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DOS DELITOS E DAS PENAS

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Síntese do livro “Dos delitos e das penas” Cessare Beccaria 
Introdução
Cessare Beccaria afirma que apenas com boas leis se diminui os abusos da sociedade. Portanto, talvez seja a hora de examinar e distinguir as espécies de delitos e a forma de os punir. Pois, a sociedade nunca teve um orientador com um único objetivo, que se importasse com o bem-estar da sociedade na sua totalidade.
Capitulo II – Da origem das penas e Do direito de punir
Beccaria cita a moral fundada “em sentimentos indeléveis” os princípios fundamentais do direito que o soberano tem de punir os delitos. No entanto, o autor se atenta para o fato de que os indivíduos não abdicam de parte de sua liberdade gratuitamente (em virtude da regulação dos delitos e aplicação das penas), mas sim pelo propósito de resistirem às desordens surgidas pelos conflitos decorrentes da escassez de recursos. Entretanto, ao longo da vivência política e jurídica é compreendido que se fazia necessário o desenvolvimento de instrumentos capazes de neutralizar possíveis tentativas de volta ao estado inicial de isolamento que resultaria na subversão às leis de uma sociedade, daí então se origina a aplicação das penas contra infratores das leis.
O autor ressalva que caso as penas excedam a necessidade de conservar a ordem, isto é, o depósito da saúde pública, elas serão tidas como injustas. De modo que quanto mais a pena conserve a segurança e a maior liberdade possível dos seus súditos, mais justa ela será.
Capitulo III – Consequências desses princípios
Em seu quarto capitulo, Beccaria expõe algumas consequências. A primeira delas é que a fixação de penas é adequado somente ás leis por meio do legislador, o qual deve representar a sociedade no contrato social. A segunda consequência refere-se da limitação do soberano em julgar casos concretos de iniquidade ás normas vigentes, sendo que cabe a este somente fazer leis gerais que obrigue todos á cumpri-las. A terceira e ultima consequência menciona se as penas não fossem propostas com a finalidade de manter o bem-estar publico e impedir delitos, estas por sua vez seriam inúteis já que fugiriam do objetivo de justiça e da natureza do contrato social.
Capitulo IV - Da interpretação das leis
Segundo o autor, apesar da grande importância envolvida no aspecto de julgamento dos crimes, os magistrados não podem e nem devem interpretar as leis penais, já que isso é uma função dos legisladores. Sendo assim, o juiz deve seguir o que está fixado no código penal e não estipular penas mediante seus sentimentos, mas sim fique ao juiz a função de examinar o caso e julgá-las na conformidade da lei. Dessa forma, os cidadãos se preservariam de uma injustiça e adquiriam segurança pessoal, apenas precisando calcular os inconvenientes de um delito, expressos na lei.
Capitulo V – Da obscuridade das leis
A obscuridade das leis aponta reflexos na formação dos cidadãos na sociedade. Em uma legislação que tenha linguagem complexa e de difícil entendimento para sua população leva ao desconhecimento das leis e também a dificuldade do povo em adotar com segurança a sua liberdade. Dessa forma, é preciso que a legislação seja escrita de forma mais clara para que haja um maior reconhecimento do código das leis, fazendo com que os delitos sejam menos frequentes.
Capitulo VI – Da prisão
A prisão segundo Beccaria, surge como uma pena que inevitavelmente deve preceder do crime, com a condição de que somente a lei pode determinar o crime de um homem do qual os indícios confirmam sua responsabilidade. Sendo assim que a condenação de um individuo não deve pressupor notas degradantes a seu respeito.
Capitulo VII – Dos indícios do delito e da forma dos julgamentos
Os vestígios de um delito podem se figurar em dois ramos: quando a eficácia das provas dependem de uma em especial; E no meio em que as provas são independentes, de forma a proporcionar a importância e relevância para comprovar a culpa. As provas podem ser divididas em perfeitas e imperfeitas. No caso de provas perfeitas a sua existência por si só já é suficiente para condenar com grande certeza o réu. Já as imperfeitas possuem uma margem de incerteza sobre a culpa do acusado, exigindo a existência de leis claras. A variação das provas e a confusão de certas leis, fazem com que Beccaria sugira que durante o pronunciamento de sentença os magistrados compartilhem das mesmas condições que o acusado, assim seria evitado a desigualdade. Além disso, é necessário que as provas e o julgamento seja publico de modo que precaver erros.
