a coletividade têm o dever de defendê-lo e preservá-lo para as gerações futuras, acha-se disciplinado no art. 225 da Constituição Federal. 
A Constituição prevê, ademais, que as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas e jurídicas, a sanções de natureza penal e administrativa, independentemente da obrigação de reparar os danos, sendo obrigatórias para a Administração Pública e para os particulares a observância das seguintes normas: 
> preservação e restauração dos processos ecológicos essenciais, e provimento do manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
> preservação à diversidade e à integridade do patrimônio genético do país e fiscalização das entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
> definição, em todas as unidades da Federação, de espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas por meio de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
> exigência para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, de estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
> controle sobre a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que possam trazer risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
> promoção da educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
> proteção à fauna e à flora; vedada, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldades; 
> obrigatoriedade de recuperar o meio ambiente por parte daquele que explorar recurso mineral. 
DA FAMÍLIA:
A Constituição Federal reconhece a família como base da sociedade, protegendo-a constitucional e legalmente, definindo três espécies de entidades familiares: a) a constituída pelo casamento civil ou religioso com efeitos civis (CF, art. 226, §§ 1º e 2º); b) a constituída pela união estável entre homem e mulher, devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento (CF, art. 226, §3º); c) a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes (CF, art. 226, §4º). 
A Carta Constitucional, através da EC de nº 66/2010, também reiterou o princípio da dissolução do casamento civil pelo divórcio de forma direta, suprimindo a necessidade de prévia separação judicial por mais de um ano, ou de separação de fato por mais de dois anos. Importante notar que a separação judicial não foi abolida pelo novo texto constitucional. Assim, aqueles que preferirem fazer a separação judicial antes do divórcio poderão utilizar-se desse instituto legal. Se não, poderão propor diretamente o divórcio. 
Além disso, determinou que os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher (art.226, §5º), que o planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao estado, apenas, propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas (art. 226, §7º), que a adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros (art. 227, §5º), que os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação (art. 227, §6º), e, por fim, o dever de assistência mútua, segundo o qual, os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade (art. 299). 
DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO: 
O legislador constituinte preocupou-se, também, com os direitos da criança, do adolescente. 
Segundo a Constituição, é dever da família, da sociedade e do estado assegurar-lhes, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
O direito à proteção especial às crianças e adolescentes abrangerá os seguintes aspectos (art. 227, §3º): 
> idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII; 
> garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; 
> garantia de acesso do trabalhador adolescente à escola; 
> garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica; 
> obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; 
> estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado; 
> programas de prevenção e atendimento especializado à criança e ao adolescente dependente de entorpecentes e drogas afins. 
Dispõe, ainda, a Constituição, que a lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente (art. 227, §4º), e que são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial (art. 228). 
DOS ÍNDIOS: A Constituição Federal vigente reconhece aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens (art. 231). 
O parágrafo primeiro do mencionado artigo define que são terras tradicionalmente ocupadas pelos índios aquelas por eles habitadas em caráter permanente; as utilizadas para suas atividades produtivas; as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. Essas terras destinam-se à posse permanente dos índios, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nela existentes (art. 231, §1º). 
São, também, inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis (art. 231, §4º), sendo certo que o aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivadas com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra (art. 231, §3º).

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