Capitulo VIII – Das testemunhas
Beccaria afirma, que qualquer homem que tenha convicção de suas ideias pode se tornar testemunha. Entretanto, há uma importância em se selecionar indivíduos capacitados, em compromisso de dizer a verdade. É necessário que haja mais de uma testemunha para que se prevaleça o direito que tenha cada homem de ser considerado inocente. Beccaria ainda ressalta, a importância do depoimento do réu, mesmo que já condenado, uma vez que possa haver novos fatos que modifiquem o julgamento.
Capítulo IX – Das acusações secretas 
Acusações secretas são um abuso manifesto que favorece desconfiança e confusão entre aqueles que suspeitam terem sido denunciados e daqueles que efetivaram a acusação. Além disso, na opinião de Beccaria contrariam o propósito da justiça, que seria de encontrar a verdade dos fatos e julgá-los, pois as mentiras e calúnias poderiam se esconder por meio do sigilo, trazendo dúvida sobre os seus motivos, bem como das razões das leis que as sustentam.
Capítulo X – Dos interrogatórios sugestivos
Durante os interrogatórios são proibidas perante a lei perguntas que 
Durante o procedimento do interrogatório as leis indicam ser proibidas perguntas que demandam acerca da espécie e não do gênero das circunstâncias do crime, pois isso terminariam acarretando sobre o réu a sugestão de uma resposta que o coloque a mercê da acusação. Dessa forma, Beccaria aponta haver uma ligação entre a interrogação fraudulenta e a tortura, para o fraco a dor irá sugerir uma confissão, mas para aquele que se recusa a dizer a verdade, mesmo perante a tortura, deve seguir as penas fixadas pelas leis de modo a ser evitado o silêncio do réu, dessa forma tal comportamento se figura como uma ofensa a justiça Ainda que, seja dito que um réu que tenha contra si claras constatações de sua culpa, a confissão é dispensável ainda que nesses casos os criminosos neguem a autoria do delito.
Capítulo XI – Dos Juramentos
No processo dos juramentos há uma constante contradição, pois esperar que o réu se autocondene em seu depoimento traça um caminho contrário ao natural de defesa. 
Dessa forma, o procedimento do juramente se configura como uma formalidade, da qual por vez termina destruindo, os sentimentos religiosos que são invocados de forma falsa na ocasião do juramento.
Capítulo XII – Da questão ou tortura
Nesse capitulo é exposto a tortura que era bastante utilizada na época em questão séc.XVII) para forçar a confissão ou para esclarecer possíveis contradições quanto aos cúmplices , como também para envolver certos indivíduos que seriam culpados mas que ainda não foram acusados.
Sendo assim surge o seguinte dilema: um cidadão não pode ser culpado antes da sua sentença condenatória e nem perder seu direito à proteção pública. Beccaria conclui que uma vez que o homem não tenha seus crimes comprovados ele ainda será inocente, não podendo ser torturado. O autor ressalta ser alta a proporção dos homens que seguem as leis, o que aumenta significativamente as chances de se torturar um inocente.
É mostrada por Beccaria uma semelhança entre a lei que permite a tortura e os “juízos de Deus” praticados na cultura bárbara antiga.
A tortura seria assim, um método eficaz para condenar tanto criminosos fortes como inocentes fracos. Pode se concluir que a tortura serviria para confirmar a existência de outros delitos cometidos pelo acusado; descobrir seus cúmplices; e a justificação da infâmia.Capítulo XIII – Da duração processos e da prescrição
Em seguida, de se conhecer as provas e investigar a existência do crime, o réu teria seu tempo e meios de defesa estabelecidos conforme a lei. O autor classifica os tipos de crime com a finalidade de se delimitar diferentes modos de impor o regimento do tempo de prescrição. Os crimes estariam divididos em cruéis e crimes menores, os primeiros não teriam prescrição favorável ao réu em caso de fuga, são considerados mais raros podendo dessa maneira ser enquadrados num tempo de investigação menor para um tempo de prescrição maior, já pela probabilidade se o réu ser inocente é maior nesse tipo de crime. Entretanto, os crimes menores poderiam, em caso de fuga, prescrever em favor do réu, além de que o tempo de prescrição seria menor e o de investigação maior, já que a probabilidade do réu ser culpado era também maior. 
Os crimes de difíceis provas deveriam reduzir de igual modo o tempo de prescrição e investigação. 
Capítulo XIV – Dos crimes começados, dos cumplices, da impunidade
A importância de se punir a intenção de um crime reside na âmbito da prevenção de futuras tentativas de crime, ainda que seja reservado pena sempre maior ao crime já consumado. No que diz respeito, aos cúmplices a gradação de penas também é valorizada, de modo a se chegar cogitar a impunidade para o cúmplice que vier a denunciar os companheiros de crime, mas tal artifício apesar da vantagem obtida na prevenção de delitos traz consequências marcantes no seio da sociedade.
Capítulo XV – Da moderação das penas
As penas tem como finalidade fazer com que o réu cometa novos crimes e impedir que os demais façam outros iguais, exercendo um efeito mais duradouro e eficaz sobre os humanos.
O mau uso das penas é feito pela nação que promove ações cruéis. Além da crueldade das penas traria duas consequências marcantes, a primeira a impossibilidade de se manter a proporcionalidade entre as penas e os crimes; e a segunda é de que a impunidade nasce da crueldade, pois tempos depois esse tipo de punição seria mudada ou deixariam de vigorar ocasionando a impunidade do crime.
O autor termina afirmando que o peso das penas deve se adequar ao estado atual da população, de maneira ao crescer a sensibilidade das sociedades tornasse possível a diminuição da força das penas.
Capítulo XVI – Da pena de morte
A pena de morte tem como finalidade ser útil e justa segundo Beccaria, desde que aplicada de forma organizada. Ele expõe que só é possível considerar a pena de morte e um cidadão como necessária quando há envolvimento em algum aspecto da segurança ou quando a morte seja o único e verdadeiro meio capaz de convencer que outros cometa crimes. A pena de morte é desnecessária pelo fato de ser uma punição de impacto forte, precisando ser duradouras e respeitadas.
Capítulo XVII –Do banimento e das confiscações
As condições de banimentos da sociedade são apuradas por aquele que causa perturbação da tranquilidade pública, quem desobedece às leis. Porém, é imprescindível haver um código não arbitrário para tratar dessas penas, de forma a ser garantido o sagrado direito de se provar sua inocência.
O código pode sugerir que para aplicar o banimento os motivos de um indivíduo nacional devem ser maiores do que aqueles cometidos por um estrangeiro, bem como contra o culpado primário devem os seus motivos ser maiores do que contra o culpado reincidente.
O banimento traz uma indagação com diferentes opiniões, é a questão da perda dos bens com o banimento. Beccaria ressalta a perda dos bens deve ser realizada de modo proporcional aos crimes, podendo haver ainda a perda total quando o crime invalide todas as relações existentes entre a sociedade e o cidadão.
Capítulo XVIII – Da infâmia 
Segundo Beccaria, a infâmia é uma marca da desaprovação pública sob o réu e que apesar da infâmia não ser sujeita ao arbítrio da lei, esta deve nascer da mesma fonte relacionadas a moral universal ou a relação entre as coisas, pois caso contrário à lei poderia perder o respeito público ou as ideias de moral.
Beccaria portanto ressalta a importância de não se aplicar penas corporais e dolorosas sobre crimes que se fundamentem no sentimento de orgulho, de forma a evitar que propósitos fanáticos se esclarecem na multidão. Com isso ele defende que o bom legislador deve buscar tornar penas raras, pois seu uso frequente enfraqueceria o poder da própria opinião e também que as infâmias aplicadas a um grande número de pessoas terminam por não ser mais infamante a ninguém.
 Capítulo XIX – Da publicidade e presteza das penas
A certeza e utilidade de uma pena se relaciona com a rapidez em que é empregada ao crime, pois isso não só poupa o réu de viver tormentos de incerteza, mas diminui a distância entre o crime e a pena, de modo que uma vez que o mesmo ocorra é possível haver associações imediatas que fogem das ideias gerais e princípios gerais da lei. Sendo assim, é preciso determinar que a pena privativa de liberdade empregada deve durar somente o tempo necessário que a conclusão do processo exija, assim como o rigor do cárcere deve ser apenas o indispensável para impedir a fuga ou para que não seja ocultado nenhuma das provas do crime, fazendo assim que o processo seja o mais breve possível.
Capítulo XX – Que o castigo deve ser inevitável – Das graças
As penas infalíveis, a vigilância dos magistrados, severidade de um juiz, de certa forma suave, são tidos como os melhores freios ao exercício dos crimes, pois um castigo moderado produz impressões mais fortes do que o medo de uma pena terrível alcançada pela esperança de impunidade.
Em situações com pequenos crimes cujos ofendidos perdoem a parte criminosa se configura como um ato de bondade e humanidade no âmbito privado, mas extremamente nocivo ao bem público. Por isso se deve buscar a suavização das penas, pois na medida que elas se tornam mais suaves, atos de clemência e perdão perdem a sua necessidade.
Capítulo XXI – Dos asilos
Nesse capitulo Beccaria expõe que o melhor meio de se impedir um crime é a perspectiva sempre presente de um castigo certo e uma vez que os asilos são uma forma de refúgio inviolável em que as ações contra as leis ficariam blindadas de proteção, isso num sentimento muito mais de convite ao crime do que para evitar. Os asilos se figuram como um manancial de revoluções nos Estados e opiniões nas mentes humanas.
Ainda em foco dessa discussão do capítulo Beccaria, coloca a dúvida inicial de que se seria útil ou não o acordo de se entregar reciprocamente os réus às nações. Com isso, o autor explora o conceito de que o lugar da pena é o lugar do crime. 
Capítulo XXII – Do uso de pôr a cabeça a prêmio
O ato de colocar a cabeça de um criminoso a premio é na perspectiva de Beccaria um mal que além de incentivar a disseminação de outros delitos também revela a fraqueza de uma nação durante o gerenciamento de sua ordem interna. Essas conclusões podem ser fundamentadas no sentido de essa pratica abalar as ideias de moral e virtude, sendo visto que a lei estaria de um lado punindo a traição e de outro a apoiando. Além disso, nações que buscam através desses instrumentos a punição de seus criminosos refletem uma falta de aptidão em garantir sua força própria e capaz de impor uma moral atrelada à política, as quais trazem aos homens a segurança e paz que aliviaria a miséria e daria às nações períodos mais duradouros de repouso e concórdia.
Capítulo XXIII –Que as penas devem ser proporcionadas aos delitos
Nesse capitulo Beccaria confirma a importância de haver uma proporção entre penas e crimes, de modo que se torne mais raros os delitos que sejam mais maléficos á sociedade. Uma desigualdade entre pena e crime, pode resultar na destruição ou confusão dos sentimentos morais, e ainda que não seja possível a previsão de todas as modalidades de crime, é preciso que as leis funcionem como obstáculos políticos capazes de impedir efeitos cruéis justificados por interesses pessoais. Dessa forma, se torna cabívelao legislador organizar numa escala de gravidade maior os crimes que atinjam a própria estabilidade do grupo social, ao passo que os crimes menores causem somente ofensas particulares; enquanto que as demais modalidades de crime residiram de forma intermediaria entre os de maior e menor gravidade. Dessa maneira, a elaboração de tais conceitos conseguiria excluir a aplicação de penas graves a crimes menores e vice-versa.
Capítulo XXIV – Da medida dos delitos
A medida dos delitos pode ser por meio das experiências cruéis e pelos obstáculos, os quais a própria lei enfrenta. Aqueles que acreditavam estar no desejo dos criminosos ou na dignidade da pessoa ofendida a medida dos crimes, está errado, pois se tratando do desejo seria preciso elaborar um código particular para cada cidadão e uma lei aplicada para cada crime; Já na dignidade, o indivíduo em específico não deve superar quanto à sua importância a importância devida para o bem público. Por fim, aqueles que conciliaram a gravidade do pecado á medida do crime chegaram ao ponto que se conclui que o perdão divino autorizaria o castigo dos homens, e o castigo de Deus lhes garantiriam o perdão. Pois uma vez que o castigo divino atuasse, o perdão humano iria se vigorar, e o contrário também.
Capítulo XXV – Divisão dos delitos
Todo crime se tende a ações como destruição da sociedade, ou das que a representam, considerando contra o cidadão ou aos seus bens e vida, ou ainda serem simplesmente atos contrários ao que a lei permite. Dessa forma é possível anunciar o dogma político de que cada cidadão pode fazer tudo que não é contrário às leis, sem temer outros inconvenientes além dos que podem resultar da sua ação em si mesma. Esse fundamento apoia as possíveis mudanças que venham a acontecer quanto à variação dos hábitos e da noção de vícios e virtude.
Capítulo XXVI – Dos crimes de lesa-majestade
Crimes de lesa majestade são descritos por Beccaria como aqueles que são cruéis à sociedade. E apesar de definir de forma clara, a tirania e a ignorância trouxeram para sua designação crimes que nada se adequam competentemente ao seu conceito, o que implicava numa apuração generalizada dos crimes, mesmo que todos sejam nocivos à sociedade nem todos tendem necessariamente a destruí-la, sendo dessa forma necessário julgar as ações morais, de modo a se levar em conta seus efeitos positivos, o tempo e o lugar dos fatos.
Capítulo XXVII – Dos atentados contra a segurança dos particulares e principalmente das violências 
Os atentados contra a segurança dos particulares podem atingir a sua vida, os seus bens e sua honra.
Os atentados contra os particulares podem atingir a sua vida, os seus bens ou a sua honra. Todos que atentem contra a vida e a liberdade são considerados grandes crimes e podem ir desde o assassinato até as ações de homens de alto status que agridam à multidão. Porém, quando os crimes são praticados por esses homens de grande poder, eles agem de forma a tirar da lei tudo aquilo que é por ela dita com favorável, enquanto que ao criminoso pobre recai todo peso da punição prevista na própria norma. Beccaria chega a conclusão de que seja de onde , ou porque, o certo é que as penas para pessoas de alto poder devem se equivaler as do último dos cidadãos, pois se todos os cidadãos não dependerem das mesmas leis , as distinções de honra e riqueza serão ilegítimas. E somente com a igualdade das normas, as leis serão respeitáveis, tirando a esperança de impunidade.
Capítulo XXVIII – Das injúrias
O conceito de injurias expõe que ao atingir a honra se devem ser punidas como uma infâmia. Há uma contradição entre “leis ocupadas” com a prestação da fortuna e da existência de cada cidadão, e as leis que são chamadas de honra está ligado a uma espécie de volta momentânea do estado de natureza o que se configura como um movimento de subtração momentânea da pessoa às leis que, nesse caso, não protegeriam suficientemente um cidadão. 
Capítulo XXIX - Dos Duelos
Os duelos era uma pratica derivado da desordem de más leis. Desse modo que aquele cidadão que porventura se recusasse ao duelo contaria com o desprezo dos seus concidadãos. Os duelos se firmaram entre os integrantes da alta classe, já que estes necessitam de maiores amostras de reconhecimento público que os demais. Por isso, é defendido ser a punição do agressor e a proteção da outra parte constrangida a responder a proposta de duelo, a melhor forma de se evitar a propagação dos duelos.
Capítulo XXX – Do roubo
Roubo que fosse praticado sem o uso de violência deveria ser punido com uma pena em dinheiro. É justo que aquele que rouba o bem de outrem seja despojado do seu. A pena mais apropriada será a escravidão temporária, que dá à sociedade domínio total sobre a pessoa e sobre o trabalho do culpado para fazê-lo pagar.
Capítulo XXXI – Do contrabando
O contrabando produz uma ofensa ao soberano e a sua nação, porem não deveria ser considerado uma infâmia, pois a opinião publica não se importa para esse tipo de crime. Porém é de grande importância que haja leis suficientes e eficientes para esse tipo de crime. Merecendo uma prisão ou servidão desde que sejam análogas ao delito.
Capítulo XXXII – Das falências 
Para manter a harmonia e segurança no comercio, é necessário garantir aos credores recursos contra devedores, e ter o poder de fixar punições que os diferencie dos demais. Os devedores devem ser penalizados de forma semelhante aos falsificadores, porém o falido de boa-fé deve ser tratado com menor rigor, porém não desobrigando que o mesmo pague sua divida. Em casos que não se consiga diferenciar a espécie de falência fraudulenta ou legitima, é indicado que se opte por inocência, precisando porém defender os interesses do comercio.
Capítulo XXXIII – Dos delitos que perturbam a tranquilidade publica
Para que tenha permanência da tranquilidade publica na sociedade, é necessário que haja medidas preventivas tomadas pelo magistrado de policia sendo orientado pelas leis. 
Capítulo XXXIV – Da ociosidade
Há diferentes tipos de ociosidade e isso é demonstrado no presente capitulo, entre elas a ociosidade punível pela lei, na qual se pode verificar certas condições de ociosidade vantajosas, como aquelas que há o progressos da sociedade e liberdade.
 Capítulo XXXV – Do suicídio 
No caso de suicídio, Beccaria expõe a ideia de que esse ato não há como ter punição, pelo motivo de que não haveria sentido castigar alguém que já não sente mais nada e que essa ação só pode ser punida por Deus. 
Capítulo XXXVI – De certos delitos difíceis de constatar
São crimes frequentes e de provas difíceis o adultério, a pederastia e o infanticídio. O adultério é um crime que, é tão frequente porque as leis não são fixas e porque os dois sexos são naturalmente atraídos um pelo outro, assim sua origem remonta de uma necessidade constante e universal anterior a fundação da própria sociedade. Já no caso de pederastia há uma severa punição fundamentada na prerrogativa de que esse tipo de crime se firma bem menos nas necessidades do homem livre e isolado e bem mais ao tempero das paixões do homem escravo e integrado à sociedade. Em relação ao infanticídio se identifica as razões quase que inevitáveis de cometer diante de uma sociedade que relegava a mãe enorme encargo na situação em que encontrava, mas também avalia que para tais situações proteger com leis eficazes a fraqueza e a infelicidade contra essa espécie de ato, que só se levanta contra os vícios que não se pode cobrir com o manto da virtude.
Capítulo XXXVII – De uma espécie particular de crimes
Beccaria não fala dos crimes mais cruéis, por razões do país e da época em que ele residia. Para se justificar da ausência desse assunto, é mencionado que os crimes pertencentes ao homem natural contrários ao contrato social.
Capítulo XXXVIII – De algumas fontes gerais de erros e injustiças na legislação e, em primeiro lugar, das falsas ideias de utilidade
Muitos legisladores faziam uma má interpretação e comisso fizeram de utilidade se tornando fonte de erros e injustiças. Isso ocorre por se ter ideias falsas de utilidade se ocupando mais com inconvenientes particulares; Desejar comprimir sentimentos naturais em vez de procurar excitá-los; Fazer silenciar a razão. Também pode chamar de falsas ideias de utilidade aquelas que separam o bem geral dos interesses particulares.
Capítulo XXXIX – Do espírito de família
Espírito de família é uma fonte geral de injustiça na legislação, desde que encaram a sociedade como uma união de família. O espírito de família tem uma contestação da qual ele está marcado por um caráter de minucia se preocupando sem relevância. Dessa forma que o espírito público, ligado a princípios gerais, vê os fatos com visão segura, coordenando nos lugares respectivos e tirando deles efeitos úteis ao bem da maioria.
Capítulo XL – Do espírito do fisco
Espirito do fisco era quem percebia, estipularia o preço do crime, de tal maneira com que a punição do réu se tornava uma questão civil, em que se proporcionaria ao fisco direitos além do que era resultado da defesa publica e ao réu outros prejuízos. Dessa forma o juiz ultrapassa o papel de investigador para ser um advogado do fisco fazendo com que a confissão do crime não implicaria em um prejuízo, o juiz estaria obtendo uma confissão de forma favorável ao fisco.
Capítulo XLI – Dos meios de prevenir crimes
Uma das maiores finalidades das aplicações das penas é prevenir os delitos, porém independente de se prevenir delitos de pequenas relevâncias não traz a desejada prevenção dos crimes, mas, a criação de novos. Dessa forma tentar adivinhar os possíveis motivos que levam um homem ao crime equivale a privá-los de utilizar seus sentidos e sua capacidade de escolha. Beccaria conclui que para se prevenir os delitos se deve fazer leis que não promova o favoritismo de classes, e que se conciliem com o conhecimento de liberdade.
Capítulo XLII – Conclusão
Por fim se chega a conclusão, de que a prevenção dos crimes não se da com o temor ao mesmo, mas também e de forma principal com a criação de leis, se tornando conhecidas pela sociedade, provocando dessa forma um choque entre religião e a ciência, da ignorância á filosofia, e da escravidão á liberdade, orientando o cidadão desde a infância.
Questões do livro “Dos delitos e das penas” (Beccaria) 
1 – Qual a origem das penas?
Segundo o autor, a lei deve estar “baseada em sentimentos indestrutíveis do coração do homem”. Ninguém faz o sacrifício de uma parte de sua liberdade apenas visando o bem comum. Na origem das agrupações, as liberdades foram sacrificadas para haver mais segurança; então entra em cena o poder soberano. O depósito destas liberdades seria a lei; a qual não é o suficiente para evitar o despotismo. Por este fato, e para este motivo, foram criadas penas a estas leis. A aplicação das penas não deve traduzir coletiva, mas, antes, ter em mira a justiça, a prevenção do crime, e a recuperação do criminoso. É o bem comum que está em jogo, devendo visar somente à defesa da coletividade e à utilidade pública. Sendo assim, a origem das penas é a segurança geral da sociedade.
2 – Qual o fundamento do Direito de Punir? 
O direito de punir se fundamenta no que Beccaria chama de “coração humano”, ou seja, nas paixões mais autênticas do ser humano, que é um ser egoísta e com tendência ao despotismo, com a maioria dos indivíduos estando longe de se ater aos princípios estáveis de conduta. O direito de punir deve ir até o ponto de fazer justiça; se for, além disso, será “abuso”. Segundo Beccaria, uma pena justa precisa ter apenas o grau de rigor suficiente para afastar os homens da senda do crime.
3- Como eram as penas na época de Beccaria? 
Na sua época as penas eram muito rigorosas, onde em pequenos delitos os magistrados aplicavam penas muito barbáries. As penas de morte e de tortura eram muito aplicadas. Para Beccaria, se um sujeito praticasse um roubo, a medida cabível deveria ser despojado um objeto seu, isso seria a igualdade perante a lei, mas o que era de comum observar que, um sujeito que tirava a vida de outro. 
4- Como devem ser as leis? 
Segundo Beccaria o magistrado não pode aplicar uma pena a algum elemento que praticava algum delito, sem a mesma está estabelecida na lei. No que diz respeito à interpretação das leis, o magistrado, não deve ser o interprete da lei, isso cabe ao legislador, que tem autonomia para criar as leis, pois, o juiz com papel de julgador, deve apenas julgar o sujeito, com um silogismo, onde o mesmo aponta que tal silogismo deveria ser perfeita, essa aplicação seria com a premissa maior onde estava à legislação, ou seja, a norma propriamente dita, juntamente, com a premissa menor, que era o delito, de acordo ou não com a lei vigente, e a consequência que seria a sentença decretando a liberdade ou a pena. Para Beccaria a lei deve ser clara, de modo que cada cidadão possa entendê-la, isso, porque na maioria das vezes, os sujeitos que cometiam delitos não sabiam do que estavam sendo julgados, em consequência de uma lei obscura, onde apenas poderia ser compreendidas por padres da igreja católica e pelas autoridades. Nisso, aponta que as leis devem ser claras, para que os cidadãos possam saber do que é certo e errado, e as punições em diferentes delitos, se alguém infringir a legislação.  
5 – Qual deve ser a finalidade própria das leis?
Essa concepção Beccaria destrói, de modo sucinto, ao afirmar que “a finalidade da pena não é o de atormentar e afligir a um ser sensível, nem o de desfazer um crime já cometido.” O autor defende a ideia de que a pena deve ter um caráter preventivo, de evitar que o réu ou outro cause novos danos aos seus concidadãos, e se encoraje diante da impunidade a praticar outro delito. 
6 – A pena de morte é útil necessária?
Essa indagação leva a crer que a pena de morte não é um direito, mas é a guerra da nação contra o cidadão, que ela julga útil ou necessário matar. Segundo Beccaria, a morte não é útil nem necessária. Não pode crer-se necessária a não ser por dois motivos: o primeiro quando, também privado de liberdade, ele tenha ainda relações e poder tais que possam afetar a segurança da nação; o segundo quando sua existência possa produzir perigosa revolução para a forma de governo estabelecida. Não se vê nenhuma necessidade de destruir o cidadão, a não ser que tal morte fosse o único e verdadeiro meio capaz de impedir que outros cometessem crimes, razão suficiente que tornaria justa e necessária a pena de morte. Não é o grau intenso da pena que produz maior impressão sobre o espírito humano, mas sim sua extensão, afetando-o por impressões mínimas, porém renovadas. Ou seja, não é o terrível, mas passageiro, espetáculo da morte de um criminoso, mas sim o longo e sofrido exemplo de um homem privado de sua liberdade, é que constitui o freio mais forte contra os delitos. Para que a pena seja justa, só deve a mesma ter os indispensáveis graus de intensidade suficientes para afastar os homens dos delitos. O criminoso sofrerá mais no cárcere do que se condenado a pena de morte. A pena de morte também não é útil pelo exemplo de crueldade que oferece ao homem.
7 – Como prevenir os delitos? 
É melhor prevenir os crimes que puni-los. Entretanto, os meios empregados até agora têm sido, em maioria, falsos e contrários ao fim proposto. Proibir grande quantidade de ações diferentes não é prevenir delitos que delas possam nascer, mas criar novos. Para prevenir os delitos, devemos fazer com que as leis sejam claras e simples, e que toda a força da nação se condense em defendê-las. Devemos fazer com que as leis favoreçam menos as classes dos homens que os próprios homens, com que os homens as temam, e não temam os próprios homens.
8 – Qual deve ser o comportamento dos magistrados segundo a obra de Beccaria?
Só as leis podem fixar as penas de cada delito e que o direito de fazer as leis penais só pode residir na pessoa do legislador, que representa toda uma sociedade unida por umcontrato social, que o magistrado que também é membro dessa sociedade não pode com justiça infligir a outro membro da sociedade uma pena que não seja estatuída por lei e, a partir do momento que o juiz é mais severo que a lei, ele é injusto, pois aumenta um novo castigo ao que já foi prefixado. Nenhum magistrado pode, mesmo sob o pretexto do bem público, aumentar a pena pronunciada contra o crime de um cidadão. Beccaria coloca que o magistrado não pode aplicar uma pena a algum elemento que praticava algum delito, sem a mesma está estabelecida na lei. Portanto se conclui que o magistrado deve ser justo, e aplicar penas estabelecidas na lei.
9 – Em que ideais iluministas influenciaram Beccaria para sua obra?
O Iluminismo tem como objetivo principal estabelecer a soberania da razão sobre a autoridade e os preconceitos. Embora com caráter heterogêneo e de influência eclética, visava destruir a tirania nas suas mais variadas formas. No campo jurídico , o Iluminismo preconizou a existência de um direito natural, o qual estabelecia que o homem tem desde eras primitivas um núcleo de direitos relacionado à dignidade inerente a todo ser humano, independentemente dos motivos que levaram o homem a viver em sociedade. Assim, ficam estabelecidos os direitos individuais inatingíveis pela sociedade. Na visão iluminista, o homem deixa de ser meio e passa a ser o fim da sociedade. Dentre os filósofos iluministas, pela grande influência sobre a obra de Beccaria, cumpre destacar Montesquieu e Rousseau. Foi por influencia desses intelectuais que Beccaria produziu sua obra Dos delitos e das penas. Com vários ideais iluministas, Beccaria começou a se preocupar com as arbitrariedades praticadas na atuação da justiça de sua época, empreendendo um estudo crítico das leis penais vigentes. Através de uma apresentação sistemática, apontou as práticas desumanas na aplicação das penas em seu tempo, discorrendo em seu texto, de fácil leitura, sobre a necessidade urgente de mudanças no regime penal da época, contraditório ao novo horizonte filosófico apresentado pelo Iluminismo. 
10- Quais os princípios de acordo com Beccaria que devem regular o Direito?
O princípio da proporcionalidade, por ser um princípio que pode ser empregado em sentido amplo, possui íntima relação com os outros, dentre os quais se podem destacar: o princípio da isonomia, o princípio da razoabilidade e o princípio da legalidade. É incontestável que o princípio da proporcionalidade é considerado hoje um dos princípios mais importantes de todo o direito, e, em particular, do direito penal. O princípio da proporcionalidade desempenha importante função dentro do sistema penal, uma vez que orienta a construção dos tipos incriminadores por meio de uma criteriosa seleção daquelas condutas que possuem dignidade penal, bem como fundamenta a diferenciação nos tratamentos penais dispensados às diversas modalidades delitivas. Além disso, estabelece limites à atividade do legislador penal e, também, do intérprete, posto que estabeleça até que ponto é legítima a intervenção do Estado na liberdade individual dos cidadãos. O papel do princípio da proporcionalidade na esfera penal é de suma importância, vez que ele é imanente à essência dos direitos fundamentais, que, enquanto expressão da pretensão à liberdade do cidadão perante o Estado, podem ser limitados somente na medida em que sejam comprovadamente indispensáveis à defesa dos interesses públicos. 
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